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SUMÁRIO

1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA UTI ................................................ 3

2 RESSUSCITAÇÃO NEONATAL E PEDIÁTRICA ..................................... 12

3 CUIDADOS CRÍTICOS DA CRIANÇA GRAVE ........................................ 21

3.1 Controle da temperatura..................................................................... 30

4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTENSIVA AOS DIVERSOS


DISTÚRBIOS SISTÊMICOS ..................................................................................... 40

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 50
1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA UTI

Fonte: www.saude.ba.gov.br

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são unidades hospitalares que


dispõem de infraestrutura especializada, assistência médica e de enfermagem
ininterruptas, equipamentos específicos, recursos humanos extremamente
qualificados e acesso a tecnologias diagnósticas e terapêuticas sofisticadas, que
possam sustentar decisões e intervenções em situações de urgência e emergência.
No entanto para o funcionamento adequado de uma UTI existe a exigência de
uma estrutura física e organização específica a serem seguidos, os quais a presente
pesquisa abordou. É importante que os profissionais da área da saúde, principalmente
os que atuam em Unidades de Terapia Intensiva conheçam melhor como deve ser a
organização, estrutura e o planejamento físico de uma UTI. O objetivo desta pesquisa
foi avaliar a estrutura física e organização da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital
Santa Casa de Caridade de Bagé comparando com as normas preconizadas pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Foi utilizada a metodologia qualiquantitativa, onde foi realizado um estudo
comparativo através de um estudo de campo para avaliar a estrutura física e a
organização da UTI da Santa Casa de Caridade de Bagé. A pesquisa ocorreu durante
os meses de novembro e dezembro do ano de 2010, através de observação direta e
registro dos dados. A análise dos dados foi realizada através da comparação dos
aspectos observados com os requisitos mínimos exigidos para funcionamento de
Unidades de Terapia Intensiva e com as normas do Regulamento Técnico para o
Funcionamento dos Serviços de Tratamento Intensivo exigidos pela ANVISA.

Fonte: www.2.bp.blogspot.com

A relação à estrutura física da UTI da Santa Casa os aspectos estão


relacionados a localização, número de leitos, área coletiva de tratamento, posto de
enfermagem, área de preparo de medicações, banheiro de pacientes, copa dos
funcionários, vestiário e quarto para conforto médico, existem e de maneira satisfatória
atendendo as exigências mínimas estabelecidas.
Entretanto, alguns aspectos físicos deixam a desejar, pois a unidade não possui
uma sala para utensílios limpos e depósito de equipamentos, um lugar para guardar
roupas sujas, sala administrativa e sala de espera para visitantes, também não possui
área de descanso para funcionários. Por outro lado, observamos a presença da
grande maioria dos equipamentos e acessórios necessários para o funcionamento de
uma UTI, no entanto existe a ausência de alguns acessórios como Holter, Balão
Intraórtico, Balança Antropométrica, Urodensímetro, Maca balança e Kits à beira do
leito com Esfignomanômetro, Estetoscópio, Termômetro e Ambu.
Ao observarmos o carro de emergência constatamos a ausência de alguns
medicamentos e cânulas de traqueostomia. Os carros de emergência devem conter
equipamentos, instrumentos, matérias e medicamentos em quantidade e qualidade
adequada para que possam prestar a assistência adequada nos casos de urgência e
emergência.

Fonte: www.thaqafnafsak.com

Relatamos que a UTI da Santa Casa de Caridade de Bagé apresenta uma boa
estrutura física, embora sua localização não esteja adequada, em relação aos
equipamentos e materiais mostra resultados satisfatórios, apesar da ausência de
alguns equipamentos e acessórios. Para que uma UTI possa cumprir com seu objetivo
que é prestar atendimento a pacientes críticos que exigem cuidados complexos e
especializados é fundamental que possua uma boa estrutura e espaço físico,
acessórios e equipamentos mínimos estabelecidos pelas normas estabelecidas pelos
órgãos regulamentadores e fiscalizadores.
O planejamento e o projeto devem ser baseados em padrões de admissão de
pacientes, fluxo de visitantes e funcionários, necessidade de instalações de apoio.
A organização físico-funcional de internação de paciente em regime de terapia
intensiva deve:
 Proporcionar condições de internar pacientes críticos em ambientes individuais
e/ou coletivos conforme o grau de risco, faixa etária, patologia, riscos de
privacidade;
 Executar e registrar assistência médica e de enfermagem intensiva;
 Prestar apoio diagnóstico-laboratorial, de imagem e terapêutico
ininterruptamente durante 24 horas;
 Manter condições de monitoramento e assistência respiratória contínua;
 Prestar assistência nutricional e distribuir alimentos aos pacientes;
 Manter pacientes com morte encefálica nas condições de permitir a retirada
dos órgãos para transplante, quando consentida.

Fonte: www.image.slidesharecdn.com

Planta Física:
 Localização- deve ser quando possível localizada numa área geográfica
distinta dentro do hospital, com acesso controlado, sem trânsito para outros
departamentos;
 Número de Leitos- os leitos necessários para uma cobertura segura e
adequada dependem do número de doentes, da quantidade de cirurgias,
recursos financeiros da instituição, grau de compromisso com os cuidados
intensivos. Um hospital geral deve destinar 10% da capacidade de leitos para
UTI;
 Forma da unidade- a disposição dos leitos da UTI pode ser em área comum,
quartos fechados ou mista. A área comum proporciona observação contínua
do paciente. Unidades com quartos fechados possibilitam maior privacidade
dos pacientes, redução do nível de ruído e isolamento dos infectados e
imunossuprimidos. A unidade mista combina os dois tipos de disposição;
 Áreas de pacientes- os pacientes devem ficar localizados de modo que a
visualização, direta ou indireta, seja possível durante todo o tempo, permitindo
a monitorização sob circunstâncias de rotina e emergência. O quarto fechado
para adulto deve ter dimensão mínima de 12 m 2 com distância de 1m entre
paredes e leito, exceto cabeceira. O uso de persianas, cortinas, biombos e
portas controlam o contato com a área ao redor;
 Posto de Enfermagem deve ser centralizado, no mínimo 1 para cada 12 leitos,
e situar-se numa área de tamanho suficiente para acomodar todas as funções
da equipe de trabalho, com dimensões mínimas de 8 m 2. Deve haver
iluminação adequada, energia de emergência, balcão, lavabo, um sistema
funcional de estocagem de medicamentos, materiais e soluções e um relógio
de parede;
 Sala de utensílios limpos e sujos- a sala de utensílios é utilizada para
armazenar materiais limpos e esterilizados, podendo também acondicionar
roupas limpas. O expurgo é um local para desinfecção e preparo dos materiais
e deve estar localizado fora da área de circulação da unidade;
 Banheiro dos pacientes;
 Copa dos pacientes;
 Sala de serviços gerais;
 Armazenamento de equipamentos- área para guardar os equipamentos que
não estão em uso contínuo. Deve ter tomadas elétricas para permitir a recarga
dos aparelhos operados a bateria;
 Laboratório- quando o laboratório central não puder atender às necessidades
da UTI, um laboratório satélite deve ser capaz de fornecer os testes
bioquímicos e hematológicos mínimos, incluindo gasometria;
 Sala de reuniões;
 Área de descanso dos funcionários- cada UTI deve conter um local privado,
confortável e com ambiente descontraído. Deve conter sanitários masculinos e
femininos, chuveiros, armários, copa com instalações adequadas;
 Conforto médico;
 Sala de estudos- reservada para a educação continuada da equipe
multidisciplinar, contendo recursos audiovisuais, equipamentos informatizados,
bibliografias médicas e de enfermagem;
Fonte: www.hospitaldosuburbio.com.br

 Recepção da UTI- área destinada a informações e controle de acesso dos


visitantes;
 Sala de espera dos visitantes- área localizada próxima da UTI, destinada aos
familiares dos pacientes enquanto aguardam informações ou são preparados
para a visita na unidade;
 Rota de transporte de pacientes- os corredores devem ter 2,4 m e as portas
com abertura de no mínimo 0,9 m, permitindo fácil acesso. O material
contaminado pode cruzar com material esterilizado ou com pacientes sem
risco, desde que acondicionados em carros fechados;
 Secretaria administrativa.
Projetar uma UTI ou modificar uma unidade existente, exige conhecimento das
normas dos agentes reguladores, experiência dos profissionais de terapia intensiva,
que estão familiarizados com as necessidades específicas da população de pacientes.
O projeto deve ser abordado pôr um grupo multidisciplinar composto de médico,
enfermeiro, arquiteto, administrador hospitalar e engenheiros.
Esse grupo deve avaliar a demanda esperada da UTI baseado na avaliação dos
pontos de fornecimento de seus pacientes, nos critérios de admissão e alta, e na taxa
esperada de ocupação. É necessária análise dos recursos médicos, pessoal de
suporte (enfermagem, fisioterapia, nutricionista, psicólogo e assistente social) e pela
disponibilidade dos serviços de apoio (laboratório, radiologia, farmácia e outros).
Cada UTI deve ser uma área geográfica distinta dentro do hospital, quando
possível, com acesso controlado, sem trânsito para outros departamentos. Sua
localização deve ter acesso direto e ser próxima de elevador, serviço de emergência,
centro cirúrgico, sala recuperação pós-anestésica, unidades intermediárias de terapia
e serviço de laboratório e radiologia.

Fonte: www.amib.org.br

As disposições dos leitos de UTI podem ser em área comum (tipo vigilância),
quartos fechados ou mista. A área comum proporciona observação contínua do
paciente, é indicada a separação dos leitos por divisórias laváveis que proporcionam
uma relativa privacidade dos pacientes.
As unidades com leitos dispostos em quartos fechados, devem ser dotadas de
painéis de vidro para facilitar a observação dos pacientes. Nesta forma de unidade é
necessária uma central de monitorização no posto de enfermagem, com transmissão
de onda eletrocardiográfica e frequência cardíaca.
Unidades com quartos fechados proporcionam maior privacidade aos
pacientes, redução do nível de ruído e possibilidade de isolamento dos pacientes
infectados e imunossuprimidos.
Salas de isolamento são recomendáveis e cada instalação de saúde, deve-se
considerar a necessidade de salas de isolamento com pressão positiva e negativa
nestas salas. Esta necessidade vai depender principalmente da população de
pacientes e dos requisitos do Ministério da Saúde.

Fonte: www.tabascohoy.com

Independente da forma escolhida para a Unidade de Terapia Intensiva, esta


deve obedecer aos seguintes critérios:
Os pacientes devem ficar localizados de modo que a visualização direta ou
indireta, seja possível durante todo o tempo, permitindo a monitorização do estado
dos pacientes, sob as circunstâncias de rotina e de emergência.
Sala de espera de visitantes: área indispensável, deve ser localizada próximo
de cada U.T.I. ou agrupamento de U.T.Is., destinada aos familiares de pacientes,
enquanto aguardam informações ou são preparados para visita na unidade. O acesso
de visitantes deve ser controlado pela recepção.
Rota de transporte de pacientes: os corredores utilizados para transportar os
pacientes devem ser separados dos utilizados pelos visitantes. O transporte dos
pacientes deve ser rápido e a privacidade preservada. Quando necessário o uso de
elevadores, deve ser previsto um tamanho superdimensionado e separado do acesso
público.
Corredores de suprimento e serviço: para suprir cada U.T.I. deve ser planejado
um corredor com 2,4 metros, portas com abertura no mínimo 0,9 metros, permitindo
fácil acesso. A circulação exclusiva para itens sujos e limpos é medida dispensável.
O transporte de material contaminado pode ser através de quaisquer ambientes e
cruzar com material esterilizado ou paciente, sem risco algum, se acondicionado em
carros fechados, com tampa e técnica adequada. O revestimento do piso deve ser
resistente a trabalho pesado e permitir que equipamentos com rodas se movam sem
dificuldades.
Os leitos necessários para fornecer uma cobertura segura e adequada para
pacientes gravemente doentes num hospital, dependem da população do hospital,
quantidade de cirurgias, grau do compromisso de cuidados intensivos pela
administração do hospital, pelos médicos e enfermeiros, e dos recursos institucionais.
Um método empírico frequentemente relatado é que um hospital geral deveria
destinar 10% da capacidade de leitos para UTI.
Uma UTI deve existir com no mínimo cinco leitos, em hospitais com capacidade
para cem ou mais leitos. A instalação com menos de cinco leitos torna-se impraticável
e extremamente onerosa, com rendimento insatisfatório em termos de atendimento.
O ideal considerado do ponto de vista funcional, são oito a doze leitos pôr
unidade. Caso se indique maior número de leitos, esta deve ser dividida em
subunidades. Esta divisão proporciona maior eficiência de atendimento da equipe de
trabalho.
A escolha dos materiais e equipamentos para a unidade está ligada às
características da mesma. Há uma necessidade real em se estabelecer adequação
entre equipamento a ser utilizado e as práticas desenvolvidas na unidade. Os
profissionais que ali atuam devem estar cientes de que o equipamento sempre
assessora o pessoal que atua junto ao paciente, jamais o substituindo. Daí a
necessidade de que tal equipamento seja adequado àqueles que utilizam.
Alguns pontos devem ser ressaltados, orientando a escolha do equipamento:
 Que seja de fácil operacionalidade, eficiente e de utilidade comprovada;
 Que tenha assistência técnica contínua e eficaz;
 Que atinja as finalidades da unidade, oferecendo segurança na
assistência ao paciente;
Um programa deve ser estabelecido para a manutenção preventiva de todo o
equipamento, através de uma inspeção regular, de acordo com as especificações do
fabricante.
Para caracterizar a UTI como área confinada, todo o seu equipamento deve ser
próprio e não ser deslocado para outras unidades do hospital. As finalidades do
equipamento só serão atingidas se estiver em condições de utilização imediata.
De acordo com a Portaria nº 466, do Ministério da Saúde, de 04 de junho de 1998 os
seguintes critérios devem ser seguidos:
Para cada paciente internado na UTI, deve existir uma cama Fawler com
grades laterais e rodízios e/ou um berço aquecido ou incubadora, de acordo com a
modalidade de UTI e faixa etária dos pacientes atendidos.
Toda Unidade de Tratamento Intensivo deve estar provida, no mínimo, dos
materiais e equipamentos, atendendo à quantificação nela prevista.

2 RESSUSCITAÇÃO NEONATAL E PEDIÁTRICA

Fonte: www.ellubrasil.com.br

Em um país com enormes carências educacionais, como é o Brasil e tendo em


vista a dispersão de pessoas em diversas áreas geográficas, é imprescindível suprir
as necessidades de educação em uma sociedade que demanda cada vez mais por
conhecimento.
Na sociedade da informação, caracterizada pelo crescimento exponencial do
conhecimento, o modelo de educação deve preconizar um ensino dinâmico que
considere o aluno como sujeito ativo e capaz de determinar o seu auto aprendizado,
bem como favorecer a experimentação, o pensamento reflexivo, o levantamento e a
solução de hipóteses, com estratégias interativas e participativas.
Nessa perspectiva há necessidade de adoção de estratégias educacionais que
propiciem aprendizagem interativa e que ofereçam condições para o desenvolvimento
das habilidades de pesquisa, aprimoramento, divulgação técnico-científica e
construção do saber.

Fonte: www.1.bp.blogspot.com

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), por sua vez, são


estratégias, que possibilitam inovação ao processo educacional, articulação entre
teoria, prática e pesquisa. Essas tecnologias podem ser aplicadas desde a formação
inicial do aluno até a sua inserção na profissão, bem como no desenvolvimento
profissional contínuo, determinando uma nova prática pedagógica e diferenças
qualitativas nesses processos.
Do ponto de vista do impacto social, a introdução das TIC no ensino, tanto pode
proporcionar maior acesso à informação e interação entre grupos remotos, como
exigir melhor formação profissional para lidar com essas novas ferramentas.
Ainda, a partir da integração de múltiplas tecnologias da informação e
comunicação, os ambientes virtuais de aprendizagem constituem-se como sistemas
computacionais disponíveis na internet destinados ao suporte de atividades
educacionais que agregam várias mídias, linguagens e recursos, possibilitando
organizar informações, estabelecer interações entre pessoas e objetos de
conhecimento, elaborar e socializar produções, tendo em vista atingir determinados
objetivos educacionais.
Ressalta-se que um ambiente virtual de aprendizagem constitui uma ecologia
da informação, isto é, um sistema complexo de pessoas, práticas, valores e
tecnologias, que surge da atividade humana interdependente entre os participantes
dessa conjuntura, os quais à medida que se inter-relacionam, redimensionam a forma
de fomentar o próprio pensamento, ao mesmo tempo em que transformam o
ambiente. O foco na ecologia da informação não é a tecnologia, mas as relações que
envolvem pessoas e ferramentas na sua prática, caracterizadas por uma dinâmica
complexa, pela diversidade de espaços e oportunidades de crescimento, evolução e
experiências.

Fonte: www.4.bp.blogspot.com

Segundo autores, o ensino mediado por tecnologias permite a formação do


aluno fora do contexto da sala de aula convencional com flexibilidade quanto aos
requisitos de espaço e aos momentos de aulas, como ao tempo e ao ritmo de
aprendizagem.
Embora o uso da tecnologia não resolva os problemas de projetos pedagógicos
arcaicos e desconectados com as necessidades dos alunos e do mercado, pode
provocar uma reflexão e reestruturação das instituições e do corpo docente em
relação às suas práticas pedagógicas gerando mudanças nas estratégias e nas
ferramentas de ensino.
Assim, no ensino mediado por tecnologias, não se deve repetir o equívoco
cometido no ensino convencional, ou seja, a utilização das TIC deve estar sustentada
numa concepção de ensino que possibilite a aprendizagem significativa, apoiando o
pensamento reflexivo, dialógico, contextual, complexo, intencional, colaborativo,
construtivo e ativo.

Fonte: www.3.bp.blogspot.com

Essas novas tecnologias aplicadas ao ensino possibilitam maior flexibilidade,


criatividade, dinamicidade, interação e comunicação no processo ensino-
aprendizagem, estimulando a participação ativa do aluno numa perspectiva
construtivista.
A participação em ambientes virtuais de aprendizagem significa mergulhar em
um mundo virtual cuja comunicação se dá essencialmente pela leitura e interpretação
de materiais didáticos textuais e hipertextuais, pela leitura da escrita do pensamento
do outro, pela expressão do próprio pensamento por meio da escrita. Significa, ainda,
conviver com a diversidade e a singularidade, trocar ideias e experiências, realizar
simulações, testar hipóteses, resolver problemas e criar novas situações, engajando-
se na construção coletiva de uma ecologia da informação, na qual valores,
motivações, hábitos e práticas são compartilhados.
Nesse contexto, é importante a realização de estudos que envolvam a
aplicabilidade da informática no ensino de enfermagem, colaborando para o
desenvolvimento de estratégias educacionais que facilitem o aprendizado em uma
perspectiva colaborativa e construtivista.
Na enfermagem, autores demonstram que a utilização de recursos
computacionais como ferramenta efetiva no processo ensino-aprendizagem e a
implementação deste instrumento no ambiente educacional vem se confirmando
apesar das resistências de alunos e docentes. Essas resistências estão relacionadas,
principalmente, à falta de conhecimentos básicos sobre informática, bem como às
constantes transformações tecnológicas, fato que pode tornar-se um transtorno aos
avessos à tecnologia computacional.

Fonte: www.image.slidesharecdn.com

Assim, é necessário que a Enfermagem busque a capacitação tecnológica para


utilizar a informática, objetivando explorar suas potencialidades e reconhecer suas
possibilidades enquanto instrumento de trabalho aplicado no ensino, na aquisição de
conhecimento, na assistência, na pesquisa e no gerenciamento em enfermagem.
Frente ao exposto, buscou-se desenvolver uma proposta educacional sobre a
temática de atendimento da ressuscitação cardiopulmonar em recém-nascido
aplicada em um ambiente virtual de aprendizagem, fundamentada cientificamente e
que será disponibilizada por uma instituição pública de ensino.
Esta temática visa a escassez de material didático sobre o tema e a
necessidade de os enfermeiros estarem capacitados para atuar em uma situação de
emergência e de risco de vida que requer segurança, habilidades e capacidades
específicas acerca do procedimento.
A assistência ao recém-nascido, especialmente em situação de parada
cardiorrespiratória apresenta diversas peculiaridades, que a diferenciam do
atendimento a um adulto, requerendo atuação segura e eficiente em um momento de
risco de vida.

Fonte: www.ibes.med.br

Dessa forma, a capacitação e a formação técnico-científica de enfermeiros


flexível, com recursos multimídia, interação e exercício de simulação, poderão auxiliar
de forma efetiva na redução da morbidade e mortalidade neonatal e na qualidade do
atendimento em situações de emergência ao RN.
Acredita-se que por meio de ambientes virtuais de aprendizagem, é possível
disponibilizar informações que possam agregar valor à prática diária de enfermeiros,
bem como promover atualização profissional.
Em virtude da existência de numerosas possibilidades e potencialidades de
diferentes recursos tecnológicos são importantes o planejamento e a análise de novas
formas de ensino e aprendizagem a partir do estabelecimento dos objetivos
educacionais e das competências e habilidades tanto na esfera cognitiva, psicomotora
quanto atitudinal, adequando o uso do computador aos objetivos propostos.
A morbidade e a mortalidade no período neonatal atingem principalmente os
recém-nascidos prematuros e/ou de baixo peso. Quando um bebê nasce
prematuramente, seu desenvolvimento é interrompido, tornando-o vulnerável e,
muitas vezes, levando-o a ser tratado em uma unidade de terapia intensiva.

Fonte: www.ibes.med.br

As primeiras instalações de berçários para atender a prematuros surgiram em


fins do século XIX. No início do século XX, passaram a atender os demais recém-
nascidos. A finalidade desses berçários era manter a termorregulação dos bebês,
alimentá-los através de técnicas cuidadosas e protegê-los de infecções através do
isolamento.
Ao longo do século XX, os berçários transformaram-se em Unidades de
Internação Neonatal e Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). A Unidade de
Terapia Intensiva constitui-se em ambiente terapêutico apropriado para tratamento de
pacientes de alto risco, uma coleção de equipamentos, uma equipe multidisciplinar
sob liderança competente.
Segue protocolos específicos embasados em um corpo de conhecimentos
científicos relevantes. Essas unidades são consideradas de alta complexidade
assistencial, pela gravidade das condições de vitalidade dos recém-nascidos e pelo
uso da tecnologia de ponta.
Com o passar dos anos, as técnicas para diagnóstico e terapêutica tornaram-
se mais precisas, a equipe ampliada tornou-se multiprofissional e os equipamentos,
tecnicamente sofisticados, se diversificaram. Tecnologias complexas são capazes de
ressuscitação, termorregulação, nutrição parenteral, suporte para a insuficiência
respiratória, cirurgias para correção de anomalias congênitas, garantindo maior
sobrevida aos recém-nascidos de alto risco.
As Unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTINs) constituem importante
campo de trabalho para a enfermagem. Exigem conhecimento técnico e científico
avançado, equipe altamente especializada e, por isso, têm sido foco de preocupação
da categoria. Encontramos na literatura de enfermagem publicações sobre
padronização de técnicas, rotinas e uso de equipamentos. Entretanto, não temos uma
dimensão quantitativa das Unidades de Terapia Intensiva Neonatais no Brasil e da
sua distribuição por Estados da Federação.
Conhecer os dados quantitativos sobre as unidades de internação para esses
recém-nascidos que pertencem a um grupo de risco e em cuja área a enfermagem
atua intensamente é um primeiro passo para o enfermeiro atuar com competência,
portanto, a justificativa para esta investigação. Pretendemos levantar o número de
Unidades de Terapia Intensiva Neonatais do Brasil e sua localização nas Unidades da
Federação (UF).
A implantação e o desenvolvimento do sistema de classificação de pacientes
(SCP) para a área neonatal pode favorecer o estabelecimento do vínculo afetivo entre
o trinômio mãe-pai-filho, incentivar o aleitamento natural flexível, de acordo com as
necessidades dos RNs, possibilitar a redução da incidência de infecção hospitalar,
permitir que a mãe receba orientação adequada e desenvolva capacidades para
cuidar de seu filho, considerando suas limitações e as do recém-nascido.
Fonte: www.img.medicalexpo.com

Na grande maioria dos berçários das instituições hospitalares brasileiras a


avaliação, a classificação dos pacientes e a definição da área a ser encaminhado o
RN é realizada pelo pediatra ou neonatologista no Centro Obstétrico com base no
peso do nascimento, na Idade Gestacional, no valor da avaliação do Capurro
Somático e em normas e condutas que definem patologias ou quadros clínicos de
cada nascituro.
Do mesmo modo, o dimensionamento do pessoal de enfermagem que presta
cuidados aos neonatos não é baseado num sistema de classificação de pacientes,
mas em critérios administrativos peculiares a cada instituição.
Dentro do trabalho coletivo de assistência em unidade neonatal, a equipe de
enfermagem tem se responsabilizado pelo cuidado direto e contínuo do recém-
nascido e pela orientação dos pais sobre os cuidados com a criança, assim como tem
assumido a gerência da unidade de internação e controle do ambiente.
A assistência está organizada de diferentes formas: em alguns serviços cada
médico determina os procedimentos a serem executados do nascimento à alta
hospitalar do neonato e em outros há uma padronização de condutas e normas
escritas. Esta normatização de procedimentos e ações, em geral, é determinada por
um fator de risco biológico materno ou neonatal próprio da rotina do serviço hospitalar.
3 CUIDADOS CRÍTICOS DA CRIANÇA GRAVE

Os avanços tecnológicos que ocorreram na neonatologia, nas últimas décadas,


trouxeram grandes mudanças na assistência ao recém-nascido, incluindo os de alto
risco. Esse acontecimento tem promovido aumento da sobrevida daqueles que
nascem prematuros e/ou com baixo peso. Entretanto, a redução da mortalidade
neonatal, advinda do avanço tecnológico, acentua a morbidade nessa população
específica, em decorrência do elevado tempo de internação que se faz necessário
para garantia de sobrevida dessas crianças. Embora tenha ocorrido redução na
mortalidade infantil, considera-se que os recém-nascidos prematuros apresentam
risco cinco vezes maior de morrer, durante o primeiro ano de vida, do que crianças
nascidas a termo.
Assim sendo, a prematuridade exerce relevante influência nos óbitos infantis e,
por isso, o cuidado à saúde do recém-nascido, especialmente o prematuro, precisa
ser repensado nos serviços de saúde, fazendo-se necessárias intervenções efetivas
que visem à redução dessa mortalidade específica.
Nesse sentido, crianças que apresentam condições de risco, em razão de
prematuridade ou outras condições clínicas como o baixo peso ao nascer, necessitam
de acompanhamento especializado, pelo menos nos primeiros anos de vida. Parte-se
do princípio de que uma assistência neonatal adequada não deve se restringir à
garantia da sobrevida do prematuro até a alta e, por isso, o seguimento e o suporte
adequado às crianças egressas das unidades neonatais e suas famílias apresentam-
se ainda como grandes desafios.
Fonte: www.oswaldocruz.com

Cabe aos serviços de saúde assegurar a continuidade do cuidado na atenção


à saúde da criança. Essa continuidade refere-se à oferta de cuidados ao paciente no
decorrer de sua vida, com valorização não só do biológico, mas com implicação na
responsabilidade pela prevenção e o modo como se leva a vida.
Ressalta-se a importância da continuidade do cuidado para o desenvolvimento
dos recém-nascidos. Estudos mostram que as crianças não frequentadoras dos
serviços de seguimento apresentam resultados menos favoráveis do que aquelas que
mantêm o acompanhamento. Essas crianças têm apresentado taxas mais altas de
deficiências e menor acesso aos serviços necessários, como os que favorecem o
diagnóstico precoce.
O papel do enfermeiro no ambulatório de seguimento vai além de supervisionar,
coordenar, encaminhar e prescrever. É importante que sejam discutidas as
possibilidades de atuação desse profissional e contribuições no contexto de um
trabalho colaborativo para a oferta de uma assistência integral e qualificada às
crianças egressas da Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, o que favorecerá a
continuidade do cuidado.
O enfermeiro tem buscado ao longo dos anos o embasamento cientifico para
que suas ações e intervenções estejam estruturadas e organizadas e contribuam para
a sistematização de sua prática. O caráter científico da enfermagem é reforçado pela
Resolução 358/2009 do Conselho Federal de Enfermagem, que dispõe sobre a
Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de
Enfermagem em ambientes públicos ou privados onde ocorre o cuidado profissional
de enfermagem. Nesse sentido, é incumbência do enfermeiro a liderança na execução
e avaliação do Processo de Enfermagem, sendo privativo a este o diagnóstico e a
prescrição das ações ou intervenções de enfermagem.

Fonte: www.interfisio.com.br

Contudo, a Sistematização da Assistência de Enfermagem, via Processo de


Enfermagem, oferece subsídios para a organização dos serviços de saúde,
planejamento de ações e estabelecimento de prioridades. Isso repercute em melhoria
da qualidade da atenção à saúde da população.
Os registros formais da assistência, desenvolvidos de maneira sistematizada e
otimizada, demonstram e garantem a continuidade do cuidado de forma segura,
integrada e qualificada.
O Processo de Enfermagem apresenta-se como um instrumento metodológico
que permite a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a organização do
serviço, e se dispõe em cinco itens: coleta de dados ou histórico de enfermagem,
estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e planejamento das ações,
implementação das intervenções de enfermagem e avaliação dos resultados de
enfermagem.
Fonte: www.conteudo.imguol.com.br

Considerando que os cuidados após a alta hospitalar são determinantes no


processo de manutenção da saúde da criança nascida em condições de risco, emerge
a necessidade de um modo de assistir que objetive o cuidado de maneira integral no
domicilio e no acompanhamento ambulatorial. Assim sendo, entende-se que a
assistência de enfermagem, via Processo de Enfermagem, pode favorecer a
continuidade do cuidado a ser dispensado a essas crianças e a suas famílias.
A limitação terapêutica das crianças portadoras de malformações cerebrais é
uma interseção entre pelo menos três grandes tópicos da Bioética: os cuidados
paliativos, a neura ética e a heteronomia da infância. Dessa forma, foi preciso
sintetizar os principais tópicos de discussão para a proposta geral e específica para
esse grupo de pacientes pediátricos. Os princípios éticos dos cuidados paliativos
surgem concomitantemente ao extraordinário desenvolvimento tecnológico na área
biomédica.
Os cuidados paliativos chegam à conclusão ética que, para doenças muito
graves, o melhor tratamento passa a ser o de não utilizar tratamentos invasivos e ater-
se aos cuidados de alívio dos sintomas.
Em um contexto mundial, os países que contam com um sistema público de
saúde bem consolidado são os que mais investem nos cuidados paliativos.
Fonte: www.alemdafebre.files.wordpress.com

Em um panorama mundial, os países menos desenvolvidos vivenciam um


duplo conflito bioética: por um lado, a grande maioria dos habitantes não consegue
acesso adequado aos serviços de saúde; por outro, os que têm acesso ao hospital
veem os cuidados de fim de vida serem caracterizados por obstinação terapêutica e
aplicação inadequada de cuidados intensivos. Nesse contexto, a situação do Brasil é
intermediária: estão surgindo aos documentos com valor legal para colocar freio à
obstinação terapêutica e já há alguns serviços estruturados de cuidados paliativos,
mas, no geral, os pacientes graves morrem em um contexto clínico de obstinação
terapêutica.
Quando se trata da faixa etária pediátrica, a criança vivencia uma situação de
heteronomia que não adquire o mesmo valor ético para o adulto, uma vez que a
condição heterônoma da criança é essencialmente uma situação de tutela e proteção,
tanto dos riscos externos como de sua própria imaturidade.
As crianças portadoras de malformações cerebrais, em geral, apresentam curta
expectativa de vida, na qual a deterioração de saúde não é continuada, mas ocorre
após cada intercorrência clínica. Ou seja, se nos cuidados paliativos do câncer já
existem indicativos de irreversibilidade clínica, para as crianças com malformações
cerebrais esses dados ainda não estão consolidados.
De todo modo, cabe à equipe médica reconhecer a situação de terminal idade
de vida e com isso propor a limitação terapêutica. É uma decisão tomada em um
processo dialógico, o qual exige algum tempo e mais de uma reunião entre a equipe
médica e os pais ou responsáveis pela criança. A primeira decisão a ser tomada é a
ordem de não-reanimação cardiorrespiratória, a qual representa mais um marco ético
e simbólico do que uma limitação de esforços. De modo quase concomitante, essa
decisão se associa, administrativamente, à não-indicação de internação em unidade
de terapia intensiva, pois, são locais de tratamentos intensivos, e esses pacientes
necessitam de cuidados paliativos.

Fonte: www.ipvisao.com.br

Os tratamentos passíveis de restrição são essencialmente suporte respiratório


avançado, cirurgias de grande porte e a questão neura ética inclui no debate se
suporte nutricional por sonda é passível ou não de limitação. As unidades de saúde
que atendem a crianças portadoras de malformações cerebrais devem, portanto, se
organizar no sentido de promover ambiente para que a limitação terapêutica seja
consolidada como prática rotineira de cuidados de fim de vida.
Os cuidados de final de vida de crianças portadoras de malformações cerebrais
se posicionam em uma perspectiva concernente à interseção dos tópicos de
Neuroética, Ética dos Cuidados Paliativos e Ética dos cuidados pediátricos.
Normalmente, a criança doente deve receber toda a atenção e toda a tecnologia
médica disponível, tendo em vista encontrar-se na fase inicial do ciclo vital. Contudo,
algumas crianças apresentam-se como sofredoras de doenças incuráveis que não as
permitirão viver por muito tempo. Ao mesmo tempo em que apresentam crescimento
corporal e o desenvolvimento progressivo de habilidades, essas crianças perpassam
por um processo crônico de danos à saúde que culminarão com sua morte antes da
chegada à vida adulta. Para tais crianças, o uso intensivo da tecnologia médica pode
significar não uma esperança de cura, mas um transtorno, um sofrimento a mais em
suas vidas.

Fonte: www.2.bp.blogspot.com

O avanço da tecnologia biomédica se deu baseado em intervenções invasivas


sobre o corpo, usualmente no ambiente tecnocêntrico do hospital. Agulhas, injeções,
cateteres, intubação orotraqueal, cirurgias, terapias de substituição de órgãos (ex:
diálise) são correntes na prática médica. Embora todo esse avanço tenha permitido
suplantar um sem-número de intercorrências e doenças, tais práticas são dolorosas,
desconfortáveis e exigem todo um rearranjo da vida social; em outras palavras, trazem
dor e sofrimento.
É um sofrimento por algum período, mas que traz a expectativa ou a chance de
alívio em futuro próximo: a tecnologia faz sofrer aqui e agora, com vistas a um alcance
futuro.
Mas quando não há a perspectiva de um futuro, em um contexto de
terminalidade da vida, as tecnologias de ponta, com esse aspecto de sofrimento e
invasão, tornam-se obstinação terapêutica, ou seja, mesmo que a tecnologia exista e
esteja disponível, há um limite ético em não indicar para alguns pacientes
determinados procedimentos biomédicos, pois, nesses casos, ao invés de tais
procedimentos significarem uma expectativa, um alento vindouro, significam apenas
uma somatória de dores e sofrimentos que são infligidos a pacientes já em fase
terminal.

Fonte: www.conteudo.imguol.com.br

As malformações congênitas se expressam em um espectro que vão desde


quadros mais leves e sem repercussões à saúde até quadros mais graves que
permitem reconhecer um contexto de terminalidade da vida já ao nascimento. Ora, se
o ciclo vital consiste em nascimento, crescimento e desenvolvimento, por fim a
decrepitude e a morte, então crianças portadoras de malformações graves encontram-
se em um contexto de terminalidade da vida. É uma situação muito peculiar, pois ao
mesmo tempo em que a criança cresce e se desenvolve, as consequências das
malformações se manifestam, atrasando o desenvolvimento da criança e culminando
com sua morte.
Os recém-nascidos portadores de malformações cerebrais encontram-se em
uma condição ainda mais complexa. Afinal, a partir do momento em que a vida
humana seja indissociável da vida do encéfalo, a presença de uma malformação
cerebral grave deixa o pequeno paciente em um estado intermediário entre vida e
morte, os estados intermediários são condições em que a vida e a morte cerebral de
aproximam, como exemplificado no coma profundo e no estado vegetativo persistente.
Assim, uma criança portadora de malformações cerebrais graves não apenas se
encontra em um contexto de terminalidade de vida como também se encontra em um
contexto limítrofe entre vida e morte.

Fonte: www.bebemamae.kkmqzsodnuzbvo.netdna-cdn.com

Os cuidados pediátricos são caracterizados pela heteronomia da criança, a qual


é representada por um adulto responsável; geralmente os pais. A definição de
“cidadão capaz‟ é um constructo social sobre uma base biológica, ou melhor, sobre o
fato biológico do amadurecimento do cérebro (que se dá ao redor dos 14 anos de
idade), a sociedade cria seus critérios para definir o cidadão plenamente capaz, o que,
no atual momento, ocorre aos 18 anos de idade.
Pode-se dizer que o cidadão capaz é aquele que, frente à sociedade, apresenta
um conjunto de atitudes autônomas, ou seja, aquele que, de uma forma ou de outra,
consegue se impor perante a sociedade, dentro das regras socialmente estabelecidas.
Assim, pessoas com lesões estruturais cerebrais podem não ser capazes de
decisões autônomas, e com frequência, a sociedade dispõe de mecanismos de tutela
desses indivíduos.
O tratamento de pacientes terminais requer a aplicação de cuidados que têm
por paradigma o paciente sem possibilidade de cura.
A dignidade da vida humana que se esvai deve ser respeitada, assim, a tomada
de decisão por tratamentos adequados para a manutenção da vida e mitigação do
desconforto sem que haja aumento da dor e do sofrimento é uma questão ética
relevante no atendimento de crianças com malformações cerebrais graves.
Em cada situação, para cada paciente, podem ocorrer circunstâncias nas quais
fica claro o que é obstinação terapêutica e o que é negligência. Mas também, sempre
haverá zonas de fronteira, com limites imprecisos, nos quais não fica claro sobre qual
o melhor caminho tomar. É preciso haver mecanismos éticos que diferenciem o não-
início de um tratamento com base na obstinação terapêutica de uma atitude de franca
negligência profissional.
Comparativamente à faixa etária do idoso, as situações de terminalidade da
vida no período pediátrico são menos discutidas por serem menos frequentes na
prática clínica pediátrica em geral. Em face da difícil conjuntura que se apresenta para
a tomada de decisão médica por recursos terapêuticos para manutenção da sobrevida
de crianças com malformações cerebrais, busca-se conhecer, especificamente, quais
métodos são por demais invasivos contribuindo para o aumentando do quadro de
sofrimento e dor, e quais cuidados são considerados indispensáveis e que não podem
deixar de ser oferecidos.

3.1 Controle da temperatura

Fonte: www.ae01.alicdn.com
Instrumentos empregados na verificação da temperatura corporal.

 Termômetro de mercúrio:
É o mais familiar para os pacientes; consiste de um tubo de vidro com um
filamento de mercúrio do bulbo até a extremidade distal, que, com o calor,
expande o volume, dando a temperatura na escala de graus Celsius de 35° a
41°C; a coluna de mercúrio não deverá flutuar ou diminuir a menos que seja
vigorosamente abaixada; a leitura se faz ao nível dos olhos, o bulbo não
deverá ser tocado; há três tipos: oral, axilar e retal; a forma do termômetro tem
o efeito de uma lente de aumento, sendo que o tubo onde está o número tem,
aproximadamente, 0,001 até 0,002 polegadas de diâmetro. O mercúrio é
metal líquido, de coloração prateada e dentro do termômetro não é absorvível,
não ocasionando danos ao paciente; o vidro é um bom dissipador de calor.
Quanto maior a superfície do vidro que circunda o mercúrio, tanto mais rápidos
serão o aquecimento e a elevação do mercúrio.

Fonte: www.ae01.alicdn.com

 Termômetro eletrônico:
Consiste de um dispositivo com bateria e leitura eletrônica (digital), com um sensor
de temperatura coberto por outro dispositivo plástico que, em se trocando a cada
paciente, previne infecção cruzada. Dispositivos intercambiáveis servem para
temperatura oral e retal; com apenas poucos segundos de inserção a temperatura
podem ser lidos; um termômetro eletrônico não é necessariamente mais acurado
que um termômetro de mercúrio porque os fatores que interferem na medida deste
último afetam, da mesma forma, a medida do termômetro eletrônico.
Este pode, inclusive, ser menos acurado pelo menor tempo de inserção.
 Termômetro descartável:
São finas tiras de plásticos com papéis impregnados quimicamente. Servem para
temperatura oral e de superfície, são usados da mesma forma que o termômetro
de mercúrio. A mudança de cor denota o valor da temperatura a ser lida. São
necessários 45 segundos.

Fonte: www.microlifebrasil.com.br

A verificação da temperatura pode não ser rotina. As circunstâncias em que


deve ser medida dependem de um plano individualizado para cada paciente, conforme
a avaliação da necessidade e da frequência, determinadas pelo enfermeiro. O
planejamento global do cuidado antecede a assistência propriamente dita e inclui os
seguintes itens:
 Conhecer a história médica, o histórico de enfermagem e o esquema
terapêutico dos pacientes;
 Conhecer as variações habituais da temperatura dos pacientes durante a
internação, estabelecendo critérios de normalidade individual;
 Saber controlar os fatores que podem interferir e influenciar na temperatura dos
pacientes conforme os mecanismos de ganho e perda de calor;
 Verificar se os instrumentos para medida estão funcionando e são adequados;
 Estabelecer rotinas de enfermagem relacionadas a temperatura condizentes
com a especialidade da unidade e com o diagnóstico do paciente;
Fonte: www.rdzona.com

 Determinar claramente para a equipe de enfermagem quais as alterações


significativas de temperatura dos pacientes que devem ser imediatamente
comunicados para a enfermeira;
 Prescrever objetivamente os cuidados de enfermagem necessários às
alterações da temperatura corporal dos pacientes;
 Determinar, juntamente com a equipe médica, os limites da temperatura
corporal dos pacientes indicativos da necessidade de medicação.
 Estabelecer programas de avaliação de desempenho dos funcionários no que
se refere a mensuração de temperatura, para identificar necessidades de
reciclagem.
 Circunstâncias em que a temperatura corporal deve ser medida:
 Na admissão e alta hospitalar;
 Nos procedimentos invasivos (sondagem vesical, cateteres intravenosos, etc.)
 Nos procedimentos diagnósticos (biópsias, cateterismos cardíacos,
endoscopias, etc.)
 Antes e depois de administrar soluções intravenosas como sangue, plasma,
soros, etc.; quando o paciente relata uma sintomatologia inespecífica;
Fonte: www.maiscommenos.net

 Quando existe alguma alteração significativa da sintomatologia referida


pelo paciente que possa ser esclarecida pela medida da temperatura
(ex.: aparecimento de dor, secreções, queimação, etc.);
 Nos casos de abcessos, drenagens, distúrbios hidroeletrolíticos,
nutrição parenteral prolongada, sinais de infecção e inflamação e nas
alterações importantes dos demais sinais vitais;
 Antes e depois de cirurgias.
Determinar o local mais apropriado para a medida; reunir o material necessário;
mãos e termômetro limpos; posicionamento correto do bulbo do termômetro; atenção
às substâncias desinfetantes irritantes de pele e mucosa; atenção às indicações e
limitações da T. oral, T. axilar e T. retal.
Na fase fria onde se observa: sensação de frio, piloereção, arrepios, fortes
contrações musculares, palidez, taquicardia, hipertensão e taquipnéia, os cuidados
indicados são:
 Controle frequente de sinais vitais;
 Manter ainda o paciente aquecido;
 Colher hemocultura, caso necessário;
 Reduzir atividades físicas mantendo o paciente em repouso
 Observar as variações e o padrão febris.
Na fase fria, o termostato hipotalâmico começa a fazer o ajuste térmico para
elevar a temperatura, mas esta, no sangue, ainda é a habitual para o indivíduo e,
então, ocorre a vasoconstrição para evitar perda de calor. Para o termostato
hipotalâmico conseguir elevar a temperatura, ele estimula as contrações musculares
e os arrepios para gerarem calor. Quando a temperatura corporal se iguala ao ajuste
hipotalâmico (aproximadamente 38°— T. axilar), o indivíduo não experimenta mais
arrepios. A presença de calafrios guarda relação com a intensidade da febre e
principalmente com a rapidez da elevação térmica, variando de arrepios a tremores
intensos.

Fonte: www.draraquelfaria.com.br

Na fase quente, caracterizada por rubor, calor, irritabilidade do sistema nervoso


central, anorexia, náuseas, vômitos, desidratação de pele e mucosas, hipertensão
arterial, desorientação e confusão mental em adultos e convulsões nas crianças, os
cuidados devem incluir:
 Arejar o ambiente e mantê-lo menos iluminado;
 Reduzir roupas do paciente e da cama;
 Dar banho morno ou fazer compressas frias, na região dos grandes vasos;
 Dar antitérmico, conforme indicação;
 Oferecer líquidos observando aceitação;
 Umedecer lábios;
 Manter vigilância quanto ao nível de consciência;
 Continuar mantendo o paciente em repouso
 Controlar a medida da temperatura corporal.
Nesta fase a temperatura corporal está se elevando e o termostato hipotalâmico
está se ajustando. Ao estabilizar o ajuste hipotalâmico, começa a vasodilatação
periférica para a perda de calor, onde o afluxo de sangue para a pele pode chegar a
30% do débito cardíaco total.

Fonte: www.wikihow.com

A internação, que ocorre a urna temperatura de 41 — 42°C, ocasiona


hemorragias e degeneração celular, principalmente em órgãos vitais, havendo perigo
de morte.
Na fase úmida, onde o paciente apresenta transpiração profusa, vasodilatação,
possível desidratação e abaixamento da temperatura, os cuidados de enfermagem
indicados são:
 Manter a roupa de cama limpa e seca;
 Promover higiene oral e corporal;
 Oferecer líquidos, 2 a 3 litros/dia, caso não haja contraindicações;
 Examinar sinais de desidratação;
 Medir volume urinário
 Pesar.
Nesta fase a vasodilatação cutânea já se completou, possibilitando a irradiação,
a condução e a evaporação. A sudorese contribui com a metade da perda da
evaporação. Para cada 1 litro de água que se evapora são necessárias 580 calorias
que são retiradas do organismo, com o consequente resfriamento do mesmo.
A evaporação da sudorese é a única forma que o indivíduo tem de perder calor
quando está com temperatura elevada.

Fonte: www.biomigmmh.com.br

O suor produzido adere-se à pele com grande desconforto térmico, o paciente


sente sede e muito cansaço.
A verificação e o controle da temperatura corporal devem ser estabelecidos
conforme critérios de julgamento do enfermeiro a partir das necessidades de cuidado
do paciente.
A febre ou pirexia é uma entidade nosológica bem definida que apresenta
características sequenciais (fase fria, fase quente e fase úmida), relacionadas com o
mecanismo de regulação da temperatura corporal. Este mecanismo deve ser
compreendido pelo enfermeiro para que ele saiba interpretar as reações do organismo
e indicar a assistência de enfermagem adequada.
Os medicamentos termolábeis ou (de forma mais simples) sensíveis a
temperatura, além de requererem muito cuidado com a manipulação, tem como item
imprescindível o armazenado em temperatura adequada. Para que isto seja possível,
devemos sempre contar com soluções inteligentes de controle de temperatura e de
funcionamento dos equipamentos.
Em uma boa parte do Brasil as altas temperaturas típicas das estações mais
quentes como primavera e verão dominam, sem contar com uma outra boa parte do
país que vive em altas temperaturas o ano inteiro. O fato é que o calor é algo comum
para todos os brasileiros, no entanto, nas regiões onde as estações são mais
definidas, quando entram a primavera e o verão, as temperaturas ficam mais quentes
e se faz necessário um cuidado especial no que se refere ao armazenamento e
manutenção da temperatura das geladeiras, freezers e demais equipamentos onde
são colocados os medicamentos.
O fato de contar com sensores que controlem as condições de preservação de
medicamentos torna-se um diferencial para as empresas, já que podem ser vistas
como mais confiáveis e sérias. Outra questão relacionada aos sistemas de controle
de temperatura é que a sua utilização dispensa os registros manuais e o uso de
inúmeros papéis. Além de ser uma solução mais prática, o uso de sensores é uma
medida ecologicamente correta e permite que os funcionários possam focar os seus
esforços em tarefas mais estratégicas à organização, uma vez que não necessitam
ficar dependentes dos controles manuais de temperatura.
Temperatura de 38 graus centígrados ou mais no termômetro, indica febre.
Principal causa: infecção.
Às vezes a causa permanece obscura. Uma visão geral das causas,
diagnóstico e tratamento.
A febre em bebe tem muitas causas. Como um sintoma típico de infecção,
muitas vezes sinaliza que o fator de inflamação, é apenas reforçada com um patógeno
ou engajada no sistema imunológico.
Fonte: www.keynerluiz.com

Alguns destes chamados epirogênico, produzem febre.


Importantes respostas imunes correr mais rápido em temperaturas mais altas.
A este respeito, febre é perigoso em caso de necessidade é uma reação sensível do
corpo.
No entanto, os médicos sabem situações onde é melhor reduzir a febre, como
quando muito uso de altas temperaturas para a pessoa em causa, ou se uma criança
propensa a convulsões febris.
Células fagocitárias do sistema imunológico produzem citocinas (pirogênio
endógeno) que, liberadas na corrente sanguínea, estimulam a síntese de PGs, que
agem como mediadores químicos (hormonais) em núcleos da APO do hipotálamo
causando a febre.
Temperaturas muito elevadas podem causar desidratação, convulsões e
lesões no SNC, além de depleção de reservas de substratos energéticos. Com o
tempo, mecanismos compensatórios tendem a restaurar a temperatura típica.
4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTENSIVA AOS DIVERSOS DISTÚRBIOS
SISTÊMICOS

Fonte: www.enfermeiroaprendiz.com.br

Seu ápice é formado pela extremidade do ventrículo esquerdo (VE), está


direcionado para frente, para baixo e para a esquerda, sua base é formada pelos
átrios, principalmente pelo átrio esquerdo (AE). Em cada ciclo cardíaco, os átrios e
ventrículos se contraem e relaxam alternadamente, forçando o sangue das áreas de
maior pressão para as áreas de menor pressão. Embora o coração tenha fibras
autorrítmicas que lhe permitem batimentos independentes, seu funcionamento é
governado por eventos que ocorrem por todo o corpo.
Trata-se de uma pesquisa metodológica, cujo objetivo foi reestruturar a
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em uma Unidade de Terapia
Intensiva (UTI). Realizaram-se neste estudo as seguintes etapas: descrição da prática
de enfermagem; transcrição dos diagnósticos; construção do protocolo de
diagnósticos baseado na classificação internacional para a prática de enfermagem
(CIPE); determinação das prescrições e construção de normas, rotinas e
procedimentos. Caracterizou-se a prática da enfermagem em UTI e a complexidade
do cuidado ao paciente crítico. Assim, compreende-se a SAE como um instrumento
valioso de valorização da prática da Enfermagem.
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) configura-se como
uma metodologia para organizar e sistematizar o cuidado, com base nos princípios do
método científico. Tem como objetivos identificar as situações de saúde-doença e as
necessidades de cuidados de enfermagem, bem como subsidiar as intervenções de
promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e
comunidade.

Fonte: www.2.bp.blogspot.com

Esta metodologia é um instrumento privativo do processo de trabalho do


enfermeiro, a qual possibilita o desenvolvimento de ações que modificam o estado do
processo de vida e de saúde-doença dos indivíduos. Portanto, a SAE permite que se
alcance resultados pelos quais o enfermeiro é responsável.
A implementação da SAE proporciona cuidados individualizados, assim como
norteia o processo decisório do enfermeiro nas situações de gerenciamento da equipe
de enfermagem. Oportuniza avanços na qualidade da assistência, o que impulsiona
sua adoção nas instituições que prestam assistência à saúde.
É composta pela documentação das etapas do processo de enfermagem, a
fase do histórico, do diagnóstico de enfermagem, do planejamento e a avaliação de
enfermagem, etapas adotadas neste estudo. Esta divisão tem cunho apenas didático,
uma vez que na prática assistencial a SAE é um processo com etapas inter-
relacionadas e dinâmico. Ressalta-se também que embora cada uma destas fases
seja denominada por diferentes autores de diversas maneiras, elas possuem a mesma
concepção.
Apesar da SAE estar incorporada à prática profissional de algumas instituições,
as demandas atuais requerem seu aprimoramento, sendo necessária e imprescindível
a adoção de sistemas de classificação para descrever e padronizar as situações do
exercício profissional.

Fonte: www.4.bp.blogspot.com

A enfermagem tem se aproximado dos sistemas de classificação com o intuito


de se afastar do referencial que lhe guiou nas últimas décadas: o das técnicas e do
tratamento curativo/interventivo e descontextualizado. Busca-se um referencial
centrado no cuidado, específico, embasado em novos saberes, valores,
conhecimentos e contextualizado.
A adoção de sistemas de classificação permite o uso de uma linguagem única
e padronizada, a qual favorece o processo de comunicação, a compilação de dados
para o planejamento da assistência, o desenvolvimento de pesquisas, o processo de
ensino-aprendizagem profissional e fundamentalmente confere cientificidade ao
cuidado.
Portanto, é impreterível a normatização da terminologia para possibilitar a
uniformidade do significado dos termos e o seu uso científico. Com isto, torna-se
possível que os termos empregados pelos profissionais transmitam a todos o mesmo
significado e que a eficácia desejada na comunicação seja atingida.
Aponta-se também que o uso de uma linguagem padronizada é uma das
prioridades da profissão, seja no ensino, na pesquisa ou na assistência, uma vez que
torna visível e reconhecido o saber e o fazer da enfermagem pelas demais áreas do
conhecimento.

Fonte: www.4.bp.blogspot.com

Com o intuito de satisfazer a necessidade de padronizar a linguagem, a


enfermagens diferentes sistemas de classificação foram desenvolvidos, como a
Nursing Interventions Classification (NIC), a Nursing Outcomes Classification (NOC),
a North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) e a Classificação
Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE), entre outras.
A CIPE é um sistema de informação que classifica os fenômenos, as ações e
os resultados de enfermagem, o que permite a descrição e a caracterização de sua
prática. Representa um marco unificador de todos os sistemas de classificação
disponíveis no âmbito mundial.
Tem como objetivos estabelecer uma linguagem única que descreva a prática
de enfermagem a fim de otimizar a comunicação entre os enfermeiros e destes com
os demais profissionais; propiciar dados mais fidedignos para a pesquisa, assistência,
gerenciamento e ensino em enfermagem e descrever as necessidades dos indivíduos,
as intervenções e os resultados advindos das ações de enfermagem.
Neste artigo, descreve-se o processo de reestruturação da SAE em uma
Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI), utilizando a CIPE como sistema de
classificação dos fenômenos de enfermagem.
A adoção da CIPE teve como pressuposto a concepção de que são necessários
o desenvolvimento e o aprimoramento de um sistema de classificação unificador
aceito pela enfermagem internacional. Esta escolha se justifica também pelos anseios
da profissão apontados anteriormente, bem como pelas experiências da aplicação do
projeto Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva
(CIPESC) no município de Curitiba.

Fonte: www.3.bp.blogspot.com

Cabe ressaltar que na UTI em que se desenvolveu o estudo a SAE é


implementada com todas as suas etapas (há um impresso denominado "SAE",
composto pelos itens histórico, diagnóstico, prescrição e evolução) e está embasada
na Teoria de Wanda de Aguiar Horta (desenvolvida a partir da Teoria da Motivação
Humana de Maslow) e na adoção da taxonomia NANDA para identificar os
diagnósticos de enfermagem.
Apesar de suprir as demandas da unidade, a necessidade de reestruturar o
processo de sistematização da assistência foi identificada, visto que alguns
diagnósticos e prescrições presentes no impresso "SAE" precisavam ser revistos.
Também, todas as vantagens e objetivos da adoção da CIPE na SAE impulsionaram
a realização de modificações. Destaca-se o interesse e empenho da equipe de
enfermeiros na atualização e inovações da SAE para a melhoria da qualidade da
assistência.
Portanto, tendo em vista a necessidade de aprimorar a SAE e adotar,
concomitantemente, um sistema de classificação para descrever a prática da
enfermagem, desenvolveu-se o presente estudo, cujos objetivos foram: reestruturar a
SAE em uma UTI; elencar os diagnósticos e as prescrições de enfermagem; validar
as etapas da SAE e subsidiar a estruturação de um protocolo para a operacionalização
da SAE.

Fonte: www.medportal.com.br

Na atualidade, com o avanço do aparato tecnológico nos serviços de saúde,


das discussões acerca da segurança do paciente e da qualidade da assistência em
saúde, a enfermagem defronta-se com a necessidade de atuar impreterivelmente
através do julgamento clínico, do conhecimento e da evidência científica em suas
práticas. Por isso, utilizar-se de um modelo de trabalho que propicie a organização e
coordenação do raciocínio e das atividades inerentes ao cuidado, contribui para o
alcance deste objetivo maior, que é a excelência na prestação de serviços em saúde.
Para o julgamento clínico a enfermagem se alicerça em modelos de prática,
como o Processo de Enfermagem (PE), que se estrutura em cinco etapas inter-
relacionadas e recorrentes: coleta de dados de enfermagem (histórico de
enfermagem), diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem,
implementação e avaliação de enfermagem. Estas fases têm por finalidade identificar
as necessidades do indivíduo, planejar uma estratégia de atuação, traçar os objetivos
a serem alcançados, intervir sobre a situação e avaliar os resultados de seu trabalho.

Fonte: www.portalenf.com

Portanto, o PE caracteriza uma prática que promove um cuidado humanizado


e orientado para a obtenção de resultados. A avaliação de enfermagem, por sua vez,
constitui-se no ponto crucial para a excelência na oferta de cuidados em saúde quando
realizada de forma criteriosa e detalhada, pois analisa todo o processo de
planejamento e execução do trabalho da enfermagem, bem como, a resposta do
indivíduo frente a essas intervenções. Portanto, vai ao encontro das práticas de
cuidado seguras, eficientes e em constante aprimoramento.
Durante o desenvolvimento das atividades teórico-práticas da disciplina
Cuidado de Enfermagem ao Indivíduo Adulto em Situação Crítica de Saúde, da sétima
fase do Curso de Graduação em Enfermagem, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
de um hospital público de Santa Catarina, as autoras deste estudo desenvolveram
atividades de cuidados de enfermagem ao doente crítico e conheceram a realidade
desse campo de atuação.
Trata-se de uma unidade que implementa somente algumas etapas do PE,
como a coleta de dados (histórico de enfermagem) e a avaliação de enfermagem.
Para a etapa de avaliação é utilizado, pelos enfermeiros, um instrumento de registro
no formato checklist contendo informações referentes a condição de saúde do
paciente. O registro ocorre a cada turno de trabalho desses profissionais.

Fonte: www.i.ytimg.com

O paciente crítico é aquele indivíduo que se encontra em situação grave de


saúde, apresentando comprometimento de um ou mais sistemas e consequente perda
de autor-regulação, necessitando assim de substituição artificial das funções
orgânicas.
É oportuno ressaltar que o indivíduo em cuidados críticos ocasionalmente
apresenta disfunções do tipo: Traumatismo Cranioencefálico (TCE) grave, morte
encefálica em potencial doação de órgãos, hemorragia intracraniana, estado de mal
convulsivo, obstrução de vias aéreas, troca de gases prejudicada, instabilidade
hemodinâmica (arritmias, insuficiência coronariana aguda, tamponamento cardíaco,
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)), hepatite fulminante, pancreatite aguda grave,
Hemorragia Digestiva Alta (HDA), Insuficiência Renal Aguda (IRA), pós-operatório
instável, politraumatismo, intoxicação exógena em risco de vida, grande queimaduras,
entre outros agravos.
Portanto, é de fundamental importância que o enfermeiro de terapia intensiva
realize uma avaliação rigorosa e atenta do paciente, desde a identificação deste, a
listagem dos problemas pregressos, a listagem e a história de problemas observados
da doença atual e sua evolução, bem como, a avaliação diária e a cada turno dos
sistemas orgânicos (neurológico, cardiovascular, respiratório, gastrointestinal,
metabólico, renal, hematológico e psicossocial).
Sistematizar a assistência de enfermagem é possibilitar ao enfermeiro a
organização do seu trabalho, a fundamentação teórica na tomada de decisão, a
padronização do cuidado prestado, a visibilidade da classe e a proteção legal do seu
exercício profissional.
Por meio do PE é possível dividir didaticamente as ações de enfermagem de
forma articulada, propiciando assim maior facilidade na detecção de problemas, no
planejamento das ações, na implementação e na avaliação da assistência prestada.
Em terapia intensiva percebemos uma dinâmica diferenciada no trabalho de
enfermagem, que além de integral e contínuo, visa uma avaliação detalhada e
frequente do estado de saúde do indivíduo, visto sua condição crítica. Isto exige do
profissional que o executa habilidades técnicas no que tange o desenvolvimento de
procedimentos invasivos e não-invasivos com rapidez e eficiência; capacidade de
compreensão da fisiologia, fisiopatologia e farmacologia; aptidão na leitura e
interpretação de exames; destreza na utilização e incorporação de novas tecnologias,
e; um aguçado poder de observação e análise crítica e clínica acerca das alterações
nas respostas do indivíduo ao processo saúde-doença e à terapêutica implementada.
Sabendo disso e acreditando que a avaliação de enfermagem em UTI é a etapa
do PE que reflete o correto desenvolvimento da SAE e do cuidado intensivo, conclui-
se que esta fase oportuniza avaliar a eficiência do trabalho de enfermagem e detectar
problemas advindos de sua execução.
Mesmo com sua reconhecida importância, a avaliação de enfermagem frente a
literatura é abordada de maneira breve e sucinta, limitando-se as publicações que a
citam somente como uma das etapas do PE ou que a analisam através de registros
de enfermagem em auditorias.
Portanto, percebeu-se a necessidade de abordar tal temática a fim de resgatar
a importância desta; elucidar sua execução em ambiente intensivo, com base na
literatura e na percepção dos enfermeiros da unidade; sensibilizar os profissionais do
setor para a sua valorização, principalmente no que compete ao seu registro, e; propor
uma adaptação do instrumento de avaliação de enfermagem utilizado atualmente no
local de estudo.
Entretanto, as maiores fragilidades encontradas foram durante o registro a
avaliação de enfermagem que, segundo os enfermeiros, é insuficiente e sofre
repercussões de um instrumento significativamente breve, refletindo assim na
continuidade do cuidado.
BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO, Thelma Leite de, FARO, Ana Cristina Mancussi e, LAGAÑA, María Teresa
Cicero. Temperatura Corporal: Planejamento da Assistência de Enfermagem na
Verificação da Temperatura; no Atendimento da Febre e da Hipertermia Maligna.
Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v26n3/0080-6234-reeusp-26-3-
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NISHIDE, V. M. et al. Aspectos Organizacionais Em UTI. Disponível em


<https://www.google.com.br/search?q=ESTRUTURA+ORGANIZACIONAL+DA+UTI
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