Você está na página 1de 3

RESOLUÇÃO CREMERJ Nº 109/1996

(Publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro em 04/09/1996)

Estabelece normas mínimas para o funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva.


                                         
O CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, no uso das atribuições que
lhe são conferidas pela    Lei   nº   3.268 de 30 de setembro de 1957,   regulamentada pelo   Decreto   nº   
44.045,   de 19 de julho de 1958 e,
                                                          
CONSIDERANDO o que foi aprovado no último Congresso Sul-Brasileiro de Medicina Intensiva;

CONSIDERANDO a necessidade de humanização no tratamento intensivo;

CONSIDERANDO a necessidade de serem estabelecidas normas mínimas para o funcionamento de


Unidades de Terapia Intensiva;

CONSIDERANDO, finalmente, o decidido na Sessão Plenária do Corpo de Conselheiros realizada em 07 de


agosto de 1996.

RESOLVE:

Art.1º As Unidades de Terapia Intensiva de adulto e pediátrica/neonatal devem funcionar com espaço e
equipes próprias.

Art.2º O funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva só poderá verificar-se desde que sejam, no
mínimo, atendidas as seguintes normas e condições:

I - ÁREA FÍSICA:

a) área física própria, separada de outras dependências;


b) área física:

UTI adulto = 14 m² (quatorze metros quadrados) de área total/leito ou                9m²/box;   


UTI pediátrica = 9 m² (nove metros quadrados);
UTI neonatal = 5 m² (cinco metros quadrados) = área total/leito.

c) mínimo de leitos = 4 (quatro );


d) local para guarda de roupas, medicamentos e materiais;
e) posto de preparo de medicações, com balcão e pia;
f)   expurgo para sólidos e líquidos;
g) conforto com banheiro para a equipe de saúde, na Unidade de Terapia Intensiva;
h) local próprio dentro da unidade, para limpeza de material, contendo balcão e pia;
i)    lavabo na UTI e em cada box de isolamento, quando houver;
j)    sistema de suprimento de energia elétrica durante 24 h;
k) sistema de suprimento de gases (oxigênio e ar comprimido) durante 24 h;
l)    um ponto de oxigênio por leito;
m)um ponto de ar comprimido por leito;
n) um sistema de aspiração a vácuo para cada leito;
o) tomadas terradas (todas) no mínimo 8 (oito) por leito/box, dispostas de acordo com as normas da ABNT;
p) posto de enfermagem com visão centralizada dos leitos;
q) dupla responsabilidade técnica da UTI, em caso de terceirização de serviços;
r)   referência de profissionais afins para consultoria médica especializadas, alcançáveis por 24 h;
s) referência para centro cirúrgico, disponível por 24 h

  
II - PROFISSIONAIS

A relação entre o número de profissionais e o número de leitos, varia de acordo com o tipo de gravidade dos
pacientes, respeitando-se o mínimo relacionado abaixo:

III - MÉDICO

a) médico responsável pela unidade, titulado em Medicina Intensiva;


b) médico plantonista por 24 h no ambiente da UTI;
c) médico diarista (não plantonista) para dar seguimento horizontalizado na assistência ao paciente crítico,
titulado como especialista em Medicina Intensiva;
d) relação máxima de 10 leitos para cada médico – plantonista.

IV - ENFERMAGEM

a) um enfermeiro por 24 h na unidade ( dar-se-á um prazo máximo de 5 anos para a operacionalização


deste item)
b) técnico/auxiliar na proporção mínima de 1 para cada 2 leitos.

V - OUTROS

a) serventes de limpeza 24 h.

VI - RECURSOS MATERIAS

a) carro de reanimação, contendo desfibrilador, material de entubação (ambú, cânulas endotraqueais,


laringoscópio), máscara e cânulas de Guedel;
b) respirador, na proporção mínima de 1 (um) para três leitos;  
c) eletrocardiógrafo (para UTI’s gerais);
d) aparelho móvel de raio x;
e) monitor cardíaco de beira de leito, mínimo de 1 por leito;
f)   negatoscópio;
g) cama de UTI com grades laterais, 1 (uma) por paciente;
h) bomba de infusão, 1 (uma) para cada 3 (três) leitos;
i)    oxímetros de pulso, 1 (um) para cada 3 (três) leitos;
j)    material disponível 24 h para: traqueostomia, diálise peritoneal, drenagem torácica, cateterismo vesical,
punção liquórica, acesso vascular profundo, marcapasso temporário (exceto UTI’s neonatais e
pediátricas), curativos;
k) acesso a laboratório de análises clínicas durante 24h/dia, com capacidade de realizar hemogasometria;
l)    acesso a uma unidade transfusional 24h/dia;
m)condições de realizar diálise peritoneal na UTI;
n) referência para transporte extra-hospitalar, e
o) transporte intra-hospitalar próprio com acompanhamento médico.

VII - EM RELAÇÃO ÀS UTI’s PEDIÁTRICAS E NEONATAIS, ACRESCENTAM-SE:

a) incubadora e/ou berço de calor radiante, 1 (uma) para cada paciente;


b) aparelho de fototerapia, 1 (um) para cada 3 (três) pacientes;
c) capacetes de oxigenoterapia, 1 (um) para cada paciente;
d) tendas para oxigenoterapia, 1 (uma) para cada 4 (quatro) leitos (UTI pediátrica)
e) balança pediátrica (até 15 Kg), 1 (uma) por unidade;
f)   balança antropométrica, 1 (uma) por unidade (UTI pediátrica);
g) desfibrilador/cardioversor, 1 (um) por unidade com pás de tamanho pediátrico;
h) respirador pediátrico, 1 (um) para 3 (três) leitos;
i)    bolsa de ventilação tamanho pediátrico, 1 (um) para cada 2 (dois) leitos por (UTI neonatal);
j)    máscaras de oxigênio, pré-termo e termo, 1 (um) por leito (UTI neonatal);
k) bombas infusoras, com capacidade de microfusão (0,1 ml/h), 1 (um) por leito;
l)    termômetros, 1 (um) por leito;
m)estetoscópio, 1 (um) por leito;
n) doppler para detecção de fluxo arterial, 1 (um) por unidade (UTI pediátrica);
o) esfignomanômetro, 1 (um) para 4 (quatro) leitos, com braçadeiras neonatal;
p) otoscópio;
q) glicosímetro ou hemoglicoteste;
r)   urodensímetro ótico;
s) marcapasso temporário, 2 (dois) próprios do hospital, (UTI pediátrica).

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
                                                            

Rio de Janeiro, 07 de agosto de 1996.

Cons. BARTHOLOMEU PENTEADO COELHO


Presidente

Cons. ALCIONE NÚBIA PITTAN AZEVEDO


1º Secretária

Você também pode gostar