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ESCOLA POLITECNICA DE CUBATÃO – CIEN

ENFERMAGEM – MOD. I

INTRODUÇÃO A ENFERMAGEM

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ENFERMAGEM – MOD. I

SUMARIO

I – INTRODUÇÃO
II - ORIGEM E DEFINIÇÕES PARA HOSPITAL
1. Funções do Hospital
2. Classificações e Tipos
3. Unidade Ambulatorial
4. Unidades de Internação ou Unidades do Paciente
III - ENFERMAGEM
1. Definição De Enfermagem
2. Evolução Da Enfermagem
3. Ambiente Biologicamente Seguro
4. Paciente Hospitalizado
5. Objetivos das Técnicas de Enfermagem
IV – TECNICAS DE ENFERMAGEM
1. Lavagem de Mãos
2. Sinais Vitais: Temperatura, Pulso, Respiração, Pressão arterial
3. Medidas antropométricas
4. Posições Mecânicas Corporais
5. Limpeza da Unidade
6. Arrumação da Cama
7. Uso das Luvas
8. Como colocar e retirar comadre Do paciente acamado
9. Movimentação e Transporte do Paciente Acamado
10. Higiene Física
11. Tricotomia
12. Controle Hídrico
13. Sondas e Drenos
14. Bolsa de Água Quente
15. Bolsa de Gelo
16. Coleta de Material Para Exames Laboratoriais
V - ESTRUTURA DA PELE
1. Definição
2. Camadas da Pele
3. Fisiologia da Pele
4. Lesões Elementares
VI – FERIDAS
1. Classificação
2. Fisiologia da Cicatrização das Feridas
3. Tipos de Cicatrização
4. Fatores que Influenciam a Cicatrização das Feridas
VII - CURATIVO
1. Definição
2. Tipos de Curativos
3. Finalidades dos Curativos
4. Técnicas de Curativos, Cicatrização e Controle de Infecção
5. Fases do Curativo
6. Princípios E Cuidados de Enfermagem a Realização de Curativos
7. Retirada de Pontos
8. Como Fazer uma Atadura
9. Prevenção de Escaras
VIII - CUIDADO COM PACIENTE AGONIZANTE
1. Cuidados de Enfermagem
2. Preparo do Corpo após a Morte
IX - ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM
1. Conceitos
2. Prontuário do Paciente
3. Roteiro
4. Considerações Finais

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I - INTRODUÇÃO
Inicialmente os hospitais surgiram com a qualificação apenas albergue, de hospedaria, onde os
desprotegidos da sorte eram recolhidos, cuidados e alimentados. As pessoas eram recebidas não por
estarem doentes e necessitarem de tratamentos.
Mas pelo contrario, os que requisitassem cuidados médicos permaneciam em suas casas, onde eram
visitados pelos profissionais da época onde eram tratados, tanto clinica quanto cirurgicamente. Não se
conhecia, na época nada sobre esterilização, desinfecção ou antissepsia.
Durante muitos anos os hospitais desempenharam exclusivamente a função de albergue, que era mais
social do que terapêutica. Posteriormente, com o aparecimento das moléstias repelentes, das doenças
deformantes, iniciou-se a exigência do isolamento compulsório desses pacientes apenas como defesa da
sociedade. Como o advento da era antibacteriana e com a descoberta dos meios de anti - sepsia,
desinfecção e de esterilização, o quadro comum até então se modificou radicalmente e começou a se
tornar cada vez mais difícil. Agora o doente submete-se a qualquer tratamento mais complicado em seu
domicilio. Inicia-se uma nova área de responsabilidade em que o hospital deve atuar.

II - ORIGEM E DEFINIÇÕES PARA HOSPITAL


A palavra hospital vem do latim “hopes” que significa hóspede. Mac Teacyhem o define como:
“O hospital é a representação do direito inalienável que o homem tem de ter saúde e é o
reconhecimento formal por parte da comunidade de sua responsabilidade em promover meios que o
conservem sadio ou que lhe restaurem a saúde perdida”.
Já a Organização Mundial de saúde (OMS) o define como:
“O hospital é a parte integrante de um sistema coordenado de saúde, cuja função é dispensar á
comunidade completo assistência médica, preventiva e curativa, inclinando serviços extensivos à família
em seu domicilio e ainda um centro de formações dos que trabalham no campo e para as pesquisas
biossociais”.

1. FUNÇÕES DO HOSPITAL
A comissão de especialistas da Organização Mundial de Saúde agrupou as funções que devem ser
desenvolvidas no hospital, como restaurativa, preventiva, educativa e pesquisadora.
 Função restaurativa
Diagnostico: em serviço de ambulatório (onde os pacientes retornam após alta para controle) e
internação;
Tratamento das doenças: Curativo e paliativo, envolvendo atividades médicas, cirúrgicas e especiais;
Reabilitação física, mental e social;
Tratamento de emergência: acidentes e doenças.

 Função preventiva
 Supervisão da gravidez normal e do parto;
 Supervisão do crescimento normal e do desenvolvimento da criança e do adolescente;
 Controle das doenças contagiosas;
 Prevenção das doenças de longa duração;
 Prevenção da invalidez física e mental;
 Educação sanitária;
 Saúde ocupacional.

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 Função educativa
 Estudantes de medicina, enfermagem, fisioterapia, radiologia, bioquímica;
 Formação de pós-graduados: especialistas e clínicos gerais;
 Enfermeiros e obstetrizes, assistentes sociais, e outras profissões afins.
 Função pesquisadora
 Aspectos físicos, psicológicos e sociais da saúde e da doença;
 Atividades hospitalares, técnicas e administrativas.

2. CLASSIFICAÇÕES E TIPOS
Podemos classificar sob os aspectos clínicos e administrativos:
 Geral: Destinado a prestar assistência nas quatro especialidades básicas: clinica- médica, clinica
cirúrgica, clínica gineco - obstétrica e clínica pediátrica;
 Especializado: Com assistência em especialidades exemplo: maternidade, neurocirurgia, etc.

 Quanto ao numero de leitos


Pequeno: até 50 leitos
Médio: de 51 a 150 leitos
Grande: de 151 a 500 leitos.
Porte especial: acima de 500 leitos

 Quanto à construção
Monobloco: quando e construído em um só bloco; exemplo Luiz Camargo da Fonseca e Silva.
Pavilhões: quando se constroem em vários blocos; exemplo Santa Casa, Hospital das Clinicas.
Misto: combinação de um só bloco com vários pavilhões; exemplos Beneficências, Casa de Saúde.

 Quanto à resolubilidade
Hospital secundário: Geral ou especializado, com assistência, mas especialidades médicas básicas.
Geralmente oferece alto grau de resolução de problemas de saúde de seus pacientes no próprio
hospital.
Hospital terciário: Especializado ou com especialidades. Destina-se ao atendimento também em outras
áreas médicas além das especialidades básicas.

 Quanto à propriedade
Hospital público: Aquele que integra o patrimônio da União, Estados, Distrito Federal e municípios;
autarquias, fundações instituídas pelo poder público, empresas publicas e sociedade de economia mista
(pessoas jurídicas de direito privado).
Hospital Privado ou Particular: Integra o patrimônio de uma pessoa natural ou jurídica de direito
privado, não instituída pelo Poder Público.
Beneficiência E Filantropia
Os hospitais privados podem ser ou não beneficentes estes, mantidos com contribuições e doações
particulares, para prestação de serviços a seus associados (revertidos na manutenção e
desenvolvimento de seus objetivos sociais); podem prestar serviços a terceiros (SUS, convênios, etc.).
O hospital filantrópico presta serviços para a população carente, por intermédio do SUS, respeitando a
legislação em vigor. Sob a denominação de filantrópico, a pesquisa BNDES diz:

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“encontrou-se um conjunto de instituições que compreende desde as tradicionais Santas Casas de


Misericórdias, berço da rede hospitalar brasileira, até instituições aparentemente lucrativas que,
utilizando os mais diversos artifícios, adquirem a natureza jurídica de filantrópicas”.

Esta enorme rede, espalhada por todo o território nacional, apresenta uma grande heterogeneidade nas
suas estruturas gerenciais, tecnológicas, perfis e práticas assistenciais e, naturalmente, quanto á
clientela. Cumpre desde funções básicas e isoladas em termos de vinculação a redes de serviços,
particularmente no interior do país, até práticas médicas de ultima geração e elevado grau de
complexidade, sobretudo nos grandes centros urbanos, sendo alguns estabelecimentos referências
tecnológicas e assistenciais para a saúde do Brasil.
Para que o paciente/cliente receba todos os cuidados de que necessita durante sua internação
hospitalar deve haver não só o envolvimento de diversos serviços integrados, mas também equipes de
profissionais competentes – Corpo Clínico Equipe de Enfermagem, Serviço de Nutrição e Dietética, etc.
O ambiente hospitalar é considerado um local insalubre onde paciente e profissionais estão expostos a
agressões de diversas naturezas: agentes físicos (radiações de Raios-X e radioativos), agentes químicos
(medicamentos e soluções) e agentes biológicos (microrganismos).

3. UNIDADE AMBULATORIAL
 Ambulatório: é a unidade do EAS destinada a atender a população da área de abrangência, na
modalidade de consulta médica geral ou especializada, fonoaudióloga, psicologia, etc., com critério de
promoção, prevenção, recuperação e reabilitação de forma programada. O acesso ao ambulatório
deverá ser facilitado ao público de maneira que não interfira no movimento interno do
estabelecimento.
 Sala de Aerossol/Nebulização: Ambiente destinado á utilização de aparelhos para veiculação de
medicamentos via inalatória. Provido de pia e bancada.
A desinfecção das máscaras após o uso deverá ser realizada com água, sabão e imersão em hipoclorito
de sódio conforme protocolo.
 Sala de Reidratação Oral: Sala dotada de pia, bancado e sanitário anexo. A reidratação intravenosa
deverá ser realizada em leitos de observação.
 Sala de Curativos: Este ambiente é destinado a procedimentos contaminados. Provido de pia e
bancada. Os procedimentos assépticos só poderão ser realizados neste ambiente, após a desinfecção da
mesma.
 Sala de aplicação de Medicamentos: Ambiente destinado à aplicação de injeções ou outros
medicamentos. Provida de pia e bancada
 Consultórios: os consultórios de ginecologia-obstetrícia, proctologia e urologia deverão possuir
banheiro anexo, além de lavatórios ao lado de mesa de exames.
 Centro Cirúrgico Ambulatorial: Unidade destinada ao desenvolvimento de atividades cirúrgicas que
não demandam internação dos pacientes. As áreas que compões o centro cirúrgico são as mesmas que
compõem o C.C.
 Unidades de Urgências e Emergências: Unidades destinadas à assistência de pacientes com ou sem
risco de vida, cujos agravos à saúde necessitam de pronto atendimento. Esta deverá dispor de área
externa para desembarque de ambulância.
 Urgência: Ocorrência imprevista de agravo à saúde sem risco potencial de vida, cujo portador
necessite de assistência imediata.

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 Emergência: Constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente
de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato.
 Sala de triagem: local destinado a triagem (seleção) e encaminhamento do paciente, segundo a
gravidade e patologia.
 Sala de Higienização: ambiente dotado de chuveiro e lavatório, destinados a higienizar pacientes se
necessário.
 Sala de Gesso: Local dotado de pia de cuba profunda, destinada a imobilização com gesso ou
similares.
 Sala de Reanimação: Ambiente destinado á assistência imediata de pacientes graves.
 Sala de Sutura: Ambiente dotado de pia e bancada, destinada a realizar suturas em tecidos com
perda de solução de continuidade ou atividades afins.
 Sala de observação/Leito de Observação: Leito destinado a acomodar os pacientes que necessitem
ficar sob supervisão médica e/ou de enfermagem para afins de diagnóstico ou terapêutico durante um
período inferior a 24 horas.
 Salas coletivas de observação pediátrica e adulto masculino e feminino: Ambiente dotado de
lavatório, para uso exclusivo do profissional de saúde, com numero máximo de seis leitos e banheiro
anexo. Neste ambiente, deverão existir anteparos (biombos) para promover a individualidade de leitos,
caso necessário. As salas de observação deverão ser separadas por faixa etária e sexo.

4. UNIDADES DE INTERNAÇÃO OU UNIDADES DO PACIENTE


Área destinada a promover a internação de pacientes adultos e infantis em ambientes individuais
(apartamentos) e/ou coletivas (enfermarias) conforme faixa etária, patologia, sexo e intensidade de
cuidados.
 Enfermaria: Área de internação destinada a prestar assistência médica e enfermagem. Destinado a
três ou mais pacientes, porém nunca mais do que seis pacientes.
 Apartamento: Área de internação individual destinada à prestação de assistência médica e de
enfermagem. Deverá possuir lavatório na área de leitos. A porta do banheiro deverá abrir para fora ou
permitir a retirada da folha, caso seja necessário.
 Leito: É por convenção: a cama posta á disposição do doente.
 Cama: É o móvel posto à disposição do acompanhante.
 Posto de enfermagem: É o local destinado à administração da unidade de enfermagem.
 Sala de serviço: É a sala destinada para guarda e ao preparo da medicação a ser fornecida,
 Alojamento Conjunto: Modalidade de acomodação do recém-nascido normal em berço contíguo ao
leito da mãe.
 Berçário: Área destinada à internação de recém-nascidos normais, patológicos e prematuros.
 Berçário de isolamento: Ambiente destinado à acomodação de recém-nascidos que, por algum
motivo, necessite ficar isolados dos demais. Deverá ser provido de área de higienização exclusiva,
lavatório ao lado do berço e local para o desprezo de secreções e excreções.
 UTI (unidade de terapia intensiva): Área destinada à acomodação de pacientes críticos, em
ambientes individuais ou coletivos, conforme grau de risco (semi-intensiva ou intensiva), faixa etária,
patologia e requisitos de privacidade.
A UTI é composta pelas seguintes áreas:
 DML (Depósito de material de limpeza);
 Quarto de plantão separado por sexo e com banheiro anexo;
 Rouparia;

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 Sanitários separados por sexo para funcionários;


 Sala de guarda de equipamentos;
 Copa;
 Banheiro para pacientes;
 Expurgo;
 Posto de enfermagem e quarto de isolamento com banheiro anexo;
 Leitos de internação.

III - ENFERMAGEM

1. DEFINIÇÃO DE ENFERMAGEM
Segundo Wanda de Aguiar Horta
“Enfermagem é a ciência e a arte de assistir ao ser humano: indivíduo, família e comunidade no
atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência, quando
possível, pelo ensino do autocuidado; de recuperar, manter e promover sua saúde em colaboração com
outros profissionais”.
Segundo Modelo de organização da Enfermagem
“É um serviço de assistência, que visa o indivíduo no seu conjunto bio-psico-sócio-espiritual, no sentido
de manutenção da saúde, tratamento e reabilitação da doença, realizando-se com o auxílio de
profissionais e com os indivíduos receptores da assistência”.

2. EVOLUÇÃO DA ENFERMAGEM
A enfermagem, em sua evolução passou por três fases distintas:
 Fase empírica ou primitiva: não havia profissionais, e a assistência prestada aos doentes era
praticada por leigos que usavam e abusavam dos demais condenáveis meios de tratamento, pondo em
risco a vida daqueles que caíam em suas mãos, pela falta de recursos como também de conhecimento
adequado para prestarem recursos humanos, morais, naturais, sociais, científicos e tecnológicos em
atuação participativa com outros uma assistência eficiente. As ações das Irmãs de Caridade, na Europa,
e das diaconisas, na Alemanha, no fim deste período, lançaram as bases da enfermagem.
 Fase evolutiva ou idade florence: A enfermagem entrou para uma nova fase com a extraordinária
personalidade de Florence Nightingale, que contribuiu grandemente para que tal atividade, além de ser
uma arte, iniciasse de um progresso científico. Isto aproximadamente na metade do século XIX.
 Fase do aprimoramento: Como uma consequência lógica das conquistas da segunda fase, esta ultima
representa um elevado privilégio para a enfermagem. Com o decorrer do tempo, muito se descobriu no
campo das ciências físicas, biológicas e sociais, contribuindo, tudo isso, para uma conceituação de
prevenção, cura e reabilitação de distúrbios físicos e mentais. Passou então a enfermagem a considerar
o indivíduo como um centro de cuidados, com atendimento individualizado, visando a inter-relação dos
sistemas bio-psico-socio-espirituais da pessoa humana

3. AMBIENTE BIOLOGICAMENTE SEGURO


Pode-se dizer que infecção é a invasão de um agente infeccioso (fungo, vírus, protozoário, bactérias)
capaz de vencer a resistência natural do hospedeiro suscetível e produzir doença.
O desequilíbrio dos mecanismos de defesa do cliente em relação aos microrganismos que habitam suas
mucosas é uma das principais causas da ocorrência de infecção hospitalar.

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Esse desequilíbrio pode ser provocado por três diferentes causas: procedimento invasivo (procedimento
em que a cavidade corporal é invadida); alteração da flora microbiana.
As infecções sempre foram um grande desafio para a hospitalização, desde os primórdios até os dias
atuais. Muito se evoluiu desde então principalmente com o advento da antibioticoterapia; o controle
efetivo das infecções, bem como a diminuição dos índices de infecções nosocomiais (local das
enfermidades) constitui uma das muitas funções que envolvem os profissionais de saúde.
Os microrganismos podem provocar dano celular ou tecidual, sendo a doença resultado da
multiplicação desses patógenos alterando a função normal de células ou tecidos.
Apenas a presença do microrganismo patogênico não significa doença ou infecção se não ocorrer à
combinação de alguns elementos presentes no processo infeccioso. O desenvolvimento de doença
infecciosa por parte desses microrganismos depende do número de exemplares existentes no
hospedeiro, da capacidade de virulência, da capacidade de multiplicação no hospedeiro e da
suscetibilidade do hospedeiro.
A equipe de saúde deve conhecer todos os aspectos que contribuem para o estabelecimento das
infecções e adotar medidas que estabeleçam ambiente biologicamente seguro para os clientes e a
equipe de saúde sob sua responsabilidade.
Ao ser admitido no hospital, cada cliente traz consigo uma flora microbiana instalada na pele, nas vias
aérea superiores e no trato gastrintestinal. Embora esses microrganismos convivam com o indivíduo de
forma relativamente harmônica, podem, em situações favoráveis, ser desencadeadores de infecções.
O hospital é um ambiente com muitos clientes, funcionários, profissionais e visitantes, ou seja, uma
grande concentração de diferentes microrganismos. Muitos desses clientes são submetidos a
procedimentos invasivos que rompem as barreiras naturais do organismo, facilitando a penetração de
microrganismo por meio dos materiais e equipamentos utilizados e a realização de procedimentos
propriamente ditos.
O corpo humano possui recursos fisiológicos que evitam a penetração e o desenvolvimento de agentes
infecciosos. Esses recursos próprios incluem a defesa por barreiras mecânicas, químicas e celulares.
Barreiras mecânicas: dificultam a penetração dos microrganismos nos tecidos por meio da integridade e
da impermeabilidade da pele, dos movimentos ciliares da mucosa das vias respiratórias, dos
movimentos da mucosa da via digestora, que facilitam a descida do agente patógenos ao ambiente
ácido do estomago, dos movimentos peristálticos do intestino e do fluxo urinário.
Barreiras químicas: auxiliam na defesa do organismo neutralizando agentes infecciosos com enzimas e
substancias química presente nas secreções. Por exemplo: saliva, suor, ácido clorídrico.
Barreiras celulares: defendem o organismo por meio da fagocitose, de reações do sistema imunológico
e do processo inflamatório.

4. PACIENTE HOSPITALIZADO
A assistência ao paciente/cliente hospitalizado, desde a admissão até sua alta, transferência ou óbito,
faz parte das funções da equipe de enfermagem, que deve ter preparo especial.
 Prontuário: Impressos Gerais, Registros E Comunicações.
O prontuário é O conjunto de documentos e informações relativos à história da vida de um paciente e
da sua doença sob o ponto de vista médico-social.
Um prontuário completo inclui:
 Numero de identificação;
 Dados de identificação do paciente;
 Data de ingresso;
 Exame físico;

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 Antecedentes pessoais e familiares;


 Diagnóstico provisório e final;
 Tratamento clínico e/ou cirúrgico;
 Exames complementares;
 Evolução;
 Relatórios (médicos, enfermagem e toda equipe) Resultado final;
 Resumo.
Importante: Como instrumento de comunicação que é, deve conter uma linguagem clara e concisa e
evitar códigos pessoais, taquigráficos e, sobretudo, a grafia ilegível.

 Admissão
Período que compreende, desde o primeiro contato do paciente com a empresa que irá prestar serviços
médicos, até o inicio da terapêutica prescrita. Este período é extremamente importante, pois a coleta de
dados torna-se fundamental para um diagnóstico inicial, proporcionando mais segurança nas ações
subsequentes.
Importante: A maneira de receber um paciente depende das rotinas de cada ambiente hospitalar.
Material
 Bandeja contendo: Termômetro, Esfigmomanômetro, Estetoscópio, Algodão embebido com álcool a
70%, Cuba-rim forrada com papel.
 Pijama ou camisola
 Balança
 Toalha de banho
 Kit higiene (sabonete, escova de dente, creme dental).
Procedimento
 Lavar as mãos;
 Recepcionar o paciente, apresentando as dependências do hospital (ala), acompanha- lo à
enfermaria e apresenta-lo aos demais pacientes;
 Reunir o material e leva-lo à unidade;
 Orientar o paciente quanto às rotinas do hospital, local e horário do banho, refeições, visita médica e
de familiares, repouso e recreação, serviços religiosos, uso de campainhas e instalações
sanitárias;
 Roupas pessoais e coisas de valor;
 Apresentar a equipe de enfermagem;
 Encaminhar paciente ao banho, fornecendo-lhe o material necessário;
 Preparar o prontuário e identifica-lo;
 Pesar, medir e anotar no relatório;
 Acomodar o paciente no leito Verificar e anotar sinais vitais;
 Registrar no relatório a hora de entrada;
 Registrar os sintomas e queixas apresentadas pelo paciente;
 Comunicar a nutrição sobre a dieta prescrita;
 Iniciar tratamento prescrito.
 Alta
Significa a saída do paciente do hospital, devendo ser dada por escrito e assinada pelo médico. Algumas
vezes, o paciente poderá desejar ir embora, sem a permissão médica. Para isso assina um termo de
responsabilidade, isentando o médico e o hospital de qualquer responsabilidade que possa ocasionar
complicações pela sua saída.

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Procedimento para alta


 Verificar assinatura do médico na folha de alta;
 Comunicar o paciente com antecedência;
 Comunicar a família, a tesouraria e o serviço de nutrição;
 Reunir os objetos e pertences do paciente;
 Providenciar a roupa do paciente;
 Orientar o paciente, família e/ou cuidador sobre prescrição médica, exames de laboratório e retorno
ao hospital ou ambulatório;
 Providenciar os medicamentos necessários;
 Anotar no relatório e na folha de evolução as condições do paciente e as anotações e orientações
feitas durante a alta;
 Acompanhar o paciente á portaria;
 Devolver a documentação ao SAME.

 Transferência
A saída do paciente não significa, necessariamente, o fim do tratamento, mas a transferência da
responsabilidade da sua continuação para o paciente, para sua família, para um médico particular ou
para outra unidade ou instituição. A transferência segue os mesmos passos da técnica de alta.
A unidade para onde o paciente será transferido deverá ser avisada com antecedência para se preparar
a fim de receber o paciente. O prontuário deverá estar completo e ser entregue à chefe da outra
unidade. O paciente deverá ser transportado de acordo com suas condições e normas do hospital.
 Óbito
Após o óbito devem ser seguidos os mesmo passos da alta, retirando as orientações, incluindo o
preparo do corpo e comunicar ao necrotério.

5. OBJETIVOS DAS TÉCNICAS DE ENFERMAGEM


 Quanto à Segurança
 Contaminação de materiais;
 Acidentes (quedas, queimaduras etc...);
 Doenças cruzadas;
 Erros esquecimentos.
 Quanto ao Conforto
 Posição incomoda;
 Ulceras de decúbito;
 Ruídos desnecessários e outros fatores que incomodem o paciente.
 Quanto a economia
 Tempo: fazendo tudo com método e organização;
 Espaço: planejando o trabalho, não fazendo movimentos desnecessários;
 Material: usando o material de modo correio e mantendo-o sempre em ordem.
 Método de trabalho
 Preparo psicológico do paciente;
 Observação da unidade do paciente;
 Preparo do material;
 Execução da técnica.
 Normas
 Da esquerda para a direita;

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 De cima para baixo;


 Do mais distante para o mais próximo;
 Movimentos amplos sem repetição;
 Postura correta;
 Anotações no prontuário;
 Limpeza e ordem do material e local de trabalho.

IV – TECNICAS DE ENFERMAGEM
1. LAVAGEM DE MÃOS
Você sabe quem dá carona para bactérias ou quaisquer outros microrganismos?
 Finalidade
Remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a
oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de
microrganismos.
Infelizmente, a nossa mão! A mesma que presta cuidados, que realiza comunicação escrita, que
proporciona o toque terapêutico e o exame físico. As mãos são os instrumentos mais utilizados durante
o cuidado com o cliente. As palmas das mãos possuem anatomicamente pequenas fendas que são
verdadeiros depósitos de sujeira é abrigo para microrganismos. Toda a pele humana é colonizada pela
flora microbiana natural, chamada flora residente, e por uma flora chamada transitória, que adere á
pele pelo contato com objetos e pessoas.
Lavagem das mãos como conduta obrigatória dos profissionais de saúde iniciou-se em 15 de maio de
1847, na Hungria, por iniciativa do médico obstetra Inaz P. Semmlweiss, que observou que essa simples
medida reduziu a taxa de mortalidade das parturientes de 18% para 3% em menos de um ano.
A lavagem das mãos com água e sabão é uma medida simples por meio da qual são removidas células
descamativas, sujidades e oleosidade da pele, assim como microrganismos da flora transitória e alguns
da flora residente. Essa medida previne a disseminação de microrganismos para o ambiente.
A técnica é fundamental para minimizar a contaminação durante procedimentos executados, reduzirem
as contaminações cruzadas e quebrar a cadeia de infecção.
O processo de lavagem de mãos não deve ser inferior a 30 segundos para cada movimento para que
ocorra descontaminação satisfatória.

 Como Lavar As Mãos


Importante: Antes de iniciar qualquer uma dessas técnicas, é necessário retirar joias (anéis, pulseiras,
relógio), pois sob tais objetos podem acumular-se microrganismos.
No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel-toalha.
O uso coletivo de toalhas de tecido é contraindicado, pois estas permanecem úmidas, favorecendo a
proliferação bacteriana.
Deve-se evitar água muito quente ou muito fria na higienização das mãos, a fim de prevenir o
ressecamento da pele.
Técnica
1. Abra a torneira, evitando encostar-se a pia, e molhe bem as mãos e os antebraços até altura do
cotovelo, mantenha as mãos a cima da cintura;
2. Ensaboe as mãos com sabão liquido aplique quantidade suficiente para cobrir toda superfície das
mãos (conforme orientação do fabricante);
3. Esfregue as mãos, varias vezes uma na outra as ensaboando formada espuma;
4. Esfregar as palmas das mãos;

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5. Depois esfregar o dorso da mão direita;


6. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais da mão direita;
7. Depois o dorso da mão esquerda;
8. Entrelaçar os dedos friccionar os espaços interdigitais, onde há acumulo de sujidade;
9. Esfregue as unhas e os espaços sob elas para retirar sujidade que possam estar escondidas ou
incrustadas, esfregar o polegar esquerdo com a mão direita, utilizando movimentos circulares e vice-
versa;
10. Friccionar na polpa digital e unhas da mão esquerda contra a palma da mão direita fechada em
concha fazendo movimentos circulares faça o mesmo com a mão direita;
11. Esfregar o punho esquerdo com auxilio da mão direita utilizando movimentos circulares faça o
mesmo com a mão direita;
12. Ensaboe e esfregue os antebraços até altura do cotovelo para diminuir os riscos de infecções;
13. Ensaboe a torneira para eliminação de possíveis microrganismos ou sujidade já existente
14. (isso se a torneira não for de pressão);
15. Enxágue as mãos, e os antebraços e a torneira com água corrente em quantidade suficiente para
retirar o sabão;
16. Seque as mãos com papel-toalha descartável, iniciando pela as mãos, seguidas do punho e
antebraços;
17. Com o papel feche a torneira;
18. Desprezar o papel-toalha em lixeira para resíduos comuns.

 Higienização Antisséptica Das Mãos


Finalidade: Promover a remoção de sujidade e de microrganismos, reduzir a carga microbiana, com
auxilio de um antisséptico. A técnica de higienização antisséptica é igual àquela utilizada para
higienização simples das mãos, substituindo-se o sabão por um antisséptico.
A descontaminação de tecidos vivos ocorre por meio de dois processos:
Degermação – processo para remover detritos e impurezas depositados sobre a pele mediante o uso de
sabões e detergentes sintéticos que tenham as propriedades de umidificação, penetração, emulsificação
e dispersão das sujidades.
Antissepsia – destruição de microrganismos existentes nas camadas superficiais ou profundas da pele
com o uso de germicidas de baixa causticidade, hipoalergênicos, passíveis de aplicação em tecido vivo.
Esses germicidas são chamados de antissépticos.
Na seleção do agente antisséptico adequado devem ser avaliados alguns aspectos importantes:
 Espectro de ação;
 Tempo de redução da flora;
 Presença e duração da ação residual;
 Ausência de absorção da pele ou mucosa;
 Aceitação pelos profissionais do produto;
 Custo.
A conscientização sobre a lavagem das mãos pelos profissionais de saúde é de fundamental importância
para a diminuição da infecção hospitalar. A remoção de anéis e pulseiras no inicio do trabalho, antes da
lavagem das mãos, é fundamental.

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2. SINAIS VITAIS
Os sinais vitais se constituem da mensuração da:
 Temperatura corporal;
 Pulso;
 Respiração;
 Pressão Arterial.
São parâmetros das condições de saúde de um individuo. A mensuração dos sinais vitais é um meio
eficiente e rápido de avaliar essas condições. A alteração de um ou mais parâmetros vitais pode ser um
indicador para intervenção medica e de enfermagem. Alguns fatores internos e externos alteram os
valores dos sinais vitais altitude, exercícios físicos intensos, alimentação pesada, idade, estresse, uso de
medicamentos e algumas doenças.
Os sinais vitais devem ser mensurados:
 Na admissão do cliente;
 Na prestação dos cuidados rotineiros;
 Durante uma consulta;
 Antes e depois de procedimentos invasivos;
 Nos períodos pré, intra e pós-operatório;
 Antes e depois da administração de medicamentos cardiovasculares e respiratórios e de produtos
hemoterápicos;
 Sempre que a enfermagem julgar necessário.

 TEMPERATURA
A temperatura corporal normal de uma pessoa varia dependendo do sexo, de suas atividades físicas
recentes, do consumo dos alimentos e líquidos, do horário e do dia em que é mensurada e, nas
mulheres, do estágio do ciclo menstrual.
A temperatura corporal normal, de acordo com a Associação Médica Americana, pode variar de 36.5ºC
a 37.2ºC.
A temperatura pode ser medida das seguintes maneiras:
 AXILAR: A temperatura axilar pode ser verificada sob o braço usando um termômetro digital. As
temperaturas medidas desta forma tendem a ser 0,3 a 0,6ºC mais baixas do que aquelas temperaturas
mensuradas pela via oral ou retal.
 ORAL: A temperatura pode ser medida pela boca usando o termômetro clássico de vidro, ou
com os termômetros mais modernos, digitais que possuem um sensor eletrônico.
 RETAL: As temperaturas são medidas pela introdução retal, utilizando um termômetro específico e
tendem a ser 0,6ºC mais altas do que quando comparadas com a oral.
 CENTRAL: A temperatura nos tecidos profundos do corpo (ou “centro”) permanece quase que
constante, dia após dia, com variação de mais ou menos 0,6ºC, exceto quando o indivíduo contrai
alguma doença febril. A medição pode ser feita por meio de conduto auditivo, utilizando-se um
termômetro com sensor infravermelho.

Terminologia / valores referenciais


Normotermia: A temperatura normal em média é:
 Temperatura axilar: 36,0ºC a 36,2ºC
 Temperatura oral: 36,2ºC a 36,4ºC
 Temperatura retal: 36,4ºC a 36,8ºC
Estado febril: 37ºC a 38ºC

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Febre ou hipertermia: de 38,1ºC a 39ºC;


Pirexia: de 39,1ºC a 40ºC
Hiperpirexia: a partir de 40ºC
Subnormal: de 35,1ºC a 36ºC
Colapso: 35ºC
Colapso Álgido: abaixo de 35ºC

A febre pode ser:


 Contínua: as oscilações diárias entrem a temperatura máxima e mínima ultrapassam a 1ºC
 Remitente: as oscilações vão além de 1ºC, não chegando ao normal ou subnormal.
 Intermitente: há alternância entre febre e apirexia (há um acesso de febre seguido por um período
de temperatura normal ou subnormal)
 Recorrente: quando a temperatura se eleva novamente após alguns dias de temperatura normal.

Técnica Para Mensuração Da Temperatura


Material
 Bandeja contendo:
 Termômetro de mercúrio ou digital;
 Algodão embebido com álcool a 70%;
 Papel toalha
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Reunir o material na bandeja e levar ao quarto
3. Explicar o procedimento
4. Fazer a desinfecção do termômetro com álcool a 70%
5. Agitar o termômetro de mercúrio para q desça ao bulbo;
6. Secar a região axilar com o papel toalha;
7. Colocar o termômetro na região axilar, posicionando o membro do cliente sobre o tórax.
8. Manter nesta posição de 3 a 7 minutos com média de 5 minutos;
9. Retirar o termômetro e verificar o valor;
10. Agitar novamente o termômetro;
11. Fazer a desinfecção do termômetro com o algodão embebido com álcool a 70%;
12. Guardar o material em local apropriado;
13. Lavar as mãos;
14. Checar na prescrição e fazer anotações.

 PULSO
Pulso são a contração e dilatação de uma artéria correspondendo aos batimentos cardíacos provocados
pela contração ventricular e contração e dilatação das artérias, o que gera ondas que se propagam
rapidamente em direção á terminações distais das artérias, caracterizando a pulsação. Exemplo você já
jogou uma pedra em um lago?
As ondas que se formam na água pelo impacto causado pela pedra são semelhante ás ondas geradas
pela resistência do sangue na parede da artéria, sendo percebida como pulsação.
O pulso pode variar de acordo com a idade e o sexo.

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Quando palpado, o pulso permite avaliar:


a) A frequência cardíaca – frequência de pulsação (número de batimentos por minuto);
b) O ritmo cardíaco – regularidade das batidas;
c) A amplitude ou intensidade – quantidade de sangue bombeado.

VALORES DE REFERENCIA PARA FREQUENCIA DE ACORDO COM A IDADE

IDADE FREQUÊNCIA
Recém-nascido 140 a 160 bpm
Lactentes 110 a 130 bpm
Abaixo de 7 anos 80 a 120i bpm
Acima de 7 anos 70 a 90 bpm
Puberdade 80 a 85 bpm
Adulto homem 60 a 70 bpm
Adulto mulher 60 a 80 bpm

Nomenclatura para alterações no ritmo (intervalo entre as pulsações)


 Regular ou ritmo: Intervalos de tempo regulares entre as tidas cardíacas.
 Irregular ou arrítmico: Intervalos de tempo irregulares as batidas cardíacas

Nomenclatura para alterações na amplitude


 CHEIO = pulsa forte
 FINO = toca muito pouco o dedo
 FILIFORME= quase não se sente o pulso

Alguns dos fatores que influenciam a frequência da pulsação são: Atividade física, febre, dor,
alteração postural, hemorragias, calor. As artérias mais usuais para palpação de pulso são: Radial,
temporal, carótida, braquial, femoral, poplítea e pediosa.
O pulso apical é verificado pela ausculta. A técnica consiste em colocar o diafragma do estetoscópio
apoiado no quinto espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular. Esse tipo de ausculta é bastante
utilizado em crianças menores de três anos.

Técnicas De Mensuração Do Pulso


Material: Serão necessários apenas um relógio de pulso de ponteiro de segundos, caderneta e caneta.
Procedimento
1. Lavar as mãos prepare o cliente, explique ao cliente que você irá contar os batimentos do pulso;
2. Reúna o material necessário;
3. Posicione os seus dedos sobre o local escolhido para verificação do pulso, coloque os dedos
indicador e médio sobre artéria escolhida (normalmente a radial), faça leve pressão para poder
sentir os batimentos;
4. Conte os batimentos, os batimentos devem ser contados por um minuto, observando ritmo e
intensidade;
5. Anote o resultado em folha de papel, registre o numero de batimentos obtidos durante um minuto,
na caderneta utilize bpm;
6. Lavar as mãos;

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7. Transcreva o resultado encontrado para o gráfico de sinais vitais, procedendo de acordo com as
normas de não rasurar, use caneta (de acordo com a norma do gráfico), utilize traço continuo,
circule o valor normal, (siga a norma de valores conforme o gráfico), marque com um ponto a
linha correspondente ao valor do pulso encontrado, trace linha sempre continua;
8. Deixar a unidade em ordem.

 RESPIRAÇÃO
O sistema respiratório possui varias finalidades; a mais importante é a de promover a troca gasosa nos
alvéolos pulmonares pela hematose. Esse evento acontece graças ao fenômeno da respiração. A
respiração é um processo físico-químico pelo qual os tecidos permutam os gases O2 e CO2.
É controlado pelo centro respiratório localizado no bulbo, que está anatomicamente inserido no sistema
nervoso central e é sensível a alteração do PH sanguíneo.
Quando ocorrem essas alterações de PH, o bulbo é acionado estimulando o aumento do movimento
respiratório; quando o sinal de perigo se afasta, promove o restabelecimento dos movimentos
respiratórios.
O ciclo respiratório compreende um movimento inspiratório mais um movimento expiratório contando
com a ajuda da musculatura acessória.
Um adulto, em condições, faz entre doze e vinte ciclos respiratórios por minuto num padrão regular e
ininterrupto. Os recém-nascidos possuem padrão respiratório peculiar com frequência respiratória
muito acelerada em relação ao adulto.
Esse fenômeno ocorre devido ao alto metabolismo do recém-nascido. Os movimentos respiratórios
podem avaliar a frequência respiratória, o ritmo e a amplitude (avaliada pela expansão torácica-volume
de ar inalado e exalado).
Os fatores que influenciam a frequência respiratória são: doenças, idade, estresse, posição corpórea,
exercícios físicos.

QUADRO DE FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

IDADE FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR)


Recém-nascido 40 – 60 rpm
1 ano 25 – 40 rpm
5 anos 20 – 30 rpm
10 anos 15 – 25 rpm
Adulto 10 – 20 rpm ( 10 – 16)

ALTERAÇÕES DOS MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS

APNEIA Ausência de movimentos respiratórios


BRADIPNEIA Diminuição da frequência respiratória
DISPNÉIA Dificuldade para respirar
EUPNÉIA Respiração normal, sem esforço, regular e sem ruído.
ORTOPNÉIA Dificuldade em respirar, a não ser com o tórax ereto. (sentado).
SIBILANTE Respiração acompanhada de sons finos.
RUIDOSA Respiração acompanhada de sons rudes.

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Técnica Para Mensurar Respiração


1. Separe os materiais necessários: relógio de pulso com ponteiro de segundos, impresso próprio,
caneta azul, preta ou vermelha.
2. Lavar as mãos usando a técnica
3. Coloque a mão no pulso do cliente; a respiração está sujeita ao controle do próprio paciente, isto é
caso ele perceba que você está verificando sua respiração, poderá altera-la, por isso, devemos fazer de
conta que estamos contando o pulso, verificando, sem que ele perceba, sua respiração.
4. Observe os movimentos respiratórios, constitui-se de movimentos inspiratórios e expiratórios,
quando você estiver contando, notara que o cliente inspira (enche o tórax com ar), e depois expira
(solta o ar). Conte como sendo um só movimento: (Exemplo você conta só quando expira ou
quando inspira).
5. Conte os movimentos durante um minuto: a frequência respiratória e o numero de movimentos
respiratórios por um minuto, conte durante um minuto inteiro para certificar-se e observar alterações.
6. Anote o resultado em sua caderneta, depois transcreva o resultado obtido em gráfico
próprio ou direto no relatório de enfermagem de acordo com a entidade.
7. Lavar as mãos

 PRESSÃO ARTERIAL
É a pressão que o sangue exerce dentro das artérias. Há cinco fatores principais que normalmente
conservam a pressão:
 Força de contração do coração;
 Resistência periférica;
 Volume sangue circulante;
 Viscosidade do sangue;
 Elasticidade das paredes dos vasos.
Pressão Sistólica: (máxima): ocorre quando o ventrículo esquerdo do coração empurra o sangue até a
aorta.
Pressão Diástolica: (mínima): está presente continuamente que é o relaxamento da contratilidade do
ventrículo

QUADRO DE PRESSÃO ARTERIAL (VALORES MÉDIOS EM EPOUSO)

IDADE PRESSÃO ARTERIAL


ATÉ 3 anos 80 x 50 mmHg
8 – 11 anos 100 x 60 mmHg
12 – 15 anos 110 x 70 mmHg
Adulto jovem 120 x 80 mmHg
Idoso 160 x 90 mmHg

Segunda a OMS a PA normal adulto é igual ou inferior a 140 x 90 mmHg.


Alterações Da Pressão Arterial
 Hipertensão Arterial – elevação anormal da pressão sanguínea. Os valores de pressão diastólica
encontram-se superiores a 100mmHg e são eles que determinam a hipertensão arterial. Para que se
caracterize hipertensão arterial a mensuração de PA do cliente deve ser feita no mínimo três vezes no
mesmo dia e no mesmo membro, ou seja, braço direito ou esquerdo, e na mesma postura, ou seja,
sentado ou deitado. O diagnóstico é feito apenas pelo médico.

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 Hipotensão Arterial – diminuição anormal da PA. Os valores de pressão sistólica são inferiores a 60
mmHg e os valores de pressão diastólica muitas vezes são inaudíveis.

Observação: nunca mensurar a pressão arterial em braço no mesmo lado em que houve uma
mastectomia, com fistulas arteriovenosas (FAV) ou shunt arteriovenoso (SAV) utilizados em
hemodiálise, pois nesse membro há comprometimento da drenagem linfática e os sucessivos
garroteamentos feitos pelo manguito do aparelho de pressão podem intensificar o edema e alterar o
fluxo sanguíneo local e durante o procedimento de mensuração da pressão arterial.
A leitura da pressão arterial é falsamente alta quando; o manguito é muito pequeno; o manguito fica
preso de forma muito larga; há esvaziamento lento do manguito, causando congestão venosa no
membro em que está aferida a pressão arterial, a coluna de mercúrio está inclinada, as mensurações
são feitas em horários inadequados, por exemplo, após as refeições ou exercícios físicos.
A leitura da pressão arterial é falsamente baixa quando; a posição do membro escolhido para a
mensuração é incorreta, a coluna de mercúrio está abaixo do nível dos olhos, há falha de percepção da
lacuna de ausculta, os sons são inaudíveis (baixo volume).
PA divergente: quando a pressão sistólica esta muito distante da pressão diastólica, exemplo 140x60
mmHg.
PA convergente: que dizer que a sistólica esta muito próxima da pressão diastólica, ex: 120x100 mmHg.

DIMENSÕES ADEQUADAS DA BOLSA INFLAVEL DO MANGUITO

Circunferência do braço Largura do manguito Comprimento do


Faixa etária
(cm) (cm) manguito (cm)
Recém-nascido 5 – 7,5 3 5
Lactente Criança 7,5 – 13 5 8
Adulto normal 13 – 20 8 13
Adulto obeso 24 – 32 13 24
Braço 32 – 42 17 32
Coxa 42 – 50 20 42

Técnicas Da Mensuração Da Pressão Arterial


Material
Bandeja contendo:
 Estetoscópio;
 Esfigmomanômetro;
 Bolas de algodão embebido com álcool a 70%;
 Caderneta;
 Caneta;
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Orientar o paciente do procedimento a ser realizado;
3. A PA deve ser mensurada no seu modo mais simples, no braço, com o indivíduo tranquilo, sentado
e o braço apoiado numa superfície plana;
4. Antes da mensuração deve-se conversar um pouco com o cliente, tomando dados relativos a sua
identificação, as suas queixas e a sua história pregressa;

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5. O braço deverá estar apoiado numa superfície a altura confortável, o ponto médio do braço deverá
estar a mesma altura do coração. (linha axilar média);
6. O braço deve estar relaxado, livre de roupas e a manga da camisa ou da blusa não deverá exercer
nenhum efeito constritor, a mão também deverá estar aberta e relaxada;
7. A braçadeira deve cobrir 2/3 do comprimento do braço; a borda inferior deve ficar dois dedos acima
da prega do cotovelo, de modo a deixar livre a artéria braquial;
8. O Esfigmomanômetro deve estar corretamente calibrado;
9. A parte média da braçadeira quem contém o manguito (bolsa de ar) deve estar acima da artéria
braquial, para que possa pressiona-la contra o úmero;
10.Antes de iniciar o procedimento deve-se verificar se o ponteiro do manômetro aneroide ou o nível da
coluna de mercúrio estão precisamente no ponto zero;
11.A artéria braquial deve ser palpada com os dedos indicador e médio, de modo a localiza-la com
precisão à altura da prega do cotovelo;
12.Fazer assepsia das olivas com o algodão embebido no álcool a 70%;
13.As peças auriculares (olivas) do estetoscópio devem estar firmemente colocadas nos ouvidos, e a
campânula em cima da artéria, no ponto onde ela passa a se chamar braquial, deve tocar de modo
firme toda a superfície da pele;
14.A mão dominante segura a pêra de borracha do aparelho e fecha a válvula delicadamente;
15.Insufla-se a pêra bombeando-se rapidamente, de modo a elevar o ponteiro do manômetro ou
o menisco da coluna de mercúrio 20 a 30 mm acima do ponto onde o ruído de Korotkoff
desaparece (aproximadamente 200mmHg);
16.A campânula deve ser mantida firmemente sobre o braço do cliente, observando-se o mostrador e
abrindo-se vagarosamente a válvula de controle de ar. A queda da pressão deve ser lenta, a uma
velocidade de 2 a 3 mmHg;
17.O aparecimento do primeiro ruído (ruído de Korotkoff) representa a pressão sistólica.
18.O aparecimento do ultimo ruído representa a pressão diastólica;
19.Deve-se aguardar alguns minutos antes de verificar novamente, a reinsuflação do manguito antes
de 30 segundos pode acarretar em estase venosa, que interferirá na leitura correta da PA;
20.Fazer a assepsia novamente das olivas;
21.Reunir e guardar o material;
22.Lavar as mãos;
23.Anotar os valores no prontuário.

3. MEDIDAS ANTOPOMÉTRICAS
É a verificação do peso corporal e altura do paciente.
Normas
 O paciente deve estar sem sapatos e com roupas leves;
 A verificação do peso deve ser sempre na mesma hora;
 O paciente deve estar na posição ereta.
Material
 Balança antopométrica
 Papel-toalha
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento ao paciente;

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3. Aferir a balança;
4. Proteger o piso da balança com papel-toalha;
5. Solicitar que o paciente retire sapatos, roupas e vista uma camisola (ou se mantenha com roupa
leves);
6. Posicionar o paciente na balança (de frente para a escala);
7. Executar a pesagem;
8. Colocar em seguida o paciente de frente com a pessoa q esta fazendo a mensuração e verificar a
estatura;
9. Encaminhar o paciente ao leito novamente;
10. Recolher o papel e jogar fora;
11. Lavar as mãos;
12. Recolher material e guardar;
13. Anotar no prontuário.
Causas Do Aumento De Peso
 Descontrole hormonal (hipotireoidismo)/
 Retenção de líquido, etc.
Causas Da Diminuiçâo De Peso:
 Desidratação Anorexia Bulimia; Descontrole hormonal (hipertireoidismo)

4. POSIÇÕES MECÂNICAS CORPORAIS


Existem diferentes posições que facilitam a realização de exames, cirurgias e tratamentos para cada
tipo, o paciente deve ser posicionado de forma específica. A boa mecânica corporal começa com a
postura adequada. Existem posições BÁSICAS para o paciente acamado.
Decúbito dorsal horizontal Ortostática e/ou Ereta
Decúbito ventral Ginecológica
Decúbito lateral direito Litotomia
Decúbito lateral esquerdo Genu – peitoral
Semi decúbito de Fowler Trendelemburg
Posição de sims Fowler

 Exemplos de Posições

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 Posição Dorsal
É uma posição para relaxamento e conforto, usada para exame físico.
Procedimento:
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente;
3. Colocar a mesa e exame ou o leito na posição horizontal;
4. Deitar o paciente horizontalmente de costas;
5. Manter os membros superiores ao longo do corpo em posição anatômica e os inferiores alinhados;
6. Manter o paciente protegido com o lençol, expondo apenas a área a ser examinada;
7. Deixar o paciente em posição confortável após o exame;
8. Lavar as mãos;
9. Proceder às anotações no prontuário.

 Posição Ventral
É usada para exames da coluna vertebral e da região cervical
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente a finalidade e o procedimento;
3. Colocar o paciente deitado com o abdome sobre o leito ou mesa;
4. Apoiar a axila do paciente com coxim para elevar o tórax;
5. Manter os membros superiores formando um ângulo de 45º com a cabeça e os membros
inferiores alinhados;
6. Manter paciente coberto com lençol;
7. Deixar o paciente em posição confortável após o exame ou tratamento;
8. Lavar as mãos;
9. Proceder às anotações no prontuário.

 Posição Ortostática Ou Anatômica


Esta posição é usada para exames de certas anormalidades ortopédicas ou neurológicas.
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente a finalidade e o procedimento;
3. Proteger o paciente com o vestuário próprio ou com um lençol;
4. Colocar o paciente em pé. Com o tronco e os braços ao longo do corpo, os pés ligeiramente
afastados;
5. Deixar o paciente em posição confortável após o exame;
6. Lavar as mãos;
7. Fazer anotações no prontuário.

 Posição Ginecológica.
É usada para exames, tratamentos vaginal.
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o procedimento e a finalidade;

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3. Deitar o paciente em decúbito dorsal;


4. Flexionar os membros inferiores do paciente, deixando apoiado o calcanhar no leito ou apoiar a
dobra do joelho na perneira da mesa ginecológica;
5. Instruir o paciente para manter os joelhos afastados;
6. Proteger o paciente com um lençol;
7. Não expor o paciente além do necessário;
8. Deixar o paciente em uma posição confortável após o exame ou tratamento;
9. Lavar as mãos;
10. Fazer anotações necessárias.

 Posição De SIMS
É usada para fazer exames vaginais, retais e lavagens intestinais.
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente;
3. Colocar o paciente deitado sobre o lado esquerdo;
4. Colocar a cabeça apoiada sobre um travesseiro;
5. Colocar o braço esquerdo do paciente para trás, ao lado das costas e o braço direito
flexionado à frente do corpo;
6. Manter a perna direita flexionada até quase encostar o joelho no abdome, apoiando-o no leito ou
na mesa;
7. Manter a perna esquerda estirada ou levemente flexionada;
8. Proteger o paciente com lençol, expondo somente a área a ser examinada;
9. Deixar o paciente confortável após o exame ou tratamento;
10. Lavar as mãos;
11. Fazer as anotações.

 Posição Genu-Peitoral
É usada para exames vaginais e retais e também como exercício após o parto para fazer o útero
retornar à posição normal.
Procedimento:
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o procedimento e a finalidade;
3. Colocar o paciente em decúbito ventral;
4. Solicitar ao paciente que se ajoelhe no leito ou na mesa com os joelhos ligeiramente afastados;
5. Proteger o paciente com lençol, expondo apenas a área a ser examinada;
6. Deixar o paciente confortável após o exame ou tratamento;
7. Lavar as mãos; Fazer anotações necessárias.

 Posição Litotomia
É usada para a realização de exames e procedimentos cirúrgicos vaginais, retais e da bexiga. É
considerada uma modificação da posição ginecológica.
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente a finalidade e o procedimento;

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3. Colocar o paciente em decúbito dorsal;


4. Flexionar os joelhos do paciente sobre o abdome e as pernas sobre as coxas;
5. Instruir o paciente manter as coxas bem afastadas uma da outra;
6. Colocar as nádegas do paciente fora da mesa ou do colchão;
7. Manter as pernas do paciente nessa posição de flexão, usando um suporte para os joelhos ou
um suporte de alça para os pés;
8. Proteger o paciente com lençol, expondo toda a área a ser examinada;
9. Deixar o paciente confortável após o exame ou tratamento;
10. Lavar as mãos;Fazer anotações.

 Posição De Trendelemburg
É usada para fazer as operações da região pélvica e em caso de choque.
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente;
3. Colocar o paciente deitado ereto, em posição horizontal, com os quadris e os joelhos elevados, a
cabeça abaixada e o corpo inclinado;
4. Proteger o corpo com um suporte na altura dos ombros para evitar que escorregue da mesa
5. Proteger o paciente, expondo somente a região necessária;
6. Colocar o paciente em posição confortável após o tratamento ou exame
7. Fazer anotações.

 Posição De Fowler
É usada para descanso, conforto e exames.
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente;
3. Colocar o paciente na posição horizontal;
4. Elevar os pés da cama ou flexione levemente os joelhos;
5. Elevar a cabeceira da cama em um ângulo de 45 º em relação ao nível normal do leito;
6. Lavar as mãos;
7. Fazer anotações.

5. LIMPEZA DA UNIDADE
Unidade De Internação
Definição: É o conjunto de elementos destinados á acomodação do paciente internado, e que englobam
facilidades adequadas à prestação de cuidados necessários a um bom atendimento.
Componentes
 Cama
 Colchão;
 Mesa de cabeceira
 Cadeira
 Escadinha
 Mesa de refeição Suporte de soro Campainha
 Ponto de oxigênio e aspirador (parede).

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A limpeza da unidade visa promover o bem-estar do cliente e principalmente protegê-lo de possíveis


infecções. A unidade deverá ser limpa diariamente e descontaminada sempre que necessário, e cabe á
enfermagem fazê-lo. Existem dois procedimentos distintos relacionados á limpeza da unidade:Um leito
hospitalar está normalmente 65 a 75 cm acima do nível do chão, enquanto a domestica esta entre 50 a
55cm do chão. A altura do leito hospitalar evita distensões indevidas no sistema músculo esquelético do
profissional de enfermagem. A cama ou berço dispõe de acessórios de segurança como rodas, travas,
grades e cabeceira removíveis.
Cabe a enfermagem a responsabilidade pela arrumação da cama com roupas limpas, travesseiros
confortáveis e cobertas quentes ou leve. A enfermagem é responsável pela limpeza e pela ordem na
unidade do cliente sempre levando em consideração que nem todos os lugares aparentemente limpos
realmente o estão. O objetivo dessa arrumação da cama será diferente conforme á situação em que o
cliente se encontrar.

 Limpeza Concorrente
Limpeza diária, objetivando proporcionar o bem-estar do cliente e diminuir os riscos de infecções. A
limpeza e desinfecção deverão ser feitas duas vezes ao dia, ou quando necessário, na unidade do
cliente. E uma vez ao dia nas demais áreas do hospital (feita pelos profissionais da limpeza
previamente treinados).
Esta limpeza deverá ser feita antes da troca dos lençóis diariamente e quando necessário no
mobiliário da unidade do paciente.
Material
 Cuba redonda, ou bacia;
 Panos de limpeza;
 Álcool a 70 %;
 Luvas de procedimento;
 Hamper;
 Lençóis limpos;
 Cobertor limpo;
 Fronhas limpas;
 Toalha limpa.
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Separar o material e encaminhar-se ao leito do paciente;
3. Explicar ao paciente o procedimento que será realizado;
4. Colocar luvas de procedimento;
5. Retirar os lençóis da cama e coloca-los no hamper (que deverá ficar sempre do lado de fora do
quarto);
6. Retirar as luvas de procedimento;
7. Lavar as mãos;
8. Colocar novas luvas de procedimento;
9. Com o pano de limpeza e o álcool a 70% deverá limpar: colchão, travesseiros, cabeceira e pés da
cama, mesa de cabeceira, etc.
Após este procedimento deverá recolher o material, guardar e/ou mandar para desinfecção.
10. Retirar as luvas;
11. Lavar as mãos;
12. Arrumar a cama conforme a técnica.

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Importante: está limpeza deverá ser feita seguindo alguns princípios:


 Sempre em movimentos amplos e simples;
 Sempre na mesma direção;
 Do mais distante para o mais próximo;
 De cima para baixo;
 Sempre do mais limpo pro mais sujo;
 Evitar molhar o chão.

 Limpeza Terminal
Limpeza geral e desinfecção da unidade do cliente, reduzindo a sujidade e os riscos de infecções. É
feita após transferências, altas, internações e óbitos, Consistem na limpeza da cama, colchão,
estrados da cama, travesseiros, mobiliários e equipamentos.(resumindo do chão ao teto) Diariamente
nas salas de cirurgia, após o termino da programação cirúrgica. Semanalmente nos ambulatórios,
serviços de diagnóstico e consultórios. Mensalmente nas demais aéreas do hospital.
Limpeza geral e desinfecção da unidade do cliente, reduzindo a sujidade e os riscos de infecções. É
feita após transferências, altas, internações e óbitos, Consistem na limpeza da cama, colchão, estrados
da cama, travesseiros, mobiliários e equipamentos.(resumindo do chão ao teto) Diariamente nas salas
de cirurgia, após o termino da programação cirúrgica. Semanalmente nos ambulatórios, serviços de
diagnóstico e consultórios. Mensalmente nas demais aéreas do hospital.
Para melhor compreensão.
A limpeza terminal é realizada quando o paciente sai por óbito, alta, transferência ou ainda a cada 15
dias, no caso de internações longas. A limpeza terminal inclui limpeza de parede, teto, e chão que é de
competência da equipe de higiene (limpeza), assim como janelas e banheiro.
Material:
 Balde;
 Bacia;
 Jarro com água limpa;
 Panos de limpeza;
 Escova de aço ou espátulas (Se necessário);
 Luvas;
 Sabão;
 Folhas de jornal;
 Luvas de procedimento e de limpeza;
 Hamper.
Procedimento
1. Lave as mãos;
2. Levar o material necessário para a limpeza, ao quarto do cliente, para economizar tempo, você
poderá colocar todo material necessário no carrinho de banho;
3. Observar abertura de portas e janelas, desta forma você permitira a entrada de ar e luz solar no
ambiente facilitando aeração, diminuindo a umidade consequentemente, o desenvolvimento de
microrganismos;
4. Retirar os objetos desnecessários á unidade, bem como a roupa usada, verifique a presença de
objetos de uso pessoal esquecido pelo cliente (prótese dentária, pene, documentos...), leve-os a
assistente social ou entregue a enfermeira da unidade;
5. Coloque as luvas;

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6. Solte e retire toda a roupa de cama uma a uma, sem sacudir, colocando-as no hamper, para ser
encaminhada à lavanderia;
7. Encaminhar para desinfecção, jarro de água, copo, comadre, papagaio, como este material e de uso
pessoal, devem ser encaminhados á desinfecção;
8. Umedeça o pano com desinfetante, passe-o na mesa de refeição, mesa de cabeceira, cadeira, na
mesa de refeição, nas partes interna e externa da mesa de cabeceira e na cadeira.(observação cada vez
que passar o pano em uma superfície suja você deve lavar o pano em água limpa ou mudar o lado do
pano);
9. Limpar travesseiro e impermeável (se houver), limpe um lado do travesseiro, coloque o lado limpo
em contato com a mesa de cabeceira, proceda á limpeza do outro lado do travesseiro. Havendo
impermeável (forro plástico para o leito) abra-o sobre o colchão e limpe a parte exposta, coloque o lado
limpo sobre o encosto da cadeira;
10.Limpar o colchão e a cama, limpe o lado superior do colchão, partindo sempre do ponto mais
distante para o mais próximo de você, depois limpe a parte inferior do colchão partindo sempre do
ponto mais distante para o mais próximo a você, as laterais do colchão também devem ser limpas com
movimentos amplos e firmes, evite sobrepor movimentos. Dobre o colchão, colocando suas partes
superiores sobre a inferior, ambas já limpas. Limpe a parte exposta do colchão, cabeceira do estrado e
da cabeceira da cama. Volte o colchão á sua posição inicial. Dobre sua parte inferior sobre a superior e
limpe a parte exposta do colchão do estrado, pés cama usando os mesmo movimentos do ponto mais
distante para o mais próximo de você, realize a limpeza, recoloque o colchão na sua posição inicial.
Coloque a parte limpa do impermeável voltada para o colchão, limpe o lado exposto lado sujo do
impermeável;
11.Lave a escadinha;
12.Recolher o material de limpeza, leve o material utilizado na limpeza para o expurgo, lave-os e guarde;
13.Retire as luvas;
14.Lave as mãos;
15.Arrume as camas.
Obs: na falta de desinfetante faça a limpeza com pano umedecido em água e sabão, que deverá ser
retirado, depois com outro pano, apenas úmido. A água ou desinfetante utilizado na limpeza deverão
ser trocados quando sujo, caso contrário não promoverá a limpeza.

Vamos definir alguns termos:


 Antissepsia: Prevenção do desenvolvimento de agentes infecciosos por meio de procedimentos
físicos ou químicos destinados a destruir todo microrganismo.
 Assepsia: é o processo técnico usado para impedir a penetração de microrganismos patogênicos em
local que não os contenha.
 Asséptico: Ausência de microrganismo;
 Séptico: presença de microrganismos patogênicos nos tecidos vivos;
 Antissépticos: Soluções de baixa causticidade e hipoalergênicas são classificados em bacteriostáticos
(inibem o crescimento do microrganismo) e bactericidas (destroem as bactérias nas formas vegetativas).
 Áreas: Superfícies fixas e mobiliárias presentes na estrutura de um hospital possuem a mesma
classificação que os artigos.
 Área critica: São aéreas de risco potencial para adquirir infecções ex. UTI, sala de parto, banco de
sangue.
 Áreas semicríticas: São as ocupadas por clientes que necessitam de isolamento ou tem infecção de
baixa transmissibilidade, ex; enfermaria.

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 Área não critica: São todas as aéreas não ocupadas por clientes, ex-diretoria do hospital.
 Artigos: materiais e equipamentos que em contato com o cliente, são classificados críticos,
semicríticos e não-criticos.
 Críticos: são equipamentos ou materiais que entram na pele, mucosas, tecidos estéreis ou
sistema vascular do cliente ex: cateteres.
 Semicríticos: que têm contato com pele não - integra, membranas e mucosas íntegras.
 Não-Críticos: que têm contato com a pele íntegra, mas não com mucosas.Ex: aparelho de pressão,
cubas.
 Descontaminação: qualquer processo físico ou químico que servem para reduzir o numero de
microrganismo num objeto inanimado com o objetivo de torná-lo seguro para o manuseio subsequente.
 Desinfecção: Destruição de agentes infecciosos que se encontram fora do corpo, por meio de
exposição direta a agentes químicos ou físicos.
 Detergentes: solução que tem como objetivo limpar por meio de redução da tensão superficial,
dispersão, suspensão e emulsificação da sujeira.
 Esterilização: Retirada completa de todos os microrganismos. Consiste em um tipo de tratamento
térmico aplicado a produtos visando a eliminação de populações de microrganismos quase que em sua
totalidade.
Normalmente, são empregadas temperaturas superiores às utilizadas na pasteurização e o produto
tratado deve ser acondicionado em embalagens que evitem novas recontaminações.
 Estéril: ausência de qualquer forma de vida.
 Limpeza: remoção de microrganismos e sujidades em qualquer superfície e em objetos,
realizada pela aplicação de água e sabão ou detergente e por ação mecânica, é fundamental que um
artigo seja limpo para sofrer esterilização ou desinfecção.
 Matéria orgânica: sangue, soro, pus, liquor, tecidos, secreções.
 Bactericida: destrói o microrganismo.
 Bacteriostático: impede o crescimento dos microrganismos

6. ARRUMAÇÃO DA CAMA
A técnica tem o objetivo de proporcionar conforto e segurança ao paciente, bem como tornar mais
rápido e menos cansativo o trabalho da enfermagem. O objetivo dessa arrumação da cama será
diferente conforme á situação em que o cliente se encontrar.
Material
 Dois lençóis;
 Um lençol móvel;
 Um impermeável;
 Uma colcha;
 Uma fronha;
 Um cobertor;
 Toalha de banho e rosto
Dentre os tipos de camas temos:
Cama aberta com paciente ambulante: é aquela ocupada pelo paciente que pode deambular
Cama aberta com paciente acamado: é aquela que o paciente não pode se levantar.
 Arrumação De Cama Aberta
1. Lave as mãos;
2. Providenciar as roupas necessárias;
3. Explique o procedimento ao cliente;

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4. Colocar a cadeira aos pés da cama, e sobre ela o travesseiro;


5. Dispor a roupa no espaldar (costas) da cadeira em ordem de uso. Estas peças são dobradas em
quatro partes, em sentido longitudinal, e depois em duas no sentido transversal;
6. Estenda o lençol de baixo em sentido longitudinal, após estender o lençol, prenda-o sob o colchão,
fazendo pregas nos cantos;
7. Colocar o impermeável e o lençol móvel, geralmente é colocado para pacientes idosos, com
problemas urinários, com presença de drenos etc;
8. Coloque o impermeável transversalmente no centro do colchão e, sobre ele, um lençol móvel,
prenda sob o colchão;
9. Estenda o lençol de cima, prenda-o nos pés da cama (fazendo os cantos) e deixe as laterais soltas,
faça uma virada simples em sua parte superior ou vira puxando a ponta do lado em que o paciente dará
entrada no leito, para o lado oposto deste, tomando a forma de leque;
10.Colocar o cobertor de lã, se houver necessidade, estenda-o sobre o lençol de cima, deixando ambos
soltos, faça uma vira simples na parte superior do lençol de cima, de forma que ela caia sobre o cobertor
de lã;
11.Estender a colcha, prenda-a sob o colchão, fazendo a prega aos pés da cama, junto com o lençol de
cima e o cobertor, deixe as laterais soltas, faça uma vira simples, da parte superior do lençol de cima
sobre a colcha;
12.Enfronhar o travesseiro, coloque a fronha e deixe-o na posição horizontal. Na cabeceira da cama.
Com a sua abertura voltada para o lado oposto á entrada da enfermaria;
13.Recoloque as toalhas no sanitário do paciente;
14.Lave as mãos.
Lembrando que a arrumação de cama só poderá ser feita após limpeza terminal( cama fechada e
operado) e limpeza concorrente (cama aberta)

 Arrumação De Cama Fechada


Cama fechada: é aquela que está aguardando um novo paciente, está desocupada.
1. Lave as mãos;
2. Checar a limpeza terminal;
3. Providenciar as roupas;
4. Colocar a cadeira aos pés da cama, e sobre ela o travesseiro;
5. Dispor a roupa no espaldar (costas) da cadeira em ordem de uso. Estas peças são dobradas em
quatro partes, em sentido longitudinal, e depois em duas no sentido transversal;
6. Estenda o lençol de baixo em sentido longitudinal, após estender o lençol, prenda-o sob o colchão,
fazendo pregas nos cantos;
7. Colocar o impermeável e o lençol móvel, geralmente é colocado para pacientes idosos, com
problemas urinários, com presença de drenos etc.Coloque o impermeável transversalmente no centro
do colchão e, sobre ele, um lençol móvel, prenda sob o colchão.
8. Estenda o lençol de cima, prenda-o nos pés da cama (fazendo os cantos) e deixe as laterais soltas.
9. Colocar o cobertor de lã, se houver necessidade, estenda-o sobre o lençol de cima, deixando ambos
soltos.
10.Estender a colcha prenda-a sob o colchão, fazendo a prega aos pés da cama, junto com o lençol de
cima e o cobertor.
11.Enfronhar o travesseiro coloque a fronha e deixe-o na posição horizontal na cabeceira da cama com a
sua abertura voltada para o lado oposto á entrada da enfermaria.
12.Recoloque as toalhas no sanitário do pacientes ainda ensacadas.

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13.Lave as mãos.

 Arrumação De Cama De Operado


Cama de operado: é aquela feita para aguardar pacientes que vem da sala de cirurgia.
1. Lave as mãos;
2. Checar a limpeza terminal;
3. Providenciar as roupas necessárias;
4. Colocar a cadeira aos pés da cama, e sobre ela o travesseiro;
5. Dispor a roupa no espaldar (costas) da cadeira em ordem de uso. Estas peças são dobradas em
quatro partes, em sentido longitudinal, e depois em duas no sentido transversal;
6. Estenda o lençol de baixo em sentido longitudinal, após estender o lençol, prenda-o sob o colchão,
fazendo pregas nos cantos;
7. Colocar o impermeável e o lençol móvel;
8. Estenda o lençol de cima, deve estendido sem ser preso sob o colchão;
9. Colocar o cobertor de lã, sobre o lençol de cima deixando ambos soltos.;
10.Estender a colcha, por ultimo coloque a colcha deixando solto sobre o cobertor, pegue as pontas do
lençol de cima, o cobertor e a colcha, faça uma dobra da parte superior e inferior deles até o meio da
cama, de modo que tomem forma de envelope, enrole ou dobre o lençol de cima, o cobertor e a colcha,
em forma de envelope, para o lado da cama, oposto á porta de entrada, desta forma, você facilita a
colocação do cliente no leito;
11.Enfronhar o travesseiro, coloque o travesseiro enfronhado sobre uma cadeira ou nos pés da cama.(já
que após a cirurgia dependendo da anestesia não poderá utilizar).
Observação: neste tipo de cama, será colocado um lençol móvel dobrado com duas pregas laterais que
servirá para proteção no caso de êmese, sangramentos, secreção e outros.

7. USO DAS LUVAS


As luvas são EPI mais utilizado no meio hospitalar e de saúde em geral, devido á praticidade e á
aceitação dos usuários. As luvas de uso hospitalar podem ser estéreis ou de procedimento.
Geralmente são confeccionadas de látex ou vinil e tem por objetivo promover o isolamento da pele e
das mucosas dos líquidos biológicos, reduzindo o risco de contaminação sem, contudo elimina- lo. A
escolha luvas estéreis ou luvas de procedimento dependem do procedimento que será realizado.
As mãos devem ser lavadas após a remoção das luvas e cada cuidado prestado devido á grande
facilidade de contaminação, durante essa remoção. As luvas devem ser sempre descartadas no lixo
hospitalar próprio. O uso prolongado e indiscriminado de luvas pode facilitar a transmissão de infecções,
pode provocar várias reações adversas e sensibilização cutânea.
Os talcos utilizados para calçar esta associada aos processos alérgicos e aumentam o risco de infecção
relacionada ao procedimento invasivo devido a sua contaminação.
A lavagem de luvas não é um procedimento seguro, embora alguns profissionais insistam nesta prática
errada.
 Como Calçar Luvas De Procedimento
Procedimento
1. Retire anéis, pulseiras e relógio, estes objetos devem se retirados para evitar rasgar e contaminar as
luvas;
2. Lave as mãos, as mãos devem ser lavadas na técnica;

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3. Abra o pacote contendo o par de luvas, o par de luvas é acondicionado em pacote individual,
semelhante a um envelope. Você deverá abri-lo com cuidado, para não tocar a parte externa das luvas
com suas mãos;
Obs: como no pacote de curativo, o de luva está envolto em campo de tecido ou de papel. A posição
das luvas dentro do pacote individual: a luva da mão direita está á sua direita e a luva da mão esquerda,
á sua esquerda.
4. Pegue a luva esquerda com a mão direita, observe que o punho de cada luva esta dobrada para tora,
expondo a parte interna, pegue com a mão direta a luva da mão esquerda, segurando pelo punho, sua
mão tocará somente a parte interna da luva;
5. Deslize a mão esquerda para dentro da luva, introduza a mão esquerda dentro da luva e permaneça
com os dedos esticados, posicione cada dedo no seu espaço, sem usar a mão direita;
6. Pegue a luva direita com a mão esquerda, introduza os dedos da mão dentro do punho dobrado,
retire a luva do envelope, de forma que sua mão enluvada toque apenas a parte externa da luva;
7. Deslize a mão direita para dentro da luva, permaneça com os dedos esticados, e ajuste-os em seus
espaços;
8. Ajuste as luvas adequadamente, com as duas mãos já enluvadas, posicione os dedos, ajustando as
luvas.
Obs:
As mãos enluvadas estão estéreis, portanto não toque em nenhum objeto ou roupa não estéril.
Ao realizar a técnica de enluvamento, não fale sobre as luvas, evitando, assim, a contaminação das
mesmas. Caso você esteja em duvida se contaminou troque-a.

 Para Retirar As Luvas De Procedimento


Procedimento
1. Mão esquerda: com a mão direita, segure o lado externo do punho da luva da mão esquerda
e puxe-o, deixando a luva do avesso;
2. Mão direita: com a mão esquerda, segure o lado interno do punho da luva da mão direita, puxe-o,
deixando a luva do avesso;
3. Jogue-as no lixo;
4. Lave as mãos na técnica.

8. COLOCAR E RETIRAR COMADRE DO PACIENTE ACAMADO


Material
 Comadre;
 Papel higiênico;
 Bacia com água morna;
 Biombos;
 Toalha de banho;
 Sabonete;
 Luvas de procedimento.
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Identificar o paciente;
3. Cercar a cama com biombos;
4. Explicar ao paciente o que vai ser feito;
5. Reunir o material necessário junto à unidade;

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6. Colocar as luvas de procedimento;


7. Aquecer a comadre (fazendo movimentos de fricção em sua superfície, com a extremidade sobre o
lençol ou colocando-a em contato com água quente);
8. Pedir ao paciente para levantar os quadris e se ele estiver impossibilitado, levantar por ele, com a
ajuda de outro funcionário da Enfermagem;
9. Colocar a comadre sob os quadris;
10.Deixar o paciente sozinho, sempre que possível;
11.Ficar por perto e voltar tão logo ele o chame;
12.Entregar papel higiênico ao paciente, orientando-o sobre a higiene intima e se necessário, faça por
ele;
13.Pedir novamente ao paciente que levante o quadril ou, se necessário, levante por ele;
14.Retirar a comadre;
15.Fornecer bacia com água para que o paciente lave as mãos;
16.Fornecer toalha para que ele enxugue as mãos;
17.Lavar o material;
18.Colocar o material restante no lugar;
19.Deixar o paciente em posição confortável;
20.Desprezar as luvas;
21. Lavar as mãos;
22. Anotar no prontuário.
Observações
Não deixar um paciente esperando pela comadre, por se tratar de um ato fisiológico e a espera pode
levar a angustia física e emocional, podendo ocorrer diminuição do tônus dos esfíncteres. Por se tratar
de um momento intimo, muitos pacientes tem que ficar sozinhos, pois se sentem inibidos, não
conseguindo evacuar perto de outras pessoas.

9. MOVIMENTAÇÃO E TRANSPORTE DO PACIENTE ACAMADO


Para garantir o conforto e a segurança do paciente, o enfermeiro, o técnico e o auxiliar de enfermagem
precisam compreender e aplicar os princípios da boa mecânica corporal.
O paciente que recebe ajuda da enfermagem ou de qualquer pessoa para movimentar-se
frequentemente de uma posição para outra, ou que muitas vezes o faz sem nenhum auxilio, deve
planejar os movimentos e usar os músculos do seu corpo com eficiência. O corpo precisa ser conservado
“em equilíbrio” durante todo o tempo.
A posição do paciente pode ser mudada por uma ou mais razões:
 Para aliviar tensões ou pressão;
 Para evitar o desenvolvimento de deformidades
 Para ativar e melhorar a circulação
 Para aliviar dor ou para prepara-lo para tratamento ou exames
 Para simples transporte de um local ao outro
 Mecânica Corporal
O pessoal de enfermagem estará mais bem preparado para dar assistência aos pacientes se praticar boa
mecânica corporal e, com isto, evitar fadiga e tensão desnecessárias.
A mecânica do corpo é o modo pelo qual ele se movimenta e mantém o equilíbrio pelo uso mais
eficiente de todas as suas partes. Postura é a relação das várias partes do corpo, quando se está de pé,
sentado, deitado ou em movimento.

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Regras para a prática da boa mecânica corporal: (segundo Hornemann):


1. Encoraje o paciente a fazer o máximo por si próprio, sempre que possível. Isto proporcionará
exercício e manterá o tônus muscular. Auxiliará também a prevenir contraturas, deformidades e
articulações “endurecidas”;
2. Mantenha uma larga base de sustentação, ficando com os pés confortavelmente afastados; um pé á
frente do outro e as pontas dos pés voltadas para o movimento que se vai executar;
3. Fique junto ao seu trabalho e flexione os joelhos e os quadris quando precisar inclinar- se;
4. Carregue objetos pesados junto ao corpo;
5. Movimente o paciente fazendo-o rolar ou virar, sempre que possível, ao invés de levantá-los;
6. Sempre que possível puxe o paciente em sua direção, pois tal procedimento exige menos esforço do
que empurra-lo.

 Mudança De Decúbito
Virar o paciente em decúbito lateral
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente a finalidade e o procedimento;
3. Pedir a colaboração do paciente caso isso seja possível;
4. Colocar uma das mãos próximas a cabeceira, sobre o ombro mais distante do paciente;
5. Colocar a outra mão sobre o quadril do lado mais afastado;
6. Firmar-se na lateral da cama;
7. Girar o paciente em sua direção, lenta e cuidadosamente;
8. Passar para o outro lado da cama;
9. Colocar as mãos sob os quadris do paciente e puxa-lo para o centro da cama;
10. Alinhar o corpo do paciente no leito, deixando-o confortavelmente;
11. Lavar as mãos;
12. Anotar no prontuário ou escala de mudança de decúbito o horário e a posição (lado) adquirido.

 Virar o paciente em decúbito lateral utilizando lençol móvel


1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente a finalidade e o procedimento;
3. Solicitar a colaboração do paciente se possível;
4. Soltar o lençol móvel de um lado da cama;
5. Descer a colcha em leque caso o paciente esteja coberto;
6. Cruzar a perna do paciente para o lado desejado;
7. Pegar as duas partes do lençol móvel, puxar vagarosamente para cima até o paciente ficar virado
de lado;
8. Colocar um travesseiro entre as pernas do paciente e outro no dorso para sustentar e não
pressionar partes ósseas
9. Deixar o paciente coberto e confortável;
10.Deixar o ambiente em ordem; Lavar as mãos;
11. Anotar no prontuário ou escala de mudança de decúbito o horário da mudança.

 Transportar O Paciente Do Leito Para A Maca E Vice-Versa


1. Lavar As Mãos;
2. Explicar a finalidade e o procedimento; Preparar a maca para receber o paciente;
3. Soltar o lençol protetor e dobra-lo sobre o paciente;

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ENFERMAGEM – MOD. I

4. Soltar o lençol móvel;


5. Colocar a maca do lado da cama;
6. Dispor de 4 pessoas da seguinte forma: uma sustenta a cabeça, outra os pés, uma de um lado da
cama sustenta o quadril e a outra do outro lado da maca sustentando o lençol na parte do tórax.
7. Suspender o paciente num movimento único e combinado (comandado por quem esta na cabeça) e
deita-lo na maca;
8. Colocar o paciente numa forma confortável;
9. Lavar as mãos;
10.Anotar no prontuário.

 Remover Paciente Do Chão


1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o procedimento;
3. Dispor as pessoas (no mínimo 3) ao lado da paciente, por ordem de altura ficando a mais alta na
extremidade da cabeça do paciente;
4. Ajoelhar sobre uma perna;
5. Flexionar-se sobre a outra perna;
6. Passar os braços sobre o paciente;
7. Suspender o paciente com movimentos combinados, apoiando-se na perna flexionada;
8. Levantar ao mesmo tempo, o paciente;.
9. Colocar o paciente na cama em posição confortável ou em uma cadeira;
10.Lavar as mãos;
11.Anotar no prontuário o ocorrido.

 Transporte Em Cadeira De Rodas


1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente a finalidade e o procedimento; Proteger a cadeira de rodas com um lençol;
3. Colocar a cadeira de rodas próximo á cabeceira do leito, de frente para os pés da cama;
4. Travar as rodas da cadeira;
5. Dobrar em leque a colcha até os pés do leito; Levantar a cabeceira do leito;
6. Colocar a escadinha ao lado da cama;
7. Sentar o paciente com as pernas fora da cama, e levanta-los, enquanto uma pessoa ajuda, a outra
segura a cadeira;
8. Ficar de frente para o paciente e firmar o banquinho/escada com o pé;
9. Fazer o paciente colocar os pés no centro da escada e as mãos sobre os ombros de quem o auxilia;
10.Colocar as mãos sobre o tórax do paciente, sob as axilas;
11.Levantar o paciente delicadamente e ajuda-lo a deslizar da cama gradualmente, até que fique em pé
no banco. Faça-o pisar no chão;
12.Conservar as mãos na mesma posição, ajudando o paciente a virar-se lentamente até que suas costas
estejam voltadas para a cadeira de rodas;
13.Pedir a outra pessoa que a esta auxiliando que segure a cadeira;
14.Abaixar gradualmente o paciente até ele assentar na cadeira; Colocar os pés do paciente no descanso
apropriado;
15.Cobrir o paciente com lençol;
16.Verificar o posicionamento do braço do paciente; Lavar as mãos;
17.Anotar no prontuário.

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 Passagem Do Paciente Da Cama Para A Maca Em Bloco


Finalidade: Usada em especial para pacientes politraumatizados. Utilizando 06 pessoas
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Preparar o material;
3. Orientar o paciente quanto à necessidade do transporte;
4. Forrar a maca com lençol;
5. Colocar a maca ao lado da cama; Travar as rodas da maca;
6. Três pessoas devem se posicionar ao lado da cama e os outros três do outro lado da maca,
posicionando da seguinte forma:
7. A primeira pessoa coloca um braço sob o pescoço e ombros e o outro sob as costas;
8. A segunda pessoa coloca um braço sob a cintura, e o outro sob os quadris;
9. A terceira pessoa que fica aos pés do paciente coloca um braço sob os quadris e o outro sob as
pernas;
10.As outras três pessoas ficam do lado oposto e seguram o paciente da mesma forma (um
elemento se firma no braço do outro);
11.Ao dizer três o paciente é levantado e colocado na maca;
12.Cobrir o paciente com lençol;
13.Certificar se o paciente esta confortável;
14.Levantar as grades da maca.

 Passagem Da Cadeira Para O Leito


1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o procedimento;
3. Colocar a cadeira ao lado da cama, de frente para os pés da cama;
4. Travar a cadeira;
5. Descobrir o paciente;
6. Ajudar o paciente a erguer-se, fazendo - sentar no leito, colocando os pés no
banquinho/escada;
7. Ajudar o paciente a deitar-se e deixa-lo em posição confortável;
8. Observar as reações do paciente. Colocar a unidade em ordem;
9. Lavar as mãos;
10.Anotar no prontuário.

 Massagem De Conforto
Definição: E a massagem corporal realizada durante o banho de leito, e aconselhável ainda, apos o uso
de comadre e durante a mudança de decúbito.
Finalidade
 Estimular a circulação local,
 Prevenir escaras de decúbito;
 Proporcionar conforto e bem estar;
 Possibilitar relaxamento muscular.
Material
 Álcool a 70%,Dersani (óleo de girassol) ,Creme para o corpo

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Procedimento
1. Aproximar o paciente na lateral do leito, onde se encontra a pessoa que ira fazer a massagem;
2. Virar o paciente em decúbito ventral ou lateral;
3. Apos lavar as costas, despejar na palma da mão pequena quantidade de álcool, creme ou talco;
4. Aplicar nas costas do paciente massageando com movimentos suaves e firmes, seguindo a
seguinte orientação:
 Deslizar as mãos suavemente, começando pela base da espinha e massageando em direção
ao centro, em volta dos ombros e dos lados das costas por quatro vezes;
 Realizar movimentos longos e suaves pelo centro e para cima da espinha, voltando para baixo com
movimentos circulares por quatro vezes;
 Realizar movimentos longos e suaves pelo centro da espinha e para cima, retornando para baixo
massageando com a palma da mão, executando círculos pequenos.
 Repartir os movimentos longos e suaves que deram inicio a massagem por três a cinco minutos e
continuar com o banho ou mudança de decúbito.
Pacientes que permanecem muito tempo acamado requerem uma atenção especial; os inconscientes
geralmente apresentam reflexos alterados, com diminuição ou abolição de movimentos voluntários.
A imobilização pode facilitar complicações traqueobrônquicas; a circulação pode-se tornar deficiente em
determinados pontos da aérea corpórea, onde sofre maior pressão, provocando ulcerações (escaras de
decúbito); o relaxamento muscular e a posição incorreta dos vários segmentos do corpo podem
provocar deformidades. A mudança de decúbito, exercícios passivos e massagem de conforto são
medidas utilizadas para prevenir deformidades e escaras de decúbito.
 Exercícios Passivos
Definição: E a medida profilática das deformidades e atrofia da musculatura esquelética, que ocorre em
pacientes com paralisias ou estado de inconsciência. Consiste em mobilizar as articulações
membros do paciente com frequência.

10. HIGIENE FISICA


 Higiene Oral
A higiene oral consiste em observar cuidadosamente a cavidade bucal, língua e dentes, com o objetivo
de prevenir moléstias, promover o conforto a halitose e orientar para bons hábitos de higiene.
Devem ser limpos
 cavidade oral
 lábios
 língua
 dentes
 próteses
Observação: muitas vezes os cliente pode não ter escova dental, usaremos para fazer higiene
oral espátulas coberta com uma das suas pontas coberta com gazes. (este material e preparado antes)
Material
 Toalha de rosto;
 Escova de dente ou espátulas com gaze;
 Creme dental ou solução antisséptica;
 Cuba rim;
 Copo com água;
 Luvas de procedimento; Biombo.

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ENFERMAGEM – MOD. I

Procedimento
1. Lave as mãos;
2. Oriente o paciente sobre o procedimento e finalidade;
3. Reúna o material necessário;
4. Coloque as luvas;
5. Coloque o cliente sentado (se não for contra-indicado), de forma que facilite a realização do
cuidado;
6. Proteja a roupa do paciente, para evitar molhar a roupa do cliente, use uma toalha de
7. rosto para protegê-lo, colocando-a sobre o tórax;
8. Umedeça a espátula, molhe a espátula com a gaze no creme dental ou solução-séptica
9. (água bicarbonarada) e inicie a limpeza;
10.Limpe os dentes e a gengiva do paciente, os dentes devem ser limpos com movimentos
circulares e a gengiva deve ser massageada;
11.Faça a limpeza da língua e dos lábios do cliente, a limpeza da língua e dos lábios deve ser realizada
com movimentos suaves, a espátula utilizada deve ser trocada sempre que necessário;
12.Enxágue a boca do paciente, para enxaguar a boca, molhe uma espátula com gaze e remova o
creme dental;
13.Lubrifique os lábios do paciente, se os lábios estiverem ressecados, use uma solução lubrificante,
(exemplo óleo mineral, vaselina);
14.Reúna, lave e guarde os materiais;
15.Retire as luvas;
16.Lavar as mãos;
17.Deixe em ordem a unidade, despreze as espátulas utilizadas, lave e guarde todo material;
18.Faça anotação do cuidado no relatório de enfermagem, registre o cuidado e
intercorrências se houver. (exemplo sangramento).

 Higiene Oral Em Paciente Entubado


Deve ser feita 1 vez a cada plantão
Material
 Solução antisséptica;
 Solução bicarbonatada,
 Espátulas envoltas com gaze;
 Lubrificante (vaselina líquida);
 Aspirador montado;
 Cânula de Guedel (estéril);
 Toalhas de rosto;
 Luvas estéreis;
 Biombo.
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o procedimento;
3. Reunir o material;
4. Proteger o leito com biombo;
5. Calçar luva estéril;

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ENFERMAGEM – MOD. I

6. Colocar paciente em posição confortável com a cabeça elevada ou em decúbito lateral se estiver
inconsciente. Caso o paciente esteja com sonda nasogátrica, abri-la, para evitar náuseas e refluxo do
conteúdo gástrico para a boca;
7. Colocar a toalha de rosto na parte superior do tórax e pescoço do paciente, com forro plástico, se
necessário;
8. Verificar o cuff da cânula endotraqueal se está insuflado, para evitar que a solução anti- séptica ou
salivação penetre na traquéia, durante a higienização;
9. Instilar água com auxílio da seringa, pelo orifício da cânula de Guedel, e fazer aspiração ao mesmo
tempo;
10.Retirar a cânula de Guedel e lavar em água corrente na pia do banheiro e recoloca-la. Ou preceder a
sua troca por outra estéril (24h) ou conforme rotina;
11.Proceder a limpeza de toda de toda a boca do paciente, usando espátula envoltas em gazes
embebidas em solução anti-séptica;
12. Limpar o palato e toda a arcada dentária e língua;
13.Enxugar os lábios com a toalha de rosto e lubrifica-los com vaselina;
14.Retirar as luvas;
15.Lavar as mãos;
16.Recompor a unidade;
17.Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades detectadas.
Observação: A troca do cadarço da cânula endotraqueal deve ser feita pelo Auxiliar/Técnico a cada 12 h,
ou quando se fizer necessário, acompanhada do reposicionamento da cânula endotraqueal, que deve
ser feito pela Enfermeira da Unidade.

 Higiene Das Próteses Dentárias


Material
 Copo com solução anti-séptica bucal;
 Escova de dente pasta dental ou sabão liquido; Cuba-rim;
 Luvas;
 Toalhas de papel;
 Toalhas de Banho;
 Biombos.
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o que vai fazer;
3. Reunir o material na bandeja e colocar sobre a mesa de cabeceira do paciente;
4. Proteger o leito com biombo;
5. Colocar toalha sobre o tórax do paciente;
6. Colocar o paciente em Fowler ou sentado quando for permitido;
7. Calçar as luvas;
8. Pedir ao paciente que remova a prótese com o uso da toalha de papel. Se o paciente não puder
remover as próteses sozinho, a enfermagem dever faze-lo em seu lugar, lenta e cuidadosamente;
9. Colocar as próteses na cuba-rim, forrada com toalha de papel. Levar ao banheiro;
10. Colocar a pasta dental ou sabão liquido sobre a escova;
11. Segurar as próteses na palma da mão e escova-la com movimentos firmes da base dos dentes
para as pontas;
12. Escovar a aérea de acrílico em toda sua extensão;

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ENFERMAGEM – MOD. I

13. Lavar sob jato de água fria;


14. Desprezar o papel toalha da cuba-rim e colocar outro;
15. Colocar a prótese limpa na cuba-rim;
16. Lavar a escova com água corrente e coloca-los na cuba-rim;
17. Lavar as mãos enluvadas;
18. Oferecer copo com solução anti-séptica bucal, para que o paciente enxágüe a boca;
19. Entregar a prótese ao paciente ou coloque-a por ele, no caso de impossibilidade do mesmo;
20. Colocar o paciente em posição confortável;
21. Desprezar as luvas;
22. Limpar e guardar todo o material;
23. Lavar as mãos;
24. Anotar no prontuário.
Observação - Quando o paciente retirar a prótese ou recoloca-la, a Enfermagem dever observar se há
alguma anormalidade em cavidade bucal. Se houver, relata-la no prontuário.

 Higiene Íntima
Consistem na limpeza das regiões genital, perineal e anal para proporcionar conforto ao cliente
acamado ou impossibilitado de fazê-la. É realizado diariamente antes do banho ou quando necessário,
em casos de exames, menstruação, corrimentos vaginal, pós-parto, pré-sondagem vesical,
evacuações.
Material
 Jarros com água morna;
 Toalha;
 Sabão liquido ou solução anti-séptica;
 Comadre;
 Pacotes de gazes;
 Algodão ou luvas de banho (poderá usar aquele que tiver disponível);
 Pinça longa ou luvas de procedimento.
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Reunir material;
3. Explique ao cliente o que será feito, informe detalhadamente, o cuidado que será prestado, desta
forma ele poderá colaborar durante o procedimento;
4. Solicite a colaboração do cliente se possível for; ou até mesmo incentive o autocuidado;
5. Coloque biombos ao redor da cama, os biombos são colocados no caso de enfermarias,
proporcionando privacidade ao cliente;
6. Posicione o paciente, em posição Ginecológica, forre o centro da cama com impermeável,para evitar
que molhe a cama;
7. Coloque a comadre sob o cliente,
8. Despeje como auxilio do jarro a água morna sobre a região supra púbica molhando a região a ser
lavada, vai facilitar o ensaboamento;
9. Ensaboe a região com sabão líquido ou solução anti-séptica (ex:PVPI iodo degermante).
10.Prenda na pinça longa a gaze dobrada, ou utilize a luva de procedimento;
11.Se mulher; ensaboar os grandes lábios de cima para baixo, iniciando pelo lado mais distal até a região
perianal, desprezar o algodão e enxugar, ensaboar os pequenos lábios de cima para baixo, iniciando
pelo lado mais distal até a região perianal, desprezar o algodão e enxaguar abundantemente secar;

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ENFERMAGEM – MOD. I

12.Se homem; ensaboar o pênis de cima para baixo até a região perianal, re trair o prepúcio, fazendo a
limpeza da glande e do meato uretral com movimentos circulares enxaguar abundantemente e secar;
13.Retire a comadre, ao terminar o cuidado, coloque a roupa no paciente, deixando-o coberto e
confortável. (ou seguir com o Banho de leito);
14.Leve a comadre e os demais materiais para o expurgo lave-os e deixe preparado para higienização;
15.Faça anotação do cuidado no relatório de enfermagem, registre o cuidado e intercorrências se
houver. (exemplo sangramento, corrimentos).
Observação: se necessário, colocar cateter de incontinência urinária (uripen).

 Banho No Leito
O banho no leito proporciona limpeza e conforto ao paciente, podendo também prevenir doenças e
lesões na pele.
Material
 Jarro com água morna;
 Bacia;
 Balde, Hamper, biombo;
 Roupa de cama, Luva de banho;
 Luva de procedimento;
 Toalha de rosto e de banho;
 Material de uso pessoal do paciente: pente, sabonete, desodorante, pijama ou camisola;
 Material para higiene oral e higiene intima;
 Creme ou solução hidratante;
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Reunir material;
3. Explicar para o paciente procedimento e finalidades;
4. Desocupar a mesa de cabeceira;
5. Isolar o ambiente com o biombo;
6. Aproximar o hamper na porta do quarto (do lado de fora);
7. Colocar a cadeira ao pé da cama;
8. Posicionar a roupa de cama nas costas da cadeira conforme Técnica de arrumação de cama;
9. Fechar janelas e portas;
10. Oferecer comadre ou compadre ao paciente para eliminações fisiológicas;
11. Colocar luvas de procedimento;
12. Soltar lençol e manter paciente coberto somente com lençol;
13. Realizar higiene oral;
14. Realizar higiene do couro cabeludo/cabelos, conforme a técnica;
15. Realizar higiene intima;
16. Colocar luvas de banho;
17. Lavar e enxugar rosto, orelhas e pescoço; (enxugar com a toalha de rosto)
18. Retirar camisola ou pijama;
19. Expor os braços, lavando e secando no sentido das mãos á axila com movimentos longos e firmes;
20. Expor o tórax, lavando e secando tomando o cuidado de mulheres lavar e secar a prega abaixo do
seio;
21. Expor o abdome, lavando e secando tomando o cuidado com pregas na cintura;
22. Lavar e secar um dos membros inferiores do tornozelo até o meio da coxa;

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ESCOLA POLITECNICA DE CUBATÃO – CIEN
ENFERMAGEM – MOD. I

23. Repetir o procedimento no outro membro inferior;


24. Aproximar dos pés do paciente a bacia de água flexionando os MMII, jogar água sobre os pés,
ensaboar, lavar e secar;
25. Virar paciente em decúbito lateral, lavando e secando o dorso e o glúteo;
26. Massageie com o creme ou DERSANI (óleo de girassol);
27. Faça a limpeza concorrente do colchão;
28. Troque os lençóis;
29. Reposicione o paciente em decúbito dorsal;
30. Vire o paciente para o outro decúbito lateral;
31. Arrume os lençóis;
32. Posicione o paciente em decúbito dorsal;
33. Vista a camisola ou pijama;
34. Cubra o paciente posicionando-o confortavelmente;
35. Penteie os cabelos;
36. Recolha o material deixando o ambiente em ordem;
37. Retire as luvas;
38. Lavar as mãos;
39. Faça trocas de fixações;
40. Faça curativo;
41. Fazer anotações no prontuário.

 Banho De Aspersão
Ao paciente que deambula, é proporcionado banho de aspersão (chuveiro). Neste caso, a enfermagem
apenas auxilia, reunindo o material e encaminhando-os ao banheiro.
Material
 Roupa pessoal (pijama, camisola, shorts - fornecidos pelo Hospital), Toalha de banho;
 Sabonete (individual), Pente;
 Luva de banho (opcional).
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Explicar ao paciente o que vai ser feito;
3. Reunir o material e levar ao banheiro;
4. Encaminhar o paciente ao banheiro (portas e janelas fechadas);
5. Abrir o chuveiro e regular a temperatura da água e orientar o paciente sobre o manuseio da
torneira;
6. Colocar luvas de procedimento;
7. Ajudar o paciente a se despir, caso não consiga fazer sozinho;
8. Iniciar o banho se a situação permitir, deixando o paciente sozinho;
9. Enxugar ou ajudar o paciente a faze-lo, observando as condições da pele e a reação do banho;
10. Vestir e pentear o paciente caso não consiga faze-lo sozinho;
11. Conduzir o paciente a sua unidade, colocando-o em posição confortável na cadeira;
12. Arrumar o leito e deixar a unidade em ordem;
13. Colocar tudo no lugar e chamar o pessoal da limpeza para proceder à limpeza do banheiro;
14. Retirar as luvas;
15. Lavar as mãos;
16. Anotar no relatório.

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ESCOLA POLITECNICA DE CUBATÃO – CIEN
ENFERMAGEM – MOD. I

Observações:
Sentar na cadeira de banho é muito mais seguro para os pacientes idosos ou para os pacientes que
ainda estão muito fracos, facilitando para que lavem as pernas e pés, com menor probabilidade de
escorregarem.
Durante o banho deve-se assegurar a privacidade ao paciente, mas pedir-lhe para não trancar a porta e
chamar se precisar de assistência. Manter-se perto do local.

 Higienização Da Cabeça E Couro Cabeludo


A higiene do couro cabeludo e dos cabelos é importante para o bem-estar do cliente, bem como para a
prevenção de lesões e infestações de piolhos e para ativação da circulação sanguínea da região, este
cuidado deve ser prestado aos pacientes impossibilitados de fazer sozinho.
Material
 Jarro com água morna;
 Balde;
 Toalha de banho;
 Bacia;
 Xampu ou sabonete neutro;
 Impermeável ou saco de lixo 1000 litros, Algodão;
 Pente;
 Luvas de procedimento.
Procedimento
1. Lave as mãos;
2. Leve o material necessário para o quarto do paciente;
3. Oriente o cliente explique o procedimento que será realizado;
4. Posicionar biombo ao redor da cama para assegurar a privacidade do cliente;
5. Colocar as luvas de procedimentos;
6. Retire o travesseiro para evitar que ele se molhe;
7. Proteger o ouvido do cliente com algodão para não entrar água;
8. Coloque um coxim sob o ombro do cliente, pegue um cobertor, enrole-o e utilize como coxim
(coxim=almofada para apoio), coloque os ombros do cliente, deixando desta forma, a cabeça mais baixa
que o corpo, forre com impermeável ou saco de lixo formando tipo calha por onde a água pode
escorrer;
9. Posicionar o balde abaixo desta calha para coletar a água usada (se cliente tiver cabelos curtos pode
colocar a bacia sob a cabeça do cliente);
10.Teste a temperatura da água;
11.Apoiar a cabeça do cliente com a mão esquerda;
12.Umedecer os cabelos com a água do jarro;
13.Passe xampu (caso o cliente possua), massageando a cabeça delicadamente a cabeça do cliente, com
as pontas dos dedos, para ativar a circulação;
14.Enxágue a cabeça do cliente, retire todo o xampu ou sabonete despejando água morna nos cabelos
com auxilio do jarro;
15.Caso os cabelos não estejam limpos repita os passos 13 e 14 até que estejam limpo;
16.Retire o excesso de água dos cabelos do cliente, delicadamente esprema os cabelos;
17.Retire a bacia;
18.Apoie a cabeça do cliente;
19.Com na tolha enxugue a cabeça do cliente;

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ESCOLA POLITECNICA DE CUBATÃO – CIEN
ENFERMAGEM – MOD. I

20. Penteie os cabelos para desembaraçar os cabelos;


21. Use de preferência, um pente grosso (do próprio cliente);
22. Proteja o travesseiro com uma toalha, até os cabelos ficarem secos;
23. Deixe a unidade em ordem: guarde os objetos do cliente ( sabonete xampu e pente);
24. Leve o material usado para o expurgo, lave e guarde-os em local apropriado;
25.Anote, no relatório de enfermagem, o cuidado e as observações verificadas (exemplo: estado da
pele, presença de lesões, piolhos e outros).

 Tratamento De Pediculose E Remoção De Lendeas


Pediculose – nome dado á infestação de piolhos no cabelo e em regiões com presença de pelos, é
transmitida por pessoas portadoras e necessita de meios próprios para propagação.
Observação: para evitar a propagação de piolhos: queime ou coloque em lixo próprio as gazes
utilizadas, lave com água e sabão o pente e outros materiais utilizados, toda roupa de cama e banho
deve ser separada em saco plástico, e identificada com etiqueta “PIOLHOS” e levada à lavanderia.
Material
 Solução indicada para pediculose Luvas para procedimento
 Atadura de crepe
 Esparadrapo
 Forro e saco plástico, Pente fino
 Biombo, Vaselina liquida
 Impermeável ou saco de lixo grande
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Colocar a luva de procedimento;
3. Trazer a bandeja com o material e coloca-los na mesa de cabeceira ou carro de banho;
4. Explicar o procedimento ao cliente;
5. Colocar biombo;
6. Coloque sobre o travesseiro o plástico e a tolha sobre o travesseiro;
7. Aplicar vaselina nas bordas do couro cabeludo, para evitar que a solução queime o rosto;
8. Dividir os cabelos em partes, aplicando a solução com gaze, fazendo fricção no couro e no couro
cabeludo e no final aplicar nos cabelos. (você pode passar o pente fino antes de prender o cabelo fará
com que as lêndeas já desprendidas do cabelo e os piolhos ali presentes caiam sobre o impermeável
forrado);
9. Prender o cabelo e colocar a faixa de crepe ao redor da cabeça, formando um gorro e fixando com
esparadrapo no final;
10. Conservar o travesseiro com forro;
11. Retirar as luvas;
12. Lavar as mãos;
13. Deixar o paciente confortável;
14. Recolher o material e manter a unidade em ordem;
15. Fazer anotações no prontuário.
Observação
Deixar a solução no cabelo por 03 a 06 horas pela manhã e lavar a tarde
Repetir o procedimento durante 03 dias ou mais, se necessário.

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ESCOLA POLITECNICA DE CUBATÃO – CIEN
ENFERMAGEM – MOD. I

11. TRICOTOMIA
A Tricotomia é a raspagem dos pelos da área onde será realizada a cirurgia (também local onde será
feito sutura). É um cuidado necessário porque os pelos constituem em porta de entrada para infecção.
Material
Bandeja contendo:
 cuba-rim
 cuba redonda
 Pinça Pean
 Almotolia com PVPI
 degermante
 Papel higiênico
 Aparelho de barbear com gilete nova ou aparelho descartável
 Sabão liquido
 Gaze
Procedimento
1. Prepare o material necessário;
2. Lavar as mãos;
3. Leve o material ao quarto do paciente colocar;
4. O material na mesa de cabeceira;
5. Ponha o sabão liquido na cuba-redonda;
6. Oriente o paciente é necessário fazer uma tricotomia (raspar os pelos) na região da cirurgia, para
evitar infecções;
7. Proporcione privacidade ao paciente, principalmente aqueles que não estão em quartos
individuais, cercando sua cama com biombos;
8. Coloque as luvas de procedimento;
9. Exponha somente a região onde será feita a tricotomia, evitando situações desagradáveis ao
paciente;
10.Pegue uma gaze dobrada com a pinça Pean (pinça longa), sabão liquido e ensaboe a região;
11.Despreze as gazes utilizadas na cuba-rim;
12.Os pelos devem ser raspado na direção do seu crescimento, com movimentos suaves;
13.Use papel higiênico para retirar os pelos raspados;
14. Passe na pele uma solução antisséptica (PVPI);
15.Após a tricotomia, encaminhe o paciente ao banheiro para retirar do corpo os pelos raspados. (se o
paciente pode tomar banho);
16.Retire as luvas e despreze;
17.Lavar as mãos;
18. Deixe a unidade em ordem;
19. Leve e guarde o material utilizado;
20. Despreze a gilete, e o papel higiênico;
21. Faça anotação no relatório de enfermagem: Anote, no relatório o cuidado realizado qualquer
anormalidade que haja, cheque, na prescrição médica, para a equipe cirúrgica tome conhecimento
do cuidado executado.
Observações
Alguns locais de tricotomia variam de acordo com a cirurgia:
 Cirurgia abdominal nas mulheres, a tricotomia deve ser feita desde a base das mamas até a região
pubiana. Nos homens, faz-se todo o tórax até a região pubiana, abrangendo as partes laterais.

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ENFERMAGEM – MOD. I

 Cirurgia anal e perineal - a tricotomia deve ser feita do umbigo para baixo: região pubiana, anal e 1/3
das coxas.
 Cirurgia de tórax: faz-se todo o tórax, incluindo as axilas, até o umbigo.
 Nas demais cirurgias, a extensão a ser tricotomizada é geralmente estabelecida pelo medico
responsável.
 Ao realizar a tricotomia, você deve ter cuidado para não lesar a pele do paciente, caso contrário,
você abrirá uma porta para a entrada de infecção.
 A tricotomia da área a ser operada deve ser ampla, antes de realizar o cuidado, procure orientação
da enfermeira quanto á extensão.
 Antes de iniciar a tricotomia, você pode cortar o excesso de pelos com a tesoura.

12. CONTROLE HÍDRICO


Cabe á equipe de enfermagem o controle hídrico dos pacientes. Para o cumprimento deste cuidado,
você deve saber algumas normas: Controle hídrico é a verificação da quantidade de líquidos ingeridos e
eliminados pelo paciente num período de 24 horas.
 Verificação da quantidade de liquido ingerida, isto é líquidos que o paciente recebeu: água, soro,
sangue, alimentos líquidos e outros.
 Eliminados pelo paciente, isto é que o paciente perdeu: vomito, diarréia, suor, sangue (hemorragias),
urina e outros.
 Num período de 24 horas, a quantidade de líquidos ingerida e de líquidos eliminada é anotada,
separadamente, em impresso próprio, para que ao final deste tempo, seja feito um balanço.
O balanço hídrico é realizado através da comparação da quantidade de líquidos ingeridos e eliminados
pelo paciente durante 24 horas, o que nos permite avaliar as condições de hidratação e de eliminação
corpórea, comparando o resultado obtido com os valores normais. Ex: volume normal de diurese:
1000ml a 1500ml.
Procedimento
1. Observar na prescrição médica, a quantidade de líquidos permitidos, certifique-se da quantidade de
líquidos que poderão ser ingeridos pelo paciente, providenciando-os;
2. Oriente o paciente, explique ao paciente o que será controlado e a razão deste controle;
3. Diga-lhe a quantidade total de líquidos que poderá ingerir durante 24 horas. Avise-o para guardar
toda diurese (urina) do dia, e mostre-lhe o frasco. Ressalte a importância desse controle rigoroso, assim,
você ganhará a colaboração do paciente;
4. Coloque a placa de identificação, na cabeceira da cama do paciente, coloque a placa identificada
“CONTROLE HÍDRICO” e “CONTROLE DE DIURESE”.
Desta forma, todos saberão que a quantidade de líquidos ingeridos pelo paciente está sob controle e
que sua diurese (urina) não deve ser desprezada;
5. Deixe a quantidade de líquidos permitidos em frascos sobre a mesa de cabeceira. Oriente o paciente
e, na mesa de cabeceira, deixe jarros ou frascos com a quantidade total de líquidos que o paciente pode
ingerir durante 24 horas, identificando-os;
6. Anote e some a quantidade de líquidos ingeridos, na folha de controle anote a quantidade de
líquidos ingeridos. Some-a após um período de 24 horas;
7. Identifique o frasco de colheita de urina, o frasco para colheita de urina deve ser identificado
com o nome do paciente, a etiqueta de “CONTROLE DE DIURESE”, o horário do inicio e do término da
colheita;
8. Anote e some a quantidade de líquidos eliminados, na folha de controle anote a quantidade de
líquidos eliminados. Some após um período de 24 horas;

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ESCOLA POLITECNICA DE CUBATÃO – CIEN
ENFERMAGEM – MOD. I

9. Deixe o frasco no banheiro, o frasco, já identificado, deve permanecer no banheiro, para que o
paciente possa colher a urina.
Observações
O paciente deve ser pesado antes de iniciar o controle de líquidos.
No caso do controle de líquidos ingeridos ou administrados, a quantidade de chá, leite,suco, bem como
volume de soro deve ser anotada.
Anotar o controle de diurese, marque no relatório d enfermagem qualquer anormalidade verificada
em relação á cor, aspecto, odor e outros.
A diurese é medida em cálice graduado, ou frasco de diurese já graduado e só desprezado se não houver
necessidade de envia-la para exame.
O controle de perda de líquidos provocada por vômitos hemorragias é feito em valor aproximado e
depois anotados na folha de controles.

13. SONDAS E DRENOS


 Drenos
São materiais colocados no interior de uma ferida ou cavidade visando permitir a saída de fluidos ou ar
que estão ou podem estar ali, evitando o acumulo de liquido em espaços potenciais e removendo
coleções diversas, permitindo a retirada de secreções normais ou patológicas de cavidade naturais,
vísceras e locais de cirurgias, além de orientar trajetos fistulosos. A ação dos drenos se dá por sucção,
gravitação e capilaridade. O cateterismo é o procedimento no qual se introduz um dispositivo (cateter
ou sonda) na luz de determinado órgão para investigação, escoamento de liquido, irrigação, infusão
ou alimentação. Por exemplo, no cateterismo vesical de alivio, introduz-se uma sonda com a finalidade
de escoar a urina.
 Cateter ou Sonda
É um dispositivo constituído por um tubo que pode ser confeccionado em diversos materiais, tais como:
borracha, polietileno, silicone, teflon.
Sondas mais comuns
 Sondas cardíacas: tubo longo e flexível de material inerte destinado a ser introduzido no coração,
habitualmente através de um grande vaso sanguíneo, com a finalidade diagnóstica ou terapêutica.
 Sonda de Blakemore: sonda especial, de três vias e terminada em balão, usada para estancar a
hemorragia aguda de varizes de esôfago pelo tamponamento.
 Sonda nasotraqueal sonda ou cateter introduzido na traquéia através da fossa nasal e da faringe.
 Sonda de anel: para dilatação do conduto lacrimal.
 Sonda de Béniqué – de grande curvatura e de calibre variável, destinada a dilatar as estenoses
uretrais.
 Sonda esofagiana – longa e flexível para exame de esôfago.
 Sonda uretral – instrumento alongado de aço para exame de dilatação da uretra.
 Sonda uterino – instrumento graduado para medir a cavidade uterina.
 Sonda laríngea outra material flexível usado para aplicação locais no esôfago ou ainda para retirada
de corpos estranhos.

Drenos Mais Comuns


 Dreno de Penrose – introduzido na cavidade ou ferida com finalidade profilática, para escoamento
das secreções ou eliminações de secreções purulentas. É um tubo de látex mole e delicado, com vários
diâmetros, introduzidos na cicatriz operatórios ou pequeno orifício.
 Dreno tubular – geralmente de polietileno, é mais rígido que o de penrose.

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 Dreno de Kher ou T – tem por finalidade escoar a bile para meio externo por determinado período.
 Dreno fechado de pressão negativa (HEMOVAC) – é conectado a uma bolsa coletora sanfonada por
meio de um tubo. O vácuo criado é capaz de provocar aspiração continua.
 Dreno de tórax – é introduzido na cavidade torácica com o objetivo de restaurar a pressão negativa
na cavidade pleural e drenar secreções, sangue e ar.
Observação esses equipamentos (SVD, SNG, SNE, SR) variam em tamanho, calibre, numero de vias e
tipo de material.

 TIPOS DE DRENAGEM
Drenagem aberta – a extremidade do dreno é mantida aberta, sendo coberta apenas por curativos; a
drenagem aberta tem indicação restrita aos empiemas crônicos.
Drenagem fechada ou subaquática – consiste na colocação de um dreno no interior do espaço pleural.
Esse dreno além de promover a retirada do ar e da secreção, evita nova entrada de ar na fase
inspiratória da respiração. Uma das extremidades do tubo de drenagem torácica fica dentro do tórax, e
a outra, dentro de um recipiente com uma camada de água para permitir a saída de ar e líquido do
interior do espaço pleural sem permitir nova entrada de ar.

 SONDAGEM NASOGÁSTRICA
È a introdução de uma sonda pelo nariz até o estômago, é utilizada para alimentação do paciente,
lavagem gástrica, preparação para cirurgia e exames. Geralmente flexível, com um ou maislumens. Na
cavidade nasal com destino ao estômago com a finalidade de alimentar, medicar, drenar líquidos ou ar e
coletar material gástrico.
Indicações
 Pós-operatório de cirurgia complexa
 Alimentação e medicação de cliente com náuseas e vômitos contínuos
 Com dificuldade de deglutição
 Descompressão do estomago
 Lavagem e drenagem de conteúdo gástrico após intoxicação exógena
 Avaliação e controles de hemorragias digestivas altas
 Coleta de conteúdo gástrico para análise.
Complicações Mais Frequentes
 Refluxo gastresofágico Infecção pulmonar e oral Estimulação do nervo vago Necrose de asa de nariz
Fístula esôfago-traqueal
 Erosão das mucosas nasal, traqueal, esofágica e orofaríngea. Ulceração gástrica
 Distensão abdominal
 Desequilíbrio eletrolítico
 Diarreias
 Desidratação.
Material
 Sonda (a mais usada é a de Levin).No numero adequado
 Seringa (20ml), Gaze,
 Esparadrapo,
 Lubrificante (xilocaína gel), Toalha de rosto,
 Copo com água, estetoscópio
 Luva de procedimento
 Saco coletor; Biombo

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Procedimento
1. Lave as mãos;
2. Coloque o biombo;
3. Prepare o paciente, se possível, explique ao paciente por que será necessário colocar a sonda
nasogástrica;
4. Prepare o material necessário;
5. Leve o material ao quarto do paciente, para facilitar o seu trabalho, coloque o material sobre a mesa
de cabeceira;
6. Posicione o paciente, se possível, coloque o paciente em posição semi fowler, ou seja, semi-sentado.
Esta posição facilitara a introdução da sonda, pela ação da gravidade, e ajudará o paciente a expelir o
vômito, caso isso ocorra;
7. Coloque as luvas de procedimento;
8. Proteja o paciente, para proteger o paciente dos líquidos eliminados pela boca, coloque uma toalha
de rosto sobre o tórax;
9. Meça a extensão da sonda que será introduzida. Você deve medir a distância do nariz ao lóbulo da
orelha e dali, até a altura do estômago (apêndice xifoide) (essa medida corresponde á distancia que vai
dos lábios até o estômago). Após medir a sonda, marque, com esparadrapo, a extensão que será
introduzida;
10.Lubrifique a sonda com xilocaína gel. A lubrificação permitirá que a sonde seja introduzida mais
suavemente;
11.Introduza a sonda por uma das narinas, com movimentos delicados. Caso você encontre
obstrução. Não force, para não lesar a mucosa;
Observação; Se o paciente apresentar obstrução nasal ou qualquer outro problema, introduza a sonda
pela boca. Neste caso, principalmente, em adultos, devemos estar atentos á possibilidade deste morder
a sonda.
12.Peça ao paciente para deglutir a sonda, quando a sonda atingir a faringe, (caso esteja consciente) de
forma a facilitar a descida da mesma;
13.Introduza a sonda até o lugar marcado com esparadrapo, em geral, aproximadamente 40 cm;
14.Verifique se a sonda está no estomago, fazendo os seguintes testes:
 Posicionar um estetoscópio na região do estômago, adaptar uma seringa na extremidade livre da
sonda a introduzir ar 10 ml. Se auscultar o ruído do ar sendo introduzido, a sonda estará no
estômago.
 Adapte uma seringa vazia na extremidade livre da sonda e aspire. Se vier suco gástrico, ela estará
posicionada no estômago.
 Mergulhe a extremidade da sonda em um copo de água. Se borbulhar, a sonda estará nas vias
respiratórias retirar e recomeçar o procedimento.
Observação: nos casos de alimentação e medicação, a sonda nasogástrica ficará fechada, já nos casos de
drenagem de secreções gástricas, ela ficara aberta.
15.Fixe a sonda, segundo a rotina hospitalar, prenda, com esparadrapo;
16.Deixe a unidade em ordem;
17.Lave e guarde o material usado e deixe o paciente confortável.;
18. Anote o cuidado no relatório de enfermagem, anormalidades observadas.
Observação: antes de retirar a sonda, feche-a com presilha para não penetrar líquidos nas vias
respiratórias e então, puxe-a rapidamente. Isso evita que o paciente sinta náuseas.

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 GAVAGEM (ALIMENTAÇÃO POR SONDA).


Material
 Seringa de 10 ml
 Recipiente com alimentos
 Copo com água
 Toalha de rosto ou de papel
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Preparar o ambiente;
3. Orientar o cliente para o procedimento;
4. Elevar a cabeceira da cama, berço;
5. Proteger o cliente;
6. Aspirar o conteúdo gástrico antes de iniciar a dieta, para evitar vômitos e bronco aspiração: devolver
o conteúdo gástrico e diminuir do volume da dieta em questão, caso retorne mais da metade do volume
da dieta, não iniciar e comunicar imediatamente a enfermeira;
7. Introduzir a dieta no cateter através da seringa que contem a dieta;
8. Observar as reações do cliente durante o procedimento, se adulto a dieta vem em
embalagem que é necessário conectar um equipo, e conectar o equipo a ponta da sonda, e deixe
infundir em gota a gota;
9. Após a infusão lavar a sonda com água filtrada, e fechar o cateter;
10. Deixar a unidade em ordem;
11. Realizar anotações de enfermagem.

 SONDAGEM NASOENTERICA (SNE)


Tem por objetivos proporcionar maior absorção dos nutrientes, aspirar conteúdos intestinais para
exames e permitir o tratamento da obstrução intestinal. A SNE fica localizada no duodeno e jejuno para
alimentação e descompressão nasoentérica.
Observação
As indicações e as complicações mais frequentes são semelhante ás da SNG.
Material
 Recipiente com alimento (líquido)
 Recipiente com água filtrada
 Toalha de rosto ou papel equipo de soro macrogotas
 Luvas de procedimento
Procedimento
1. Prepare o material;
2. Lavar as mãos ;
3. Preparar o ambiente
4. Orientar o cliente para o procedimento;
5. Elevar a cabeceira da cama;
6. Calçar as luvas de procedimento;
7. Proteger o cliente com a toalha de rosto ou de papel;
8. Conectar o equipo ao recipiente com alimento, conectar o equipo a SNE, abrir o gotejador do
equipo e infundir gota a gota (gotejamento demasiadamente rápido pode causar diarreia),
observar as reações do cliente;

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9. Após ter infundido a dieta lavar o cateter com água filtrada (geralmente tem recipiente próprio para
água filtrada e só conectar a SNE). Após o termino da água fechar o cateter, deixar o cliente confortável,
deixar a unidade em ordem;
10. Retirar as luvas;
11. Lavar as mãos;
12. Realizar anotações de enfermagem.

 SONDAGEM NASOENTERICA (SNE)


Tem por objetivos proporcionar maior absorção dos nutrientes, aspirar conteúdos intestinais para
exames e permitir o tratamento da obstrução intestinal. A SNE fica localizada no duodeno e jejuno para
alimentação e descompressão nasoentérica.
Observação
As indicações e as complicações mais frequentes são semelhante ás da SNG.
Material
 Recipiente com alimento (líquido)
 Recipiente com água filtrada
 Toalha de rosto ou papel
 Equipo de soro macrogotas
 Luvas de procedimento
Procedimento
1. Prepare o material;
2. Lavar as mãos;
3. Preparar o ambiente;
4. Orientar o cliente para o procedimento;
5. Elevar a cabeceira da cama;
6. Calçar as luvas de procedimento;
7. Proteger o cliente com a toalha de rosto ou de papel;
8. Conectar o equipo ao recipiente com alimento, conectar o equipo a SNE, abrir o gotejador do
equipo e infundir gota a gota (gotejamento demasiadamente rápido pode causar diarréia),
observar as reações do cliente;
9. Após ter infundido a dieta lavar o cateter com água filtrada (geralmente tem recipiente próprio para
água filtrada e só conectar a SNE). Após o termino da água fechar o cateter, deixar o cliente confortável,
deixar a unidade em ordem;
10. Retirar as luvas;
11. Lavar as mãos;
12. Realizar anotações de enfermagem.

 CATETERISMO VESICAL (SONDAGEM)


A sondagem vesical é a introdução de um tubo estreito de borracha (chamado cateter vesical) pelo
meato urinário até a bexiga. É utilizada para remover a urina.
A SV de alivio é usada para colher amostra estéril de urina destinada a exame, ou para esvaziar, lavar, e
irrigar a bexiga do paciente antes e após cirurgias. Nesta sondagem, utiliza-se a sonda nelaton, com
numeração e calibre variados.
A SVD de demora é usada quando a sonda deve permanecer por mais tempo na bexiga, para drenagem
contínua ou intermitente de urina. Nesta sondagem, utiliza-se a sonda Foley, com numeração e
calibre variados.

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Tipos de cateterismo vesical


 Cateterismo de alívio ou de demora – consiste na introdução de um cateter diretamente na
bexiga através da uretra (técnica desenvolvida pela equipe de enfermagem).
 Vesicostomia – comunicação da bexiga com o abdome através de um estoma para drenagem vesical,
semelhante a uma cistostomia (pratica médica).
 Nefrostomia – escoamento da urina diretamente dos rins através de um estoma (pratica médica).
 Ureterossigmoidostomia – os ureteres são conectados no sigmóide, e o fluxo urinário sai através do
cólon (derivação urinaria) (pratica medica).
Complicações mais frequentes
 Infecção urinária,
 Traumatismo de uretra e bexiga, Atonia vesical,
 Fistula.
Material
 Pinça longa
 Cúpula
 Cuba-rim
 Campo fenestrado (campo de tecido com orifício no centro)
 Almotolia com antisséptico (ex; povidine tópico, sabão liquido), Seringa de 10 ml,
 Ampola de água destilada
 Um coletor de urina: tubo de borracha ou equipo + saco ou bolsa coletora, Esparadrapo,
Xilocaína gel,
 Um par de luvas estéreis
 Sonda Foley (Dois vias) nº 14 ou16 (esta numeração é usada para pacientes adultos), Gaze
 Agulha de aspiro (40x12)
Procedimento
1. Prepare o material necessário;
2. Leve o material ao quarto do paciente;
3. Disponha o material na mesa de cabeceira, de modo que facilite o seu trabalho;
4. Oriente o paciente, explique á paciente por que será necessário fazer a sondagem vesical. Peça que
ela avise, se houver qualquer anormalidade durante ou após a realização da sondagem;
5. Posicione a paciente em posição ginecológica;
6. Proteja-a com um lençol, deixando apenas a região genital descoberta;
7. Faça a lavagem intima;
8. Abra o pacote de cateterismo vesical, você deverá abrir o pacote de cateterismo, tocando apenas no
lado externo do campo;
9. Exponha o material;
10.Coloque um antisséptico na cúpula, sempre observando a não contaminação do material. (tome
cuidado para não contaminar o material, em caso de duvida, troque-o).
11.Calce a luvas, use a técnica de calçar a luvas;
12.Posicione o campo fenestrado, cubra a região genital com o campo fenestrado, de modo que o
orifício do campo fique sobre a região do meato urinário;
13.Faça a antissepsia da região, para fazer a antissepsia, use movimentos únicos, de frente para trás.
Com a mão esquerda, afaste os grandes lábios e, com a direita, pegue a pinça. (não contamine a mão
direita, pois é com ela que você introduzira a sonda);
14.Faça a antissepsia dos grandes lábios, pegue uma gaze, umedeça-a na solução e faça a limpeza, em
seguida, despreze-a;

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15.Faça a antissepsia dos pequenos lábios, com outra gaze, umedecida na solução, despreze-a também
após o uso;
16.Faça a antissepsia do meato urinário, usado uma terceira bola de gaze;
17.Despreze a pinça;
18.Segure a sonda com a mão direita;
19.Prenda a sonda nos dedos polegar e indicador e, com os outros dedos, segure a parte restante da
sonda;
20.Lubrifique a sonda com xilocaína gel, usando uma gaze esterilizada, a fim de facilitar a
passagem pela uretra.(Toque na sonda só com a mão direita, pois a esquerda está contaminada);
21.Abra os grandes lábios com o indicador e o polegar da mão esquerda;
22.Visualize o meato urinário;
23.Introduza a sonda.(caso encontre resistência não force a entrada da sonda);
24.Deixe a urina escoar, você saberá que a sonda está na bexiga, quando a urina começar a escoar,
aproxime a cuba-rim coloque a extremidade da sonda dentro dela, para receber a urina;
25.Encha o balonete da sonda, com água destilada, utilize uma seringa de 10 ml e aspire esta quantia de
água destilada, adapte a seringa na via apropriada;
26.Introduza a água, injete a água destilada até encher o balonete. (se sonda estiver mal
posicionada, isto é, com o balonete ainda na uretra, você não conseguirá enche-lo, e o paciente sentirá
dor); Verifique se a sonda está segura, com uma leve tração, verifique se a sonda está presa na bexiga;
27.Adapte a sonda ao coletor de urina, geralmente, use-se um intermediário de borracha ou um equipo
de soro, adapte uma das extremidades do equipo na sonda e coloque a outra extremidade no vidro ou
bolsa coletora. (intermediário de borracha, equipo de soro e o vidro ou bolsa coletora devem ser
estéreis);
28.Prenda a sonda, fixe com esparadrapo, a sonda na perna do paciente, permitindo que ela possa
movimentar-se livremente no leito;
29.Deixe a paciente confortável, mantenha a unidade em ordem, leve o material utilizado ao expurgo
para que possa ser lavados, guardados e encaminhados á esterilização;
30.Faça a anotação no relatório de enfermagem, anote no relatório de enfermagem o cuidado realizado,
bem como a reação e queixas da paciente, anote também o volume, a cor e o aspecto da urina.
Observação
Na sondagem vesical de paciente do sexo masculino, a técnica é idêntica a feminina, com exceção de:
 A sonda utilizada para paciente adulto é o numero 18 ou 20; O paciente deve ficar em decúbito
dorsal;
 O pênis do paciente deve ser posicionado perpendicularmente ao corpo, deixando a
 uretra em linha reta; na antissepsia do local, o prepúcio deve ser afastado com a mão esquerda e,
com a direita, limpa-se a glande e o meato urinário, utilizando a pinça longa e bolas de gaze
 Para retirar a sonda vesical de demora, você deve esvaziar o balonete e tracionar a sonda.

 IRRIGAÇÃO VESICAL
Material
 Frasco de 1.000ml de solução fisiológico 0,9%,
 Luvas de procedimento,
 Equipo
 Frasco coletor (coletor sistema fechado).

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Procedimento
1. Prepare o material;
2. Lavar as mãos;
3. Orientar o cliente para o procedimento;
4. Calçar as luvas de procedimento;
5. Conectar o soro fisiológico ao equipo de irrigação, e este á outra extremidade do cateter vesical de
três vias, infundir o soro fisiológico a uma velocidade constante e rápida, trocar o frasco de soro quando
esvaziar e ficar atento para não entrar ar no sistema;
6. Observar possíveis reações do cliente;
7. Observar e anotar as características e o volume da solução drenada;
8. Retirar as luvas de procedimento;
9. Manter o ambiente arrumado;
10. Manter o cliente confortável;
11. Lavar as mãos;
12. Realizar anotações de enfermagem.

 CATETERISMO (SONDAGEM) RETAL


Os principais motivos para introdução de uma sonda retal são: facilitar a eliminação de gases e realizar
lavagem intestinal. Ao realizar este cuidado de enfermagem, respeite a privacidade do paciente, não o
expondo desnecessariamente.
Material
 Sonda retal (adultos nº 20 a 30)
 Gaze
 Xilocaína gel
 Esparadrapo
 Forro
 Luva de procedimento
Procedimento
1. Prepare o material necessário;
2. Oriente o paciente, avise o paciente que você fará uma sondagem retal, explicando-lhe a importância
e a finalidade deste trabalho;
3. Leve o material ao quarto do paciente, coloque o material próximo ao paciente (pode ser na mesa de
cabeceira), facilitando assim o seu trabalho;
4. Prepare o ambiente, cerque a cama do paciente com biombo, respeitando a sua privacidade;
5. Proteja o leito com forro;
6. Posicione o paciente em posição Sims;
7. Lubrifique a sonda com xilocaína gel, aproximadamente 6 cm da sonda, assim facilitará sua
introdução;
8. Afaste as nádegas com uma gaze;
9. Introduza delicadamente a sonda (cerca de 6 a 10 cm). Se houver resistência não force a sonda;
10. Fixe a sonda com esparadrapo, caso esta tenha que permanecer por maior período de tempo no
paciente. Do contrário, retire-a;
11.Deixe o paciente confortável;
12.Deixe a unidade em ordem, lavando e guardando o material utilizado;
13.Anote no relatório de enfermagem, o cuidado realizado e eventuais anormalidades.

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 LAVAGEM
Lavagem Intestinal Ou Enteroclisma
A lavagem intestinal é a introdução de líquido no intestino através de uma sonda retal para aliviar a
constipação (frequência anormal de defecação com consequente ressecamento das fezes), para
preparar o paciente para exames, tratamentos, cirurgias e partos, para eliminar gazes e fezes.
Material
 Comadre
 Biombo
 Suporte de soro
 Frasco de solução glicerinada
 Sonda retal
 Cuba-rim
 Luva de procedimento
 Lubrificante (xilocaína ou vaselina)
 Gaze
 Papel higiênico, Impermeável
 Soluções mais usadas:
• água com glicerina (30ml de glicerina Por litro d’água), água fervida.
• água e sal (uma colher de sal por litro d’água), água e sabão líquido (duas colheres de sabão por litro
d’água).
Procedimento
1. Prepare o material e a solução;
2. Lavar as mãos;
3. Oriente o paciente, que você irá fazer uma lavagem intestinal, explicando a finalidade deste cuidado,
e peça a sua colaboração;
4. Coloque o biombo ao redor da cama;
5. Suporte de soro ao lado dele, conforme rotina hospitalar;
6. Pendure o frasco com solução no suporte, o frasco deve ficar mais ou menos 50 cm acima do nível da
cama;
7. Coloque a s luvas de procedimento;
8. Coloque o impermeável sob o paciente, protegendo a roupa de cama;
9. O material restante deve ficar próximo da cama, facilitando o trabalho da enfermagem;
10.Posicione o paciente, em posição Sims;
11.Prepare a sonda, adapte a sonda retal (o calibre deve ser adequado ao paciente) ao frasco de solução
glicerinada;
12.A sonda deve ser lubrificada com vaselina ou xilocaína gel, utilize gaze para espalhar o
lubrificante, depois de pronta, deixe a sonda dentro da cuba-rim;
13.Afaste os glúteos com auxilio de papel higiênico ou gaze;
14.Segure a sonda com uma gaze e introduza-a cuidadosamente mais menos 10 cm, no reto;
15.Introduza a solução. Para a solução descer lentamente você pode pressionando lentamente o frasco
até a solução terminar.(ou em alguns casos usa-se o equipo e deixa a solução descer gota a gota).
16.Oriente o paciente para respirar fundo, e permanecer com a solução por mais ou menos 15 minutos;
17.Observe o paciente, durante a introdução da solução, as reações do paciente, verificando sua
capacidade de receber e de permanecer com a quantidade de líquido prescrita;
18.Retire a sonda, cuidadosamente, segurando-a com papel higiênico ou gaze;

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19.Coloque-a na cuba rim;


20.Coloque a comadre sob o paciente ou leve-o ao banheiro;
21.Observe o resultado da lavagem, observe se houve eliminação de fezes, os aspectos gerais (cor,
consistência, odor) e a quantidade eliminada;
22.Deixe a unidade em ordem, leve todo o material para o expurgo, deixando em ordem o ambiente;
23.Anote o cuidado realizado no relatório de enfermagem, colocando horário, no relatório de
enfermagem anote efeito do procedimento cor, quantidade, aspecto e odor.

Lavagem Gástrica
A lavagem gástrica é utilizada no preparo do paciente para determinados exames ou cirurgias, na
eliminação de venenos e outras substancias irritantes do estomago e nos casos de hemorragia gástrica.
Material
 Sonda de Levin
 Pacotes com gaze
 Lubrificante, Jarro ou balde
 Seringa de 10 ml, Luva de procedimento
 Solução salina (soro fisiológico), Água
 Solução de bicarbonato de sódio, Carvão ativado
Procedimento
1. Prepare o material e a solução;
2. Lavar as mãos;
3. Coloque luvas de procedimento;
4. Oriente o paciente, explique ao paciente a finalidade do tratamento, para que, se possível, ele possa
colaborar;
5. Verifique a posição da sonda nasogástrica, para certificar-se de que a sonda nasogástrica está
localizada no estomago, utilize uma seringa para aspirar, verificando o retorno do suco gástrico;
6. Drene o liquido do estomago (se houver), retire a presilha que fecha a sonda e abaixe sua
extremidade livre, fazendo uma sanfonagem, assim o conteúdo líquido do estomago sairá;
7. Introduza a solução, utilizando um equipo adaptado á extremidade da sonda ou adaptando o frasco
de solução salina diretamente á sonda. Você poderá introduzir o liquido para lavagem.(solução usada
será conforme a prescrição medica). Tenha cuidado de não permitir a entrada de ar no estomago do
paciente durante a introdução do liquido, para evitar a formação de gazes e desconforto para o
paciente;
8. Observe o retorno do liquido, observe o retorno do liquido, após a sua introdução e certifique- se do
seu aspecto e quantidade;
9. Repita os passos 4, 5, 6, repita o passo 4 até que o liquido retorne limpo. A sonda
nasogástrica poderá permanecer para continuar drenando, (poderá ser usado para medicação ex;
carvão ativado em casos de substancias irritantes e venenos).
10.Observe o resultado da lavagem, observe e anote na caderneta, o aspecto e a quantidade de liquido
drenado. (se tiver na prescrição medica cheque e coloque a hora e nome);
11.Deixe a unidade em ordem, guarde o material usado, deixando a unidade em ordem;
12.Faça a anotação de enfermagem no relatório de enfermagem, anote o cuidado realizado no relatório
de enfermagem, descrevendo o aspecto e a quantidade do liquido drenado.

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14.BOLSA DE ÁGUA QUENTE


A bolsa de água quente é usada, como medida tanto de tratamento, quanto de conforto do paciente. O
calor age estimulado ou acalmando, de acordo com a temperatura, tempo de aplicação e local onde é
aplicado.
A bolsa de água quente é um cuidado de enfermagem, portanto, uma vez atendendo as
necessidades dos pacientes, pode ser efetuado mesmo que não conste na prescrição médica.
È utilizada em hematomas (manchas roxas), eliminação de secreção purulenta, aquecimento de região e
outras. A aplicação do calor deve ser observada constante e atentamente, para não causar danos ao
paciente, como queimaduras e perda de sensibilidade local. (não muito quente).
Material
 Uma bolsa de água quente
 De um jarro com água quente
 Uma tolha de rosto
Observação: Verifique as condições da bolsa antes de usa-lo, observe vazamentos, furos, tampa.
Procedimento
1. Prepare o material;
2. Oriente o paciente: Explique ao paciente a necessidade do cuidado e o efeito do tratamento, peça
para que ele o chame, caso haja qualquer problema;
3. Coloque água na bolsa: encha com água quente, 2/3 da capacidade da bolsa;
Observação: atente á temperatura da água, teste-a antes, evitando assim, lesões na pele
(queimaduras) e perda da sensibilidade local;
4. Retire o ar da bolsa: Apoie a bolsa sobre uma superfície plana e deixe a água chegar até a boca, assim
você retirará todo o ar;
5. Feche a bolsa vedando-a totalmente.
6. Envolva a bolsa na toalha de rosto, para reter o calor por mais tempo e evitar queimaduras no
paciente. Nunca coloque a bolsa quente diretamente sobre a pele do paciente, pois você poderá
queima-lo.
7. Aplique a bolsa no local determinado;
Observe para que a bolsa fique sobre a região a ser aquecida;
8. Retire a bolsa: Terminada a aplicação, ou após a água esfriar;
9. Guarde o material utilizado: Coloque a toalha no hamper. Esvazie a bolsa. Lave-a e deixe-a de boca
para baixo, depois de seca, encha-a de ar e guarde-a em local próprio. (o ar não deixa a bolsa colabar);
10. Faça anotação no relatório de enfermagem: qualquer anormalidade que haja.

Outro método de aplicar calor:


Compressa quente: Para utilizar a compressa quente, você deve embeber uma compressa de
tecido em água quente, espreme-la retirando o excesso de água e aplicar sobre o local desejado.
Normalmente, as compressas retêm pouco calor, portanto se necessária aplicação continua, você deve
muda-los a cada 15 minutos.

15. BOLSA DE GELO


As aplicações frias são utilizadas, geralmente, para aliviar enxaqueca, estancar hemorragias nasais em
crianças, abaixar febre, prevenir ou diminuir inflamações, aliviar processos dolorosos e prevenir a
formação de edemas. Nas aplicações por tempo prolongado, deve se ter cuidado coma perda da
sensibilidade local e necrose dos tecidos.

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Material
 Bolsa de gelo
 Toalha de rosto
 Cuba com gelo picado
Observação: Nunca coloque a bolsa diretamente sobre a pele do paciente, para não causar ferimentos.
Procedimento
1. Prepare o material necessário;
2. Oriente o paciente: Explique ao paciente como a aplicação do gelo auxiliará no tratamento;
3. Coloque o gelo na bolsa: Encha a bolsa até a metade, com gelo picado;
4. Retire o ar da bolsa: Apoie a bolsa sobre uma superfície plana, deixando o gelo chegar até a boca,
para retirar todo o ar;
5. Feche a bolsa: Feche-a bem, observando se não há vazamentos;
6. Envolva a bolsa em uma toalha: A bolsa deve ser envolvida em uma toalha de rosto, protegendo a
pele do paciente e evitando molha-lo, quando o gelo começar a derreter;
7. Posicione a bolsa: Coloque a bolsa sobre a região indicada;
8. Retire a bolsa: A bolsa deve ser retirada após ter permanecido o tempo necessário, ou para trocar o
gelo quando este derreter, repita o cuidado quantas vezes for necessárias;
9. Deixe o material em ordem: esvazie a bolsa, lavando-a deixando-a secar. Encha-a de ar e guarde em
local próprio, coloque a tolha no hamper;
10.Faça anotação no relatório de enfermagem: o cuidado realizado e qualquer anormalidade.

16. COLETA DE MATERIAL PARA EXAMES LABORATORIAIS


O resultado correto de um exame de análises clínicas não depende somente de quem os analisa, mas
também da qualidade da amostra coletada. A equipe de enfermagem atua no processo de coleta de
material biológico e, conforme a qualidade da amostra, os erros pré-analíticos são minimizados e os
resultados garantidos, Para tanto, são necessários cuidados especiais no momento da coleta.
 Cuidados Para Evitar Erros Pré-Analiticos
 Jejum do cliente
 Tempo de jejum do cliente Tempo de coleta da amostra Horário da coleta
 Tempo de envio da amostra para o laboratório
 Uso prolongado do torniquete
 Erro de identificação da amostra
 Erro do volume ou quantidade da amostra para análise
 Erro de tubos e equipamentos apropriados para coleta de material biológico.

 Materiais Biológicos E Exames Solicitados


 URINA
A urina é produzida por nefrons, que são a unidade funcional dos rins, escoam pelos ureteres até atingir
a bexiga, onde é armazenada por pouco tempo, e finalmente eliminada através da ureta para o meio
exterior. É composta de 95% a 98% de água e, por meio dela, mantemos o controle hídrico, salino e
ácido-básico e excretamos os produtos os produtos finais do metabolismo.
Alguns são os fatores que interferem na produção da urina, tais como volume sanguíneo, pressão
arterial e hormônios.
Anatomicamente, a uretra feminina é diferente da masculina, a uretra feminina é um tubo curto, quase
retilíneo, com cerca de três cm de comprimento, enquanto a uretra masculina é um longo canal sinuoso
que se inicia na bexiga e atinge a extremidade da glande do pênis, comunicando-se com o exterior.

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O exame de urina constitui um amplo recurso laboratorial por fornecer elementos essenciais á
elucidação diagnóstica. Tem como objetivo detectar metabólitos de determinadas doença (por
exemplo, diabetes melitus) e anormalidades na excreta dos rins e no funcionamento renal.
Os exames mais usuais são:
 O primeiro jato: investigação do trato urinário baixo (urina mais concentrada),
 Jato médio: c olhe-se o jato médio da urina porque a primeira parte da uretra é colonizada
pela flora normal, que pode interferir nos resultados (urina menos concentrada).
 Jato final : útil na investigação de sangramentos.
 Urocultura – pesquisa de micro-organismos que pode evoluir para pesquisa de antibiograma.
 Urina Tipo 1 Ou EAS
Material
 Luvas de procedimento
 Coletor de urina
 Material para lavagem externa (veja técnica) Saco plástico
 Etiqueta de identificação.
Procedimento
1. Prepare o material;
2. Lavar as mãos;
3. Orientar o cliente sobre o procedimento;
4. Coloque a etiqueta no coletor de urina com as seguintes informações: nome do cliente, quarto, leito,
nº de registro, horário, data, tipo de exame, assinatura do responsável pelo procedimento;
5. Calçar as luvas;
6. Fazer lavagem externa;
7. Desprezar o primeiro jato;
8. Coletar o jato médio (para coletar usar recipiente de boca larga pode usar comadre desde que tenha
sido higienizada ou em frasco próprio);
9. Transfira a urina para o coletor de urina;
10. Coloca-la dentro de um saco plástico;
11. Manter a unidade em ordem;
12. Retirar as luvas;
13. Lavar as mãos;
14. Realizar anotações de enfermagem;
15. Encaminhar material para o laboratório.

Urina de 24 horas – avaliação funcional renal.


Material
 Luvas de procedimento,
 Frascos para coletar a urina de 24 horas,
 Rótulo.
Procedimento
1. Prepare o material;
2. Identificar os frascos para a coleta da urina durante 24 horas;
3. Fazer rótulo contendo horário de inicio e horário de término da coleta, assinatura do responsável
pelo procedimento;
4. Orientar o cliente para não desprezar a urina no vaso sanitário;
5. Manter os frasco no banheiro para o cliente não esquecer;
6. Após 24 horas encaminhar o material para o laboratório

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7. Realizar anotação de enfermagem.

Glicosúria
Material
• Luvas de procedimento
• Fitas reagentes seringa
• Comadre ou papagaio
Procedimento
1. Preparar material;
2. Lavar as mãos;
3. Orientar o cliente para o procedimento;
4. Calçar luvas;
5. Oferecer ou posicionar a comadre ou papagaio para o cliente;
6. Retirar uma fita reagente do frasco e fecha-lo em seguida;
7. Aspirar a urina contida na comadre ou no papagaio com auxilio de uma seringa;
8. Com a urina da seringa jogar um jato de urina na fita reagente;
9. Escorrer o excesso (seguir orientação do fabricante da fita reagente);
10. Fazer a leitura comparando a coloração da reagente com a escala impressa no frasco do produto;
11. Desprezar o restante da urina;
12. Deixar o cliente confortável;
13. Deixar a unidade em ordem;
14. Retirar as luvas;
15. Lavar as mãos;
16. Fazer anotações de enfermagem.

 FEZES
A análise das fezes determina as várias propriedades existentes para fins diagnósticos. Os testes mais
solicitados são pesquisa de sangue, bile, larvas e ovos de helmintos, protozoários, câncer de cólon e
ulcerações assintomáticos de outras massas do trato gastrintestinal.
 A composição das fezes caracteriza-se por:
 Resíduos de material indigerível, como a celulose dos alimentos ingeridos, Bile (pigmentos e saís),
que da a cor característica das fezes.
 Secreções intestinais, incluindo o muco intestinal.
 Leucócitos que migram da corrente sanguínea (em pouquíssima quantidade), Células epiteliais que
foram eliminadas.
 Grande número de bactérias que podem constituir um terço da parte sólida total.
 Material inorgânico, principalmente cálcio e fosfatos (10% a 20%), Alimentos não digeridos ou não
absorvidos.
 Cerca de 70% de água.

 Exames mais comuns: Parasitológico e pesquisa de sangue


Parasitológico (fezes in natura)
Material
 Luvas de procedimento
 Coletor fezes
 Comadre limpa e higienizada

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 Espátula
 Saco plástico
 Etiqueta de identificação
Procedimento
1. Preparar material;
2. Orientar o cliente para o procedimento;
3. Coloque a etiqueta no coletor de fezes com os seguintes dados; nome do cliente, quarto, leito, n} de
registro data, horário assinatura do responsável pelo procedimento;
4. Calçar as luvas;
5. Oferecer a comadre auxiliando a colocação (ver técnica);
6. Coletar as fezes após o cliente evacuar, com auxilio de uma espátula colha uma pequena
quantidade de fezes de vários locais diferentes do conteúdo fecal da comadre.
7. Despreze a espátula;
8. Despreze as fezes da comadre;
9. Lave-a encaminhe para higienização;
10. Fechar o coletor;
11. Colocar em saco plástico;
12. Coletar outras amostras em dias alternados;
13. Manter a unidade em ordem;
14. Retirar as luvas;
15. Lavar as mãos;
16. Realizar anotações de enfermagem;
17. Encaminhar material colhido ao laboratório.
Observação: não misturar a amostra a outras secreções corpóreas, como sangue menstrual, caso isso
ocorra, proceder com a higiene intima, e refazer o procedimento.

 SECREÇÕES
 Liquor
 Vaginal
 Uretral
 Conjuntiva
 Escarro.
 Secreção Da Nasofaringe E Brônquica
Escarro: o exame de escarro é útil para verificação da microbiota pulmonar, diagnóstico de processos
neoplásicos, auxilio de doenças alérgicas, infecciosas e parasitárias.
 Swabs de orofaringe
 Swabs nasais
 Cultura de aspirados (traqueal, por exemplo) ou lavados de secreções. O exame mais usual é a
cultura.
Procedimento
 Cultura – escarro obtido por expectoração profunda – jejum de 4 horas – colher preferencialmente
pela manhã -.
 Citológico – escarro obtido por expectoração profunda – colher três amostras em dias alternados.

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Cultura de secreção vaginal – exame útil no diagnóstico de uretrites, vaginites e vaginoses bacterianas.
Cultura de secreção uretral – exame útil no diagnóstico das uretrites em clientes dos sexos do sexos
masculino e feminino.
Cultura de secreção conjuntiva – exame útil no auxílio diagnostico dos processos inflamatórios
conjuntivas de natureza alérgica, bacteriana ou virótica, as secreções são coletadas com auxilio de um
swabs e inseridas em meio próprio de acordo com o exame solicitado.

 SANGUE
O sangue é o material biológico mais solicitado para análise laboratorial devido ao fácil acesso através
da punção venosa. Por conter várias partículas suspensas no plasma, torna-se uma valiosa ferramenta
para análise laboratorial.
Pode-se retirar até 10% do volume sanguíneo/kg de uma pessoa. No sangue, além das células próprias
suspensas no plasma, circulam hormônios, micro-organismos, anticorpos, eletrólitos, gases, moléculas
de glicose, colesterol, enzimas etc. A população celular vermelha chamada de glóbulos vermelhos são
os eritrócitos ou hemácias e a população branca chamada de glóbulos brancos o são os leucócitos,
existem também as plaquetas, que não fazem parte da população vermelha nem da branca.
Essas células são produzidas pela medula óssea vermelha, órgão responsável pela hematogênese, ou
seja processo dinâmico de produção e diferenciação das células sanguíneas em eritrócitos, leucócitos e
plaquetas, anatomicamente encontra-se no interior dos os longos.
Em media existem 4.500.000 a 5.500.000 eritrócitos por mm3 , dependendo da idade e do sexo, os
leucócitos variam de 6 mil a 10 mil por mm3, e as plaquetas variam de 150 mil a 400 mil por mm3, as
plaqueta variam de 1500 mil a 400 mil por mm3.
O sangue é de importância vital, pois participa da regulação da temperatura corporal, do controle do
PH, do equilíbrio hidrossalino, da oxigenação tecidual da defesa do organismo, da distribuição de
nutrientes, entre outros.

 Tipos de Exames
 Hemograma: Consiste na contagem global de eritrócitos, índices hematimétricos, valor de
hemoglobina e valor do hematócrito (Ht), contagem global de leucócitos (neutrófilos, eosinófilos,
basófilos, linfócitos e monócitos)e contagem global de plaquetas, é útil na avaliação de anemias,
infecções bacterianas e viróticas, inflamações, leucemias e plaquetopenias.
 Gasometria Arterial E Venosa: Consiste a análise de gases sanguíneos, como O2 e CO2, e o equilíbrio
ácido-básico, como bicarbonato e pH sanguíneo. (procedimento executado por enfermeira).
 Sorologia: É a avaliação da presença de determinados anticorpos no soro sanguíneo. É útil no
diagnostico de infecções por vírus, bactérias, fungos e protozoário.
 Coagulograma: Consiste na analise do tempo de sangramento, contagem de plaquetas,
tempo de protrombina, é útil na avaliação hemostática pré-operatória.
 Tipagem Sanguínea: Determina o tipo sanguíneo de acordo com o sistema ABO e RH antes de
transfusões, no pré-operatório e no perfil pré-natal.
 Glicemia: É útil para detecção de glicose e diagnostico das hipoglicemias e hiperglicemias,
para o diagnostico de diabetes melito é necessário valor igual ou superior a 125mg/dl na amostra
em jejum pelo menos duas ocasiões; em gestantes, valores superiores a 105 mg/dl já são suspeitos,
merecendo maior investigação. O diagnostico da hipoglicemia estabelece-se com valores abaixo de
50mg/dl no adulto e 40mg/dl no recém-nascido.
 Bioquímica : Utiliza o plasma ou soro para quantificação de eletrólitos, como sódio (Na),
potássio(K) e cloro (Cl).

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 Observações úteis na coleta sanguínea


 Jejum : a falta de jejum aumenta a lipemia e altera o resultado da glicose, o jejum prolongado pode
elevar as concentrações de bilirrubina sérica.
 Medicamentos: o uso de medicamentos pode causar interferências na analise.
 Período de repouso: a falta de repouso provoca alterações no hemograma, glicose, alguns
hormônios, transaminases, etc.
 Temperatura do cliente: a hipotermia promove a vasoconstrição e dificulta a venupunção, o
estresse aumenta a temperatura, afetando a secreção do hormônio da adrenal.
 Infusão intravenosa: deve-se evitar coletar material pelo cateter da infusão venosa, faze-lo somente
quando não houver outra alternativa. Deve-se retirar de 10 ml a 15 ml de sangue, desprezá-lo
definitivamente e com outra seringa fazer a coleta da amostra desejada.
 Torniquete: a utilização incorreta do torniquete (muito apertado ou por muito tempo) pode causar
hemoconcentração local, alterando os valores de enzimas, proteínas, hematócrito, sódio, potássio,
cálcio, ferro, colesterol, triglicérides, plaquetas e fatores de coagulação.
 E preciso estar familiarizado com o material a ser utilizado.
 Deve-se evitar que o cliente abra e feche a mão pode levar a alterações nos resultados
 A punção deve ser finalizada sem desenvolver hematomas.
 Amostras sanguíneas devem ser coletas em tubos diferentes, que variam de acordo com a cor da
tampa e o tipo de anticoagulante.
 O volume de sangue coletado varia de acordo com o tipo de exame solicitado e com o fabricante
dos tubos e dos equipamentos de análise.

 Punção Venosa Para Coleta De Exames


Material
 Garrote (torniquete)
 Seringas
 Dispositivos intravenosos ou agulhas
 Tubos de ensaio
 Etiquetas, Algodão,
 Antisséptico (álcool a 70%)
 Luvas de procedimento
 Curativo adesivo
Procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Orientar o cliente para o procedimento;
3. Acomodá-lo confortavelmente;
4. Posicionar a bandeja;
5. Observar a rede venosa e escolher a melhor veia para ser puncionada;
6. Calçar luvas de procedimento;
7. Garrotear aproximadamente de 10 cm a 15 cm acima do local escolhido para punção (deixar o menor
tempo possível o cliente garroteado);
8. Apalpar a veia escolhida;
9. Fazer antissepsia ampla do local da punção com movimentos firmes e num único sentido;
10.Pegar o dispositivo intravenoso escolhido de modo que o bisel esteja voltado para cima,
11.Fixar a veia;

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12.Puncionar a veia, introduzindo o dispositivo intravenoso acoplado á seringa.


13.Observar o fluxo sanguíneo;
14.Fixar o dispositivo;
15.Aspirar o volume sanguíneo determinado para o exame solicitado;
16.Observação se seringa, passar o conteúdo dela (sem agulha) para o tubo de modo que o sangue
escorra pela parede do mesmo. Se vácuo o conteúdo vai diretamente para o tubo.
17.Observar a reação do cliente, retirar o dispositivo;
18.Fazer compressão no local com algodão seco;
19.Orientar o cliente não dobrar o braço;
20.Retirar as luvas;
21.Lavar as mãos;
22.Colocar etiqueta com nome do cliente nos tubos com o material colhido;
23.Manter a unidade em ordem;
24. Encaminhar o material a colhido para o laboratório;
25. Fazer anotações de enfermagem.

 Teste De Glicemia Com Fita Reagente (Destro)


Material
Bandeja contendo:
 Lanceta
 Bolas de algodão
 Álcool a 70%,
 Luvas de procedimento
 Glicosímetro,
 Fitas reagentes
Procedimento
1. Separe o material;
2. Lavar as mãos;
3. Orientar o cliente para o procedimento;
4. Calçar as luvas;
5. Prepare o glicosímetro;
6. Confira se as fitas reagentes têm o mesmo numero do chip que esta no aparelho;
7. Coloque a fita no aparelho e espere o sinal para colocar uma gota de sangue;
8. Fazer antissepsia da parte distal do dedo;
9. Posicionar o dedo do cliente para baixo;
10. Fazer uma leve pressão no dedo escolhido;
11. Introduzir a lanceta num movimento firme e único na lateral do dedo (após o uso desprezá-la em
local de perfuro cortante);
12. Coletar uma gota de sangue e pingue-a na fita reagente;
13. Espere o aparelho proceder a leitura de acordo com o fabricante do glicosímetro;
14. Após a leitura retire a fita reagente e despreze-a em local apropriado;
15. Retire as luvas;
16. Lavar as mãos;
17. Deixar a unidade em ordem;
18. Fazer anotações de enfermagem.

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V - ESTRUTURA DA PELE
1. DEFINIÇÃO
A pele é um órgão externo que reveste o organismo humano e dá proteção às estruturas internas com
relação ao meio exterior. A pele desempenha inúmeras funções no organismo humano como:
 eliminação de toxinas através das glândulas sudoríparas
 proteção do organismo
 termorregulação
 sensorial
 imunológica
 renovação dos tecidos de revestimento

2. CAMADAS DA PELE
Como sabemos a pele é constituída por três camadas de fora para dentro que são epiderme, derme e
hipoderme.
A epiderme, formada por tecido epitelial estratificado córneo tem uma estrutura diversificada que é
constituída por células como queratonócitos (responsáveis pela produção da queratina), melanócitos
(responsáveis pela pigmentação da pele), anexos cutâneos (pêlos, unhas, glândulas) apresentando,
ainda cinco camadas como:
 camada basal ou germinativa: é a região onde estão as células jovens com intensa capacidade de
reprodução ou mitose.
 camada espinhosa: onde estão presentes as células de Malpighi , responsáveis pela produção de
queratina
 camada granulosa: é a área onde são encontradas células achatadas formadas por grânulos de
queratina
 camada lúcida: aqui encontraremos células anucleadas, achatadas e ricas em queratina
 camada córnea: é formada por diversas células mortas que constituem uma capa de queratina e que
se renova continuamente. Esta camada é responsável pelo aumento da espessura da pele,
principalmente na palma da mão e sola dos pés. É a camada da pele que protege o organismo contra
agressões físicas, químicas e biológicas do meio ambiente.
A renovação constante da epiderme ocorre para manter a sua integridade e se inicia a partir das células
basais que levam de 60 a 75 dias para chegar até a camada córnea. Além do sistema queratínico a pele
também é formada pelo sistema melanocítico que tem como célula de importância primordial o
melanócitos, responsável pela síntese da melanina que é o pigmento da pele.
Estes melanócitos estão ao nível da camada basal e se encontram na proporção de 1 para cada 10
queratinócitos basais nos indivíduos da raça branca podendo existir em maior quantidade nos indivíduos
mulatos e negros.
A luz solar auxilia no processo de ativação da síntese de melanina na pele tornando-a mais bronzeada.
Ainda na epiderme e derme estão presentes as células de Langherans que tem função imunológica
porque atua como fagócito nos processos alérgicos e infecciosos como micoses provocadas por fungos.
 Anexos Da Epiderme
Os anexos da epiderme são o folículo pilossebáceo, a glândula sudorípara e a unha. O folículo
pilossebáceo é composto pelo pêlo, glândula sebácea e músculo eretor do pelo que tem estrutura
muscular . Os folículos pilossebáceos estão dispersos por várias regiões do organismo sendo que
existem regiões como barba e couro cabeludo onde os pelos são mais espessos, porém as glândulas
sebáceas são menores enquanto que na face há predomínio de pelos finos, mas com glândulas sebáceas
bem desenvolvidas.

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As unhas são lâminas de queratina que recobrem as falanges e originam-se da matriz ungueal e seu
crescimento é contínuo servindo como um elemento de proteção das pontas dos dedos.
As glândulas sudoríparas são de dois tipos: apócrinas e exócrinas.
As glândulas sudoríparas apócrinas desembocam nos folículos pilossebáceos e secretam um líquido
leitoso constituído por substâncias proteicas, lipídicas e glicídicas. Estas glândulas estão presentes
em regiões do corpo como axilas, genitais, etc, e sua secreção apresentam odor típico que é proveniente
da decomposição pela ação das enzimas bacterianas.
As glândulas do tipo exócrinas estão presente nas regiões palmo e plantares e em toda extensão do
corpo lançando sua secreção diretamente sobre a epiderme.
 Derme
É a camada intermediária entre a epiderme e a hipoderme sendo constituída por substância
fundamental, fibras, vasos e nervos e, ainda, folículos pilossebáceos e glândulas sudoríparas.
A derme apresenta três camadas diferentes que são:
 Camada papilar: é a região onde estão presentes as células e as fibras colágenos;
 Camada reticular: é intermediária entre a camada papilar e a hipoderme apresentando feixes de
fibras colágenos mais espessos;
 Derme adventícia: é encontrada ao redor dos folículos pilossebáceos, glândulas e vasos sendo
formado por feixes delgados de colágeno.
A substância fundamental encontrada na derme tem composição de mucopolissacarídeos ácidos, 70%
de fibras colágenos, fibras elásticas associadas às colágenos, fibras reticulares também associadas às
colágenos com intensa elasticidade. Estas fibras associadas se entrelaçam formando uma trama na
derme que é responsável pela elasticidade e resistência da pele. Ainda na derme são encontrados
os vasos sanguíneos e linfáticos, células como fibroblastos, histiócitos e mastócitos que tem funções
como síntese de fibras colágenos, elásticas e reticulares e de defesa da pele.
 Hipoderme Ou Tecido Subcutâneo
É formado por células adiposas que se agrupam formando lóbulos separados por filamentos de
colágeno e por vasos sanguíneos. A constituição celular dos adipócitos apresenta basicamente os
lipídeos do tipo triglicérides e colesterol, vitaminas e água.
A hipoderme tem importantes funções como proteger o organismo contra choques e traumatismos,
atuando ainda como reserva energética e isolante térmico.

3. FISIOLOGIA DA PELE
A pele apresenta diversas funções que atuam de forma importante na manutenção dos mecanismos por
ela exercidos.
Entre as funções principais da pele estão:
 Proteção
É a função primordial que a pele realiza porque preserva as estruturas internas contra agressões do
meio ambiente como traumatismos e contra as radiações solares através do sistema melânico. A
camada córnea impermeabiliza a pele contra perdas excessivas de água e de eletrólitos mantendo o
equilíbrio hidroeletrolítico. A atuação da pele como elemento de defesa do organismo é garantida pelas
células de Langherans, pelos linfócitos, macrófagos e mastócitos que tem atividade antimicrobiana.
 Percepção
como a pele apresenta-se ricamente inervada devido a presença de inúmeras terminações provenientes
da medula espinhal as sensações de frio, pressão, calor, dor e outras podem ser captadas. As sensações
táteis, dolorosas, térmicas são atribuídas a certos corpúsculos nervosos presentes em diversas partes do
organismo.

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 Termorregulação e hemorregulação
A pele apresenta plexos vasculares e glomérulos que auxiliam a manutenção e a regulagem do débito
circulatório. No mecanismo de termorregulação existe a participação das glândulas sudoríparas
exócrinas que liberando a secreção sobre a pele ajudam a refrigerá-la.
 Metabolização
A pele auxilia na metabolização de hormônios como testosterona, progesterona e vitamina D.
 Secreção
A pele sintetiza substâncias como melanina, queratina, gordura, suor que tem inúmeras funções no
funcionamento normal de suas atividades.
 Excreção
As glândulas sudoríparas exócrinas produzem o suor que é constituído por excretas e eletrólitos que
devem ser eliminados do organismo.

4. LESÕES ELEMENTARES
A análise da pele é um dos passos mais importantes para se definir a forma de tratamento após o
reconhecimento das alterações que ocorrem nos tecidos que compõem as suas estrutura tegumentar.
Qualquer alteração presente na estrutura da pele seja qual for a causa que a provocou caracteriza a
formação de lesões elementares.
Os mecanismos indutores de lesões elementares podem ser de natureza circulatória, inflamatória,
metabólica, degenerativa ou hiperplásica.
Dependendo dos tipos de lesões e das causas que a provocaram podemos classificar as lesões da pele da
seguinte forma:
 Quanto a Modificações da Cor
Manchas Pigmentares: estão relacionadas à melanina e podem ser classificadas em hipercrômicas,
hipocrômicas e acrômicas.
As manchas hipercrômicas apresentam tom escuro por excesso de melanina no local onde estão
presentes. As manchas hipocrômicas são claras por apresentarem menor quantidade de pigmento
e as acrômicas são desprovidas de melanina.
Manchas por pigmentos como bilirrubina, caroteno que podem ter coloração amarelada, marrom,
etc.
Manchas relacionadas a pigmentos estranhos ao organismo como ouro, prata, arsênio, corantes, etc.
Medicamentos e substâncias que contenham ouro, prata e arsênico podem alterar a coloração da pele
assim como tatuagens através dos pigmentos coloridos que ficam nela impregnados e os antimaláricos
que a tornam amarelado.

Manchas devidas a alterações vasculares


 transitórias: eritema e enantema, cianose que são manchas de coloração arroxeada.
 O eritema é de cor avermelhada devido à presença de sangue arterial e é provocada por hiperemia
enquanto que na cianose a coloração da pele se torna azulada devido à redução da hemoglobina no
sangue principalmente nas extremidades digitais, orelhas, conjuntivas e leito ungueal. Quando
este processo ocorre nas mucosas é chamado de enantema ou eritema das mucosas.
 permanentes: nevo vascular (angioma) e telangectasia. O aumento do número de vasos
sanguíneos é chamado de nevo vascular e a telangectasia é a dilatação permanente do calibre de
pequenos vasos.

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Manchas devidas ao pigmento sanguíneo são as púrpuras de coloração avermelhada que dependendo
da extensão da mancha podem ser classificadas em petéquia, víbice, hematoma, equimose.
A petéquia é uma lesão purpúrica puntiforme, a víbice é uma lesão purpúrica linear, a equimose é uma
lesão purpúrica de grande extensão e o hematoma é uma coleção de lesões purpúricas geralmente de
origem traumática.

Eflorescências elementares sólidas


Segundo o aspecto que apresentam podem ser subdivididas em:
 Seropápula: é uma eflorescência circunscrita de tamanho variável que faz saliência na pele, com
coloração que varia do eritematoso ao anêmico. Nesta lesão surge vasodilatação com saída de plasma e
de células sanguíneas.
 Pápula: eflorescência de consistência dura, superficial com menos de 5 cm , com certa elevação que
não forma cicatriz ao regredir. As pápulas podem ser epidérmicas com aumento de células de uma ou
várias camadas da epiderme ou em placas que são lesões elevadas em platô provenientes da formação
de numerosas pápulas.
 Tubérculo: é uma formação de consistência endurecida , elevada com mais de 5 mm devido à
infiltração de células mesenquimais em toda derme deixando cicatriz ao regredir
 Nódulo: é uma formação de consistência endurecida de dimensões variáveis, muitas vezes
reconhecida pela palpação, em virtude do número de células presentes na hipoderme ou derme
profunda.
 Queratose: é um espessamento da epiderme por proliferação da camada córnea. Asuperfície das
queratose em geral é áspera e esbranquiçada.
 Vegetação: é a hipertrofia de algumas papilas dérmicas podendo se apresentar sob o aspecto de
verrugas

Eflorescências elementares de conteúdo líquido


São as bolhas, vesículas e pústulas As bolhas apresentam conteúdo líquido (seroso) de grandes
dimensões enquanto que as vesículas apresentam pequenas dimensões. Nas pústulas
observamos presença de conteúdo líquido purulento podendo conter bactérias e diversos neutrófilos.
O abscesso é uma coleção de pus presente na profundidade dos tecidos. Todas as lesões de
conteúdo líquido, ao evoluírem, em geral não deixam cicatrizes com exceção dos abscessos.

Eflorescências por solução de continuidade


São as erosões, ulcerações, fissuras, escoriações, As escoriações são ruptura de tecidos provenientes de
mecanismo traumático como cortes com objetos, arranhões, etc.
As erosões provocam lesões do tegumento por mecanismo patológico superficial que agride a
epiderme.
Nas ulcerações temos erosão profunda da derme e até mesmo da hipoderme, músculos e até ossos.
As fissuras são lesões lineares ou estreitas da pele.

Eflorescências elementares caducas (Escama, crosta, escara)


As escamas são lamínulas epidérmicas que se desprendem com facilidade e são devidas a distúrbios de
queratinização.
As crostas são decorrentes do ressecamento de exsudatos do tipo seroso, purulento ou hemático que se
eliminam espontaneamente.

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As escaras são lesões negras mais ou menos espessas que podem atingir planos profundos da pele e são
provenientes de necrose tecidual.
Sequelas
São as cicatrizes e as atrofias

VI – FERIDAS

1. CLASSIFICAÇÃO
As feridas podem ser classificadas de três formas diferentes: de acordo com a maneira como foram
produzidas, de acordo com o grau de contaminação e de acordo com o comprometimento tecidual.
Quanto ao mecanismo de lesão as feridas podem ser descritas como:
 Incisas: As feridas incisas ou cirúrgicas são aquelas produzidas por um instrumento cortante. As
feridas limpas geralmente são fechadas por suturas.
 Contusas: As feridas contusas são produzidas por objeto rombo e são caracterizadas por
traumatismo das partes moles, hemorragia e edema.
 Lacerantes: As feridas laceradas são aquelas com margens irregulares como as produzidas por vidro
ou arame farpado.
 Perfurantes: As feridas perfurantes são caracterizadas por pequenas aberturas na pele. Uns
exemplos são as feridas feitas por bala ou ponta de faca.

Quanto ao grau de contaminação, as feridas podem ser:


 Limpa: Feridas limpas são aquelas que não apresentam inflamação e em que não são atingidos os
tratos respiratórios, digestivos, genitais ou urinários.
 Limpas-contaminadas: Feridas limpas-contaminadas são aquelas nas quais os tratos
respiratórios, alimentares ou urinários são atingidos, porém em condições controladas.
 Contaminadas: As feridas contaminadas incluem feridas acidentais, recentes e abertas e
cirurgias em que a técnica asséptica não foi respeitada devidamente.
 Sujas e infectadas. Feridas infectadas ou sujas são aquelas nas quais os microorganismos já
estavam presentes antes da lesão.

De acordo com o comprometimento tecidual as feridas são classificadas em quatro estágios:


Estágio I - caracteriza-se pelo comprometimento da epiderme apenas, com formação de eritema em
pele íntegra e sem perda tecidual.
Intervenções de enfermagem:
 Manter o paciente em decúbito 30°, se não houver restrições para redistribuição do peso corporal.
 Fazer escala de mudança de decúbito de 2/2 horas, evitando pressão na área hiperemiada. Evitar
tensões musculares e posições viciosas, mantendo o alinhamento corporal, registrar horário do ultimo
posicionamento.
 Estimular hidratação (2 a 3 litros de água a cada 24 horas), se não houver restrições.
 Avaliar exames bioquímicos e hematológicos.
 Realizar avaliação do grau de risco em desenvolver úlceras de pressão diariamente.
 Vigiar a área constantemente.
 Fazer uso de recursos disponíveis: filmes transparentes e aliviadores de pressão para manter a
integridade da pele, cremes loções preferencialmente á base de ácidos graxos essências para manter a
hidratação da pele. Não massagear áreas hiperemiadas.

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 Medidas mecânicas: colchões especiais, almofada ou coxim de espuma ou permitam a difusão de ar


e calor.
 Prevenir fatores de risco em relação ao estado geral (nutrição, alterações circulatórias e endócrinas,
nível de consciência, incontinência urinária, fecal e outros).

Estágio II- caracteriza-se por abrasão ou úlcera, ocorre perda tecidual e comprometimento da epiderme,
derme ou ambas.
Intervenção de enfermagem:
 Avaliar a lesão e utilizar as medidas de prevenção do 1º estagio se indicadas.
 Limpar com soro fisiológico.
 Providenciar a cobertura adequada (hidrocolóide, hidrogel, AGE e outros).
 Não perfurar flictemas. O meio úmido favorece a cicatrização, diminui a dor e o risco de infecção, se
romper flictemas poderá ser aplicado substituto da pele; Biofil, Omiderm.

Estágio III - caracteriza-se por presença de úlcera profunda, com comprometimento total da pele e
necrose de tecido subcutâneo, entretanto a lesão não se estende até a fáscia muscular.
Intervenção de enfermagem:
 Avaliar a lesão e utilizar as medidas descritas no 1° e 2° estágios, se indicadas.
 Remover o tecido desvitalizado (debridamento químico, cirúrgico ou enzimático).
 Evitar o uso de substancias tóxicas para o tecido de granulação.
 Optar por coberturas adequadas á fase da lesão.
 Observar a quantidade de exsudato. Feridas muito exsudativas respondem muito bem aos Aliginatos
de cálcio (Kaltostal, Comfeel Plus, Tegagem).
 Na presença de sinais de infecção, realizar cultura bacteriológica e antibiograma para detectar
infecção.
 Evitar qualquer tipo de fricção sob o tecido de granulação.

Estágio IV - caracteriza-se por extensa destruição de tecido, chegando a ocorrer lesão óssea ou muscular
ou necrose tissular.
Intervenções de enfermagem:
 Avaliar a lesão e utilizar as medidas descritas no 1° e 2° estágios, se indicadas.
 Observar sinais de infecções sistêmicas.
 Prepara a área para enxerto (se necessário).

2. FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS


Vários processos celulares contínuos contribuem para a restauração da ferida: regeneração celular,
proliferação celular e produção de colágeno. A resposta do tecido às lesões passa por três estágios
parcialmente sobrepostos:
 Fase Inflamatória Ou Exsudativa
Dura cerca de 72 horas e corresponde à ativação do sistema de coagulação sangüínea e à liberação de
vários mediadores, tais como fator de ativação de plaquetas, fator de crescimento, serotonina,
adrenalina e fatores do complemento entre outros. Nesta fase a ferida pode apresentar edema,
vermelhidão e dor.

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 Fase Proliferativa Ou Regenerativa


Pode durar de 1 a 14 dias e se caracteriza pela formação do tecido de granulação. Nesta fase o colágeno
é o principal componente do tecido conjuntivo reposto, por isso a vitamina C auxilia muito nesse
processo metabólico da cicatrização da ferida.

 Fase Reparativa Ou De Maturação


Durante esta última fase da cicatrização a densidade celular e a vascularização da ferida diminuem,
enquanto há maturação das fibras colágenas. Nesta fase ocorre uma remodelação do tecido cicatricial
formado na fase anterior. O alinhamento das fibras é reorganizado a fim de aumentar a resistência do
tecido e diminuir a espessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. Esta fase tem início no terceiro dia e
pode durar até seis meses.

3. TIPOS DE CICATRIZAÇÃO
A maneira pela qual uma ferida é fechada ou " deixada" fechar é essencial para o processo de
cicatrização. Existem três formas pelas quais uma ferida pode cicatrizar que dependem da quantidade
de tecido perdido ou danificado e da presença ou não de infecção, são elas:
 Primeira intenção (união primária) - este tipo de cicatrização ocorre quando as bordas da ferida são
apostas ou aproximadas, havendo perda mínima de tecido, ausência de infecção e edema mínimo.
Quando as feridas cicatrizam-se por primeira intenção, a formação de tecido de granulação não é visível.
 Segunda intenção (granulação) - Neste tipo de cicatrização ocorre perda excessiva de tecido e
presença de infecção. O processo de reparo, neste caso, é mais complicado e demorado. Esse método
de reparo é também denominada cicatrização por granulação, pois no abscesso formam- se brotos
minúsculos chamados granulações.
 Terceira intenção (sutura secundária) - caso uma ferida não tenha sido suturada inicialmente ou as
suras se romperam e a ferida tem que ser novamente suturada. Isso é feito pelo cirurgião que, após a
drenagem do material, promove a aproximação das bordas.

4. FATORES QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS


 Perfusão de Tecidos e Oxigenação
Doenças que alteram o fluxo sanguíneo normal podem afetar a distribuição dos nutrientes das células,
assim como a dos componentes do sistema imune do corpo. Essas condições prejudicam a capacidade
do organismo em transportar células de defesa e antibióticos administrados, o que dificulta o processo
de cicatrização. O fumo reduz a hemoglobina funcional e leva à disfunção pulmonar o que reduz a
aporte de oxigênio para as células e dificulta a cura da ferida.
 Localização da Ferida
Feridas em áreas mais vascularizadas e em áreas de menor mobilidade e tensão cicatrizam mais
rapidamente daquelas em áreas menos irrigadas ou áreas de tensão ou mobilidade (como cotovelos,
nádegas, joelhos).
 Corpo Estranho na Ferida
Implantes de silicone, válvulas cardíacas artificiais, materiais de curativo ou qualquer outro corpo
estranho pode retardar o processo de cicatrização, por serem inertes.
 Medicamentos
O corticosteróide, os quimioterápicos e os radioterápicos podem reduzir a cicatrização de feridas, pois
diminuem a resposta imune normal à lesão. Eles podem interferir na síntese protéica ou divisão celular,
agindo, diretamente na produção de colágeno. Além disso, podem tornar a cicatriz mais frágil,
aumentando a atividade da colagenase.

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Deve-se também evitar o uso de antimicrobianos nas feridas.


 Nutrição
Uma deficiência nutricional pode dificultar a cicatrização, pois deprime o sistema imune e diminui a
qualidade e a síntese de tecido de reparação. As carências de proteína e de vitamina C são as mais
importantes pois afetam diretamente a síntese do colágeno.
 Hemorragia
O acúmulo de sangue propicia o acúmulo de células mortas que precisam ser removidas, bem como o
surgimento de hematomas e isquemia. Isso provoca dor e lentifica o processo de cicatrização.
 Edema e Obstrução Linfática
Dificultam a cicatrização, pois diminuem o fluxo sangüíneo e o metabolismo do tecido, facilitando
o acúmulo de catabólitos e produzindo inflamação.
 Infecção
A infecção é definida como uma concentração bacteriana superior a 105. Colonização da ferida não deve
ser confundida com infecção. A colonização ocorre quando a ferida é mantida livre de tecido necrótico
e/ ou material estranho e é controlada pela ação de neutrófilos e macrófagos. Já a infecção ocorre
quando há uma alta concentração bacteriano, tecido local comprometido (escara, necrose ou corpo
estranho) é comprometimento generalizado do paciente.
 Idade do Paciente
O envelhecimento torna os tecidos menos elásticos e menos resistentes o que dificulta a cura de uma
ferida.
 Hiperatividade do Paciente
A hiperatividade dificulta a aproximação das bordas da ferida. O repouso favorece a cicatrização

VII - CURATIVO
1. DEFINIÇÃO
É um procedimento utilizado para a limpeza, proteção e tratamento das lesões.
O curativo consiste no cuidado dispensado a uma região do corpo com presença de uma ruptura da
integridade de um tecido corpóreo.
Nas três últimas décadas os investimentos na área de curativos aumentaram. As coberturas de feridas
evoluíram dos curativos passivos (gazes, compressas), para curativos ativos (interativos, bioativos),
alterando o tratamento de feridas.
O objetivo da cura da ferida implica em recuperar a continuidade entre as bordas da ferida e
restabelecer a função do tecido, implicando em complexos processos de regeneração e reparação.
O melhor curativo é aquele que imita a pele e mantém um ambiente úmido a fim de favorecer a
migração celular Turner (1982)
Expressa alguns critérios do curativo ideal:
 Manter alta umidade no espaço entre ferida/ curativo Remover o excesso de exsudato e
componente tóxico Permitir trocas gasosas
 Promover isolamento térmico
 Dispor de proteção contra infecção secundaria Estar livre de partículas e contaminantes tóxicos
Permitir sua renovação sem trauma na troca Dispor de vários tamanhos
 Proporcionar conforto ao cliente

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2. TIPOS DE CURATIVOS
 1ª Classificação
 Passivos: são utilizados produtos que protegem e cobrem as feridas, como: algodão, gazes, gazes
medicadas, esparadrapos, micropore, fitas cirúrgicas. Atualmente este e o tipo de curativo utilizado
nesta unidade.
 Interativos ou hidroativos: são utilizados materiais projetados para manter um microambiente
ótimo para cura da ferida, como: películas polimerizadas, espumas polimerizadas, polímeros fibrosos e
de partículas, hidrogéis, hidrocolóides.
 Bioativos: é curativo que resgatarão ou estimularão a liberação de substancias ativas durante o
processo de cura, como: alginato de cálcio, polissacarídeos, hidrogéis, hidrocolóides.

 2ª Classificação
 Simples ou aberto: consiste na limpeza das lesões com antissépticos e aplica-se medicação sem
cobrir o local da lesão. Ex.: escoriações.
 Oclusivo: o ferimento não fica exposto. Pode ser:
 Seco: uma camada de gaze e prender com atadura ou esparadrapo.
 Úmido: aplica-se solução anti-séptica para remover as bactérias, as células descamadas, crostas
e exsudato inflamatório e o ferimento é protegido com gaze umedecida.
 Compressivo: colocada compressa para interferir na hemostasia sanguínea.
 Contensivo: aquele que se utiliza recursos para manter aproximação das bordas da ferida. Através de
esparadrapos em forma de margarida e X, aderidos às espátulas e outros.

3. FINALIDADES DOS CURATIVOS


 Remover corpos estranhos; Limpar a lesão;
 Reaproximar bordas separadas; Promover hemostasia;
 Evitar o aparecimento de infecções nas feridas assépticas;
 Impedir a propagação de infecções nas feridas sépticas;
 Preencher espaço morto e evitar a formação de sero-hematomas; Manter contato de
medicamentos junto às feridas e adjacências;
 Fazer debridamento mecânico e remover tecido necrótico;
 Absorver exsudato e secreções e facilitar a drenagem;
 Manter a umidade da superfície da ferida;
 Fornecer isolamento térmico;
 Proteger e isolar a ferida do meio externo e contra trauma mecânico.
 Favorecer a cicatrização da ferida;
 Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida;
 Proporcionar maior conforto físico e psicológico aos clientes;
 Diminuir a intensidade da dor.

4. TÉCNICAS DE CURATIVOS, CICATRIZAÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO


Um bom curativo começa com uma boa preparação do carro de curativos. Este deve ser completamente
limpo. Deve-se verificar a validade de todo o material a ser utilizado. Quando houver suspeita sobre a
esterilidade do material que deve ser estéril, estes devem ser considerados não estéril e ser descartado.
Deve verificar ainda se os pacotes estão bem lacrados e dobrados corretamente.

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O próximo passo é um preparo adequado do paciente. Este deve ser avisado previamente que o
curativo será trocado, sendo a troca um procedimento simples e que pode causar pequeno
desconforto. Os curativos não devem ser trocados no horário das refeições. Se o paciente estiver numa
enfermaria, deve-se usar cortinas para garantir a privacidade do paciente. Este deve ser informado da
melhora da ferida. Esses métodos melhoram a colaboração do paciente durante a troca do curativo, que
será mais rápida e eficiente.
A lavação das mãos com água e sabão, que deve ser feita antes e depois de cada curativo. O
instrumental a ser utilizado deve ser esterilizado; deve ser composto de pelo menos uma pinça
anatômica, duas hemostáticas e um pacote de gazes; e toda a manipulação deve ser feita através de
pinças e gazes, evitando o contato direto e consequentemente menor risco de infecção.
Deve ser feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma solução que contenha sabão, para
desengordurar a área, o que removerá alguns patógenos e vai também melhorar a fixação do curativo à
pele. A limpeza deve ser feita da área menos contaminada para a área mais contaminada, evitando-se
movimentos de vaivém Nas feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é a pele localizada ao redor da
ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da ferida.
Deve-se remover as crostas e os detritos com cuidado; lavar a ferida com soro fisiológico em jato, ou
com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver sujidade e no local de inserção dos cateteres
centrais); por fim fixar o curativo com atadura ou esparadrapo.
Em certos locais o esparadrapo não deve ser utilizado, devido à mobilidade (articulações), presença de
pelos (couro cabeludo) ou secreções. Nesses locais deve-se utilizar ataduras.
Esta vede ser colocada de maneira que não afrouxe nem comprima em demasia. O enfaixamento dos
membros deve iniciar-se da região dista para a proximal e não deve trazer nenhum tipo de desconforto
ao paciente.
O esparadrapo deve ser inicialmente colocado sobre o centro do curativo e, então, pressionando
suavemente para baixo em ambas as direções. Com isso evita-se o tracionamento excessivo da pele e
futuras lesões.
O esparadrapo deve ser fixado sobre uma área limpa, isenta de pelos, desengordurados e secos; deve-se
pincelar a pele com tintura de benjoim antes de colocar o esparadrapo. As bordas do esparadrapo
devem ultrapassar a borda livre do curativo em 3 a 5 cm; a aderência do curativo à pele deve ser
completa e sem dobras. Nas articulações o esparadrapo deve ser colocado em ângulos retos, em direção
ao movimento.
Durante a execução do curativo, as pinças devem estar com as pontas para baixo, prevenindo a
contaminação; deve-se usar cada gaze uma só vez e evitar conversar durante o procedimento técnico.
Os procedimentos para realização do curativo devem ser estabelecidos de acordo com a função do
curativo e o grau de contaminação do local.

Obedecendo as características acima descritas, existem os seguintes tipos de curativos padronizados:


 Curativo Limpo: Ferida limpa e fechada
 O curativo limpo e seco deve ser mantido oclusivo por 24 horas.
 Após este período, a incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão. c) utilizar PVP-I tópico
somente para ablação dos pontos.
 Curativo Com Dreno
 O curativo do dreno deve ser realizado separado do da incisão e o primeiro a ser realizado será
sempre o do local menos contaminado.
 O curativo com drenos deve ser mantido limpo e seco. Isto significa que o número de trocas está
diretamente relacionado com a quantidade de drenagem.

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 Se houver incisão limpa e fechada, o curativo deve ser mantido oclusivo por 24 horas e após este
período poderá permanecer exposta e lavada com água e sabão.
 Sistemas de drenagem aberta (penrose ou tubulares), devem ser mantidos ocluídos com bolsa estéril
ou com gaze estéril por 72 horas. Após este período, a manutenção da bolsa estéril fica a critério
médico.
 Alfinetes não são indicados como meio de evitar mobilização dos drenos penrose, pois enferrujam
facilmente e propiciam a colonização do local.
 A mobilização do dreno fica a critério médico.
 Os drenos de sistema aberto devem ser protegidos durante o banho.

 Curativo Contaminado
Estas normas são para feridas infectadas e feridas abertas ou com perda de substância, com ou sem
infecção. Por estarem abertas, estas lesões são altamente susceptíveis à contaminação exógena.
 O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo e seco.
 O número de trocas do curativo está diretamente relacionado à quantidade de drenagem, devendo
ser trocado sempre que úmido para evitar colonização.
 O curativo deve ser protegido durante o banho.
 A limpeza da ferida deve ser mecânica com solução fisiológica estéril. e) A antissepsia deve ser
realizada com PVP-I tópico.
 As soluções antissépticas degermantes são contraindicadas em feridas abertas, pois os tensoativos
afetam a permeabilidade das membranas celulares, produzem hemólise e são absorvidos pelas
proteínas, interferindo prejudicialmente no processo cicatricial.
 Gaze vaselinada estéril é recomendada nos casos em que há necessidade de prevenir aderência nos
tecidos.
 Em feridas com drenagem purulenta deve ser coletada cultura semanal (swab), para monitorização
microbiológica.

Técnica Básica De Curativo


1. Lavar as mãos com água e sabão, secar e friccionar álcool 70% glicerinado;
2. Reunir o material necessário e levá-lo até o paciente;
3. Explicar-lhe o que será feito;
4. Descobrir ou cobrir o paciente conforme a necessidade;
5. Colocar a cuba-rim ou bandeja de inox próxima ao local do curativo protegida com papel toalha;
6. Abrir os pacotes de curativo com técnica asséptica, dispor as pinças em ordem de uso;
7. Delimitar imaginariamente espaço livre no campo para separar o material contaminado da área
estéril;
8. Abrir os pacotes de gaze;
9. Remover o curativo anterior (em caso de troca), o que poderá ser feito com as mãos enluvadas ou
com pinças;
10.Deve ser feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma solução que contenha sabão, o
que removerá mecanicamente alguns patógenos e vai também melhorar a fixação do curativo à pele;
11.Fazer um chumaço de gaze e embebê-lo com soro fisiológico, mantendo uma distância em torno de
20cm entre o frasco e o chumaço. Proceder à limpeza da área seguindo o princípio do menos para o
mais contaminado: a limpeza deve ser feita da área menos contaminada para a mais contaminada,
evitando-se movimentos de vaivém. Nas feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é a pele localizada

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ao redor da ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da
ferida;
12.Secar toda a área com chumaços secos de gaze;
13.Fazer novo chumaço embebê-lo com solução anti-séptica (PVPI tópico) e aplicar na ferida;
14.Deve-se remover as crostas e os detritos com cuidado, lavar as feridas com soro fisiológico em jato
ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver sujidade e no local de inserção dos
cateteres centrais);
15.Em feridas contaminadas, deve-se iniciar a antissepsia da área mais distante para a mais próxima da
ferida;
16.Secar toda a área na mesma sequencia;
OBS: quando necessário usar pomadas, aplicar sobre a espátula e esta sobre a ferida.
17.Cobrir o ferimento com gazes abertas ou dobradas e atadura conforme a extensão da ferida;
Desprezar as pinças na cuba-rim;
18.Fixar as gazes com esparadrapo ou micropore; em certos locais o esparadrapo não deve ser utilizado,
devido à mobilidade (articulações), presença de pelos ou secreções. Nesses locais devem-se utilizar
ataduras, estas devem ser colocadas de maneira que não afrouxem nem comprimam em demasia.
O enfaixamento dos membros inicia-se da porção distal para a proximal e não deve ocasionar nenhum
tipo de desconforto ao paciente.;
19.Identificar um esparadrapo sobre o curativo com o nome de quem o realizou, data, hora e
assinatura;
20.Confortar o paciente;
21.Desprezar o material contaminado em sacos de lixo distintos conforme determinado pela Vigilância
Sanitária;
22.Encaminhar o material usado à Central de Esterilização de Materiais;
23.Lavar as mãos e friccionar com álcool 70% glicerinado;
24.Anotar o procedimento no prontuário do paciente.

5. FASES DO CURATIVO
 remoção do curativo anterior e limpeza das bordas distantes, utilizando-se de pinça dente de rato e
Kocher;
 fazer a limpeza da ferida utilizando-se de pinça anatômica ou Kelly, iniciando da área menos
contaminada para a mais contaminada;
 no tratamento das feridas fazer a aplicação de antissépticos indicados, pomadas e outros, utilizando-
se de pinça anatômica e Kelly;
 na confecção do curativo de proteção, se necessário, usar pinça Kelly e anatômica.

6. PRINCIPIOS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM A REALIZAÇÃO DE CURATIVOS


 Primeiro princípio:
Pele e mucosa albergam normalmente germes Os cuidados são:
1. Lavar as mãos antes e depois de atender o paciente
2. Manipular o material estéril sempre com auxilio de pinças ou luvas estéreis
3. Limpar a ferida com soro fisiológico 0,9%
4. Empregar antisséptico (se necessário) na ferida e ao redor da mesma
5. Orientar o cliente sobre os cuidados: não tocar com a mão na ferida, não falar sobre a lesão, não
pegar em materiais esterilizados.

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 Segundo princípio
Os germes se encontram no ar. Os cuidados são:
1. Deixar a ferida e os materiais estéreis expostos o menor tempo possível.
2. Preparar o ambiente: fechar as janelas, evitar correntes de ar.
3. Dispor o material de modo que fique cômodo para o profissional e o cliente, evitando ao máximo a
contaminação.
 Terceiro princípio
A umidade facilita o crescimento e a proliferação dos germes. Os cuidados são:
1. As feridas que drenam necessitam troca de curativos cada vez que estejam úmidos com exsudatos.
2. Se há contra indicação para mudar frequentemente o curativo este poder ser reforçado.
3. com mais gazes estéreis secas, para inibir a passagem de germes do exterior para a ferida.
4. A parte externa do curativo de uma ferida com drenagem está muito contaminada –
5. zelar ao fazer sua troca e manter o exterior seco.
 Quarto princípio
Os líquidos circulam para baixo com o resultado da gravidade. Os cuidados são:
1. Conservar as pinças com as pontas voltadas para baixo
2. A zona de maior contaminação de uma ferida que está drenando está na parte de baixo, por isso em
curativos com dreno o reforço de curativos deve ser feito na parte inferior.
 Quinto princípio
as vias aéreas albergam com frequência germes que podem passar para as feridas abertas. Os cuidados
são:
1. Não falar ao manipular o material estéril ou a ferida
2. Usar máscara nos casos mais delicados, quando houver suspeita de infecção de vias aéreas ou
quando houver risco de respingos de sangue ou pus.
 Sexto princípio
O sangue transporta os materiais que nutrem e reparam os tecidos corporais. Os cuidados são:
1. Evitar substancia que lesam tecidos
2. Usar técnicas assépticas
3. Não tocar na lesão com qualquer material não esterilizado
4. Usar cada gaze ou tampão só uma vez para tratamento da ferida
5. Usar técnica do toque com tampão rotativo, evitando os movimentos de dentro para fora da ferida
tanto quanto de fora para dentro
6. Retirar os tecidos necrosados
 Sétimo princípio
Os líquidos se movem até os materiais por ação capilar. Os cuidados são:
1. Colocar na proteção da ferida somente material estéril, mesmo aqueles que não estejam em contato
com a lesão.
2. Remover secreções
3. Restringir movimentos
4. Cobrir áreas desfiguradas
5. Promover conforto e bem estar do individuo
 Oitavo princípio
Não passe o braço sobre o campo estéril. Existe risco de que contaminantes do braço ou uniforme
contaminem o campo estéril.

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 Nono princípio
Quando for realizar curativos em clientes com mais de uma ferida, deve-se iniciar pelos de incisão limpa
e fechada, seguindo-se os de ferida aberta não infectada e por ultimo as colostomias e fístulas em geral.
 Décimo princípio
Jamais colocar o material contaminado na cama, na mesa de cabeceira ou no recipiente de lixo do
cliente.
 Décimo primeiro princípio
Observar presença de infecção e colher material para cultura de secreção sempre que necessário.

7. RETIRADA DE PONTOS
 Definição
consta da retirada de fios, colocados para aproximar as bordas de uma lesão, com intuito de facilitar a
cicatrização. O tempo destinado à retirada de pontos está ligado a localização no corpo e à força tênsil
da mesma.
 Face: 1 a 3 dias
 Pescoço: 2 a 4 dias
 Couro cabeludo após 7 dias
 Tronco e extremidade: 6 a 10 dias
 Articulações: 8 a 12 dias
 Os tipos de sutura podem ser
Fios não absorvíveis: poliéster, seda, suturas da pele
Fios absorvíveis: catgut ou fibra sintética.
Material utilizado
 Pacote de curativo (se necessário)
 Pacote para retirada de pontos
 SF 0,9%
 Cuba rim Lixo
Procedimentos
1. Lavar as mãos;
2. Preparo do cliente e do material;
3. Retirar curativo, se houver;
4. Limpar a incisão cirúrgica;
5. Cortar a extremidade mais curta do ponto o mais próximo possível da pele;
6. Coloque os pontos retirados sobre uma gaze;
7. Cobrir a ferida somente se houver necessidade;
8. Orientar o paciente a realizar a higiene em domicílio;
9. Desprezar o material adequadamente;
10. Anotar dados no prontuário.

 Rotina Da Limpeza Dos Materiais


1. Abrir as pinças e tesouras;
2. Imergir na solução de ENDOZIME, preparada com 8 mL de solução para 3L de água;
3. Deixar durante 5 minutos;
4. Em seguida, lavar abundantemente e secar;
5. Encaminhar os materiais para o preparo ou embalagem;

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OBS: A solução preparada poderá ser usada por 8 a 12 horas desde que mantenha a mesma diluição e
permaneça em recipiente fechado.

 Destinação Do Lixo Da Sala De Curativos


O lixo deve ser separado em recipientes próprios de acordo com sua natureza:
materiais perfurocortantes tais como: seringas com agulha, agulhas, ampolas, laminas de bisturi e
barbear, equipos com escalpe, escalpes. Serão armazenada em caixa própria denominada DESCARPAX.
materiais contaminados tais como: gesso, talas, gazes, algodão, drenos, luvas, bolsas coletoras, papel
higiênico de pacientes, fraldas descartáveis, restos alimentares de pacientes, etc. Armazenados em
lixeira com tampa e revestida com saco plástico.

8. COMO FAZER UMA ATADURA


Atadura e bandagens são enfaixamento, realizados em determinada parte do corpo para: limitar
movimentos, aquecer locais, firmar curativos, manter talas em posição pressão para controle de
sangramentos.
Material
 Faixa crepe (ou gaze)
 Esparadrapo ou fita crepe
Observação: as faixas variam quanto á largura (10, 15, 20,30 cm). Escolha aquela que mais se adapte ao
local a ser enfaixado. Se houver necessidade, use mais de uma faixa.
Procediments
1. Reúna o material necessário;
2. Lavar as mãos;
3. Oriente o paciente, explique ao paciente que será feita uma atadura;
4. Posicione de maneira confortável e mantenha o membro a ser enfaixado em posição anatômica;
5. Coloque de frente para o paciente, para facilitar o seu desempenho, fique de frente para o paciente;
6. Inicie o enfaixamento, inicie o enfaixamento observando uma pequena distancia do local lesado.
Circule duas vezes o ponto inicial, de modo que uma volta sobreponha-se exatamente á outra.
Observação: segure a atadura de modo que o rolo obra para cima. Com a mão esquerda, segure a
extremidade da faixa e, com a direita, o rolo;
7. Aplique atadura aplique a faixa seguindo o formato de espiral, no sentido ascendente, ou seja, para
cima. Cada volta deve cobrir 2/3 da volta anterior;
Obs: Desenrole a atadura á medida que for atingindo a superfície corporal;
8. Tracione o rolo uniforme, evitando a formação de rugas ou pregas na faixa;
9. Fixe a atadura, a ultima volta deve sobrepor-se á anterior. A fixação deve ser feita com esparadrapo;
10.Faça a anotação do cuidado realizado, anote no relatório de enfermagem, o cuidado realizado e local
do enfaixamento.
Observações
 O procedimento descrito é para atadura mais usada (espiral simples).As observações abaixo se
referem a qualquer tipo de atadura existente.
 As ataduras de gaze devem ser removidas com auxilio de tesoura e, em seguida desprezadas. As
ataduras muito sujas (com secreção purulenta) devem ser removidas com pinças (ou luvas), caso
estejam aderidas, umedeça-as com soro fisiológico.
 Fique atenta aos sinais de má circulação (ex: edemas, temperatura fria e cianose),observando
regularmente as extremidades da área enfaixada. Em caso de aquecimento use uma faixa de algodão

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ortopédico sob a atadura de crepe ou em caso de restrição de membros, para evitar escoriações na
pele.

9. PREVENÇÃO DE ESCARAS
Escaras são lesões que se formam na pele, geralmente em regiões de saliências ósseas, suas causas
podem ser: pressão e fricção do corpo sobre a cama por longo tempo, excesso de umidade falta de
higiene, excesso de calor ou frio e mal posicionamento de aparelho gessado e ataduras.
 Regras Para Prevenção De Escaras
1. Mude o paciente de decúbito de 2 em 2 horas: O paciente deve ser mudado de posição no mínimo
de 2 em 2 horas, deve ser colocado mas posições lateral direita e esquerda, decúbito dorsal e ventral.
2. Proteja as saliências ósseas: As saliências ósseas devem ser protegidas com coxins de algodão ou
espuma, evitando, assim a pressão excessiva e continua na área.
3. Evite o uso de comadres com esmalte descascado: Deve-se tomar cuidado com o uso de comadres
esmaltadas, evitando aquelas em que o esmalte esteja saindo.
4. Mantenha a cama limpa e trocada: A cama deve ser trocada quantas vezes forem necessárias para
mantê-la limpa, seca e sem migalhas.
5. Estenda os lençóis: Os lençóis devem ser mantidos esticados, sem a formação de rugas que poderão
ferir o paciente.
6. Faça massagens: As massagens devem ser realizadas para ativar a circulação, podendo ser aplicado
creme hidratante, solução de tintura de benjoim, ácidos graxos essencial nos locais onde normalmente,
há maior pressão, ou seja, nas saliências ósseas.
Atenção: medicamento só pode ser misturado se não for alterar sua composição qualquer duvida
pergunte a enfermeira ou ao médico.
7. Ofereça água ao paciente: Após o paciente engolir o remédio, você poderá oferecer-lhe água para
retirar o sabor desagradável que fica na boca.
8. Cheque o medicamento: Conforme orientação anterior, cheque o medicamento na prescrição
médica, anote no relatório de enfermagem, qualquer intercorrência observado.
• Tipo de soro
• Escala de soro
• Luvas de procedimentos Torniquetes (garrote) Bolas de algodão
• Álcool 70%
• Adesivos
• Dispositivo intravenoso apropriado
• Suporte de soro.

VIII - CUIDADO COM PACIENTE AGONIZANTE

1. CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Os cuidados de enfermagem com o paciente agonizante visam oferecer conforto, tranquilidade e apoio.
1. Coloque biombos ao redor do leito: Respeite o estado do paciente. Se estiver em enfermaria,
coloque biombos ao redor do leito, para evitar situações constrangedoras aos demais pacientes da
unidade e a família do paciente.
2. Mantenha o paciente limpo: Providencie higiene ou banho completo, sempre que for necessário.
3. Coloque o paciente em posição adequada: Deixe o paciente na posição mais confortável possível. Em
caso de agitação, restrinja o paciente ao leito. Para prevenir escaras, você pode muda-lo de posição a
cada duas horas, permitindo, assim, a ativação da circulação sanguínea.

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4. Mantenha o ambiente calmo e silencioso: Proporcione tranqüilidade ao paciente. Mantenha o


quarto ou enfermaria bem arejada; fale em tom de voz normal e evite barulhos desnecessários.
5. Retire prótese dentaria, se houver: Remova a prótese dentaria do paciente para evitar
problemas de sufocação, principalmente em paciente inconscientes.
6. Controle dos sinais vitais: Faça controle rigoroso dos sinais vitais. Qualquer anormalidade verificada
deve ser comunicada á enfermeira chefe.
7. Administre o medicamento prescrito: Deve ser administrado rigorosamente o medicamento,
seguindo horário e dose prescrita.
8. Faça higiene oral: A higiene oral deve ser feitos sempre que necessário. Mantenha umedecido os
lábios e a língua do paciente.
9. Providencie assistência medica: Em caso de emergência, solicite a assistência medica e avise a
enfermeira responsável.
10.Ofereça apoio á família: Permita a permanência da família junto do paciente e oriente-a a procurar o
médico, para receber informações específicas.
11.Faça anotação no relatório de enfermagem: Anote, detalhadamente, o estado do paciente e os
cuidados realizados.
Obs: você deve providenciar para que seja toda assistência data seja descrita no relatório de
enfermagem com todos os detalhes prescritos.

2. PREPARO DO CORPO APÓS A MORTE


O preparo do corpo após a morte é realizado com a finalidade de deixa-lo limpo, permitir o
posicionamento adequado antes que haja rigidez da musculatura e evitar a saída de secreções e mau
odor.
Material
 Bacia com solução alcoolizada
 lisoforme ou odorans
 Cuba-rim;
 Uma pinça Pean
 Éter; esparadrapo
 Luva de banho lençol
 Atadura
 Bolas de algodão
Providenciar material para identificação que deve constar: nome do paciente, leito, data do óbito, hora
do óbito, qual medico que constatou o óbito e assinatura do funcionário de enfermagem que preparou
o corpo.
Procedimento
1. Cerque a cama com biombos: O uso de biombos evita situações constrangedoras aos pacientes e
familiares. Utilize-os se o paciente estiver em enfermaria;
2. Prepare o material necessário;
3. Obs: As entidade tem impresso próprio.
4. Leve o material ao quarto do paciente: Coloque o material sobre a mesa de cabeceira, de modo que
facilite seu trabalho;
5. Coloque o corpo em posição dorsal: Uma vez que, aproximadamente, duas horas após a morte, há
um endurecimento do corpo, posicione-o, imediatamente, antes que se torne rígido. Estenda os
braços e as pernas do paciente ao longo do leito;

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6. Solte a roupa da cama: Retire os travesseiros e cobertores. Desprenda os lençol, mantendo o


paciente coberto com o lençol de cima;
7. Retire a roupa do paciente e encaminhe-a para a lavanderia ou entregue á família.
8. Lave todo corpo com solução alcoolizada: Proceda á limpeza do corpo, segundo a rotina hospitalar.
Misture a solução indicada (álcool, lisoforme ou odorans) com água, numa bacia, e, com a luva de
banho, passe no corpo todo paciente;
9. Faça o tamponamento do ouvido, do nariz e da boca: Pegue bolas de algodão e introduza-as no
ouvido e nariz do paciente, com ajuda da pinça pean. O algodão deve ser introduzido o mais fundo
possível, de modo que não apareça;
10.Faça o tamponamento perineal: em casos de pacientes do sexo feminino, introduza também bola de
algodão no canal vaginal;
11.Faça o tamponamento anal: Neste caso proceda da mesma forma. Coloque bolas de algodão e
empurre-as coma pinça pean.
12.Identifique o corpo do paciente: Prepare uma etiqueta de esparadrapo, com dados do paciente e
cole-a diretamente no tórax dele. Observação: em algumas entidades tem impresso próprio;
13.Vista o paciente: Se a família trouxer roupas para vestir o paciente, coloque-as. Caso contrario, vista-
o com uma camisola ou pijama, de acordo com a rotina hospitalar;
14.Prenda o queixo, pés e mãos: Amarre o queixo com ataduras de crepe, fechando naturalmente a
boca. Prenda os pés e cruze as mãos sobre o corpo, amarrando-as;
15.Retire a roupa de cama: Vire o paciente de lado e retire os lençóis. Estenda sobre o leito lençol limpo,
diagonal ao corpo do paciente;
16.Envolva o corpo com lençol: Utilize o lençol limpo para envolver o corpo do paciente, cobrindo
inteiramente. Com esparadrapo prenda as pontas do lençol, que ficara semelhante a um envelope;
17.Coloque uma etiqueta sobre o lençol: prenda uma outra etiqueta sobre o lençol, de
preferência ao tórax ou dedos (conforme a rotina da entidade);
18.Transporte o corpo para o necrotério: Utilize uma maca para transportar o corpo ao necrotério, de
acordo com a rotina da entidade;
19.Faça anotação de enfermagem no prontuário: Conforme rotina hospitalar, escreva no relatório de
enfermagem: o falecimento, os cuidados realizados antes de morrer, no momento dela, e o nome do
medico que constatou;
20.Observe o modelo; 14:00h. Observada cianose de extremidade e de face, seguindo-se de parada
cardíaca. Realizada massagem cardíaca sem reversão do quadro. Óbito constatado pelo Dr.João.
21.Envie o prontuário á seção de internação: O prontuário será encaminhado a seção de internação
para registro do óbito, de acordo com a rotina hospitalar;
22.Proceda á limpeza geral da unidade: Realize a limpeza da unidade, conforme orientação anterior.

IX - ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM
1. CONCEITO
Os registros efetuados pela equipe de enfermagem (enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem)
têm a finalidade essencial de fornecer informações sobre a assistência prestada, assegurar a
comunicação entre os membros da equipe de saúde e garantir a continuidade das informações nas 24
horas, condição indispensável para a compreensão do paciente de modo global.
Os registros realizados no prontuário do paciente tornam-se um documento legal de defesa dos
profissionais, devendo, portanto, estar imbuídos de autenticidade e de significado legal. Os mesmos
refletem todo o empenho e força de trabalho da equipe de enfermagem, valorizando, assim, suas ações.

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Todo documento particular, caso da documentação de enfermagem, para ser considerado autêntico e
válido deverá estar legalmente constituído, ou seja, possuir assinatura do autor do registro (artigo 368
do Código do Processo Civil - CPC) e inexistência de rasura, entrelinhas, emenda, borrão ou
cancelamento, características que poderão gerar a desconsideração jurídica do documento produzido
como prova documental (artigo 386 do CPC).
Salientamos que as declarações constantes do documento particular, escrito e assinado, presumem-se
verdadeiras em relação a quem o assinou (artigo 368 do CPC), fator importante na defesa profissional
em processos judiciais e éticos.
Quando, todavia, um documento contiver declaração de ciência, relativa a determinado fato, o
documento particular apenas provará a declaração, mas não o fato declarado (parágrafo único, do
artigo 368 do CPC), por isso a importância de cada profissional registrar seus atos e não os de outros.
A documentação de enfermagem, inserida no prontuário do paciente, é importante como
fonte de ensino e pesquisa, servindo à auditoria, à avaliação do cuidado e às questões legais, o que
determina a necessidade de conhecimento dos deveres e obrigações por parte dos profissionais de
enfermagem. Esta documentação assegura direito constitucional do paciente de decisão sobre sua
vida e autonomia, reforçado pela Lei Estadual de São Paulo nº 10.241/99, mais conhecida por Lei
Covas.
As Anotações de Enfermagem fornecem dados que irão subsidiar o enfermeiro no
estabelecimento do plano de cuidados/prescrição; suporte para análise reflexiva dos cuidados
ministrados, respectivas respostas do paciente e resultados esperados e desenvolvimento da
Evolução de Enfermagem.
Assim, a Anotação de Enfermagem é fundamental para o desenvolvimento da Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE), pois é fonte de informações essenciais para assegurar a continuidade
da assistência. Contribui, ainda, para a identificação das alterações do estado e das condições do
paciente, favorecendo a detecção de novos problemas, a avaliação dos cuidados prescritos e, por fim,
possibilitando a comparação das respostas do paciente aos cuidados prestados. (CIANCIARULLO et al,
2001).

2. PRONTUÁRIO DO PACIENTE
É todo acervo documental padronizado, organizado e conciso, referente ao registro dos cuidados
prestados ao paciente por todos os profissionais envolvidos na assistência. Para uma assistência de
qualidade, o profissional de saúde precisa de acesso a informações:
 Corretas
 Organizadas
 Seguras
 Completas
 Disponíveis
 Objetivos
 Atender às Legislações vigentes
 Garantir a continuidade da assistência
 Segurança do paciente
 Segurança dos profissionais
 Ensino e Pesquisa
 Auditoria

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 Aspectos legais dos Registros de Enfermagem


Os Registros de Enfermagem, além de garantir a comunicação efetiva entre a equipe de saúde,
fornecem respaldo legal e, consequentemente, segurança, pois constituem o único documento que
relata todas as ações da enfermagem junto ao paciente.
Uma ação incorreta do profissional poderá ter implicações éticas e/ou cíveis e/ou criminais. Pela
legislação vigente, todo profissional de enfermagem que causar dano ao paciente responderá por suas
ações, inclusive tendo o dever de indenizá-lo. Para que possa se defender de possíveis acusações poderá
utilizar seus registros como meio de prova.
Algumas regras são importantes para a elaboração das Anotações de Enfermagem, dentre as quais:
1. Devem ser legíveis, completas, claras, concisas, objetivas, pontuais e cronológicas;
2. Devem ser precedidas de data e hora, conter assinatura e identificação do profissional ao final de
cada registro;
3. Não conter rasuras, entrelinhas, linhas em branco ou espaços;
4. Conter observações efetuadas, cuidados prestados, sejam eles os já padronizados, de rotina e
específicos;
5. Devem, ainda, constar das respostas do paciente frente aos cuidados prescritos pelo enfermeiro,
intercorrências, sinais e sintomas observados;
6. Devem ser registradas após o cuidado prestado, orientação fornecida ou informação obtida;
7. Devem priorizar a descrição de características, como tamanho mensurado (cm, mm, etc.),
quantidade (ml, l, etc.), coloração e forma;
8. Não conter termos que deem conotação de valor (bem, mal, muito, pouco, etc.);
9. Conter apenas abreviaturas previstas em literatura;
10.Devem ser referentes aos dados simples, que não requeiram maior aprofundamento científico. Não é
correto, por exemplo, o técnico ou auxiliar de enfermagem anotar dados referentes ao exame físico do
paciente, como abdome distendido, timpânico; pupilas isocóricas, etc., visto que, para a obtenção
destes dados, é necessário ter realizado o exame físico prévio, que constitui ação privativa do
enfermeiro.
Em resumo, as Anotações de Enfermagem são registros de:
 Todos os cuidados prestados – incluem as prescrições de enfermagem e médicas
 cumpridas, além dos cuidados de rotina, medidas de segurança adotadas, encaminhamentos ou
transferências de setor, entre outros;
 Sinais e sintomas – incluem os identificados através da simples observação e os referidos pelo
paciente. Importante destacar que os sinais vitais mensurados devem ser registrados
pontualmente, ou seja, os valores exatos aferidos, e não normotenso, normocárdico, etc;
 Intercorrências – incluem os fatos ocorridos com o paciente e medidas adotadas; e
 Respostas dos pacientes às ações realizadas.
O enfermeiro deve adotar estratégias para desenvolver, na equipe, habilidades que garantam excelência
das Anotações de Enfermagem, assegurando uma assistência eficaz e isenta de riscos e danos ao
paciente. Outros itens são importantes para assegurar a responsabilidade profissional e a legalidade dos
registros no prontuário, dentre os quais a manutenção de impressos próprios, rotinas e educação
permanente aos profissionais.

3. ROTEIRO – O que anotar?


As Anotações de Enfermagem devem ser registradas em formulários/documentos, com
cabeçalho devidamente preenchido com os dados completos do paciente, de acordo com os critérios
estabelecidos na instituição.

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 Admissão
 Nome completo do paciente, data e hora da admissão;
 Condições de chegada (deambulando, em maca, cadeira de rodas, etc.);
 Presença de acompanhante ou responsável;
 Condições de higiene;
 Queixas relacionadas ao motivo da internação;
 Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional (mensuração de
sinais vitais, punção de acesso venoso, coleta de exames, elevação de grades, etc.);
 Orientações prestadas.
Obs.: Poderão ser inclusos dados padronizados na instituição ou informações coletadas de acordo com
orientações.
 Pré-operatório
 Procedimentos realizados no pré-operatório, conforme prescrição ou rotina institucional (banho,
higiene oral, mensuração de sinais vitais, retirada e guarda de próteses, roupas íntimas, presença e
local de dispositivos – acesso venoso, sondas, local de tricotomia, condições de pele, etc.);
 Tempo de jejum;
 Orientações prestadas;
 Esvaziamento de bexiga;
 Administração de pré-anestésico;
 Encaminhamento/transferência para o Centro Cirúrgico.
Obs.: O registro de antecedentes alérgicos poderá ser incluso nesta anotação, conforme prescrição ou
rotina institucional.
 Transoperatório
 Recepção no Centro Cirúrgico e encaminhamento à Sala Cirúrgica;
 Orientações prestadas;
 Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional (posicionamento do
paciente, instalação e/ou retirada de eletrodos, monitor, placa de bisturi e outros dispositivos – acesso
venoso, sondas, etc.);
 Composição da equipe cirúrgica;
 Dados do horário de início e término da cirurgia, conforme preconizado pela Instituição;
 Tipo de curativo e local;
 Intercorrências durante o ato cirúrgico;
 Encaminhamento à RA (Recuperação Anestésica).
 Pós-operatório
 Posicionamento no leito e instalação de equipamentos (monitores, grades no leito, etc.);
 Sinais e sintomas observados (cianose, palidez cutânea, dor, náuseas, vômitos, tremores,
hipotensão, etc.);
 Características e local do curativo cirúrgico, conforme prescrição ou rotina institucional;
 Instalação e/ou retirada de dispositivos, conforme prescrição ou rotina institucional (sondas, acesso
venoso, etc.);
 Orientações prestadas;
 Transferência de unidade/setor:
 Motivo da transferência;
 Data e horário;
 Setor de destino e forma de transporte;

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 Procedimentos/cuidados realizados (punção de acesso venoso, instalação de oxigênio,sinais vitais,


etc.);
 Condições (maca, cadeira de rodas);
 Queixas.
 Alta
 Data e horário;
 Condições de saída (deambulando, maca ou cadeira de rodas );
 Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional (mensuração de
sinais vitais, retirada de cateter venoso, etc.);
 Orientações prestadas.
Obs.: Importante o registro real do horário de saída do paciente e se saiu acompanhado.
 Óbito
 Assistência prestada durante a constatação;
 Data e horário;
 Identificação do médico que constatou;
 Comunicação do óbito ao setor responsável, conforme rotina institucional;
 Procedimentos pós-morte (higiene, tamponamento, etc.);
 Encaminhamento do corpo (forma, local, etc.).
Importante relembrar que todos os procedimentos e/ou cuidados prestados ao paciente, que devem
ser registrados nas Anotações de Enfermagem, quando realizados por profissionais de nível médio de
enfermagem (técnicos e auxiliares de enfermagem), deverão ser prescritos por profissionais habilitados
e capacitados (enfermeiro/médico) e/ou constar em manual de rotina da instituição.
 Dieta
 Indicar dieta oferecida (geral, leve, branda, pastosa, hipossódica, para diabéticos, dieta
 por sonda);
 Aceitação da dieta (total ou parcial);
 Dieta por sonda (quantidade da dieta e da hidratação, presença de refluxo gástrico);
 Dieta zero (cirurgia ou exames);
 Necessidade de auxílio ou não;
 Recusa – indicar o motivo (disfagia, mastigação dolorosa, falta de apetite, náusea, etc.);
 Sinais e sintomas apresentados.
Obs.: No caso de dietas administradas via sonda, importante citar os cuidados prestados antes e após a
administração, conforme prescrição (decúbito elevado, lavagem após administração da dieta, etc.).
 Diurese
 Ausência/presença de diurese (se sonda ou balanço hídrico, medir em ml);
 Características (coloração, odor);
 Presença de anormalidades (hematúria, piúria, disúria, etc.);
 Forma da eliminação (espontânea, via uripen, sonda vesical de demora/ostomias urinárias).
 Evacuação
 Episódios (nos respectivos horários);
 Quantidade (pequena, média, grande);
 Consistência (pastosa, líquida, semi pastosa);
 Via de eliminação (reto, ostomias);
 Características (coloração, odor, consistência, quantidade);
 Queixas.

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 Mudança de decúbito
 Posição (dorsal, ventral, lateral direita ou esquerda);
 Medidas de proteção (uso de coxins, etc.);
 Horário;
 Sinais e sintomas observados (alterações cutâneas, etc.).
 Higienização
 Tipo de banho (imersão, aspersão, de leito);
 Data e horário;
 Tempo de permanência no banho de imersão, tolerância e resistência do paciente;
 Aspersão (deambulando, cadeira de banho, auxílio);
 No leito, verificar a ocorrência de irritação de pele, alergia ao sabão, hiperemia nas proeminências
ósseas, realização de massagem de conforto, movimentação das articulações, aplicação de solução
para prevenção de úlceras. Anotar os locais.
 Cuidados com o couro cabeludo
 Horário do xampu ou tratamento realizado;
 Condições do couro cabeludo e dos cabelos;
 Material utilizado.
 Higiene íntima
 Motivo da higiene íntima;
 Aspecto do aparelho genital;
 Presença de secreção, edema, hiperemia.
 Higiene oral
 Presença de prótese total/parcial (caso seja necessário sua retirada, identificar e entregar ao
responsável da família ou do hospital);
 Condições da higiene (fez só, auxiliado ou realizado pelo profissional);
 Sinais e sintomas observados (hiperemia, lesões, condição da arcada dentária, etc.).
 Curativo
 Local da lesão;
 Data e horário;
 Sinais e sintomas observados (presença de secreção, coloração, odor, quantidade, etc.);
 Tipo de curativo (oclusivo, aberto, simples, compressivo, presença de dreno, etc.);
 Material prescrito e utilizado.
 Dreno
 Local e tipo;
 Aspecto e quantidade de líquido drenado;
 Sinais e sintomas observados.
 Acesso venoso periférico
 Local da inserção;
 Data e horário;
 Dispositivo utilizado;
 Motivos de troca ou retirada;
 Sinais e sintomas observados e possíveis intercorrências (transfixação, hematomas, extravasamento,
hiperemia etc.).
 Dor
 Localização e características;
 Intensidade (contínua ou intermitente);

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 Providências adotadas (comunicado à enfermeira, etc.). Intercorrências:


 Descrição do fato;
 Sinais e sintomas observados;
 Condutas tomadas (comunicado à enfermeira, etc.).
Obs.: Se a Anotação de Enfermagem traz dados constantes e variáveis a respeito dos cuidados prestados
ao paciente, não há que se falar em padronização do conteúdo e sim em diretrizes que poderão trazer
ao profissional de enfermagem mais segurança. Nada impede a criação de um roteiro como o
apresentado anteriormente, porém, o profissional deverá ficar alerta quanto ao seu uso de forma
individual, para cada caso.
 Administração de medicamentos
Atenção: Somente a checagem do(s) item(s) cumpridos(s) ou não, através de símbolos, não cumpre(m)
os requisitos legais de validação de um documento, conforme mencionado no capítulo "Conceitos", por
isso a importância de registrar, por escrito, na Anotação de Enfermagem a administração ou não da
medicação.
 Item(s) da prescrição medicamentosa administrada(s);
 Se injetável, também registrar o local onde foi administrado: IM (glúteo, deltoide, vasto lateral, etc.);
EV (antebraço, dorso da mão, região cefálica, membro inferior, etc.), SC (abdome, região posterior do
braço, coxa, etc.) e ID. Não se esquecer de fazer referência se do lado esquerdo ou direto;
 No caso de administrar através de um dispositivo já existente, como intracath, duplo lumem, acesso
venoso periférico, injetor lateral do equipo ou outro, anotar por onde foi administrado o medicamento
endovenoso;
 No caso de não administrar o medicamento, apontar o motivo.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os Registros de Enfermagem são itens fundamentais para a comprovação da aplicação de uma
assistência baseada em princípios técnicos científicos, sem os quais a enfermagem deixaria de ser uma
ciência, passando ao simples cuidar prestado sem qualquer direcionamento, gerando resultados
imprevistos e, possivelmente, nocivos ao paciente.
Na busca da melhoria da qualidade da Assistência de Enfermagem, buscamos constantemente
proporcionar apoio ao profissional, visando ao aprimoramento na aplicação dessa ciência, o que inclui
os esclarecimentos diante de fatores que podem gerar entendimentos inadequados.
Ao tratar do assunto Registros de Enfermagem, destacamos que uma das principais interpretações
distorcidas aplica-se à diferença entre Anotação de Enfermagem e Evolução de Enfermagem. Diante
disso, apresentamos resumidamente, as principais diferenças entre esses registros:

Anotação Evolução
Dados brutos....................................................................Dados analisados
Elaborada por toda equipe de enfermagem...................Elaborada apenas pelo enfermeiro
(enfermeira, técnico e auxiliar de enfermagem)
Referente a um momento..............................................Referente ao período de 24h
Dados pontuais...............................................................Dados processados e contextualizados
Registra uma observação................................................Registra a reflexão e análise de dados

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IX - REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS

Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem (PROFAE) Profissionalização de


auxiliares de enfermagem

Sites:
www.hospitalsiriolibanes.org.br
revista.cremepe.org.br
biomedufpi.blogspot.com www.rts.org.br
suerdamedeiros.zip.net
portal.ua.ptwww.haaf.aer.mil.br
solegelo.blogspot.com
vitrinemt.blogspot.comwww.harmonizacaod
eespacos.blogspot.com
www.hospital.unoeste.br
estadodefluxo.net www.oxivida.com.br
destaknews.blogspot.com
pt.dreamstime.com

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