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Enfermagem e seu contexto de atuação

A equipe de enfermagem, de forma geral, tem por essência o cuidado


ao ser humano, individualmente, na família ou na comunidade, desenvolvendo
importantes ações por meio do cuidado, responsabilizando-se pelo conforto,
acolhimento e bem-estar dos pacientes.

Composição da Equipe de Enfermagem

Uma equipe de enfermagem é composta por enfermeiro, técnico de en-


fermagem e auxiliar de enfermagem, sendo que o enfermeiro é o responsável
pela coordenação da equipe.

O enfermeiro é um profissional com formação universitária, responsável


pelo planejamento da assistência que será prestada ao paciente. É o respon-
sável pelo gerenciamento dos recursos que envolvem essa assistência.

O técnico de enfermagem é um profissional com formação técnica que


necessita ter o 2º grau completo e o curso de técnico de enfermagem.

O auxiliar de enfermagem é um profissional com formação técnica que


necessita ter o 1º grau completo e o curso de auxiliar de enfermagem.

Todos os profissionais da equipe de enfermagem, devem ter seu registro


no Conselho Regional de Enfermagem (COREN) do estado onde desen-
volvem suas atividades profissionais. A lei do exercício que regulamenta
suas ações é a Lei nº 7.498, de 25/6/1986.

Atribuições da Equipe de Enfermagem

Os limites das atividades dos profissionais de enfermagem (auxiliar, téc-


nico e enfermeiro) estão definidos no Decreto N° 94.406/87, que regulamenta a
Lei N° 7.498/86, sobre o exercício profissional da Enfermagem. As atividades
do enfermeiro estão descritas nos artigos 8° e 9°, as competências do técnico
de enfermagem, no artigo 10°, e as do auxiliar, no artigo 11° do referido decre-
to.

As funções são divididas por níveis de complexidade e cumulativas, ou


seja, ao técnico competem as suas funções específicas e as dos auxiliares,
enquanto que o enfermeiro é responsável pelas suas atividades privativas, ou-

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tras mais complexas e ainda pode desempenhar as tarefas das outras catego-
rias.

Às três categorias incube integrar a equipe de saúde e a promover a


educação em saúde, sendo que a gestão (atividades como planejamento da
programação de saúde, elaboração de planos assistenciais, participação de
projetos arquitetônicos, em programas de assistência integral, em programas
de treinamento, em desenvolvimento de tecnologias apropriadas, na contrata-
ção do pessoal de enfermagem), a prestação de assistência ao parto e a pre-
venção (de infecção hospitalar, de danos ao paciente, de acidentes no traba-
lho) são de responsabilidade do enfermeiro.

Dessas atividades, cabe ao técnico de enfermagem assistir o enfermeiro


no planejamento das atividades de assistência, no cuidado ao paciente em es-
tado grave, na prevenção e na execução de programas de assistência integral
à saúde e participando de programas de higiene e segurança do trabalho,
além, obviamente, de assistência de enfermagem, excetuadas as privativas do
enfermeiro.

Privativamente, incumbe ao enfermeiro a direção do serviço de enfer-


magem (em instituições de saúde e de ensino, públicas, privadas e a prestação
de serviço); as atividades de gestão como planejamento da assistência de En-
fermagem, consultoria, auditoria, entre outras; a consulta de Enfermagem; a
prescrição da assistência de Enfermagem; os cuidados diretos a pacientes com
risco de morte; a prescrição de medicamentos (estabelecidos em programas de
saúde e em rotina); e todos os cuidados de maior complexidade técnica.

A única categoria com todas as atividades explicitadas em Lei é a dos


auxiliares de enfermagem. Além de integrar a equipe de saúde e educar, cabe
ao auxiliar preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos; executar
tratamentos prescritos; prestar cuidados de higiene, alimentação e conforto ao
paciente e zelar por sua segurança; além de zelar pela limpeza em geral.

Cabe, ainda, ao auxiliar ministrar medicamentos, aplicar e conservar va-


cinas e fazer curativos; colher material para exames laboratoriais; executar ati-
vidades de desinfecção e esterilização; realizar controle hídrico; realizar testes
para subsídio de diagnóstico; instrumentar; efetuar o controle de pacientes e de

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comunicantes em doenças transmissíveis; prestar cuidados de Enfermagem
pré e pós-operatórios; aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, ene-
ma e calor ou frio; executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pacien-
tes; e participar dos procedimentos pós-morte.

Hospital: Conceito

Estabelecimento de saúde, com serviços diferenciados, dotado de capa-


cidade de internamento, de ambulatório (consulta e urgência) e de meios de
diagnóstico e terapêutica, com o objetivo de prestar à população assistência
médica curativa e de reabilitação, competindo-lhe também colaborar na pre-
venção da doença, no ensino e na investigação científica.

A palavra hospital vem do latim "hospes", que significa hóspede, dando


origem a "hospitalis" e a "hospitium" que designavam o lugar onde se hospeda-
vam na Antigüidade, além de enfermos, viajantes e peregrinos.

Hospital e sua Classificação

A classificação hospitalar supõe uma série de requisitos que tem por ob-
jetivo medir o desempenho em termos de serviços prestados, com base em
padrões preestabelecidos pelo Ministério da Saúde, cuja finalidade é estimular
a melhoria do atendimento prestado ao paciente, elevando o padrão das insti-
tuições.

Para a classificação dos hospitais, utilizam-se como parâmetros de ava-


liação, os instrumentos elaborados pela coordenação de assistência médica do
Ministério da Saúde, com base nos critérios baixados pelo Conselho Nacional
de Classificação Hospitalar.

A classificação dos hospitais obedece a uma série de critérios. É impos-


sível relacionar todos os critérios neste trabalho. Pode-se, porém, apresentar
alguns aspectos adotados, seguindo o exposto no Anteprojeto da Lei Orgânica
de Assistência Hospitalar, de 1964, que define assistência hospitalar como
aquela que tem por base o hospital e a instituição para-hospitalar e que concor-
re para a criação de completo estado de bem-estar físico, mental e social do
indivíduo. Portanto, a assistência hospitalar pode ser classificada da seguinte
forma: Geral: é aquela prestada por hospitais gerais (que atendem a muitas

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enfermidades). Especializada: é aquela prestada por hospitais especializados,
como por exemplo, tuberculose, doenças mentais, câncer, etc.

Outras formas de classificação indicadas pelo anteprojeto da Lei Orgâni-


ca referida aos hospitais são:

a) Nível de competência (nível de serviços médicos): * Hospital pri-


mário: profilaxia, prevenção, clínica básica.

* Hospital secundário: básico, sem recursos avançados.

* Hospital terciário: nível tecnológico desenvolvido. À medida que au-


menta o nível de serviços médicos, aumentam o nível de capacitação dos re-
cursos humanos e a sofisticação tecnológica dos equipamentos.

b) Hospital oficial: o provimento cabe direta ou indiretamente à adminis-


tração pública, podendo ser:

• Administração central: o hospital é mantido por órgãos da administra-


ção centralizada federal, estadual e municipal.

• Administração descentralizada ou paraestatal: o hospital é mantido


por órgãos da administração descentralizada federal, estadual ou municipal,
pelas sociedades de economia mista ou por fundação.

Hospital particular: mantido por instituições particulares ou pessoa jurí-


dica de direito privado. Pode ser: Hospital lucrativo: objetiva o lucro da empresa
compensando o emprego do capital com distribuição de dividendos.

Hospital não lucrativo: não objetiva o lucro, não remunera os adminis-


tradores (as pessoas jurídicas), não distribui benefícios a qualquer título. Ape-
nas aplica integralmente os recursos na manutenção, que tenha idênticos obje-
tivos sociais.

Hospital filantrópico: é o hospital particular não lucrativo que, de acor-


do com o Decreto n.º 1840, de 20 de julho de 1973, proporciona assistência
gratuita a um quinto do total de seus serviços. Apresenta ainda o seguinte: “não
concebe remuneração, gratificação, vantagem ou benefício de qualquer espé-
cie e a qualquer título, a dirigentes superiores, diretores, sócio, irmãos ou ou-

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tras pessoas, salvo aquelas com as quais mantém vínculos legais de emprega-
dor.

Hospital beneficente: é o hospital particular não lucrativo, cuja finalida-


de é prestar assistência hospitalar a um grupo específico de pessoas a respec-
tivos dependentes que contribuem como associados, cujos atos de constituição
especifiquem sua clientela. Não é permitida a distribuição de dividendos, de-
vendo seus recursos financeiros ser aplicados em benefício da própria institui-
ção.

Em relação ao tamanho em relação ao número de leitos:

Hospital de pequeno porte: entre 25 a 49 leitos.

Hospital de médio porte: entre 50 a 149 leitos.

Hospital de grande porte: entre 150 a 500 leitos.

Hospital de porte especial ou extra: mais de 500 leitos.

Unidade Hospitalar/Internação
É o conjunto de elementos funcionalmente agrupados, onde são execu-
tadas atividades afins, visando o melhor atendimento ao paciente, dando-lhe
conforto, segurança e facilitando o trabalho do pessoal.

As unidades de um hospital podem variar em número e dimensões, em


função do total de leitos, finalidade e técnicas operacionais adotadas.

Tipos e Conceitos de Unidades

Unidade de Clínica Médica: Neste setor é prestada assistência integral


de enfermagem aos pacientes de média complexidade.

Unidade de Clínica Cirúrgica: É a unidade de elementos destinados á


realização de procedimentos cirúrgicos e obstétricos.

Unidade de Recuperação Pós Anestésica: A fase dos cuidados pós-


operatórios imediato começa tão logo o procedimento cirúrgico seja concluído e
o paciente transferido para a Unidade de Recuperação Pós-Anestésica (UR-
PA). Esta Unidade deve ser adjacente ao centro-cirúrgico, oferecendo facilida-
de de acesso.

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Unidade de Ginecologia/Obstetrícia: É o conjunto de elementos desti-
nados ao atendimento diagnóstico e tratamento de gestante e parturientes que
necessitam de assistência medica e de enfermagem.

Unidade de Ortopedia/Trauma: É o conjunto de elementos destinados


ao atendimento diagnostico e ao tratamento especializado em ortopedia e
traumatologia.

Unidade de Cardiologia: Destina-se ao atendimento dos pacientes que


sofrem de algum tipo doença cardíaca, mas que se encontram clinicamente
estáveis.

Unidade de Pneumologia: Destina-se ao atendimento dos pacientes


com patologias/complicações das vias aéreas inferiores. Ex: Apnéia Obstrutiva
do Sono, Asma, Doença Pulmonar Obstrutiva crônica (DPOC), Pneumonias em
suas variadas etiologias, Deficiência de Alfa-1-antitripsina (DAAT), Fibrose Cís-
tica, Tuberculose, Micoses Pulmonares, Doenças Pulmonares Interticiais,
Transtornos vasculares dos pulmões, Doenças auto-imunes com comprometi-
mento pulmonar e as Pneumoconioses.

Unidade de Pediatria/Neonatologia: Destina-se ao atendimento a pa-


cientes desde o momento do nascimento até à adolescência, que necessitem
de assistência hospitalar.

Unidade de Neuroclínica/Neurocirugia: A Unidade de Internação de


Neurologia Clínica, também conhecida simplesmente como “Enfermaria”, é o
local de referência para o cuidado de pacientes neurológicos.

Unidade de Pronto Socorro/Emergência: Unidade destinada à presta-


ção de assistência a pacientes com ou sem risco de vida, cujos agravos neces-
sitam de atendimento imediato.

Unidade de Terapia Intensiva: é uma estrutura hospitalar que se carac-


teriza como "unidade complexa dotada de sistema de monitorização contínua
que admite pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um
ou mais sistemas orgânicos e que com o suporte e tratamento intensivos te-
nham possibilidade de se recuperar".

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Centro de Material/Material Esterilizado: é a área responsável pela
limpeza e processamento de artigos e instrumentais médico-hospitalares. É na
CME que se realiza o controle, o preparo, a esterilização e a distribuição dos
materiais hospitalares.

Rotinas Hospitalares e o Prontuário do Paciente/Cliente

O prontuário do paciente é um documento legal que consta de toda a


história do paciente durante a permanência do paciente no hospital. Suas fina-
lidades principais são de comunicação entre profissionais, pesquisa, auditoria e
contabilidade.

Normas: Escrever as evoluções de enfermagem com caneta azul ou


preta no período da manhã e de caneta vermelha no período noturno; Es-
crever com letra legível; Escrever de modo claro e conciso no relatório de
enfermagem (livro de ocorrência); Assinar todas as anotações, não usar
rubrica; Utilizar apenas abreviaturas padronizadas; Não rasurar.

Conceito de: Internação, Transferência, Alta, Censo, Sistemati-


zação da Assistência de Enfermagem – SAE

Internação: é a entrada e permanência do paciente em uma instituição


(hospitalar ou clínica), com finalidade terapêutica.

Normas: Receber o paciente somente após o mesmo ter passado


pelo Setor de Internamento; O paciente deverá vir acompanhado por al-
guém do Setor de Internamento, com prontuário anexo; receber sempre o
paciente de modo gentil e afável; conferir o prontuário, observando: laudo
médico, prescrição médica e exames anexos; receber o paciente, colo-
cando-o no leito; arrolar os pertences do paciente e entregar à recepção
ou familiares, protocolando-os.

Transferência: do paciente de um setor para o outro, dentro do próprio


hospital. Poderá ser transferido quando necessitar de cuidados intensivos, mu-
dança de setor e troca do tipo de acomodação.

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Normas: Após confirmação da vaga pela chefia, orientar o paciente;
Checar na prescrição toda a medicação que foi administrada e cuidados
prestados; Separar medicamentos para encaminhá-los junto com o paci-
ente; Proceder as anotações de enfermagem no plano assistencial; Fazer
rol de roupas e pertences do paciente, entregando-os à família ou enca-
minhando junto ao paciente; Proceder o transporte do paciente, com auxí-
lio; Levar o prontuário completo, medicamentos e pertences; Auxiliar na
acomodação do paciente; Retornar ao setor levando a maca ou cadeira de
rodas; Preparar a unidade para receber outro paciente.

Alta Hospitalar: é o encerramento da assistência prestada ao paciente


no hospital. O paciente recebe alta quando seu estado de saúde permitir ou
quando está em condições de recuperar-se e continuar o tratamento em casa.
A alta do paciente deve ser assinada pelo médico.

Normas: Certificar-se da alta no prontuário do paciente, que deve estar


assinada pelo médico; Verificar no prontuário as medicações ou outros
tratamentos a serem feitos antes da saída do paciente; Informar ao paci-
ente sobre a alta, hora e de como será transportado; Entregar ao paciente
a receita médica e orientá-lo devidamente; Auxiliar o paciente a vestir-se;
Reunir as roupas e objetos pessoais e colocá-los na mala ou sacola; De-
volver objetos e medicamentos ao paciente, que foram guardados no
hospital; Providenciar cadeira de rodas ou maca para transportar o paci-
ente até o veículo; Transportar o paciente; Preparar a unidade para rece-
ber outro paciente.

Alta a Pedido: Alta solicitada pelo paciente ou familiar.

Normas: Informar da necessidade de assinar o termo de responsabilida-


de; Comunicar à enfermeira chefe e/ou médico o pedido de alta; Juntar o
termo de responsabilidade ao prontuário; Encaminhar o prontuário ao
setor competente.

Censo Diário Hospitalar: É a contagem e o registro, em geral a cada 24 ho-


ras, do número de leitos ocupados e vagos, levando-se em consideração os
leitos bloqueados e os leitos extras, bem como a contagem e o registro do nú-

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mero de internações, altas, óbitos e transferências internas e externas, ocorri-
das nas 24 horas relativas ao censo.

Normas: Conferir diariamente o movimento dos pacientes; Conferir ad-


missões, altas, óbitos e transferências no livro de registro; Entregar o
censo ocupacional corrigido na Recepção, diariamente, até às 09:00 ho-
ras.

Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE

A Sistematização da assistência de Enfermagem (SAE), é uma atividade


privativa do enfermeiro que norteia as atividades de toda a equipe de Enferma-
gem, já que técnicos e auxiliares desempenham suas funções a partir da pres-
crição do enfermeiro.

A SAE é a organização e execução do processo de Enfermagem, com


visão holística e é composta por etapas inter-relacionadas, segundo a Lei 7498
de 25/06/86 (Lei do Exercício Profissional). É a essência da prática da Enfer-
magem, instrumento e metodologia da profissão, e como tal ajuda o enfermeiro
a tomar decisões, prever e avaliar conseqüências.

Vislumbra o aperfeiçoamento da capacidade de solucionar problemas,


tomar decisões e maximizar oportunidades e recursos formando hábitos de
pensamento.

A SAE foi desenvolvida como método específico para aplicação da


abordagem cientifica ou da solução de problemas na prática e para a sua apli-
cação enfermeiras e enfermeiros precisam entender e aplicar conceitos e teori-
as apropriados das ciências da Saúde, incluídas aí a própria Enfermagem, as
ciências físicas, biológicas, comportamentais e humanas, além de desenvolver
uma visão holística do ser humano. Esse conjunto de conhecimentos proporci-
ona justificativas para tomadas de decisão, julgamentos, relacionamentos in-
terpessoais e ações.

A SAE ou o PE (Processo de Enfermagem) é constituído de 5 etapas:


Histórico de Enfermagem - HE, Diagnóstico de Enfermagem – DE, Planejamen-
to de Enfermagem – PE, Implementação de Enfermagem - IE e Avaliação de
Enfermagem ou Evolução de Enfermagem - EE.

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Anotações de Enfermagem

A anotação de enfermagem é o que garante legalmente que o cuidado


foi prestado pelo profissional de enfermagem, além disso, nos fornecem dados
importantes para garantir a continuidade da assistência, para subsidiar o en-
fermeiro na realização de um boa Sistematização da Assistência de Enferma-
gem, para fins de pesquisa, auditoria e para respaldo legal dos profissionais de
enfermagem.

Roteiro para a 1ª anotação de Enfermagem

1) Estado ou Nível de Consciência: Qual estado de consciência do paci-


ente? Alerta? Letárgico? Obnubilado? Torporoso, Comatoso? Se o paciente
estiver alerta, avaliar o estado mental (item 02), que é a qualidade deste esta-
do. Se o paciente não estiver alerta, é claro, não tem como avaliar o estado
mental, então segue para o item 3.

2) Estado Mental:Está orientado no tempo e espaço? Para avaliar a ori-


entação é preciso perguntar ao paciente: Avaliação da orientação no tempo:
Que dia da semana estamos? Avaliação da orientação no espaço: Onde você
está?

3) Estado emocional/ expressão facial: Calmo? Apático? Alegre? Triste?


Preocupado? Hostil? Agitado? Qual o comportamento que retrata o estado
emocional do paciente? Por exemplo: Refere estar triste por estar longe dos
filhos e choroso durante o diálogo.

4) Condição de Deambulação: Deambulante? Tipo de marcha? Deambu-


la com dificuldade? Com auxílio da enfermagem? Locomove-se em cadeira de
rodas? Com auxílio de muletas, bengala, andador?

5) Acamado? Em cama com grades elevadas? Qual decúbito? Encontra-


se com restrição mecânica? Em que segmento corporal? Está com aparelho
ortopédico? Especificar. Quais os métodos utilizados para evitar lesão por
pressão? Colchão piramidal? Colchão pneumático? Placas de proteção?

Na primeira anotação o registro é da posição em que você encontrou o


paciente e no decorrer do plantão, a cada 2 horas, é preciso anotar em que

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decúbito foi colocado o paciente, além das medidas de proteção utilizadas, co-
mo coxins, e os sinais e sintomas observados (alterações cutâneas, etc)

6) Repouso no leito? Relativo ou absoluto?

7) Sono e Repouso: Refere ter dormido bem a noite? Não? Por quê?
Especificar. Ex: Refere insônia devido a dor difusa em região abdominal, de
intensidade 6 (ENV: 0-10)

8) Equipamentos/ Dispositivos/ Aparelhos/ Cateteres/ Sondas/ Uripen/


Drenos/ Curativos: Todos os dispositivos que o paciente mantem e todas in-
formações necessárias relacionadas à eles devem estar descritas. Exemplos:

Mantem cateter vesical de demora aberto, com débito de 400 ml, ama-
relo-escuro, turvo, com grumos.

Mantem cateter nasogástrico aberto, em narina direita, com débito de


120 ml, esverdeado

9) Sinais – aqueles identificados por meio da observação.

Integridade da pele: íntegra? lesão?

Em caso de lesão – especificar: tipo, tamanho, localização e outras ca-


racterísticas, se houver. Neste caso utilizamos o termo “Apresenta”. Por exem-
plo:

Apresenta lesão escoriativa, de 4,0 x 5,2 cm, em região antero-medial da


perna D, com exsudato seroso, em pequena quantidade (quando não for pos-
sível mensurar o volume em ml)

Outros exemplos que devem ser observados: dispneia, hemorragia,


edema, descamação, hematoma, incisão cirúrgica, cicatriz, febre, entre outros.
Lembrando que qualquer alteração identificada, deve ser comunicado o enfer-
meiro, por exemplo, a dispneia.

Os sinais vitais mensurados devem ser registrados pontualmente, ou se-


ja, os valores exatos aferidos, livre de julgamentos

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10) Sintomas – aqueles referidos pelo paciente. Dor? Especificar: tipo,
localização, intensidade e outras característica, se houver. Outros exemplos:
náuseas, mal estar, insônia, prurido

11) Condições dos Membros Superiores e Inferiores: Coloração, perfu-


são, temperatura do membro, pulso

12) Aceitação da dieta: Especificar o que e quanto consumiu. Evite os


termos, “baixa” aceitação, “boa” aceitação alimentar. Esse tipo de termo não
nos fornece parâmetros confiáveis, o que é pouco para você, pode não ser pa-
ra mim. De preferência, tente mensurar em número de colheres ou por exem-
plo, “aceitou 1/3 da dieta”.

Recusou a dieta? qual o motivo? Está em jejum? Especificar no início da


anotação o motivo, se é para cirurgia, tipo de cirurgia, se é para algum exame.

13) Eliminação Vesical: Espontânea? Por sonda vesical de demora? por


sonda vesical de alívio? uripen? cistostomia? Quantidade? Mensurar o volume
em ml, sempre que mantiver sonda, estiver em controle de diurese ou balanço
hídrico. Qual as características? Coloração (amarelo-claro, escuro, alaranja-
do)? Odor? (fétido? característico?) Presença de anormalidades? hematúria?
piúria? disúria?

14) Eliminação Intestinal: Presente? Ausente? Há quantos dias? Via de


eliminação: em caso de ostomia, descrever qual – ileostomia, jejunostomia,
colostomia. Episódios: Geralmente na primeira anotação registra o que o paci-
ente referiu, mas nos respectivos horários, descreve-se após cada episódio-
Quantidade: pequena, média ou grande quantidade? Consistência: Pastosa?
líquida? semi-pastosa? Aspecto: Qual frequência? Cor? Características: colo-
ração, odor, cons istência, quantidade; Queixas.

15) Anotar orientações dadas, as condutas adotadas e os resultados das


mesmas. Por exemplo: 16/08/16 – 10h: Refere dor de intensidade 4, comunico
enfermeira Raquel, que avalia e orienta administrar Dipirona 500 mg/ml, 40 go-
tas, por via oral, conforme prescrição médica (se necessário).

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16/08/16 – 11h: Refere dor zero após administração da Dipirona. Oriento
comunicar em caso de qualquer desconforto, via campainha. Mantenho campa-
inha próxima ao paciente.

Unidade do Paciente/Cliente

É o conjunto de espaços e móveis destinado a cada paciente .

COMPONENTES DA UNIDADE DO PACIENTE:

 Uma cama com colchão / uma campainha;


 Uma mesa de cabeceira equipada com material de uso do paciente;
 Uma cadeira / Uma mesa de refeição;
 Uma escadinha / 02 baldes de lixo com tampa e pedal;
 Painel composto por: saída de oxigênio (verde), saída de ar comprimido
(cinza) e vácuo (amarelo);
 Armário para guardar pertences como roupas, escova de dente, etc.

LIMPEZA DE UNIDADE
É a limpeza de todo o mobiliário que compõe a unidade do paci-
ente.

FINALIDADES:

1. Promover conforto, segurança e bem estar ao paciente;


2. Remover Microrganismos;
3. Evitar infecção cruzada;
4. Manter a unidade com aspecto limpo e agradável;

TIPOS DE LIMPEZA

 Concorrente ou diária: Entende-se por limpeza concorrente a


higienização diária de todas as áreas do hospital, com o objetivo
da manutenção do asseio, reposição de materiais de consumo
como: sabão líquido, papel toalha, papel higiênico, saco para lixo.
Inclui:

Limpeza de piso, remoção de poeira do mobiliário e peitoril, lim-


peza completa do sanitário;

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Limpeza de todo o mobiliário da unidade (bancadas, mesa, cadei-
ra), realizada pela equipe da unidade (ou pela equipe da higienização,
quando devidamente orientada).

Obs.:
 A limpeza das superfícies horizontais deve ser repetida durante o
dia, pois há acúmulo de partículas existentes no ar ou pela movi-
mentação de pessoas;
 A limpeza ou desinfecção concorrente do colchão deve ser feita
no período da manhã, durante a higiene do paciente.

 Terminal: Entende-se por limpeza terminal a higienização comple-


ta das áreas do hospital e, às vezes, a desinfecção para a dimi-
nuição da sujidade e redução da população microbiana. É reali-
zada de acordo com uma rotina pré-estabelecida, habitualmente,
uma vez por semana ou quando necessário.

Além da limpeza da unidade outros mobiliários e equipamentos, que


têm contato direto com o paciente, também devem ser limpos sempre
que utilizados (cadeira de rodas, maca e outros).
Consiste no método de limpeza ou desinfecção de mobiliário e mate-
rial que compõem a unidade do paciente no hospital. É feita após a alta,
transferência, óbitos ou longa permanência do paciente.
Executar a técnica com movimentos firmes, longos e em uma só di-
reção.
Seguir os princípios:
 Do mais limpo para o mais sujo;
 De cima para baixo;
 Do distal para o proximal.

Procedimentos Básicos de Enfermagem

Os procedimentos básicos correspondem ás técnicas/procedimentos


que a equipe de enfermagem executa na prestação de cuidados ao cliente,
utilizando um método/roteiro que pode ser adaptado à realidade e ao cliente,

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desde que não interfira em seus princípios básicos. A finalidade é conduzir e
guiar as ações dos profissionais de enfermagem.

Objetivo dos Procedimentos básicos: Contribuir com conhecimento e apren-


dizado por meio de um roteiro de procedimentos das ações de enfermagem
para o discente, docentes e profissionais de enfermagem. Melhorar a qualidade
do ensino e assistência em todos os níveis, que visa à segurança, conforto e
economia. Contribuir no controle de infecção e complicações para o cliente e
profissionais.

Princípios básicos: Para realizar os procedimentos básicos na assistência de


enfermagem, é necessário seguir um roteiro (método de trabalho) para condu-
zir os profissionais de forma segura, evitar falhas, esquecimentos ou outros
danos ao cliente.

É necessário reduzir custos, poupar tempo, simplificar as ações de en-


fermagem, executar as técnicas com método e organização, planejar o traba-
lho, evitar movimentos desnecessários, utilizar materiais adequados e quanti-
dade adequada, manter sempre em ordem no local correto.

Etapas de planejamento para prestação do cuidado.

 Fazer a leitura da prescrição médica e de enfermagem;


 Providenciar e checar o material necessário;
 Comunicar o cliente todo procedimento que será realizado;
 Ter postura ética durante toda a assistência;
 Preparar o ambiente, com iluminação e ventilação adequada;
 Manter a privacidade do cliente;
 Lavar as mãos antes e após realizar qualquer procedimento;
 Executar a técnica, corretamente, agir com rapidez e segurança, obser-
var o cliente e interagir, verificar as possíveis complicações do cliente;
 Realizar o procedimento com atenção e evitar acidentes;
 Seguir as precauções padrão, conforme recomendação da CCIH (Con-
trole de Infecção Hospitalar);
 Manter o cliente confortável;
 Ao término do procedimento, realizar a anotação imediatamente, regis-
trando o horário, o procedimento e observações importantes.
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 Comunicar ao enfermeiro responsável e médico qualquer intercorrência;
 Sempre que necessário, pedir auxílio para outro profissional de enfer-
magem, evitar sobrecarga;
 Lembrar que o acompanhante também deverá ser orientado e necessita
de orientação.

Princípios gerais para execução dos procedimentos.

Quanto à segurança:

 Evitar a contaminação, seguir as recomendações da CCIH;


 Armazenar o material contaminado em local próprio, seguro;
 Evitar ‘’correntes’’ de ar, exposição desnecessária.
 Manter o cliente aquecido.
 Estar atento quanto à necessidade de restrição do cliente ao leito ou à
elevação de grades (para cliente acima de 60 anos e crianças) e clientes
com distúrbios neurológicos;
 Orientar o cliente sobre a rotina da instituição;

Quanto ao conforto:

 Ser atencioso, educado e prestativo;


 Falar em tom de voz moderado;
 Evitar os ruídos desnecessários;
 Manter o ambiente tranquilo e agradável;
 Considerar as solicitações do cliente;
 Orientar sempre que necessário.

Quanto à economia de tempo, esforço e material:

 Evitar o desperdício de movimento (mecânica corporal);


 Planejar o trabalho, de modo a evitar idas e vindas desnecessárias;
 Conservar o setor e os materiais limpos e organizados;
 Planejar as atividades, logo no início do plantão;
 Manter o setor organizado;
 Planejar o tempo;
 Prever os materiais necessários para o cuidado de enfermagem;
 Utilizar os materiais em quantidade suficiente.

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Segurança e Conforto do Paciente
O conforto e a segurança têm uma concepção ampla e abrangem
aspectos físicos, psicossociais e espirituais, constituindo necessidade
básica do ser humano.
Na admissão, se suas condições físicas permitirem, deve-se
apresentar o paciente para os companheiros da enfermaria e a equipe
de saúde.
Mostrar as dependências e orientá-lo quanto a equipe de saúde.
Mostrar as dependências e orientá-lo quanto a rotina da unidade. Todas
as condutas terapêuticas e assistência de enfermagem devem ser pre-
cedidas de orientação, esclarecimento de dúvidas e encorajamento.

Medidas Importantes para Proporcionar Conforto ao


Paciente
 Ambiente limpo, arejado, em ordem, com temperatura adequada e leito
confortável;
 Boa postura, movimentação ativa ou passiva;
 Mudança de decúbito;
 Respeito quanto à individualidade do paciente;
 Inspiração de sentimento de confiança, segurança e otimismo;
 Recreação através de TV, grupos de conversação, trabalhos manuais,
leituras.
Posições No Leito

Existem várias formas de se posicionar o paciente no leito, cada qual com


sua finalidade e justificativa. Lembrando que o paciente precisa fazer mudanças de
posicionamento a cada duas horas para evitar formação de úlceras por pressão
(UPP), mas há casos em que não há possibilidade. Para estas exceções, caberá
ao enfermeiro decidir caso a caso o que melhor pode ser feito, a fim de maximizar
o conforto e alívio. Vejamos algumas posições e sua finalidade.

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Litotomia ou Posição Litotômica

Esta é uma posição muito usada na ginecologia, pois neste posicionamento


facilita a visualização dos órgãos reprodutores femininos com facilidade, pode ser
usada para coleta de esfregaços para o popular preventivo.

Alguns obstetras usam esta posição para o parto, embora eu creio que seja
bastante desconfortável para a mulher. Alguns autores chamam esta posição de
ginecológica.

Posição Ereta

Posição utilizada para aferir peso, altura, para examinar curvaturas de colu-
na, membros inferiores entre outros.

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Posição Genupeitoral

Nesta posição podem ser realizados exames de reto, cólon, sigmoidos-


copia entre outros.

Posição de Trendelemburg Invertida

Trendelemburg invertida é usada para tratar embolismo aéreo venoso, me-


lhorar a circulação da região cerebral, atingir um nível efetivo de anestesia epidural
ou espinhal, prevenir broncoaspiração de vômitos e ingurgitar vasos do cérvix para
colocação de cateteres venosos centrais. A posição é também usada para cirurgi-
as de cabeça, pescoço e procedimentos ginecológicos, pois reduz o fluxo sanguí-
neo nestas áreas. Ela também facilita a respiração em pacientes com sobrepeso e
obesos. Colocar um paciente com sobrepeso nessa posição alivia a pressão na
cabeça devido ao peso excessivo do abdome em cirurgias oftalmológicas.

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Trendelemburg

É uma variação da posição de decúbito dorsal, onde a parte superior do


dorso é abaixada e os pés são elevados. Mantém as alças intestinais na
parte superior da cavidade abdominal. Posição utilizada para cirurgias de
órgãos pélvicos, estados de choque, tromboflebites e laparotomia de abdo-
me inferior.

Posição Ginecológica

Muito parecida com a posição litotômica, tanto que alguns autores referem-na
como litotômica, diferenciando apenas pela curvatura dos joelhos, pois na lito-
tômica ficam dobrados a 90º. Sua finalidade é para realizar um exame vaginal
ou vulvo vaginal, sondagem vesical de demora ou alivio, tricotomia, parto nor-
mal, entre outras.

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Posição de Sims

Usada para realizar exames retais, lavagem intestinal, exames vaginais e apli-
cação de supositórios.

Posição de Fowler

Utilizada em pacientes que tenham dificuldades respiratórias, no mo-


mento da alimentação, em pós-operatório nasal, descanso e tireoidectomia.

Posição Semi-Fowler

Usada em pacientes que tenham dificuldades respiratórias, fazem uso de ali-


mentação por sonda, apresentam risco de broncoaspiração, entre outros.

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Decúbito Dorsal

Usado para exames frontais do abdomem, cabeça e membros. É a posição


de repouso mais conhecido e é nesta posição que em casos de desmaio é preferí-
vel.

Decúbito Prono ou Ventral

Usado para exames da coluna vertebral e região cervical.

Decúbito Lateral

Usado para exames da coluna, dorso. Posição indicada para casos de


convulsão com risco de broncoaspiração.

Mudança de Decúbito
Conceito: É o processo de movimentar e mudar o decúbito do paciente
com limitações físicas, para descompressão de área sob proeminências
ósseas, prevenção de fadiga, manutenção do tônus muscular e preven-
ção de complicações pulmonares.
Material Necessário:
 Cochins;
 Lençóis;

22
 01 par de luva de procedimento.

Pré - Execução:
 Observar prescrição de enfermagem;
 Solicitar auxílio de um colaborador;
 Solicitar o material no almoxarifado;
 Lavar as mãos.

Execução:
 Identificar-se;
 Checar o nome e o leito do cliente;
 Orientar o cliente e/ou acompanhante quanto ao procedimento;
 Calçar luvas;
 Cada um dos colaboradores deverá posicionar-se de um lado do leito;
 Com a travessa, mobilizar o cliente para o lado oposto ao qual ele ficará;
 Fletir o membro inferior oposto ao qual ele ficará;
 O colaborador do lado oposto, deverá colocar uma das mãos no ombro
do cliente e a outra na flexão do joelho, puxando-o para cima;
 O colaborador posicionado atrás do cliente, deverá colocar o cochin,
previamente protegido por um lençol, nas costas do mesmo evitando
que retorne a posição anterior;
 Proteger a articulação dos joelhos colocando cochin entre eles;
 Levantar as grades de proteção;
 Deixar o cliente confortável e com a campainha ao seu alcance;
 Deixar o ambiente em ordem.

Pós - Execução:
 Lavar as mãos;
 Realizar as anotações necessárias.

Avaliação:
 Condições de segurança após posicionamento;
 Sinais de fraturas;
 Integridade cutânea.

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Riscos / Tomada de Decisão:
 Lesão de pele: fazer proteção de saliência ósseas;
 Posicionamento inadequado: corrigir e prevenir deformidades patológi-
cas.
Auxílio na Deambulação
Deambulação significa colocar o paciente acamado em pé para
andar ou passear; deve ser estimulada logo que seja clinicamente pos-
sível, mesmo que alguns pacientes precisem carregar consigo o suporte
de soro, frascos de drenagem etc.

Cuidados ao iniciar a deambulação:


a. Antes de o paciente começar a andar é necessário observar sinais de
fadiga, mal-estar e tontura.
b. Eleve primeiro a cabeceira do leito, coloque o paciente sentado na
beira da cama e observe se ele mantém o tronco em equilíbrio.
c. Uma vez tendo apresentado condições adequadas para deambular, é
recomendável calçar sapatos, ao invés de chinelos, pois dão maior fir-
meza aos pés.

TRANSPORTE DO PACIENTE
O transporte acontece quando o paciente precisa ser levado para
exames ou cirurgias ou para minorar os efeitos da falta de movimenta-
ção e de mudanças de decúbito.
A definição do número de pessoas necessárias para a passagem
do paciente da cama para a cadeira de rodas ou para a maca e vice-
versa dependerá do grau de dependência e do peso desse paciente.
Material para executar a técnica:
Cadeira de rodas, cobertor (se necessário), travesseiro, roupão, lençol e
chinelo.
Procedimentos para o transporte de pacientes acamados:
a. Verifique qual o meio de transporte a ser usado e o grau de depen-
dência do paciente e solicite ajuda de terceiros, se necessário.
b. Lave as mãos e leve o material para junto do paciente.

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c. Verifique se o paciente está devidamente protegido com pijama ou
camisola.
d. Dobre em leque a colcha e o cobertor nos pés da cama.
Passagem do paciente para a cadeira de rodas:
a. Forre a cadeira com um lençol em diagonal.
b. Coloque a cadeira aos pés da cama com o assento voltado para a
mesa de cabeceira, afaste o descanso dos pés e trave as rodas.
c. Eleve a cabeceira da cama e ajude o paciente a vestir o roupão.
d. Coloque o paciente sentado na beira da cama com a seguinte mano-
bra: coloque um dos braços sob os ombros do paciente, o outro sob as
coxas e faça um movimento de rotação de modo que as pernas do paci-
ente fiquem para fora da cama.
e. Calce os chinelos no paciente e aproxime a escadinha.
f. Apoie o paciente enquanto ele desce os pés até o chão.
g. Sustente-o pelos ombros com firmeza e faça a rotação do corpo, sen-
tando-o na cadeira.
h. Cubra o paciente com o lençol, envolvendo pernas e pés.
i. Ajuste o travesseiro nas costas, se necessário.
j. Realizada a movimentação passiva ou ativa ou o transporte, o pacien-
te deverá ser recolocado na cama, observando-se os mesmos cuidados.
Passagem do paciente para a maca
a. Forre o colchonete da maca com lençol.
b. Oriente o paciente sobre o procedimento.
c. Posicione o paciente no lado proximal do leito.
d. Encoste a maca paralela ao leito e trave as rodas.
e. Mude o paciente do leito para a maca com movimentos firmes e sua-
ves com a ajuda de terceiros: o primeiro operador sustenta a cabeça
com um braço e as costas com o outro; o segundo sustenta as nádegas
com um braço e as coxas com o outro; o terceiro sustenta as pernas e
os pés.
f. A um comando, os três operadores suspendem e movimentam o paci-
ente em direção à maca.
g. Cubra o paciente com lençol e cobertor, de acordo com a temperatura
do ambiente.

25
h. Eleve a cabeceira da maca se não houver contra-indicação e proceda
ao transporte.
i. Observe os mesmos cuidados para recolocar o paciente no leito.
j. Deixe o paciente confortável e retire o material.
Passagem do paciente para a maca com auxílio de lençol móvel:
a. Forre o colchonete da maca com lençol.
b. Oriente o paciente sobre o procedimento.
c. Encoste a maca paralela ao leito e trave as rodas.
d. Solte o lençol móvel e enrole as pontas bem próximas ao paciente.
e. Disponha os operadores na seguinte posição: dois ao lado da cama,
um apoiando a cabeça e segurando o lençol móvel e outro segurando o
lençol móvel e as pernas.
f. Realizada a movimentação passiva ou ativa ou o transporte, o pacien-
te deverá ser recolocado na cama, observando-se os mesmos cuidados
e os operadores ao lado da maca, segurando o lençol móvel.
g. A um comando, os quatro operadores suspendem e movimentam o
paciente em direção à maca.
h. Cubra o paciente com lençol e cobertor, de acordo com a temperatura
do ambiente.
i. Eleve a cabeceira da maca se não houver contra-indicação e proceda
ao transporte.
j. Anote a hora da saída e o destino; ao retornar, anote a hora da chega-
da, exame realizado e intercorrências.
Observações importantes
 Verifique sinais de fadiga, tontura e mal-estar; espere que o paciente se
refaça antes de prosseguir;
 Verifique a presença de drenos, cateteres e sondas, evitando acotove-
lamento;
 Verifique se há infusão venosa;
 Pacientes inconscientes, confusos e agitados deverão ser transportados
em macas com grades e restringidos, se necessário;
 Tome cuidado para que nenhum membro fique para fora da maca;
 Se houver necessidade de restringir o paciente na cadeira de rodas,
passe o lençol sobre o abdome, atando-o na parte posterior da cadeira;

26
 Evite movimentos bruscos;
 Observe o paciente durante o transporte.

Arrumação da Cama
O paciente e o elemento principal de qualquer instituição de saú-
de. Considera-se paciente todo o indivíduo submetido a tratamento, con-
trole especiais, exames e observações medicas.
O paciente procura o hospital quando atingido pela doença, cria
nele angustia, inquietação, que leva a exagerar o poder e conhecimento
sobre os profissionais que o socorrem, muitas vezes torna-se dificil o tra-
tamento do doente, originando problemas de relacionamento (paciente
pessoal).
Quando uma pessoa está doente, precisa de ajuda para muitas
das tarefas que habitualmente realiza sozinha. Parte do trabalho das
pessoas que se dedicam, ao cuidado do paciente em um hospital é man-
ter agradável o local que o cerca. Ficar em quarto limpo e com tudo em
ordem ajudará o paciente a sentir-se melhor e tornará sua permanência
no hospital mais agradável.
O leito é um fator importante na obtenção de repouso e conforto.

Objetivos: Proporcionar conforto e segurança ao paciente. Economia de tem-


po e fadiga da enfermagem.

Tipos de camas

 Cama fechada Cama aberta;


 Cama com paciente acamado;
 Cama para operado

Cama fechada: É aquela que esta desocupada, aguardando a chegada do


paciente. Deve ser arrumada aproximadamente 2 horas após ter sido feita a
limpeza geral, permitindo arejamento do ambiente.

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Materiais:

 02 Lençóis: 01 lençol móvel, traçado, travessa ou forro;


 01 impermeável;
 01 Travesseiro;
 01 Fronha;
 01 Cobertor, se necessário;
 Luvas de procedimento Hamper;

Método:

 Lavar as mãos; Preparar o material;


 Colocar o material na mesa de cabeceira;
 Estender o lençol sobre o leito, dobrando as pontas do lençol na cabe-
ceira e nos pés;
 Colocar o impermeável, o lençol móvel e estender o lençol de cima.
 Fazer os cantos do lençol;
 Colocar o cobertor;
 Colocar a fronha no travesseiro;
 Colocar o travesseiro na cama;
 Recompor a unidade;
 Lavar as mãos.

Cama Aberta: É aquela que está sendo ocupada por um paciente que pode
deambular.

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Materiais:

 02 Lençóis: 01 lençol móvel, traçado, travessa ou forro;


 01 impermeável 01 Travesseiro;
 01 Fronha;
 01 Cobertor, se necessário;
 Luvas de procedimento;
 Hamper

Obs: A diferença entre a cama fechada e a cama aberta esta na dobra rea-
lizada no lençol e cobertor na cabeceira da cama.

Cama com paciente acamado: É a cama ocupada por paciente que não pode
deambular.

Em caso de doente grave, a cama será feita por duas pessoas, para evi-
tar esforço demasiado do paciente e da enfermagem, e obter andamento mais
rápido do cuidado. Geralmente a arrumação da cama é feita durante o banho
dado no leito, para evitar perda de tempo e esforço.

Cama para operado: É feita para receber o paciente que está na sala de cirur-
gia ou exame, sob efeito anestésico. O leito do operado é igual ao leito fecha-

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do, mas com lençol dobrado em pregas, na cabeceira do leito próximo ao len-
çol móvel. Esse leito terá as roupas soltas nos pés, exceto o lençol de baixo.

Normas:

 O leito dever ser trocado quantas vezes forem necessárias durante o


plantão; O leito dever ser preparado de acordo com a sua finalidade;
 Abrir portas e janelas antes de iniciar o trabalho;
 Utilizar lençóis limpos, secos e sem pregas;
 Caso os lençóis sejam reutilizados, não deixar migalhas, fios de cabelos;
 Observar o estado de conservação dos colchões e travesseiros;
 Não sacudir as roupas de cama;
 Não arrastar as roupas de cama no chão.

Higienização das mãos


Conceito:
É a medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a
propagação das infecções relacionadas à assistência à saúde. Recentemente,
o termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido
à maior abrangência deste procedimento.
O termo engloba a higienização simples, a higienização anti-séptica, a
fricção anti-séptica e a anti-sepsia cirúrgica das mãos, que serão abordadas
mais adiante.
Por que fazer?
As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos
durante a assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reser-
vatório de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfície
para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, através do
contato com objetos e superfícies contaminados.
Finalidades:
 Remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e
da microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veicu-
ladas ao contato;

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 Prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cru-
zadas.
Quem deve higienizar as mãos?
Devem higienizar as mãos todos os profissionais que trabalham
em serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com os
pacientes, que atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e
material estéril ou contaminado.
Como fazer e quando fazer?
As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser
higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e anti-séptico. A
utilização de um determinado produto depende das indicações descritas abai-
xo:
USO DE ÁGUA E SABÃO
Indicação: Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas
com sangue e outros fluidos corporais.
 Ao iniciar o turno de trabalho.
 Após ir ao banheiro.
 Antes e depois das refeições.
 Antes de preparo de alimentos.
 Antes de preparo e manipulação de medicamentos.
 Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica.
USO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA
Indicação: Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não
estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir:
 Antes de contato com o paciente
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos
oriundos das mãos do profissional de saúde.
Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da
temperatura corporal); contato físico direto (aplicação de massagem, rea-
lização de higiene corporal); e gestos de cortesia e conforto.

 Após contato com o paciente

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Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente
próxi-mos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do próprio
paciente.

 Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos


invasivos
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos
oriundos das mãos do profissional de saúde.
Exemplos: contato com membranas mucosas (administração de medica-
mentos pe-las vias oftálmica e nasal); com pele não intacta (realização de
curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos invasivos (cateteres
intravasculares e urinários, tubo endotraqueal).

 Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não


requeiram preparo cirúrgico
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos
oriundos das mãos do profissional de saúde.
Exemplo: inserção de cateteres vasculares periféricos.

 Após risco de exposição a fluidos corporais


Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente
próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a
outros profissionais ou pacientes.

 Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o


cuidado ao paciente
Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos de
uma determinada área para outras áreas de seu corpo.
Exemplo: troca de fraldas e subsequente manipulação de cateter intra-
vascular.
Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com frequência na roti-
na profissional. Devem-se planejar os cuidados ao paciente iniciando a assis-
tência na sequência: sítio menos contaminado para o mais contaminado.

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 Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente pró-
ximas ao paciente
Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente
próxi-mos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente
a outros profissionais ou pacientes.
Exemplos: manipulação de respiradores, monitores cardíacos, troca de
roupas de cama, ajuste da velocidade de infusão de solução endovenosa.

 Antes e após remoção de luvas (sem talco)


Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente
próxi-mos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente
a outros profissionais ou pacientes.
As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde
e ajudam a reduzir a transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter
microfuros ou perder sua integridade sem que o profissional perceba, possibili-
tando a contaminação das mãos.

 Outros procedimentos
Exemplo: manipulação de invólucros de material estéril.

Importante
 Use luvas somente quando indicado.
 Utilize-as antes de entrar em contato com sangue, líquidos corporais,
membrana mucosa, pele não intacta e outros materiais potencialmente
infectantes.
 Troque de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente.
 Troque também durante o contato com o paciente se for mudar de um
sítio corporal contaminado para outro, limpo, ou quando esta estiver da-
nificada.
 Nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais (tais como te-
lefones, maçanetas, portas) quando estiver com luvas.
 Observe a técnica correta de remoção de luvas para evitar a contamina-
ção das mãos.
 Lembre-se: o uso de luvas não substitui a higienização das mãos!

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USO DE ANTI-SÉPTICOS
Estes produtos associam detergentes com anti-sépticos e se destinam à
higienização anti-séptica das mãos e degermação da pele.
Indicação:
 Higienização anti-séptica das mãos.
 Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes por-
tadores de microrganismos multirresistentes.
 Nos casos de surtos.
 Degermação da pele
 No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado
para toda equipe cirúrgica).
 Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de
cateter intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instala-
ção de diálise, pequenas suturas, endoscopias e outros.
Importante: De acordo com os códigos de ética dos profissionais de
saúde, quando estes colocam em risco a saúde dos pacientes, podem
ser responsabilizados por imperícia, negligência ou imprudência.

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Demonstração da Técnica

Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.

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Calçamento de Luvas

Calçando luva estéril

O procedimento de calçar um par de luvas estéril requer técnica correta,


para evitar a contaminação da luva, fato este que pode ocorrer com facilidade,
por isso requer muita atenção.

As luvas estéreis devem ser utilizadas sempre que ocorrer a necessida-


de de manipulação de áreas estéreis. Existem vários procedimentos que exi-
gem a utilização de luvas estéreis, entre eles os procedimentos cirúrgicos, aspi-
ração endotraqueal, curativos extensos, que se tornam difíceis realizar somen-
te com o material de curativo.

Resumindo, em qualquer ocasião que for necessário o auxílio manual


em locais estéreis ou em lesões, usa-se as luvas esterilizadas.

Podem ser encontradas nos tamanhos P, M ou G, ou até mesmo em ta-


manhos numerados como 6.0, 6.5, 7.0 até 9.0. E pode variar de acordo com o
fabricante.

Após realizar a lavagem correta das mãos, abra o pacote de luvas sobre
uma superfície limpa, à altura confortável para sua manipulação.

Observe que existem abas nas dobras internas da embalagem das lu-
vas.

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Elas existem para facilitar a abertura do papel, sem que ocorra o risco de
tocar nas luvas e contaminá-las. Então, segure nas abas abra os dois lados
que revestem as luvas, conforme a figura abaixo.

As luvas estão dispostas corretamente a sua frente, onde: a luva da mão


direita está a sua direita, e a luva da mão esquerda, está a sua esquerda. Isso
na maioria dos fabricantes. A maioria das luvas não tem lado anatômico, mas
ficam dispostas nesse sentido, devido a dobra existente do polegar.

Agora, prepare-se para calçar a luva na mão dominante. Com sua mão
não dominante, segure a luva pela face interna da luva (que vem dobrada pro-
positalmente).

Lembre-se: enquanto você estiver sem luvas, segure apenas pela face
onde a luva irá entrar em contato com sua pele, ou seja, face interna.

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Agora, introduza os dedos da mão dominante, calmamente, procurando
ajustar os dedos internamente. Realize esta etapa da melhor maneira possível,
mas não se preocupe se os dedos ficarem mal posicionados dentro da luva.
Continue o procedimento mesmo com os dedos posicionados de forma errada
(é muito arriscado tentar arrumar a posição dos dedos, você pode contaminá-
la).

Após esta etapa, introduza até que sua mão entre completamente na lu-
va, sempre a segurando pela face interna.

Agora que você colocou a primeira luva estéril (na mão dominante), va-
mos colocar a luva na mão esquerda (não-dominante). Lembre-se, que agora
estamos com uma luva estéril na mão dominante, não podemos tocar em luga-
res que não sejam estéreis, sejam eles a nossa pele, superfícies ou objetos ao
nosso redor. Com a mão dominante (enluvada), segure a outra luva pela face
externa (ou seja, por dentro da dobra existente). Esta dobra existente no punho

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da luva servirá de apoio para segurar a luva, sem que ocorra o risco de conta-
minar a luva, mesmo que imperceptivelmente.

Sempre segurando pela dobra do punho da luva, introduza calmamente


sua mão esquerda (não-dominante) na luva, semelhante ao realizado na pri-
meira, mas agora, com a cautela de não tocar com a luva na pele da mão es-
querda ou em locais não-estéreis.

Siga esta etapa, até introduzir toda a mão esquerda na luva.

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Agora, havendo a necessidade de posicionar os dedos corretamente, ou
até mesmo melhorar o calçamento da luva, faça com ambas as luvas, porém
evite manipular a luva na região dos punhos, caso esta não possua mais as
dobras de segurança.

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Retirar Luvas

Técnica:

 Após o uso, retire a luva de uma das mãos puxando-a externamente so-
bre a mão, virando-a pelo avesso;

 Com a outra mão enluvada, segure a luva que foi retirada, e pela parte
interna da luva que ainda está na mão, puxe-a externamente, virando
pelo avesso;

44
Medidas Antropométricas

É a verificação do peso corporal, de altura e circunferência abdominal.


Tem como objetivos acompanhar a evolução de doenças tais como: insuficiên-
cia cardíaca congestiva, insuficiência renal crônica, cirrose hepática e calcular
dosagens de medicamentos.
Peso e altura:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Informar ao paciente o que vai ser feito e encaminha-lo até o local da balan-
ça;
4. Forrar o piso da balança com papel toalha;
5. Tarar a balança;
6. Abaixar o pino da trave;
7. Pedir ao paciente para retirar o penhoar ou roupão e chinelos, subir na ba-
lança e ficar no centro da mesma;
8. Destravar a balança e dispor o massor de quilos na escala graduada até o
número estimado;
9. Movimentar o massor de gramas até o número em que o fiel da balança fi-
que nivelado;
10. Ler corretamente o peso indicado, colocando-se à frente do paciente;
11. Abaixar o pino da trave e retornar os massores ao ponto zero;
12. Pedir ao paciente para ficar com as costas para o antropômetro, unir os
45
calcanhares e manter-se ereto;
13. Erguer a régua, com o braço voltado para um dos lados do paciente, até
acima da cabeça. Girar o braço da régua até a frente do paciente e abaixá-lo
lentamente, até que o ângulo reto da régua encoste-se à cabeça;
14. Ler a escala graduada a altura do paciente;
15. Virar o braço da régua para um dos lados até voltá-lo a posição anterior;
16. Auxiliar o paciente a descer da balança. Calçar os chinelos e vestir o rou-
pão;
17. Retirar o papel da balança e desprezar;
18. Anotar no prontuário, e comparar com os dados anteriores.

Circunferência abdominal:
1. Fazer planejamento;
2. Levar à unidade do paciente fita métrica em bandeja;
3. Colocar o biombo ao redor do leito do paciente;
4. Manter o paciente deitado;
5. Expor a região abdominal do paciente;
6. Pegar na ponta da fita métrica e passar por trás do paciente;
7. Pegar a fita métrica do lado oposto do paciente e unir com o restante da fita
na região umbilical;
8. Verificar o número que indica na fita;
9. Manter o paciente confortável e a unidade em ordem;
10. Realizar a limpeza da fita métrica com álcool 70% e guardá-la;
11. Anotar no prontuário do paciente.

Mensuração de Sinais Vitais

Os sinais vitais, provavelmente são uns dos procedimentos que a enfer-


magem mais realiza no seu dia a dia, sendo assim vamos aborda-la com deta-
lhes.

As alterações das funções corporais geralmente se refletem na tempera-


tura do corpo, na pulsação, na respiração e na pressão arterial, podendo indi-
car enfermidades. Por essa razão são chamados sinais vitais.

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A avaliação dos sinais vitais instrumentaliza a equipe de saúde na toma-
da de decisão sobre as intervenções. Essas medidas fornecem informações
muito importantes sobre as condições de saúde dos pacientes, pois é um mé-
todo eficiente de monitoramento.

TEMPERATURA

Um dos sinais vitais a temperatura é mantida entre produção e perda de


calor pelo organismo no ambiente e deve-se ao mecanismo controlado pelo
hipotálamo.

O ser humano é um ser homeotérmico, isto é, possui a capacidade de


manter a temperatura corporal dentro de certo intervalo pré-determinado ape-
sar das variações térmicas do meio ambiente (homeostasia térmica). O equilí-
brio térmico é conseguido através do balanço entre a perda e a produção ou
aquisição de calor.

Terminologia

 Hipotermia: Temperatura abaixo de 35°C

 Afebril: 36,1°C a 37,2°C

 Febril: 37,3°C a 37,7°C

 Febre: 37,8°C a 38,9°C

 Pirexia: 39°C a 40°C

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 Hiperpirexia: acima de 40°C

Valores de referência para a temperatura

 Temperatura axilar: 35,8°C a 37°C

 Temperatura bucal: 36,3°C a 37,4°C

 Temperatura retal: 37°C a 38°C

Verificação da temperatura axilar

1. Higienize as mãos

2. Prepare o material necessário

3. Explique o procedimento ao paciente

4. Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em


álcool a 70%

5. Enxugue a axila, caso seja necessário, coloque o termômetro na regi-


ão axilar com o bulbo em contato direto com a pele do paciente, pedindo ao
paciente que mantenha o braço por sobre o tórax, com a mão no ombro oposto
e o cotovelo rente ao corpo

6. Retire o termômetro após 5 min, realiza a leitura e memorize o resul-


tado

7. Agite o termômetro para que o mercúrio desça abaixo de 35°C

8. Realize a assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a


70%

9. Higienize as mãos

10. Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuá-


rio do paciente.

Verificação de temperatura oral

1. Higienize as mãos

2. Prepare o material necessário

48
3. Explique o procedimento ao paciente

4. Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em


álcool a 70%

5. Coloque o termômetro sob a língua do paciente, recomendando a ele


que o conserve na posição, mantendo a boca fechada

6. Retire o termômetro após 5 min, realize a leitura e memorize o resul-


tado

7. Realize assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a


70% e guarde-o em local apropriado

8. Higienize as mãos

9. Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário


do paciente.

Verificação da temperatura retal

1. Higienize as mãos

2. Prepare o material necessário

3. Explique o procedimento ao paciente

4. Calce as luvas de procedimento

4. Realize a assepsia do termômetro utilizando algodão embebecido em


álcool a 70%

5. Coloque o paciente em decúbito lateral esquerdo com a perna direita


flexionada (posição de Sims)

6. Lubrifique a ponta do termômetro e introduza-o no ânus, acompanha-


do a curvatura do reto, aproximadamente 1,5 cm em lactentes e 4 cm em adul-
tos

7. Retire o termômetro após 3 min, realize a leitura e memorize o valor

8. Lave o termômetro com água e sabão

49
9. Realize assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool a
70%

10. Retire as luvas de procedimento

11. Higienize as mãos

12. Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuá-


rio do paciente.

PULSO

O pulso também compõe os sinais vitais que quando se palpa uma arté-
ria, o pulso arterial é percebido como uma expansão da parede arterial síncro-
na com o batimento cardíaco. A expansão é devida à distensão súbita da pare-
de arterial originada pela ejeção ventricular na aorta e sua transmissão aos va-
sos periféricos.

Na realidade, o pulso arterial é uma onda de pressão dependente da


ejeção ventricular e, por isso, a análise do pulso arterial proporciona dados
inestimáveis da ejeção ventricular esquerda, do mesmo modo que o pulso ve-
noso expressa a dinâmica do enchimento ventricular direito.

Terminologia

 Pulso normocárdico: Batimento cardíaco normal

 Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos são iguais

 Pulso arrítmico: os intervalos entre os batimentos são desiguais

 Pulso dicrótico: dá impressão de dois batimentos

50
 Taquisfigmia: pulso acelerado

 Bradisfigmia: frequência abaixo da faixa normal

 Pulso filiforme: indica redução da força ou do volume do pulso periféri-


co

Valores de referência para pulsação

Adultos – 60 a 100 bpm;

Crianças – 80 a 120 bpm;

Bebês – 100 a 160 bpm.

Verificação do pulso periférico

1. Higienize as mãos

2. Explique o procedimento ao paciente

3. Aqueça as mãos se necessário, friccionando-as

4. Coloque as polpas digitais dos dedos médios e indicador sobre uma


artéria superficial e comprima levemente

5. Conte os batimentos durante 1 min

6. Observe arritmias e amplitude

7. Higienize as mãos

8. Cheque o procedimento realizado e anote o valor obtido no prontuário


do paciente.

RESPIRAÇÃO

Na respiração, o oxigênio inspirado entra no sangue e o dióxido de car-


bono (CO2) é expelido, com frequência regular. A troca destes gases ocorre
quando o ar chega aos alvéolos pulmonares, que é a parte funcional do pul-
mão. É nesse processo que o sangue venoso se transforma em sangue arteri-
al. A frequência respiratória em geral é mensurada através da observação da
expansão torácica contando o número de inspirações por um minuto.

51
Terminologia

 Eupneia: respiração normal

 Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum


de várias doenças pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e
gradativa.

 Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição


ereta.

 Taquipneia: respiração rápida, acima dos valores da normalidade, fre-


quentemente pouco profunda.

 Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade

 Apneia: ausência da respiração

 Respiração de Cheyne-Stokes: respiração em ciclos, que aumenta e


diminui a profundidade, com períodos de apneia. Quase sempre ocorre
com a aproximação da morte

 Respiração de Kussmaul: inspiração profunda seguida de apneia e ex-


piração suspirante, característica de como diabético.

 Respiração de Biot: respirações superficiais durante 2 ou 3 ciclos, se-


guidos por período irregular de apneia.

 Respiração sibilante: sons que se assemelham a assovios

52
Valores de referência para respiração

Adultos – 12 a 20 inspirações/ min;

Crianças – 20 a 25 inspirações/ min;

Bebês – 30 a 60 respirações/ min.

Verificação de frequência respiratória

1. Higieniza as mãos

2. Posicione o paciente confortavelmente

3. Coloque a mão no pulso radial do paciente, como se fosse controlar o


pulso, e observe os movimentos respiratórios

4. Conte a frequência respiratória por 1 minuto e memorize

5. Higienize as mãos

6. Registre o valor e as características da respiração na folha de anota-


ção de enfermagem

PRESSÃO ARTERIAL

Esse sinal vital é a medida da pressão exercida pelo sangue nas pare-
des das artérias. A pressão ou tensão arterial depende da força de contração
do coração, da quantidade de sangue circulante e da resistência dos vasos.

Ao medir a pressão arterial consideramos a pressão máxima ou sistólica


que resulta da contração dos ventrículos para ejetar o sangue nas grandes ar-
térias e a pressão mais baixa ou diastólica, que ocorre assim que o coração
relaxa. A pulsação ventricular ocorre em intervalos regulares. A PA é medida
em mmHg. Difícil definir exatamente o que é pressão arterial normal.

53
Terminologia

 Hipertensão: PA acima da média

 Hipotensão: PA inferior à média

 Convergente: a sistólica e a diastólica se aproximam

 Divergente: a sistólica e a diastólica se afastam

Valores de referência para pressão arterial

Hipotensão – inferior a 100 x 60

Normotensão – 120 x 80

Hipertensão limite – 140 x 90

Hipertensão moderada – 160 x 100

Hipertensão grave – superior a 180 x 110

Verificação da pressão arterial

1. Higienize as mãos

2. Prepare o material na bandeja

3. Explique o procedimento ao paciente

4. Remova as roupas do braço no qual será colocado o manguito

5. Posicione o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão


voltada para cima.

6. Realize a assepsia, com algodão embebido em álcool a 70% nas oli-


vas e no diafragma do estetoscópio

7. Selecione o manguito de tamanho adequado ao braço

8. Centralize o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria


braquial

9. Solicite que o paciente não fale durante a mensuração

10. Palpe a artéria braquial e coloque o estetoscópio sobre ela sem


comprimi-la excessivamente
54
11. Insufle o manguito até ultrapassar 20 a30 mmHg o nível estimado da
pressão sistólica (ponto de desaparecimento do pulso radial)

12. Proceda à deflação lentamente

13. Determine a pressão sistólica na ausculta do primeiro som (Fase I de


Korotkoff), que é um som fraco seguido de batidas regulares, e em seguida,
aumente ligeiramente a velocidade de deflação

14. Determine a pressão diastólica no desaparecimento do som (Fase V


de Korotkoff)

15. Ausculte cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som, para confir-


mar seu desaparecimento

16. Informe o valor da pressão arterial medido ao paciente

17. Realize a assepsia com álcool a 70% nas olivas e no diafragma do


estetoscópio

18. Guarde o material

19. Higienize as mãos

20. Registre o valor obtido na folha de anotação de enfermagem

DOR

A dor é um sintoma e uma das causas mais frequentes da procura por


auxílio médico. A necessidade da dor ser reconhecida como 5° sinal vital foi
citada pela primeira vez em 1996 por James Campbell (Presidente da Socieda-
de Americana de Dor).

Seu objetivo foi de elevar a conscientização entre os profissionais de


saúde sobre o tratamento da dor. James Campbell (1996) refere que se a dor
fosse aliviada com o mesmo zelo como os outros sinais vitais haveria uma me-
lhor chance de promover tratamento adequado.

A dor foi definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor


(IASP) como uma experiência sensorial e emocional desagradável que é asso-
ciada a lesões reais ou potenciais ou descrita em termos de tais lesões. A dor é

55
sempre subjetiva e cada indivíduo aprende a utilizar este termo por meio de
suas experiências

A definição proposta demonstra a multidimensionalidade da experiência


e que tanto aspectos físicos como emocionais devem ser avaliados. Devido a
sua subjetividade McCaffery e Beebe definiram que a dor é o que o indivíduo
que a sente diz ser e existe quando a pessoa que a sente diz existir.

Os objetivos da avaliação da dor são:

 Identificar a sua etiologia e compreender a experiência sensorial, afetiva,


comportamental e cognitiva do indivíduo com dor para propor e imple-
mentar o seu manejo. No entanto, apesar de sua fundamental importân-
cia a dor ainda é avaliada inadequadamente. Estudos demonstram que
as enfermeiras subestimam a dor pós-operatória intensa.

 Inicialmente, o processo de avaliação deve incluir o histórico e exame fí-


sico do paciente, bem como os aspectos psicossociais e familiares rela-
cionados. A avaliação também deve envolver os componentes sensori-
ais da dor, porém deve-se ter em mente que o indivíduo que vivencia a
dor é o expert sobre o seu padrão, localização, intensidade e natureza,
bem como o grau de alívio obtido pela terapia. Devido à subjetividade do
sintoma o auto relato será fundamental nesse processo de avaliação.

 O padrão da dor é avaliado pelo uso de palavras que descrevem o seu


ritmo. O paciente será questionado se a dor é constante, intermitente ou
breve, e ainda sobre a data e horário do seu início e quando foi o último
episódio.

 A determinação da localização da dor pode auxiliar na determinação de


sua etiologia. Na localização pode ser utilizado um diagrama corpóreo,
para que o paciente demonstre, assinalando em um desenho, as áreas
dolorosas (Figura 1). Outra forma, é o enfermeiro questionar o indivíduo
sobre os locais do corpo que doem e realizar o registro descritivo ou as-
sinalar no diagrama de localização. Novos locais dolorosos que apare-
çam devem ser registrados, porque pode sinalizar uma nova complica-
ção.

56
 A intensidade da dor pode ser avaliada por meio de uma escala visual
analógica (EVA). Uma das versões dessas escalas compreende uma li-
nha horizontal de 10 cm com as extremidades indicando ausência de dor
e a pior dor possível. Poderá ser determinado um valor numérico, utili-
zando-se uma régua e medindo-se a distância entre a marcação do indi-
víduo, que está sendo avaliado, e o extremo inferior, numa escala em
centímetros.

 A utilização de uma EVA por crianças, idosos e pacientes com déficit vi-
sual e cognitivo pode ser difícil pela ausência de qualquer marcação na
linha de 10 cm, que seria um recurso de auxílio para a avaliação.

 Na avaliação da dor também podem ser utilizadas escalas como a nu-


mérica visual de 0 a 10, que pode ou não estar associada a uma escala
verbal com quatro ou cinco descritores. Os descritores serão apresenta-
dos ao paciente para que ele escolha aquele que representa a intensi-
dade da dor ou do alívio no momento da avaliação. A escala verbal mais
utilizada em nosso meio é a de quatro termos (dor ausente, leve, mode-
rada e intensa).

 Outros instrumentos estão disponíveis para a avaliação da dor como as


escalas de faces de sofrimento, que podem ser úteis para pacientes que
apresentam dificuldades em compreender as escalas numéricas.

 O fator mais importante na escolha de qual instrumento deve ser usado


é a capacidade do paciente para compreendê-lo. Assim, os instrumentos
de avaliação devem ser adequados à faixa etária, à capacidade cogniti-
va e aos aspectos culturais dos indivíduos avaliados.

 O prejuízo nas atividades de vida diária como: sono, apetite, movimenta-


ção, higiene e deambulação, bem como o humor, também devem ser
avaliados, pois alterações são indicativos do desconforto causado pela
dor e auxiliam na avaliação da qualidade da analgesia.

 A identificação da natureza da dor poderá ser definida pelas suas carac-


terísticas utilizando-se descri tores verbais.

57
 Ao paciente será solicitado que defina as palavras que melhor caracteri-
zam a sua dor. As palavras escolhidas podem descrever as diversas
qualidades sensoriais e emocionais da dor e auxiliar na definição do tipo
de dor.

 Parâmetros fisiológicos, tais como alterações cardiovasculares (hiper-


tensão e taquicardia), frequência respiratória, saturação arterial de oxi-
gênio, sudorese e alterações metabólicas e hormonais, têm sido utiliza-
dos associados ou não à observação do comportamento e podem ser
úteis no processo de avaliação, já que na vigência de dor aguda intensa,
respostas neurovegetativas oriundas da hiperatividade simpática podem
ocorrer.

 As respostas comportamentais devem ser avaliadas e podem incluir res-


postas verbais, vocalizações, expressões faciais, movimentos corporais
e reações ao ambiente. As manifestações como choro, resmungo, gritos
e proteção de partes do corpo sinalizam sofrimento e complementam a
avaliação do quadro 8. Ressalta-se que tais manifestações podem variar
entre os indivíduos, já que são subjetivas.

Nota
Dor ausente ou sem dor
zero

Nota Dor presente, havendo períodos em que é esque-


três cida

Nota A dor não é esquecida, mas não impede exercer


seis atividades da vida diária

Nota A dor não é esquecida, e atrapalha todas as ativi-


oito dades da vida diária, exceto alimentação e higiene

A dor persiste mesmo em repouso, está presente


Nota
e não pode ser ignorada, sendo o repouso impera-
dez
tivo

58
Glicemia Capilar

O teste de glicemia capilar possibilita conhecer os níveis prévios de gli-


cemia durante o dia, em momentos que interessam para acompanhar e avaliar
a eficiência do plano alimentar, da medicação oral e principalmente da adminis-
tração de insulina, assim como orientar as mudanças no tratamento. Também é
fundamental na contagem de carboidratos, técnica onde tentamos fornecer,
antes das refeições, a dose de insulina de ação rápida adequada à ingestão
alimentar, evitando-se a elevação da glicemia pós-prandial.

A monitorização é primordial para direcionar as ações que envolvem o


tratamento do diabetes. Os resultados destes testes permitem reavaliar a tera-
pêutica instituída, possibilitando os ajustes de doses de insulina, da dieta e da
atividade física, os quais devem resultar na diminuição significativa do nível de
glicose sanguínea, proporcionando melhora da qualidade de vida e diminuição
das complicações decorrentes do mau controle metabólico.

Os valores da glicemia são:

Normal: glicemia de jejum entre 70mg/dl e 99mg/dl e inferior a 140mg/dl - após


duas horas após sobrecarga de glicose.

Intolerância à glicose: glicemia de jejum entre 100 a 125mg/dl.

Diabetes: duas amostras colhidas em dias diferentes com resultado igual ou


acima de 126mg/dl ou quando a glicemia aleatória (feita a qualquer hora) esti-
ver igual ou acima de 200mg/dl na presença de sintomas.

59
Material Para o Procedimento

 Luvas de procedimento;

 Uma bola de algodão;

 Álcool a 70%;

 Fita teste;

 Lanceta ou agulha 13x4,5 com agulha de insulina;

 Aparelho próprio para o teste (Dextro);

 Uma unidade de fita de glicoteste.

Procedimento:

1. Preparar o material;

2. Orientar o paciente quanto ao procedimento;

3. Lavar as mãos;

4. Calçar as luvas de procedimentos;

5. Posicionar um dos dedos em que será realizado o teste, de maneira que


a gota de sangue pingue na fita reagente conectada ao aparelho;

6. Comprimir o dedo acima do local a ser puncionado;

7. Realizar anti-sepsia do dedo com álcool 70%;

8. Fazer um pequeno furo com agulha de insulina no dedo;

9. Esperar a gota de sangue pingar sobre a fita - não tocar o dedo na fita!

10. Aguardar por 30 segundo aproximadamente;

11. Fazer a leitura;

12. Limpar o dedo do paciente;

13. Organizar o material;

14. Retirar as luvas;

15. Lavar as mãos;

60
16. Realizar a anotação.

Observação 1: Qualquer alteração, comunicar ao médico do paciente e


medicar conforme prescrição médica e de acordo com o resultado encon-
trado.

Observação 2: Não deixe de usar o álcool 70% acreditando que o mesmo


irá interferir nos resultados.

Higiene do Paciente/Cliente

Objetivos:

 Assegurar a limpeza do corpo;

 Assegurar o bem-estar e uma boa autoestima da pessoa cuidada;

 Prevenir a irritação da pele;

 Manter as mãos e unhas limpas e com bom comprimento;

 Favorecer o relaxamento e a comunicação.

Cuidados ao Paciente

 Os cuidados com a higiene são fundamentais para evitar problemas que


podem surgir durante o tratamento.

 Manter a limpeza do ambiente, do leito e o cuidado nas trocas de roupas


devem ser rotinas para evitar infecções e complicações.

Banho de Leito

O banho de chuveiro é o ideal mas, caso haja dificuldades (ou impossibi-


lidade) de o paciente sair da cama, pode ser intercalado, ou mesmo substituído
pelo banho no leito.

Caso o paciente seja muito pesado ou sinta muita dor na mudança de


posição deve-se contar, sempre que possível, com a ajuda de outra pessoa.
Isto evita acidentes, previne o cansaço excessivo do cuidador e proporciona
maior segurança para o paciente.

61
Material necessário para o banho:

 Comadre;

 Bacia;

 Água morna;

 Sabonete;

 Toalha;

 Luvas;

 Escova de dente;

 Lençóis;

 Forro;

 Plástico;

 Roupas;

A higiene deve sempre ser iniciada pela sequência cabeça – pés. Primeiro
os olhos, rosto, orelhas e pescoço. Lavar os braços, tórax e a barriga secando-
os e cobrindo-os.

Na região sob as mamas das mulheres, enxugar bem para evitar assaduras
e micose. Em seguida, passa-se para as pernas secando-as e cobrindo-as.

Banho de Aspersão

É o banho de chuveiro, onde o profissional deve auxiliar o paciente, veri-


ficar a temperatura da água, certificar-se que o paciente ficou com a pele com-
pletamente seca, ajudar a vestir a sua roupa e voltar para sua cama.

Pacientes debilitados que não conseguem se locomover fazem o uso da


cadeira de banho.

Banho de Imersão

No hospital, o banho de imersão tem como finalidade terapêutica, como


de diminuição de temperatura corporal. A banheira deve ficar separada do res-

62
tante dos móveis, com acesso por três lados e com espaço ao redor para apro-
ximar uma maca ou uma cadeira de rodas.

Higiene Bucal

 Deve ser feita pela manhã, noite e após cada refeição.

 A limpeza pode ser feita com antisséptico.

 Auxilia a manter o estado sadio da boca, dentes, gengivas e lábios, uma


higiene oral completa dá uma sensação de bem-estar e estimula o apeti-
te.

Higiene do Cabelo

Os pacientes que tomam banho de aspersão ou de imersão lavam o ca-


belo ao mesmo tempo, porém os que tomam banho de leito, o cabelo é lavado
na cama.

Técnica para lavar o cabelo na cama:

 Primeiro prepara-se uma cadeira e uma bacia para recolher a água, um


impermeável para evitar que a cama fique molhada, uma jarra de água
quente, xampu e toalha;

 Colocar o paciente com a cabeça ligeiramente fora da cama com o im-


permeável debaixo, de tal forma que a água caia na bacia, quando cair
da jarra para o cabelo;

 Com o cabelo bem molhado, aplicar o xampu e esfregar todo o couro


cabeludo;

 Enxaguar;

 Envolver o cabelo com uma tolha e esfregar, retirando a maior quantida-


de possível de água;

 Pentear o cabelo.

63
Controle da Diurese

Finalidades:

Avaliar a função renal, condições hemodinâmicas do cliente e auxiliar no


diagnóstico de doenças específicas.

Material Necessário:

 01 par de luvas de procedimento;

 01 cálice graduado;

 01 comadre ou papagaio;

 01 bandeja pequena;

 Etiqueta do cliente.

Pré - Execução:

 Observar prescrição de enfermagem;

 Preparar o material;

 Lavar as mãos.

Execução:

 Identificar-se;

 Checar o nome e o leito do cliente;

 Orientar o cliente e familiares quanto ao procedimento;

 Identificar o cálice graduado com a etiqueta do cliente;

 Calçar as luvas;

 Solicitar que o cliente urine na comadre ou papagaio;

 Armazenar o volume urinário no cálice graduado, até o término do


período;

 Deixar o cliente confortável e com a campainha ao seu alcance;

 Deixar o ambiente limpo e em ordem.

64
Pós - Execução:

 Desprezar o material utilizado no expurgo;

 Lavar as mãos;

 Realizar as anotações necessárias.

Avaliação:

 Perdas e características do material coletado.

Riscos / Tomada de Decisão:

 Perda do material: anotar a perda, e continuar a fazer o controle da


diurese.

Lesões/Úlcera por pressão

Definição de Úlcera por Pressão

Úlcera por pressão é uma lesão localizada na pele e/ou no tecido ou es-
trutura subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de
pressão isolada ou de pressão combinada com fricção e/ou cisalhamento. Inú-
meros fatores contribuintes ou fatores de confusão podem também estar asso-
ciados às úlceras por pressão; o significado desses fatores, no entanto, ainda
deve ser elucidado.

Estágios das Úlceras por Pressão

 Suspeita de lesão tissular profunda:

Área localizada de pele intacta de coloração púrpura ou castanha ou bo-


lha sanguinolenta devidas a dano no tecido mole, decorrente de pressão e/ou
cisalhamento. A área pode ser precedida por um tecido que se apresenta dolo-
rido, endurecido, amolecido, esponjoso e mais quente ou frio comparativamen-
te ao tecido adjacente.

Descrição adicional:

Lesão tissular profunda pode ser de difícil detecção em indivíduos com


pele de tonalidades mais escuras. A sua evolução pode incluir uma pequena
bolha sobre o leito escurecido da ferida. A lesão pode evoluir e ficar coberta por

65
uma fina escara. A evolução pode ser rápida com exposição de camadas tissu-
lares adicionais mesmo com tratamento adequado.

Estágio I: Pele intacta com hiperemia de uma área localizada que não em-
branquece, geralmente sobre proeminência óssea. A pele de cor escura pode
não apresentar embranquecimento visível: sua cor pode diferir da pele ao re-
dor.

Descrição adicional:

A área pode apresentar-se dolorosa, endurecida, amolecida, mais quen-


te ou mais fria comparativamente ao tecido adjacente. Feridas em estágio I po-
dem ser difíceis de detectar em pessoas de pele com tonalidades escuras. Po-
de indicar pessoas “em risco” (um sinal precursor de risco).

Estágio II: Perda parcial da espessura dérmica. Apresenta-se como úlcera su-
perficial com o leito de coloração vermelho pálida, sem esfacelo. Pode apre-
sentar-se ainda como uma bolha (preenchida com exsudato seroso), intacta ou
aberta/ rompida.

Descrição adicional:

Apresenta-se como uma úlcera superficial brilhante ou seca sem esface-


lo ou arroxeamento (aspecto de equimose) *. Este estágio não deve ser usado
para descrever skin tears, abrasões da pele por adesivos, dermatite perineal,
maceração ou escoriação.

* indica suspeita de lesão tissular profunda.

66
Estágio III: Perda de tecido em sua espessura total. A gordura subcutânea po-
de estar visível, sem exposição de osso, tendão ou músculo. Esfacelo pode
estar presente sem prejudicar a identificação da profundidade da perda tissular.
Pode incluir descolamento e túneis.

Descrição adicional:

A profundidade da úlcera por pressão em estágio III varia conforme a lo-


calização anatômica. A asa do nariz, orelha, as regiões occipital e maleolar não
possuem tecido subcutâneo e, portanto, as úlceras podem ser rasas neste es-
tágio. Em contraste, áreas com adiposidade significativa podem desenvolver
úlceras por pressão em estágio III bastante profundas. Ossos e tendões não
são visíveis nem diretamente palpáveis.

Estágio IV: Perda total de tecido com exposição óssea, de músculo ou ten-
dão. Pode haver presença de esfacelo ou escara em algumas partes do leito
da ferida. Frequentemente, inclui descolamento e túneis.

67
Descrição adicional:

A profundidade da úlcera por pressão em estágio IV varia conforme a lo-


calização anatômica. A asa do nariz, orelha, as regiões occipital e maleolar não
possuem tecido subcutâneo e, portanto, as úlceras podem ser rasas neste es-
tágio. As úlceras em estágio IV podem estender-se aos músculos e/ou estrutu-
ras de suporte (como fáscia, tendão ou cápsula articular), possibilitando a ocor-
rência de osteomielite. A exposição de osso/tendão é visível ou diretamente
palpável.

Úlceras que não podem ser classificadas: Lesão com perda total de tecido,
na qual a base da úlcera está coberta por esfacelo (amarelo, marrom, cinza,
esverdeado ou castanho) e/ou há escara (marrom, castanha ou negra) no leito
da lesão.

Descrição adicional:

A verdadeira profundidade e, portanto, o estágio da úlcera não pode ser


determinado até que suficiente esfacelo e/ou escara sejam removidos para ex-
por a base da úlcera. Escara estável (seca, aderente, intacta, sem eritema ou
flutuação) nos calcâneos serve como “cobertura natural (biológica) corporal” e
não deve ser removida.

68
Tricotomia

Tricotomia é a raspagem dos pelos na pele. Os pelos devem ser retira-


dos porque abrigam microrganismos, que poderão penetrar no ferimento, pro-
vocando infecção. É feita com a finalidade de facilitar a limpeza e a desinfecção
da pele e da região a ser operada.

No caso de cirurgias programadas a tricotomia deve ser feita o mais pró-


ximo possível da cirurgia (no máximo 2 horas antes, e só deve ser feita quando
realmente necessária).

Áreas de tricotomia

 Cirurgia de crânio: todo o couro cabeludo ou conforme prescrição


médica;

 Cirurgias torácicas: região torácica até umbigo e axilas;

 Cirurgia cardíaca: toda extensão corporal (face anterior e posterior),


menos o couro cabeludo;

 Cirurgia abdominal: desde a região mamaria até o púbis;

 Cirurgia dos rins: região abdominal anterior e posterior;

 Cirurgia de membros inferiores: todo o membro inferior e púbis.

69
Orientação:

 Calçar luvas, como meio de proteção pessoal, em todas as tricotomi-


as;

 Usar tesoura para cortar pelos mais longos e cabelos, sempre que
for necessário, e retirá-los com papel toalha;

 O pelo deve ser raspado delicadamente no sentido do crescimento


do mesmo, para evitar lesão na pele e foliculite;

 A pele deve ser esticada para facilitar o deslizamento do aparelho e


evitar lesão;

 Realizar degermação na área tricotomizada.

Material:
• Bandeja;
• Recipientes com bolas de algodão;
• Pacote com gases;
• Cuba redonda com sabão líquido diluído;
• Cuba rim;
• Aparelho de barbear com lâmina nova (se possível utilizar tricotomizador elé-
trico para não lesar a pele);
• Pinça.

Procedimento:
• Cerque a cama com biombos;
• Exponha a região;
• Umedeça a bola de algodão com sabão;
• Ensaboar a região;
• Com a mão esquerda estique a pele;
• Faça a raspagem dos pelos de cima para baixo;
• Lave a área com água e sabão para remover os pelos cortados;
• Retire o material usado.

70
Vias de Administração de Medicamentos

Via de administração é o caminho pelo qual uma droga é colocada em


contato com o organismo. A via de administração é um constituinte muito im-
portante para a taxa de eficiência da absorção do medicamento.

O método de administração dos medicamentos depende da rapidez com


que se deseja a ação da droga, da natureza e quantidade da droga a ser admi-
nistrada e das condições do paciente. As condições do paciente determinam,
muitas vezes, a via de administração de certas drogas.

Classificação

As principais são a via enteral e via parenteral, porém existem outras vi-
as de administrar os medicamentos.

VIA ENTERAL

 Oral;

 Sublingual;

 Retal;

 Gástrica

 Duodenal

VIA PARENTERAL

 Endovenosa

 Intradérmica

 Intramuscular

71
 Subcutânea

 Intraarticular

 Intra óssea

 Intracardíaca

VIA TRANSMUCOSA

 Nasal

 Ocular

 Vaginal

 Uretral e peniana

 Auricular

VIA TÓPICA

 Cutânea

Via enteral: constitui a via mais comum de administração.

Vantagens da via enteral:

A distribuição do fármaco circulação é lenta após a administração oral, evi-


tando-se assim a ocorrência de rápidos níveis sanguíneos elevados, além dis-
so, existe uma menor probabilidade de efeitos adversos.

 As formas posológicas disponíveis para administração enteral são con-


venientes e não exigem uma técnica estéril.

72
Desvantagens da via enteral:

 A taxa de absorção varia, esta variação torna-se um problema se o efei-


to terapêutico desejado de um fármaco for separado de seus efeitos tó-
xicos por uma pequena faixa de nível sanguíneo.

 Pode ocorrer irritação da mucosa.

FORMAS FARMACEUTICAS VANTAGENS DESVANTAGENS

Pílulas Indolor Irritação gástrica

Possibilidade de reversão
Drágeas Interação com alimentos
da administração

O paciente não poder deglu-


Comprimidos É um meio barato
tir

O medicamento interferir na
Cápsulas Auto-ingestão
digestão

Grande perda da biodispo-


Soluções É o mais seguro
nibilidade

Suspensões Mais conveniente Efeito demorado

Emulsões Vômitos e diarréias

Necessidade da boa vonta-


Tabletes
de do paciente

73
Granulados Sabor desagradável

A não absorção das drogas


Pós
- curare

Com a administração oral de alguns fármacos, pode ocorrer extenso me-


tabolismo hepático antes de o fármaco alcançar o seu local de ação. Este pro-
cesso é conhecido como efeito de primeira passagem.

As vias enterais são:

Via oral: é caracterizada pela ingestão pela boca e é considerada a mais con-
veniente para administrar-se um medicamento, devido ao fato de que
a deglutição é um ato natural, realizado todos os dias nas refeições. Além disto,
não necessita de ajuda de profissionais de saúde para sua concretização.

Via sublingual: Consiste na absorção de fármacos por debaixo da língua. Esta


via de administração evita o efeito de primeira passagem hepático pois a dre-
nagem venosa é para a veia cava superior. As mucosas situadas na região
sublingual são altamente vascularizadas por capilares sanguíneos, motivo pelo
qual sua absorção é altamente eficaz.

Em comparação com a via oral, sua absorção se dá de uma forma muito


mais rápida, devido ao contato quase que direto com os capilares sanguíneos
situados nessa região. Mas, devido a essa rápida absorção, torna-se também
uma via com riscos consideráveis. Sua utilização também depende da ioniza-
ção e lipossolubilidade do fármaco.

FORMAS FARMA-
VANTAGENS DESVANTAGENS
CEUTICAS

Absorção é incompleta e
Evita a ação destrutiva do
Comprimidos errática em alguns medica-
suco gástrico
mentos

74
Ação mais rápida, pois a
droga passa diretamente Irritação da mucosa
para a circulação geral

Sem passagem pelo fígado Dificuldade em pediatria

Fácil acesso e aplicação

Latência curta

Via retal: é utilizada quando a ingestão não é possível por causa de vômitos,
quando o paciente se encontra inconsciente ou não sabem deglutir. Sua indi-
cação é impopular e desconfortável, onde o fármaco é aplicado acima do es-
fíncter anal interno e do anel anorretal.

FORMAS FARMA-
VANTAGENS DESVANTAGENS
CEUTICAS

Absorção pode ser errá-


Supositório Efeito rápido
tica ou incompleta

Depende da motilidade
Enema Não produz irritação gástrica
intestinal

Protege os fármacos suscetí-


veis da inativação gastrointes- Irritação da mucosa retal.
tinal e hepática

Boa opção para uso pediátrico Reflexo de defecação

Desconforto do paciente

Poucos pacientes ade-


rem a este tipo de via

Via gástrica: Esta via é usa em caso de pacientes inconscientes ou impossibili-


tados de deglutir. Os medicamentos são em água e administrados por meio de
uma sonda nasogástrica, tubo de gastrostomia ou jejunonostomia.

75
FORMAS FARMA-
VANTAGENS DESVANTAGENS
CEUTICAS

Administração de alimentos ou fár-


Equipamentos espe-
Drágeas macos diretamente na mucosa gás-
cíficos
trica ou intestinal

Comprimidos Pessoal competente

Tabletes

Via duodenal: Consiste em colocar o medicamento diretamente no duodeno


por meio de uma sonda duodenal. É via muito pouco usada, com indicação pa-
ra os casos de administração de vermífugos.

FORMAS FARMACEU-
VANTAGENS DESVANTAGENS
TICAS

A droga escapa da ação do Irritação da parede do


Comprimidos
suco gástrico. duodeno

Drágeas Pessoal competente

Soluções

Via parenteral: é a administração do medicamento através dos injetáveis, não


utilizam o trato intestinal.

Vantagens da via parenteral:

 O fármaco atinge mais rapidamente o local de ação, produzindo uma


resposta rápida, que pode ser necessária em situações de emergência.

 A dose pode ser administrada com maior precisão.

 Podem-se ser administrados grandes volumes de medicamentos por via


intravenosa.

 A administração parenteral pode ser utilizada quando a via enteral é im-


possível.

76
 A disponibilidade é mais rápida e mais previsível.

 A dose eficaz pode ser escolhida de forma mais precisa.

 No tratamento de emergências, esse tipo de administração é extensa-


mente valioso.

Desvantagens da via parenteral:

 A absorção mais rápida do fármaco pode resultar em o aumento dos


efeitos adversos.

 É necessária uma formulação estéril, bem como uma técnica asséptica


da administração.

 Pode ocorrer irritação no local da injeção.

 A administração parenteral não é apropriada para substâncias insolú-


veis.

 Reações alérgicas.

 Muito dolorosa.

 Rejeita por muitos pacientes.

 Pode ocorrer uma injeção intravascular acidental.

 Os custos desse tipo de intervenção são outra consideração importante .

Via endovenosa: É a via onde se tem a mais rápida ação do fármaco adminis-
trado, em que há a introdução da medicação diretamente na veia. Os medica-
mentos injetados na veia devem ser soluções solúveis no sangue. Podem ser
líquidos hiper, iso ou hipotônicos, sais orgânicos, eletrólitos, medicamentos não
oleosos e não deve conter cristais visíveis em suspensão.

77
Algumas características são essenciais para que uma substância possa ser
injetada pela via intravenosa:

 Não ser hemolítica;

 Não ser cáustica;

 Não coagular as albuminas;

 Não produzir embolia ou trombose;

 não conter pirogênio;

Em relação às condições do paciente, podemos citar:

 A dificuldade de se encontrar veias adequadas à picada;

 A presença de tecidos com muitos hematomas ou mesmo feridos;

 A intensa dor sentida pelo paciente à aplicação, devida a sua doença ou


outro motivo.

FORMAS FARMA-
VANTAGENS DESVANTAGENS
CEUTICAS

É necessário que se man-


Injeções Efeito farmacológico imediato
tenha assepsia

Possibilidade de liberação
É necessário que se man-
controlada do medicamento
tenha assepsia
no organismo

Permite a administração de
Possui custo elevado
fármacos irritantes

Não existe absorção do medi-


Pessoal competente
camento pelo organismo

78
Evita a ação do suco gástrico
Não aceita todos os tipos
e o efeito de primeira passa-
de medicamentos
gem

Permite administrar grandes Possibilidade dos fármacos


volumes e por tempo prolon- sofrerem efeito de primeira
gado passagem nos pulmões

A administração é possível Existe a probabilidade de


mesmo sem a cooperação do ocorrência de reações des-
paciente favoráveis

Propiciam meios para restau- Infecção, flebite, formação


rar o equilíbrio ácido-base e o de vesículas ou necrose
volume sanguíneo do orga- quando extravasado oanti-
nismo neoplásico.

Permiti a manutenção ou re-


posição das reservas orgâni-
cas nutricionais e de água em Facilidade de intoxicação
pacientes incapazes de man-
ter uma ingestão adequada

Permite substâncias com pH


Acidente tromboembólico
diferente da neutralidade

Não existe recuperação


depois que o fármaco é
injetado

Reação anafilática

Choque pirogênico

Via intradérmica: A via intradérmica é muito restrita, usada para pequenos


volumes (de 0,1 a 0,5 mililitros). Usada para reações de hipersensibilidade,
como provas de ppd (tuberculose), Schick (difteria) e sensibilidade de algumas
alergias.

A via intradérmica é utilizada também para fazer dessensibilização e au-


to vacinas. É utilizada para aplicação de BCG (vacina contra tuberculose), sen-
do de uso mundial a aplicação ao nível da inserção inferior do músculo deltói-
de.

79
O local mais apropriado é a face anterior do antebraço, devido ser pobre
em pelos, com pouca pigmentação, pouca vascularização e de fácil acesso
para leitura.

FORMAS FARMACEUTICAS VANTAGENS DESVANTAGENS

Injetáveis Fácil acesso Efeito local

Cremes Pessoal competente

Equipamentos espe-
Pomadas
cíficos

Patch

Via intramuscular: Na via intramuscular, depositam a medicação profunda-


mente no tecido muscular, o qual por ser bastante vascularizado pode absorvê-
la rapidamente. A via de administração intramuscular fornece uma ação sistê-
mica rápida e absorção de doses relativamente grandes (até 5 ml em locais
adequados).

É recomendada para os pacientes não cooperativos, pacientes que não podem


tomar a medicação via oral, e para as medicações que são degradadas pelo
suco digestivo.

FORMAS FARMA-
VANTAGENS DESVANTAGENS
CEUTICAS

Injeções Efeito rápido com segurança Dolorosa

Via de depósito ou efeitos susten- Substâncias irritantes


tados ou com pH diferente

Não suporta grandes


Fácil aplicação
volumes

Aceitação de medicamentos de Absorção relacionada


sol. aquosa - absorção rápida com tipo de substância

80
sol. oleosa - absorção lenta

Não passa pelo tubo gastrointesti-


Pessoal treinado
nal

Trauma ou compres-
Maior biodisponibilidade do fárma-
são acidental de ner-
co
vos

Útil para pacientes desacordados,


que não conseguem deglutir, com Injeção acidental em
obstruções gastrointestinais ou veia ou artéria
com vômitos.

Injeção em músculo
contraído

Lesão do músculo por


soluções irritantes

Abcessos

Via subcutânea: Esta via só pode ser usada para administrar substâncias que
não são irritantes para os tecidos. A absorção costuma ser constante e sufici-
entemente lenta para produzir um efeito persistente. A absorção de substân-
cias implantadas sob a pele (sob forma sólida de pellet) ocorre lentamente ao
longo de semanas ou meses. Alguns hormônios são administrados de forma
eficaz dessa maneira.

FORMAS FARMA-
VANTAGENS DESVANTAGENS
CEUTICAS

Absorção contínua e É mais lenta que a Intramuscu-


Implante de Pellets
segura lar

Pode ocorrer a formação de


Evita o efeito de primei-
Soluções hematomas no local de aplica-
ra passagem
ção

Pronta absorção a partir Deve ser realizado rodízio dos


Injetáveis
de soluções aquosas locais de aplicação com rigor

81
Pouca necessidade de
Suspensões Não utilizar grandes volumes
um treinamento maior

É mais dolorosa que a intra-


muscular e endovenosa

Lesão tissular

Variabilidade absortiva a partir


de diferentes locais

Via intraarticular: O objetivo de utilização desta via é o depósito de um fár-


maco no interior de uma articulação, porém também é muito usada para reali-
zar lavagens intraarticulares e extração do líquido intraarticular com fins de di-
agnósticos. Sua forma farmacêutica é injeção.

Via intra óssea: É feito na medula óssea que um acesso intravenoso indireto
porque a medula óssea acaba no sistema circulatório. Esta via é usada ocasio-
nalmente para drogas e fluidos na medicina de emergência e na pediatria,
quando o acesso intravenoso é difícil. Sua forma farmacêutica é injeção.

Via intracardíaca: É uma via de administração reservada ao ventrículo es-


querdo onde se aplica adrenalina. Sua forma farmacêutica é injeção.

Vias transmucosas

Via nasal: É o processo pelo qual um medicamento sob a forma líquida é intro-
duzido gota a gota numa cavidade ou orifício corporal. Os medicamentos insti-
lados nas narinas são principalmente usados para tratar infecções e para alívio
da congestão nasal. Para esta última as soluções recomendadas são as sali-
nas que devem ser administradas à temperatura do corpo.

FORMAS FARMACEUTI-
VANTAGENS DESVANTAGENS
CAS

Suspensão para pulveriza-


Ação mais rápida. Ação local
ção nasal

82
Membranas biológicas de Irritação local e aler-
Instilações
fácil travessia gias.

Evita Tubo Gastrointestinal

Rica vascularização sanguí-


nea

Menor efeito adverso.

Via ocular: As aplicações oculares de medicamentos líquidos na forma de go-


tas ou pomadas oculares.

FORMAS FARMACEUTICAS VANTAGENSDESVANTAGENS

Instilações (medicamentos líquidos)Efeito local Evitar administrar na córnea.

Evitar contato direto

No globo ocular.

Via vaginal: Os medicamentos aplicados na vagina, geralmente, são utilizados


para combater a infecção (efeitos locais).

FORMAS FARMACEU-
VANTAGENS DESVANTAGENS
TICAS

Supositório. Efeito local Técnica asséptica

Ação farmacêutica
Creme Isolamento
rápida

Gel Efeito de primeira passagem

Pomadas

Soluções

Emulsões

Óvulos

83
Lavagens e irrigação

Velas

Tampões

Via uretral e peniana: É uma via de administração onde medicamentos são


aplicados na uretra.

FORMAS FARMACEUTI-
VANTAGENS DESVANTAGENS
CAS

Efeito de primeira passa-


Supositório. Efeito local
gem

Ação farmacêutica rá-


Creme
pida

Pomadas

Lavagens e irrigação

Geléia

Via auricular: É a introdução de medicamento no canal auditivo.

Via tópica

Via transdérmica/ epidérmica: Administração do medicamento na pele para


obter um efeito local ou sistêmico após passar a barreira dérmica.

FORMAS FARMA-
VANTAGENS DESVANTAGENS
CEUTICAS

Ação local, agindo dire- Dependendo da forma farma-


Pomadas tamente no ponto da cêutica o efeito pode ser muito
aplicação. demorado.

O efeito do fármaco depende da


Cremes Eritema
pele, onde será aplicado.

84
Bombas de fusão Irritação local

Emplastos

Pós

Aerossóis

Loções

Discos transdérmicos

Soluções

Via cutânea: Administração do medicamento na pele, ou em feridas cutânea,


ou unhas, ou cabelos com objetivo de obter um efeito local

Cateterismo Nasogástrico

A passagem de sonda nasogástrica é a inserção de uma sonda plástica


ou de borracha, flexível, podendo ser curta ou longa, pela boca ou nariz, para:
descomprimir o estômago e remover gás e líquidos; diagnosticar a motilidade
intestinal; administrar medicamentos e alimentos; tratar uma obstrução ou um
local com sangramento; obter conteúdo gástrico para análise.

Condições ou necessidades que requerem utilização de sonda:


- Preparação pré-operatória com dieta elementar;
- Problemas gastrintestinais com dieta elementar;
- Terapia para o câncer;
- Cuidado na convalescença;
- Coma;
- Condições hipermetabólicas;
- Cirurgia maxilofacial ou cervical.

85
Tipos de Sonda Nasogástrica

A sonda nasogástrica é introduzida através do nariz ou boca até o estômago.


As mais comumente usadas são: sonda de Levine, gástrica simples, Nutriflex, a
Moss e a Sengstaken-Blakemore (S-B).

Sonda de Levine: é uma das mais usadas, existindo no mercado tanto tubo de
plástico como de borracha, com orifícios laterais próximos à ponta; são passa-
das normalmente pelas narinas. Apresenta uma única luz (números 14 a 18).

A sonda é usada para remover líquidos e gases do trato gastrintestinal


superior em adultos, obter uma amostra do conteúdo gástrico para estudos la-
boratoriais e administrar alimentos e medicamentos diretamente no trato gas-
trintestinal.

A colocação da sonda pode ser checada depois de colocada aspirando-


se o conteúdo gástrico e checando-se o ph do material retirado. O ph do aspi-
rado gástrico é ácido (± 3); o ph do aspirado intestinal (± 6,5), e o ph do aspira-
do respiratório é mais alcalino (7 ou mais). Uma radiografia é o único meio se-
guro de se verificar a posição da sonda;

Sonda gástrica simples (“Salem-VENTROL”): é uma sonda radiopaca, de


plástico claro, dotada de duas luzes. É usada para descomprimir o estômago e
mantê-lo vazio;

Sonda Nutriflex: é uma sonda usada para nutrição. Possui 76 cm de compri-


mento e uma ponta pesada de mercúrio para facilitar sua inserção. É protegida
por um lubrificante que é ativado quando é umidificado;

Sonda de MOSS: é uma sonda de descompressão gástrica de 90 cm de com-


primento, três luzes e somente um balão que serve para fixar a sonda ao estô-
mago quando inflado. O cateter de descompressão serve para aspiração gás-
trica e esofagiana, como também para lavagem. A terceira luz é uma via para

86
alimentação duodenal;

Sonda S-B: é usada para tratar sangramento de varizes esofagianas. Tem 3


luzes e 2 balões; duas das luzes são utilizadas para inflar os balões, enquanto
a terceira é usada para lavagem gástrica e para monitorizar o sangramento.

Técnica de Sondagem com Sonda Levine

Material:
• Sonda gástrica LEVINE (mulher 14 a 16, homem 16 a 18);
• Seringa de 20 ml;
• Copo com água;
• Gaze,
• Benzina;
• Toalha de rosto;
• Xilocaína gel;
• Fita adesiva;
• Estetoscópio;
• Biombo s/n;
• Luvas de procedimento;
• Sacos para lixo.

Procedimento:
1. Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira
inclinada para frente ou decúbito dorsal horizontal com cabeça laterali-
zada;
2. Proteger o tórax com a toalha e limpar as narinas com gaze;
3. Limpar o nariz e a testa com gaze e benzina para retirar a oleosidade
da pele;
4. Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e até a base
do apêndice;
5. Marcar com adesivo;
6. Calçar luvas;
87
7. Lubrificar a sonda com xylocaína;
8. Introduzir a sonda em uma das narinas pedindo ao paciente que de-
gluta;
9. Introduzir até a marca do adesivo;
10. Observar sinais de cianose, dispneia e tosse;
11. Para verificar se a sonda está no local:
12. Injetar 20 ml de ar na sonda e auscultar com estetoscópio, na base
do apêndice xifoide, para ouvir ruídos hidroaéreos;
13. Ver fluxo de suco gástrico aspirando com a seringa de 20 ml;
14. Toda vez que a sonda for aberta, para algum procedimento, dobrá-la
para evitar a entrada de ar;
15. Fechá-la ou conectá-la ao coletor;
16. Fixar a sonda não tracionando a narina.

Lavagem gástrica: É a introdução através da SNG, de líquido na cavidade


gástrica, seguida de sua remoção. Tem como objetivo remover do estômago
substâncias tóxicas ou irritantes, preparar para cirurgias do aparelho digestivo.
Deve-se evitar a lavagem gástrica em casos de envenenamento por substân-
cias causticas, para não provocar perfuração do esôfago ou estômago, pela
sonda.

Material:
• Bandeja;
• Material para sondagem nasogástrica – sonda calibrosa;
• Balde;
• Folhas de papel toalha;
• Soro fisiológico com equipo;
• Biombo;
• Luvas de procedimento.

88
Procedimentos:
1. Fazer planejamento;
2. Lavar as mãos;
3. Reunir o material na bandeja, levar a unidade do paciente, colocá-lo sobre a
mesa de cabeceira;
4. Colocar o balde sobre a cadeia, forrada com papel toalha;
5. Cercar a cama com biombo;
6. Colocar o soro no suporte;
7. Calçar as luvas de procedimentos;
8. Proceder a técnica de sondagem nasogástrica;
9. Conectar o equipo na sonda e deixar fluir aproximadamente 250 a 500 ml de
soro;
10. Fechar o soro, desconectar o equipo, colocar a extremidade aberta da son-
da no balde, deixando o líquido refluir por sinfonagem. Aspirar com seringa. Se
necessário pode-se também usar frasco de soro com pressão negativa;
11. Repetir o processo até que o retorno seja límpido;
12. Proceder a retirada da sonda, conforme técnica descrita;
13. Retirar luvas;
14. Deixar o paciente confortável;
15. Medir o retorno, desprezar e anotar.

Drenagem por sonda nasogástrica


Material:
• Bandeja;
• Sonda nasogástrica;
• Xylocaína gel;
• Frasco esterilizado;
• Tampa plástica;
• Seringa de 20 ml;
• Luvas de procedimento;
• Gazes;
• Esparadrapo;
• Estetoscópio;

89
• Frasco graduado para medir secreção drenada;
• Prolongamento esterilizado.

Procedimentos:
1. Lavar as mãos;
2. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
3. Cercar a cama com biombo, se necessário;
4. Colocar o paciente em posição Fowler;
5. Proteger o tórax do paciente;
6. Calçar luvas;
7. Proceder a sondagem nasogástrica conforme descrito;
8. Deixar a sonda aberta e conectar a extremidade no prolongamento de látex
e deixar a outra ponta no frasco de soro vazio;
9. Retirar as luvas;
10. Anotar no prontuário a quantidade e aspecto do líquido drenado.

Retirada da sonda nasogástrica

Materiais:
• Bandeja;
• Gazes;
• Luvas de procedimento;
• Recipiente com algodão embebido na benzina;
• Cuba rim;
• Papel toalha.

Procedimentos:
1. Lavar as mãos;
2. Preparar o material e levá-lo à unidade do paciente;
3. Cercar a cama com biombo, se necessário;
4. Colocar papel toalha sobre o tórax do paciente;
5. Forrar a cuba rim com papel toalha e colocá-la ao lado do paciente;
6. Calçar luvas;
7. Desprender o esparadrapo com algodão embebido na benzina;

90
8. Pegar a sonda com aze e comprimi-la firmemente;
9. Retirar a sonda com movimentos suaves e colocá-la na cuba rim envolven-
do-a com o papel toalha;
10. Anotar no prontuário procedimento realizado.

Cateterismo Nasoenteral

A sonda nasoenteral tem comprimento variável de 50 a 150 cm, e diâ-


metro médio interno de 1,6mm e externo de 4 mm, com marcas numéricas ao
longo de sua extensão, facilitando posicionamentos, maleáveis, com fio-guia
metálico e flexível, radiopaca.

A sonda nasoenteral é passada da narina até o intestino. Difere da sonda na-


sogástrica, por ter o calibre mais fino, causando assim, menos trauma ao esô-
fago, e por alojar-se diretamente no intestino, necessitando de controle por
Raios-X para verificação do local da sonda.

Tem como função apenas a alimentação do paciente, sendo de escolha no ca-


so de pacientes que receberam alimentação via sonda por tempo indetermina-
do e prolongado. Por isso, esta sonda só permanece aberta durante o tempo
de infusão da alimentação. A técnica de sondagem se assemelha com a técni-
ca de sondagem nasogástrica.

Material:
• Sonda enteral com fio guia (mandril);
• Seringa de 20 ml;
• Copo com água;
• Gaze;
• Benzina;
• Toalha de rosto;
• Xylocaína gel;
• Fita adesiva;
• Estetoscópio;
• Biombo s/n;

91
• Luvas de procedimento;
• Sacos para lixo.

Procedimento:
1. Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira inclina-
da para frente ou decúbito dorsal horizontal com cabeça lateralizada;
2. Proteger o tórax com a toalha e limpar as narinas com gaze;
3. Limpar o nariz e a testa com gaze e benzina para retirar a oleosidade da pe-
le;
4. Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e até a base do
apêndice (acrescentar mais 10 cm);
5. Marcar com adesivo;
6. Calçar luvas;
7. Injetar água dentro da sonda (com mandril);
8. Mergulhar a ponta da sonda em copo com água para lubrificar;
9. Introduzir a sonda em uma das narinas pedindo ao paciente que degluta -
introduzir até a marca do adesivo;
10. Aguardar a migração da sonda para duodeno, encaminhar ao Raio-X para
confirmação do local da sonda;
11. Retirar o fio-guia após a passagem correta;
12. Observar sinais de cianose, dispnéia e tosse;

Para verificar se a sonda está no local:


13. Injetar 20 ml de ar na sonda e auscultar com esteto, na base do apêndice
xifóide, para ouvir ruídos hidroaéreos;
14. Toda vez que a sonda for aberta, para algum procedimento, dobrá-la para
evitar a entrada de ar;
15. Fechá-la ou conectá-la ao coletor;
16. Fixar a sonda não tracionando a narina;
17. Colocar o paciente em decúbito lateral direito para que a passagem da
sonda até o duodeno seja facilitada pela peristalse gástrica.

92
Cateterismo Vesical

Conceito: é a introdução de uma sonda até a bexiga a fim de retirar a urina.

Indicações:

 Quando o paciente está impossibilitado de urinar;

 Colher urina asséptica para exames;

 Preparo pré-parto, pré-operatório e exames pélvicos (quando indicados);

 Incontinência urinária.

Material
Bandeja contendo:

Pacote de cateterismo estéril com

 Cuba rim;

 Cúpula;

93
 Pinça kocher;

 5 gazes dobradas;

 Seringa de 20cc (a seringa no caso masculino serve para lubrificar a


mucosa da uretra introduzindo Xilocaína gel e também aliviando a dor na
sondagem vesical, também casos de sondagem em que há presença de
coágulos como por exemplo em paciente com infecção do trato urinário,
ou lesão de bexiga, a seringa pode ser utilizada para aspirar os coágulos
e permitir a passagem da urina)

 Um pacote de luva estéril;

 Sonda vesical apropriada estéril;

 Frasco com povidine tópico;

 Lubrificante (xilocaína gel);

 Acessório (quando houver necessidade);

 Comadre coberta;

 Biombo;

 Material para lavagem externa;

 Seringa com água destilada;

 Extensão de sonda mais saco coletor;

 Esparadrapo

 Agulha de aspiro

94
Técnica

1- explicar ao paciente o que será feito

2- preparar o material

3- preparar o ambiente

- desocupar a mesa de cabeceira

- cercar a cama com biombo

- fazer lavagem externa

Tudo conforme as condições e necessidades do paciente

4- lavar as mãos

5- colocar a bandeja com o material na mesa de cabeceira

6- abrir o pacote de cateterismo junto ao paciente, despejando o produto


para anti-sepsia na cúpula (povidine), com técnica asséptica,

7- abrir o pacote da sonda indicada e colocar junto a cuba rim, sem con-
taminar

8- colocar o lubrificante sobre uma das gazes do pacote

9- posicionar o paciente. A posição ginecológica para o sexo feminino e


decúbito dorsal com as pernas juntas, para o sexo masculino

10- calçar as luvas

11- posicionar o material adequadamente e lubrificar a ponta da sonda

95
com a mão enluvada

12- fazer a anti-sepsia com a pinça montada da seguinte forma:

para o sexo feminino:

- separa os pequenos lábios com o polegar e o indicador de uma mão e


não retirar a mão até introduzir a sonda

- passar uma gaze molhada no anti-séptico entre os grandes e peque-


nos lábios do lado distal de cima para baixo em um só movimento (clitó-
ris, uretra, vagina)

- pegar outra gaze e fazer o mesmo do lado proximal

- umedecer a última gaze e passar sobre o meato urinário.

Para o sexo masculino:


- fazer anti-sepsia na glande com a pinça montada com gaze umedecida no
anti-séptico, afastando com o polegar e o indicador da mão esquerda o prepú-
cio que cobre a glande, por último passar uma gaze com anti-séptico no meato
urinário.
96
13- pegar a sonda com a mão direita e introduzir no meato urinário, deixar a
outra extremidade dentro da cuba rim, verificando a saída da urina.

Aspiração de Vias Aéreas e Tubo Traqueal

A aspiração é a aplicação de sucção ao trato respiratório do paciente pa-


ra ajudá-lo a remover secreções líquidas ou espessas das vias aéreas superio-
res e inferiores, quando o paciente não tem condições de removê-las sozinho.

97
A aspiração das vias aéreas superiores pode envolver o nariz, boca e
orofaringe. A aspiração das vias aéreas inferiores envolve basicamente a tra-
queia e, ocasionalmente, a aspiração profunda envolve os brônquios direito e
esquerdo.

MATERIAL

 Bandeja

 Sonda de aspiração traqueal estéril – nº 14 ou 16 (adulto), nº 8 ou 10


(criança)

 Compressa gaze estéril

 Pares de luvas estéreis

 Pares de luvas procedimento

 Solução fisiológica 10 ml

 Aspirador

 Frasco de aspiração

 Máscara cirúrgica

 Óculos de proteção lateral

PROCEDIMENTO

 Higienize as mãos

 Reúna o material na bandeja

 Explique o procedimento ao paciente

 Coloque o paciente em posição de semi-Fowler

 Conecte o aspirador ao frasco coletor

98
 Calçar luva de procedimento na mão não dominante e luva estéril na
mão dominante.

 Segurar a sonda de aspiração com a mão dominante

 Com a mão não dominante clampear a extensão de látex e introduzir a


sonda com a mão dominante até encontrar resistência ou ocorrer tosse
por estimulação

 Desclampear a extensão para que ocorra a aspiração da secreção

 Retirar lentamente a sonda, realizando movimentos circulares. Esta eta-


pa não deve exceder a 10s

 Retirar as luvas

 Lavar as mãos

 Realizar anotação de enfermagem, assinar e carimbar Registrar o pro-


cedimento em planilha de produção

 Manter a sala em ordem

Restrição No Leito

Em algumas situações, principalmente com pacientes confusos,


agitados e crianças, torna-se necessário restringir a movimentação do
paciente no leito, para evitar quedas, traumas, retirada de sonda, catete-
res, drenos, soros, etc. Porém, é fundamental que o funcionário conheça
os riscos que uma restrição pode acarretar e os cuidados ao paciente
restringido.

99
Procedimento:
Material: atadura de crepe; algodão; gaze; compressas cirúrgicas; len-
çóis; tala; fita adesiva; braçadeiras de contenção.
Proceder a restrição no leito dos segmentos corporais na seguinte or-
dem: ombros, pulsos e tornozelos, quadril e joelhos.
• Ombros: lençol em diagonal pelas costas, axilas e ombros, cruzando-
as na região cervical;
• Tornozelos e pulsos: proteger com algodão ortopédico, com a atadu-
ra de crepe fazer movimento circular, amarrar;
• Quadril: colocar um lençol dobrado sobre o quadril e outro sob a regi-
ão lombar, torcer as pontas, amarrar;
• Joelhos: com 02 lençóis. Passar a ponta D sobre o joelho D e sob o E,
e a ponta do lado E sobre o joelho E, e sob o D.

Observações:
• Não utilizar ataduras de crepe (faixas) menor do que 10 cm;
• Evitar garroteamento dos membros;
• Afrouxar a restrição em casos de edema, lesão e palidez;
• Retirar a restrição uma vez ao dia (banho);
• Proceder a limpeza e massagem de conforto no local.

Preparo do Corpo após a Morte

O trabalho em unidades de terapia intensiva é com pacientes críticos,


com possibilidades de complicação. E muitas vezes o paciente vem a óbito é
preciso saber lidar com essa situação. É necessário tratar este momento com
ética independente de como o profissional encara a morte. Profissionalismo e
ética são fundamentais neste momento.

A equipe de Enfermagem deve permitir que os familiares tenham um


tempo com o cadáver, deve entregar à família os objetos pessoais, pedir para
assinar o livro de protocolo além de identificar o cadáver com os dados pesso-

100
ais, preparar o corpo e enviar ao necrotério e fazer anotações no prontuário.

A preparação do corpo antes de levá-lo ao necrotério inclui:


• Dar banho no leito se necessário
• Retirar sondas e drenos
• Fazer curativos se necessário
• Fazer tamponamento dos orifícios com algodão ou gaze
• Prender braços e pernas com atadura
• Colocar o cadáver identificado no saco para óbito
No prontuário as anotações de enfermagem devem conter:
• O horário que o médico constatou o óbito; o nome do médico que constatou o
óbito;
• O horário que avisou o Registro Geral do Hospital;
• O tipo de óbito (mal definido, bem definido, caso de polícia, etc.);
• A retirada de cateteres, drenos, equipamentos para suporte;
• O preparo do corpo realizado (limpeza, tamponamento, colocação de
próteses, curativo, vestimenta, identificação do corpo);
• Os pertences encaminhados juntamente com o corpo;
• O horário do encaminhamento do corpo ao necrotério, Instituto Médico Legal
(IML), Serviço de Verificação de Óbitos (SVO);
• O encaminhamento do prontuário do paciente ao Registro Geral do Hospital.

Cuidados gerais com drenos, sondas, ostomias e acesso central


O paciente internado em UTI lida com muitos procedimentos invasivos, durante
a internação permanece com: sondas, drenos, cateteres, traqueostomia, tubos
de ventilação mecânica, etc., e a equipe precisa saber cuidar desses materiais
para que o paciente se restabeleça sem sequelas.

Drenos
Existem muitos tipos de drenos como o de penrose, de kher utilizado em cirur-
gias da via biliar, dreno fechados de pressão negativa que é uma bolsa sanfo-
nada que cria um vácuo e aspira continuamente à secreção, dreno de tórax
utilizado na cavidade torácica, para retirar pus, ar, sangue, etc.

101
Os drenos devem ser cuidadosamente manipulados para que não seja alterado
o fluxo das secreções e também para que não desloque ou retire o dreno aci-
dentalmente causando desconforto e dor ao paciente.

As anotações do prontuário devem conter:


• A localização e tipo de dreno (Kher, Penrose, tórax, etc.);
• O débito (volume, cor, aspecto, etc.);
• A troca de coletor, especificando o horário;
• O aspecto de inserção (hiperemia, lesão, ressecamento, presença de exsuda-
to, condições gerais de pele);
• O curativo de inserção (se houver): oclusivo, aberto, limpo, seco e compressi-
vo;
• O tipo de fixação do dreno;
• As queixas referidas pelo paciente com relação ao dreno (dor, prurido, etc.).

Sondas
As sondas utilizadas no paciente podem ser vesical, nasogástrica, orogástrica,
retal, gastrostomia, etc.
Os cuidados de enfermagem vão depender do tipo de sonda e é importante
inicialmente, observar a localização e tipo de sonda (nasogástrica, nasoenteral,
vesical, retal) e assim:
• Anotar o débito (volume, cor, aspecto, etc.). A secreção gástrica é clara e vis-
cosa. O aspecto marrom ou esverdeado sugere estase gástrica e refluxo de
bile;
• Sempre que necessário trocar de coletor, especificando o horário;
• Observar o aspecto de inserção se há presença de hiperemia, lesão, resse-
camento, quais as condições gerais de pele.
• Fazer curativo com técnica asséptica
• Observar e anotar as queixas referidas pelo paciente com relação à sonda
(dor, prurido, etc.).

102
Ostomias

A ostomia é uma intervenção cirúrgica que permite criar uma comunicação


entre o órgão interno e o exterior, com a finalidade de eliminar os dejetos do
organismo. A nova abertura que se cria com o exterior, chama-se ostoma.
Os ostomizados utilizam um dispositivo, geralmente uma bolsa, que permite
recolher o conteúdo a ser eliminado através do ostoma. Existem três tipos prin-
cipais de ostomias:
• Colostomia: é um tipo de ostomia intestinal que faz a comunicação do cólon
com o exterior, também através do ostoma, no qual é acoplado a bolsa coletora
no abdômen para a coleta das fezes.
• Ileostomia: é um tipo de ostomia intestinal que faz a combinação do íleo, a
parte final e mais larga do intestino delgado, com o exterior. As Ileostomias lo-
calizam-se sempre no lado inferior direito do abdômen. Através do ostoma é
colocada a bolsa coletora para eliminar as fezes mais líquidas.
• Urostomia (também denominada como “Desvio Urinário”): é a interven-
ção cirúrgica que consiste em desviar o curso normal da urina. As semelhanças
das ostomias podem ser permanentes ou temporárias.

A equipe de enfermagem ao prestar cuidados aos ostomizados deve ob-


servar:
• A localização e o tipo de dispositivo utilizado;
• O débito (características, volume, frequência, odor, cor);
• As características da ostomia como retração, prolapso, edema, sangramento,
etc.;
• A higienização da ostomia (horário, intercorrências, etc.);
• As características da pele ao redor da ostomia (ressecada, lesada, hiperemi-
ada, edemaciada, presença de exsudato, etc.);
• O horário da troca do dispositivo coletor (bolsa, etc.);
• As orientações ao paciente relacionadas aos cuidados com a ostomia.
• Em relação às eliminações deve anotar a frequência, a quantidade ou volume,
o aspecto ou características, a consistência (fezes), a cor e o odor.

103
Acesso central
O grande tempo de internação, a terapia intravenosa de longa duração, medi-
camentos vesicantes, nutrição parenteral, ausência de acesso periférico de boa
qualidade são alguns dos motivos pelo qual o paciente crítico precisa ter um
acesso central feito pelo médico da equipe.

O cuidado deve ser rigoroso principalmente no controle da infecção nestes


acessos que na maioria das vezes tem muitas entradas. Então o curativo deve
ser feito sempre que necessário utilizando técnicas assépticas, usar sempre
luvas ao manusear o cateter, observar presença de sinais flogísticos (exsudato,
hiperemia, rubor, calor), observarem indicativos de infecção da corrente san-
guínea como: tremores, sudorese, confusão mental, etc., complicações locais
(hiperemia, flebite, infiltração, edema, queixas álgicas, etc.).

Além disso, após os cuidados anotar no prontuário a localização (subclávia,


pedioso, etc.) e o tipo do procedimento (intracath, flebotomia, port-a-cath, etc.),
tipo de cateter (duplo, triplo lúmen, etc.), o tempo de permanência, os produtos
utilizados no curativo realizado em inserção de cateter.

Nutrição Aplicada a Enfermagem

O nosso organismo pode ser comparado a uma máquina, assim como


esta requer para o seu funcionamento, óleos e graxos, à nossa máquina hu-
mana exige o seu combustível o alimento.

Entretanto, este tem que ser de boa qualidade, variedade e fornecido em


quantidades adequadas. Um pequeno descontrole nesses fatores é suficiente
para que o organismo não funcione bem, ocasionando sérias perturbações.
Sem alimento não há vida, uma alimentação inadequada ou deficiente, traz
inúmeros prejuízos a sua saúde.

NUTRIÇÃO: É a ciência que estuda as necessidades nutricionais de diferentes


tipos de organismos, as transformações impostas aos alimentos pelo organis-

104
mo com a finalidade de utilizar os nutrientes neles contidos como fonte de
energia e substrato para a formação de tecido.

ALIMENTOS: É toda substância que introduzida no organismo, transformada e


aproveitada, fornece material para o crescimento e a reparação dos tecidos,
calor e energia para o trabalho.

NUTRIENTES: São compostos específicos encontrados nos alimentos, no solo


e nos fertilizantes, e são importantes para o crescimento e sobrevivência dos
seres vivos. Os nutrientes, de acordo com a natureza das funções que desem-
penham no organismo, são agrupados em diferentes categorias, a saber.

1.Reguladores: exercem função no controle ou no equilíbrio do metabo-


lismo. Ex: vitaminas e sais minerais.

2. Energéticos: fornecem energia. Ex:carboidratos e gorduras.

É variável a quantidade destas substâncias nos diversos alimentos. As-


sim temos alimentos mais ricos que outros em proteínas, glicídios, lipí-
dios, vitaminas, sais minerais e água.

A riqueza de um alimento em um destes fatores faz com que o mesmo


seja fonte principal desse alimento.

PROTEÍNAS: São substâncias nitrogenadas e complexas, compostas por car-


bono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, constituídas de aminoácidos. Sua princi-
pal função é atuar na formação de tecidos orgânicos, no processo de renova-
ção dos mesmos, e, principalmente no crescimento. Por isso são chamados de
alimentos de construção.

São principais fontes de proteínas:

 Alimentos de origem animal. Carnes em geral, peixe, leite e seus deriva-


dos, ovos.

105
 Alimentos de origem vegetal, os melhores são as leguminosas como so-
ja, lentilha, feijão, ervilha, amendoim, grão de bico.

A dieta pobre em proteínas é incapaz de promover o crescimento e man-


ter uma vida.

A carência de proteínas leva ao crescimento retardado e menor desen-


volvimento da musculatura, provocando defeitos na postura, ficando os indiví-
duos com ombros caídos, cabeça pendida para frente e os braços caídos ao
longo do corpo.

Sintomas da falta de proteínas na alimentação:

 Cansaço fácil

 Palidez e desânimo

 Falta de resistência contra doenças

 Difícil cicatrização

 Síndrome de Kwashiorkor

HIDRATOS DE CARBONO, CARBOHIDRATOS OU GLICÍDIOS: São subs-


tâncias, que introduzidas no nosso organismo, fornecem calor e energia. Por
esse motivo são chamados de alimentos energéticos. Constitui a maior fonte
de alimentos dos povos mundiais.

Os hidratos de carbono, depois de ingeridos, são absorvidos sob a forma


de um açúcar simples, a glicose. A glicose é transformada e reservada no fíga-
do. Conforme as necessidades do organismo, ele transforma parte da reserva
em glicose novamente, a qual é quebrada, produzindo calor para a locomoção
e trabalho muscular.

106
DIETOTERAPIA

Conceito: É o tratamento do paciente através da ingestão de alimentos ajusta-


dos as exigências especificas de cada caso, em relação aos componentes nu-
tritivos, valor calórico, quantidade, apresentação e consistência dos alimentos
na dieta.

É aplicada nas áreas das enfermidades agudas ou crônicas, transmissí-


veis ou não, na clinica cirúrgica e no preparo para exames.

Finalidade

· Curar o paciente;

· Prevenir as alterações da nutrição. Ex: pré e pós operatório;

· Restabelecer as condições de nutrição quando se encontram alteradas.

DIETAS HOSPITALARES

1. De acordo com o valor nutritivo

 Dieta normal ou geral: usada quando o paciente pode receber


qualquer tipo de alimento. É normal em calorias e nutrientes. Ex:
dieta geral

 Dieta carente: apresenta taxa de nutrientes e calorias abaixo dos


padrões normais. Seu prefixo é hipo. Ex: dieta hipocalórica

 Dieta excessiva: apresenta taxa de nutrientes e calorias acima


dos padrões normais. Seu prefixo é hiper. Ex: dieta hiperprotéica

2. Super alimentação: Usada para indivíduos desnutridos ou que necessi-


tem de um considerável aumento no valor calórico da dieta.

107
3. Dietas com aumento parcial de nutrientes ou calorias: Usadas em
casos específicos onde é necessário a elevação da taxa normal de nu-
trientes.

 Dieta hiperprotéica: Com elevada taxa de proteínas, indicada em qual-


quer situação onde ocorra aumento das necessidades de proteínas. Ex:
pós operatório, doenças infecciosas na convalescença.

 Dieta hipercalórica: Dieta com valor calórico total acima de 3000 calo-
rias diárias. É indicada nos casos de anorexia severa.

 Dieta hiperglicídica ou hiperhidrocarbonada: Dieta com taxa eleva-


da de glicídios ou carboidratos. É usada em situações que exijam taxas
de glicídios abaixo dos padrões de normalidade.

4. dietas com diminuição parcial de nutrientes e calorias: Usadas em


casos específicos, cuja indicação seja diminuição da taxa normal de nu-
trientes ( proteínas, carboidratos e gorduras, sais minerais e etc ).

 Dieta hipoprotéica: Dieta com taxa reduzida de proteínas, indicada pa-


ra evitar progressão de lesões renais.

 Dieta hipocalórica: Dieta com valor calórico total abaixo dos padrões
de normalidade, indicada em obesidade e programas de redução de pe-
so.

 Dieta hipogordurosa ou hipolipídica: Dieta com taxa reduzida de gor-


duras. Usada em casos de hepatite, colecistite, pancreatite, colelitíase e
etc.

 Dieta hipossódica: Dieta com taxa reduzida de sódio, utilizada em ca-


sos de edema cardíaco e renal, hipertensão arterial, cirrose hepática
acompanhada de ascite, toxemia gravídica.

108
5. Dietas com omissão de algum componente. São indicadas quando há
necessidade de retirada total de algum componente do cardápio.

· Dieta assódica: Dieta sem sódio, ou seja, sem sal. Geralmente utiliza-
da em casos de hipertensos graves e doenças renais.

6. De acordo com a consistência dos alimentos, as dietas hospitalares


são:

· Dieta hídrica: chá, água, caldo de legumes coado.

· Dieta liquida: alimentos de consistência liquida normal em calorias e


nutrientes, requerendo o mínimo de trabalho digestivo. Ex: chá, leite, café, so-
pas coadas, gelatinas, suco de frutas.

· Dieta Leve: alimentos de consistência semi liquida e bem cozidos li-


quidificados e peneirados. É usado em pré e pós operatório, em situações em
que se devem poupar o trabalho gastrointestinal, doenças infecciosas e febris,
pacientes com dificuldade de mastigação e deglutição de alimentos sólidos.

· Dieta pastosa: alimentos de consistência cremosa, minimizando assim


o trabalho digestivo. É indicada nas doenças gastrointestinais, favorecendo
assim os processos digestivos, no pos operatório em transição para uma dieta
normal, para pacientes com dificuldades na mastigação e deglutição.

· Dieta branda: é normal em calorias e nutrientes, com condimentação


suave. São evitados alimentos que promovem, excessiva fermentação e tam-
bém as frituras e alimentos crus. São indicadas em patologias do aparelho di-
gestivo, em pos operatório na transição para dieta normal e para convalescen-
tes pela facilidade de digestão.

109
NUTRIÇÃO ENTERAL

O trato gastrointestinal tem a função de decompor as nutrientes pelo


processo da digestão. O transito do alimento ocorre através do trato digestivo,
passando pela boca, esôfago, estômago, intestinos e ânus.

É realizado por via nasogástrica ou nasoenteral, através de uma sonda


que passa pelo nariz, estômago e vai até o duodeno e jejuno.

Esse método é empregado quando os pacientes apresentam: anorexia


extrema, lesões na boca, esôfago, pacientes inconscientes, disfágicos, com
reflexo gastesofágico e outros casos.

NUTRIÇÃO PARENTERAL

É a alimentação ministrada ao pacientes utilizando outras vias de admi-


nistração que não seja a do trato digestivo. Via endovenosa é a mais utilizada.

Quando a alimentação enteral é contra indicada, a alimentação parente-


ral se apresenta como um método rápido e controlado de repor líquidos e nutri-
entes no organismo. Ela é usada como medida de emergência ate que a ali-
mentação oral possa ser restabelecida.

PAPEL DO AUXILIAR DE ENFERMAGEM DA DIETOTERAPIA.

O auxiliar de enfermagem deve administrar a dieta aos pacientes impos-


sibilitados de fazê-lo por si próprio. Após anotar no prontuário a aceitação ali-
mentar do paciente.

Deverá também, na ausência do enfermeiro, notificar ao serviço de nu-


trição e dietética, as admissões e transferências, altas e óbitos de pacientes,
bem como as alterações dietéticas prescritas pelo médico.

110
Farmacologia aplicada a Enfermagem

FARMACOLOGIA: É a ciência que estuda as ações dos fármacos no organis-


mo vivo, compreende mecanismos de ação, absorção, distribuição, eliminação,
usos terapêuticos e empregos das substâncias medicamentosas.

NOÇÕES SOBRE FARMACOLOGIA

1. DEFINIÇÕES:

Medicamento - É toda a substância que, introduzida no organismo humano,


vai preencher uma das seguintes finalidades:

* Preventiva ou Profilática: quando evita o aparecimento de doenças ou reduz a


gravidade da mesma.

* Diagnóstica: localiza a área afetada.

* Terapêutica: quando é usada no tratamento da doença.

Droga– É toda substância originada do reino animal e vegetal que poderá ser
transformada em medicamento.

Medicamento - Produto farmacêutico, tecnicamente elaborado com finalidade


profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnótico.

Dose - É uma determinada quantidade de medicamento introduzida no orga-


nismo para produzir efeito terapêutico e promover alterações ou modificações
das funções do organismo ou do metabolismo celular.

Fórmula farmacêutica – é o conjunto de substâncias que compõem a forma


pela qual os medicamentos são apresentados e possui os seguintes compo-
nentes: princípio ativo (agente químico), o corretivo ( sabor, corantes, açúca-
res) e o veículo (dá volume, em forma de talco, pós).

111
Forma farmacêutica – é a maneira física pela qual o medicamento se apre-
senta. Ex: lasix comprimido, Binotal suspensão....

Remédio - Todo meio usado com fim de prevenir ou de curar as doenças.

Prescrição medicamentosa – é o documento ou a principal fonte de informa-


ções. Deve ser autolimitada, nela deve constar o nome do paciente, a data da
prescrição, o registro e o nome do medicamento, a dose, a freqüência e horário
da administração e a assinatura e carimbo do profissional. Só poderá ser verbal
em situação de emergência.

Princípio Ativo - E a substância isolada do órgão animal ou vegetal, que con-


tém atividade farmacológica.

ORIGEM DOS MEDICAMENTOS:

Segundo a sua origem os medicamentos podem ser:

* Naturais: extraídos de órgãos, glândulas, plantas ou peçonhas de animais.


Ex: Insulinas

* Sintéticos: preparados com o auxílio de matéria-prima natural, são resulta-


dos exclusivamente do trabalho de laboratórios. Ex: alguns antibióticos.

* Semi-Sintéticos: resultam de alterações produzidas em substâncias naturais,


com a finalidade de modificarem as características das ações por elas exerci-
das.

FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS:

Os medicamentos são apresentados no mercado nos seguintes estados: sóli-


do, líquido e gasoso.

112
Sólido:

a) Comprimidos: possuem consistência sólida e formato variável. São obtidos


pela compreensão em moldes da substância medicamentosa.

b) Pó: Deve ser tomado em colheradas ou é acondicionado em saches. (fluimi-


cil)

c) Drágeas: Oprincípio ativo está no núcleo da drágea, contendo revestimento


com goma-laca, açúcar e corante. São fabricados em drágeas os medicamen-
tos que não devem ser administrados em forma de comprimidos, por apresen-
tarem: sabor desagradável, exigem absorção no intestino, medicamentos que
atacam a mucosa e/ou que devem ser deglutidos com facilidade.

d) Cápsulas: Omedicamento está revestido por um invólucro de gelatina para


eliminar sabor desagradável, facilitar a deglutição e/ou facilitar a liberação do
medicamento.

e) Pastilhas: Éum preparado sólido, de forma circular com o principio ativo


unido com açúcar e uma mucilagem para que a dissolução seja lenta na cavi-
dade oral.

f) Enema, clister, enteroclisma, lavagem ou irrigação: Sua composição va-


ria de acordo com a indicação.

g) Supositórios: óvulos ou lápis - tem formato

cônico ou oval, destina-se à aplicação retal, pode ter ação local ou sistêmica.

h) Pomadas: Formas pastosas ou semi-sólidas constituídas de veículos oleo-


sos, o principio ativo é o pó.

i) Cremes: São exclusivamente para uso tópicos, na epiderme(com ação epi-


dérmica, endodérmica), vaginais e retais.

113
Líquidos:

a) Soluções: mistura homogênea de líquidos ou de um líquido e um sólido.

b) Xarope: Solução que contém dois terço de açúcar.

c) Elixir: São preparações líquidas, hidroalcóolicas;. açucaradas ou glicerina-


das, destinadas ao uso oral, contendo substâncias aromáticas e medicamento-
sas.

d) Emulsão: Preparação feita de dois líquidos, óleo e água.

e) Colírios: Soluções aquosas para uso na mucosa ocular.

4.3 Gasosos:

a) Gás: Oxigênio, carbogênio...

b) Aerossol: com aerolin spray.

DOSAGEM DOS MEDICAMENTOS

As doses dos medicamentos podem ser classificadas em:

* Mínima;

* Maxima;

* Toxica;

* Letal;

114
Fatores que Modificam a Dosagem

1- IDADE

2- SEXO

3- CONDIÇÕES DO PACIENTE

4- FATORES PSICOLÓGICOS

5- FATORES AMBIENTAIS

6- TEMPERATURA

7- MÉTODO DE ADMINISTRAÇÃO

8- FATORES GENÉTICOS

9- PESO CORPORAL

115
Referências Bibliográficas

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117

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