Organização Hospitalar

ASPECTOS HISTÓRICOS

A palavra hospital origina-se do latim Hospitium: “lugar onde os

hóspedes eram recebidos” → Hospício para os
estabelecimentos que recebiam enfermos pobres, incuráveis
ou insanos

Grécia, Egito e Índia antigos – prática de medicina junto aos

templos e no domicílio de pessoas enfermas

Idade Antiga – construções tipo hospitalares junto às estradas,

onde tropas dos exércitos descansavam e os doentes eram
tratados
-Isolamento de pessoas com doenças contagiosas

Primeiros hospitais – 400 d.C. – Itália

ASPECTOS HISTÓRICOS

Os primeiros hospitais - locais de isolamento para pobres,

mulheres desamparadas, velhos e doentes – caridade de
monges e religiosos

Pacientes com recursos econômicos eram tratados em

domicílio, a relação médico paciente era independente da
organização hospitalar → até mesmo procedimentos cirúrgicos
eram realizados

Final do século XIX e início do século XX – avanços

tecnológicos e aparecimento da medicina científica –
revolucionaram o papel e as funções do hospital
ASPECTOS HISTÓRICOS

1543 - primeiro hospital do Brasil e da América do

Sul: Sta. Casa de Misericórdia de Santos

O modelo hospitalar como conhecemos hoje

começou a ser implantado a partir da década de
1930, com a introdução de princípios administrativos
específicos

1933 - primeiro curso de administração hospitalar do

mundo (Chicago/EUA), demonstrando que a
evolução não se dava somente no campo
tecnológico, mas também nas técnicas de gestão
Definição

“O hospital é parte do sistema integrado de

saúde, cuja função é dispensar à
comunidade completa assistência à saúde
preventiva e curativa, incluindo serviços
extensivos à família em seu domicílio e ainda
um centro de formação para os que
trabalham no campo da saúde e das
pesquisas biossociais”(OMS).
FUNÇÕES DO HOSPITAL

a) Prevenir a doença (Medidas recomendadas pela OMS)

Supervisão e acompanhamento da gravidez e do parto

Supervisão e acompanhamento do crescimento e do

desenvolvimento da criança e do adolescente

Controle das moléstias infecciosas através de campanhas e

programas de vacinação e abreugrafia

Prevenção da invalidez física e mental

Prevenção de moléstias crônicas

Educação sanitária visando a melhoria das condições de vida e

de trabalho
FUNÇÕES DO HOSPITAL

b) Restaurar a saúde
Diagnóstico nos serviços ambulatoriais

Tratamento e cura da enfermidade, incluindo

intervenções cirúrgicas quando necessárias

Readaptação física, mental e social dos pacientes

Assistência em casos de urgência: acidentes e

enfermidades súbitas
FUNÇÕES DO HOSPITAL

c) Funções educativas
Ensino e treinamento de pessoal
Oferecer suporte a:
•estudantes de medicina, enfermagem e
farmácia
•residentes
•administradores de saúde
•assistentes sociais
•outras profissões afins
FUNÇÕES DO HOSPITAL

d) Promover a pesquisa
*Aspectos físicos, psicológicos e sociais
da saúde e da enfermidade

* Métodos técnicos e administrativos do

hospital
Requisitos Mínimos Hospital

Segundo a Associação de Hospitais Americanos

Possuir no mínimo, 06 leitos para pacientes, cada qual
ocupado por um período superior a 24 hs pelo mesmo indivíduo

Ser construído, equipado e mantido de modo que esteja

capacitado a prestar serviços de prevenção, diagnóstico e
tratamento dos pacientes internados, dentro das áreas de
especialidade, contando com recursos de hotelaria e tecnologia.

Contar com o apoio de profissionais da saúde devidamente

habilitados, em quantidade e qualidade compatíveis com as
necessidades técnicas, além de pessoal administrativo.
TIPOLOGIA DOS HOSPITAIS

1. Quanto ao Regime jurídico

Publico: administração direta (federal,

estadual, municipal) ou administração
indireta (autarquias e fundações).

Privado ou particular (com ou sem fins

lucrativos): pertence a pessoa jurídica de
direito privado.
TIPOLOGIA DOS HOSPITAIS

2. Quanto ao Aspecto Financeiro

NÃO LUCRATIVO:
• não tem o propósito de obter lucro
• os indivíduos que o administram (pessoa jurídica)
não são remunerados
• todo lucro é revertido para a manutenção e
desenvolvimento dos objetivos sociais
• no caso de ser extinto, o seu patrimônio líquido
será doado a outra instituição que tenha o mesmo
objetivo social
TIPOLOGIA DOS HOSPITAIS/Aspecto Financeiro

Filantrópico: hospital particular não lucrativo que desloca uma

percentual de sua dotação para assistir, gratuitamente,
pacientes desprovidos de qualquer cobertura de saúde e de
recursos para provê-la.

Beneficente: hospital particular não lucrativo, destinado a

atender grupos específicos de pessoas; é mantido pela
contribuição de seus associados e pela clientela que o utiliza.

Lucrativo: hospital particular que objetiva o lucro,

compensando o emprego do seu capital com distribuição de
dividendos.
TIPOLOGIA DOS HOSPITAIS

3. Quanto ao Porte
• Pequeno porte: até 50 leitos
[menos de 50 leitos]

• Médio porte: entre 51 e 150 leitos

[entre 50 e 200 leitos]

• Grande porte: entre 151 e 500 leitos

[entre 200 e 500 leitos]

• Porte especial: acima de 500 leitos

TIPOLOGIA DOS HOSPITAIS

4. Quanto ao Tipo de Serviço

Hospital Geral: oferece duas ou mais
especialidades.
Poderá ter sua ação limitada a:
•determinado grupo etário: hospital infantil, hospital
geriátrico
•determinada camada da população: hospital militar
•finalidade específica: hospital de ensino.

Hospital Especializado: oferece apenas uma

especialidade.
TIPOLOGIA DOS HOSPITAIS

5. Quanto ao Corpo Clínico

Aberto: permite que médicos que não façam parte

do corpo clínico efetivo do hospital possam internar e
tratar seus pacientes.

Fechado: é aquele que possui corpo clínico efetivo,

sendo o exercício de profissionais estranhos
facultado apenas em caráter eventual e mediante
permissão especial.
TIPOLOGIA DOS HOSPITAIS

6. Quanto ao Tempo de Permanência

Curta permanência: Até 30 dias

Longa permanência: Entre 30 e 60 dias

TIPOLOGIA DOS HOSPITAIS

7. Quanto ao Nível de Atendimento

Primário: controle da população sadia, preservação e
promoção da saúde, tratamento de certas doenças crônicas
(Ex: postos e centros de saúde)

Secundário:
• Instituições detentoras de recursos básicos de diagnóstico
(laboratório de análises clínicas, radiologia, eletrocardiografia)
• Possuem leitos para internações em áreas básicas da medicina
(clínica médica, cirurgia geral, obstetrícia e pediatria)
• O Nível secundário permite a resolução de 80 a 90% dos
problemas sanitários da população
➢ Ex: pequenos hospitais públicos; centros de especialidades
médicas
TIPOLOGIA DOS HOSPITAIS/Nível de Atendimento

Terciário: atendimento mais complexo, recursos

materiais e humanos mais sofisticados, com alto
grau de especialização
➢ (Ex: hospitais de ensino e particulares de primeira
linha)

Quaternário: nível de atendimento mais elevado

cientificamente, com investimento em tecnologia de
ponta para a realização de tratamentos especiais
(transplante de órgãos, neurocirurgia, cirurgia
cardiovascular)
TIPOLOGIA DOS HOSPITAIS

8. Quanto ao Período de Atendimento

Hospital-dia: modalidade de atendimento na qual o

paciente utiliza com regularidade os serviços da
instituição na maior parte do dia, para fins de
tratamento e/ou reabilitação (quimioterapia,
hemodiálise, radioterapia, imunoterapia).

Hospital-noite: modalidade de atendimento na qual

o paciente utiliza, com regularidade, os serviços e o
leito hospitalar, durante o período noturno.
TIPOLOGIA DOS HOSPITAIS

. 9. Quanto à Edificação
Pavilhonar: serviços distribuídos por edificações isoladas, de
pequeno porte, interligadas ou não

Monobloco: serviços concentrados em um único bloco

Multibloco: serviços distribuídos por edificações de médio ou

grande porte, interligadas ou não

Horizontal: predominância da dimensão horizontal

Vertical: predominância da dimensão vertical

Organização Administrativa

Administração Superior (representada pela diretoria da

entidade mantenedora):
▪ estabelece, implanta e controla as políticas administrativa,
salarial, econômica e de recursos

Direção Executiva (representada pelo superintendente e

administrador, com delegação a gerentes e chefes da execução
das propostas):
▪ traduz as políticas implantadas, estuda metas estabelecidas
pela administração superior, determinado os dispositivos para
atingi-las, organiza o hospital
Organização Administrativa

Como empresa, o hospital pode ser descrito da seguinte

maneira: empresa prestadora de serviços ao ramo social, com
componentes sistematizados e interligados, cujo objetivo maior
é a prevenção de doenças e a cura de pacientes.

A organização de um hospital, tal qual a de toda empresa,

passa pelo processo de instituição de departamentos,
subdividindo a área hospitalar em unidades administrativas, que
se agrupam conforme os recursos humanos e os materiais
necessários a seu bom andamento.

Cada unidade administrativa conta com uma autoridade,

delegada pelo administrador ao chefe ou gerente.
Organização Administrativa

Serviços hospitalares administrativos

Recursos Humanos
Centro de Processamento de Dados/Informática
Departamento Financeiro
Faturamento
Serviços Gerais: limpeza, recepção, segurança; manutenção,
engenharia, lavanderia, transportes, comunicações,
ascensorista
Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMT)
Departamento de Suprimento/Gerência de Materiais: engloba
as atividades de compra; planejamento, almoxarifado
(estocagem) e distribuição dos materiais
Organização Administrativa

Serviços hospitalares técnicos

Diretoria Clínica
Serviços de Enfermagem
Serviços de Nutrição e Dietética
Serviços de Arquivamento Médico e Estatístico (SAME)
Serviços de Assistência Social
Serviços Auxiliares de Diagnóstico e Tratamento (SADT):
radiologia; laboratório de análises clínicas, banco de sangue,
ultrassonografia, endoscopia e laboratório de anatomia
patológica
Serviços Diversos: setores de fonoaudiologia, psicologia e
fisioterapia
Serviço de Farmácia
Organização Administrativa

Comissões Permanentes

Comissão de Farmácia e Terapêutica

Comissão de Controle de Infecções Hospitalares
(CCIH)
Comissão de Licitação/Parecer Técnico
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do
Trabalho (CIPA)
Comissão de Ética
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAVALLINI, ME, BISSON, MP. Farmácia hospitalar: um enfoque

em sistemas de saúde. São Paulo: Manole, 2002, 218p

MAIA NETO, J.F. Farmácia hospitalar: um enfoque sistêmico.

Brasília: Thesauros, 1990. 141p.

MAIA NETO, J.F (coordenador). Farmácia Hospitalar e suas

interfaces com a saúde. São Paulo: RX, 2005, p.25-30.

MAUDONNET, R. Administração hospitalar. Rio de Janeiro:

Cultura Médica, 1988.