Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE ENFERMAGEM
Introdução
Para que as unidades hospitalares funcionem de forma segura e eficaz, é
preciso estabelecer normas e rotinas. Cada unidade funcional hospitalar
tem aspectos específicos, bem como regras para limpeza. Essas normas
devem ser rigorosamente seguidas para que o paciente tenha uma as-
sistência segura e livre de riscos.
A unidade do paciente é o local de acomodação e compreende o
espaço e a mobília — é nesse ambiente que o paciente fica durante o
período de internação. Já as unidades de internação podem ser enten-
didas como os locais onde toda a assistência de saúde e os recursos
necessários aos portadores de alguma comorbidade são oferecidos, ou
seja, toda a estrutura que comporta as unidades do paciente.
Neste capítulo, você vai entender as normas que regem o processo
organizacional dos leitos hospitalares e compreender a sua composição
conforme as características do paciente atendido. Além disso, você vai
aprender a diferenciar os leitos de internação de enfermaria dos leitos de
unidade de terapia intensiva (UTI) e dos setores de urgência e emergência.
Por fim, será abordado o funcionamento da manutenção desses leitos
por intermédio da sua limpeza e da organização do leito em si.
2 Unidade do paciente
Leito de internação
O leito de internação é o local onde o paciente passará um tempo de estadia
(podendo ser em quarto individual ou compartilhado) para passar pelo processo
de recuperação por meio de assistência humanizada e qualificada, muitas vezes
denominado como leito de enfermaria.
De acordo com a RDC nº. 50/2002, esses leitos podem ser clínicos (pa-
cientes de qualquer especialidade clínica), cirúrgicos (pacientes de qualquer
especialidade cirúrgica), obstétricos (gestantes e puérperas em atendimento
assistencial clínico e/ou cirúrgico) e pediátricos (pessoas menores de 15 anos).
Confira um exemplo na Figura 1.
Unidade do paciente 3
Leito de UTI
A UTI é caracterizada por ser uma unidade hospitalar destinada a receber
pacientes graves e/ou com quadro de descompensação orgânica que necessitam
de monitorização contínua e assistência médica e de enfermagem 24h/dia. Por
essa razão, a UTI merece atenção devido à gravidade dos pacientes que recebe
e, por consequência, toda a dinâmica necessária para atendê-los.
Nota-se que há uma série de materiais usados, alguns com alta tecnologia,
multifunções e exclusivamente de unidades hospitalares, outros simples, como
a fita métrica, mas todos de grande importância e impacto na assistência por
serem usados constantemente nos pacientes, na medida em que o exame físico
e/ou a avaliação clínica, de qualquer internado, são diários, constantes e, por
vezes, por horas ininterruptas.
Unidade do paciente 7
A equipe de enfermagem deve conhecer toda a estrutura do leito, pois a sua orga-
nização e a garantia de disponibilizar um ambiente de conforto para o paciente sob
seus cuidados fazem parte de seu trabalho.
que o paciente pode permanecer por um longo tempo em sua unidade, por essa
razão, tais aspectos devem ser considerados (BRASIL, 2003).
Os setores de urgência e emergência têm aspectos diferentes dos leitos de
internação, haja vista que a sua finalidade é atender às diversas situações de
urgência e emergência em saúde. Para a sua melhor compreensão, abordaremos
aqui a Portaria nº. 354, de 10 de março de 2014, que trata das Boas Práticas
para Organização e Funcionamento de Serviços de Urgência e Emergência.
Entre essas especificidades em relação ao ambiente, é imprescindível que ele
tenha área externa coberta para a entrada de ambulâncias, banheiros presentes
na sala de espera e recepção, espaço para arquivo de fichas e prontuários,
espaço para triagem/classificação de risco, espaço para higiene, consultó-
rios, espaço para assistência social, sala de procedimentos (p. ex., sutura,
hidratação e administração de medicamentos), espaço para inalações, espaço
de emergência para reanimação e estabilização, sala de isolamento, espaço
para enfermagem (posto), banheiro completo, depósito para resíduos sólidos,
depósito para material de limpeza, vestiários e banheiros para profissionais,
farmácia e almoxarifado.
As instalações devem ter sistema de energia elétrica de emergência para
os equipamentos de suporte à vida e circuitos de iluminação de urgência, bem
como sistema de abastecimento de gás medicinal, com ponto de oxigênio e ar
medicinal nas salas de nebulização, de observação e de reanimação e estabili-
zação. Além disso, é necessário ter áreas de circulação e portas dimensionadas
para o acesso de macas e cadeiras de rodas.
Em relação aos materiais e equipamentos, devem ser disponibilizados:
estetoscópio adulto e infantil, esfigmomanômetro adulto e infantil, otoscó-
pio adulto e infantil, oftalmoscópio, espelho laríngeo, ventilador manual e
reservatório adulto e infantil, desfibrilador, marcapasso externo, monitor
cardíaco, oxímetro de pulso, eletrocardiógrafo, aparelho de dextro para aferir
glicemia capilar, aspiradores, bombas de infusão para medicação, cilindro de
oxigênio portátil e rede canalizada de gases, leitos ajustáveis para diferentes
posições com grades de proteção nas laterais e rodas nos pés para que possam
ser movidos com facilidade, ventilador e máscara para ventilação adulto e
infantil, foco cirúrgico portátil, painel de luz branca para visualizar exames de
imagem (negatoscópio), máscaras, sondas, drenos, cânulas, pinças e cateteres
para diferentes usos, instrumento para acesso à laringe (laringoscópio) adulto
e infantil, equipamentos para traqueostomia, equipos para infusão endovenosa
macro e microgotas, material para cirurgia pequena, colares de imobilização
cervical nos tamanhos P, M e G, prancha longa de resgate para imobilização,
prancha curta para massagem cardíaca, equipamentos para reanimação car-
10 Unidade do paciente
receber uma receita e orientação para casa ou aguardar para receber medicação
injetável e realizar exames e procedimentos. Também deve haver uma sala
de gesso para a redução de fraturas e outros procedimentos ortopédicos, que
precisa estar localizada próxima à sala de emergência, uma sala de suturas e
outra sala de curativos, na qual serão realizados curativos e suturas. A sala
de curativos deverá ter separação por box ou cortinas e ter disponíveis os
materiais para esse tipo de atendimento. As salas de observação precisam
dispor de macas e/ou poltronas para acomodar os pacientes que necessitam
de medicação por soroterapia.
Além das salas já citadas, deve haver também uma sala de isolamento para
atendimento e isolamento de pacientes suspeitos de doenças infectocontagiosas,
sendo essa sala dotada de banheiro e, de preferência, com visor transparente
para monitoramento. É importante também ter um posto de enfermagem,
preferencialmente centralizado, para que se tenha visão ampliada de toda a
observação, tendo disponível pia e bancada para o preparo das medicações e o
registro em prontuário, além de uma sala para a realização de procedimentos de
sondagem, eletrocardiograma e medicações injetáveis, salas de emergência com
disponibilidade de equipamentos para atendimento de pacientes com quadros
graves e instáveis e estabilização até a sua transferência para a internação. Essa
sala precisa estar localizada de modo a proporcionar fácil acesso na chegada
de pacientes graves trazidos por ambulâncias.
Tipos de limpeza
A limpeza dos ambientes hospitalares é caracterizada pela remoção das suji-
dades de todas as superfícies envolvidas fazendo uso de meios mecânicos e
produtos específicos. É importante haver um fluxograma periódico de limpeza
das áreas. Para o ambiente hospitalar, a limpeza é classificada em concorrente
e terminal.
A limpeza concorrente é realizada diariamente, sendo também repostos,
nesse momento, os materiais de higiene necessários. A limpeza precisa ser
realizada em todo o ambiente e em mobílias, maçanetas, portas e interruptores.
Todos os acessórios de maior contato com as mãos devem ser considerados
durante o processo de limpeza, visando a evitar contaminações e infecções.
A limpeza terminal é realizada após altas, óbitos e transferências ou
depois de um período estabelecido, caso haja internação prolongada. Nesse
tipo de limpeza, ela é realizada de forma mais completa, incluindo todas as
superfícies, como parede, chão e teto, janelas, portas, mobílias, armários e tudo
que se encontra na unidade de internação a ser limpa. Para limpeza terminal,
faz-se necessário o uso de máquinas de limpeza.
Tipos de leitos
A organização para arrumação dos leitos é feita observando as características
do paciente admitido, sendo importante considerar o seu conforto e a sua
segurança. O Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério
da Saúde (BRASIL, 2003), em sua publicação do Projeto de Profissionalização
dos Trabalhadores da Área de Enfermagem, aborda a arrumação dos leitos
hospitalares.
PRAZERES, L. Arrumação do leito hospitalar e tipos de leitos. [2018]. Disponível em: https://
enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/05/25/arrumacao-do-leito-hospitalar-
-e-tipos-de-leitos. Acesso em: 12 ago. 2020.
Leitura recomendada
BRASIL. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá
outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2017]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em: 12 ago. 2020.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.