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INSTRUMENTAÇÃO
CIRÚRGICA
Os hospitais particulares, por sua vez, têm como objetivo prestar assistência para
restaurar a saúde da população, mas são entidades com fins lucrativos. Eles
podem atender pacientes por meio de convênios de saúde ou mediante
pagamento direto pelos serviços prestados. Essas instituições podem oferecer
uma variedade de especialidades médicas, sendo chamadas de hospitais gerais
ou especializados, como os de cirurgia plástica, olhos, coração, entre outros.
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Vale ressaltar que um hospital não se limita apenas à assistência à saúde, mas
também exerce funções importantes como:
Promoção à saúde;
Proteção específica contra doenças e agravos;
Diagnóstico precoce e tratamento imediato;
Recuperação da saúde;
Reabilitação ou readaptação dos pacientes que adquiriram sequelas.
Saneamento básico;
Educação em saúde;
Higiene pessoal;
Alimentação saudável;
Hábitos saudáveis de vida.
No que diz respeito à assistência à saúde, ela pode ser classificada em:
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Assistência Terciária: Prestada em hospitais de maior complexidade, que
contam com várias especialidades médicas, incluindo clínica médica,
cirúrgica, pediátrica e obstétrica.
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O Centro Cirúrgico: Um Ambiente
Essencial Para A Segurança Do Paciente
O centro cirúrgico é um setor crucial dentro de uma instituição hospitalar,
composto por várias áreas interligadas, projetadas para garantir a realização
segura de procedimentos cirúrgicos. Essa área complexa, de acesso restrito, deve
seguir as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para
garantir a máxima eficiência e segurança.
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As janelas devem ser lacradas para impedir a comunicação com o meio externo e
as portas devem possuir visores de vidro para evitar aberturas desnecessárias.
Todos os registros de emergência para a rede de gases medicinais devem ser
claramente identificados e visíveis a todos. Adicionalmente, é essencial que o
centro cirúrgico possua um sistema de ar-condicionado central para remover
gases anestésicos, controlar temperatura e umidade, promover a troca adequada
de ar e eliminar partículas suspensas, protegendo contra partículas externas.
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Por fim, é essencial entender a divisão do centro cirúrgico em três áreas: a área
irrestrita, onde os profissionais de saúde circulam livremente; as áreas
semirrestritas, onde a circulação é permitida desde que não afete a assepsia da
área restrita; e a área restrita, onde a roupa privativa do centro cirúrgico é
obrigatória, e medidas rigorosas de assepsia são aplicadas para evitar infecções.
Essa estrutura restrita ao público garante um ambiente seguro e controlado para
os procedimentos cirúrgicos.
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Verificar a disponibilidade de equipamentos acessórios, como bancos,
suportes de soro, braçadeiras, arcos, mesas para instrumentais, hampers e
extensões elétricas.
Solicitar ou buscar os artigos médicos esterilizados específicos que serão
utilizados durante a cirurgia.
Tanto o circulante quanto o instrumentador cirúrgico devem verificar a
integridade dos pacotes cirúrgicos.
Organizar os medicamentos e materiais descartáveis, sempre verificando a
validade da esterilização e a integridade das embalagens.
Prover a sala cirúrgica com diversos artigos para auxiliar a equipe cirúrgica,
como talas, ataduras, soluções, adesivos e fitas adesivas.
Abastecer a sala com impressos utilizados para registrar os detalhes da
cirurgia.
Verificar e preparar o carro de anestesia.
Dispor em mesas auxiliares os artigos que serão utilizados pelo anestesista.
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Higienização adequada das mãos;
Receber o paciente, apresentar-se e verificar sua identificação em relação ao
prontuário;
Conferir os exames realizados pelo paciente;
Realizar a monitorização do paciente;
Auxiliar o médico anestesista durante a indução anestésica;
Apoiar a equipe cirúrgica na paramentação;
Garantir o correto funcionamento dos equipamentos cirúrgicos;
Posicionar o foco cirúrgico adequadamente;
Disponibilizar os materiais necessários próximos à equipe cirúrgica;
Realizar a contagem do número de compressas utilizadas nos procedimentos
cirúrgicos que envolvam a cavidade abdominal;
Manter a sala cirúrgica organizada;
Permanecer atento às solicitações da equipe cirúrgica;
Encaminhar o paciente para a sala de recuperação pós-anestésica;
Reorganizar a sala cirúrgica após o procedimento.
Procedimentos de
desmontagem da sala cirúrgica
A responsabilidade pela desmontagem da sala cirúrgica recai sobre a equipe de
enfermagem, que deve se encarregar de remover todos os materiais,
equipamentos e artigos utilizados durante a cirurgia, encaminhando-os
devidamente ao expurgo.
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Para garantir a segurança e a eficiência no procedimento de desmontagem da
sala cirúrgica, seguem-se algumas recomendações importantes:
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Bisturi bipolar
Bisturi harmônico
Bisturi de argônio
Aspirador cirúrgico
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Foco cirúrgico de teto
Aparelho de anestesia
Mesa cirúrgica
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Bomba de infusão
Desfibrilador Cardíaco
Aparelho de anestesia
Oximetria de pulso;
Eletrocardiograma contínuo;
Pressão arterial não invasiva;
Pressão arterial invasiva; Pressão arterial média;
Frequência cardíaca;
Capnografia;
Frequência respiratória;
Temperatura;
Pressão intracraniana.
Equipamentos de videocirurgia
São os equipamentos destinados a realização de cirurgias por vídeo, como vídeo
colecistectomia, vídeo apendicectomia, dentre outras. Citaremos abaixo os
principais equipamentos destinados a este tipo de procedimento cirúrgico.
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Fonte de Luz
Câmeras de vídeo
Insufladores
Pneumoperitônio
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Morcelador
Shaver
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Utilização dos artigos médicos-hospitalares sem riscos ou comprometimento
da qualidade do serviço oferecido ao cliente, desde o recebimento até a
distribuição, garantindo segurança ocupacional.
Otimização do trabalho, facilidade no treinamento e supervisão dos
profissionais atuantes na Central, resultando em maior controle e
produtividade na unidade.
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Área suja: Essa área é destinada ao expurgo e ao recebimento dos artigos
encaminhados pelas diversas unidades, onde são realizados o recebimento
e a lavagem inicial dos materiais.
Fluxo de materiais
O fluxo de materiais dentro da Central de Material Esterilizado deve ser
unidirecional e contínuo, evitando o cruzamento de artigos médico-hospitalares
sujos com os limpos.
É fundamental que os profissionais que atuam na área suja não transitem pela
área limpa, e vice-versa. Os instrumentadores cirúrgicos, mesmo quando
envolvidos no processamento dos materiais cirúrgicos utilizados em uma cirurgia,
devem compreender claramente essa noção e seguir as diretrizes estabelecidas.
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No fluxograma abaixo podemos analisaras unidades fornecedoras e
consumidoras da Central de Material Esterilizado, justificando assim as principais
vantagens para a instituição hospitalar em manter um setor centralizado.
Limpeza e
secagem dos artigos
Preparo e
acondicionamento
Esterelização
Armazenamento de
artigos processados
Distribuição de artigos
limpos e esterelizados
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Recursos humanos na
central de material esterelizado
A equipe da Central de Material Esterilizado é composta por diferentes
profissionais, cada um desempenhando um papel crucial para o bom
funcionamento e qualidade dos serviços prestados. São eles:
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Classificação de artigos na
central de material esterelizado
Os artigos processados na Central de Material Esterilizado são classificados em
três categorias distintas:
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Reprocessamento e reesterelização
de artigos médico-hospitalares
O reprocessamento e a reesterilização são conceitos cruciais que o
instrumentador cirúrgico deve sempre ter em mente. A reesterilização refere-se à
esterilização de artigos que já passaram por todo o processo de esterilização,
mas que ainda não foram utilizados. Isso pode acontecer devido à diminuição da
demanda de serviços, armazenamento inadequado dos materiais ou ao
vencimento do prazo de esterilização. Nessas situações, é essencial que o
material seja reprocessado novamente.
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A ação mecânica na limpeza dos artigos é crucial para melhorar a eficiência da
limpeza e, consequentemente, a eficácia de todos os processos relacionados à
esterilização. A presença de matéria orgânica impregnada nos artigos pode
impedir que os agentes esterilizantes ou desinfetantes façam contato adequado
com o instrumental.
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A presença de matéria orgânica nos artigos protege os microrganismos da ação
dos germicidas e dos processos esterilizantes, servindo como substrato para sua
proliferação, comprometendo gravemente a qualidade do material reprocessado.
Atualmente, discute-se muito sobre a limpeza dos artigos, bem como sobre
infecções hospitalares e infecções do sítio cirúrgico. No entanto, ainda é dada
pouca importância à qualidade do processo de limpeza. Isso pode ser atribuído ao
desconhecimento de alguns profissionais que trabalham no processamento dos
materiais, à falta de reconhecimento da importância da limpeza por parte de
alguns administradores e também à sobrecarga de tarefas.
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Objetivos da Limpeza dos Materiais
A limpeza dos materiais tem como principais objetivos:
Produtos de Limpeza
A limpeza dos materiais tem como principais objetivos:
Limpadores Enzimáticos
Os limpadores enzimáticos são compostos por enzimas, surfactantes,
solubilizantes e álcool isopropílico, que agem de forma balanceada para remover
a matéria orgânica dos artigos em curto período de tempo, geralmente em três
minutos. As principais enzimas presentes nesses limpadores são proteases
(interagem com proteínas), amilases (interagem com amidos), carboidrases
(interagem com carboidratos) e lipases (interagem com lipídeos
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Esses limpadores possuem as seguintes características:
pH neutro.
Não são corrosivos.
São classificados como produtos de risco, atóxicos e não possuem efeitos
teratogênicos, mutagênicos ou carcinogênicos em mamíferos.
Permitem enxágue simples.
Detergentes e Desincrustantes
Os detergentes contêm tensoativos em sua formulação para reduzir a tensão
superficial da água, promovendo umectação, dispersão e suspensão das
partículas. Os desincrustantes são detergentes destinados à limpeza de artigos
para imersão. Embora a eficiência da limpeza com esses produtos seja menor em
comparação aos limpadores enzimáticos, seu uso é indicado quando há pouca
matéria orgânica, devido ao baixo custo.
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Recomendações importantes para o uso de detergentes e desincrustantes:
Tipos de soluções
para limpeza dos artigos
Os principais tipos de soluções utilizados na limpeza dos artigos são:
Lubrificante
Após o processo de limpeza, é importante utilizar lubrificantes para proteger os
instrumentais e evitar rigidez e dificuldade de manejo. É recomendado utilizar
apenas lubrificantes antimicrobianos e solúveis em água, pois óleos minerais, óleo
de silicone ou óleo de máquinas não permitem a penetração de agentes
esterilizantes e não destruirão os microrganismos. Lubrificantes com inibidores de
ferrugem são úteis na prevenção de eletrólise nas pontas e gumes, protegendo a
superfície dos depósitos minerais e permitindo a esterilização. As instruções do
fabricante devem ser rigorosamente seguidas para garantir a eficiência e eficácia
do lubrificante, que deve ser renovado regularmente.
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Recomendações importantes para o uso de detergentes e desincrustantes:
Tipos de soluções
para limpeza dos artigos
Os principais tipos de soluções utilizados na limpeza dos artigos são:
Lubrificante
Após o processo de limpeza, é importante utilizar lubrificantes para proteger os
instrumentais e evitar rigidez e dificuldade de manejo. É recomendado utilizar
apenas lubrificantes antimicrobianos e solúveis em água, pois óleos minerais, óleo
de silicone ou óleo de máquinas não permitem a penetração de agentes
esterilizantes e não destruirão os microrganismos. Lubrificantes com inibidores de
ferrugem são úteis na prevenção de eletrólise nas pontas e gumes, protegendo a
superfície dos depósitos minerais e permitindo a esterilização. As instruções do
fabricante devem ser rigorosamente seguidas para garantir a eficiência e eficácia
do lubrificante, que deve ser renovado regularmente.
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Métodos de limpeza
para artigos cirúrgicos
O profissional responsável pela limpeza de artigos e instrumentos cirúrgicos deve
realizar essa tarefa de maneira rigorosa e meticulosa, adaptando a abordagem
apropriada para cada tipo de item. É importante selecionar o método mais
adequado de acordo com as demandas e os recursos disponíveis na instituição
hospitalar. Assim, a limpeza pode ser realizada de forma manual ou mecânica.
Restringir a limpeza manual para artigos delicados que não possam ser
processados mecanicamente;
Preferencialmente, utilizar soluções enzimáticas;
Usar escovas não abrasivas com cerdas macias e esponjas. Manter as
escovas limpas e secas;
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Não utilizar palha de aço ou saponáceo, pois podem danificar a superfície do
artigo;
Estabelecer uma frequência de limpeza para as escovas e substituir aquelas
que estiverem em más condições;
Enxaguar as peças abundantemente com água para remover a sujeira e o
detergente;
Utilizar os equipamentos de proteção individual adequados, como luvas
grossas de borracha antiderrapante de cano longo, avental com mangas
longas impermeáveis, botas de borracha, gorro, protetor facial ou máscara e
óculos de proteção;
Remover instrumentos cortantes imersos em soluções de limpeza com o
auxílio de uma pinça, evitando o contato direto com as mãos para evitar
acidentes;
Limpar os artigos individualmente;
Realizar uma inspeção minuciosa de instrumentais longos e com lúmens;
Trocar a solução de limpeza de acordo com as orientações do fabricante ou
sempre que estiver saturada;
A escovação deve ser realizada com o artigo submerso, evitando a formação
de aerossóis ao escovar sob água corrente.
Lavadora ultrassônica;
Lavadora de descarga;
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Lavadora termodesinfetadora;
Lavadora esterilizadora;
Lavadora pasteurizadora.
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Solução de detergente enzimático específico para lavadoras, indicado pelo
fabricante da lavadora;
Solução desinfetante, quando necessário, conforme ciclo de desinfecção
termoquímica indicado pelo fabricante da lavadora;
Racks, cestos aramados de aço inox e bandejas com tampa.
Lavadora ultrassônica
Lavadora de Descarga
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Lavadora Pasteurizadora
Para assegurar a qualidade dos artigos e prevenir infecções, cada hospital deve
desenvolver sua rotina de acordo com a realidade local, envolvendo sua equipe
de enfermagem e a comissão interna de controle da infecção hospitalar.
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Limpeza e reprocessamento
de artigos endoscópicos
Nos dias atuais, as cirurgias realizadas por meio da vídeo laparoscopia têm visto
um aumento exponencial, o que intensifica a preocupação em garantir um
adequado reprocessamento dos endoscópios. Muitas equipes cirúrgicas realizam
a maior parte de suas intervenções por meio dessa técnica, tornando essencial
que o instrumentador cirúrgico esteja familiarizado com todo o processo de
reprocessamento desses dispositivos.
Após a desinfecção, o enxágue deve ser minucioso para evitar irritações químicas
nas estruturas manuseadas. A presença de microrganismos na água comum pode
levar à transferência de agentes infecciosos para o paciente durante o
procedimento. Portanto, é necessário enxaguar os endoscópios com água estéril
após a desinfecção, exceto quando se tratar de endoscópios destinados à via
digestiva alta.
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Respeitar o tempo de imersão recomendado pelo fabricante.
Utilizar escovas de cerdas macias para a limpeza mecânica do artigo,
dedicando especial atenção às cremalheiras e canais internos.
Enxaguar intensamente e secar os componentes do artigo com tecido
absorvente ou ar comprimido, de acordo com a configuração da peça.
Encaminhar os componentes termorresistentes para a esterilização em
autoclave.
Encaminhar os componentes termossensíveis para o método de esterilização
adequado ou desinfecção de alto nível.
No caso de desinfecção com soluções germicidas, enxaguar abundantemente
o endoscópio com água esterilizada e secá-lo assepticamente, utilizando
luvas estéreis nessa etapa.
Após a última utilização do dia, lavar, desinfetar e secar os artigos
criteriosamente antes de guardá-los.
Limpar os componentes dos endoscópios com tecido embebido em solução
enzimática e, em seguida, friccioná-los com álcool 70%, uma vez que não
podem ser imersos.
Desinfeção
Neste texto, abordaremos os principais processos de desinfecção de artigos, e
para isso, é necessário definir o conceito de desinfecção. Desinfecção é o
procedimento que visa eliminar e destruir microrganismos, sejam patogênicos ou
não, em sua forma vegetativa, presentes em objetos inanimados e artigos. Isso é
realizado por meio da aplicação de agentes físicos ou químicos, conhecidos como
desinfetantes ou germicidas, capazes de destruir esses microrganismos em um
intervalo de tempo operacional de 10 a 30 minutos (Brasil, 2001). O objetivo
primordial da desinfecção é evitar a propagação de focos de infecção de um
paciente para outro.
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Desinfecção de alto nível: Essa forma de desinfecção destrói todas as
formas vegetativas, mas não necessariamente todos os esporos
bacterianos, micobactérias, fungos e vírus. A desinfecção de alto nível é
indicada para artigos como lâminas de laringoscópio, equipamentos de
terapia respiratória e anestesia, e endoscópios de fibra flexível. Alguns
agentes comumente utilizados são o ácido peracético e o processo de
pasteurização. O glutaraldeído, anteriormente utilizado para desinfecção de
artigos de vídeo laparoscopia e urológicos, foi proibido pela vigilância
sanitária em alguns locais devido a surtos de mycobacterium.
Radiação eletromagnética;
Temperatura;
Pressão;
Calor úmido.
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O ideal é realizar esse processo com sistemas mecânicos automáticos, utilizando
jatos d'água a uma temperatura entre 60°C e 90°C, por um período de 15
minutos, como as máquinas lavadoras sanitizadoras, esterilizadoras de alta
pressão ou termo desinfetadoras.
Aldeídos;
Fenólicos;
Quaternário de amônia;
Compostos orgânicos liberadores de cloro ativo;
Compostos inorgânicos liberadores de cloro ativo;
Alcoóis;
Peróxidos.
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Concentração e potência dos desinfetantes: a eficácia do desinfetante varia
de acordo com a concentração e potência, sendo que concentrações maiores
geralmente resultam em maior eficácia e menor tempo de exposição
necessário para destruição do microrganismo.
Fatores físicos e químicos: para alguns desinfetantes, temperaturas acima da
ambiente melhoram a ação germicida, enquanto temperaturas muito elevadas
podem degradar o princípio ativo do germicida. O pH também pode afetar a
atividade de alguns desinfetantes, assim como a umidade relativa.
Tempo de exposição: varia de acordo com o tipo e eficácia do germicida, e é
importante seguir as recomendações do fabricante quanto ao tempo de
contato.
Presença de matéria orgânica: a matéria orgânica atua como uma barreira,
impedindo o contato do agente desinfetante com o artigo. Alguns
desinfetantes são menos afetados pela presença de matéria orgânica.
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A aplicação correta dessas recomendações garantirá uma desinfecção eficaz e
segura dos artigos, minimizando os riscos de contaminação cruzada e
preservando a saúde dos profissionais e pacientes.
Pasteurização
A pasteurização é um procedimento térmico utilizado para desinfetar artigos
semicríticos e não críticos, com o objetivo de eliminar microrganismos em sua
forma vegetativa, garantindo uma desinfecção de alto nível.
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Ao seguir essas recomendações, a pasteurização garantirá a desinfecção
adequada dos artigos, contribuindo para a segurança dos pacientes e o controle
de infecções hospitalares.
Empacotamento dos
artigos e instrumentais cirúrgicos
Um conhecimento fundamental que o instrumentador cirúrgico deve dominar é o
empacotamento de artigos, uma vez que muitos instrumentos cirúrgicos são
preparados por esse profissional.
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Verificar se a selagem está íntegra, pois falhas nessa etapa permitem a
entrada de microrganismos.
Remover o ar do interior das embalagens compostas por papel grau cirúrgico
ou filme plástico antes da selagem, pois a expansão de ar na câmara de
esterilização pode abrir o pacote.
Adotar a técnica de empacotamento universalmente aceita.
Cumprir as especificações das normas estabelecidas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) ou pelas determinações internacionais
vigentes.
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Tecido de algodão
O tecido de algodão é produzido através do entrelaçamento de fios dispostos
longitudinalmente (urdume = U) com outro conjunto de fios dispostos
transversalmente (trama = T), formando um ângulo de aproximadamente 90°.
Lavar o tecido antes do primeiro uso para remover o amido presente nele;
Após cada uso, lavar o tecido para remover a sujeira e restaurar a umidade
das fibras;
Realizar testes frequentes de permeabilidade com água para controlar o
tempo de vazamento em comparação com tecidos novos;
Estabelecer um número máximo de reprocessamentos que o tecido pode
suportar;
Evitar a calandragem na lavanderia das roupas e campos cirúrgicos, mas
manter outros processos, como lavagem, centrifugação e secagem na
secadora;
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Não fazer remendos nos campos cirúrgicos, pois a costura aumenta a
distância entre as fibras e permite a passagem de microrganismos pelos
tecidos;
Manter as embalagens de tecido em temperatura ambiente, entre
aproximadamente 18°C e 22°C, e em uma umidade relativa de 35% a 70%.
Isso permite a penetração do vapor e previne o aquecimento excessivo
durante o processo de esterilização.
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Tipo de papel.
Gramatura.
Diâmetro.
Formato da bobina.
Número de ordem de fabricação ou lote.
Papel crepado
O papel crepado é outro tipo de embalagem usado para revestir materiais
médico-cirúrgicos. É composto por 100% de celulose tratada, utilizando polpa
virgem de madeira branqueada.
Papel Kraft
Atualmente, o papel Kraft não é mais utilizado nas instituições hospitalares devido
às suas desvantagens. Ele geralmente contém amido, microfuros, corantes e
produtos tóxicos, como o alquiltiofeno. Além disso, não é resistente à umidade,
possui efeito de memória, apresenta irregularidades em sua gramatura e é frágil
tanto em termos de resistência física quanto como barreira microbiana após a
esterilização.
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Filmes Transparentes
Filmes transparentes são feitos de diferentes materiais, como polietileno,
polipropileno, poliéster, nylon, poliamida, policloreto de vinila (PVC), poliestireno,
acetato de celulose, surlyn, etil vinil acetato (EVA) e polietileno tereftalato glicol
(PETG). Sua principal vantagem, quando combinados com papel grau cirúrgico, é
permitir a visualização dos materiais e instrumentos cirúrgicos durante o
processo de esterilização. Os filmes de 0,075 mm são laminados com papel grau
cirúrgico para embrulhar artigos destinados à esterilização a vapor. Além disso,
eles também podem ser encontrados em embalagens que possuem um lado de
papel e outro de filme plástico, sendo utilizados em processos de esterilização a
vapor e de óxido de etileno (Possari, 2003).
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Contêineres Rígidos
Os contêineres rígidos estão sendo cada vez mais utilizados em instituições
hospitalares e clínicas. Eles têm várias finalidades principais:
Vidros refratários
Os vidros refratários devem ser resistentes a altas temperaturas e são
recomendados para a esterilização de líquidos. Podem ser utilizados em estufas e
autoclaves.
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Existem diferentes métodos de esterilização, divididos em processos físicos,
químicos e físico-químicos.
Processos físicos:
Processos físico-químicos:
Esterilização por vapor de baixa temperatura e formaldeído gasoso (VBTF)
Esterilização por óxido de etileno (ETO)
Esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio
Esterilização por pastilhas de formaldeído
Processos químicos:
Esterilização por ácido peracético
Esterilização por glutaraldeído
Esterilização por vapor saturado sob pressão: A esterilização por vapor saturado
sob pressão pode ser realizada em autoclaves gravitacionais ou de pré-vácuo. Na
autoclave gravitacional, o vapor é injetado na câmara, expulsando o ar frio por
uma válvula na parte inferior. Na autoclave de pré-vácuo, o ar é removido do
artigo e da câmara através de uma bomba de vácuo ou sistema Venturi.
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Esterilização rápida (flash sterilization): O ciclo de esterilização rápida, também
conhecido como flash sterilization, é usado para esterilizar rapidamente
instrumentos termorresistentes por meio de vapor saturado sob pressão. É
utilizado em situações de urgência quando ocorre contaminação acidental
durante um procedimento cirúrgico.
Essa forma de esterilização pode substituir processos físicos, como calor seco e
calor úmido, e processos químicos a frio, como glutaraldeído e formaldeído. É
vantajoso para diversos tipos de artigos e possui ação letal contra bactérias,
fungos, vírus e esporos.
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Além disso, os resíduos de água do enxágue dos artigos podem diluir o produto,
reduzindo sua concentração. Portanto, esse método deve ser utilizado apenas
quando não há outra opção disponível.
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Indicadores biológicos: são preparações padronizadas de esporos
bacterianos projetadas para produzir suspensões com 106 esporos por
unidade de papel-filtro. Os indicadores biológicos são utilizados para verificar
a eficácia do processo de esterilização. Existem indicadores de primeira,
segunda e terceira geração, cada um com sua metodologia específica para
detectar o crescimento bacteriano e confirmar a esterilização adequada.
Assepsia e antissepsia
A assepsia e antissepsia são procedimentos essenciais em ambientes
hospitalares para evitar a proliferação de doenças causadas por micro-
organismos patogênicos. O hospital é considerado um local propício para a
disseminação de infecções, devido à presença de micro-organismos resistentes e
pacientes suscetíveis.
A lavagem frequente das mãos é uma das medidas mais importantes realizadas
pelo instrumentador cirúrgico para evitar a transmissão de infecções. É
fundamental lavar as mãos antes de iniciar qualquer procedimento com o
paciente, após o contato com sangue ou fluídos corporais, mesmo que estejam
usando luvas.
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Degermação: Redução do número de micro-organismos patogênicos
através da escovação da pele com água e sabão.
Preparo e função do
instrumentador cirúrgico
A profissão de instrumentador cirúrgico é essencial no ambiente cirúrgico,
auxiliando o cirurgião em todas as etapas da cirurgia, desde a preparação dos
instrumentos até a esterilização após o procedimento.
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A profissão de instrumentador cirúrgico foi regulamentada por meio do Projeto de
Lei 642/07, aprovado pela Câmara de Deputados e encaminhado para análise do
Senado. O exercício da profissão é privativo daqueles que concluíram um curso
de Instrumentação Cirúrgica, ministrado por uma escola oficial ou reconhecida
pelo governo federal no Brasil, ou no exterior, desde que o diploma seja
revalidado no país.
Tempos cirúrgicos
O tempo cirúrgico é a fase do processo terapêutico em que o cirurgião realiza
uma intervenção manual ou instrumental no corpo do paciente, visando fins
diagnósticos, terapêuticos ou estéticos.
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Diérese: Consiste no rompimento da continuidade dos tecidos ou planos
anatômicos para acessar uma região ou órgão específico. Pode ser
classificada como mecânica ou física, sendo a primeira etapa da cirurgia,
seguida pela hemostasia e síntese.
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Terminologia cirúrgica
Os principais propósitos da terminologia cirúrgica são os seguintes:
Prefixos e sufixos
Oto: relacionado ao ouvido;
Oftalmo: relacionado ao olho;
Rino: relacionado ao nariz;
Bléfaro: relacionado à pálpebra;
Adeno: relacionado à glândula;
Tráqueo: relacionado à traqueia;
Cárdia: relacionado ao esfíncter esôfago-gástrico;
Gastro: relacionado ao estômago;
Êntero: relacionado ao intestino delgado;
Cólon: relacionado ao intestino grosso;
Hepato: relacionado ao fígado;
Cole: relacionado às vias biliares;
Procto: relacionado ao reto e ânus;
Espleno: relacionado ao baço;
Laparo: relacionado à parede abdominal;
Nefro: relacionado ao rim;
Pielo: relacionado à pelve renal;
Cisto: relacionado à bexiga;
Hístero: relacionado ao útero;
Salpingo: relacionado à tuba uterina;
Colpo: relacionado à vagina;
Oóforo: relacionado ao ovário;
Orquio: relacionado ao testículo;
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Ósteo: relacionado ao osso;
Angio: relacionado aos vasos sanguíneos;
Flebo: relacionado à veia;
Otomia: abertura de um órgão com ou sem dreno;
Stomia: criação cirúrgica de uma nova abertura;
Ectomia: remoção de um órgão;
Ráfia: sutura ou reparação;
Pexia: fixação de um órgão;
Scopia: visualização do interior;
Litíase: presença de cálculos.
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Tipos de cirurgias terminadas em PEXIA:
Paramentação cirúrgica
A preparação da equipe cirúrgica requer a execução de procedimentos
específicos, realizados em etapas padronizadas e com estrita observância dos
princípios científicos.
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Higienização das mãos;
Vestir avental e roupas esterilizadas;
Colocar luvas esterilizadas.
Escovação
Abordaremos novamente a importância da lavagem das mãos neste curso. É
crucial destacar que esse simples procedimento pode salvar muitas vidas.
Embora seja um procedimento simples, muitos profissionais de saúde, incluindo
os instrumentadores cirúrgicos, negligenciam sua importância. No entanto, é
cientificamente comprovado que um controle eficaz das infecções hospitalares
requer uma aderência rigorosa às rotinas de assepsia e antissepsia.
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Existem algumas recomendações importantes sobre o uso de antissépticos:
Características principais
dos agentes antibacterianos
Atualmente, não há um antisséptico universal que se adapte a todos os
propósitos, mas podemos selecionar aqueles mais apropriados com base em três
etapas cruciais:
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Álcoois: Os álcoois atuam desnaturando proteínas e demonstram excelente
atividade bactericida contra bactérias gram-positivas, gram-negativas e
bacilos da tuberculose. Embora não eliminem esporos, têm certa eficácia
contra vários fungos e vírus, incluindo o vírus sincicial respiratório, o vírus da
Hepatite B e o HIV. Uma aplicação de 15 segundos é suficiente para prevenir a
transmissão de bactérias gram-negativas pelas mãos. Um dos métodos mais
eficazes de antissepsia é enxaguar as mãos com água abundante por 1 minuto
utilizando uma solução alcoólica.
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Polivinilperrolidona 10% iodo 1% (PVPI): O PVPI age penetrando na parede
celular e substituindo seu conteúdo por iodo livre. Apresenta capacidade
virucida, tuberculicida, fungicida, amebicida, nematocida e inseticida, mas tem
pouca ou nenhuma ação esporicida.
Procedimento adequado
de escovação cirúrgica
A escovação cirúrgica consiste em uma etapa fundamental que abrange o
cuidado minucioso das mãos, com especial atenção para unhas, espaços entre os
dedos e antebraços, levando pelo menos 5 minutos para a realização completa.
Essa etapa é concluída com o enxágue, utilizando clorexidina, álcool ou iodóforos.
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Recomenda-se aplicar entre 3 a 5 ml de PVPI até que sequem, repetindo o
processo por mais cerca de 5 minutos. O tempo exato necessário para uma
escovação cirúrgica eficaz ainda é motivo de debate, assim como a frequência e
o intervalo adequado antes de realizar uma nova escovação para procedimentos
subsequentes. O Colégio Americano de Cirurgiões sugere um intervalo de 20
segundos entre cada procedimento após o primeiro.
Degermação
A degermação é o processo de redução ou remoção parcial de microorganismos
da pele ou de outros tecidos por meio de métodos químicos e mecânicos. Esse
processo é realizado quando as mãos são lavadas com água, sabão e escova.
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Em outras palavras, a degermação é a remoção de detritos, impurezas, sujeira e
micro-organismos da flora transitória e, em alguns casos, da flora residente, que
se depositam na pele do paciente ou nas mãos da equipe odontológica, utilizando
a ação mecânica do detergente, sabão ou substâncias químicas.
Instrumentos cirúrgicos
Vamos categorizar os instrumentos cirúrgicos em seis grupos distintos, cada um
representando uma etapa específica da cirurgia.
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Procedimentos de corte
Nesta categoria, incluímos os cabos de bisturi e as tesouras. O profissional
cirúrgico deve sempre manter esses instrumentos protegidos, pois são utilizados
para o corte. Os bisturis são as principais ferramentas de corte usadas pelos
cirurgiões, compostos por duas partes: o cabo e a lâmina. Tanto os cabos quanto
as lâminas variam em formato e tamanho, de acordo com o tipo de cirurgia ou
procedimento a ser realizado. Os cabos mais curtos são adequados para
procedimentos cirúrgicos de superfície, como cortes no tecido epitelial. Já os
cabos mais longos destinam-se a procedimentos cirúrgicos em cavidades ou
regiões mais profundas. Os bisturis elétricos são altamente úteis para coagular,
reduzindo significativamente o sangramento durante as cirurgias.
Pinças hemostáticas
Neste grupo, destacam-se as pinças, que apresentam uma ampla variedade de
tamanhos e formatos, podendo ser pequenas, médias ou grandes, retas ou
curvas, traumáticas ou não traumáticas.
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s pinças "Faure" e "Rochester-Pean" são mais robustas e destinam-se a pinçar
A
tecidos não delicados ou sensíveis.
Exérese cirúrgica
Neste grupo, temos os instrumentos de preensão e separação. Os instrumentos
de preensão são usados para segurar, levantar temporariamente, inclinar ou
tracionar certos tecidos durante o procedimento cirúrgico.
Podemos destacar como instrumentos de preensão as pinças do tipo "Museux",
"Allis" e "Babcock", sendo esta última especialmente preferida para tracionar alças
intestinais.
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Exaurimento cirúrgico
Este grupo inclui as agulhas cirúrgicas, os porta-agulhas e os fios cirúrgicos. As
agulhas são instrumentos perfurantes que, juntamente com os fios cirúrgicos, são
usadas para unir os tecidos lesionados, sejam eles internos ou externos, por meio
do processo de sutura.
Com fio pré-passado: a agulha já vem montada com o fio cirúrgico de fábrica.
A base da agulha é interligada ao início do fio, garantindo uma junção regular
e uniforme, tornando-a não traumática.
Com fio a passar: a agulha não vem montada de fábrica com o fio. É
necessário montá-la, passando o fio cirúrgico
Instrumentais especializados
Os instrumentais especializados são aqueles que não fazem parte da mesa de
instrumentação geral em cirurgias. Eles são projetados especificamente para uso
em procedimentos cirúrgicos específicos. Uma ampla variedade de instrumentos
especializados está disponível, como a pinça do tipo "Lambott" - "Farabeuf" e o
Clamp de "Kocher", usado em cirurgias intestinais para ocluir a alça intestinal.
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Instrumentais para diversas finalidades
Os campos cirúrgicos são peças de tecido que medem, em geral, 1,50m de
comprimento por 1,50m de largura e têm como objetivo isolar o campo operatório
da cirurgia do restante do corpo do paciente. Esses campos são esterilizados para
evitar que a equipe cirúrgica entre em contato com outras partes da pele do
paciente e contamine suas roupas, luvas e instrumentos cirúrgicos.
Cuidados no manuseio
do instrumental cirúrgico
O uso adequado e os cuidados com os instrumentais cirúrgicos são essenciais
para prolongar sua vida útil e garantir sua eficácia. Tesouras e pinças,
frequentemente utilizadas de maneira inadequada, podem sofrer danos, como
desalinhamento, quebras ou rachaduras. É fundamental evitar o uso incorreto,
como utilizar tesouras para tecidos em suturas ou gaze, e pinças hemostáticas
como prendedores de toalhas ou para pinçar tubos de sucção.
É importante destacar que o soro fisiológico não deve ser utilizado nos
instrumentos, pois seu conteúdo de sal pode ser corrosivo, levando à ferrugem ou
deterioração do metal. Após o procedimento, os instrumentais devem ser lavados
e secos, sendo recolocados na mesa de instrumentos para facilitar a contagem.
Os instrumentais não devem ser colocados em um amontoado, mas sim
manejados individualmente ou em pequenos grupos. Instrumentos delicados
devem ser separados para o manuseio e limpeza individuais, a fim de evitar danos
e ferimentos acidentais.
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Qualquer dano encontrado deve ser relatado, e os instrumentos devem ser
enviados para conserto ou substituição, garantindo seu funcionamento adequado
para evitar riscos desnecessários à segurança do paciente e atrasos durante o
procedimento devido a falhas instrumentais.
Por fim, as contagens dos instrumentais são uma prática padronizada em muitas
instituições. Conjuntos instrumentais padronizados, com o número mínimo e tipos
necessários de instrumentais, facilitam a contagem e reduzem o tempo e espaço
necessários para a montagem. As contagens devem ser feitas antes, durante e
após o procedimento, registrando todos os materiais adicionados durante a
cirurgia. Instrumentais desmontados durante a cirurgia também devem ser
identificados adequadamente para contagem. Toda a contagem deve ser
registrada em um documento apropriado pela equipe responsável.
Componentes das
agulhas e fios cirúrgicos
As agulhas apresentam três partes principais: a base, o corpo e a ponta. Em
relação à base, temos diversos tipos:
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Reta.
3/8 de círculo.
Meio círculo.
5/8 de círculo.
Meia curva.
Dupla curvatura ou semirreta.
As pontas das agulhas devem ser arredondadas, em forma de trocarte, com corpo
cortante triangular, cortante reverso, cortante lateral, redonda com ponta romba
(para fígado) ou pontiaguda cortante. As pontas cortantes são denominadas
traumáticas, enquanto as não cortantes são consideradas atraumáticas.
Técnica de montagem
das caixas cirúrgicas
As caixas cirúrgicas podem ser padronizadas ou divididas de acordo com os tipos
de cirurgia nos hospitais. Normalmente, existem caixas básicas, para pequenas
cirurgias, laparotomias exploradoras, ortopedia, além de outras caixas específicas
por especialidade.
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Os instrumentos podem ser presos para facilitar a organização e a verificação
antes do início da cirurgia, especialmente durante a montagem da mesa cirúrgica.
É responsabilidade do instrumentador cirúrgico conferir todos os aspectos
relacionados aos instrumentais e materiais exclusivos que serão utilizados por sua
equipe cirúrgica.
PINÇAS DE DISSECAÇÃO
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PINÇAS HEMOSTÁTICAS
PINÇAS DE TECIDOS
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TESOURAS
AFASTADORES
PORTA-AGULHAS
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Preparação da mesa cirúrgica
O objetivo da preparação da mesa cirúrgica é simplificar e ordenar o trabalho do
instrumentador cirúrgico e, por consequência, do cirurgião. Essa prática visa
tornar o ato cirúrgico mais eficiente.
As mesas auxiliares devem ser protegidas com uma folha de borracha que não
apenas absorve o impacto dos instrumentos no tampo metálico, mas também
impermeabiliza a superfície. Assim, se ocorrer algum derramamento acidental de
soro ou secreções, a cobertura da mesa não perderá sua barreira antibacteriana,
evitando a contaminação dos objetos sobre ela.
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Área 2: Colocação das tesouras curvas delicadas ("Metzenbaum") e fortes
("Mayo") com as pontas voltadas para o instrumentador e a curvatura para
baixo, encostadas na mesa.
Área 4: Conhecida como área versátil, onde são dispostos instrumentos como
"Mixter", "Moynihan" e outros de natureza hemostática, dependendo da
cirurgia.
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Área 10: Posicionamento de pinças, tesouras e porta-agulhas longos.
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Às vezes, apenas o cirurgião conhece os próximos passos durante o
transoperatório, o que garante a segurança do paciente. Os princípios
fundamentais da técnica de instrumentação cirúrgica são consistentes em todas
as cirurgias, mas o instrumentador deve encontrar a melhor forma de conduzir o
processo, antecipando as ações do cirurgião para agilizar o procedimento
cirúrgico.
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A assistência de enfermagem deve ser integral, individualizada e sistematizada,
promovendo a integridade física, emocional, social e espiritual do paciente. A
comunicação efetiva entre enfermeiro e paciente é essencial para criar um
ambiente de troca de experiências.
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DRENO DE PENROSE
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DRENO DE ABRAMSOM
DRENO DE KEHR
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A enfermagem deve ser extremamente criteriosa ao selecionar curativos e
medicamentos para tratar as lesões, pois é bem sabido que a intervenção pode
ter efeitos tanto positivos quanto negativos no tratamento. Isso inclui considerar
as propriedades físicas de proteção e manutenção dos medicamentos, bem como
o intervalo adequado para a troca do curativo.
Tipos de curativos
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Procedimentos técnicos para
realizar os curativos
Existem duas técnicas principais: a asséptica ou estéril e a limpa.
Técnica Limpa:
Lavagens de mãos
É importante relembrar os objetivos da lavagem das mãos:
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Observações importantes durante a lavagem das mãos:
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Para realizar a limpeza desses pontos, deve-se irrigar cada ponto com solução
salina 0,9% usando uma seringa com agulha 40X12 mm, colocando uma gaze do
lado oposto para absorver a solução. Continuar a limpeza de toda a lesão
utilizando uma pinça, com técnica asséptica, de dentro para fora e de cima para
baixo. Utilizar ambas as faces da gaze sem voltar ao início da incisão.
Fita adesiva
A remoção da fita adesiva deve sempre ser feita com a superfície molhada em
solução salina 0,9%, para evitar lesões na pele do paciente causadas por atrito.
Sempre que possível, é recomendado utilizar as fitas indicadas pelo fabricante,
como as hipoalergênicas, e nunca aplicar fita adesiva crepe diretamente na pele
do paciente.
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O centro da ferida asséptica é mais limpo do que as bordas, pois está menos
exposto à contaminação.
A limpeza deve ser iniciada de fora para dentro da lesão, ou seja, das bordas em
direção ao centro, para evitar a propagação de infecções nos tecidos
circundantes à ferida.
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Curativos para úlceras plantares
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Sinais vitais: indicadores de saúde
Os sinais vitais são indicadores cruciais das funções vitais do corpo humano e
têm uma relevância essencial no diagnóstico inicial e no acompanhamento do
progresso clínico de uma vítima. Esses sinais constituem uma linguagem que
nosso corpo utiliza para nos informar sobre o estado normal de suas funções,
alertando-nos sempre que ocorre alguma alteração anormal.
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Obs: Vale ressaltar que fatores como exercícios físicos, medicamentos e estados
emocionais podem alterar os valores normais da respiração, portanto é
importante que o socorrista esteja atento a essas variações.
Adulto: Criança:
Axilar: 36,7°C Axilar: 37,2°C
Oral: 37°C Oral: 37,4°C
Retal: 37,5°C Retal: 37,8°C
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Obs: Variações de 0,3°C a 0,6°C na temperatura são consideradas normais e
podem ocorrer em situações como infecção, medo ou ansiedade. A temperatura
corporal pode diminuir devido à exposição ao frio, estado de choque ou
hemorragias, sendo chamada de hipotermia. Por outro lado, quando a
temperatura corporal aumenta acima dos valores normais, é conhecida como
hipertermia.
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REFERÊNCIAS
CRUZ, J. L. A. Manual de biossegurança em laboratórios. São Paulo: Atheneu,
2010.
SILVA, M. P. S. Gestão de resíduos sólidos: fundamentos e práticas. Rio de
Janeiro: LTC, 2015.
COSTA, A. B.; FERREIRA, L. M. Enfermagem em saúde do trabalhador. Porto
Alegre: Artmed, 2018.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Brasília: MMA, 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15475. Resíduos de
equipamentos eletroeletrônicos – Requisitos para projeto e implantação de
sistema de gestão. Rio de Janeiro, 2019.
MONTEIRO, C. A.; CANNON, G. Manual de nutrição e alimentação saudável. São
Paulo: Manole, 2018.
RAMALHO, J. M. Higiene e segurança no trabalho. Lisboa: Sílabo, 2016.
SOUZA, R. H. B.; SANTOS, L. L. M. Manual de biossegurança e controle de
infecção em hospitais. São Paulo: Roca, 2017.
VASCONCELLOS, P. C. V.; LIMA, A. F. Gestão de resíduos em unidades de saúde.
São Paulo: Atheneu, 2019.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 222, de 28 de março de
2018. Dispõe sobre o regulamento técnico de boas práticas de gerenciamento dos
resíduos de serviços de saúde.
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