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Atendimento Pré-hospitalar,

Transporte e Classificação de Riscos

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 3
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL .................................................................... 4
EQUIPE PROFISSIONAL ...................................................................................................... 5
EQUIPE DE PROFISSIONAIS ORIUNDOS DA SAÚDE .................................................. 5
Perfil dos Profissionais Oriundos da Área da Saúde e respectivas ............ 6
Condutor de Veículos de Urgência ..................................................................................... 10
DEFINIÇÃO DOS VEÍCULOS DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL 11
VEÍCULOS DE INTERVENÇÃO RÁPIDA ......................................................................... 12
DEFINIÇÃO DOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DAS AMBULÂNCIAS ............... 12
DEFINIÇÃO DOS MEDICAMENTOS DAS AMBULÂNCIAS ......................................... 15
EQUIPES DE PROFISSIONAIS NÃO ORIUNDOS DA SAÚDE, PERFIS E
RESPECTIVAS COMPETÊNCIAS/ATRIBUIÇÕES: ....................................................... 18
Condutor de Veículos de Urgência: .................................................................................... 19
MANUAL DA HUMANIZAÇÃO ............................................................................................ 20
CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE HUMANIZAÇÃO ........................................... 21
SAÚDE PÚBLICA HUMANIZADA - CONTEXTUALIZANDO O SUS .......................... 24
GRUPOS DE TRABALHO DE HUMANIZAÇÃO .............................................................. 30
Realizar Diagnóstico Situacional Quanto aos Serviços Humanizados ......................... 32
Parâmetros de humanização ............................................................................................... 35
Parâmetros para a humanização do atendimento dos usuários ................................... 36
Parâmetros para humanização do trabalho dos profissionais ....................................... 37
Modelo de Regimento Interno: GTH Regimento Interno do GTH ................................. 39
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO .......................................................................................... 41
COMISSÃO DE PLANEJAMENTO .................................................................................... 42
TRANSPORTE INTRA-HOSPITALAR E INTER-HOSPITALAR ................................... 42
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 45

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INTRODUÇÃO

Portaria 2048 sobre APH (parte da publicação) - Portaria Nº 2.048, de 5 de


novembro de 2002.

➢ Ministério do Estado da Saúde, no uso de suas atribuições legais,


Considerando que a área de Urgência e Emergência constitui-se em um importante
componente da assistência a saúde;
➢ Considerando a necessidade de ordenar a necessidade às Urgências e
Emergências, garantindo acolhimento, primeira atenção qualificada e resolutiva para
as pequenas e médias urgências, estabilização e referência adequada dos pacientes
graves dentro do Sistema Único de Saúde, por meio do acionamento das centrais de
regulação Médicas de Urgências;
Considerando a expansão de serviços públicos e privados de atendimento
pré- hospitalar móvel e de transporte inter-hospitalar e necessidade de integrar
estes serviços à lógica dos sistemas de urgência, com regulação médica e presença
de equipe de saúde qualificada para as especialidades de atendimento e a
obrigatoriedade da presença do médico nos casos que necessitem suporte
avançado à vida, e considerando a necessidade de estimular a criação das
estruturas capazes de problematizar a realidade dos serviços e estabelecer o nexo
entre trabalho e educação, de forma a resgatar o processo de capacitação e
educação continuada para o desenvolvimento dos serviços e geração de impacto em
saúde dentro de cada nível de atenção e ainda de propor currículos mínimos de
capacitação e habilitação para o atendimento às urgências, em face dos inúmeros
conteúdos programáticos e cargas horárias existentes no país e que não garantem a
qualidade do aprendizado, resolve:
Emergência, as normas e critérios de funcionamento, classificação e
cadastramento de serviços e envolve temas como a elaboração dos Planos
Estaduais de atendimento às Emergências e Urgências, regulação Médica das
Urgências e Emergências, atendimento pré-hospitalar, atendimento pré-
hospitalar móvel, atendimento hospitalar, transporte inter-hospitalar e ainda a

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criação de Núcleos de Educação em Urgências a proposição de grades curriculares


para a capacitação de recursos humanos da área;

§ 2º - Este regulamento é de caráter nacional devendo ser utilizado pelas


Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios na
implantação dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, na avaliação,
habilitação e cadastramento de serviços em todas as modalidades
assistenciais, sendo extensivo ao setor privado que atue na área da urgência e
emergência, com ou sem vínculo com a prestação de serviços aos usuários do
Sistema único de Saúde;

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL

Considera-se como nível pré-hospitalar móvel na área da urgência, o


atendimento que procura chegar à vítima, após ter ocorrido um agravo à saúde (de
natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar ao
sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe
atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente
hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. Podemos chamá-lo de
atendimento pré-hospitalar móvel primário quando o pedido de socorro for oriundo
de um cidadão ou atendimento pré-hospitalar móvel secundário quando a solicitação
partir de um serviço de saúde, na qual o paciente já tenha recebido o primeiro
atendimento necessário à estabilização do quadro de urgência apresentado, mas
necessite ser conduzido a outro serviço de maior complexidade para a
comunidade do tratamento.
O serviço de atendimento pré-hospitalar móvel de vê ser entendido como uma
atribuição da área da saúde, sendo vinculado a uma Central de Regulação, com
equipe e frota de veículos compatíveis com as necessidades de saúde da população
de um município ou uma região, podendo, portanto, extrapolar os limites municipais.

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EQUIPE PROFISSIONAL

Os serviços de atendimento pré-hospitalar móvel devem contar com equipes


de profissionais oriundos da área da saúde e não oriundos da área da saúde.
Considerando-se que as urgências não se constituem em especialidade médica
ou enfermagem e que nos cursos de graduação a atenção dada à área ainda é
muito insuficiente, entende-se que os profissionais que venham a atuar nos Serviços
de Atendimento Pré-hospitalar móvel (oriundos e não oriundos da área da saúde)
devam ser habilitados pelos núcleos de Educação em Urgências, cuja criação é
indicada pelo presente Regulamento e cumpram o conteúdo curricular mínimo pelo
proposto – Capítulo VII.

EQUIPE DE PROFISSIONAIS ORIUNDOS DA SAÚDE

A equipe dos profissionais da saúde deve ser composta por:


➢ Coordenador do Serviço: profissional oriundo da área da saúde, com
experiência e conhecimentos comprovados na atividade de atendimento pré-
hospitalar às urgências e de gerenciamento de serviços e sistemas;
➢ Responsável Técnico: Médico responsável pelas atividades médicas do
serviço;
➢ Responsável de Enfermagem: Enfermeiro responsável pela equipe de
enfermagem;
➢ Médicos Reguladores: médicos que, com base nas informações
colhidas dos usuários, quando estes acionam a central de regulação, são os
responsáveis pelo gerenciamento, definição e operacionalização dos meios
disponíveis e necessários para responder as tais solicitações, utilizando-se de
protocolos técnicos e da faculdade de arbitrar sobre os equipamentos de saúde do
sistema necessários ao adequado atendimento do paciente;
➢ Médicos Intervencionistas: médicos responsáveis pelo
atendimento necessário para a reanimação e estabilização do paciente, no local do
evento e durante o transporte;

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➢ Enfermeiros Assistenciais: enfermeiros responsáveis pelo


atendimento de enfermagem necessário para as reanimações e estabilização do
paciente, no local do evento e durante o transporte;
➢ Técnicos de Enfermagem: atuação sob supervisão imediata
do profissional enfermeiro;

Obs: As responsabilidades técnicas poderão ser assumidas por profissionais


da equipe de intervenção, sempre que a demanda ou porte do serviço assim o
permitirem.
Além desta equipe de saúde, em situação de atendimento às urgências às
causas externas ou de pacientes em locais de difícil acesso, deverá haver uma
ação pactuada, complementar e integrada de outros profissionais não oriundos da
saúde/bombeiro militares, policiais militares e outros, reconhecidos pelo gestor
público para o desempenho das ações de segurança, socorro público e salvamento,
tais como: sinalização do local, estabilização de veículos acidentados,
reconhecimentos e gerenciamento de riscos potenciais (incêndio, materiais
energizados, produtos perigosos) obtenção de acesso ao paciente e suporte básico
de vida.

Perfil dos Profissionais Oriundos da Área da Saúde e


respectivas

Competências/Atribuições:
Médico: Profissional de nível superior titular de Diploma de Médico,
devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição,
habilitado conforme os termos deste regulamento.
Competências/Atribuições: exercer a regulação médica do sistema; conhecer
a rede de serviços da região; manter uma visão global e permanentemente
atualizada dos meios disponíveis para o atendimento pré-hospitalar e das
portas de urgência, checando periodicamente sua capacidade operacional; recepção
dos chamados de auxílio, análise de demanda, classificação em análise de

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atendimento, seleção de meios de atendimento (melhor resposta), acompanhamento


no atendimento local, determinação do local de destino do paciente, orientação
telefônica; manter contato diário com os serviços médicos de emergência integrados
ao sistema; prestar assistência direta aos pacientes nas ambulâncias, quando
indicado, realizando os atos médicos possíveis e necessários ao nível pré-hospitalar;
exercer o controle operacional da equipe assistencial; fazer controle do serviço nos
aspectos inerentes à sua profissão; avaliar o desempenho da equipe e subsidiar os
responsáveis pelo programa de educação continuada do serviço; obedecer às
normas técnicas vigentes no serviço; preencher os documentos inerentes à atividade
do médico regulador e de assistência pré-hospitalar; garantir a continuidade da
atenção médica ao paciente grave, até a sua recepção por outro médico nos
serviços de urgência; obedecer ao código de ética médica.
Enfermeiro: Profissional de nível superior titular do diploma de
Enfermeiro, devidamente registrado no Conselho regional de Enfermagem
de sua jurisdição, habilitado para ações de enfermagem no Atendimento
Pré- Hospitalar Móvel, conforme os termos deste regulamento, devendo além das
ações assistenciais, prestar serviços administrativos e operacionais em
sistemas de atendimento pré-hospitalar.
Requisitos gerais: disposição pessoal para a atividade; equilíbrio emocional e
autocontrole; capacidade física e mental para a atividade; disposições para cumprir
ações orientadas; experiência profissional prévia em serviço de saúde voltado ao
atendimento de urgências e emergências; iniciativa e facilidade de comunicação;
condicionamento físico para trabalhar em unidades móveis; capacidade de trabalhar
em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada no capítulo VII, bem
como para a re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: supervisionar e avaliar as ações de enfermagem
da equipe no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel; executar prescrições médicas por
telemedicina; prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica a
pacientes graves e com risco de vida, que exijam conhecimentos científicos
adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; prestar a assistência de
enfermagem à gestante, a parturiente e ao recém-nato; realizar partos sem distócia;

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participar nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde em


urgências, particularmente nos programas de educação continuada; fazer controle
de qualidade nos aspectos inerentes à sua profissão; subsidiar os responsáveis pelo
desenvolvimento de recursos humanos para as necessidades de educação
continuada da equipe; obedecer a Lei do Exercício Profissional e o Código de Ética
da Enfermagem; conhecer equipamentos e fazer manobras de extração manual de
vítimas.
Técnico de Enfermagem: Profissional com Ensino Médio completo e curso
de Técnico de Enfermagem, titular do certificado ou diploma de Técnico de
Enfermagem, devidamente registrado no Conselho Regional de Enfermagem de sua
jurisdição. Exerce atividades auxiliares, de nível técnico, sendo habilitado para
o atendimento Pré-Hospitalar Móvel, integrando sua equipe, conforme os termos
deste regulamento. Além da intervenção conservadora no atendimento do
paciente, é habilitado a realizar procedimentos a ele delegados, sob
supervisão do profissional Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qualificação
profissional.
Requisitos gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para atividade;
capacidade física e mental para a atividade; equilíbrio emocional; disposições para
cumprir ações orientadas; disponibilidade para re-certificação periódica; experiência
profissional prévia em serviço de saúde voltado ao atendimento de urgências e
emergências; capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a
capacitação discriminada no capítulo VII, bem como para re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: assistir ao enfermeiro no planejamento,
programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de
enfermagem; prestar cuidados diretos de enfermagem a pacientes em
estado grave, sob supervisão direta ou à distância do profissional enfermeiro;
participar de programas de treinamento e aprimoramento profissional
especialmente em urgências e emergências; realizar manobras de extração manual
de vítimas.
Auxiliar de Enfermagem: profissional com Ensino Médio completo e
curso regular de Auxiliar de Enfermagem e curso de especialização de nível médio

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em urgências, titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem com especialização


em urgências, devidamente registrado no Conselho regional de Enfermagem de sua
jurisdição. Exerce atividades auxiliares básicas, de nível médio, habilitado a realizar
procedimentos a ele delegados, sob supervisão do profissional Enfermeiro, dentro
do âmbito de sua qualificação profissional e conforme os termos desta Portaria.
Requisitos gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para atividade;
capacidade física e mental para a atividade; equilíbrio emocional e
autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas; disponibilidade para
recertificação periódica; experiência profissional prévia em serviço de saúde voltado
ao atendimento de urgências e emergências; capacitada de trabalhar em equipe;
disponibilidade para a capacitação discriminada no capítulo VII, bem como para
a re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: auxiliar o enfermeiro na assistência de
enfermagem; prestar cuidados de enfermagem a pacientes sob supervisão direta ou
à distância do profissional enfermeiro; observar, reconhecer e descrever sinais e
sintomas, ao nível de sua qualificação; ministrar medicamentos por via oral e
parenteral mediante prescrição do médico regulador por telemedicina; fazer
curativos; prestar cuidados de conforto ao paciente e zelar por sua segurança;
realizar manobras de extração manual de vítimas.
Equipes de profissionais não oriundos da saúde, perfis e respectivas
competências/Atribuições:
A equipe de profissionais não oriundos da área da saúde deve ser composta
por, com os seguintes perfis e competências/atribuições:
Telefonista – auxiliar de regulação: Profissional de nível básico, habilitado a
prestar atendimento telefônico às solicitações de auxílio provenientes da população,
nas centrais de regulação médica, devendo anotar dados básicos sobre o chamado
(localização, identificação do solicitante, natureza da ocorrência) e prestar
informações gerais. Sua atuação é supervisionada diretamente e permanentemente
pelo médico regulador. Sua capacitação e atuação seguem os padrões previstos
neste regulamento.

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Requisitos gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade;


equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas;
capacidade de manter sigilo profissional; capacidade de trabalhar em equipe;
disponibilidade para a capacitação discriminada no capítulo VII, bem como para a
recertificação periódica.
Competências/Atribuições: atender solicitações telefônicas da
população; anotar informações colhidas do solicitante, segundo questionário
próprio; prestar informações gerais ao solicitante; estabelecer; estabelecer contato
radiofônico com ambulâncias e/ou veículos de atendimento pré-hospitalar;
estabelecer contato com hospitais e serviços de saúde de referência a fim de colher
dados e trocar informações; anotar dados e preencher planilhas e formulários
específicos do serviço; obedecer aos protocolos de serviço; atender às
determinações do médico regulador.
Rádio-Operador: profissional de nível básico habilitado a operar sistemas de
radiocomunicação e realizar o controle operacional de uma frota de veículos de
emergência, obedecendo aos padrões de capacitação previstos neste regulamento.
Requisitos gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade;
equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas;
disponibilidade para re-certificação periódica; capacidade de trabalhar em equipe;
disponibilidade para a capacitação discriminada no capítulo VII, bem como para a
recertificação periódica.
Competições/Atribuições: operar o sistema de radiocomunicação e
telefonia nas Centrais de regulação; exercer o controle operacional da frota de
veículos do sistema de atendimento pré-hospitalar móvel; manter a equipe de
regulação atualizada a respeito da situação operacional de cada veículo da
frota; conhecer a malha viária e as principais vias de acesso de todo o território
abrangido pelo serviço de atendimento pré-hospitalar móvel.

Condutor de Veículos de Urgência

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Veículos Terrestres: Profissional de nível básico, habilitado a conduzir


veículos de urgência padronizados pelo código sanitário e pelo presente
regulamento como veículos terrestres, obedecendo aos padrões de capacitação e
atuação previstos neste regulamento.
Requisitos gerais: maior de vinte e um anos; disposição pessoal para a
atividade, equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações
orientadas; habilitação profissional como motorista de veículos de transporte de
pacientes, de acordo com a legislação em vigor (Código Nacional de Trânsito);
capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada
no capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: conduzir veículo terrestre de urgência destinado
ao atendimento e transporte de pacientes; conhecer integralmente o veículo e
realizar manutenção básica do mesmo; estabelecer contato radiofônico (ou
telefônico) com a central de regulação médica e seguir suas orientações; conhecer a
malha viária local; conhecer a localização de todos os estabelecimentos de saúde
integrados ao sistema assistencial local, auxiliar a equipe de saúde nos gestos
básicos de suporte à vida; auxiliar a equipe nas imobilizações e transporte de
vítimas; realizar medidas de reanimação cardiorrespiratória básica; identificar todos
os tipos de materiais existentes nos veículos de socorro e sua utilidade, a fim de
auxiliar a equipe de saúde.

DEFINIÇÃO DOS VEÍCULOS DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR


MÓVEL

AMBULÂNCIAS

Defina-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquaviário) que se


destine exclusivamente ao transporte de enfermos. às normas do ABNT – NBR
14561/2000, de julho de 2000. As ambulâncias são classificadas em:

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TIPO A – Ambulância de Transporte: veículo destinado ao transporte em


decúbito horizontal de pacientes que não apresentam risco de vida, para remoções
simples e de caráter eletivo.
TIPO B – Ambulância de Suporte Básico: veículo destinado ao transporte
inter- hospitalar de paciente com risco de vida desconhecido, não classificado com
potencial de necessitar de intervenção médica no local e/ou durante transporte até o
serviço de destino.
TIPO C – Ambulância de Resgate: veículo de atendimento de urgências pré-
hospitalares de pacientes vítimas de acidentes ou pacientes em locais de difícil
acesso, com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático e em alturas). TIPO D
– Ambulância de Suporte Avançado: veículo destinado ao atendimento e transporte
de pacientes de alto risco em emergências pré- hospitalares e/ou de transporte
interhospitalar que necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve contar com os
equipamentos médicos necessários para esta função.
TIPO E – Aeronave de Transporte Médico: aeronave de asa fixa ou rotativa
utilizada para transporte inter-hospitalar de pacientes e aeronave de asa
rotativa para ações de resgate, dotada de equipamentos médicos homologados pelo
Departamento de Aviação Civil – DAC.

VEÍCULOS DE INTERVENÇÃO RÁPIDA

Estes veículos, também chamados de veículos leves, veículos rápidos ou


veículos de ligação médica são utilizados para transporte de médicos com
equipamentos que possibilitam oferecer suporte avançado de vida nas ambulâncias
do tipo A, B, C e F.
DEFINIÇÃO DOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DAS AMBULÂNCIAS

As ambulâncias deverão dispor, no mínimo, dos seguintes materiais e


equipamentos ou similares com eficácia equivalente:

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Ambulância de Transporte (Tipo A):

Sinalizador óptico e acústico; equipamento de radiocomunicação em contato


permanente com a central reguladora; maca com rodas; suporte para soro e
oxigênio medicinal.

Ambulância de Transporte (Tipo B):

Sinalizador óptico e acústico; equipamento de radiocomunicação fixa e móvel;


maca articulada e com rodas; suporte para soro; instalação de rede de oxigênio com
cilindro, válvula, manômetro em local de fácil visualização e régua com dupla saída;
oxigênio com régua tripla (a) alimentação do respirador; b) fluxômetro e umidificador
de oxigênio e c-aspirador tipo Venturi); manômetro e fluxômetro com máscara e
chicote para oxigenação; cilindro de oxigênio portátil com válvula; maleta de
urgência contento: estetoscópio adulto e infantil, ressucitador manual adulto/infantil,
cânulas orofaríngeas de tamanhos variados, luvas descartáveis, tesoura reta
com ponta romba, esparadrapo, esfigmomanômetro, ataduras de 15 cm,
compressas estéreis, pacotes de gaze estéril, protetores para queimados ou
eviscerados, cateteres ou eviscerados, cateteres para oxigenação e aspiração de
vários tamanhos, maleta de parto contento: luvas cirúrgicas, clamps umbilicais,
estilete estéril para corte do cordão, saco plástico para placenta, cobertor,
compressas cirúrgicas, gazes estéreis, braceletes de identificação; suporte para
soro; prancha curta e longa para imobilização de coluna; talas para imobilização de
membros e conjuntos de colares cervicais; colete imobilizador dorsal; frascos de
soro fisiológico e ringer lactato; bandagens triangulares; cobertores; coletes
refletivos para a maletas com medicações a serem definidas em protocolos, pelos
serviços.
As ambulâncias de suporte básico que realizam também ações de
salvamento deverão conter o material mínimo para salvamento terrestre, aquático e
em alturas, maleta de ferramentas e extintor de pó químico seco de 0,8 kg, fitas e

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cones sinalizados para isolamento de áreas, devendo contar, ainda com


compartimento isolado para a sua guarda, garantindo um salão de atendimento às
vítimas de, no mínimo, 8 metros cúbicos.

Ambulância de Transporte Avançado (TIPO D):

Sinalizador óptico e acústico; equipamentos de radiocomunicação fixam


e móvel; maca com rodas e articulada; dois suportes de soro; cadeira de rodas
dobrável; instalação de rede portátil de oxigênio como no item anterior (é obrigatório
que a quantidade de oxigênio permita ventilação mecânica por no mínimo duas
horas); respirador mecânica de transporte; oxímetro não invasivo portátil; monitor
cardioversor com bateria e instalação elétrica disponível (em caso de frota deverá
haver disponibilidade de um monitor cardioversor com marca-passo externo não
invasivo); bomba de infusão com bateria e equipo; maleta de vias aéreas contenta:
máscaras laríngeas e cânulas endotraqueais de vários tamanhos; cateteres de
aspiração; adaptadores para cânulas; cateteres nasais; seringa de 20ml;
ressucitador manual adulto/infantil com reservatório; sondas para aspiração traqueal
de vários tamanhos; luvas de procedimentos; máscara para ressucitador
adulto/infantil; lidocaína geleia e spray; cadarços para fixação de cânula;
laringoscópio infantil/adulto com conjunto de lâminas; estetoscópio;
esfigmomanômetro adulto/infantil; cânulas orofaríngeas adulto/infantil; fios-guia para
entubação; pinça de Magyll; bisturi descartável; cânulas para traqueostomia; material
para cricotiroidostomia; conjunto de drenagem torácica; maleta de acesso venoso
contento: tala para fixação de braço; luvas estéreis; recipiente com antisséptico;
pacotes de gaze estéril; esparadrapo; material para punção de vários tamanhos
incluindo metálicas, plásticas e agulhas especiais para punção óssea; garrote;
equipos de macro e microgotas; cateteres específicos para dissecção de veias,
tamanho adulto/infantil; tesoura, pinça de kocher; cortadores de soro; lâminas de
bisturi; seringas de vários tamanhos; torneiras de 3 vias; equipo de infusão de 3 vias;
frascos de soros fisiológico; ringer lactato e soro glicosado; caixa completa de
pequena cirurgia; maleta de parto como descrito nos itens anteriores; sondas

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vesicais; coletores de urina; protetores para eviscerados ou queimados; espátulas de


madeira; sondas nasogástricas; eletrodos descartáveis; equipos para drogas
fotossensíveis; equipo para bombas de infusão; circuito de respirador estéril de
reserva de proteção à equipe de atendimento: óculos, máscaras e aventais; cobertor
ou filme metálico para conservação de calor do corpo; campo cirúrgico fenestrado;
almotolias com antisséptico; conjunto de colares cervicais; prancha longa para
imobilização da coluna. Para o atendimento a neonatos deverá haver pelo menos
uma incubadora de transporte de recém-nascido com bateria e ligação à tomada do
veículo (12 volts). A incubadora deve estar apoiada sobre carros com rodas
devidamente fixadas quando dentro da ambulância e conter respirador e
equipamentos adequados para recém-natos.

DEFINIÇÃO DOS MEDICAMENTOS DAS AMBULÂNCIAS

Medicamentos obrigatórios que deverão constar nos veículos de suporte


avançado seja nos veículos terrestres, aquáticos e nas aeronaves ou naves de
transporte médico (classes A, E e F):
➢ Lidocaína sem vasoconstritor; adrenalina, epinefrina,
atropina, dopamina, aminofilina, dobutamina; hidrocortisona; glicose 50%;
➢ Soro: glicosado 5%; fisiológico 0,9%, ringer lactado;
➢ Psicotrópicos: hidantoína, meperidina, diazepan, midazolan;
➢ Medicamentos para analgesia e anestesia: fentanil, keatar,
quelecin;
➢ Outros: água destilada; metoclopramida, dipirona, hioscina;
dinidrato de isossorbitol; furosemide, amiodarona; lanatosideo C.

TRIPULAÇÃO

Considerando-se que as urgências não se constituem em especialidade


médica ou de enfermagem e que nos cursos de graduação a atenção dada à área
ainda é bastante insuficiente, entende-se que os profissionais que venham a atuar

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como tripulantes dos Serviços de Atendimento Pré-Hospitalar Móvel devam ser


habilitados pelos Núcleos de Educação em Urgências, cuja criação é indicação
pelo presente regulamento e cumpram o conteúdo curricular mínimo nele
proposto.
➢ Ambulância Tipo A: 2 profissionais, sendo um motorista e outro
um técnico ou auxiliar de enfermagem.
➢ Ambulância Tipo B: 2 profissionais, sendo um motorista e um técnico
ou auxiliar de enfermagem de enfermagem.
➢ Ambulância Tipo D: 3 profissionais, sendo um motorista, um enfermeiro
e um médico.

Requisitos gerais: disposição pessoal para aa atividade; equilíbrio emocional


e autocontrole; capacidade física e mental para a atividade; disposições para cumprir
ações orientadas; experiência profissional prévia em serviço de saúde voltado ao
atendimento de urgências e emergências; iniciativa e facilidade de comunicação;
condicionamento físico para trabalhar em unidades móveis; capacidade de trabalhar
em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada no capítulo VII, bem
como para a re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: supervisionar e avaliar as ações de enfermagem
da equipe no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel; executar prescrições médicas por
telemedicina; prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica a
pacientes graves e com risco de vida, que exijam conhecimentos científicos
adequados e capacidade de tomar decisões imediatas; prestar a assistência de
enfermagem à gestante, a parturiente e ao recém-nato; realizar partos sem distócia;
participar nos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde em
urgências, particularmente nos programas de educação continuada; fazer controle
de qualidade nos aspectos inerentes à sua profissão; subsidiar os responsáveis pelo
desenvolvimento de recursos humanos para as necessidades de educação
continuada da equipe; obedecer a Lei do Exercício Profissional e o Código de Ética
da Enfermagem; conhecer equipamentos e fazer manobras de extração manual de
vítimas.

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Técnico de Enfermagem: Profissional com Ensino Médio completo e curso


de Técnico de Enfermagem, titular do certificado ou diploma de Técnico de
Enfermagem, devidamente registrado no Conselho Regional de Enfermagem de sua
jurisdição. Exerce atividades auxiliares, de nível técnico, sendo habilitado para
o atendimento Pré-Hospitalar Móvel, integrando sua equipe, conforme os termos
deste regulamento. Além da intervenção conservadora no atendimento do
paciente, é habilitado a realizar procedimentos a ele delegados, sob
supervisão do profissional Enfermeiro, dentro do âmbito de sua qualificação
profissional.
Requisitos gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para atividade;
capacidade física e mental para a atividade; equilíbrio emocional; disposições para
cumprir ações orientadas; disponibilidade para re-certificação periódica; experiência
profissional prévia em serviço de saúde voltado ao atendimento de urgências e
emergências; capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a
capacitação discriminada no capítulo VII, bem como para re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: assistir ao enfermeiro no planejamento,
programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de
enfermagem; prestar cuidados diretos de enfermagem a pacientes em
estado grave, sob supervisão direta ou à distância do profissional enfermeiro;
participar de programas de treinamento e aprimoramento profissional
especialmente em urgências e emergências; realizar manobras de extração manual
de vítimas.
Auxiliar de Enfermagem: profissional com Ensino Médio completo e
curso regular de Auxiliar de Enfermagem e curso de especialização de nível médio
em urgências, titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem com especialização
em urgências, devidamente registrado no Conselho regional de Enfermagem de sua
jurisdição. Exerce atividades auxiliares básicas, de nível médio, habilitado a realizar
procedimentos a ele delegados, sob supervisão do profissional Enfermeiro, dentro
do âmbito de sua qualificação profissional e conforme os termos desta Portaria.
Requisitos gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para atividade;
capacidade física e mental para a atividade; equilíbrio emocional e

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autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas; disponibilidade para


recertificação periódica; experiência profissional prévia em serviço de saúde voltado
ao atendimento de urgências e emergências; capacitada de trabalhar em equipe;
disponibilidade para a capacitação discriminada no capítulo VII, bem como para
a re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: auxiliar o enfermeiro na assistência de
enfermagem; prestar cuidados de enfermagem a pacientes sob supervisão direta ou
à distância do profissional enfermeiro; observar, reconhecer e descrever sinais e
sintomas, ao nível de sua qualificação; ministrar medicamentos por via oral e
parenteral mediante prescrição do médico regulador por telemedicina; fazer
curativos; prestar cuidados de conforto ao paciente e zelar por sua segurança;
realizar manobras de extração manual de vítimas.

EQUIPES DE PROFISSIONAIS NÃO ORIUNDOS DA SAÚDE, PERFIS E


RESPECTIVAS COMPETÊNCIAS/ATRIBUIÇÕES:

A equipe de profissionais não oriundos da área da saúde deve ser composta


por, com os seguintes perfis e competências/atribuições:
Telefonista – auxiliar de regulação: Profissional de nível básico, habilitado a
prestar atendimento telefônico às solicitações de auxílio provenientes da população,
nas centrais de regulação médica, devendo anotar dados básicos sobre o chamado
(localização, identificação do solicitante, natureza da ocorrência) e prestar
informações gerais. Sua atuação é supervisionada diretamente e permanentemente
pelo médico regulador. Sua capacitação e atuação seguem os padrões previstos
neste regulamento.
Requisitos gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade;
equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas;
capacidade de manter sigilo profissional; capacidade de trabalhar em equipe;
disponibilidade para a capacitação discriminada no capítulo VII, bem como para a
recertificação periódica.

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Competências/Atribuições: atender solicitações telefônicas da


população; anotar informações colhidas do solicitante, segundo questionário
próprio; prestar informações gerais ao solicitante; estabelecer; estabelecer contato
radiofônico com ambulâncias e/ou veículos de atendimento pré-hospitalar;
estabelecer contato com hospitais e serviços de saúde de referência a fim de colher
dados e trocar informações; anotar dados e preencher planilhas e formulários
específicos do serviço; obedecer aos protocolos de serviço; atender às
determinações do médico regulador.
Rádio-Operador: profissional de nível básico habilitado a operar sistemas de
radiocomunicação e realizar o controle operacional de uma frota de veículos de
emergência, obedecendo aos padrões de capacitação previstos neste regulamento.
Requisitos gerais: maior de dezoito anos; disposição pessoal para a atividade;
equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações orientadas;
disponibilidade para re-certificação periódica; capacidade de trabalhar em equipe;
disponibilidade para a capacitação discriminada no capítulo VII, bem como para a
recertificação periódica.
Competições/Atribuições: operar o sistema de radiocomunicação e
telefonia nas Centrais de regulação; exercer o controle operacional da frota de
veículos do sistema de atendimento pré-hospitalar móvel; manter a equipe de
regulação atualizada a respeito da situação operacional de cada veículo da
frota; conhecer a malha viária e as principais vias de acesso de todo o território
abrangido pelo serviço de atendimento pré-hospitalar móvel.

Condutor de Veículos de Urgência:

Veículos Terrestres: Profissional de nível básico, habilitado a conduzir


veículos de urgência padronizados pelo código sanitário e pelo presente
regulamento como veículos terrestres, obedecendo aos padrões de capacitação e
atuação previstos neste regulamento.

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Requisitos gerais: maior de vinte e um anos; disposição pessoal para a


atividade, equilíbrio emocional e autocontrole; disposição para cumprir ações
orientadas; habilitação profissional como motorista de veículos de transporte de
pacientes, de acordo com a legislação em vigor (Código Nacional de Trânsito);
capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para a capacitação discriminada
no capítulo VII, bem como para a re-certificação periódica.
Competências/Atribuições: conduzir veículo terrestre de urgência destinado
ao atendimento e transporte de pacientes; conhecer integralmente o veículo e
realizar manutenção básica do mesmo; estabelecer contato radiofônico (ou
telefônico) com a central de regulação médica e seguir suas orientações; conhecer a
malha viária local; conhecer a localização de todos os estabelecimentos de saúde
integrados ao sistema assistencial local, auxiliar a equipe de saúde nos gestos
básicos de suporte à vida; auxiliar a equipe nas imobilizações e transporte de
vítimas; realizar medidas de reanimação cardiorrespiratória básica; identificar todos
os tipos de materiais existentes nos veículos de socorro e sua utilidade, a fim de
auxiliar a equipe de saúde.

MANUAL DA HUMANIZAÇÃO

O Manual de humanização, elaborado com base no Programa Nacional


de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) apresenta informações
importantes para a implantação de um processo de humanização dos serviços de
saúde. Dirigido aos Grupos de trabalho de humanização, ampara suas orientações
em experiências produzidas pelo PNHAH, já desenvolvido em mais de duas dezenas
de instituições hospitalares no Rio Grande do sul.
O desenvolvimento das ações propostas pela Política de Humanização da
Assistência à Saúde (PHAS) tem como princípios fundamentais o respeito às
especificidades de cada instituição, estimula a cooperação entre as mesmas pela
troca de experiências produzidas, que visam a qualificação do serviço público de
saúde.

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A Política de Humanização da Assistência à Saúde oferece uma Diretriz que


contempla os projetos de caráter humanizador desenvolvidos nas diferentes
instituições de saúde, estimulando a criação e sustentação permanente de espaços
de comunicação e divulgação, que facultem e estimulem a livre expressão, o
diálogo, o respeito e a solidariedade. COORDENAÇÃO PHAS - ESP-SES/RS

CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE HUMANIZAÇÃO

Uma das diferenças entre o ser humano os animais irracionais é que seu
corpo biológico é envolvido, desde a infância, por uma rede de imagens e palavras,
apresentadas primeiras pelos pais, pelos familiares e, em seguida, pela escola, pelo
trabalho, enfim, por todas as relações sociais. É esse “banho” de imagem e de
linguagem que vai moldando o desenvolvimento do corpo biológico, transformando-o
em um ser humano, com um estilo de vida singular.
Como somos dotados de linguagem, podemos construir redes de significados,
que compartilhamos em maior ou menor intensidade com nossos semelhantes e que
nos dão uma identidade cultural. Dessa forma, somos capazes de transformar
imagens em escultura e pintura, sons em música e palavras, palavras em poesia e
literatura, ignorância em religião, arte, saber e ciência. Somos capazes de produzir
cultura e, a partir dela, intervir e modificar a natureza. Transformar doença em
saúde, por exemplo.
Contudo a palavra pode fracassar e, quando a palavra fracassa, somos
também capazes das maiores arbitrariedades. A destrutividade faz parte do humano
e a história testemunha a que ponto pode chegar. O homem pode se tornar lobo do
homem. Passamos a usar nosso conhecimento para aniquilar pessoas que
consideramos diferentes de nós e que, por isso, percebemos como uma
ameaça a ser eliminada. Essa destrutividade pode se manifestar em muitos níveis e
intensidades, desde pequenos gestos cotidianos a atos de violência cruéis e
definitivos.

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Mas então, o que é humanizar? Humanizar é garantir à palavra a sua


dignidade ética. Ou seja, para que o sentimento humano, as percepções de dor ou
de prazer sejam humanizadas, é preciso que as palavras que o sujeito expressa
sejam reconhecidas pelo outro. É preciso, ainda, que esse sujeito ouça do
outras palavras de seu reconhecimento. É pela linguagem que fazemos as
descobertas de meios pessoais de comunicação com o outro. Sem isso, nos
desumanizamos reciprocamente. Ou seja, sem comunicação, não há humanização.
A humanização depende de nossa capacidade de falar e de ouvir, depende do
diálogo com nossos semelhantes.
Paradoxalmente o desenvolvimento científico e tecnológico tem trazido tanto
benefícios como prejuízos. Um mundo novo está sendo construído a partir das
revoluções tecnológicas, e há uma indagação constante sobre como se processam
as informações em uma era midiática.
A palavra pode ser reduzida, o contato humano secundarizado, a informação
descontextualizada, a comunicação fragmentada na mesma medida que os avanços
tecnológicos também engendram práticas sociais integradoras, humanizadoras.
A ciência e tecnologia se tornam desumanizantes quando ficamos reduzidos a
objetos despersonalizados de nossa própria técnica, de uma investigação fria e
objetiva. O preço que pagamos pela suposta objetividade da ciência é a eliminação
da condição humana da palavra, que não pode ser reduzida, no caso da prestação
de serviços de saúde, à mera descrição técnica dos sintomas e da evolução de
uma doença, por exemplo. Quando preenchemos uma ficha de histórico clínico, não
estamos escutando a palavra do paciente.
As informações são indispensáveis, sem dúvida. Mas o lado humano ficou
excluído. O ato técnico, por definição, elimina a dignidade ética da palavra, pois esta
é necessariamente pessoal, subjetiva e precisa ser reconhecida na palavra do
outro. Um hospital ou um posto de saúde pode ser excelente do ponto de vista
tecnológico e, mesmo assim, ser desumano no atendimento.
Isso acontece quando os pacientes são tratados como simples objetos de
intervenção técnica e não acolhidos em suas angústias, temores e
expectativas, ou sequer são informados sobre procedimentos necessários.

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A explicação pode ser o excesso de demanda, a procura exagerada de


ofertas técnicas e tecnológicas, a busca voraz de lucros ou ainda a falta de
condições técnicas, de capacitação, de materiais, de gerência, de espírito de
acolhimento. Os serviços tornam-se desumanizantes pela má qualidade resultante
no atendimento e sua baixa resolubilidade. Essa carência geral ou específica de
condições gerenciais, técnicas e materiais induz à desumanização, já que
profissionais e usuários passam a se relacionar de forma desrespeitosa e impessoal.
Humanizar a assistência à saúde é dar lugar não só à palavra do usuário
como também à palavra do profissional de saúde, de forma que tanto um quanto
outro possam fazer parte de uma rede de diálogo. O compromisso com a
pessoa que sofre pode ter as mais diversas motivações, assim como o compromisso
com os cuidadores e destes entre si. Cabe a esta rede promover as ações,
campanhas, programas e políticas assistenciais, tendo como base
fundamentalmente a ética, o respeito, o reconhecimento mútuo, a solidariedade e
responsabilidade.
Partindo dessa perspectiva, a Política de Humanização da assistência à
Saúde aponta diferentes parâmetros para a humanização da assistência hospitalar
em três grandes áreas:
➢ Acolhimento e atendimento dos usuários.
➢ Trabalho dos profissionais.
➢ Lógicas de gestão e gerência.

Esses parâmetros podem servir para o trabalho de análise, reflexão e


elaboração de ações, campanhas, programas e políticas assistenciais que orientem
um plano de humanização.
A expectativa da PHAS é criar uma nova cultura de humanização, que
valoriza as ações humanizadas já desenvolvidas, criando uma filosofia
organizacional que promova a conjugação cotidiana do verbo humanizar.
Uma cultura de humanização necessita tempo para ser construída, impõe a
participação de todos os atores do sistema, determina a ruptura de

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paradigmas. Humanizar é verbo pessoal e intransferível, visto que ninguém


pode ser humano em nosso lugar. E é multiplicável, pois é contagiante.

SAÚDE PÚBLICA HUMANIZADA - CONTEXTUALIZANDO O SUS

Todo cidadão brasileiro tem direito de acesso ao SUS. Mas convém observar
que tanto a comunidade como o governo é responsável pela coordenação de
esforços para estruturar o SUS. A descentralização, através da regionalização e da
municipalização da saúde, é a estratégia ideal para que todas as instâncias
responsáveis pelo sistema de saúde possam se articular nesse esforço. Não há
dúvida de que a municipalização garante a atenção básica de saúde, trazendo
lógica, racionalidade e controle ao sistema.
Sabe-se que os municípios brasileiros possuem condições de
desenvolvimento e de assistência à saúde completamente diferente, por isso
mesmo, o SUS definiu várias formas de habilitação que indicam o grau de
responsabilidade e autonomia da gestão municipal da saúde.
A regionalização da saúde assegura referência ao atendimento de média e
alta complexidade. Os municípios brasileiros foram agrupados em módulos de
saúde, cada um deles com um município-sede, responsável pelo nível 1 de
referência em média complexidade. Um ou mais destes módulos são
agrupados pela Secretaria Estadual de Saúde em microrregiões, designando
serviços de nível 2 de referência em média complexidade. Estas microrregiões, por
sua vez, são agrupadas em macrorregiões, com serviços de nível 3 de referência em
alta complexidade. A Secretaria Estadual da Saúde designa, também, os serviços de
nível 4 de referência em alta complexidade.
A operacionalização do SUS exige planejamento e articulação dos gestores
municipais e estaduais. A articulação política entre as Secretarias Estaduais de
Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde de cada microrregião é fundamental
para que o cidadão brasileiro tenha condições de acesso à saúde básica em seu
município, ocorrendo referência para serviços de média e alta complexidade apenas
quando necessário. Quanto mais o planejamento desse sistema estiver articulado,

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mais garantias terão de que os serviços de saúde não vão estar sobrecarregados
com uma demanda excessiva e não pertinente ao seu objetivo institucional.
A participação comunitária, através dos Conselhos Municipais e Estaduais de
Saúde, tem um papel importante: conferir maior visibilidade às decisões dos
gestores. A criação de conselhos gestores em todos os serviços de saúde
integrantes do SUS amplia o controle e a participação social.
A humanização da saúde pública é preconizada no plano de ações
coordenado e descentralizado pelo SUS. Para que ela aconteça, na prática, a
principal estratégia é a articulação entre os gestores municipais, os gestores
estaduais e as instâncias colegiadas de participação social, as Conferências de
Saúde e os Conselhos de Saúde. É imperioso implantar o SUS onde ele não existe.
E é imperioso aperfeiçoar o SUS, permanentemente, onde ele já está implantado.

Dilemas e desafios atuais

É inegável que, depois de tantos anos de luta, o SUS conseguiu uma


ampliação significativa em termos de cobertura e acesso. Gestores,
profissionais e usuários dos serviços de saúde sabem que o maior desafio do SUS é
melhorar a qualidade dos serviços que presta à população em termos de eficácia e
produção de saúde. Não bastam centrar esforços na busca de eficiência e
produtividade, essenciais para que os recursos públicos sejam investidos de forma
responsável.
A baixa qualidade dos serviços acaba sobrecarregando o sistema, isso
porque se o profissional tem dificuldades na realização de seu trabalho, o usuário
fica insatisfeito com o atendimento e o gestor não consegue ter uma boa
comunicação e interação com outras instâncias, os encaminhamentos são
desorganizados e geram um número considerável de consultas, exames
complementares e internações adicionais. Boa parte das demandas dos
pacientes poderia ser resolvida em um primeiro atendimento, se houvesse um bom

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sistema de comunicação e um bom relacionamento profissional - usuário. Quanto


menor a integração, a comunicação, o vínculo e o reconhecimento mútuo entre
profissionais e usuários, entre equipes de profissionais e gestores das diversas
instâncias do sistema de saúde, menor será a possibilidade de eficácia no
atendimento da população.
Para resolver esses desafios e melhorar a eficácia no atendimento à saúde,
não basta investir na eficiência técnico-científica e na racionalidade administrativa.
Qualquer atendimento à saúde, assim como qualquer relação entre gestores e
equipes profissionais, é caracterizado pelas relações humanas. É preciso,
portanto, estar atento a princípios e valores como a solidariedade e a ética na
relação entre gestores, profissionais e usuários. Uma ética que acolha o
desconhecido e o imprevisível, que aceite os limites de cada situação e que seja
pautada pela abertura e pelo respeito ao outro como um ser singular e digno.
A proposta de humanização dos serviços públicos de saúde é, portanto, valor
básico para conquistar uma melhor qualidade no atendimento à saúde dos usuários
e nas condições de trabalho dos profissionais de todo o sistema de saúde. Não se
trata de adotar medidas para “maquiar” as instituições, nem tampouco de uma
proposta “ortopédica”. A humanização tem como meta uma nova cultura
institucional, que possa instaurar padrões de relacionamento ético entre gestores,
técnicos e usuários.
O processo de humanização dos serviços de saúde nos coloca frente a uma
dupla tarefa: refletir sobre a realidade do sistema de saúde e a particularidade de
cada instituição/situação, e criar soluções para enfrentar os desafios e otimizar as
oportunidades.
Não se trata de mais uma sobrecarga em um trabalho que já demanda muito
investimento. Gestores e equipes de profissionais deparam-se, dia a dia, com uma
enormidade de tarefas, responsabilidades e compromissos. Mais do que isso, têm
de atender às necessidades de pessoas que se encontram em situações de
fragilidade, dependência, dor e sofrimento, muitas vezes em situações difíceis de
trabalho. É justamente a realização dessas duas tarefas – a construção de um
espaço coletivo para reflexão sobre a realidade institucional e profissional e a

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busca de saídas criativas para os desafios encontrados – que poderá facilitar o


trabalho dos profissionais de saúde e melhorar a qualidade do atendimento aos
usuários.
O primeiro passo é a sensibilização dos gestores do SUS para a questão da
humanização e para o desenvolvimento de um modelo de gestão voltado para a
construção de uma nova cultura organizacional. Cultura essa que deve se pautada
pelo respeito, pela solidariedade e pelo desenvolvimento da solidariedade e da
cidadania dos agentes envolvidos e dos usuários.
Esse novo modelo de gestão precisa se amparar no fortalecimento da
vontade política dos dirigentes de participar de ações efetivas e permanentes que
transformem a realidade institucional das organizações de saúde. Precisa se
amparar, ainda, no reconhecimento do caráter processual dessas transformações,
na necessidade de comunicação e divulgação de resultados dos projetos e na
criação de condições para a sustentação dos mesmos.
Outro aspecto de fundamental importância nessa proposta de gestão é
a criação e sustentação permanentes de espaços de comunicação que facultem e
estimulem a livre expressão, a dinâmica do diálogo, o respeito à diversidade de
opiniões e a tomada de decisões coletivas.
Desencadeado esse processo, as instituições de saúde, através da voz de
usuários, profissionais e gestores, assumem a direção da construção de sua
identidade e do seu projeto. Tal tarefa exige autonomia, liberdade e
responsabilidade. Em contrapartida, oferece a possibilidade de reconstrução,
perante a comunidade, da tão desgastada imagem do serviço público de
saúde.
A Constituição de 1988 é bem clara: todos os cidadãos têm direitos civis, tais
como liberdade pessoal de expressão, religião e movimentação; direitos políticos,
como os eleitorais e de associação; e direitos sociais, referentes às condições de
saúde, educação, trabalho, condições de vida e de assistência em situações de risco
social.
Na prática, nem sempre é fácil respeitar esses direitos. Especialmente
os direitos sociais. Para que isso aconteça, têm sido indispensáveis a organização

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social e a participação ativa do cidadão. No SUS os direitos dos usuários vêm sendo
garantidos através do controle social. Aliás, é a mesma Constituição, de 1988, que
estabelece como princípio estruturador do SUS a participação da comunidade no
planejamento e na avaliação continuada.
Em 1990, a Lei 8.080, que regulamentou o SUS, determinou a criação de
comissões intersetoriais subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde. No mesmo
ano, a Lei 8.142 definiu duas instâncias colegiadas: as Conferências de Saúde e os
Conselhos de Saúde. Os Conselhos de Saúde – constituídos em
50% por representantes dos usuários e em 50% por representantes do
governo, prestadores de serviços e profissionais de saúde – são órgãos
deliberativos encarregados de normatizar, recomendar, promover diligências,
formular estratégias e controlar a execução da política de saúde. As decisões devem
ser referendadas pelos níveis estadual e municipal de saúde e as suas principais
estratégias de ação são a negociação política, a ação judicial e o acionamento do
Ministério Público quando as resoluções não são cumpridas. Vale destacar que, em
dezembro de 2000, a 11? Conferência Nacional de Saúde estabeleceu as
diretrizes para a política de saúde, com o tema “Efetivando o SUS: Acesso,
Qualidade e Humanização na Atenção à Saúde, com Controle Social”. Em 2003, as
conferenciais municipais (RS) elegeram a humanização como um dos principais
temas a ser desenvolvido na prestação de serviços de saúde.
A participação cidadã tem sido estimulada por recursos como ouvidoria,
trabalhos de sala de espera, preparação das altas, alojamento conjunto e ampliação
do horário de visitas. Estes mesmos recursos são usados para ampliar os direitos
dos usuários e legitimar o prestígio das instituições hospitalares.
Muitas das restrições impostas por modernos hospitais a seus usuários e
familiares em termos de regras e horários, por exemplo, não obedecem a
razões técnicas. Elas são, na verdade, parte de uma longa herança
institucional, de cunho autoritário. É importante questionar e reavaliar as regras que
restringem o acesso e a participação de famílias e usuários, propiciando formas mais
abertas e livres de interação com o hospital. Quanto maior esta interação, maior é a
força criativa e a aliança que se estabelece entre a instituição e seus usuários.

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Todos ganham: os pacientes e suas famílias conquistam mais espaço, liberdade e


confiança no atendimento; funcionários e profissionais passam a contar com uma
maior rede de ajuda para o desenvolvimento de suas tarefas.
A população e as instituições não governamentais têm demonstrado uma
disposição crescente para se engajarem em ações filantrópicas, caritativas, formas
de solidariedade e participação social. Com isso, o trabalho voluntário tem
conquistado cada vez mais visibilidade e respeito.
Convém lembrar, no entanto, que o voluntariado nasce de um impulso
pessoal, solidário e de forte caráter emocional. Seria um engano negar essa origem
ou desconsiderar essa enorme força motivacional. Mas é necessário ir além desse
impulso e fortalecer uma sociedade civil mais autônoma e instituições mais
democráticas.
É necessário, ainda, derrubar preconceitos quanto à natureza e significado do
voluntariado. Isto só será possível com a ampla divulgação de experiências bem
sucedidas, um esforço sistemático de orientação e integração dos voluntários e o
preparo das instituições para gerenciar adequadamente o potencial do trabalho
voluntário. Mas, para a consolidação de uma nova cultura de voluntariado, a
comunidade mais ampla precisa ser envolvida.
A Política de Humanização da assistência à saúde implica uma série de
dimensões organizacionais, institucionais, profissionais e pessoais. Uma delas é a
incorporação consistente do trabalho voluntário. Como expressão de solidariedade e
participação cidadã, o voluntariado é uma das formas mais efetivas de aliança da
instituição com uma comunidade que incorpora e assume sua parcela de
responsabilidade pela mudança na cultura de atendimento à saúde. Não pode,
portanto, reduzir-se a impulsos de generosidade desorganizada ou substituir
vínculos formais de trabalho em quadros sociais de desemprego.
Quando é desenvolvido de forma organizada, com critérios e objetivos bem
claros, o trabalho voluntário é uma fonte significativa de recursos e
competências qualificadas. Afinal, ele conta com a participação direta da
comunidade e pode responder com mais visibilidade e credibilidade às necessidades
e expectativas dos usuários. Integrada em um processo de humanização, a ação

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voluntária implica uma tomada de consciência de si mesmo e uma transformação


pessoal inseparáveis de uma mudança na compreensão do mundo e de uma
transformação mais ampla da sociedade.

GRUPOS DE TRABALHO DE HUMANIZAÇÃO

Os Grupos de Trabalho de Humanização (GTH) são espaços coletivos


organizados, participativos e democráticos, que se destinam a instaurar uma política
institucional de resgate da humanização na assistência à saúde, em benefício dos
usuários e dos profissionais de saúde.
Composição dos GTHs

Os Grupos de Trabalho de Humanização Hospitalar devem ter


uma participação equitativa de representantes das diferentes categorias
profissionais, campos disciplinares e graus hierárquicos da instituição:
representantes da direção/gestão, da chefia dos setores e serviços, dos médicos,
técnicos (assistentes sociais, psicólogos, agentes da enfermagem, encarregados
técnico-administrativos) e pessoal de apoio (segurança, limpeza, cozinha etc.).

Atribuições dos GTHs

➢ Liderar o processo de humanização.


➢ Traçar estratégias de comunicação/integração entre setores.
➢ Avaliação de projetos em desenvolvimento ou a serem
desenvolvidos de acordo com os parâmetros de humanização propostos.
➢ Promover fluxo de propostas e deliberações.
➢ Apoiar e divulgar as iniciativas de humanização em
desenvolvimento.
➢ Estimular a participação da comunidade e de entidades da
sociedade civil nas ações de humanização dos serviços.
➢ Promover a interação com o gestor municipal (agenda de
ações).

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➢ Estabelecer os padrões de atendimento ao usuário.


➢ Coordenar voluntariado.
➢ Participar dos encontros de humanização.

Encontros da PHAS

Encontros habituais entre as instituições para troca de experiências, bem


como promover a discussão e reflexão frente às facilidades e dificuldades na
construção do processo de humanização em busca de soluções para os conflitos.
Cinco passos para o desenvolvimento de um processo de humanização dos
serviços de saúde
Humanizar é um verbo que precisa ser conjugado continuadamente por um
número cada vez maior de usuários, trabalhadores e gerentes da saúde, pois ele
facilmente se desgasta, pode ficar cheio de significados contraditórios e designar até
seu oposto, a desumanização. É preciso perguntar todos os dias: “O que estamos
fazendo é humanizante ou não? Por quê?”.
Para facilitar esse trabalho e orientar a construção e implantação de
um processo de humanização, sugerimos um método com cinco passos.

1º - Sensibilizar a Gestão

Objetivos:
➢ Sensibilizar a direção da instituição para a importância e os benefícios
da humanização dos serviços de saúde.
➢ Obter apoio da direção para a implantação e a sustentação permanente
das ações de humanização.

Metodologia sugerida:
➢ Estimular a reflexão conjunta sobre a questão da humanização e
a realidade institucional em termos da humanização dos serviços de saúde.

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Estratégias sugeridas:
Discutir o manual da PHAS.
Discutir o conceito de humanização da PHAS.
Apresentar a Proposta da PHAS.
Descentralizar as ações da PHAS

2º - Constituir Grupos de Trabalho de Humanização (GTH)

Objetivo:
➢ Constituir um GTH composto por profissionais de diferentes categorias
e graus hierárquicos (direção, área clínica, área operacional etc.),
compromissados com a ideia de humanização.

Metodologia sugerida:
➢ Identificar e convidar as lideranças de cada setor para participar
da criação do GTH.
➢ Definir os integrantes do GTH.

Elaborar o regulamento interno.


➢ Escolher um coordenador para formação.
Estratégias sugeridas:
➢ Promover discussão emgrupos.
➢ Realizar oficinas.
➢ Realizar reuniões por setores e organizer assembleias.

Realizar Diagnóstico Situacional Quanto aos Serviços Humanizados

Objetivo:
➢ Criar uma cultura de humanização e uma filosofia organizacional
humanizada.

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➢ Reconhecer as potencialidades e as deficiências da instituição em


termos da humanização dos serviços e de outras questões correlatas (ver
parâmetros de humanização).

Metodologia sugerida:
➢ Analisar a configuração organizacional.
➢ Levantar as iniciativas de cunho humanizador desenvolvidas.
➢ Utilizar os parâmetros de humanização propostos pela Phas para
avaliar as relações interpessoais profissional-usuário e as ações de humanização.
➢ Delinear um diagnóstico preliminar da humanização, através
do levantamento das potencialidades e deficiências relativas à humanização do
atendimento e das relações de trabalho.
➢ Mapear os desafios a serem enfrentados.

Estratégias sugeridas:
➢ Levantar informações sobre a história do local prestador de serviços,
assim como dos problemas de seu desenvolvimento e de seu estado atual.
➢ Traçar as características, como frequência de atendimentos e de
operações médicas e cirúrgicas, número de leitos, número e qualificação dos
funcionários, qualidade das instalações e equipamentos, serviços oferecidos,
programas específicos em andamento, plano de cargos e salários, epidemiologia
etc.
➢ Visitar os diversos setores e serviços.

➢ Dar atenção especial à porta de entrada e avaliar os problemas ali


encontrados.
➢ Aplicar pesquisa sobre satisfação dos usuários e dos profissionais de
saúde.
➢ Levantar as carências e potencialidades por setores e serviços.

➢ Mapear as iniciativas de humanização em vigência.

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4º - Elaborar e implantar plano operacional de ação de humanização

Objetivos:
➢ Elaborar um plano de ação de humanização de curto, médio e longo
prazo, levando em consideração as prioridades e as necessidades específicas, bem
como as ações de humanização já existentes.
➢ Implantar o plano de ação de humanização.

Metodologia sugerida:
➢ Usar uma metodologia participativa, em duas direções correlacionadas:
a humanização do atendimento ao usuário e a humanização do trabalho do
profissional de saúde.
➢ Articular o plano de humanização proposto com as iniciativas
já existentes.

Estratégias sugeridas:
➢ Promover reuniões do GTH para estabelecimento de prioridades,
metas e ações, segundo os parâmetros de humanização propostos pelo PHAS.
➢ Ampliar e institucionalizar as iniciativas já existentes.
➢ Apresentar formalmente o plano de humanização às chefias
constituídas e ao coletivo de profissionais.
Discutir a implantação do plano operacional de humanização por
setores e serviços, de forma a obter o compromisso e a participação ativa do maior
número de pessoas.
➢ Desenvolver um processo de comunicação e reflexão sobre a dinâmica
institucional e a dinâmica das relações de trabalho.
➢ Construir redes internas de comunicação (ouvidoria, banco de
ideias etc.).
➢ Divulgar, para todas as iniciativas de humanização existentes e a
serem desenvolvidas.

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➢ Preparar material e espaços de divulgação (boletins, cartazes, bottons,


faixas, murais, eventos, jornadas).
➢ Estimular a participação da comunidade em eventos, ações e
campanhas de humanização.
➢ Desenvolver parcerias com instituições públicas e privadas e com
movimentos comunitários.
➢ Construir com todos os setores os Padrões de atendimento
da instituição.

5º - Avaliação de resultados da implantação do processo de humanização

Objetivos:
➢ Avaliar permanentemente as ações de humanização em
desenvolvimento e as novas propostas de humanização dos serviços.
➢ Redirecionar as ações de humanização, a partir dos
resultados alcançados e do grau de envolvimento dos vários setores e serviços.
➢ Avaliar o desempenho do GTH em termos de seus objetivos e funções.
➢ Avaliar a participação no Prêmio “Humaniza saúde”.

Metodologia sugerida:
➢ Analisar as dificuldades e erros.
➢ Identificar oportunidades de melhoria.
➢ Realizar pesquisa de satisfação entre profissionais e usuários.

Estratégias sugeridas:

Avaliar as ações a partir dos parâmetros de humanização da PHAS.

Parâmetros de humanização

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A avaliação das ações de humanização a partir dos parâmetros propostos


pelo PHAS é fundamental. Mas o GTH pode, nesse trabalho, se deparar com uma
série de questões que ultrapassam sua responsabilidade e possibilidade de ação. É
preciso, portanto, determinar o grau de governabilidade ou ingovernabilidade que o
GTH tem sobre as ações de humanização.
O GTH pode, sim, criar alternativas e soluções que ajudem a melhorar o
atendimento e o trabalho em termos da humanização dos serviços. Mas para avaliar
se as ações desenvolvidas promovem ou não a humanização, é preciso construir
uma nova filosofia organizacional, uma cultura de humanização. E isso leva tempo.
A construção dessa nova cultura envolve a participação de todos os atores do
sistema de saúde e se dá aos pouco, durante o processo de discussão, elaboração,
implementação e análise das ações, campanhas e programas. É bom lembrar:
humanizar é verbo pessoal e intransferível, posto que ninguém pode ser humano em
nosso lugar. E é multiplicável, pois é contagiante.

Parâmetros para a humanização do atendimento dos usuários

Condições de acesso e presteza dos serviços:


➢ Sistema de marcação de consultas
➢ Tempo de espera para atendimento
➢ Acesso de acompanhantes e visitas
➢ Sistema de internação
➢ Sistema de marcação, realização e resultados de exames.

Qualidade das instalações, equipamentos e condições ambientais:


➢ Adequação/criação de áreas de espera
➢ Sinalização das áreas e serviços
➢ Instalações físicas e aparência
➢ Equipamentos
Refeições

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➢ Meios para efetivação de queixas e sugestões


➢ Espaço de recreação e convivência dos pacientes

Clareza das informações oferecidas aos usuários:


➢ Identificação dos profissionais
➢ Informações aos familiares sobre o atendimento do usuário
➢ Informações sobre prevenção de doenças e educação em saúde
➢ Informações sobre outros serviços de saúde e serviços
sociais disponíveis na comunidade

Qualidade da relação entre usuários e profissionais:


➢ Eficiência, gentileza, interesse, e atenção.
➢ Compreensão das necessidades dos usuários.
➢ Informações aos usuários, sobre o tratamento encaminhado.

Parâmetros para humanização do trabalho dos profissionais

Gestão e participação dos profissionais:


➢ Oportunidades de discussão da qualidade dos serviços
prestados
➢ Oportunidades de discussão das dificuldades na execução do
trabalho de atendimento aos usuários
➢ Manutenção de mecanismos de coleta de sugestões para a
melhoria
do trabalho
➢ Oportunidades de reconhecimento e resolução de
conflitos e divergências
➢ Aplicação sistemática de normas de trabalho

Condições de trabalho na instituição:


➢ Áreas de conforto

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➢ Segurança / Higiene
➢ Equipamentos e materiais

Condições de apoio aos profissionais:


➢ Transporte, estacionamento e condições de acesso.
➢ Refeitório
➢ Área de descanso e convivência

➢ Atividades recreativas e/ou sociais


➢ Programas de atendimento às necessidades psicossociais
dos profissionais
➢ Cursos ou treinamentos para aprimoramento profissional
➢ Cursos ou treinamentos para melhoria da relação com os
usuários

Qualidade da comunicação entre os profissionais:


➢ Canais de informação e resolução de problemas e necessidades
➢ Canais de informações oficiais da administração
➢ Canais de informação e comunicação interna sobre
programas e atividades

Relacionamento interpessoal no trabalho:


➢ Confiança
➢ Integração grupal
➢ Cooperação

Valorização do trabalho e motivação profissional:


➢ Respeito
➢ Reconhecimento
➢ Motivação
➢ Realização

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➢ Satisfação

Modelo de Regimento Interno: GTH Regimento Interno do GTH

Capítulo I – Da Definição ART.1º - O grupo de trabalho de humanização


(GTH) é um espaço coletivo organizado, participativo e democrático, que
se destina a empreender uma política institucional de resgate da
humanização na assistência à saúde, em benefício dos usuários e dos
profissionais de saúde.

Capítulo II – Das Competências

ART.2º - O GTH terá as seguintes competências:


➢ Estabelecer estratégias e mecanismos que tornem os serviços
mais humanizados.
➢ Traçar diretrizes de elaboração e aprovar o plano operativo para
humanização.
➢ Examinar propostas e denúncias sobre assuntos pertinentes às
relações interpessoais no estabelecimento.
➢ Liderar o processo de humanização.
➢ Buscar estratégias de comunicação e integração entre os
diferentes setores.
➢ Promover o fluxo de propostas e deliberações.
➢ Apoiar e divulgar as iniciativas de humanização em desenvolvimento.
➢ Avaliar os projetos que já estão em desenvolvimento e os que ainda
vão ser desenvolvidos, de acordo com os parâmetros de humanização propostos.
➢ Estimular a participação da comunidade e de entidades da sociedade
civil nas ações de humanização dos serviços.
➢ Promover a participação “no prêmio „„ Humaniza Saúde”.

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Capítulo III – Da Composição

ART.3º - O GTH terá a seguinte composição:


O GTH do (a) terá a seguinte composição:
representante(s) da gestão/administração

representante(s) da área médica (médicos, dentistas, etc.)

representante(s) dos técnicos (assistentes sociais, psicólogos,


auxiliares de enfermagem) representante(s) do pessoal de apoio
(segurança, limpeza, etc.)

representante(s) das chefias dos setores/serviços

Capítulo IV – Da Organização

ART.4º - O GTH será gerenciado por um coordenador, um subcoordenador,


um secretário e membros das comissões.

Seção I – Do Coordenador

ART.4º - CABERÁ AO COORDENADOR:

a) Coordenar as atividades de promoção de humanização;


b) Convocar as reuniões do GTH dando execução às respectivas
deliberações;
c) Representar oficialmente o GTH;
d) Prestar contas das atividades do GTH.

Seção II – Do Sub-coordenador

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ART.5º - COMPETE AO SUB-COORDENADOR:


Substituir o coordenador em seus impedimentos, bem como, nos casos de
vacância.

Seção III – Do Secretário

ART.6º - COMPETE AO SECRETÁRIO:


a) Secretariar as reuniões do GTH;
b) Superintendente o expediente e a correspondência do GTH, assinando
com o presidente, o que for de sua competência;
c) Secretariar as reuniões do GTH;
d) Ter sob sua guarda os livros, relatórios, documentos e demais papéis do
GTH;
e) Organizar o apoio logístico.

Seção IV – Das Comissões

ART.7º - GTH SERÁ COMPOSTO PELAS SEGUINTES COMISSÕES:

1-COMISSÃO DE MOBILIZAÇÃO E ARTICULAÇÃO -, à qual compete:


➢ Sensibilizar os funcionários/servidores para a importância e os
benefícios da humanização.
➢ Articular-se com a secretaria municipal de saúde, regional de
saúde, conselho municipal de saúde, entidades da sociedade civil organizada para
participarem das ações de humanização.
➢ Negociar com o diretor/secretário os recursos necessários para o
programa. Organizar e propor o desenvolvimento das atividades.

COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO

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Articular-se com as diferentes formas de divulgação das ações de


humanização (todos os veículos de comunicação audiovisuais e impressos,
objetivando divulgação ampla das atividades desenvolvidas pelo GTH).

COMISSÃO DE PLANEJAMENTO

➢ Compete à comissão de planejamento


➢ Conduzir a elaboração do plano, elaborar textos e selecionar
bibliografia que venham subsidiar os operativos; consolidação final dos relatórios;
programar os treinamentos dos membros do GTH.

Capítulo V – Da Elaboração de orçamentos de realização das atividades e


reuniões
ART.7º - As reuniões do GTH serão realizadas quinzenalmente.

Capítulo VI – Das disposições finais

ART.8º - Os casos omissos serão resolvidos em reunião do GTH. ART.9º -


Este regimento entrará em vigor na data de sua publicação.

TRANSPORTE INTRA-HOSPITALAR E INTER-HOSPITALAR

Como atividade secundária, o SAMU intermédia, para os pacientes internados


pelo Sistema Único de Saúde (SUS), através da central de regulação médica das
urgências, as transferências inter-hospitalares de pacientes graves. Analisa as
necessidades do paciente, confere sua recepção, promove a ativação das equipes
apropriadas e a transferência do paciente em condições de suporte avançado de

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vida, evitando a interrupção de seu suporte hemodinâmico, ventilatório e


medicamentoso.
A transferência de pacientes graves internados por planos, seguros
e convênios de saúde são de responsabilidade dos referidos planos, seguros e
convênios e, nas situações urgentes, uma regulamentação do Conselho de Saúde
Suplementar (CONSU número 13) ampara o cidadão nesta situação.
O SAMU é responsável pelo atendimento de urgência e assume, através da
regulação, os casos onde haja a caracterização de quadro urgente grave que
necessite o atendimento em um hospital de referência, garantindo, para isto,
através da autoridade sanitária do médico regulador, que a situação de
urgência seja esclarecida e/ou resolvida no Hospital de Referência, onde utiliza
inclusive do conceito de "vaga zero" quando necessário. A Portaria Ministerial 2048
em seu capítulo II coloca como uma das atividades gestoras da regulação de
urgência: "decidir os destinos hospitalares não aceitando a inexistência de leitos
vagos como argumento para não direcionar os pacientes para a melhor hierarquia
disponível em termos de serviços de atenção de urgências, ou seja, garantir o
atendimento nas urgências, mesmo nas situações em que inexistam leitos vagos
para a internação de pacientes (a chamada "vaga zero" para internação). Deverá
decidir o destino do paciente baseado na planilha de hierarquias pactuada e
disponível para a região e nas informações periodicamente atualizadas; sobre as
condições de atendimento nos serviços de urgência, exercendo as prerrogativas de
sua autoridade para alocar os pacientes dentro do sistema regional, comunicando
sua decisão aos médicos assistentes das portas de urgência".
Nas situações em que há necessidade de transferência entre UTIs, mas que
não está caracterizada uma urgência, a busca de leito deve ser sempre
realizada pelo médico assistente do hospital de origem e, após obtenção disto,
entrando em contato com a Regulação Médica do SAMU e solicitando a execução
do transporte especializado. Após esta solicitação, feita pelo médico assistente,
caberá ao SAMU confirmar o leito e proceder o transporte do paciente grave,
direcionando a unidade móvel mais adaptada à situação.

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Nos casos em que for necessária a remoção com cuidados em UTI Móvel, o
médico assistente deverá passar o caso ao médico da UTI Móvel, juntamente com a
ficha de transferência detalhada. A responsabilidade, a partir deste momento, é do
médico da Unidade Móvel, encerrando-se quando da passagem do caso ao médico
da unidade receptora.
Nos casos em que for necessária a remoção com cuidados de enfermagem,
que possam ser realizados em Unidade de Suporte Básico de Vida, a
responsabilidade do médico assistente acabará apenas após a recepção do
paciente/vítima pelo médico do hospital/unidade de destino.
Após regulação/julgamento do médico regulador, caracterizado que o caso
necessite apenas remoção simples, social, não havendo urgência que justifique o
envio de um recurso maior, este transporte permanece como
responsabilidade dos municípios.

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Transporte e Classificação de Riscos

REFERÊNCIAS

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt2048_05_11_2002.html-a -
Portaria Nº 2048 de 05/11/2002 - Ministério da Saúde – Atendimento Pré- Hospitalar
e Hospitalar.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_classificaao_risco_serv
ico_urgencia.pdf - Classificação de Riscos – Ministério da Saúde.
http://www.saude.mg.gov.br/sus - Site da Secretaria Estadual de Saúde de
Minas Gerais- Classificação de Riscos – 2015.

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