Você está na página 1de 41

Estrutura física e

organizacional da UTI
Monique de Freitas
Mestre em gerontologia
Doutoranda em enfermagem
Regulamentação técnica

Portaria nº3.432 / Resolução – RDC nº Resolução nº 7 /


1998 50 / 2002 2010
• Critérios de • Estrutura física • Requisitos
classificação entre dos mínimos para
diferentes estabelecimentos funcionamento
unidades de de saúde das UTI
tratamento
intensivo - UTI
PORTARIA Nº 3.432, DE 12 DE AGOSTO DE 1998

Estabelece critérios de classificação para as


Unidades de Tratamento Intensivo - UTI

São unidades hospitalares destinadas ao


atendimento de pacientes graves ou de risco, que
dispõem de assistência médica e de enfermagem
ininterruptas, com equipamentos específicos
próprios, recursos humanos especializados e que
tenham acesso a outras tecnologias destinadas a
diagnósticos e terapêutica.
✓ Estas unidades podem atender grupos etários, a saber:

• Neonatal - atendem pacientes de 0 a 28 dias;


• Pediátrico - atendem pacientes de 28 dias a 14 ou 18 anos de
acordo com as rotinas hospitalares internas;
• Adulto - atendem pacientes maiores de 14 ou 18 anos de
acordo com as rotinas hospitalares internas;
• Especializada - voltada para pacientes atendidos por
determinada especialidade ou pertencentes a grupo específico
de doenças.
≥ 100 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠

No mínimo 6% dos leitos totais


✓ As Unidades de Tratamento

Intensivo serão classificadas em

tipo I, II e III.
são as UTIs que estão em processo de adequação a portaria;
Tipo 1

Tipo 2 são as UTIs credenciadas em conformidade com a Portaria GM nº 3.432/98, onde

constam os critérios minimamente aceitáveis para atendimento a pacientes graves.

Tipo 3 Devem atender aos mesmos critérios das UTIs tipo II, uma vez que são critérios

mínimos, no entanto são qualificadas, incluindo alguns recursos tecnológicos e humanos,

como por exemplo, a ampliação do número de exames no hospital e maior número de

equipamentos por paciente ou grupo de paciente; e enfermeiro exclusivo (um para cada

cinco leitos), e fisioterapeuta exclusivo.

A partir da data de publicação desta Portaria, serão cadastradas somente unidades do tipo II ou III.
Das Unidades de Tratamento Intensivo do tipo II
um auxiliar ou técnico
um fisioterapeuta para
um responsável técnico de enfermagem para
cada dez leitos ou fração
com título de especialista cada dois leitos ou
no turno da manhã e da
em medicina intensiva fração, por turno de
tarde
trabalho
EQUIPE BÁSICA
um médico diarista com
um enfermeiro,
título de especialista em
exclusivo da unidade, um funcionário
medicina intensiva para
para cada dez leitos ou exclusivo responsável
cada dez leitos ou
fração, por turno de pelo serviço de limpeza
fração, nos turnos da
trabalho
manhã e da tarde;

acesso a cirurgião
um enfermeiro
um médico plantonista geral(ou pediátrico),
coordenador, exclusivo
exclusivo para até dez torácico, cardiovascular,
da unidade, responsável
pacientes ou fração neurocirurgião e
pela área de enfermagem
ortopedista.
Das Unidades de Tratamento Intensivo do tipo II
Laboratórios de serviço de
análises clínicas eco-doppler- Nutrição
disponível nas cardiógrafo Parenteral e
24 horas do dia enteral

agência
transfusional laboratório de
HOSPITAL DEVE serviço Social
disponível nas microbiologia
CONTAR COM: 24 horas do dia

hemogasômetr terapia renal serviço de


o substitutiva Psicologia

aparelho de
ultra-sonógrafo
raios-x móvel
Das Unidades de Tratamento Intensivo do tipo II
estudo
hemodinâmico
O hospital deve contar
com acesso a :
angiografia seletiva eletroencefalografia

endoscopia
fibrobroncoscopia
digestiva
Das Unidades de Tratamento Intensivo do tipo II
cama de conjunto padronizado de beira
Fawler, com bandejas para de leito, contendo:
termômetro, esfigmonômetro,
grades procedimentos estetoscópio, ambu com
máscara, um para cada leito
laterais

monitor de pressão
MATERIAIS E conjunto de invasiva; - marcapasso
monitor de nebulização, em cardíaco externo,
EQUIPAMENTOS: beira de leito máscara, um para eletrodos e gerador na
unidade, -
cada leito eletrocardiógrafo portátil

carro ressuscitador com maca para


monitor, desfibrilador, Pontos de
bomba de transporte com oxigênio e ar
cardioversor e material
para intubação cilindro de oxigênio,
infusão ventilador pulmonar comprimido
endotraqueal, dois para
cada dez leitos para transporte medicinal

máscaras com
aspirador portátil;
ventilador oxímetro de venturi que
- negatoscópio; -
permita diferentes
pulmonar pulso oftalmoscópio; -
concentrações de
otoscópio
gases
Das Unidades de Tratamento Intensivo do tipo II
garantia de
informações da
climatização evolução diária dos
pacientes aos
familiares por meio
de boletins

Humanização: garantia de visitas


Iluminação natural diárias dos
familiares, à
beira do leito

divisórias entre relógio visíveis para


os leitos todos os leitos
UNIDADES DE TRATAMENTO INTENSIVO DO TIPO III

Devem, além dos


Além da equipe básica
requisitos exigidos para
exigida pela UTI tipo II,
as UTI tipo II, contar
devem contar com:
com:
um médico plantonista para cada dez
pacientes, sendo que pelo menos
Espaço mínimo individual metade da equipe deve ter título de
por leito de 9m², sendo para especialista em medicina intensiva
reconhecido pela Associação de
UTI Neonatal o espaço de 6 Medicina Intensiva Brasileira(AMIB)
m² por leito;
enfermeiro exclusivo da unidade
para cada cinco leitos por turno
de trabalho;

Avaliação através do fisioterapeuta exclusivo da UTI;


APACHE II se for UTI
Adulto
acesso a serviço de reabilitação;
UNIDADES DE TRATAMENTO INTENSIVO DO TIPO III

Além dos requisitos exigidos Além materiais e


para as UTI tipo II, o hospital equipamentos necessários
deve possuir condições de para UTI tipo II, o hospital
realizar exames de : deve contar com:
tomografia axial computadorizada
Metade dos ventiladores do
tipo microprocessado
anatomia patológica
monitor de pressão invasiva,
um para cada cinco leitos
estudo hemodinâmico
capnógrafo
fibrobroncoscopia
equipamentos para ventilação
pulmonar não invasiva
ultrassonografia portátil
marcapasso transcutâneo
anatomia patológica
RESOLUÇÃO RDC Nº 50, DE 21 DE
FEVEREIRO DE 2002
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para
planejamento, programação, elaboração e
avaliação de projetos físicos de estabelecimentos
assistenciais de saúde.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

AMBIENTES DE APOIO:

Sala de
Quarto de
utilidades ou Sala de espera rouparia
plantão
expurgo

Banheiros
Deposito de
Sala diferentes para
equipamentos copa pacientes e
administrativa
e materiais funcionários
Forma da unidade

➢ área comum (posto de enfermagem central);


➢ quartos fechados (Hospital Albert Einstein);
➢ mista;
O que considerar no projeto de uma UTI

• Conhecimento das normas dos agentes reguladores


• Experiência profissional
• Perfil da clientela
• Necessidades específicas da população de pacientes
• É necessário análise dos recursos Humanos: enfermagem,
fisioterapia, nutricionista, psicólogo e assistente social e pela
• Disponibilidade dos serviços de apoio: Laboratório, radiologia,
farmácia e outros;
❖ UTI deve ser projetada por pessoas com ampla
experiência e capaz de:

✓ Identificar as necessidades dos pacientes;


✓ Avaliar a demanda a ser atendida;
✓ Ter visão de recursos humanos necessários;
✓ Avaliar disponibilidade de profissionais de suporte;
✓ Identificar a disponibilidade de serviços de apoio.
Planejamento e Projeto
Devem ser baseados em padrões que contemplam:
• Admissão de paciente;
• O fluxo de visitantes e funcionários;
• Descanso das equipes;
• Necessidade de instalações de apoio:

exigências administrativas e educacionais;


posto de enfermagem
armazenamento
parte burocrática
serviço de limpeza
expurgo
Localização

➢ área geográfica distinta;


➢ acesso controlado;
➢ sem trânsito;
➢ acesso direto ou próximo ao elevador;
➢ próxima:
✓ do serviço de emergência;
✓ do CC;
✓ diagnósticos por imagem;
RESOLUÇÃO Nº 7, DE 24 DE FEVEREIRO DE 2010
Alvará de licenciamento

Requisitos de funcionamento
sanitário

Cadastro nacional de
estabelecimentos de saúde
(CNES)

de uma UTI
Registro das normas e das
rotinas dos procedimentos
assistenciais

Recursos humanos e
materiais

Segurança e a proteção de
pacientes, profissionais e
visitantes
I - elaboradas em conjunto com os
II - aprovadas e assinadas pelo
setores envolvidos na assistência ao
Responsável Técnico e pelos
paciente grave, no que for pertinente,
coordenadores de enfermagem e de
em especial com a Comissão de
fisioterapia;
Controle de Infecção Hospitalar.

Art. 8º A unidade deve dispor


de registro das normas
institucionais e das rotinas
dos procedimentos
assistenciais e administrativos
realizados na unidade, as
quais devem ser:

III - revisadas anualmente ou


sempre que houver a IV - disponibilizadas para todos
incorporação de novas os profissionais da unidade.
tecnologias;
II - instruções de uso para
I - condutas de segurança
os equipamentos de
biológica, química, física,
proteção individual (EPI) e
ocupacional e ambiental;
de proteção coletiva
Art. 9º A unidade deve
dispor de registro das
normas institucionais e
das rotinas relacionadas
a biossegurança,
contemplando, no mínimo,
os seguintes itens:

IV - manuseio e transporte
III - procedimentos em de material e amostra
caso de acidentes; biológica.
RESOLUÇÃO - RDC Nº 26, DE 11 DE MAIO
DE 2012
Altera a Resolução RDC nº. 07
Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01
(um) para cada 10 (dez) leitos
Art. 16 Todos os profissionais da UTI devem estar imunizados contra tétano, difteria, hepatite B
e outros imunobiológicos, de acordo com a NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços
de Saúde estabelecida pela Portaria MTE/GM n.º 485, de 11 de novembro de 2005.

❖Art. 17 A equipe da UTI deve participar de um programa de educação continuada, contemplando,


no mínimo:
I - normas e rotinas técnicas desenvolvidas na unidade;
II - incorporação de novas tecnologias;
III - gerenciamento dos riscos inerentes às atividades desenvolvidas na unidade e segurança de
pacientes e profissionais.
IV - prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde.
§ 1º As atividades de educação continuada devem estar registradas, com data, carga horária e lista de
participantes.
§ 2º Ao serem admitidos à UTI, os profissionais devem receber capacitação para atuar na unidade.
❖ Art. 24 Devem ser assegurados, por todos os profissionais que
atuam na UTI, os seguintes itens:
I - preservação da identidade e da privacidade do paciente,
assegurando um ambiente de respeito e dignidade;
II - fornecimento de orientações aos familiares e aos pacientes,
quando couber, em linguagem clara, sobre o estado de saúde e a
assistência a ser prestada desde a admissão até a alta;
III - ações de humanização da atenção à saúde;
IV - promoção de ambiência acolhedora;
V - incentivo à participação da família na atenção ao paciente,
quando pertinente.
❖Art. 29 Todo paciente grave deve ser transportado com
o acompanhamento contínuo, no mínimo, de um médico
e de um enfermeiro, ambos com habilidade comprovada
para o atendimento de urgência e emergência.
Informações complementares
Recursos humanos:
As UTIs foram criadas para concentrar 3 componentes:
• pcts mais graves;
• equipamentos sofisticados;
• profissionais altamente qualificados e treinados.

Delimitados pelo dimensionamento de pessoal: COFEN 543/2017


o horas de enfermagem, por paciente, nas 24 horas: 18 horas de enfermagem
o distribuição percentual do total de profissionais de enfermagem: Para cuidado
intensivo: 52% são enfermeiros e os demais técnicos de enfermagem.
o proporção profissional/paciente: cuidado intensivo: 1 profissional de
enfermagem para 1,33.
Admissão de pacientes na UTI

critérios e níveis de prioridade

I-Pacientes instáveis
➢ Ventilação mecânica;
➢ Drogas vasoativas;
➢ Estado funcional prévio comprometa a
possibilidade de cura (paliativo);

II-Pacientes estáveis
➢ Monitorização constante;
➢ Necessidade de intervenção imediata;
Admissão de pacientes na UTI

critérios e níveis de prioridade

III- Pacientes sem indicação ou indicação duvidosa:

➢ Potencial doador de órgãos (morte encefálica)

➢ Conscientes que recusam tratamento;


➢ Coma não traumático;

Estado vegetativo persistente;

Doença terminal, irreversível e com previsão de morte


iminente
Função da equipe de enfermagem:
1) Coordenador:
Planejar e analisar atividades do serviço de enfgem nos seus aspectos:
- técnicos;
- administrativos;
- educativos.

2) supervisor:
Orienta e supervisiona a equipe de enfermagem na assistência direta
aos pacientes.

3) Enfermeiro:
Lidera a equipe sendo o responsável por planejar os cuidados
sistematizados:
• Prevenção de doenças;
• Manutenção da saúde;
• Recuperação da saúde;
4) Téc/Auxiliares de enf:
Presta cuidados aos pactes de acordo com a sistematização de
enfermagem;
Segue normas e rotinas da instituição.

Enfermeiro deve:
• atuar nas emergências;
• no contexto de apoio à vida

Abordagem ampla (estima e integridade)


ARTIGO PARA LEITURA
Referências.
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº. 50.
Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos
de estabelecimentos assistenciais de saúde. Brasília, 21 de Fevereiro de 2002.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.432/MS/GM, de 12 de Agosto de 1998.

Brasil. Ministerio da Saúde. RESOLUÇÃO-RDC Nº 7, DE 24 DE FEVEREIRO DE 2010

Você também pode gostar