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FUNDAMENTOS

DE ENFERMAGEM

Admilson Soares de Paula


Unidade do paciente
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„ Diferenciar a composição do leito de internação e do leito de unidade


de terapia intensiva.
„ Reconhecer a estrutura da unidade do paciente para setores de ur-
gência e emergência.
„ Descrever os tipos de limpeza que podem ser realizados nas unidades
do paciente e os tipos de camas que podem ser preparadas.

Introdução
Para que as unidades hospitalares funcionem de forma segura e eficaz, é
preciso estabelecer normas e rotinas. Cada unidade funcional hospitalar
tem aspectos específicos, bem como regras para limpeza. Essas normas
devem ser rigorosamente seguidas para que o paciente tenha uma as-
sistência segura e livre de riscos.
A unidade do paciente é o local de acomodação e compreende o
espaço e a mobília — é nesse ambiente que o paciente fica durante o
período de internação. Já as unidades de internação podem ser enten-
didas como os locais onde toda a assistência de saúde e os recursos
necessários aos portadores de alguma comorbidade são oferecidos, ou
seja, toda a estrutura que comporta as unidades do paciente.
Neste capítulo, você vai entender as normas que regem o processo
organizacional dos leitos hospitalares e compreender a sua composição
conforme as características do paciente atendido. Além disso, você vai
aprender a diferenciar os leitos de internação de enfermaria dos leitos de
unidade de terapia intensiva (UTI) e dos setores de urgência e emergência.
Por fim, será abordado o funcionamento da manutenção desses leitos
por intermédio da sua limpeza e da organização do leito em si.
2 Unidade do paciente

1 Composição do leito de internação e UTI


As instituições de saúde precisam se preocupar com os serviços que oferecem,
sendo assim, o espaço físico e as acomodações para o paciente e sua família
estão sendo cada vez mais considerados. As unidades de internação merecem
atenção por serem caracterizadas pela prestação de cuidados diretos oferecidos
ao paciente por um período maior que 24 horas. As unidades devem permitir
a possibilidade de internação de crianças e adultos, tanto em ambiente indi-
vidual como coletivo, considerando doenças apresentadas, gênero e prestação
de cuidados intensivos. Dessa forma, evidencia-se a necessidade de uma
investigação criteriosa para identificar as características do espaço físico,
especialmente nos seus detalhes construtivos, que promova a melhoria das
condições ambientais que permitem o seu funcionamento adequado e tornem
o ambiente mais seguro e agradável para os pacientes e seus familiares.
O enfermeiro, na condição de membro da equipe de saúde e responsável
pela assistência e gestão da unidade, deve conhecer a legislação e os detalhes
que influenciam a unidade de saúde no que se refere à composição do leito de
internação e UTI. A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº. 50, de 21 de
fevereiro de 2002, dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento,
programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos
assistenciais de saúde. Já a RDC nº. 7, de 24 de fevereiro de 2010, dispõe sobre
os requisitos mínimos para funcionamento de UTIs e dá outras providências.

Leito de internação
O leito de internação é o local onde o paciente passará um tempo de estadia
(podendo ser em quarto individual ou compartilhado) para passar pelo processo
de recuperação por meio de assistência humanizada e qualificada, muitas vezes
denominado como leito de enfermaria.
De acordo com a RDC nº. 50/2002, esses leitos podem ser clínicos (pa-
cientes de qualquer especialidade clínica), cirúrgicos (pacientes de qualquer
especialidade cirúrgica), obstétricos (gestantes e puérperas em atendimento
assistencial clínico e/ou cirúrgico) e pediátricos (pessoas menores de 15 anos).
Confira um exemplo na Figura 1.
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Figura 1. Leito de internação.


Fonte: Hospital e Maternidade SinoBrasileiro (c2019, documento on-line).

Os leitos de internação podem ser classificados em ativos (disponíveis para


uso), bloqueados (indisponíveis para uso por motivos de manutenção, p. ex.,
não sendo possível que o prazo exceda 30 dias), desativados (indisponíveis
por um período maior que 30 dias) e inativos (nunca utilizados devido a não
conclusão da instalação de equipamentos e/ou mobília). Essas informações
devem ser atualizadas diariamente no senso hospitalar.
Cada leito de internação deve estar de acordo com o Sistema de Apoio à
Elaboração de Projetos de Investimentos em Saúde (Somasus):

„ suporte de hamper para colocar roupa suja;


„ lixo com pedal;
„ pia para lavagem das mãos;
„ mesa de refeição;
„ armário;
„ suporte de soro;
„ escada com dois degraus;
„ leito hospitalar;
„ régua de gases medicinais para o uso medicinal em Estabelecimento
Assistencial de Saúde — os gases mais comumente empregados são
oxigênio, ar comprimido e óxido nitroso;
„ mesa de cabeceira;
„ poltrona.
4 Unidade do paciente

Você pode ver um exemplo dessa organização na Figura 2.

Figura 2. Organização física do ambiente de internação do paciente.


Fonte: Brasil (2011, p. 78).
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Leito de UTI
A UTI é caracterizada por ser uma unidade hospitalar destinada a receber
pacientes graves e/ou com quadro de descompensação orgânica que necessitam
de monitorização contínua e assistência médica e de enfermagem 24h/dia. Por
essa razão, a UTI merece atenção devido à gravidade dos pacientes que recebe
e, por consequência, toda a dinâmica necessária para atendê-los.

É muito importante conhecer a legislação referente à UTI. A Portaria nº. 895, de 31 de


março de 2017, institui, por exemplo, o cuidado progressivo ao paciente crítico ou
grave com critérios de elegibilidade para admissão e alta, bem como de classificação
e habilitação de leitos de terapia intensiva adultos e pediátricos, unidade coronariana,
queimados e cuidados intermediários adultos e pediátricos no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS).

No ambiente hospitalar, as UTIs são consideradas as mais seguras devido


à possibilidade de monitorar os pacientes graves com tecnologia avançada à
beira do leito na maioria dos casos (CARNEIRO; DUARTE; MAGRO, 2017).
Uma das principais características que faz da UTI um setor que exige atenção
especial é a necessidade que os pacientes ali internados têm de vigilância
constante de toda a equipe possível, pelo estado instável de seus quadros de
saúde. As chances de mortalidade são maiores, por isso, todo o cuidado e
material ofertado influenciará o prognóstico (MORAIS; ROJAS; VEIGA, 2014).
A RDC nº. 7/2010 determina as condições básicas e necessárias para o
funcionamento de UTI, salvo melhor juízo no que se refere à estruturação
física de um leito de UTI conforme os seus artigos. Os artigos 57 e 58 da
referida RDC serão discutidos em virtude da abordarem a UTI. Eles tratam,
respectivamente, da composição do leito e da unidade como um todo.
O Art. 57 diz que cada leito de UTI deve ter disponível no mínimo os
seguintes conjuntos de materiais (BRASIL, 2010):

„ Leitos ajustáveis para diferentes posições com grades de proteção nas


laterais e rodas nos pés para que possam ser movidos com facilidade. O
leito com maior mobilidade e articulação permite aos profissionais maior
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agilidade quando é necessário atender um paciente grave e posicioná-lo


quando necessário, como, por exemplo, nos casos de queda de pressão
arterial, em que é possível (pode haver contraindicação) realizar a
elevação dos membros inferiores.
„ Reanimador manual autoinflável para ventilação artificial, também
conhecido como dispositivo bolsa-válvula-máscara, com reservatório, o
qual é utilizado para ofertar ventilação com pressão positiva a pacientes
em emergência. Se houver a necessidade de auxílio respiratório, deve-
-se ter um dispositivo por leito, sendo obrigatório ter uma reserva para
cada dois leitos.
„ Estetoscópio, essencial para fazer a ausculta do paciente em situações
rotineiras, como uma medida de pressão arterial ou em situações de
agravo clínico do paciente.
„ Equipamentos para nebulização contínua para proporcionar a oxige-
nação ao paciente por meio de inalação e aplicação de medicamentos
vaporizados e umidificados com a finalidade de melhorar o gás inalado
pelo paciente.
„ Quatro bombas de infusão contínua de medicamentos e mais um de
reserva para cada três leitos. As bombas de infusão são essenciais
para administrar, de forma segura, os medicamentos, uma vez que o
profissional pode programar com grande precisão o gotejamento e o
tempo da infusão do medicamento sem perdas. Com os alarmes e toda
a tecnologia disponíveis atualmente nesses materiais, a chance de um
problema passar despercebido é menor. É importante ressaltar que a
bomba não substitui a atenção e o conhecimento dos profissionais.
„ Fita flexível graduada (fita métrica). As fitas são usadas para mensurar
edemas, entre outras necessidades que os profissionais podem encontrar.
Com a mensuração, evitam-se os dados subjetivos nas anotações.
„ Monitor multiparâmetro mostrando, em tempo real, os sinais vitais do
paciente, como frequência respiratória, saturação de oxigênio, frequ-
ência cardíaca, cardioscopia, temperatura e dados da pressão arterial
não invasiva por intermédio das informações na tela.

Nota-se que há uma série de materiais usados, alguns com alta tecnologia,
multifunções e exclusivamente de unidades hospitalares, outros simples, como
a fita métrica, mas todos de grande importância e impacto na assistência por
serem usados constantemente nos pacientes, na medida em que o exame físico
e/ou a avaliação clínica, de qualquer internado, são diários, constantes e, por
vezes, por horas ininterruptas.
Unidade do paciente 7

O material para punção de líquido cefalorraquidiano (inclusive sistema


fechado) é usado para a coleta de líquor. Ele é muito solicitado e usado por
neurologistas. Já o oftalmoscópio é essencial no exame das estruturas oculares,
ao passo que o otoscópio é fundamental no exame do canal auditivo e dos
tímpanos. Esses dispositivos não auxiliam apenas os médicos especialistas,
mas também a equipe multidisciplinar a detectar alterações nessas estruturas
ou até mesmo a identificar precocemente e controlar o surgimento de pro-
blemas mais graves, como glaucoma, tumores de retina, entre outros. Outro
aparelho muito utilizado é o negatoscópio — painel que emite luz e permite
que a equipe avalie alguns exames, como radiografias e tomografias. Na
maioria das unidades intensivas, a todo momento e quase diariamente, algum
paciente está sempre sendo submetido a um ou mais exames de imagem que
posteriormente serão alocados nos negatoscópios, os quais, com a emissão
de luz, permitem a avaliação precisa das estruturas.
A oxigenioterapia é frequente na UTI e é definida como a administração de
oxigênio em concentração maior que o ar ambiente. Para esse procedimento, é
importante usar máscara facial, que permite fornecer oxigênio suplementar em
baixa, moderada e/ou alta concentração (um para cada dois leitos), respirador
mecânico pulmonar (um equipamento para cada dois leitos e mais um aparelho
de reserva para cada cinco leitos, tendo cada aparelho dois circuitos completos,
de forma a garantir que o equipamento funcione mesmo com possível falha
ou outro contratempo), um equipamento de ventilação não invasiva para cada
dez leitos e um conjunto de interface facial para ventilação não invasiva para
cada cinco leitos. Em se tratando de capnógrafo, que é usado para verificar
a pressão parcial de CO2 durante o ciclo respiratório, a UTI precisa de uma
unidade para cada 10 leitos. Esse dispositivo ajuda a monitorar as variações do
dióxido carbônico expirado pelo tubo (de pacientes em ventilação mecânica) e
se torna relevante na UTI devido ao número de pacientes clinicamente instáveis
e dependentes de ventilação mecânica.
Nos casos de ser necessária a aspiração, ou seja, quando a sucção é realizada
por dispositivo tipo cateter no trato respiratório do paciente devido à secreção
interferir na respiração normal, a resolução indica materiais com sistema aberto
e fechado para aspiração traqueal e aspirador de secreção portátil. Todos os
pacientes que necessitam de ventilação artificial por não terem movimentos
ventilatórios fisiológicos carecem de acompanhamento completo e variado.
Uma das monitorizações realizadas é em relação ao cuff. A resolução é clara
em exigir o cuffômetro, que é um dispositivo para medir a pressão do balonete
da cânula orotraqueal (cuff ). Para os casos de pacientes que necessitarem de
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transporte, seja por transferência ou exames, o ventilômetro de transporte é


usado e deve fazer parte da UTI.

As instituições de saúde devem se preocupar com o conforto do acompanhante e não


somente com a do paciente internado. A poltrona é fundamental para proporcionar
uma acomodação confortável para o descanso, em especial a dos acompanhantes que
necessitam passar períodos no hospital. Leia mais no Art. 16 do Estatuto do Idoso — Lei
nº. 10.741, de 1º de outubro de 2003, disponível no site do Planalto.

A equipe de enfermagem deve conhecer toda a estrutura do leito, pois a sua orga-
nização e a garantia de disponibilizar um ambiente de conforto para o paciente sob
seus cuidados fazem parte de seu trabalho.

2 Estrutura da unidade do paciente para os


setores de urgência e emergência
O espaço físico no qual o paciente é alocado para permanecer durante a
internação é conhecido como unidade. A unidade do paciente tem para sua
permanência, enquanto durar o tratamento, leito com rodas e trava, mesa de
cabeceira, escadinha (permite ao paciente subir e descer do leito) e, em alguns
casos, mesa para as refeições (BRASIL, 2003). Toda unidade do paciente deve
proporcionar segurança, conforto e possibilidade de recuperação mediante
recursos relacionados à equipe de saúde e ao material. O teto, as paredes e o
piso adequado (antiderrapante) — ambiente físico como um todo — devem
transmitir conforto e espaço para que o paciente e os seus acompanhantes
tenham o sentimento de acolhimento e não de que se trata de um ambiente frio
e triste — situação muitas vezes citada pelos pacientes. É importante salientar
Unidade do paciente 9

que o paciente pode permanecer por um longo tempo em sua unidade, por essa
razão, tais aspectos devem ser considerados (BRASIL, 2003).
Os setores de urgência e emergência têm aspectos diferentes dos leitos de
internação, haja vista que a sua finalidade é atender às diversas situações de
urgência e emergência em saúde. Para a sua melhor compreensão, abordaremos
aqui a Portaria nº. 354, de 10 de março de 2014, que trata das Boas Práticas
para Organização e Funcionamento de Serviços de Urgência e Emergência.
Entre essas especificidades em relação ao ambiente, é imprescindível que ele
tenha área externa coberta para a entrada de ambulâncias, banheiros presentes
na sala de espera e recepção, espaço para arquivo de fichas e prontuários,
espaço para triagem/classificação de risco, espaço para higiene, consultó-
rios, espaço para assistência social, sala de procedimentos (p. ex., sutura,
hidratação e administração de medicamentos), espaço para inalações, espaço
de emergência para reanimação e estabilização, sala de isolamento, espaço
para enfermagem (posto), banheiro completo, depósito para resíduos sólidos,
depósito para material de limpeza, vestiários e banheiros para profissionais,
farmácia e almoxarifado.
As instalações devem ter sistema de energia elétrica de emergência para
os equipamentos de suporte à vida e circuitos de iluminação de urgência, bem
como sistema de abastecimento de gás medicinal, com ponto de oxigênio e ar
medicinal nas salas de nebulização, de observação e de reanimação e estabili-
zação. Além disso, é necessário ter áreas de circulação e portas dimensionadas
para o acesso de macas e cadeiras de rodas.
Em relação aos materiais e equipamentos, devem ser disponibilizados:
estetoscópio adulto e infantil, esfigmomanômetro adulto e infantil, otoscó-
pio adulto e infantil, oftalmoscópio, espelho laríngeo, ventilador manual e
reservatório adulto e infantil, desfibrilador, marcapasso externo, monitor
cardíaco, oxímetro de pulso, eletrocardiógrafo, aparelho de dextro para aferir
glicemia capilar, aspiradores, bombas de infusão para medicação, cilindro de
oxigênio portátil e rede canalizada de gases, leitos ajustáveis para diferentes
posições com grades de proteção nas laterais e rodas nos pés para que possam
ser movidos com facilidade, ventilador e máscara para ventilação adulto e
infantil, foco cirúrgico portátil, painel de luz branca para visualizar exames de
imagem (negatoscópio), máscaras, sondas, drenos, cânulas, pinças e cateteres
para diferentes usos, instrumento para acesso à laringe (laringoscópio) adulto
e infantil, equipamentos para traqueostomia, equipos para infusão endovenosa
macro e microgotas, material para cirurgia pequena, colares de imobilização
cervical nos tamanhos P, M e G, prancha longa de resgate para imobilização,
prancha curta para massagem cardíaca, equipamentos para reanimação car-
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diorrespiratória, medicamentos para assistência em urgências e emergências


e poltrona para acompanhante (Figura 3).

Figura 3. Estrutura física de uma unidade de emergência.


Fonte: Brasil (2011, p. 128).

Em relação ao funcionamento, os setores de urgência e emergência devem


dispor de sala de triagem e de consulta de enfermagem destinada à primeira
avaliação do paciente (com entrevista sobre a queixa e verificação de sinais
vitais), a qual pode ser feita por médico ou profissional de enfermagem, e con-
sultórios em que serão realizadas as consultas médicas. Após isso, o paciente
será direcionado pelo método queixa-conduta. A partir daí, o paciente pode
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receber uma receita e orientação para casa ou aguardar para receber medicação
injetável e realizar exames e procedimentos. Também deve haver uma sala
de gesso para a redução de fraturas e outros procedimentos ortopédicos, que
precisa estar localizada próxima à sala de emergência, uma sala de suturas e
outra sala de curativos, na qual serão realizados curativos e suturas. A sala
de curativos deverá ter separação por box ou cortinas e ter disponíveis os
materiais para esse tipo de atendimento. As salas de observação precisam
dispor de macas e/ou poltronas para acomodar os pacientes que necessitam
de medicação por soroterapia.
Além das salas já citadas, deve haver também uma sala de isolamento para
atendimento e isolamento de pacientes suspeitos de doenças infectocontagiosas,
sendo essa sala dotada de banheiro e, de preferência, com visor transparente
para monitoramento. É importante também ter um posto de enfermagem,
preferencialmente centralizado, para que se tenha visão ampliada de toda a
observação, tendo disponível pia e bancada para o preparo das medicações e o
registro em prontuário, além de uma sala para a realização de procedimentos de
sondagem, eletrocardiograma e medicações injetáveis, salas de emergência com
disponibilidade de equipamentos para atendimento de pacientes com quadros
graves e instáveis e estabilização até a sua transferência para a internação. Essa
sala precisa estar localizada de modo a proporcionar fácil acesso na chegada
de pacientes graves trazidos por ambulâncias.

3 Tipos de limpeza nas unidades do paciente


Os equipamentos hospitalares são fortes veículos de propagação de infecção,
haja vista que frequentemente são manuseados por profissionais e pacientes.
Quando ocorre uma infecção relacionada a estes, chamamos de infecções
relacionadas à assistência à saúde, pois se trata de um risco à saúde do paciente.
Para o controle adequado da infecção hospitalar, é necessário ter rigidez
quanto à higienização e realizar a desinfecção de superfícies, proporcionando,
consequentemente, segurança e conforto aos pacientes, aos profissionais e
aos acompanhantes nas unidades hospitalares. Para garantir a qualidade na
assistência, faz-se necessário qualificar a equipe, sendo a enfermagem parte
fundamental desse processo.
12 Unidade do paciente

Tipos de limpeza
A limpeza dos ambientes hospitalares é caracterizada pela remoção das suji-
dades de todas as superfícies envolvidas fazendo uso de meios mecânicos e
produtos específicos. É importante haver um fluxograma periódico de limpeza
das áreas. Para o ambiente hospitalar, a limpeza é classificada em concorrente
e terminal.
A limpeza concorrente é realizada diariamente, sendo também repostos,
nesse momento, os materiais de higiene necessários. A limpeza precisa ser
realizada em todo o ambiente e em mobílias, maçanetas, portas e interruptores.
Todos os acessórios de maior contato com as mãos devem ser considerados
durante o processo de limpeza, visando a evitar contaminações e infecções.
A limpeza terminal é realizada após altas, óbitos e transferências ou
depois de um período estabelecido, caso haja internação prolongada. Nesse
tipo de limpeza, ela é realizada de forma mais completa, incluindo todas as
superfícies, como parede, chão e teto, janelas, portas, mobílias, armários e tudo
que se encontra na unidade de internação a ser limpa. Para limpeza terminal,
faz-se necessário o uso de máquinas de limpeza.

Tipos de leitos
A organização para arrumação dos leitos é feita observando as características
do paciente admitido, sendo importante considerar o seu conforto e a sua
segurança. O Departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério
da Saúde (BRASIL, 2003), em sua publicação do Projeto de Profissionalização
dos Trabalhadores da Área de Enfermagem, aborda a arrumação dos leitos
hospitalares.

Leito fechado — Leito desocupado já higienizado para admissão de um novo


paciente. Na técnica da arrumação do leito, deve-se deixar o lençol de baixo
bem esticado, de preferência por cima do lençol com elástico, colocando lençol
superior, travesseiro e cobertor ou edredom (Figura 4).
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Figura 4. Leito fechado.


Fonte: Prazeres ([2018], documento on-line).

Leito de operado — Leito preparado para receber o paciente em pós-operató-


rio. Esse leito deve ser organizado para facilitar a transferência da maca para
o leito. Na técnica de arrumação do leito de operado, deve-se deixar o lençol
debaixo bem esticado, em seguida colocar um lençol impermeável na altura
do quadril do paciente e outro lençol dobrado por cima desse impermeável.
Por fim, estica-se o lençol de cima juntamente com o cobertor, enrolando-
-o para a lateral do leito, de modo a deixar um lado livre para a entrada do
paciente (Figura 5).

Figura 5. Leito de operado.


Fonte: Prazeres ([2018], documento on-line).
14 Unidade do paciente

Leito ocupado/aberto — A cama do paciente é arrumada de forma que se


entenda que o leito está ocupado. Geralmente após o banho ou quando o
paciente está realizando exames, é realizada a arrumação: faz-se uma dobra
na lateral em forma de envelope para o acesso do paciente (Figura 6).

Figura 6. Leito ocupado.


Fonte: Prazeres ([2018], documento on-line).

A arrumação dos leitos é uma atividade de responsabilidade do profissional


de enfermagem, que deve seguir os critérios relacionados à finalidade de uso
daquele leito. Ressalta-se que deverá ser feita a organização dos leitos de
acordo com protocolos existentes. Para tanto, é importante que esse assunto
seja abordado nas grades curriculares dos cursos de graduação e técnicos,
envolvendo conhecimento técnico e científico para sua execução, de modo a
conservar a integridade e a segurança do paciente e prevenir infecções.
Unidade do paciente 15

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 7, de 24 de fevereiro


de 2010. Dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de
Terapia Intensiva e dá outras providências. Brasília, DF: ANVISA, 2010. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0007_24_02_2010.html.
Acesso em: 12 ago. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº
50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento,
programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assis-
tenciais de saúde. Brasília, DF: ANVISA, 2002. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.
br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/res0050_21_02_2002.html. Acesso em: 12 ago. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 354, de 10 de março de 2014. Publica a proposta
de Projeto de Resolução "Boas Práticas para Organização e Funcionamento de Ser-
viços de Urgência e Emergência". Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. Disponível
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt0354_10_03_2014.html.
Acesso em: 12 ago. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 895, de 31 de março de 2017. Institui o cuidado
progressivo ao paciente crítico ou grave com os critérios de elegibilidade para ad-
missão e alta, de classificação e de habilitação de leitos de Terapia Intensiva Adulto,
Pediátrico, Queimados e Cuidados Intermediários Adulto e Pediátrico no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2017. Disponível
em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt0895_26_04_2017.html.
Acesso em: 12 ago. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Profissionalização de auxiliares de enfermagem: cadernos
do aluno: fundamentos de enfermagem. 2. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde; Rio
de Janeiro: Fiocruz, 2003. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
profae/pae_cad3.pdf. Acesso em: 12 ago. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Departamento de Economia da Saúde
e Desenvolvimento. Programação arquitetônica de unidades funcionais de saúde. Brasília,
DF: SOMASUS. Ministério da Saúde, 2011. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios). v.
1. Atendimento ambulatorial e atendimento imediato.
CARNEIRO, T. A.; DUARTE, T. T. P.; MAGRO, M. C. S. Transporte de paciente crítico: um
desafio do século XXI. Revista de Enfermagem UFPE on line, v. 11, n. 1, p. 70–76, 2017.
HOSPITAL E MATERNIDADE SINOBRASILEIRO. Unidades de internação. c2019. Disponível
em: https://www.rededorsaoluiz.com.br/hospital/sinobrasileiro/servicos/unidades-de-
-internacao. Acesso em: 12 ago. 2020.
MORAIS, E. A. S.; ROJAS, S. S. O.; VEIGA, V. C. Indicadores de saúde no cuidado ao paciente
crítico neurológico. Rev Rene, v. 15, n. 2, p. 189–95, 2014.
16 Unidade do paciente

PRAZERES, L. Arrumação do leito hospitalar e tipos de leitos. [2018]. Disponível em: https://
enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/05/25/arrumacao-do-leito-hospitalar-
-e-tipos-de-leitos. Acesso em: 12 ago. 2020.

Leitura recomendada
BRASIL. Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá
outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2017]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em: 12 ago. 2020.

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