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Matéria:
ENFERMAGEM EM
ASSISTÊNCIA
A
CLIENTES/PACIENTES
EM TRATAMENTO
CLÍNICO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS
Conhecer reflexões no cuidado digno e seguro, considerando as opções e direitos dos
clientes.
Conhecer os fatores de risco que levam à hipertensão arterial, formas de tratamento e ações
de enfermagem.
Conhecer as principais disfunções cardiovasculares e as ações de especificas de
enfermagem para cada uma delas.
COMPETÊNCIA ACESSÓRIA
Conhecer os problemas mais comuns relacionados aos distúrbios hematológicos e as ações
de enfermagem.
HABILIDADES ESSENCIAIS
Elaborar um plano de orientações para os pacientes portadores de hipertensão arterial.
Descrever os fatores de risco que levam as disfunções cardiocirculatórias.
Calcular a probabilidade de uma pessoa ser portador ou não da anemia falciforme ou
apresentar traço falciforme.
Ações de Enfermagem
Os objetivos dos cuidados de enfermagem nos pacientes hipertensos visam a redução
e ao controle da pressão arterial, sem efeitos adversos ou sem custo indevido. Para atingir
esses objetivos, o enfermeiro deve apoiar e ensinar o paciente a aderir ao esquema terapêutico
por meio da implementação das alterações necessárias no estilo de vida, da ingesta de
medicamentos conforme prescritos e agendando consultas regulares de acompanhamento com
o profissional de saúde para monitorizar o progresso ou identificar e tratar quaisquer
complicações de doença ou terapia.
È importante que o paciente compreenda o processo patológico e também como as
alterações no estilo de vida e os medicamentos podem controlar a hipertensão. Os grupos de
apoio para controle de peso, cessação do fumo e redução do estresse podem ser benéficos
para alguns pacientes; outros irão beneficiar-se do apoio da família e de amigos. A enfermeira
auxilia o paciente a desenvolver e aderir a um regime de exercícios apropriado, porque a
atividade regular é um fator significante na redução do peso.
As informações escritas sobre os efeitos esperados e os efeitos colaterais dos
medicamentos são muito importantes. Quando ocorrem efeitos colaterais, os pacientes
precisam compreender a importância de relatá-los e a quem eles devem ser reportados. Os
pacientes precisam ser informados de que a hipertensão rebote pode ocorrer caso os
medicamentos anti-hipertensivos sejam interrompidos subitamente. Além disso, os pacientes
devem saber que alguns medicamentos, como os beta-bloqueadores, podem provocar
disfunção sexual. O enfermeiro pode encorajar e ensinar os pacientes a medir a pressão
arterial em casa. Isso envolve os pacientes em sues próprios cuidados e enfatiza o fato de que
a falha em ingerir os medicamentos pode resultar em um aumento identificável na pressão
arterial. Os pacientes precisam saber que a pressão arterial varia continuamente e que a faixa
dentro da qual suas pressões variam deve ser monitorizada.
A não aderência com o programa terapêutico é um problema significante nas pessoas
com hipertensão e outras condições crônicas que exigem o controle pelo restante da vida.
Estima-se que 50% interrompam seus medicamentos dentro de 1 ano a partir do inicio. A
educação continuada e o incentivo são frequentemente necessários para capacitar os
pacientes a formular um plano aceitável, o qual os ajude a viver com suas hipertensões e a
aderir ao plano de tratamento. Pode ser necessário assumir compromissos em alguns aspectos
da terapia para lograr o sucesso nas metas de maior prioridade.
FUNDAMENTAÇÃO
Os profissionais de saúde têm importância primordial nas estratégias de controle da
hipertensão arterial, quer na definição do diagnóstico clínico e da conduta terapêutica, quer nos
esforços requeridos para informar e educar o paciente hipertenso como de fazê-lo seguir o
tratamento.
OBJETIVO
Fazer com que os alunos aprendam a orientar seus pacientes em relação aos fatores
de risco e ao controle da hipertensão arterial.
PROCEDIMENTO
Com o auxílio do professor e do monitor, os alunos devem ser divididos em grupos de 5
a 6 representantes. Cada grupo deve elaborar uma peça teatral abordando os temas abaixo
citados. Essa encenação deve abordar questões referentes à orientação aos pacientes
portadores de Hipertensão Arterial, além de esclarecer sobre os fatores de risco e propor
medidas de tratamento e prevenção.
EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO
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DISRITMIAS
As disritmias constituem distúrbios da formação e/ou condução do impulso elétrico
dentro do coração. Podem causar distúrbios da freqüência cardíaca, do ritmo cardíaco ou de
ambos. As disritmias podem a princípio ficar evidenciadas pelo efeito hemodinâmico que
provocam. Elas são diagnosticadas através da análise do formato das ondas
eletrocardiográficas. As disritmias são nomeadas de acordo com o local de origem do impulso e
do mecanismo de formação ou condução envolvido.
ATEROSCLEROSE CORONARIANA
Consiste em um acumulo anormal de substâncias lipídicas, ou gordurosas e tecido
fibroso na parede vascular. Essas substâncias criam bloqueios ou estreitam o vaso de tal modo
que reduzem o fluxo sanguíneo para o miocárdio. Envolve uma resposta infamatória repetitiva
para a lesão da parede arterial e uma alteração nas propriedades biofísicas e bioquímicas das
paredes arteriais. È uma doença progressiva, a qual pode ser contida e, em alguns casos,
revertida.
ANGINA DE PEITO
A angina de peito é uma síndrome clinica caracterizada por episódios ou paroxismos
de dor ou pressão na parte anterior do tórax. A causa em geral é o fluxo sanguíneo coronariano
insuficiente. Em geral a angina de peito e causada por doença aterosclerótica.
Diversos fatores estão associados a típica dor anginosa:
Esforço físico;
Exposição ao frio que pode provocar vasoconstrição e uma pressão arterial elevada, a qual
aumenta a demanda de oxigênio;
Ingerir refeição pesada, (em um coração gravemente comprometido o desvio de sangue para
a digestão pode ser suficiente para induzir a dor anginosa).
Estresse ou qualquer situação geradora de emoção.
Ações de enfermagem
Obter informações sobre os sintomas e atividades do paciente, sobretudo aquelas que
precedem e precipitam as crises de dor anginosa.
Perguntas mais apropriadas:
Onde a dor se localiza? Ela ocorre em algum outro
ponto?
Como você descreveria a dor (pulsátil, compressiva,
cortante, continua intermitente?).
Que grau você daria em uma escala de 0 a 10?
Que outros sintomas ocorrem com a dor?
O que geralmente deflagra a dor? O que geralmente a
alivia? O que a agrava?
Geralmente por quanto tempo dura a dor?
Quando um paciente sente dor torácica deve-se
orientá-lo no sentido de parar com todas as atividades e
sentar ou descansar no leito em uma posição de semi-
fowler para reduzir os requisitos de oxigênio do
miocárdio isquêmico. A equipe de enfermagem avalia a
dor do paciente fazendo as perguntas padronizadas.
A avaliação deve continuar aferindo-se os sinais
vitais e observando os sinais de angústia respiratória. A
administração de oxigênio é indicada quando a
freqüência respiratória do paciente esteja aumentada ou
o nível de saturação do oxigênio diminuído. Embora não exista documentação de seu efeito
sobre o resultado, o oxigênio é comumente administrado a 2L/min por uma cânula nasal,
mesmo sem evidencia de angústia respiratória. Quando a dor é significante e continua depois
dessas prescrições o paciente é usualmente encaminhado para uma unidade de observação
mais elevada.
Manter o equilíbrio atividade-repouso é também um importante aspecto no plano
educacional para o paciente e para a família, bem como trabalhar no sentido de reduzir a
ansiedade e ensinar o autocuidado aos pacientes.
Resultados Esperados: o paciente relata que a dor é aliviada de imediato,reconhece os
sintomas , empreende ações imediatas,procura assistência medica quando a dor persiste ou
muda de qualidade, compreende meios para evitar complicações e demonstra ficar sem
complicações,relata ansiedade diminuída, expressa aceitação do diagnostico, não exibe sinais
e sintomas específicos de ansiedade.adere ao programa de autocuidado, toma os
medicamentos conforme prescrição, matem consultas de cuidados de saúde, implementa o
plano para reduzir os fatores de risco.
INFARTO DO MIOCÁRDIO
O Infarto do Miocárdio refere-se ao processo pelo qual áreas de células miocárdicas no
coração são destruídas de maneira permanente. Como a angina instável, o IM é geralmente
causado, mas nem sempre, pelo fluxo sanguíneo reduzido em uma artéria coronária devido à
aterosclerose e à oclusão completa de uma artéria por êmbolo ou trombo. As outras causas de
um IM incluem o vasoespasmo de uma artéria coronária, suprimento diminuído de oxigênio (a
partir da perda sanguínea aguda, anemia ou pressão arterial baixa) e demanda aumentada de
oxigênio (a partir da freqüência cardíaca rápida, tireotoxicose ou ingestão de cocaína). Em
cada caso existe um profundo desequilíbrio entre o aporte e a demanda de oxigênio no
miocárdio.
Oclusão coronariana, ataque cardíaco e IM são termos usados como sinônimos, mas o
termo preferido é Infarto do Miocárdio. A área do infarto leva tempo para desenvolver-se, e,
com o passar do tempo, a falta de oxigênio resulta em infarto ou morte das células. Várias
descrições definem adicionalmente um IM: a localização da lesão na parede ventricular
esquerda (na parede anterior, ínfero-posterior ou lateral) ou no ventrículo direito, ou no
momento do processo de infarto (agudo, em evolução ou antigo). A localização e o momento
são usualmente identificados por um ECG. Independentemente da localização, o objetivo da
terapia clínica no IM agudo é evitar ou minimizar a necrose do tecido miocárdico e evitar
complicações.
Ações de Enfermagem
O alívio da dor torácica é a principal
prioridade para o paciente com um IM agudo,
sendo a terapia medicamentosa necessária
pra realizar essa meta. O método aceito para
alivio da dor torácica associada ao IM é a
administração intravenosa de vasodilatador e
terapia anticoagulante.
A nitroglicerina e a heparina são os
medicamentos de escolha, respectivamente. A
terapia trombolítica é altamente desejável
para os pacientes que se apresentam na
instituição de saúde imediatamente após e
que se qualificam clinicamente. Os sinais
vitais são avaliados com freqüência enquanto o paciente estiver experimentando dor. O
repouso físico no leito, com a cabeceira elevada, ou em uma cadeira cardíaca ajudara a
diminuir o desconforto torácico e a dispnéia. A elevação da cabeça é benéfica pelas seguintes
razões:
O volume corrente melhora por causa da pressão reduzida a partir do conteúdo
abdominal sobre o diafragma e, assim, gera a melhoria da expansão pulmonar e da
troca gasosa.
A drenagem dos lobos superiores dos pulmões melhora.
Durante esse tempo, que começa precocemente e dura períodos variados, comumente
6 a 8 semanas, os objetivos dos pacientes incluem a modificação das atividades,de modo que
a recuperação completa seja atingida. A adaptação a uma crise cardíaca é um processo
continuo e, em geral, requer alguma modificação de estilo de vida. Algumas modificações
específicas:
Evitar qualquer atividade que produza dor torácica, dispnéia ou fadiga indevida.
Evitar extremo de calor e frio e caminhar contra o vento.
Perder peso quando indicado.
Parar de fumar.
Alternar períodos de atividade e repouso.
Usar as forças pessoais para compensar as limitações.
Desenvolver padrões regulares de alimentação, aderir à dieta prescrita.
Aderir ao regime médico, principalmente quanto à ingestão de medicamentos.
Empreender atividades que liberem a tensão.
Gerenciando sintomas
Dirigir-se a instituição de emergência mais próxima quando a dor e a opressão torácica
não são aliviadas em 15 minutos pela nitroglicerina
Contactar o médico quando ocorrer o seguinte: falta de ar, desmaio, batimentos
cardíacos rápidos ou lentos, suor nos pés e tornozelos.
Quando qualquer uma das válvulas cardíacas não se abre ou fecha da maneira
apropriada, o fluxo sangüíneo é afetado. Quando as válvulas não se abrem por completo,
ocorre uma condição denominada estenose, isto é, fluxo através da válvula reduzido. Quando
as válvulas não se fecham por completo, o fluxo acontece no sentido retrógrado, através da
válvula, em um processo conhecido como regurgitação.
Os distúrbios da válvula mitral são dispostos nas seguintes categorias: prolapso da
válvula mitral (estiramento do folheto valvular para dentro do átrio durante a sístole), estenose
mitral e regurgitação mitral. Os distúrbios da válvula aórtica são categorizados como estenose
aórtica ou regurgitação aórtica. Esses distúrbios valvulares levam a diversos sintomas, que,
dependendo de sua gravidade, podem exigir a
reparação ou substituição cirúrgica para
corrigir o problema. Os distúrbios das válvulas
tricúspide e pulmonar também ocorrem,
geralmente com menor quantidade de
sintomas e complicações.
Tratamento de enfermagem
Quando necessário, a equipe de enfermagem ou o próprio médico ensina o paciente a
ler os rótulos dos produtos em um esforço para evitar a cafeína e o álcool, principalmente nos
produtos e medicamentos não controlados, como remédios para a tosse.
A equipe de assistência também explica que o álcool, a efedrina e a adrenalina que
podem estar contidos em algumas preparações sem controle podem produzir disritmias.
Além disso, também educa os pacientes com prolapso da válvula mitral sobre a
necessidade de antibioticoterapia profilática antes de passar por procedimentos invasivos
(p.ex., tratamentos dentários, procedimentos genitourinários ou gastrointestinais) que podem
introduzir infecciosos a nível sistêmico. Quando há dúvida em relação aos fatores de risco e à
necessidade de antibióticos, os pacientes devem consultar seus médicos.
ESTENOSE MITRAL
A Estenose mitral é uma obstrução do sangue que flui do átrio esquerdo para dentro do
ventrículo esquerdo. Mais amiúde, é causada por endocardite reumática, a qual espessa e
contrai, de maneira progressiva, os folhetos da válvula mitral. Eventualmente, o orifício da
válvula mitral estreita e obstrui progressivamente o fluxo sanguíneo para dentro do ventrículo.
Normalmente, a abertura da válvula mitral é tão ampla quanto três dedos. Nos casos
de estenose acentuada, a abertura estreita-se até a largura de um bastão de grafite de lápis.
O átrio esquerdo tem grande dificuldade de movimentar o sangue através desse orifício
estreitado para dentro do ventrículo e se dilata (estica-se) e hipertrofia (espessa-se) por causa
do aumento do volume sangüíneo que agora comporta. Como não há proteção para as veias
pulmonares contra um fluxo retrógrado de sangue a partir do átrio, a circulação pulmonar toma-
se congestionada. Em conseqüência disso, o ventrículo direito deve contrair contra uma
pressão arterial pulmonar anormalmente elevada e, dessa maneira, fica sujeito a um esforço
excessivo. Eventualmente, o ventrículo direito se toma insuficiente.
REGURGITAÇÃO MITRAL
A regurgitação mitral envolve o fluxo do sangue para trás, a partir do ventrículo
esquerdo, para dentro do átrio esquerdo durante a sístole. Com freqüência, as bordas da
válvula mitral não podem se fechar durante a sístole.
A regurgitação mitral pode ser causada por problemas com um ou mais folhetos, com a
cordoalha tendinosa, com o ânulo ou com os músculos papilares. Um folheto da válvula mitral
pode encurtar ou sofrer laceração. A cordoalha tendinosa pode alongar-se, encurtar ou lacerar-
se. O ânulo pode ser esticado pelo aumento cardíaco ou deformado pela calcificação. O
músculo papilar pode romper-se, esticar ou ser mudado de posição a partir de alterações na
parede ventricular (p.ex., a cicatriz de um infarto do miocárdio ou dilatação ventricular). O
músculo papilar pode ser incapaz de contrair-se por causa da isquemia. Independentemente da
causa, o sangue reflui para trás, para dentro do átrio, durante a sístole.
A cada batimento do ventrículo esquerdo, parte do sangue é forçada para trás, para
dentro do átrio esquerdo. Como esse sangue é somado ao sangue que está começando a fluir
para dentro a partir dos pulmões, o átrio esquerdo deve esticar-se. Ele eventualmente sofre
hipertrofia e se dilata. O fluxo retrógrado do sangue a partir do ventrículo esquerdo diminui o
volume do sangue que flui para dentro do átrio a partir dos pulmões. Em conseqüência disso,
os pulmões tomam-se congestos, acrescentando, eventualmente, esforço extra sobre o
ventrículo direito. Por conseguinte, a regurgitação mitral envolve, por fim, os pulmões e o
ventrículo direito.
ESTENOSE AÓRTICA
A estenose da válvula aórtica é o estreitamento do orifício entre o ventrículo esquerdo e
a aorta. Nos adultos, a estenose pode envolver as malformações congênitas do folheto ou o
número de folhetos (um ou dois em vez de três), ou pode resultar da endocardite reumática ou
da calcificação da cúspide por etiologia desconhecida. Os folhetos da válvula aórtica podem
fundir-se.
Tratamento de Enfermagem
Os pacientes que sofreram substituições valvulares são internados na unidade de
terapia intensiva; o cuidado volta-se para a recuperação da anestesia e para a estabilidade
hemodinâmica. Em geral, o paciente é transferido para uma unidade de telemetria dentro de 24
a 72 horas após a cirurgia. O cuidado de enfermagem continua da mesma maneira que para a
maioria dos pacientes pós-cirúrgicos, incluindo o cuidado com a incisão e com o ensino do
paciente em relação à dieta, atividade, medicação e autocuidado.
Além da necessidade de educação sobre a terapia de anticoagulação em longo prazo,
os pacientes com uma prótese valvular mecânica requerem educação em relação a profilaxia
com antibiótico para prevenir contra a endocardite bacteriana. A antibioticoterapia é prescrita
para esses pacientes antes de todos os procedimentos dentários e intervenções cirúrgicas. De
maneira ideal, ns enfermeiras devem reforçar todas as novas informações e instruções de
autocuidado em 4 a 8 semanas depois do procedimento.
Reparação Septal
O septo atrial ou ventricular pode apresentar uma abertura anormal entre os lados
direito e esquerdo do coração (defeito septal). Embora, em sua maioria, os defeitos septais
sejam de origem congênita e reparados durante a fase de lactação ou na infância, os adultos
podem não ter passado pela reparação prévia ou podem desenvolver defeitos septais em
conseqüência de infartos do miocárdio ou procedimentos diagnósticos e de tratamento.
A reparação dos defeitos septais exige anestesia geral e bypass cardiopulmonar. O
coração é aberto e uma placa pericárdica ou sintética (geralmente de poliéster ou Dacron) é
utilizada para fechar a abertura, A reparação de defeito septal atrial apresenta baixas taxas de
morbidade e mortalidade. No entanto, quando a válvula mitral ou tricúspide é envolvida, o
procedimento é mais complicado. Geralmente, as reparações septais ventriculares não são
complicadas, porém a proximidade do defeito com o sistema de condução intraventricular e
com as válvulas pode fazer com que essa desforra se torne mais complexa.
MIOCARDIOPATIAS
A miocardiopatia é uma doença do músculo cardíaco de etiologia desconhecida,
embora alguns estudos (Francis et aL, 1998; Mestroni Giacca, 1997) sugiram que a
miocardiopatia seja um distúrbio genético herdado. Os três tipos de miocardiopatia são
classificados de acordo com as anormalidades estruturais e funcionais do músculo
Curso Técnico em Enfermagem - Enfermagem em Assistência à Clientes/Pacientes em Tratamento Clínico.
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Ações de enfermagem
O histórico de enfermagem para o paciente com miocardiopatia começa com uma
história detalhada dos sinais e sintomas apresentados. A enfermeira identifica os possíveis
fatores etiológicos, como a ingestão pesada de álcool, doença ou gestação recente, ou uma
história da doença em parentes imediatos.
Por causa da cronicidade da miocardiopatia, a enfermeira compila uma história
psicossocial pormenorizada, explorando o impacto da doença sobre a função do paciente
dentro da família e da comunidade. A identificação de todos os estressores percebidos ajuda o
paciente e a equipe de saúde a implementar as atividades para aliviar a ansiedade relacionada
à alteração no estado de saúde. De maneira muito precoce, os sistemas de apoio do paciente
devem ser identificados e envolvidos no cuidado e no regime terapêutico do paciente.
O médico pode prescrever a monitorização cardíaca; entretanto, quando o diagnóstico
foi fechado ou quando a disritmia não constitui um problema significante, pode não ser
necessário monitorizar o paciente. A gravidade da insuficiência cardíaca determina se o
paciente precisa ficar em unidade de terapia crítica.
Reduzindo a Ansiedade
O apoio espiritual, psicológico e emocional pode estar indicado para o paciente, família
e outras pessoas significantes. As prescrições são direcionadas no sentido de erradicar ou
aliviar os estressores. O paciente recebe as informações adequadas sobre a miocardiopatia e é
encorajado a empreender as atividades do próprio cuidado. É gerada uma atmosfera em que o
paciente se sinta livre para fala sobre seus temores, garantindo-se que essas preocupações
são legítimas. Quando o paciente se depara com a morte ou está aguardando cirurgia de
transplante, deve-se dispor de tempo para discutir essas questões proporcionar ao paciente
uma esperança real ajuda a diminuir-lhe a ansiedade enquanto aguarda um doador cardíaco.
Cuidado continuado
Os pacientes portadores de sintomas significantes de insuficiência cardíaca congestiva
ou outras complicações da miocardiopatia podem precisar de uma referência de cuidados
domiciliares. A enfermeira o ensino prévio e empreende a avaliação contínua dos sintomas e
do progresso do paciente. A enfermeira também auxilia o paciente e a família a ajustar-se às
alterações de estilo de vide impostas pelas limitações de atividade. Sugestões simples para
organizar as atividades de vida diária e para aumentar a tolerância à atividade podem ser
valiosas. As respostas do paciente às restrições da dieta e de líquidos e ao regime de
medicamentoso são avaliadas, sendo enfatizadas as explicações sobre os sintomas que
devem ser relatados ao médico.
Estabelecer a confiança é vital para o relacionamento com esses pacientes
cronicamente doentes e com suas famílias. Isso é particularmente significante quando a
enfermeira está envolvida com o paciente e com a família nas discussões sobre as decisões
para o estágio terminal.
Resultados Esperados
Os resultados esperados podem incluir:
1. Demonstra a função cardíaca melhorada
a. Exibe freqüências cardíaca e respiratória dentro dos limites de normalidade
b. Mostra gasometria sangüínea normal
c. Relata diminuição da dispnéia e aumento do conforto
d. Usa a terapia com oxigênio conforme prescrito
e. Não relata ganho de peso
ENDOCARDITE REUMÁTICA
A endocardite reumática resulta diretamente da febre reumática provocada pela
infecção por estreptococos do grupo A. A doença afeta todas as articulações ósseas,
produzindo uma poliartrite. O coração também é órgão alvo e é onde ocorre a lesão mais
grave.
A lesão cardíaca e as lesões articulares da endocardite reumática não tem origem
infecciosa, de tal modo que esses tecidos não são invadidos diretamente lesionados pelos
organismos destrutivos; em vez disso, eles representam um fenômeno de sensibilidade ou
reação que ocorre em resposta aos estreptococos hemolíticos. Os leucócitos acumulam se nos
tecidos afetados e formam nódulos, os quais, eventualmente, são substituídos por cicatrizes. É
certo que o miocárdio é envolvido nesse inflamatório; isto é, a miocardite reumática
desenvolve-se, o que enfraquece temporariamente a força contrátil do coração.
Curso Técnico em Enfermagem - Enfermagem em Assistência à Clientes/Pacientes em Tratamento Clínico.
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Tratamento de Enfermagem
Uma função primordial de enfermagem na endocardite infecciosa é ensinar os
pacientes sobre a doença e sua prevenção e tratamento. Os pacientes suscetíveis precisam
saber sobre a antibioticoterapia oral em longo prazo ou, mais amiúde, sobre a necessidade de
tomar antibióticos profiláticos antes de certos procedimentos, como exames ou procedimentos
dentários, que possam introduzir a infecção. Esses pacientes também devem ser lembrados de
procedimentos menos freqüentes. Como a cistoscopia, que também podem exigir
antibioticoterapia profilática.
ENDOCARDITE INFECCIOSA
A endocardite infecciosa (endocardite bacteriana) é uma infecção das válvulas e da
superfície endocárdica do coração. A endocardite infecciosa é mais comum nas pessoas
idosas, provavelmente por causa das respostas imunológicas diminuídas à infecção, das
alterações metabólicas associadas ao envelhecimento e do número aumentado de
procedimentos diagnósticos invasivos, em
especial na doença genitourinária. Existe
uma alta incidência de endocardite
estafilocócica entre os usuários de drogas
endovenosas, com a doença ocorrendo em
sua maior parte sobre válvulas normais.
A endocardite infecciosa é
provocada pela invasão direta por bactérias
ou outros organismos e leva à deformidade
dos folhetos valvulares, Os
microorganismos causais incluem bactérias
(estreptococos, enterococos, pneumococos
e estafilococos), fungos, riquétsias e
Streptococcus viridans. Em geral, a
endocardite infecciosa desenvolve-se em
pacientes que apresentam história de
cardiopatia valvular. Em maior risco estão
os pacientes com cardiopatia reumática ou
prolapso da válvula mitral e aqueles que
possuem próteses valvulares.
A endocardite adquirida em hospital
ocorre com maior freqüência em pacientes
com doença incapacitante, naqueles com
cateteres de demora e aos que recebem
terapia endovenosa ou com antibióticos prolongada. Os pacientes que recebem medicamentos
imunossupressores ou corticosteróides podem desenvolver endocardite por fungos.
Tratamento de enfermagem
Além de educar o paciente e a família sobre a prevenção e a promoção de saúde, a
enfermeira de cuidados domiciliares pode ser chamada para supervisionar e monitorizar a
antibióticoterapia endovenosa fornecida no ambiente domiciliar. As funções de enfermagem
adicionais podem envolver a instrução e cuidados pós-cirúrgicos.
MIOCARDITE
A miocardite é um processo inflamatório que envolve o miocárdio. A miocardite pode
provocar dilatação cardíaca, trombose na parede cardíaca, infiltração de células sanguíneas
circulantes em torno dos vasos
coronarianos e entre as fibras
musculares, alem de degeneração das
próprias fibras musculares.
Tratamento de Enfermagem
A função cardíaca e a
temperatura são avaliadas para
determinar se a doença está diminuindo
e se a insuficiência cardíaca congestiva
aconteceu. Quando ocorre uma
disritmia, o paciente deve ser cuidado
em uma unidade com monitorização
cardíaca contínua, de modo que a
equipe e os equipamentos estejam
prontamente disponíveis caso aconteça
uma disritmia com risco de vida.
Alerta de Enfermagem: Os pacientes com miocardite são sensíveis ao digitálico.
Portanto, eles devem ser monitorizados de perto para a intoxicação digitálica
(evidenciada por disritmia, anorexia, náuseas, vômitos, cefaléia, indisposição).
As meias de compressão elástica e os exercícios passivos e ativos devem ser
empregados, porque a embolização a partir do trombo venoso e dos trombos murais pode
acontecer.
PERICARDITE
A pericardite refere-se a uma inflamação do pericárdio, o saco membranoso que
envolve o coração. Ela pode ser uma doença primária ou pode desenvolver-se no curso de
inúmeros distúrbios clínicos e cirúrgicos.
movimentos cardíacos, o que leva a um débito cardíaco diminuído, O paciente pode aparentar
estar extremamente doente.
Tratamento de Enfermagem
A enfermeira, que possui diversas preocupações importantes no cuidado do paciente
com pericardite, deve ficar alerta para a possibilidade de tamponamento cardíaco.
A enfermeira administra os medicamentos conforme prescrito para os pacientes com infecções
do pericárdio, quando o organismo causador da infecção foi identificado. Por exemplo, os
pacientes com pericardite associada a febre reumática podem responder à penicilina. Os
pacientes com pericardite resultante da tuberculose podem precisar da administração de
isoniazida, cloridrato de erambutol, rifampicina e estreptomicina, em diversas combinações. A
anfotericina E é utilizada na pericardite fúngica, sendo os corticosteróides administrados no
lúpus eritematoso disseminado.
À medida que a condição do paciente melhora, a enfermeira pode encorajar o aumento
gradual da atividade. No entanto, caso a dor, a febre ou o atrito reapareçam, o repouso no leito
deve ser retomado.
O alivio da dor é conseguido ao se fazer com que o paciente permaneça em repouso
no leito ou na cadeira, como for mais confortável. Já que a posição sentada ereta e a inclinação
para diante é a postura que tende a aliviar a dor, o repouso em uma cadeira pode ser mais
confortável. À medida que a dor torácica e o atrito diminuem, as atividades da vida podem ser
retomadas. Quando o paciente esta recebendo medicamentos para a pericardite, como
analgésicos, antibióticos ou corticosteróides, suas respostas são monitorizadas e registradas.
Quando a dor torácica e o atrito reaparecem, o repouso no leito é retomado.
Tratamento de Enfermagem
Monitorizando os medicamentos
O paciente que recebe morfina é observado para a depressão respiratória excessiva,
hipotensão e vômitos; um antagonista da morfina, como o cloridrato de naloxone (Narcan), fica
disponível e é fornecido ao paciente que exibe esses efeitos colaterais.
O paciente que recebe terapia com diuréticos experimentará a formação de um grande
volume de urina minutos depois que um diurético potente é administrado. Um cateter de
demora pode ser usado para diminuir a quantidade de energia requerida por parte do paciente
e para reduzir o resultante aumento no trabalho cardíaco necessário para usar uma
comadre/patinho.
Tratamento de Enfermagem
O foco do histórico de enfermagem para o paciente com insuficiência cardíaca é
direcionado para os sinais e sintomas de sobrecarga hídrica pulmonar e sistêmica. Todos os
sinais e sintomas são registrados e relatados.
A equipe de enfermagem deve explorar os distúrbios do sono, principalmente o sono
subitamente interrompido pela falta de ar. Deve também questionar sobre o número de
travesseiros necessários para dormir (uma indicação de dispnéia), as atividades diárias e as
atividades que provocam falta de ar.
Estalidos, que são produzidos pela abertura súbita das pequenas vias aéreas e
alvéolos tamponados pelo edema e pelo exsudato, podem ser percebidos no final da inspiração
e não desaparecem com a tosse. Eles também podem fazer um ruído semelhante a gargarejo,
que pode desaparecer com a tosse ou aspiração. A freqüência e a profundidade das incursões
respiratórias também são notadas.
A distensão da veia jugular também é avaliada; a distensão superior a 3 cm acima do
ângulo esternal é considerada anormal. Esta é uma estimativa, não uma mensuração exata, da
pressão venosa central.
O sensório e o nível de consciência devem ser avaliados. À medida que o volume de
sangue ejetado pelo coração diminui, o mesmo acontece com a quantidade de oxigênio
transportada para o cérebro.
A enfermeira certifica-se de que as partes pendentes do corpo do paciente são
avaliadas para a perfusão e edema. Com diminuições significantes no Volume Sistólico, existe
urna diminuição na perfusão para a periferia, fazendo com que a pele pareça pálida ou
cianótica e fria. Quando o paciente está sentado ereto, os pés e as partes inferiores das pernas
são examinados para o edema; quando o paciente está em decúbito dorsal no leito, o sacro e
as costas também são avaliados. Os dedos e as mãos também podem tornar-se edemaciados.
Nos casos extremos de insuficiência cardíaca, o paciente pode desenvolver edema
periorbitário, no qual as pálpebras podem fechar-se em decorrência do edema.
O fígado é examinado para o refluxo hepatojugular. O paciente é solicitado a respirar
normalmente, enquanto a pressão manual é aplicada sobre o quadrante superior direito do
abdome por 30 a 60 segundos. Quando a distensão das veias do pescoço aumenta em mais
de 1 cm, o resultado do exame é positivo para a pressão venosa aumentada.
Como a oligúria (débito urinário diminuído, inferior a 400 rn1124 horas) ou a anúria
(débito urinário inferior a 50 m1124 horas) podem desenvolver-se, a enfermeira mede
cuidadosamente o débito para estabelecer uma linha basal contra a qual é determinada a
eficácia da terapia diurética. Os registros de ingesta e débito são mantidos com precisão. É
importante saber se o paciente ingeriu mais líquido do que eliminou (balanço hídrico positivo).
Finalmente, o paciente é pesado diariamente, quer no hospital, quer em casa, no
mesmo período do dia, com o mesmo tipo de roupa e nas mesmas balanças. Quando existe
uma alteração significante no peso, o paciente é instruído a notificar o médico e/ou ajustar os
medicamentos (p.ex., aumentar a dose de diurético).
As principais metas para o paciente podem incluir a promoção da atividade, enquanto
mantém os sinais vitais dentro da faixa identificada; a redução da fadiga, o alívio dos sintomas
de sobrecarga hídrica, a diminuição da incidência de ansiedade ou aumento da capacidade do
paciente de controlar a ansiedade, o ensino do paciente sobre o programa de autocuidado e o
encorajamento dado para verbalizar sua capacidade de tomar decisões e de influenciar os
resultados.
Conhecer os sinais e sintomas da depleção de potássio; quando ingere potássio por via oral,
mantém um sistema de controle juntamente com a medicação diurético.
Monitorizar os efeitos do medicamento.
Pesar à mesma hora diariamente, para detectar qualquer tendência no sentido do acúmulo
de líquidos.
Relatar ganho de peso superior a 0,9 a1,4 kg em alguns dias.
Aprender a verificar sua própria pressão arterial nos intervalos prescritos.
Saber os sinais e sintomas da hipotensão ortostática e como evitá-la.
Aceitar que a restrição da ingesta de sódio pode fazer parte permanente de sua vida.
Restringir o sódio conforme orientado: consulta o plano de dieta escrito e a lista de
alimentos permitidos e proibidos; examina os rótulos para verificar o conteúdo de sódio
(antiácidos, laxativos, medicamentos para tosse e similares); evita ouso de sal; e evita os
excessos de comida e bebida.
Rever o programa de atividades.
Aumentar a caminhada e outras atividades gradualmente, desde que elas não
provoquem fadiga e dispnéia.
Em geral, continue no nível de atividade que pode ser mantido sem o aparecimento dos
sintomas.
Evitar os extremos de calor e frio, o que aumenta o trabalho do coração, O ar
condicionado pude ser essencial nu ambiente úmido e quente.
Manter consultas regulares com o médico ou u clínico.
Ficar aleita para os sintomas que podem indicar a recidiva da insuficiência cardíaca.
Lembrar os sintomas experimentados quando começou a doença.
Relatar imediatamente ao médico ou no consultório qualquer um dos seguintes itens:
Perda do apetite
Ganho de peso
Falta de ar com a atividade
Inchaço nos tornozelos, pés ou abdome.
Tosse persistente.
CHOQUE CARDIOGÊNICO
Acontece quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para fornecer a
quantidade de oxigênio necessária para os tecidos. Isso pode ocorrer devido a um infarto
significante ou múltiplos infartos menores, em conseqüência dos quais o miocárdio torna-se
necrótico em mais de 40% de sua massa, ou devido a um ventrículo rompido, disfunção
valvular significante, trauma cardíaco resultando em contusão miocárdica, ou como estagio
final da ICC. O choque cardiogênico também pode acontecer com tamponamento cardíaco,
embolia pulmonar, miocardiopatias e disritmias.
Tratamento de enfermagem
O paciente em choque cardiogênico requer monitorização constante e cuidado
intensivo de enfermagem. A enfermeira deve avaliar cuidadosamente o paciente, observar o
ritmo cardíaco, registrar ingesta hídrica e debito urinário. Alem de todos os cuidados do
paciente em terapia intensiva.
PARADA CARDÍACA
A parada cardíaca acontece quando o coração pára de produzir pulso e circulação
sangüínea efetivos, Ela pode ser decorrente de um evento elétrico cardíaco, como ocorre
quando a FC é muito rápida (especialmente na taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular)
ou muito lenta (bradicardia ou bloqueio AV), ou quando não há freqüência cardíaca de todo
(assistolia). A parada cardíaca pode seguir à parada respiratória; ela também pode acontecer
quando a atividade elétrica está presente, mas não existe contração cardíaca ou volume
circulante ineficaz, o que é denominado de atividade elétrica sem pulso (PEA). Originalmente
chamada de dissociação eletromecânica (EM), a PEA pode ser causada por hipovolemia (p.ex.,
com o sangramento excessivo), tamponamento cardíaco, hipotermia, embolia pulmonar
maciça, overdoses de medicamentos (p.ex., tricíclicos, digitálicos, beta-bloqueadores ou
bloqueadores dos canais de cálcio), acidose significante e infarto agudo e maciço do miocárdio.
A consciência, o pulso e a pressão arterial são perdidos de imediato. O esforço
respiratório ineficaz pode ocorrer. As pupilas dos olhos começam a se dilatar dentro de 45
segundos. As convulsões podem ocorrer ou não. O risco de lesão cerebral irreversível e morte
aumenta a cada minuto, a partir do momento em que cessa a circulação. O intervalo varia com
Inicie a manobra com duas respirações, depois faça 30 compressões cardíacas e repita as
duas respirações, continuando até que o ritmo cardíaco/respiratório se restabeleça.
De 4 a 6 minutos já pode ocorrer dano cerebral. Após 6 minutos o dano cerebral é
praticamente certo.
Monitorizando o acompanhamento
Uma vez ressuscitado com sucesso, o paciente é transferido para uma unidade de
terapia intensiva para monitorização constante. A monitorização eletrocardiográfica contínua e
a freqüente avaliação da pressão arterial são essenciais, ate que a estabilidade seja
restabelecida.
Quando o paciente não responde as terapias fornecidas durante a parada, o esforço de
ressuscitação pode ser interrompido ou parado pelo médico. A decisão de terminar a
ressuscitação baseia-se nas considerações médicas que também levarão em conta a condição
subjacente do paciente e as possibilidades de sobrevida.
FUNDAMENTAÇÃO
O apoio, as orientações, os cuidados que a equipe de enfermagem atende aos
pacientes é fundamental para um tratamento e prognóstico positivos, desta maneira faz-se
necessário o estudo e discussão dos fatores de risco que levam ao desenvolvimento de
diversas patologias, entre estas as disfunções cardiocirculatórias.
OBJETIVO
Reconhecer um paciente passível de desencadear problemas cardiocirculatórios.
PROCEDIMENTO
Com o auxílio do professor e do monitor, um grupo de 6 alunos encenará certa
situação mostrando um grupo de pessoas com estilos de vida que levam as pessoas a
desenvolverem problemas cardiocirculatórios. Os demais alunos observarão e ao longo da
encenação discutirão sobre os fatores de risco que levam às disfunções cardiocirculatórias e
formas de prevenir esses problemas.
Em seguida, os alunos devem se reunir discutir sobre os temas abaixo propostos e
escrever uma resenha com as principais opiniões e idéias.
Temas:
- Fatores de risco para desenvolvimento de disfunções cardiovasculares.
- Medidas de prevenção das disfunções cardiovasculares.
EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO
5) Quais as orientações gerais que devem ser passadas aos pacientes e/ou familiares quanto
aos cuidados de enfermagem domiciliar?
7) Um paciente que faz tratamento com digitálico necessita ser orientado para procurar o
serviço de saúde mais próximo de sua residência quando observar sinais e sintomas
característicos de intoxicação digitálica, destacando-se:
(A) Anorexia, náuseas, vômitos, diarréia, cefaléia, fadiga, bradicardia
(B) Azia, epistaxe, letargia, descamação da pele, aumento da freqüência e volume urinário,
insônia, taquicardia.
(C) Dispnéia, fadiga, tremor de extremidades, convulsão, sudorese, sonolência, dor abdominal.
(D) taquicardia, agitação psicomotora, confusão mental, palidez, prurido, petéquias, edema.
(E) Nenhuma das alternativas acima.
(C) 30 minutos.
(D) 3 a 5 segundos.
(E) Nenhuma das alternativas acima.
9) A parada cardíaca é reconhecida pela ausência de pulso nas grandes artérias da vítima
inconsciente e sem respiração. Quanto às manobras de ressuscitação cardiopulmonar, é
INCORRETO afirmar:
a)A técnica de compressão torácica consiste numa série de aplicações rítmicas de pressão
sobre a parte inferior do esterno.
b)A região hipotenar de uma das mãos deve ser colocada sobre a metade inferior do esterno
da vítima e a outra mão deve ser colocada sobre a primeira.
c)A compressão torácica deve ser realizada com a vítima sentada, colocando-se uma tábua na
largura da poltrona, sob suas costas.
d)A vítima deve estar deitada e em posição horizontal durante as compressões torácicas.
e)O reconhecimento da parada cardíaca deve ser rápido para que a vítima tenha melhores
chances de sobrevida.
Ações de Enfermagem
Tratando a fadiga
A enfermagem pode focalizar a assistência do paciente para priorizar as atividades e
estabelecer o equilíbrio entre atividade e repouso, que é realístico e possível na perspectiva do
paciente. Os pacientes com anemia crônica necessitam manter alguma atividade física e
exercícios para prevenir o descondicionamento devido à inatividade.
sinais vitais devem ser monitorizados de perto; pode ser necessário ajustar ou suspender
outros medicamentos conforme prescrição.
Pacientes com crise de anemia falciforme devem ser avaliados quanto aos fatores que
podem ter precipitado a crise, como os sintomas de infecção e desidratação, ou situações que
promovem fadiga ou estresse emocional.
Ações de Enfermagem
Controlando a dor
A dor aguda pode ser grave e sem previsão. Qualquer articulação que esta
agudamente edemaciada deveria ser apoiada e elevada ate a diminuição do edema. Técnicas
de relaxamento, exercícios respiratórios e distração ajudam alguns pacientes.
Tratando a mucosite
A higiene oral é muito importante para diminuir as bactérias bucais, manter a umidade
e dar conforto.Escovas de dentes de cerdas macias devem ser usadas ate que a contagem de
neutrofilos e plaquetas se torne muito baixa; nessa hora, aplicadores com ponta de esponja
podem ser substituídos. Os cotonetes de glicerina e limão e os produtos comerciais para lavar
a boca nunca devem ser usados porque a glicerina e o álcool neles existentes são
extremamente secantes para os tecidos. Simplesmente lave com solução de soro, que é barata
e eficaz em limpar e umidificar a mucosa oral.
Para diminuir complicações perirretais, é importante limpar a área perirretal
completamente após cada evacuação. As mulheres são instruídas a limpar a área perineal da
frente para trás. Banhos de assento são métodos confortáveis de limpeza; a região perineal e
as nádegas precisam ser secas em seguidas para evitar chance de escoriações. Emolientes
fecais devem ser usados; entretanto, a freqüência das evacuações precisa ser monitorizada de
forma que eles possam ser interrompidos se as fezes se tornarem muito soltas.
Melhorando o autocuidado
Como as medidas de higiene são muito importantes nessa população de pacientes,
elas precisam ser feitas pela enfermeira quando o paciente não puder fazê-las. Entretanto o
paciente deve ser encorajado a fazer o máximo possível dessas medidas para preservar a
mobilidade e a função,
assim como a auto-
estima.A medida que o
paciente se recupera do
tratamento é importante
ajuda-lo a reassumir cada
vez mais ou seu
autocuidado.
Encorajando o Bem-estar
Espiritual
As praticas
espirituais e religiosas
devem ser avaliadas e o
serviços pastorais,
oferecidos. Ao longo da
doença é importante que
a enfermeira ajude o
paciente a manter a
esperança.
EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO
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1.A leucemia é uma neoplasia que atinge do sangue principalmente as células brancas do
sangue. Diante dos seus conhecimentos, assinale a alternativa que corresponde às células
brancas do sangue:
a)Neutrófilos
b)Leucócitos
c)Plaquetas
d)Hemoglobina
FUNDAMENTAÇÃO
A Anemia falciforme é a doença hereditária mais comum no mundo e no nosso país.
Todas as características do nosso corpo são feitas por informações que recebemos dos nossos
pais por meio dos genes, que vêm no espermatozóide do pai e no óvulo da mãe. Os genes
determinam, nas pessoas, a cor dos olhos, dos cabelos, da pele, a altura, etc. Com a
hemoglobina não é diferente. Se uma pessoa receber, do pai, um gene com mutação para
produzir a hemoglobina S e, da mãe, outro gene com a mesma característica, tal pessoa
nascerá com um par de genes com a mutação e, assim, será portadora de anemia falciforme.
OBJETIVO
Achar a probabilidade de um paciente ser portador da anemia falciforme, observando
as figuras abaixo:
Os dois pais são portadores de hemoglobina A, portanto não apresentam o gene com a
mutação para produzir a hemoglobina S, sendo assim não apresentarão a doença.
METODOLOGIA
O professor deve relatar mais sobre a anemia falciforme e fazer o cruzamento dos
enunciados abaixo para resolver esta habilidade.
Agora, é a vez de vocês. Observe as figuras e explique o porquê de cada resultado
encontrado.
AUTOAVALIAÇÃO
Em seu caderno de autoavaliação escreva o que você aprendeu e/ou teve dificuldades
neste capítulo.
CAPITULO 2
Ações de Enfermagem
Melhorando a Mobilidade e Prevenindo as Deformidades
O posicionamento correto é importante para evitar contraturas; são usadas medidas
para aliviar a pressão, auxiliar no controle do bom alinhamento corporal e evitar as neuropatias
compressivas, especialmente dos nervos ulnar e fibular. Como os músculos flexores são mais
fortes que os músculos extensores, uma tala posterior, aplicada à noite no membro afetado,
pode evitar a flexão e manter o posicionamento correto durante o sono.
Mudando posições
A posição do paciente deve ser alterada a cada 2horas. Para colocar um paciente em
uma posição lateral (decúbito lateral), coloca-se um travesseiro entre as pernas antes que o
paciente seja virado. A coxa não deve ser agudamente flexionada. O paciente pode ser virado
de um lado para outro, mas a quantidade de tempo despendido no lado afetado deve ser
limitada, em virtude da sensação comprometida.
Quando possível, o paciente é colocado em uma posição de decúbito ventral durante
15 a 30 minutos, várias vezes ao dia. Um pequeno travesseiro ou apoio é colocado sob a
pelve, estendendo-se desde o nível do umbigo até o terço superior da coxa. Isso ajuda a
promover a hiperextensão das articulações do quadril, o que é essencial para a marcha normal
e ajuda a evitar as contraturas em flexão do joeIho e do quadril. A posição de decúbito ventral
também ajuda a drenar as secreções brônquicas e impede as deformidades em contratura dos
ombros e joelhos. Durante o posicionamento, é importante reduzir a pressão e alterar
freqüentemente a posição para prevenir contra a formação de úlceras de decúbito.
Estabelecendo um programa de exercícios
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Preparando a deambulação
Logo que possível, o paciente é assistido fora do leito. Em geral, quando a hemiplegia
resultou de uma trombose, um programa de reabilitação ativo é iniciado logo que o paciente
recupera a consciência; um paciente que sofreu uma hemorragia cerebral não pode participar
de forma ativa até que tenham desaparecido todas as evidências de sangramento.
Em primeiro lugar, o paciente é ensinado a manter o equilíbrio enquanto está sentado e, em
seguida, aprende a equilibrar-se enquanto está em pé. Quando o paciente demonstra
dificuldade em conseguir o equilíbrio em pé, pode ser empregada uma mesa inclinada, que traz
lentamente o paciente até uma posição ereta. As mesas inclinadas são especialmente valiosas
para pacientes que estiveram em repouso no leito por períodos prolongados e que apresentam
alterações ortostáticas da pressão arterial.
Quando o paciente necessita de uma cadeira de rodas, o tipo com freios de mão é o
mais prático, porque permite que o paciente manipule a cadeira. A cadeira deve ser
suficientemente baixa, para permitir que o paciente a impulsione com o pé sadio, e permitir que
ela seja utilizada em casa. Quando o paciente é transportado em cadeira de rodas, os freios
devem ser aplicados em ambos os lados da cadeira.
O paciente geralmente está apto a caminhar logo que o equilíbrio em pé é conseguido.
As barras paralelas são úteis nesses primeiros esforços. Uma cadeira comum ou cadeira de
rodas deve estar imediatamente disponível no caso de o paciente tomar-se repentinamente
fatigado ou sentir tonteira.
Os períodos de treinamento para a deambulação devem ser curtos e freqüentes. À
medida que o paciente ganha força e confiança, uma bengala ajustável pode ser utilizada para
apoio. Geralmente, uma bengala de três ou quatro pontos propicia um apoio estável nas fases
iniciais do programa de treinamento.
Até 70% dos pacientes de acidente vascular cerebral sofre de dor intensa no ombro, o
que os impede de aprender novas habilidades, pois a função do ombro é essencial para
obtenção do equilíbrio e realização de transferências e atividades de autocuidado. Podem
ocorrer três problemas: ombro doloroso, subluxação do ombro e síndrome do ombro e da mão.
Uma articulação do ombro flácida pode ser excessivamente estirada pelo uso da força
excessiva ao virar o paciente, ou a partir do movimento muito extenuante com o braço e com o
ombro. Para evitar a dor no ombro, a enfermeira nunca deve erguer o paciente pelo ombro
flácido, nem puxar o braço ou ombro afetado. Quando o braço está paralisado, a subluxação
(luxação incompleta) no ombro pode acontecer a partir do estiramento excessivo na cápsula
articular e musculatura pela força da gravidade quando o paciente se senta ou fica em pé nos
estágios iniciais depois de um acidente vascular cerebral. Isso resulta em dor grave. Esses
problemas podem ser evitados através do posicionamento e movimentação adequados do
paciente. O braço flácido é posicionado sobre uma mesa ou travesseiro enquanto o paciente
está sentado. Alguns médicos recomendam o uso de uma tipóia adequadamente posicionada,
quando o paciente deambula pela primeira vez, a fim de evitar que o membro superior
paralisado penda sem apoio. Os exercícios de amplitude de movimento são importantes na
prevenção do ombro doloroso. Evitam-se os movimentos de braço excessivamente
extenuantes. O paciente é instruído a entrelaçar os dedos, colocar as palmas das mãos juntas
e empurrar as mãos unidas lentamente para diante para trazer a escápula para diante; em
seguida, ele eleva ambas as mãos acima da cabeça. Isso é repetido durante todo o dia. O
paciente é instruído a flexionar o punho afetado a intervalos e a mover todas as articulações
dos dedos afetados. Ele é encorajado a tocar, bater, esfregar e olhar para ambas as mãos. E
útil empurrar para baixo a mão espalmada sobre uma superfície. A elevação do braço e da mão
também é importante na prevenção do edema da mão por ação gravitacional. Os pacientes
com dor contínua, depois que foram tentados o movimento e o posicionamento, podem
necessitar da adição da analgesia a seus programas de tratamento.
Estimulando o Autocuidado
Logo que o paciente possa sentar-se, as atividades de higiene pessoal são
encorajadas. O paciente é auxiliado a estabelecer metas realistas; quando adequado, uma
nova tarefa é acrescentada a cada dia. A primeira etapa é executar todas as atividades de
autocuidado no lado sadio. Essas atividades, como pentear os cabelos, escovar os dentes,
barbear-se com um barbeador elétrico, banhar-se e alimentar-se, podem ser realizadas com
uma das mãos e são adequadas para o autocuidado. Embora o paciente possa sentir-se
desajeitado na primeira oportunidade, várias habilidades motoras podem ser aprendidas por
repetição, e o lado sadio tomar-se-á mais forte com o uso. A enfermeira deve certificar-se de
que o paciente não despreza o lado afetado. Os dispositivos de assistência ajudarão a forjar
alguns dos déficits do paciente. Uma pequena toalha é mais fácil de controlar enquanto se seca
após o banho, e os lenços absorventes de caixas são mais fáceis de usar que um rolo de papel
higiênico.
O ânimo do paciente irá melhorar quando as atividades de deambulação forem
realizadas com as roupas apropriadas. A família é instruída a trazer roupas, as quais,
preferencialmente, devem ser mais largas que as normalmente vestidas. As roupas que se
fecham com fechos frontais ou laterais ou com velcro são as mais apropriadas. O paciente
demonstra um melhor equilíbrio quando a maioria das atividades de vestir roupa são efetuadas
com ele sentado.
Os problemas de percepção podem dificultar a colocação das roupas pelo paciente
sem assistência, por causa de uma incapacidade de compatibilizar a roupa com a parte correta
do corpo. Para ajudar o paciente, a enfermeira pode empreender etapas para tomar o ambiente
organizado e livre, pois o paciente com um problema de percepção distrai-se com facilidade. A
roupa é colocada no lado afetado do paciente, na ordem em que as roupas devem ser vestidas.
Usar um espelho grande enquanto se veste promove a consciência do paciente do que ele está
usando no lado afetado. Cada peça de roupa é colocada primeiramente no lado afetado. O
paciente precisa empreender muitos movimentos compensatórios enquanto se veste; estes
podem produzir fadiga. O apoio e o encorajamento são fornecidos para evitar que o paciente se
torne francamente fatigado desencorajado. Mesmo com o treinamento intensivo, nem todos os
pacientes podem alcançar a independência nas habilidades para se vestir.
com o paciente e chamar sua atenção para o lado afetado ao encorajá-lo a movimentar a
cabeça. A enfermeira também pode querer ficar pé em uma posição que encoraje o paciente a
se mover ou virar para visualizar quem está no ambiente. Aumentar a iluminação natural ou
artificial no ambiente e fornecer óculos são medidas importantes para o aumento da visão.
Tratando a Disfagia
O acidente vascular cerebral pode resultar em problemas de deglutição (disfagia)
devido à função comprometida da boca, língua, palato, laringe, faringe ou parte superior do
esôfago. Os pacientes que sofreram acidente vascular cerebral devem ser observados para
paroxismos de tosse, deixar o alimento escorrer pelo canto da boca ou ficar acumulado em um
lado da boca, reter o alimento por longos períodos na boca, ou regurgitação nasal quando
engolem líquidos. As dificuldades de deglutição colocam o paciente em risco de aspiração,
pneumonia, desidratação e desnutrição.
Um fonoaudiólogo avaliará os reflexos do vômito e a capacidade de deglutição do
paciente. Mesmo quando parcialmente comprometida, a função da deglutição pode retornar em
alguns pacientes com o passar do tempo, ou o paciente pode ser ensinado sobre técnicas
alternativas de deglutição, aconselhado a ingerir bolos menores do alimento e informado sobre
os alimentos mais fáceis de deglutir. A princípio, o paciente pode começar com uma dieta
líquida espessa ou purê, porque esses alimentos são mais fáceis de engolir que os líquidos
leves. Posicionar o paciente sentado ereto, preferivelmente fora do leito e na cadeira, ajudará a
evitar a aspiração. A dieta do paciente pode ser avançada à medida que ele se torna mais
capacitado para a deglutição. Quando o paciente não consegue retomar a ingesta oral, uma
sonda de alimentação gastrointestinal será inserida para as alimentações contínuas por sonda.
Melhorando a Comunicação
A afasia, que compromete a capacidade do paciente de compreender o que está sendo
dito e de se expressar, pode tomar-se evidente de várias maneiras.
Uma pessoa afásica pode tornar-se deprimida por causa da incapacidade de conversar
com outros. A incapacidade de falar ao telefone ou de responder a uma pergunta, assim como
a exclusão de uma conversação, provoca raiva, frustração, medo do futuro e desesperança. As
prescrições de enfermagem incluem fazer todo o possível para tornar a atmosfera condutiva
para a comunicação. Isso inclui ser sensível às reações e necessidades do paciente e
respondê-las de uma maneira apropriada, sempre tratando o paciente como um adulto. A
enfermeira propicia forte apoio moral e compreensão para acabar com a ansiedade.
Uma armadilha comum ocorre quando a enfermeira ou qualquer outro membro da
equipe de saúde tenta completar os pensamentos ou frases do paciente. Isso deve ser evitado
porque pode fazer com que o paciente se sinta mais frustrado por não se permitir que ele fale e
pode conter os esforços para praticar a elaboração dos pensamentos e completar frases. Um
esquema consistente, rotinas e repetições ajudam o paciente a funcionar, apesar dos déficits
significativos. Uma cópia por escrito do horário diário, um folder com informações pessoais
(data de nascimento, endereço, nomes dos parentes), listas de verificações e uma lista gravada
em áudio ajudam a memória e concentração do paciente.
Quando se conversa com o paciente, é importante prender sua atenção, falar
lentamente e manter a linguagem consistente das orientações. Uma instrução é fornecida por
vez e se concede tempo para que o paciente processe o que lhe foi dito. O uso de gestos pode
estimular a compreensão. Falar é pensar alto, e a ênfase se faz sobre o pensamento. O
paciente deve captar as mensagens que chegam e formular uma resposta. Escutar exige
esforço mental; o paciente deve lutar contra a inércia e precisa de tempo para organizar uma
resposta.
No trabalho com o paciente afásico, a enfermeira deve lembrar de conversar com o
paciente durante as atividades de cuidado. Isso propicia contato social para o paciente.
menos a cada 2 horas) deve ser sempre seguido, mesmo quando os aparelhos de alívio de
pressão são empregados, a fim de evitar a ruptura da pele e dos tecidos. Quando o paciente é
posicionado ou virado, deve-se ter cuidado para minimizar as forças de cisalhamento e atrito,
as quais provocam lesão para os tecidos e predispõem a pele à ruptura. A pele do paciente
deve ser mantida limpa e seca; a massagem suave da pele saudável (nâo-ruborizada) e a
manutenção da nutrição adequada são outros fatores que ajudam a manter a integridade
normal da pele e dos tecidos.
MENINGITE
A meningite é uma inflamação das meninges (os membranas que circundam o cérebro
e a medula espinhal) e é causada por um microorganismo viral, bacteriano ou fúngico. A
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Ações de Enfermagem
O prognóstico do paciente pode depender do cuidado de suporte fornecido. O paciente
pode estar criticamente doente, podendo a combinação de febre, desidratação, e edema
cerebral predispor às convulsões. A obstrução da via aérea, a parada respiratória ou as
arritmias cardíacas podem suceder.
Na meningite de qualquer etiologia, o estado clínico do paciente e os sinais vitais são
constantemente avaliados, porque a consciência alterada pode levar à obstrução da via aérea.
As determinações da gasometria arterial, a inserção de um tubo endotraqueal com balão (ou da
traqueostomia) e a ventilação mecânica podem ser iniciadas.
As pressões arteriais são monitorizadas para avaliar o choque incipiente, o qual
precede a insuficiência cardíaca ou respiratória. A cianose nos lábios e os membros frios
podem ser percebidos. São empreendidos esforços para diminuir a febre alta, visando reduzir a
carga de trabalho sobre u coração e a demanda oxigênio cerebral.
A rápida reposição de líquidos endovenosos pode ser prescrita, deve-se ter o cuidado
para não hidratar em excesso o paciente, por causa do risco de edema cerebral.
O tratamento de enfermagem continuado exige o histórico continuo do estado clínico
do paciente, atenção para a higiene cutânea e oral promoção do conforto e proteção durante as
convulsões e enquanto comatoso.
A secreção a partir do nariz e da boca é considerada infecciosa. O isolamento
respiratório é recomendado até 24 horas depois do início terapia com antibióticos.
ANEURISMA CEREBRAL
Aneurisma cerebral é uma dilatação anormal de uma artéria cerebral que pode levar a
ruptura da mesma no local enfraquecido e dilatado. A ruptura inicial de um aneurisma cerebral
leva à morte quase um terço dos pacientes. Alguns pacientes apresentam dois ou mais
episódios de hemorragia do aneurisma cerebral. Em cada uma das hemorragias o risco de
morte vai se somando.
Ações de Enfermagem
Melhorando a perfusão tecidual cerebral
A pressão arterial, pulso, nível de responsividade (um indicador da perfusão cerebral),
respostas pupilares e função motora são verificados a cada hora. O estado respiratório é
monitorizado, porque a redução no oxigênio nas áreas do cérebro com auto-regulação
comprometida aumenta as possibilidades de um infarto cerebral. Quaisquer alterações são
relatadas de imediato.
As precauções com o aneurisma são implementadas para proporcionar um ambiente
não-estimulador e evitar os aumentos na PIC (pressão intracraniana) e o sangramento
adicional, o paciente é colocado em repouso no leito imediato e absoluto, em um ambiente
calmo e não-estressante, porque a atividade, a dor e a ansiedade elevam a pressão arterial, o
que aumenta o risco de sangramento. Restringem-se os visitantes, excetuando-se a família.
Vasoespasmo
O paciente deve ser avaliado para os sinais de possível vasoespasmo: cefaléias
intensificadas, uma diminuição no nível de responsividade (confusão, desorientação, letargia),
ou evidência de afasia ou paralisia parcial. Esses sinais podem desenvolver-se vários dias
depois da cirurgia ou no início do tratamento e devem ser relatados de imediato.
Convulsões
As precauções contra convulsões são mantidas para todo paciente que possa estar em
risco de atividade convulsiva. Se uma convulsão acontecer, a manutenção da via aérea do
paciente e a prevenção contra a lesão constituem as metas primárias. A terapia
medicamentosa é iniciada nesse momento, quando já não foi prescrita.
Hidrocefalia
O sangue no espaço subaracnóide evita a circulação do LCR( líquido cefaloraquidiano),
A hidrocefalia pode ocorrer dentro das primeiras 24 horas (aguda) depois da hemorragia
subaracnóide ou em dias (subaguda) a várias semanas (tardia) depois. Os sintomas variam de
acordo com o momento do estabelecimento e podem ser inespecíficos. A hidrocefalia aguda
caracteriza-se pelo início súbito do torpor ou coma e é controlada com um dreno de
ventriculostomia para diminuir a PIC. Os sintomas da hidrocefalia aguda e tardia incluem o
estabelecimento gradual de sonolência, alterações de comportamento e marcha atáxica.
ESCLEROSE MÚLTIPLA
A esclerose múltipla (EM) é uma
doença degenerativa progressiva, crônica,
do sistema nervoso central, sendo
caracterizada pela ocorrência de
pequenas placas de desmielinização no
cérebro e na medula espinhal. A
desmielinização refere-se à destruição da
mielina, o material adiposo e protéico que
circunda determinadas fibras nervosas no
cérebro na medula espinhal, o que resulta
em transmissão comprometida impulsos
nervosos. A causa da EM não é
conhecida. Dentre as teorias estão fatores
imunológicos, vírus, genética e fatores
ambientais.
O processo de desmielinização. A e B
mostram uma célula nervosa normal e o
axônio com mielina. C e D mostram a
lenta desintegração da mielina, resultando
em uma ruptura na função axônica.
Ações de Enfermagem
Exercícios
Os exercícios de deambulação melhoram a marcha, principalmente quando existe
perda da sensação de posição das pernas e pés. Quando determinados grupos musculares
são afetados de maneira irreversível, outros músculos podem ser treinados para realizar suas
ações. As instruções no uso de aparelhos de assistência podem ser necessárias para garantir
o seu uso correto e seguro.
Atividade e repouso
O paciente é encorajado a exercitar-se até o ponto exatamente anterior ao início da
fadiga. O exercício físico muito extenuante não é aconselhável, porque aumenta a temperatura
corporal e pode agravar os sintomas. O exercício prolongado que cansa um membro pode
provocar paresia, dormência ou incoordenação. O paciente é aconselhado a empreender
períodos de repouso curtos e freqüentes, preferivelmente na posição deitada. A fadiga extrema
pode contribuir para a exacerbação dos sintomas.
Prevenindo a lesão
Quando a disfunção motora causa problemas de incoordenação e falta de jeito, ou
quando a ataxia está presente, o paciente encontra-se em risco de queda. Para superar essa
deficiência, o paciente é ensinado a caminhar com os pés bastante separados, de modo a
ampliar a base de sustentação e aumentar a estabilidade da deambulação. Quando há perda
da sensação de posição, o paciente é ensinado a olhar para os pés enquanto caminha. O
treinamento da marcha pode requerer aparelhos de assistência (andador, bengala, muletas,
suportes, barras paralelas) e a instrução sobre seu uso por um fisioterapeuta. Quando a
marcha permanece ineficaz, uma cadeira de rodas ou pode ser a solução. Como a perda
sensorial pode acontecer além da perda motora as úlceras de decúbito consistem em uma
ameaça contínua para a integridade cutânea. O confinamento em uma cadeira de rodas
aumenta o risco.
A doença de Parkjnson manifesta-se como (A) “roda denteada” que acompanha o movimento
passivo do membro; (B) tremor em “rolamento de comprimido”; (C) instabilidade postural,
inclinação para diante, marcha arrastada.
Ações de Enfermagem
Um programa progressivo de exercícios diários aumentará a força muscular, melhorará
a coordenação e a destreza, reduzirá a rigidez muscular e evitará contraturas que acontecem
quando os músculos não são utilizados. Caminhar, pedalar em uma bicicleta ergométrica,
nadar e cuidar do jardim são todos exercícios que ajudam a manter a mobilidade articular. Os
exercícios posturais são importantes para conter a tendência da cabeça e pescoço de se mover
para diante e para baixo. A adesão consistente ao programa de exercícios e caminhada ajuda
a retardar a progressão da doença. Os banhos quentes e a massagem, além dos exercícios
passivos e ativos, ajudam a relaxar os músculos e a aliviar os espasmos musculares dolorosos
que acompanham a rigidez.
O paciente é ensinado a concentrar-se na postura ereta ao deambular, a olhar para o
horizonte e a usar uma marcha com base ampla (te., caminhando com os pés afastados). O
paciente é orientado para praticar a caminhada até marchar com música ou com o som de um
metrônomo compassado, porque isso proporciona um reforço sensorial. Os exercícios de
respiração, enquanto deambula, ajudam a mover o gradil costal e a aerar partes dos pulmões.
Os períodos freqüentes de repouso auxiliam na prevenção contra a frustração e fadiga.
Melhorando a Nutrição
Os pacientes com parkinsonismo apresentam dificuldade em manter peso. A
alimentação toma-se um processo muito lento, exigindo concentração. A boca fica ressecada
por causa dos medicamentos, e há dificuldade em mastigar e deglutir. Eles estão em risco de
aspiração devido à deglutição comprometida e acúmulo de saliva. Eles podem não estar
cientes de que estão aspirando e, assim, desenvolver broncopneumonia. A monitorização do
peso em uma base semanal indica se a ingestão calórica é adequada. As alimentações
suplementares aumentam a ingesta calórica.
Estimulando a deglutição
O paciente deve sentar-se em uma posição ereta durante o período da refeição. Uma
dieta semi-sólida com líquidos consistentes é mais fácil de deglutir. Os líquidos leves devem
ser evitados. O paciente é ensinado a colocar o alimento sobre a língua, fechar os lábios e
cerrar os dentes, levantar a língua e impulsioná-la para trás e engolir. O paciente é encorajado
a mastigar primeiro de um lado da boca, e em seguida, do outro. A massagem dos músculos
faciais e do pescoço antes das refeições pode ser benéfica.
Melhorando a comunicação
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MIASTENIA GRAVE
A miastenia grave é um distúrbio que afeta a transmissão neuromuscular dos músculos
voluntários do corpo; caracteriza-se por fraqueza e fadiga excessivas, principalmente da
musculatura voluntária e dos músculos inervados pela função dos nervos cranianos. Embora o
estabelecimento possa acontecerem qualquer idade, é percebido com maior freqüência nas
mulheres entre 15 e 35 anos de idade e nos homens com mais de 40 anos de idade.
A anormalidade básica na miastenia grave é um defeito na transmissão dos impulsos
do nervo para as células musculares, devido à perda de receptores disponíveis ou normais na
membrana pós-sináptica da junção neuromuscular. Estudos demonstraram uma redução de 70
a 902 no número de receptores de acetilcolina em determinadas junções neuromusculares. A
miastenia grave é considerada uma doença auto-imune, na qual os anticorpos dirigidos contra
os receptores de acetilcolina comprometem a transmissão neuromuscular.
A doença caracteriza-se por extrema fraqueza da musculatura esquelética e por fadiga
fácil, que, em geral, é pior depois do esforço e aliviada pelo repouso. Os grupamentos
musculares mais comumente afetados são aqueles envolvidos nos movimentos oculares,
respiração, controle craniano, mastigação, deglutição e fala. Os pacientes com essa doença
cansam-se aos pequenos esforços (p. ex., pentear os cabelos, mastigação e conversação) e
precisam parar para descansar. Os sintomas variam de acordo com os músculos afetados. Há
uma simetria de envolvimento muscular, principalmente naqueles supridos por nervos
cranianos. Por causa do envolvimento dos músculos oculares, a diplopia (visão dupla) e a
ptose (queda das pálpebras) constituem sintomas iniciais. O paciente apresenta uma
expressão sonolenta, semelhante a uma máscara, porque os músculos faciais são afetados.
Miastenia grave. (A) Sítio receptor de ACh normal. (B) Sítio receptor de ACh na miastenia
grave.
Ações de Enfermagem
Melhorando a Função Respiratória
A enfermeira avalia a freqüência e profundidade respiratórias. Quando existe fraqueza
intensa dos músculos abdominais, intercostais e faríngeos, o paciente é incapaz de tossir e de
respirar profundamente ou de eliminar as secreções. A fisioterapia torácica, incluindo a
drenagem postural para mobilizar as secreções e a aspiração para removê-las pode ter de ser
executada com freqüência.
O paciente com troca gasosa insuficiente experimenta ansiedade, por vezes beirando
ao pânico. Isso é composto por uma incapacidade de se comunicar verbalmente e por uma
tendência para a sufocação. O conhecimento dos temores do paciente e a abordagem imediata
do problema podem fornecer tranqüilização de que a enfermeira compreende as preocupações.
O paciente ganha alguma sensação de controle através do cuidado capacitado e do suporte
tranqüilo da enfermeira.
Melhorando a Comunicação
Os músculos da fala enfraquecidos em pacientes em crise miastênica podem interferir
com a comunicação. As técnicas para melhorar a comunicação incluem escutar os pacientes;
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repetir o que eles tentaram comunicar para esclarecer e verificar as informações; e pedir aos
pacientes que pisquem os olhos ou balancem os dedos ou artelhos para as respostas sim e
não. Depois que o período da crise miastênica foi solucionado, os pacientes são geralmente
capazes de tomar suas necessidades conhecidas.
Prevenindo a Aspiração
A capacidade diminuída de mastigar e deglutir pode resultar em sufocação e aspiração.
O paciente é avaliado quanto à salivação, regurgitação pelo nariz e sufocação ao tentar
deglutir. A aspiração deve estar imediatamente disponível. O repouso antes das refeições é
encorajado para diminuir a fadiga muscular. O paciente fica sentado em uma posição ereta,
com o pescoço discretamente flexionado para diante, de modo a facilitar a deglutição. Os
alimentos macios, embebidos em molhos ou caldos, parecem ser engolidos com maior
facilidade que os líquidos. Como os músculos da mastigação podem estar mais fortalecidos no
período da manhã, a ingesta calórica pode ser aumentada no café manhã. O paciente é
encorajado a repousar depois da alimentação.
DISTÚRBIOS CONVULSIVOS
As convulsões são episódios de atividade motora, sensorial, autonômica ou psíquica
anormal (ou uma combinação desses tipos) decorrentes da descarga súbita e excessiva a
partir dos neurônios cerebrais. Parte ou a totalidade do cérebro pode ser afetada. Em geral, as
convulsões são súbitas e transitórias.
As causas são variadas e podem ser categorizadas como idiopáticas (genéticas,
defeitos do desenvolvimento) e adquiridas. Entre as causas das convulsões adquiridas estão a
hipoxemia de qualquer etiologia, incluindo a insuficiência vascular, febre (infância), traumatismo
craniano, hipertensão, infecções do sistema nervoso central, condições metabólicas e tóxicas
(a. ex., insuficiência renal, hiponatremia, hipocalcemia. hipoglicemia, pesticidas), tumor
cerebral, abstinência de drogas e alergias. O acidente vascular cerebral e a metástase cerebral
constituem as causas principais de convulsão em idosos.
Com freqüência, o paciente apresenta perda de memória durante a convulsão e, depois
disto, durante um curto prazo. A lesão cerebral pode acontecer quando as convulsões são
graves ou prolongadas. O paciente’ está em risco de hipóxia, vômitos e aspiração pulmonar ou
de anormalidades metabólicas persistentes.
A meta terapêutica imediata é controlar a convulsão, sendo a meta em longo prazo
determinar e controlar a causa.
Ações de enfermagem
Uma responsabilidade importante da enfermeira é observar e registrar seqüência de
sintomas. A natureza da convulsão geralmente indica o tipo de tratamento que é necessário.
Antes e no decorrer de urna convulsão, deve-se avaliar e documentar o seguinte:
1. As circunstâncias antes da convulsão (estímulos visuais, auditivos ou olfatórios, estímulos
táteis, distúrbios emocionais ou psicológicos, sono, hiperventílação)
2. A primeira coisa que o paciente faz em uma convulsão — onde os movimentos ou a rigidez
começa, posição de olhar conjugado e a posição da cabeça do paciente no início da convulsão.
Essas informações fornecem indícios sobre a localização do foco epileptogênico no cérebro.
(No registro, é importante determinar se o início da convulsão foi ou não observado.)
3. O tipo de movimentos na parte do corpo envolvida
4. As áreas do corpo afetadas (retirar as roupas de cama e expor paciente)
5. O tamanho de ambas as pupilas. Os olhos estão abertos? Os olhos ou a cabeça viram para
um lado?
6. A presença ou ausência de automatismos (atividade motora involuntária, como o estalar de
lábios ou a deglutição repetida
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OBSERVAÇÃO:
EPILEPSIAS
As epilepsias constituem um complexo sintomático de vários distúrbios da função
cerebral caracterizado por convulsões recorrentes. Dessa maneira, a epilepsia não é uma
doença, mas um sintoma. Pode haver perda associada da consciência, movimento excessivo
ou perda do movimento muscular, além de distúrbios do comportamento, humor, sensação e
percepção. O problema é um distúrbio elétrico (arritmia) nas células nervosas em uma seção
do cérebro, fazendo com que elas emitam descargas elétricas anormais, recorrentes e
descontroladas. A convulsão epiléptica característica é uma manifestação dessa descarga
neuronal excessiva.
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Ações de Enfermagem
Cuidado continuado
Considerações Financeiras. Como a epilepsia é um distúrbio de longo prazo, o uso de
medicamentos dispendiosos pode criar uma carga financeira importante.
Reabilitação Vocacional. Para muitos, os problemas com o emprego ainda permanecem
como a maior incapacidade da epilepsia. As agências estaduais de reabilitação vocacional
podem fornecer informações sobre treinamento de trabalho. Quando as convulsões de uma
pessoa não são bem controladas, também podem ser obtidas informações a respeito de
oficinas protegidas ou programas de emprego domiciliar.
As agências federais e estaduais e a legislação federal podem ajudar as pessoas com
epilepsia que experimentam discriminação no trabalho.
Avaliação Continuada. As pessoas que apresentam convulsões incontroláveis e má
adaptação psicológica e social com outros problemas importantes podem ser encaminhadas
para centros abrangentes de epilepsia, onde estejam disponíveis a monitorização ,
tratamento especializado e os serviços de reabilitação.
inconsciência no qual o paciente não está ciente de si mesmo ou do ambiente por períodos
prolongados (dias a meses ou, até mesmo, anos). O mutismo acinético é um estado de falta de
responsividade ao ambiente no qual o paciente não faz movimento ou som, mas, por vezes,
abre os olhos. O estado vegetativo persistente é uma condição em que o paciente é descrito
como alerta, mas desprovido de conteúdo consciente, sem função mental cognitiva ou afetiva.
As causas da inconsciência ou coma podem ser neurológicas (traumatismo craniano, acidente
vascular cerebral), toxicológicas (over-dose de drogas, intoxicação etílica) ou metabólicas
(insuficiência hepática ou renal, cetoacidose diabética).
• Podem ser úteis os banhos de esponja fria e um ventilador elétrico voltado por sobre o
paciente para aumentar o resfriamento superficial.
A monitorização freqüente da temperatura está indicada para avaliar a resposta do
paciente à terapia e para evitar uma diminuição excessiva na temperatura e o tremor.
Apoiando a Família
A família do paciente inconsciente pode ser colocada em um repentino estado de crise
e atravessar um processo de ansiedade grave, negação, raiva, remorso, culpa e reconciliação.
Para ajudar os membros da família a mobilizar suas próprias capacidades de adaptação, as
enfermeiras podem reforçar e esclarecer as informações sobre a condição do
paciente.Também devem permitir que a família seja envolvida no cuidado de seu ente querido,
e escutar e encorajar a ventilação dos sentimentos e preocupações, enquanto os apóia em
seus processos de tomada de decisão relacionada ao tratamento e colocação pós-
hospitalização.
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DOENÇA DE ALZHEIMER
É um distúrbio neurológico degenerativo, progressivo e irreversível, que começa de
maneira gradual e se caracteriza por distúrbios no comportamento e afeto. Quando os
membros da família tem pelo menos um outro parente com a doença de Azheimer, então diz-se
que existe um componente familiar. Um componente familiar inclui, de maneira inespecifica, os
deflagradores ambientais e os determinantes genéticos.Nos estágios iniciais da doença de
Alzeimer, ocorrem o esquecimento e a perda sutil da memória.Podem surgir pequenas
dificuldades no trabalho e nas atividades sociais, mas o paciente apresenta uma função
cognitiva adequada que oculta a perda, podendo funcionar de maneira independente. A
depressão pode acontecer nesse período. Com a progressão adicional da doença, os déficits
não mais podem ser ocultos. O esquecimento manifesta-se em muitas ações diárias. Esses
pacientes podem perder a capacidade de reconhecer faces, lugares e objetos familiares e ficar
perdidos no ambiente familiar. Eles podem repetir as mesmas historias, porque se esquecem
de tê-las contado. Tentar argumentar com a pessoa e usar a orientação da realidade são
atitudes que apenas aumentam a ansiedade do paciente, sem melhorar a função, porque esta
também foi esquecida.
Tratamento de Enfermagem
Embora a doença de Alzheimer seja o foco dessa discussão sobre o tratamento de
enfermagem, as prescrições descritas aplicam-se a todos os pacientes com demência, a
despeito de sua etiologia. As prescrições de enfermagem são direcionadas para a manutenção
da segurança física do paciente, redução da ansiedade e agitação, melhoria da comunicação,
promoção da independência nas atividades de autocuidado, atendimento das necessidades de
socialização e privacidade do paciente, manutenção da nutrição adequada, controle dos
distúrbios do padrão de sono e apoio e educação das pessoas da família responsáveis pelos
cuidados. O apoio àqueles da comunidade que realizam os cuidados para um paciente com
doença de Alzheimer é essencial para evitar a “estafa do cuidado?’. Isso é particularmente
relevante para as mulheres que prestam os cuidados, pois, com freqüência, possuem múltiplas
tarefas. A avaliação precoce, contínua e específica da rede social de cuidadores pelas
enfermeiras de todos os setores pode ajudar a identificar aqueles potencialmente em risco de
suporte inadequado (lrlibbard, Neufeld & Harrison, 1996).
constante apoio emocional, o que reforçará uma auto-imagem positiva. Quando as perdas das
capacidades acontecem, as metas são ajustadas para se adequarem ao declínio da habilidade
do paciente.
O ambiente deve ser organizado de forma simples, familiar e livre de ruídos. A
excitação e a confusão podem aborrecer, precipitando um estado combativo e agitado,
conhecido como reação catastrófica (reação excessiva à estimulação excessiva). Durante tal
reação, o paciente responde gritando, chorando ou tomando-se agressivo (agressão física ou
verbal). Esse é o seu meio de expressar sua incapacidade de lidar com o ambiente. Quando
isso ocorre, é importante permanecer calmo e paciente. Medidas como ouvir música, acariciar,
dançar ou distrair podem acalmar o paciente. Com freqüência, o paciente esquece o que
deflagrou a reação. Também é valioso estruturar as atividades. Estar familiarizado com as
respostas previsíveis da pessoa a certos estressores ajuda os cuidadores a evitar situações
similares.
Melhorando a comunicação
Para promover a interpretação das mensagens pelo paciente, a enfermeira permanece
tranqüila e reduz os medos e as distrações. Frases claras e fáceis de compreender são
empregadas para transmitir mensagens, porque o significado das palavras é freqüentemente
esquecido ou existe dificuldade de organizar e expressar os pensamentos. Listas e instruções
simples, por escrito, podem servir como lembretes para o paciente e, com freqüência, são
valiosas. Por vezes, o paciente pode apontar para um objeto ou usar a linguagem não-verbal
para se comunicar. Os estímulos táteis, como um abraço ou um tapinha, são usualmente
interpretados como sinais de afeição, preocupação e segurança.
FUNDAMENTAÇÃO
A educação do paciente e da família constitui um componente fundamental da
reabilitação, devendo ser fornecida uma ampla oportunidade para o aprendizado sobre o
acidente vascular cerebral, suas causas e prevenção, e sobre o processo de reabilitação. Tanto
no cuidado agudo quanto nas instituições de reabilitação, o foco é ensinar os pacientes a
retomar o máximo possível do autocuidado. Isso pode englobar o uso de aparelhos de
assistência ou a modificação do ambiente domiciliar para facilitar o desafio de viver com uma
deficiência.
OBJETIVO
Realizar o cuidado com os pacientes com distúrbios neurológicos e acamados.
METODOLOGIA
Divida a turma em grupos de 04 e faça uma visita a instituição de idosos, ou casas de
família com pacientes acamados/com distúrbios neurológicos e coloque em prática o que foi
aprendido em sala de aula em relação aos cuidados/mudanças de decúbito destes pacientes.
No final escolha um dos paciente e descreva as ações realizadas para o mesmo, faça uma
simulação em sala de aula. Obs.: procure trabalhar com pacientes diferentes, para ficar mais
interessante a simulação.
ANEXOS:
Abdução do ombro. Movimente o braço a partir da lateral do corpo até acima da cabeça,
retomando então o braço para a lateral do corpo ou para uma posição neutra (adução).
Flexão externa do ombro. Movimente o braço para frente e para cima ate que fique lateral a
cabeça.
Rotação interna do ombro. Com o braço na altura do ombro, o cotovelo dobrado em um ângulo
de 90°)’ e a palma na direção do pé, vire a parte superior do braço até que a palma e o
antebraço apontem para trás.
Pronação do antebraço. Com o cotovelo na cintura e num ângulo de 9O, vire o ângulo de forma
que a palma da mão tique para baixo.
Extensão do punho.
Rotação externa do ombro. Com o braço na altura ombro, o cotovelo inclinado em um ângulo
de e a palma voltada para o pé, vire o braço superior até que a palma e o antebraço apontem
rara frente.
Flexão do punho. Incline o punho de modo que a palma fique apontando para o antebraço.
Alinhe até uma posição neutra.
Desvio ulnar. Movimento é mãos para as late ais de modo que a lateral da mão sobre a qual o
dedo mínimo e ta localizado se movimenta em direção ao antebraço
Desvio radial. Movimento o das mãos para as laterais de modo que o lado da mão sob o qual
está o polegar localizado movimenta-se em direção ao antebraço.
Para realizar a abdução/adução do quadril, movimentar a perna para fora e distante do corpo
tanto quanto possível, conforme demonstrado. Retornar a perna da posição abduzida para a
posição neutra cruzar sobre a outra perna tão longe quanto possível.
Fletir o quadril e o joelho. Inclinar o quadril pelo movimento da perna para frente tão longe
quanto possível. Retornar a perna da posição fletida para a posição neutra.
Dorsifiexão do pé. Movimentar o pé para cima direção à perna. Então movimentar o pé para e
distante da perna (flexão plantar).
Inversão e eversão do pé. Movimentar o pé de modo que a sola fique de frente para fora
eversão). Então movimentar o pé de modo que a sola fique de frente para o lado interno
(inversão).
Flexão dos dedos dos pés. Inclinar os dedos em direção ao arco do pé.
Extensão dos dedos. Alinhar os dedos e puxá-los em direção à perna o máximo possível.
FUNDAMENTAÇÃO
É importante que os profissionais de saúde forneçam o mesmo atendimento
humanizado, ético e digno dos outros pacientes, também aos pacientes em coma, respeitando
seus direitos e as crenças dos familiares; proporcionando apoio aos amigos e parentes, e
desenvolvendo um trabalho que vise maior qualidade da assistência.
OBJETIVO
Abordagem e discussão sobre disfunções neurológicas.
PROCEDIMENTO
Com o auxílio do professor e do monitor, s alunos devem ser divididos em grupos e
simular atendimento ao paciente inconsciente, enfatizando as condutas de enfermagem no
ambiente hospitalar. Deverão demonstrar um cuidado humanizado que vise à dignidade da
pessoa que está sendo atendida, bem como a atenção e respeito durante a assistência aos
familiares.
Cada grupo pode simular um cuidado especifico, por exemplo, o grupo A discorre e
simula a assistência à higiene oral, o grupo B a respeito da manutenção da integridade cutânea
e assim em diante, (mudança de decúbito, manutenção da via aérea; banho de leito, higiene
corporal unhas, cabelos; cuidados com sondas, drenos, punções, bolsas, curativos;
manutenção da segurança do paciente no leito; se possíveis complicações como preceder).
O professor e o monitor poderão oferecer outros materiais de apoio para que os alunos
possam montar a simulação.
EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO
1) O que significa em termos práticos um tratamento humanizado aos pacientes em coma?
Qual a importância de uma assistência humanizada aos pacientes inconscientes?
AUTOAVALIAÇÃO
CAPITULO 3
Órgão Infecção
Uretra Uretrite
Bexiga Cistite
Ureteres Ureterite
Rins Pielonefrite
INFECÇÃO URINÁRIA
Quem está com incontinência por infecção costuma sentir um ardor ao urinar e, muitas
vezes, elimina pouco líquido ao ir ao banheiro. A infecção é causada por um crescimento das
bactérias na bexiga.
1 – Infecção bacteriana.
Intervenções de enfermagem:
Aliviando a dor
A dor associada a ITU e rapidamente aliviada quando a terapia com antimicrobianos e
iniciadas. Os agentes antiespasmódicos também são úteis no alivio da irritabilidade vesical e
da dor. A aspirina e aplicação de calor não períneo ajudam a aliviar a dor e o espasmo. O
paciente e encorajado a beber quantidades elevadas de liquido ( água) para promover o fluxo
sanguíneo renal e lavar as bactérias do trato urinário. São evitados os irritantes do trato urinário
como, refrigerantes do tipo cola, café, chás, frutas cítricas.
A micção freqüente de 2 a 3 horas ajuda para esvaziar a bexiga por completo, pois
pode diminuir as contagens bacterianas na urina, e reduz a estase urinaria e evita a reinfecção.
Ingestão Hídrica;
Beber quantidades liberais de líquido diariamente para depurar as bactérias.
Evitar, café, chás, refrigerantes do tipo cola, álcool.
Hábitos Miccionais;
Urinar de 2 a 3 horas durante o dia e esvaziar a bexiga. As precauções exclusivas para
mulheres incluem as seguintes:
Urinar imediatamente após relação sexual.
Tomar uma dose única de um agente antimicrobiano oral depois da relação sexual.
Terapia;
Tomar os medicamentos exatamente como são prescritos.
UROLITÍASE
2 - Rim.
3 - Uretra.
Intervenções de enfermagem
Aliviando a Dor
O alívio imediato da dor intensa devido a cólica renal ou ureteral e efetuados com
analgésicos opióides (administração endovenosa ou intravenosa) ou com agentes
antiinflamatórios não-estreiodais.
deverá aderir à dieta prescrita e evitar aumentos súbitos nas temperaturas ambientais, que
podem provocar uma queda no volume urinário.
Líquidos suficientes devem ser ingeridos à noite para evitar que a urina se tome muito
concentrada nesse período.
A ITU recorrente é tratada com vigor. Como a imobilização prolongada torna lenta a
drenagem renal e altera o metabolismo do cálcio, o aumento da mobilização é encorajado
sempre que possível. Além disso, a ingestão excessiva de vitaminas (especialmente a vitamina
D) e de minerais é desencorajada.
Se a litotripsia, a retirada percutânea do cálculo ou outros procedimentos cirúrgicos
para a retirada do cálculo foram realizados, o paciente é instruído sobre os sinais e sintomas
das complicações que precisam ser relatados para o médico. A importância do
acompanhamento para avaliar a função renal e garantir a erradicação ou retirada bem-
sucedida de todos os cálculos renais é enfatizada para o paciente e família.
LITOTRIPSIA
A litotripsia consiste em ondas de choque direcionadas para o local onde está o
cálculo. Elas quebram, explodem a pedra e os fragmentos são eliminados com mais facilidade.
Se não se consegue fazê-lo com a litotripsia, pode-se recorrer a um procedimento cirúrgico
endoscópico pelo ureter. O aparelho alcança o ureter e a bexiga urinária e tenta quebrar o
cálculo onde ele estiver.
TUMORES RENAIS
O câncer do rim contribui com cerca de 2% de todos os casos de câncer e adultos. Ele
afeta quase duas vezes mais no sexo masculino do que no feminino. O tipo mais comum de
tumor renal é o adenocarcinoma renal ou de células renais, contribuindo com 85% de todos os
tumores renais, esses tumores podem causar metástase precoce para pulmões, osso, fígado,
cérebro e rim contralateral. Um terço do paciente apresenta com doença metastática no
momento do diagnostico.
Tratamento de Enfermagem
URETRITE
A uretrite, inflamação da uretra é uma infecção ascendente e pode ser classificada
como gonocócica ou não gonocócica. Ambas as condições podem estar presentes nos
pacientes, elas são as DSTs que ocorrem em homens nos países desenvolvidos.
A uretrite gonocócica é provocada pela N.gonorrhoease, é transmitida por contato
sexual. Nos homens, a inflamação do orifício meatal ocorre com a queimação a micção, uma
secreção uretral aprece em 3 a 14 dias após a exposição sexual, embora a doença possa
permanecer assintomática em ate 10% dos homens. A infecção envolve os tecidos ao redor da
uretra, gerando peri-uretrite, prostatite, epididimite e estenose uretral.
A uretrite não-gonocócica e causada pela C.trachomatis ou Ueraplasma urealyticum.
Os pacientes do sexo masculino se queixam de disuria branda a grave secreção uretral
escassa e moderada, ela requer um tratamento com antibiótico imediato.
Uretrite
A uretrite é a inflamação ao longo do canal uretral.
Tratamento de enfermagem
Em sua maior parte, focaliza a educação do paciente para promover o autocuidado
efetivo e evitar a recidiva ativa ou transmissão da doença.
CISTITE INTERSTICIAL
È um distúrbio vesical mal definido, referido como síndrome da uretra ou bexiga
dolorosa, definida como uma inflamação da parte vesical que, eventualmente causa
desintegração do revestimento e perda da elasticidade vesical. O distúrbio acontece mais
amiúde em mulheres de 40 á 50 anos de idade, porem pode afetar qualquer idade, raça, ou
sexo.
Tratamento de Enfermagem
O paciente com sintomas de cistite intersticial tem sintomas prolongados, e esses
sintomas impedem que o paciente realize atividades normais. O paciente foi tratado pro
inúmeros profissionais e com pouco alivio dos sintomas, e em conseqüência disso ele pode se
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sentir, deprimido, ansioso, tenso e cético em relação aos tratamentos propostos. Nessa
situação é necessário o apoio psicológico.
Tratamento de Enfermagem
O cuidado de enfermagem procura avaliar o estado hídrico e identificar as fontes
potenciais de desequilíbrio e promover os sentimentos positivos, encorajando o aumento do
autocuidado e a maior independência. É extremamente importante fornecer as explicações e
informações para o paciente e para a família em relação à DRET, sobre as opções de
tratamento e complicações potenciais. Muito apoio emocional é necessário ao paciente e à
família, em virtude das diversas alterações vivenciadas.
Cuidado Continuado
A importância dos exames de acompanhamento e do tratamento é ressaltada para o
paciente e para a família por causa do estado físico, função renal e demandas de diálise
mutáveis. O encaminhamento para o cuidado domiciliar fornece à enfermeira de cuidado
domiciliar a oportunidade de avaliar o ambiente do paciente, o estado emocional e as
estratégias de enfrentamento do estresse usadas pelo paciente e pela família para lidar com as
alterações nas funções familiares frequentemente associadas à doença crônica.
INSUFICIÊNCIA RENAL
CRÔNICA
Tratamento de Enfermagem
A equipe de enfermagem mantém os membros da família informados sobre a condição
do paciente, auxilia-os na compreensão dos tratamentos e presta apoio psicológico. Embora o
desenvolvimento da insuficiência renal aguda possa ser o problema com maior risco devido, a
equipe de enfermagem deve continuar a incluir no plano de cuidado as medidas indicadas para
o distúrbio primário do paciente (p.ex., queimaduras, choque, trauma, obstrução do trato
urinário).
Prevenindo a Infecção
A assepsia é essencial com as linhas invasivas e cateteres para minimizar o risco de
infecção e o aumento do metabolismo. O cateter urinário de demora é evitado, quando
possível, por causa do alto risco de ITU associado a seu uso.
Prestando Apoio
O paciente com insuficiência renal aguda requer tratamento com hemodiálise, diálise
peritoneal ou outras terapias de substituição renal contínua para prevenir contra as
complicações graves o intervalo de tempo que esses tratamentos requerem varia conforme a
causa e a extensão da lesão para os rins. O paciente e a família precisarão de assistência,
explicação e apoio durante esse período. A finalidade e a justificativa dos tratamentos são
explicadas ao paciente e à família pelo médico. Os níveis elevados de ansiedade e medo, no
entanto, podem exigir a explicação e esclarecimento repetidos pela enfermeira. Os membros
da família podem ficar inicialmente temerosos em tocar o paciente e conversar com ele durante
o procedimento, mas devem ser encorajados e auxiliados a assim proceder.
Embora muitas das funções da enfermeira sejam devotadas aos aspectos técnicos do
procedimento, as necessidades psicológicas e preocupações do paciente e da família não
podem ser ignoradas. E essencial a avaliação continuada do paciente para as complicações da
insuficiência renal aguda e de sua causa precipitante.
PIELONEFRITE CRÔNICA
O paciente com pielonefrite crônica geralmente não apresenta sintomas de infecção até
que ocorra uma exacerbação aguda. Os sinais e sintomas perceptíveis podem incluir fadiga,
cefaléia, apetite deficiente, poliúria, sede excessiva e perda de peso. A infecção persistente e
recorrente pode produzir cicatrização progressiva do rim, com a insuficiência renal sendo o
resultado final.
As bactérias, uma vez detectadas na urina, são erradicadas, quando possível.
As complicações da pielonefrite crônica incluem a DRET (decorrente da perda
progressiva de néfrons secundária a inflamação crônica e cicatrização), hipertensão e
formação de cálculos renais (devido à infecção crônica).
Tratamento de Enfermagem
O paciente pode necessitar de hospitalização ou pode ser tratado como um paciente
ambulatorial. Quando ele é hospitalizado, a ingestão e a excreção de líquidos são
cuidadosamente mensuradas e registradas. A menos que contra-indicados, os líquidos são
encorajados (3-41/dia) para diluir a urina, diminuir a queimação durante a micção e evitar a
desidratação. A enfermeira verifica a temperatura do paciente a cada 4 horas e administra
antitérmicos e antibióticos, conforme prescritos. Com freqüência, o paciente sente-se mais
confortável ao repousar no leito durante a fase aguda da doença.
O ensino do paciente enfatiza a prevenção das infecções do trato urinário pelo
consumo de uma ingestão hídrica adequada, esvaziamento regular da bexiga e realização da
higiene perineal recomendada.
DIÁLISE
A diálise é um processo empregado para remoção de líquidos e dos produtos de
degradação urêmicos do corpo quando os rins são incapazes de fazê-lo. A necessidade da
diálise pode ser aguda ou crônica.
A diálise aguda está indicada quando existe um nível elevado e crescente de potássio
sérico, sobrecarga hídrica e edema pulmonar iminente. Ela também pode ser empregada para
remover determinados medicamentos ou outras toxinas (envenenamento ou intoxicação de
medicamento) do sangue.
A diálise crônica ou de manutenção está indicada na insuficiência renal crônica,
conhecida como doença renal em estágio terminal (DRET), nos seguintes casos: ocorrência de
sinais e sintomas urêmicos que afetem todos os sistemas orgânicos (náuseas e vômitos,
anorexia grave, letargia crescente, confusão mental), sobrecarga hídrica não-responsiva a
diuréticos e à restrição hídrica e uma carência geral de bem-estar. Os pacientes sem função
renal têm sido mantidos por vários anos com diálise. O transplante de rim bem-sucedido
elimina a necessidade. Embora os custos da diálise sejam geralmente reembolsáveis,
limitações na capacidade de trabalho do paciente, decorrentes da doença e da diálise,
geralmente impõem uma grande carga financeira aos pacientes e às famílias.
A decisão de iniciar a diálise deve ser feita depois de uma discussão plena entre o
paciente, a família, o médico e as pessoas significativas, conforme apropriado.
HEMODIÁLISE
A hemodiálise é o método de diálise mais comumente empregado. Ela é usada para
pacientes que estão agudamente doentes e que necessitam de diálise por curto prazo (dias a
semanas), bem como para pacientes com DRET que necessitam de terapia em longo prazo ou
permanente. Um dialisador ou rim artificial serve como uma membrana semipermeável
sintética, substituindo os glomérulos renais e túbulos como um filtro para os rins
comprometidos.
A hemodiálise evita a morte dos pacientes com insuficiência renal crônica, embora ela
não cure a doença renal e não compense a perda das atividades endócrinas ou metabólicas
dos rins. Os pacientes que recebem hemodiálise devem submeter-se ao tratamento pelo resto
da vida (usualmente três vezes por semana, por um mínimo de 3 a 4 horas por tratamento) ou
até se submeterem a um transplante renal bem-sucedido. Os pacientes são colocados sob
diálise crônica quando necessitam de terapia dialítica para a sobrevida e controle dos sintomas
urêmicos. A tendência no tratamento da DRET é iniciar o procedimento antes que os sinais e
sintomas associados à uremia se tomem graves.
Processo da Hemodiálise
O processo de Hemodiálise tem quatro fases específicas:
1. O sangue com substâncias tóxicas sai do organismo através de uma agulha inserida na
veia, é impulsionado por uma bomba, percorre um circuito extra-corpóreo através de um equipo
arterial, e entra no dialisador instalado na máquina de Hemodiálise.
2. O sangue na máquina, passa pelo dialisador / filtro entrando em contato com o banho de
diálise.
3. O banho de diálise é uma solução que, devido a sua concentração e composição química,
atrai as impurezas e a água contida no sangue. As impurezas atravessam a membrana e
passam para o banho.
4. O banho que adquiriu as impurezas e a água do sangue, sai da máquina e é jogado fora
pelos drenos, que posteriormente são drenadas para fora da máquina.
5. O sangue agora "limpo" purificado sai pelo outro lado da máquina, retornando ao paciente
pelo equipo venoso e agulha venosa.
(ver a figura abaixo)
Equipamento: Dialisadores
Muitos dialisadores, ou rins artificiais, são diálisadores de placas planas, ou rins
artificiais de fibras ocas, contendo milhares de diminutos túbulos de celofane que atuam como
membranas semipermeáveis. O sangue flui através dos túbulos, enquanto uma solução, o
dialisado, circula ao redor dos túbulos. A troca de produtos de degradação do sangue para o
dialisado acontece por meio da membrana semipermeável dos túbulos.
Acesso Vascular
O sangue pode ser retirado, limpo e devolvido ao corpo em velocidades entre 200 e
800 ml/min; entretanto, em primeiro lugar, o acesso à circulação do paciente deve ser
estabelecido. Diversos tipos de acesso estão disponíveis.
FÍSTULA
Um acesso mais permanente, conhecido como fístula, é criado por meios cirúrgicos
(usualmente no antebraço) ao se unir (anastomosar) uma artéria em uma veia, tanto látero-
lateral quanto término-lateral. As agulhas são inseridas dentro do vaso a fim de se obter o fluxo
sangüíneo adequado para passar através do dialisador. O segmento arterial da fistula é
empregado para o fluxo arterial e o segmento venoso para a reinfusão do sangue dialisado. A
fístula leva de 4 a 6 semanas para amadurecer, antes de estar pronta para uso. Isso
proporciona tempo para a cicatrização e para que o segmento venoso da fístula se dilate para
acomodar duas agulhas de grosso calibre (14 ou 16). O paciente é encorajado a realizar os
exercícios para aumentar o tamanho desses vasos (apertando uma bola de borracha para as
ENXERTO
Um enxerto arteriovenoso pode ser criado pela interposição subcutânea de uma
prótese biológica, semibiológica ou sintética entre uma artéria e uma veia. O material de
enxerto sintético mais usado é o politetrafluoroetileno. Em geral, um enxerto é criado quando os
vasos do próprio paciente não são adequados para uma fístula. Os enxertos geralmente são
colocados no antebraço, no braço ou na parte superior da coxa.
Riscos:
Infecção.
Trombose.
Complicações da Hemodiálise
Embora a hemodiálise possa prolongar indefinidamente a vida, ela não altera a
evolução natural da doença renal subjacente, nem substitui por completo a função renal. O
paciente fica sujeito a inúmeros problemas e complicações. Uma causa importante de morte
entre os pacientes que sofrem hemodiálise crônica é a doença cardiovascular aterosclerótica.
Os distúrbios do metabolismo lipídico parecem ser acentuados pela hermodiálise. Insuficiência
cardíaca com congestiva, cardiopatia coronariana e dor anginosa, acidente vascular cerebral e
insuficiência vascular periférica podem ocorrer, podendo incapacitar o paciente. Anemia e
fadiga contribuem para a diminuição do bem-estar físico e emocional, carência de energia e de
estímulo e falta de interesse. As úlceras gástricas e outros problemas gastrointestinais ocorrem
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Uma fístula arteriovenosa interna (acima) é criada por uma anastomose látero-lateral da artéria
com a veia.
Um enxerto (abaixo) também pode ser estabelecido entre a artéria e a veia.
Acesso Peritoneal: através de uma pequena cirurgia, um cateter (tubo flexível biocompatível) é
implantado no abdômen e permite que a solução de
diálise entre e saia da cavidade peritoneal. O cateter é
permanente e indolor.
Para a realização da terapia, a solução de
diálise é infundida na cavidade peritoneal por meio de
um cateter. Uma pequena parte do cateter fica externo
ao abdômen, sendo o veículo de comunicação entre a
cavidade peritoneal e as bolsas de solução de diálise. O
volume de solução a ser infundido varia de acordo com
a área de superfície corpórea do paciente, isto é, o
tamanho de cada pessoa.
Existem dois tipos de Diálise Peritoneal:
Diálise Peritoneal Contínua Ambulatória
(DPCA)
Realiza-se em casa e consiste na utilização de uma máquina que efetua as trocas de
líquido durante a noite enquanto o doente dorme. Somente terá de ir ao hospital cada mês para
realizar as análises de controlo habituais.
As necessidades de cada doente e mediante prescrição médica, a máquina será
programada para que se realizem mais ou menos trocas durante o tratamento.
Antes da sessão:
Verificar sinais vitais.
Verificar peso do paciente.
Esvaziar a bexiga e medir a diurese.
Verificar quais os medicamentos o paciente está fazendo uso.
Administrar a medicação prescrita.
Durante a sessão:
Administrar medicação prescrita.
Ficar atento para sangramento nasal ou cutâneo.
Observar e relatar presença de: tremores, sonolência, náuseas, vômitos, tonturas e
cãibras musculares.
Providenciar dieta e hidratação durante a diálise.
Fazer controle do balanço hídrico.
Após a sessão:
Fazer curativo compressivo na região da fístula.
Pesar o paciente.
Verificar sinais vitais.
Administrar medicação prescrita.
Orientar o paciente a não pegar o peso com o braço do shunt, não aferir pressão
arterial ou administrar medicação neste membro.
Limpar e desinfetar o aparelho dializador.
Observação: Devem-se evitar as medições de pressão arterial ou retirada de amostras
sanguíneas do braço em que está a fístula arteriovenosa. Esses procedimentos podem causar
um bloqueio ou uma coagulação no dispositivo de acesso.
Dietoterapia
O esquema dietético de cada paciente deve ser elaborado de acordo com a extensão
de sua função renal residual. A dieta é um fator importante para os pacientes sob hemodiálise
por causa dos efeitos da uremia. A assistência dietética consiste em restrição ou adaptação da
ingestão de proteínas, sódio, potássio e/ou fluídos.
O aporte de sódio acha-se comumente limitado, a menos que haja grandes perdas
urinárias deste mineral. As quantidades de potássio e fósforo são determinadas, comumente,
com base nos valores químicos do soro sanguíneo obtido antes da diálise e freqüentemente
devem ser limitados.
A restrição hídrica também faz parte da prescrição da dieta, porque o acúmulo de
líquido pode ocorrer, levando ao ganho de peso, à insuficiência cardíaca congestiva e ao
edema pulmonar.A taxa de líquidos dada diariamente é de 500 a 1.000 mililitros, mais uma
quantidade igual eliminada no dia anterior, ou melhor, uma taxa de líquidos suficiente para
permitir um ganho de 1 a 1,5 quilos entre os tratamentos.
Os requerimentos energéticos são comumente calculados na base de 30 a 35 kcal por
quilo de peso. A suplementação vitamínica é importante, pelo fato das vitaminas,
principalmente as hidrossolúveis, serem removidas pela hemodiálise.
Vacinas
Os pacientes que precisam de hemodiálise necessitam se prevenir contra doenças
infecciosas.
Hepatite B.
Pneumonia pneumocócica.
Gripe pelo vírus influenza.
Difteria.
Tétano.
Hepatite A.
EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO
2) Qual dos fatores abaixo listados não é determinante para progressão de doença renal
crônica?
(A) Pressão arterial sistólica > 130 mmHg
(B) Anemia
(C) Hiperfosfatemia
(D) Tabagismo
(E) Raça Branca
4) A diálise é utilizada para a remoção de fluidos e resíduos urêmicos do corpo quando os rins
não conseguem fazê-lo. Com relação às complicações da diálise, numere a coluna da direita
de acordo com sua correspondência com a da esquerda.
1. Peritonite.
2. Complicações referentes à diálise.
3. Complicações referentes ao cateter.
4. Síndrome do Equilíbrio da Diálise.
5) O processo pelo qual, através de uma fístula arteriovenosa, filtra-se o sangue, promovendo a
eliminação de toxinas, denomina-se:
( A ) Diálise peritoneal;
( B ) Hemodiálise;
( C ) Toracocentese;
( D ) Videolaparoscopia;
( E ) Drenagem peritoneal.
6) A insuficiência renal aguda caracteriza-se pela perda súbita e quase completa da função
renal. Sobre essa patologia, julgue as frases abaixo:
(A) O indivíduo, geralmente, apresenta-se agitado, com poliúria e polaciúria, náuseas, vômitos
e diarréias.
(B) A diálise é uma forma de tratamento em que se introduz um líquido estéril no intestino
através de um cateter.
(C) É responsabilidade da equipe de enfermagem monitorizar a função renal, através do
balanço hídrico e pesagem diária do paciente.
(D) A hemodiálise consiste na remoção dos subprodutos do metabolismo protéico, tais como:
uréia e creatinina.
(E) Para a realização da hemodiálise, faz-se necessário criar uma fístula arteriovenosa ou
introduzir um cateter de longa ou curta duração.
8) A.M.C., 58 anos, faz tratamento de insuficiência renal crônica, que é a perda brusca ou
gradativa, de forma irreversível, da função renal. Os portadores dessa insuficiência são
submetidos a tratamentos para substituição da função renal (diálise ou transplante renal) para
que haja a conservação da vida. Deve-se ter como cuidados de enfermagem nesse caso:
(A) controlar a pressão arterial e infundir líquidos sem restrições.
(B) administrar o serviço de controle de retornos, busca de faltosos e controle de consultas
marcadas; educação continuada e controle de peso.
(C) averiguar sobre fatores de risco e hábitos de vida; estimular atividades físicas intensas.
(D) orientar sobre o uso de medicamentos e seus efeitos colaterais; avaliar sintomas; reforçar
as orientações sobre hábitos de vida pessoais e familiares e a indicação de uma dieta
normossódica.
(E) indicar uso de pomadas e antiinflamatórios para conter o prurido causado pelo
ressecamento da pele, decorrente da perda progressiva da função renal.
12) Um paciente adulto eliminou 360 ml de urina num período de 24 horas. O técnico de
enfermagem registrou esse dadoutilizando o seguinte termo técnico:
A) oligúria.
B) retenção urinária.
C) incontinência urinária.
D) poliúria.
E) nictúria.
FUNDAMENTAÇÃO
A doença renal, conhecida no meio médico como Insuficiência Renal, é uma condição
na qual os rins perdem sua capacidade de filtrar (substâncias que não serão aproveitadas –
escórias) adequadamente o sangue e regular o equilíbrio de sal e água do corpo.
Eventualmente, a produção de urina pode reduzir a velocidade ou pode parar completamente,
e as escórias e a água acumulam-se no corpo. Isto pode conduzir a uma sobrecarga de fluidos
potencialmente ameaçadora à vida (como na insuficiência cardíaca congestiva), a um acúmulo
perigoso de escórias no sangue e alterações extremas na química do sangue que
eventualmente pode afetar a função do coração e do cérebro. A Insuficiência Renal pode ser
de início recente (Insuficiência Renal Aguda), existir a muito tempo (Insuficiência Renal
Crônica) ou terminal na qual a diálise ou o transplante renal serão necessários para se
permanecer vivo.
OBJETIVO
O mais importante a saber é que a doença renal e todas as suas complicações
mencionadas acima podem ser facilmente identificadas e o seu tratamento pode evitá-las.
METODOLOGIA
Cada aluno deverá fazer uma pesquisa sobre as formas de prevenção para a
insuficiência renal aguda e insuficiência renal crônica e em sala de aula dividir a turma em
grupos de 5 alunos e redigir um estudo de caso envolvendo um paciente (não identificado)
relatando seus sinais e sintomas, hábitos de vida, ações de enfermagem e as formas de
prevenção para cada caso.
AUTOAVALIAÇÃO
CAPÍTULO 4
GASTRITE
Inflamação da mucosa gástrica ou estomacal. Pode ser aguda, durando de muitas
horas a alguns dias, ou crônicas, resultante de exposições repetidas a agentes irritantes ou
episódios repetitivos de gastrite aguda. A gastrite aguda é geralmente devida a imprudência
dietética, outras causas incluem o uso exagerado de aspirina e outros agentes antiinflamatórios
não-esteróides, excesso de ingesta de álcool, refluxo biliar ou radioterapia. A gastrite crônica e
uma inflamação prolongada do estomago podem ser causadas tanto por ulceras benignas
como malignas do estomago, ou pela bactéria Helicobacter pylori.A gastrite crônica está
associada algumas vezes com doenças auto-imunes, como a anemia perniciosa; fatores
dietéticos, como bebidas quentes ou temperadas; o uso de drogas, AINES,álcool, fumo; ou
refluxo do conteúdo intestinal no estomago.
Ações de Enfermagem
Reduzindo a ansiedade
Ansiedade relacionada a dor e às modalidades de tratamento geralmente está
presente, assim como o medo de dano permanente ao esôfago. A equipe de enfermagem usa
um mecanismo de aproximação calmo para avaliar o paciente e responder as questões da
maneira mais completa possível. Todos os procedimentos e tratamentos são explicados de
acordo com os interesses do paciente e o nível de entendimento.
Aliviando a dor
O paciente é instruído a evitar alimentos e bebidas que possam estar irritando a
mucosa gástrica. O paciente também é instruído quanto ao uso de medicamentos para alivio da
gastrite crônica.
ÚLCERA PÉPTICA
É uma escavação (cavidade) formada na parede mucosa do estomago, do piloro, do
duodeno ou do esôfago. È causada pela erosão de uma área
circunscrita de membrana da mucosa. Essa erosão pode
estender-se profundamente nas camadas musculares ou
através do músculo para o peritônio. A úlcera péptica é mais
encontrada no duodeno do que no estomago.
A presença excessiva de secreção de acido clorídrico
no estomago pode contribuir para a formação de úlceras
gástricas, e o estresse pode estar associado a um aumento da
secreção de acido clorídrico. A ingesta de leite e bebidas com
cafeína, o fumo e o álcool podem também aumentar a
secreção de acido clorídrico. A tendência familiar pode ser um
fator predisponente significativo.
Ações de Enfermagem
Aliviando a dor
Pode ser obtido com as medicações prescritas. Aspirina, alimentos e bebidas que
contem cafeína e o café descafeinado são evitados. O paciente é encorajado a alimentar-se de
forma regular e espaçada em uma atmosfera tranqüila.Depois é encorajado a aprender
técnicas de relaxamento para ajudar o estresse e a dor, e a aumentar os esforços para parar
de fumar.
Reduzindo a ansiedade
O paciente é encorajado a expressar seus medos abertamente. É assegurado ao
paciente que a enfermagem esta sempre disponível para ajudá-lo em seu problema. A
enfermagem interage com o paciente de maneira tranqüila, ajuda-o a identificar os estressores
e explica-lhe técnicas eficazes para lidar com a situação e os métodos de relaxamento ou
modificação de comportamentos.
Ações de Enfermagem
Reduzindo a ansiedade
Uma atmosfera tranqüila, sem ameaças, é fornecida de forma que o paciente possa
expressar medos, preocupações e, possivelmente, raiva com o diagnostico e prognostico. A
enfermeira encoraja a família nos seus esforços de apoiar o paciente, oferecendo segurança e
medidas positivas de apoio. A enfermagem orienta sobre quaisquer procedimentos e
tratamentos, de forma que ele saiba o que esperar.
Aliviando a dor
Analgésicos são administrados conforme prescrição. A enfermeira trabalha com o
paciente para tratar a dor ( ex: mudança de posição), métodos não farmacológicos para aliviar
a dor, como a imagem, distração, fitas de relaxamento, massagem nas costas e massagens em
geral, são sugeridos, e períodos de repouso e relaxamento são encorajados.
Ensinando o autocuidado
O ensino do paciente e da família inclui informação sobre a dieta e nutrição, esquema
de tratamento, atividade e mudanças de estilo de vida, tratamento da dor e possíveis
complicações. O paciente ou provedor do cuidado é instruído sobre a administração de nutrição
enteral ou parenteral. Se a quimioterapia ou radiação for prescrita, explicações são dadas para
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o paciente e família sobre o que se pode esperar; o tempo dos tratamentos, os efeitos
colaterais esperados ( náuseas, vômitos, anorexia, fadiga, neutropenia) e a necessidade de
transporte para os tratamentos. Aconselhamento psicológico também pode ser de ajuda.
DIVERTICULITE
O divertículo é como uma bolsa saindo da camada interna do intestino e que se
estende por um defeito na camada muscular. O divertículo pode ocorrer em qualquer lugar ao
longo do trato gastrointestinal.
Ações de enfermagem
Mantendo os padrões de eliminação normais
Uma ingesta hídrica de 2l/dia (dentro dos limites de reserva cardíaca do paciente) é
recomendada. Os alimentos que sejam pastosos, mas que tenham aumentadas suas fibras são
recomendadas para aumentar a massa das fezes e facilitar a peristalse, promovendo assim a
defecção. Emolientes são administrados conforme prescrição para diminuir a força de
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evacuação, que, por sua vez, diminui a pressão intestinal. Enemas com retenção de óleo
podem ser prescritos para amolecer as fezes, tornando a passagem mais fácil.
Aliviando a Dor
Analgésicos são administrados para dor da diverticulite. Os antiespasmóodicos são
administrados conforme prescrição para diminuir o espasmo intestinal. A intensidade, duração
e localização da dor são registradas para determinar se o processo inflamatório piorou ou
passou.
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
Termo usado para descrever uma não frequência anormal ou irregularidades da
defecação, um endurecimento anormal das fezes fazendo com que a sua passagem seja difícil
e algumas vezes dolorosa, uma diminuição do volume das fezes ou retenção destas no reto por
um período de tempo prolongado. Qualquer variação dos hábitos normais pode ser vista como
um problema. A constipação pode ser causada por certas medicações, obstrução, condições
metabólicas, neurológicas e neuromusculares, condições endócrinas, envenenamento por
chumbo, distúrbios do tecido conjuntivo. Muitas pessoas desenvolvem a constipação por não
reservarem uma hora para defecar ou ignorar a vontade de defecar.
Ações de Enfermagem
Prevenindo a constipação
Enfatize o atendimento da vontade de defecar, discuta as variações normais do padrão
de defecação, ensine a estabelecer uma rotina de funcionamento intestinal, forneça informação
dietética; sugira grande ingesta de alimentos ricos em fibras e aumento da ingesta hídrica.
Explique como um esquema de exercícios, aumento da deambulação, fortalecimento do
músculo abdominal irão aumentar a força muscular e ajudar a expelir os conteúdos de colón,
descreva os exercícios de fortalecimento abdominal, explique que a posição normal (semi-
agachada) maximiza o uso dos músculos abdominais e a força da gravidade.
Observação:
DIARRÉIA
A diarréia é um aumento da freqüência dos movimentos intestinais , aumento da
quantidade de fezes e consistência das fezes alterada.Geralmente esta associada a vontade
rápida, desconforto perianal, incontinência ou com uma combinação desses fatores.A diarréia
pode ser causada por certas medicações, certas formulas de alimentação por sonda, distúrbios
metabólicos e endócrinos, distúrbios virais ou bacterianos,disfunções nutricionais ou de má
absorção, defeito do esfíncter, síndrome de Zollinger-Ellinson, íleo paralítico e obstrução
intestinal e AIDS.
Ações de enfermagem
Durante um episódio de diarréia aguda, repouso e ingesta de líquidos e alimentos com
pouco volume são encorajados ate que o episodio agudo passe. Quando a ingesta de
alimentos for tolerada, uma dieta branda de semi-sólidos e sólidos deve ser recomendada.
Cafeína, bebidas carbonatadas e alimentos muito quentes ou muito frios devem ser evitados
porque estimulam a motilidade intestinal.
Os produtos lácteos, gordurosos, produtos com cereais integrais, frutas frescas e
vegetais podem ser restritos por muitos dias. Terapia endovenosa pode ser necessária para
uma rápida reidratação, especialmente para idoso e aquele com condições GI preexistentes.
Um cuidado perianal de rotina deve ser seguido para diminuir a irritação e o
machucado.
INCONTINÊNCIA FECAL
Passagem involuntária das fezes pelo reto. Pode resultar de um trauma, disfunção
neurológica, inflamação, infecção, tratamento por radiação, impactação fecal, relaxamento do
assoalho pélvico, abuso de laxativos, medicamentos ou idade avançada. E um problema de
constrangimento e de incapacidade social que requer uma aproximação de muitas fases do
tratamento e muita adaptação por parte do paciente.
Ações de enfermagem
Algumas vezes é necessário usar supositório para estimular o reflexo anal. Uma vez
alcançado o esquema regular, o supositório deve ser suspenso. A incontinência pode causar
problemas com a integridade da pele perianal. Manter a integridade da pele é uma prioridade,
sobretudo em um paciente idoso ou debilitado. Fralda de incontinência, apesar de ajudar a
conter o material fecal, permite o aumento do contato da pele com as fezes, podendo causar
escoriações da pele. Uma higiene da pele meticulosa precisa ser encorajada e ensinada.
Algumas vezes a continência não pode ser alcançada e a enfermeira precisa ajudar o paciente
e a família a aceitar a lidar com essa situação crônica. Bolsas especiais podem ser usadas
para conter o material fecal. Seu uso da mais liberdade e ajuda a manter a integridade da pele.
Ações de Enfermagem
Ênfase é dada no ensino e no reforço de bons hábitos dietéticos. O paciente é
encorajado a se alimentar regularmente e a mastigar o alimento devagar e totalmente. O
paciente deveria compreender que, apesar de ser necessário uma adequada ingesta liquida, o
liquido não deveria ser tomado com as refeições porque resultaria em distensão abdominal. O
consumo de álcool e cigarros é desencorajado.
APENDICITE
O apêndice torna-se inflamado e edemaciado como resultado de uma torção ou
obstrução, possivelmente por um fecaloma (massa de fezes endurecidas), tumor ou corpo
estranho. O processo inflamatório aumenta a pressão intraluminal, tendo inicio uma dor
progressivamente intensa generalizada ou na região abdominal superior; dentro de poucas
horas torna-se localizada no quadrante inferior direito do abdome. Eventualmente o apêndice
inflamado fica cheio de pus.
Ações de Enfermagem
As metas de enfermagem incluem aliviar a dor, prevenir o déficit de volume de luiquido,
reduzir a ansiedade, eliminar a infecção devido ao potencial ou real rompimento do trato
gastrointestinal, manter a integridade da pele e obter uma nutrição ótima. A enfermagem
prepara o paciente para a cirurgia, infusão endovenosa e antibioticoterapia podem ser
administrados conforme prescrição medica. Após a cirurgia, o paciente é colocado em semi-
fowler, essa posição reduz a tensão na incisão e nos órgãos abdominais, ajudando a reduzir a
dor. Quando o paciente estiver pronto para a alta, ele e a família devem ser ensinados a cuidar
da ferida e a realizar as mudanças de curativos e irrigações conforme prescrições.
DOENÇAS ANORRETAIS
ABCESSOS ANORRETAIS
Consistem em uma infecção no espaço pararretal. Um abscesso pode ocorrer me
vários espaços dentro ou ao redor do reto. Com freqüência ele contem uma quantidade de pus
com forte odor e é doloroso.Se o abscesso é superficial, edema, vermelhidão e sensibilidade
são encontrados. A terapia paliativa consiste em banhos de assento e analgésicos. Entretanto
o tratamento cirúrgico imediato para cortar e drenar o abscesso é o procedimento de escolha.
Quando existe uma infecção profunda, com a possibilidade de fistula, o trajeto da fistula deve
ser removido. A ferida pode ser coberta com gaze e cicatrizada por granulação.
FISTULA ANAL
É um trajeto fino, tubular e fibroso que se estende dentro do canal anal por uma
abertura localizada ao lado do ânus. As fistulas normalmente são resultantes de uma infecção.
Elas também podem se desenvolver a partir de um trauma, de fissuras ou da enterite regional.
Pus ou fezes podem vazar constantemente da abertura. Outros sintomas podem ser a
passagem de flatos ou fezes da vagina ou bexiga, dependendo do trajeto da fistula. Fístulas
não tratadas podem causar infecção sistêmica com sintomas relacionados.
FISSURA ANAL
É um rasgo longitudinal ou uma ulceração na camada interna do canal anal. As fissuras
são geralmente causadas pelo trauma da passagem de fezes grandes e firmes pelo persistente
fechamento do canal anal secundário ao estressse e à ansiedade (levando a constipação),
Outras causas incluem: trauma, partos, e uso excessivo de laxantes.As fissuras são
caracterizadas por defecações extremamente dolorosas, ardência e sangramentos.A maioria
dessas fissuras irão cicatrizar se tratadas por medidas conservadoras, que incluem
amolecedores de fezes e agentes formadores de massa, um aumento na ingesta hídrica,
banhos de assento e supositórios emolientes.
HEMORRÓIDAS
Hemorróida é uma estrutura anatômica normal, o conjunto dos plexos venosos
anorretais, que são responsáveis por proteger o canal anal, ajudar a manter a continência fecal
e realizar drenagem venosa da região.
Chamamos de doença hemorroidária a dilatação dessas veias, acompanhadas ou não
de inflamação, hemorragia ou trombose das mesmas São porções dilatadas das veias no canal
anal. Causam muita coceira e dor, e são causa mais comum de sangramento vermelho-vivo
que ocorre com a defecação. Hemorróidas externas estão associadas com intensa dor devido a
inflamação e edema causados pela trombose (a coagulação do sangue dentro da
hemorróida).Os sintomas das hemorróidas e o desconforto podem ser aliviados por um boa
higiene pessoal e evitando-se força excessiva durante a evacuação. Uma dieta rica em fibras
que contenha frutas e farelos pode ser todo o tratamento necessário; se isso falhar um laxante
que absorva água a medida que passe através dos intestinos pode ajudar.Banhos de assento,
emolientes e supositórios contendo anestésicos,adstringentes e repouso no leito são medidas
que permitem resolver o ingurgitamento.
SEIO PILONIDAL/CISTO
É encontrado na prega interglútea, na superfície posterior do sacro inferior. Podem
resultar da penetração de cabelo no epitélio e no tecido subcutâneo. Também podem ser
formados congenitamente por uma dobra do tecido epitelial por debaixo da pele, que pode
comunicar-se com a superfície da pele através de um ou de vários pequenos seios abertos.
Ações de Enfermagem
Aliviando a constipação
A ingesta de pelo menos 2 litros de água diariamente é encorajada para fornecer uma
hidratação adequada. Alimentos ricos em fibras são recomendados para promover uma massa
de fezes e fazer a matéria fecal passar mais facilmente pelo reto. Pode ser de ajuda o paciente
fazer exercícios de relaxamento antes de defecar para relaxar os músculos perineal e
abdominal que possam estar contraídos ou em espasmo.
Reduzindo a ansiedade
Pacientes em vias de fazer uma cirurgia retal podem estar aborrecidos e irritados por
causa do desconforto, da dor e do constrangimento. As necessidades psicológicas especificas
são identificadas e o plano de cuidados é individualizado. É dado privacidade limitando visitas,
se o paciente assim o desejar, e a privacidade do paciente é mantida quando o cuidado é
prestado. Os curativos molhados são retirados do quarto rapidamente para evitar cheiros
desagradáveis; desodorantes de quarto podem ser necessários se os curativos estiverem com
cheiro.
Aliviando a dor
Durante as primeiras 24 horas após a cirurgia retal, podem ocorrer espasmos
dolorosos do esfíncter e dos músculos perineais. O tratamento da dor é a principal
consideração. Almofadas debaixo das nádegas, quando sentado, ajudam a diminuir a dor,
assim como gelo e substancias analgésicas. Compressas mornas podem promover a
circulação e aliviar os tecidos irritados. Banhos de assento, três ou quatro vezes por dia,
aliviarão a irritação e a dor pelo relaxamento do espasmo do esfíncter. Medicamentos podem
incluir anestésicos tópicos, (supositórios), adstringentes, anti-sépticos, tranqüilizantes e
antieméticos. Os pacientes terão mais adesão ao tratamento e ficarão menos apreensivos se
eles estiverem sem dor. Quando compressas úmidas são usadas continuamente, vaselina
devera ser aplicada ao redor da área anal, para prevenir a maceração da pele.
DISTÚRBIOS HEPÁTICOS
Ações de Enfermagem
Hepatite A
O paciente e a família precisam ser assistidos para lidar com a incapacidade
temporária e a fadiga, problemas comuns na hepatite, e devem estar cientes das indicações
pra procurar cuidados de saúde adicionais, caso os sintomas persistam ou e agravem. A
família e o paciente precisam de orientações especificas sobre a dieta, repouso, exames de
sangue de acompanhamento e sobre a importância de evitar o álcool, bem como sobre as
medidas sanitárias e de higiene, principalmente a lavagem de mãos, de modo a evitar a
disseminação da doença para outros membros da família. O ensino específico para os
pacientes e famílias sobre a redução do risco de contrair a hepatite A inclui: Boa higiene
pessoal, ressaltando a cuidadosa lavagem de mãos, saneamento ambiental (suprimentos
alimentares e de água seguros, bem como um sistema de esgoto efetivo).
Hepatite B
Hepatite C
A hepatite C é causada por um vírus transmitido principalmente pelo sangue
contaminado, mas a infecção também pode passar através das vias sexual e vertical (de mãe
para filho). O portador do vírus da hepatite C pode desenvolver uma forma crônica da doença
que leva a lesões no fígado (cirrose) e câncer hepático. No Brasil há cerca de 2 milhões de
pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C. Não há vacina contra a hepatite C.
A hepatite C é assintomática na maioria dos casos, ou seja, o portador não sente nada após a
infecção pelo vírus. Em alguns casos, pode ocorrer uma hepatite aguda que antecede a forma
crônica. Nesse caso, o paciente pode apresentar mal-estar, vômitos, náuseas, pele amarelada
(icterícia), dores musculares. No entanto, a maioria dos portadores só percebe que está doente
anos após a infecção, quando apresenta um caso grave de hepatite crônica com risco de
cirrose e câncer no fígado.
CIRROSE HEPÁTICA
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É uma doença crônica caracterizada pela substituição de tecido hepático normal pela
fibrose difusa, a qual rompe a estrutura e a função do fígado. Existem três tipos de cirrose ou
cicatrização do fígado:
Cirrose alcoólica: na qual o tecido cicatricial circunda caracteristicamente as áreas
porta. Esta se deve ao alcoolismo crônico e consiste no tipo mais comum de cirrose
Cirrose pós-necrótica, em que existem largas faixas de tecido cicatricial, como um
resultado final de uma hepatite viral aguda prévia.
Cirrose biliar: em que a cicatrização acontece no fígado ao redor dutos biliares. Esse
tipo geralmente é a conseqüência da obstrução e infecção biliar crônica; sua incidência
é consideravelmente menor que dos outros dois tipos.
Ações de Enfermagem
Proporcionando repouso
Quando o paciente esta hospitalizado, o peso e a ingesta e excreção hídricas são
medidos e registrados diariamente. A posição do paciente no leito é ajustada para a eficiência
respiratória máxima, o que é particularmente importante quando a ascite é acentuada. A terapia
com oxigênio pode ser necessária na insuficiência hepática para oxigenar as células
lesionadas. O repouso reduz as demandas sobre o fígado e aumenta o suprimento sangüíneo
hepático. Como o paciente é suscetível aos riscos da imobilidade, são iniciados os esforços
para evitar os distúrbios respiratórios, circulatórios e vasculares. Quando o estado nutricional
melhora e a força aumenta, o paciente é encorajado a aumentar gradualmente a atividade. A
atividade e o exercício brando, bem como repouso, são planejados.
COLELITÍASE
Aliviando a dor
Os analgésicos devem ser administrados conforme prescrição, e o paciente deve ser
auxiliado a virar, tossir, respirar profundamente e deambular, conforme indicado. O uso de um
travesseiro ou faixa sobre a incisão pode reduzir a dor durante essas manobras.
o tubo de drenagem é retirado. O paciente que recebe alta com um dreno instalado requer
instrução e tranquilização sobre sua função e sobre o cuidado com o dreno. É mantido um
registro cuidadoso da ingestão e excreção hídricas.
DIABETES DO TIPO I
Caracteriza-se por
destruição das células beta
pancreáticas. Acredita-se que
uma combinação de fatores
genéticos, imunológicos e
possivelmente ambientais
contribuam para a destruição das
células beta.
A interação dos fatores
genético, imunológico e ambiental
na etiologia do diabetes do tipo 1
é um tema de pesquisa constante.
Embora os eventos que levam á
destruição das células beta não
sejam plenamente
compreendidos, aceita-se que
uma susceptibilidade genética
constitua um fator subjacente
comum no desenvolvimento do
diabetes do tipo 1. Também existe
evidencia de uma resposta auto-
imune no diabetes tipo
1.Independentemente da etiologia especifica, a destruição das células beta, resulta em uma
produção descontrolada de glicose pelo fígado e na hiperglicemia em jejum.
DIABETES TIPO 2
Os dois principais problemas ligados a insulina no diabetes do tipo 2 são a resistência a
insulina e sua secreção comprometida. A resistência a insulina refere-se a sensibilidade
diminuída dos tecidos a esse hormônio. Os mecanismos exatos que levam a resistência a
insulina e a secreção comprometida de insulina são desconhecidos, embora se acredite que os
fatores genéticos desempenham essa função.Para suplantar a resistência a insulina e para
evitar o acumulo de glicose no sangue, as quantidades aumentadas de insulina devem ser
secretadas para manter o nível de glicose em um limite de normalidade ou em nível
discretamente elevado. Entretanto, quando as células beta não conseguem responder as
demandas aumentadas de insulina, o nível de glicose aumenta e o diabetes do tipo 2 se
desenvolve.
Sinais e Sintomas
Pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue podem apresentar:
Muita sede;
Vontade de urinar diversas vezes;
Perda de peso (mesmo sentindo mais fome e comendo mais do que o habitual);
Fome exagerada;
Visão embaçada;
Neste caso, a pessoa pode passar muitos meses, às vezes anos, para descobrir a
doença. Os sintomas muitas vezes são vagos, como formigamento nas mãos e pés. Portanto, é
importante pesquisar diabetes em todas as pessoas com mais de 40 anos de idade.
Observação:
A hipoglicemia e a hiperglicemia são algumas complicações agudas relacionadas ao
diabetes. A hiperglicemia, caracterizada pela quantidade excessiva de glicose no sangue, é
causada por pouca insulina, resistência à insulina ou ingestão alimentar aumentada. Seu
tratamento inclui insulina suplementar, reposição de líquidos e eletrólitos e monitoração
médica.
A hipoglicemia significa nível baixo de glicose sangüínea, que pode ser causada pela
administração de insulina excessiva, pouco alimento, refeições ou lanches atrasados ou
esquecidos, exercício ou outra atividade física ou ingestão de álcool sem alimento. O
tratamento em geral começa com 15 g de carboidrato. Se o paciente não for capaz de engolir,
a administração de glucagon subcutâneo ou intramuscular pode ser necessária. Portanto, é
necessária a ingestão de açúcar no tratamento da hipoglicemia.
Ações de Enfermagem
Tratamento Nutricional
Consiste em: fornecer todos os constituintes alimentares essências; atingir e manter
um peso razoável; satisfazer as necessidades de energia; evitar as amplas flutuações diárias
do nível de glicose sanguínea; diminuir o nível de lipídios séricos, quando elevados.
Fibras: esse tipo de dieta desempenha uma função na diminuição do colesterol total e da
lipoproteína de baixa densidade do colesterol do sangue. O aumento de fibras também pode
melhorar os níveis sanguíneos de glicose, levando a uma redução na necessidade de insulina
exógena. Existem dois tipos de fibras: solúveis e insolúveis. As fibras solúveis nos alimentos
como legumes, frutas, aveia, desempenham função maior na diminuição da glicose e dos
níveis de lipídios no sangue que as fibras insolúveis. Acredita-se que o mecanismo de ação das
fibras solúveis esteja ligado a formação de um gel no trato gastrointestinal. Esse gel lentifica o
esvaziamento gástrico e o movimento do alimento através do trato digestivo superior. O efeito
potencial de diminuição da glicose pelas fibras pode ser causado pela velocidade mais lenta de
absorção da glicose a partir do alimento que contem fibras solúveis. As fibras solúveis e
insolúveis aumentam a saciedade o que é valioso para a perda de peso.
Índice glicêmico
Uma das principais metas da terapia dietética no diabetes é evitar os aumentos agudos
e rápidos nos níveis sanguíneos de glicose depois que alimento for ingerido. As seguintes
orientações podem ser seguidas quando se fazem as recomendações dietéticas:
- Combinar alimentos amilaceos com portadores de proteínas e lipídeos tende a lentificar suas
absorções e a diminuir resposta glicêmica
- Ingerir alimentos crus e integrais resulta, em geral, em uma resposta glicêmica menor que a
ingestão de alimentos cozidos, amassados ou lacerados.
- Ingerir frutas integrais em vez de beber suco, diminui a resposta glicêmica já que a fibra da
fruta lentifica a absorção.
- Quando acrescentamos alimentos com açucares simples a dieta, uma resposta glicêmica
menor pode resultar, caso esses alimentos sejam ingeridos com outros alimentos absorvidos
mais lentamente.
Consumo de álcool
A ingesta de álcool por pacientes diabéticos não precisa ser completamente restringida,
contudo é importante que os pacientes estejam cientes dos efeitos adversos potenciais do
álcool especificamente sobre o diabetes.
O principal perigo do uso de álcool por um paciente diabético é a hipoglicemia. O álcool
pode diminuir reações fisiológicas no corpo que produzem glicose. Dessa maneira, quando um
paciente diabético ingere álcool com o estomago vazio, existe uma probabilidade aumentada
de que a hipoglicemia se desenvolva. O consumo de álcool também pode levar ao ganho de
peso excessivo, hiperlipidemia e níveis elevados de glicose. O ensino do paciente deve
enfatizar a moderação na quantidade de álcool consumida; as bebidas com menos calorias ou
menos adocicadas e a ingesta de alimento junto com o álcool é aconselhada.
Exercício
É extremamente importante por causa de seus efeitos sobre a diminuição da glicose
sanguínea e de redução de fatores de risco cardiovasculares. O exercício diminui a glicemia
por aumentar a captação de glicose pelos músculos do corpo e melhorar a utilização da
insulina. Melhora também a circulação e o tono muscular, diminui o nível de colesterol total e
de triglicérides.Isso é importante para pessoas com diabetes devido ao risco aumentado de
doença cardiovascular.
Entretanto, os pacientes com níveis sangüíneos de glicose superiores a 250 mg/dl (14
mmol/l) e apresentando cetonas na urina, não devem começar a se exercitar, a menos que o
teste para cetonas urinárias seja negativo e o nível de glicemia esteja mais próximo da
normalidade. O exercício com níveis glicêmicos aumentados provoca aumento das secreções
de glucagon, hormônio do crescimento e catecolaminas, Em seguida, o fígado libera mais
glicose, resultando em um aumento na glicose sanguínea.
A diminuição fisiológica na insulina circulante, que normalmente acontece com o
exercício, não pode ocorrer em pacientes tratados com insulina, A princípio, o paciente que
necessita de insulina deve ser ensinado a comer um lanche de 15 g de carboidratos (uma troca
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por fruta) ou um lanche de carboidratos complexos com uma proteína, antes de se engajar no
exercício moderado, de modo a evitar a hipoglicemia inesperada. A quantidade exata de
alimento necessária varia de uma pessoa para outra e deve ser determinada através da
monitorização da glicemia. Alguns pacientes acham que não necessitam de um lanche pré-
exercício caso se exercitem dentro de 1 a 2 horas depois de uma refeição. Outros pacientes
podem requerer alimento extra, independentemente do momento do exercício. Quando o
alimento extra é exigido, ele não precisa ser deduzido do plano de alimentação regular.
Outro problema potencial para os pacientes que recebem insulina é a hipoglicemia
observada muitas horas depois do exercício. Para evitar a hipoglicemia pós-exercício,
principalmente depois do exercício extenuante, o paciente pode precisar fazer um lanche ao
final da sessão do exercício e na hora de dormir, bem como monitorizar o nível glicêmico com
maior freqüência. Além disso, pode ser necessário fazer o paciente reduzir a dosagem de
insulina, que atinge o máximo no momento do exercício. Os pacientes que são capazes,
cientes e responsáveis podem aprender a ajustar suas próprias doses de insulina. Outros
precisam de instruções específicas sobre o que fazer ao se exercitarem,
Os pacientes que participam de períodos extensos de exercícios devem testar seus
níveis de glicose sangüínea antes, no decorrer e depois do período de exercício, devendo
ingerir lanches com carboidratos, conforme o necessário para manter os níveis glicêmicos.
Outros participantes ou observadores devem ficar cientes de que a pessoa que se exercita
possui diabetes, sabendo qual assistência fornecer caso ocorra a hipoglicemia grave.
Nas pessoas obesas com diabetes do tipo 2, tanto o exercício quanto o controle da
dieta melhoram o metabolismo da glicose e aumentam a perda de tecido adiposo pelo corpo. O
exercício acoplado à perda de peso melhora a sensibilidade à insulina e pode diminuir a
necessidade desta ou de agentes orais. Eventualmente, a tolerância à glicose do paciente pode
retomar ao normal, O paciente diabético do tipo 2 que não recebe insulina ou um agente oral
pode não necessitar de refeição extra antes do exercício.
As pessoas com diabetes devem ser ensinadas a se exercitar no mesmo horário
(preferivelmente quando os níveis sanguíneos de glicose estão em seu limite máximo) e com a
mesma intensidade a cada dia, O exercício diário regular, em vez do exercício esporádico,
deve ser encorajado. As recomendações de exercício devem ser alteradas, quando necessário,
para os pacientes com complicações diabéticas, como retinopatia, neuropatia autonômica,
neuropatia sensoriomotora e doença cardiovascular; esses distúrbios são discutidos mais
adiante neste capítulo. A pressão arterial elevada associada ao exercício pode agravar a
retinopatia diabética e aumentar o risco de uma hemorragia dentro do humor vítreo ou da
retina. Nos pacientes com cardiopatia isquêmica, existe um risco de deflagrar a angina ou um
infarto do miocárdio. A prevenção do trauma dos membros inferiores é particularmente
importante no paciente com dormência ligada à neuropatia.
Em geral, um aumento lento e gradual na duração do exercício é encorajado. Para
muitos pacientes, caminhar é uma forma de exercício segura e benéfica, não exigindo nenhum
equipamento especial (exceto os sapatos adequados), e pode ser realizado em qualquer local.
As pessoas com diabetes devem discutir um programa de exercício com seus médicos antes
de empreendê-lo.
Quando o paciente tem mais de 30 anos de idade e possui dois ou mais fatores de
risco para a cardiopatia, um teste de esforço é recomendado. Os fatores de risco para a
cardiopatia incluem hipertensão, obesidade, níveis elevados de colesterol, eletrocardiograma
de repouso anormal, estilo de vida sedentário, fumo e uma história familiar de cardiopatia.
Educação profunda
Esta envolve o ensino de informações mais detalhadas ligadas às habilidades de
sobrevivência (p.ex., aprender a variar a dieta e a insulina e a preparar-se para viajar), bem
como aprender as medidas de prevenção para evitar as complicações do diabetes em longo
prazo. Essas medidas preventivas incluem:
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A maioria das seringas de insulina possui uma agulha de calibre 27 ou 29, a qual tem
aproximadamente 1,5cm de comprimento. As seringas menores são marcadas em aumentos
de 1 unidade e podem ser mais fáceis de manusear para pacientes com déficits visuais ou
pacientes que recebem quantidades muito pequenas de insulina. As seringas de 1 ml são
marcadas em aumentos de 2 unidades. Uma pequena agulha de insulina descartável (calibre
29 ou 30, com 8 mm de comprimento) está atualmente disponível para pacientes muito magros
e crianças.
PREPARANDO A INJEÇÃO
Misturando as insulinas
Quando as insulinas de ação rápida ou curta devem ser administradas
simultaneamente com as insulinas de ação prolongada, elas geralmente são misturadas em
conjunto na mesma seringa. Existe alguma dúvida sobre se as duas insulinas permanecem
estáveis quando a mistura é mantida na seringa por mais de 5 a 15 minutos. Isso pode
depender da proporção das insulinas, bem como do intervalo de tempo entre a mistura e a
injeção. Algumas pesquisas sugeriram que, quando se mistura a insulina regular com a insulina
de ação prolongada, existe uma reação de ligação que lentifica a ação da insulina regular. Isso
também pode acontecer, em maior grau, quando se mistura a insulina regular com uma das
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insulinas lentas. Os pacientes são aconselhados a consultar seu profissional de saúde para
aconselhamento sobre essa questão. O tópico mais importante é que os pacientes sejam
consistentes sobre como eles preparam suas injeções de insulina a cada dia.
Existem várias opiniões em relação a qual tipo de insulina (de ação curta ou
prolongada) deve ser aspirado para a seringa em primeiro lugar ao serem misturadas. Muitos
dos materiais impressos procedentes de companhias farmacêuticas recomendam primeiro a
aspiração da insulina regular. As questões mais importantes são, novamente, que os pacientes
sejam consistentes na técnica, não só para não aspirar acidentalmente a dose errada, como
também o tipo errado de insulina, e que eles não injetem um tipo de insulina no frasco que
contém um tipo diferente de insulina.
Para pacientes com dificuldade em misturar as insulinas, duas opções estão
disponíveis: eles podem utilizar uma insulina pré-misturada ou podem ter preparadas seringas
pré-cheias. As insulinas pré-misturadas estão disponíveis em diferentes proporções de insulina
NPH para a insulina regular. A relação de 7CV30 (70% de NPH e 30% de insulina regulas em
um frasco) é a mais comum e está disponível como Novolin 70/30 (Novo Nordisk) e Humulin
70/30 (Lilly). Outras relações disponíveis incluem 80/ 20, 60/40 e 50/50. A dosagem inicial
apropriada de insulina pré-misturada deve ser calculada de tal modo que a relação entre as
insulinas NPH e regular fique o mais próximo possível das doses necessárias em separado.
Para os pacientes que podem injetas a insulina, mas que têm dificuldade em aspirar
uma dose isolada ou misturada, as seringas podem ser pré-cheias com a ajuda das
enfermeiras de cuidados domiciliares ou família e amigos. Um suprimento de 3 semanas de
seringas de insulina pode ser preparado e mantido no refrigerador. As seringas pré-carregadas
devem ser mantidas deitadas ou com a agulha em uma posição ereta, a fim de evitar o
entupimento da agulha.
Aspirando a insulina
Muitos (mas nem todos) dos materiais impressos disponíveis sobre a preparação da
dose de insulina instruem os pacientes a injetar
ar dentro do frasco de insulina, em quantidade
equivalente ao número de unidades de insulina
a ser aspirado. A razão disso é evitar a
formação de um vácuo dentro do frasco, o que
dificultaria a aspiração da quantidade adequada
de insulina.
Algumas enfermeiras especializadas em
diabetes descobriram que alguns pacientes (que
estavam recebendo insulina há vários anos)
pararam de injetar ar antes de aspirar a insulina.
Esses pacientes mostraram que a etapa
adicional não era necessária para aspirar com
exatidão as doses de insulina. Muitos pacientes
acham mais fácil aspirar a insulina ao eliminar a
etapa e não relatam dificuldade na preparação
da dose adequada de insulina.
A eliminação dessa etapa (ou sua
substituição, por exemplo, pela injeção de uma
seringa cheia de ar dentro do frasco, uma vez
por semana) facilita o processo de ensinamento
para alguns pacientes que estão aprendendo a
aspirar a insulina pela primeira vez, Alguns
pacientes ficam confusos com a seqüência de
etapas envolvidas na injeção do ar em duas quantidades diferentes dentro de dois frascos
distintos, antes de aspirar uma dose mista. Para muitos indivíduos, inclusive o idoso, a
simplificação do procedimento para a preparação das injeções de insulina pode ter um
importante impacto positivo sobre a manutenção da independência na vida diária,como ocorre
com outras variações na técnica de injeção de insulina, os fatores mais importantes são o da
manutenção da consistência no procedimento por parte do paciente e o da enfermeira ser
flexível quando ensina novos pacientes ou verifica a capacidade de pacientes experientes.
ADMINISTRANDO A INJEÇÃO
As quatro principais áreas para a injeção são o abdome, braços (superfície posterior),
coxas (superfície anterior) e quadris. A insulina é absorvida mais rapidamente quando injetada
dentro de determinadas áreas. A velocidade de absorção é máxima no abdome e diminuem
progressivamente no braço, coxa e quadril.
O rodízio sistemático dos locais de injeção dentro de uma área anatômica é
recomendada para evitas alterações localizadas no tecido adiposo (lipodistrofia). Além disso,
visando a promoção da consistência na absorção da insulina, os pacientes devem ser
encorajados a usars todos os locais de injeção disponíveis dentro de uma área, em vez de
fazer o rodízio dos sítios ao acaso de uma área para outra. Por exemplo, alguns pacientes
usam quase exclusivamente a área abdominal, administrando cada injeção com um intervalo
de 1,2 a 2,5 cm de distância da injeção anterior.
Inserindo a agulha
Existem varias condutas para inserção da agulha para as injeções de insulina. A
técnica correta baseia-se na necessidade de a insulina ser injetada dentro do tecido
subcutâneo. A injeção muito profunda ou muito superficial pode afetar a taxa de absorção da
insulina. A aspiração ( inserção da agulha e, em seguida , tracionando para trás no embolo
para avaliar se o sangue esta sendo aspirado para dentro da seringa) geralmente não é
recomendado com a auto-injeção de insulina.
Também é importante avaliar o paciente para a infecção ou estresse emocional que pode
levar a níveis sangüíneos elevados de glicose, apesar da adesão ao regime de tratamento.
Cuidado continuado
Mesmo os pacientes que alcançam um excelente controle da glicose e não possuem
complicações podem prever a consulta com seu médico-assistente pelo menos duas vezes ao
ano para a avaliação continuada.
Além dos cuidados de acompanhamento com os profissionais de saúde, a participação
nos grupos de apoio é encorajada para aqueles que possuem o diabetes há muitos anos, bem
como para aqueles que foram recentemente diagnosticados. Essa participação pode ajudar o
paciente e a família na aceitação das alterações no estilo de vida que ocorrem com o início do
diabetes e com suas complicações. Aqueles que participam nos grupos de apoio
frequentemente têm uma oportunidade para compartilhar informações e experiências valiosas,
assim como para aprender com as outras pessoas. Os grupos de apoio fornecem uma
oportunidade para a discussão das estratégias para lidar com o diabetes e seu tratamento, bem
como para esclarecer e verificaras informações com a enfermeira ou outros profissionais de
saúde. A participação nos grupos de apoio pode ajudar os pacientes e famílias a saber mais
sobre o diabetes e seu tratamento, além de promover a adesão ao plano de tratamento.
Observação:
DIABETES NA GRAVIDEZ
Diabetes Gestacional significa que durante a gravidez a futura mãe começa a
apresentar elevadas taxas de glicose (açúcar) no sangue. Uma vez tenha aparecido, o diabetes
gestacional dura até o final da gravidez. Ele afeta até 14% de todas as mulheres grávidas em
todo o mundo.
Como os outros tipos de diabetes, em conseqüência do Diabetes Gestacional, o açúcar
(glicose) excedente na circulação sangüínea não pode ser passado de forma eficaz para as
células do corpo, como por exemplo, as células musculares que normalmente usam açúcar
como combustível para funcionar. O hormônio insulina ajuda a transportar o açúcar da
circulação sangüínea para dentro das células. No Diabetes Gestacional, o corpo não responde
bem à ação da insulina, a menos que a insulina possa ser produzida ou possa ser suprida em
maiores quantidades. Na maioria das mulheres, o problema se resolve quando a gravidez
termina, mas as mulheres que tiveram Diabetes Gestacional têm maior risco de desenvolver o
diabetes tipo 2 com o passar do tempo.
O Diabetes acontece durante a gravidez porque certos hormônios produzidos durante a
gravidez (por exemplo o GH - hormônio do crescimento) fazem com que o corpo fique
resistente aos efeitos da insulina. Estes hormônios são essenciais a uma gravidez saudável e
ao feto, mas eles podem bloquear parcialmente a ação de insulina. Na maioria das mulheres, o
pâncreas reage a esta situação produzindo insulina adicional o bastante para superar a
resistência à insulina. Em mulheres com Diabetes Gestacional, a insulina extra não é produzida
o suficiente e o açúcar não pode ser processado corretamente pelo corpo. Dessa forma a
glicose se acumula na circulação sangüínea.
À medida que o feto cresce, maiores quantidades dos hormônios que interferem com a
insulina são produzidas. Por isto, o Diabetes Gestacional normalmente começa no último
trimestre de gravidez. No parto, os hormônios do corpo rapidamente voltam aos níveis pré-
gravidez. Tipicamente, o pâncreas está apto a produzir insulina o suficiente, novamente, e os
níveis de glicose no sangue retornam ao normal.
Normalmente o Diabetes Gestacional não pode ser prevenido. Porém, mulheres que
estão acima do peso durante a gravidez têm um risco mais alto da doença, e o controle
cuidadoso do peso antes da gravidez pode reduzir esse risco. Não são recomendadas dietas
com muito baixa caloria durante a gravidez porque a nutrição adequada é importante para o
feto.
Complicações do Diabetes Gestacional podem ser prevenidas controlando
cuidadosamente o açúcar no sangue e ser freqüentemente vista pelo obstetra ao longo de sua
gravidez nas consultas pré-natais.
Níveis de
glicose
sanguínea
altos na mãe.
Proporcionam
glicose
adicional no
bebê.
FUNDAMENTAÇÃO
É primordial o conhecimento dos profissionais de saúde a respeito da transmissão,
prevenção e tratamento das hepatites virais, uma vez que esses são também orientadores da
família e da comunidade. É importante enfatizar as normas de biossegurança a fim de se evitar
contaminação por parte da equipe de trabalho, seja no ambiente hospitalar ou ambulatorial.
OBJETIVO
Abordagem e discussão sobre o tema do capítulo
PROCEDIMENTO
Os alunos devem ser divididos em grupos e simular atendimento a pacientes com
diferentes tipos de hepatites (A, B e C), enfatizando as condutas de enfermagem no ambiente
hospitalar e domiciliar. As orientações que devem ser dadas aos familiares e aos pacientes,
bem como ressaltar os cuidados em biossegurança que os profissionais devem ter durante a
assistência, a fim de evitar transmissão da doença aos mesmos.
EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO
A) A presença do antígeno HBe (HBeAg) reflete alto nível de replicação do vírus da hepatite B.
B) É comum a transmissão sexual do vírus da hepatite C, o risco gira em torno de 10% por ano
de exposição, para esposas e parceiros sexuais.
C) O período de incubação da hepatite B varia de 30 a 150 dias; em média 75 dias.
D) A dosagem do anti HBs não é indicada rotineiramente para verificação de soroconversão, a
não ser para aqueles que se expõem continuadamente à hepatite B.
3) Na hepatite B, o agente infeccioso é o vírus da hepatite B (HBV), que infecta homem, seu
reservatório natural. Sobre a hepatite B, não é correto afirmar:
(a) Sua transmissão ocorre pelo ato sexual, mucosa lesada em contato com secreção vaginal
e/ou sêmen, por transfusão sanguínea e compartilhamento de seringas e agulhas quando do
uso de drogas injetáveis, procedimentos cirúrgicos, odontológicos e hemodiálise;
(b) Sua transmissão não ocorre pela gestação, via placentária;
(c) Medidas de vigilância junto ao paciente e família, mediante visita domiciliar do auxiliar de
enfermagem se faz necessário, para buscar comunicantes, para que realizem exames
diagnósticos e vacinação;
(d) Os sinais e sintomas característicos são mal- estar, cefaléia, febre, náuseas e vômitos, dor
abdominal, icterícia, fezes esbranquiçadas cunho epidemiológico; (acolia), aumento do
fígado (hepatomegalia), urina escurecida (colúria) e aumento do baço (esplenomegalia).
FUNDAMENTAÇÃO
Os cuidados durante o tratamento de insulina devem ser contínuos, a monitorizaçao da
adesão ao tratamento, a importância dos grupos de apoio da comunidade, as dúvidas
freqüentes dos pacientes a respeito da doença, da dieta alimentar, da medicação, fazem parte
dos cuidados de enfermagem, que são fundamentais na geração de qualidade de vida para
esses pacientes.
OBJETIVO
Abordagem e discussão sobre o tema do capítulo
PROCEDIMENTO
Os alunos devem ser divididos em grupos e simular atendimento a pacientes com que
necessitam fazer uso da administração de insulina diariamente, enfatizando as condutas de
enfermagem no ambiente hospitalar, domiciliar e nas unidades de saúde da rede pública.
Relatando quais as orientações a serem dadas aos familiares e aos pacientes, a importância
dos grupos de apoio nas comunidades, do tratamento e cuidados contínuos.
EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO
a) 2, 1, 1, 2
b) 1, 2, 1, 2
c) 1, 1, 2, 2
d) 2, 1, 2, 1
e) 2, 2, 1, 1
I.Pacientes que fazem uso da insulina rápida não devem fazer uso de outros tipos de insulina.
II.Deve-se orientar o paciente que faz uso da insulina rápida a permanecer em jejum até o
momento em que a insulina atingir seu efeito máximo no organismo, no prazo de 3 horas.
III.Quando o nível glicêmico estiver baixo e for horário da administração da insulina NPH, deve-
se orientar para que o paciente faça uma refeição ou lanche e administrar a insulina prescrita.
IV.Os frascos de insulina devem ser mantidos dentro da geladeira para sua conservação,
sendo retirados 30 minutos antes da sua aplicação.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa I é verdadeira.
b) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
c) Somente a afirmativa II é verdadeira.
d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
6) A insulina é um hormônio que aumenta o transporte de glicose nos músculos e nas células
para reduzir o nível de glicose no sangue. É indicada para pessoas com diabetes. Quanto à
administração de insulina para diabéticos, é correto afirmar:
a) O sangramento de gengiva, as petéquias e a epistaxe são as complicações do uso.
b) Os sinais de uso exagerado são a fotofobia, a hiperglicemia e a hemorragia.
c) A insulina deve ser conservada na geladeira dentro do congelador.
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d) A administração de insulina deve ser feita em jejum e a pessoa deve ser instruída para não
se alimentar logo após a administração.
e) As pessoas podem fazer auto-aplicação, devem ser orientadas quanto à alimentação, ao
local, à dose correta e ao armazenamento do frasco de insulina.
8) Cite as orientações quanto à alimentação, atividade física, medicação, cuidados com os pés,
cuidados oculares, higiene geral (p.ex., cuidados cutâneos, higiene oral), controle dos fatores
de risco para complicações.
AUTOAVALIAÇÃO
Faça uma auto-avaliação deste capítulo, descrevendo o que aprendeu e/ou o que
apresentou dificuldade.
CAPÍTULO 5
Alvéolo
Normal
Ações de Enfermagem
Melhorando a Permeabilidade das Vias Aéreas
A remoção das secreções é importante porque as secreções retidas interferem com a
troca gasosa e podem retardar a recuperação. A enfermeira encoraja a hidratação (2 a 3 1/dia)
porque a hidratação adequada solubiliza e liquefaz as secreções pulmonares. A umidificação
pode ser utilizada para fluidificar as secreções e melhorar a ventilação. Uma máscara facial de
alta umidade (usando também ar comprimido ou oxigênio) libera ar aquecido e umidificado para
a árvore traqueobrônquica, ajuda a liquefazer as secreções e alivia a irritação
traqueobrônquica. A enfermeira encoraja o paciente a realizar uma tosse eficaz.
A fisioterapia torácica (tapotagem e drenagem postural) é importante para o
desprendimento e mobilização das secreções. Indicações para fisioterapia torácica incluem a
retenção de escarro, não respondendo á tosse espontânea ou assistida.
O paciente é colocado em posição apropriada para drenar os segmentos pulmonares
envolvidos e, então, o tórax é percutido tanto manualmente quanto por um percussor mecânico.
Após cada mudança de decúbito, a enfermeira encoraja o paciente a respirar
profundamente e a tossir. Se o paciente está muito fraco para tossir eficazmente, a enfermeira
pode precisar remover o muco pela aspiração nasotraqueal. Isso pode levar um tempo para a
secreções serem mobilizadas até as vias aéreas centrais para expectoração. Assim, é
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Superinfecção
O paciente é monitorizado quanto às manifestações de superinfecção (isto é, elevação
da temperatura com aumento da tosse, sons respiratórios).
Ações de enfermagem
Promovendo a Permeabilidade das Vias Aéreas
As secreções copiosas obstruem as vias aéreas em muitos pacientes com TE,
interferindo com uma adequada troca gasosa. O aumento da ingestão de líquidos promove
uma hidratação sistêmica e funciona como um eficaz expectorante. A enfermeira instrui o
paciente sobre o posicionamento correto para facilitar a drenagem pelas vias aéreas
(drenagem postura).
Desnutrição
Pode ser conseqüência do estilo de vida do paciente, da falta de conhecimento sobre a
nutrição adequada e seu papel na manutenção da saúde, da falta de recursos, fadiga ou falta
de apetite devido à tosse e produção de muco. A identificação de instituições (p. ex,, abrigos
públicos, sopas comunitárias, refeições no domicilio c outros recursos da comunidade), que
proporcionam refeições nas vizinhanças do paciente pode aumentara probabilidade de o
paciente, com energia e finanças limitadas, ter acesso a uma dieta mais nutritiva.
Entenda o que acontece nos pulmões de quem sofre de DPOC e por que o portador tem
tanta dificuldade para respirar
1. Quando inspiramos, o ar entra no pulmão por meio de tubos chamados brônquios e viaja até
chegar a pequenos sacos os alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas.
Ações de Enfermagem
Promovendo a Cessação do Tabagismo
Uma vez estabelecido o diagnóstico de DPOC, qualquer um que continue a fumar deve
ser encorajado e ajudado a parar. Os fatores associados com a continuação do tabagismo
variam entre os pacientes e podem incluir a força da adição à nicotina, a exposição continuada
aos estímulos associados ao tabagismo (no trabalho e em ambientes sociais), o estresse, a
depressão e o hábito. O tabagismo continuado é também mais prevalente entre aqueles com
baixa renda social, baixo nível educacional e problemas psicossociais.
Em razão de existirem múltiplos fatores associados à continuação do tabagismo, a
cessação bem-sucedida geralmente exige múltiplas estratégias. O profissional de saúde deve
promover a cessação, explicando os riscos do tabagismo e personalizando a mensagem (em
risco de) para o paciente. Um forte alerta a respeito do tabagismo deve ser dado, e uma “data
de abandono” definitiva deve ser estabelecida. O encaminhamento para o programa de
cessação do tabagismo pode ser útil. O acompanhamento durante 3 a 5 dias, após a data de
abandono, para revisão do progresso e para solução dos problemas, conforme necessário,
está associado como aumento do sucesso; isso deve ser repetido sempre que houver
necessidade. O reforço continuado por meio de chamadas telefônicas ou visitas à clínica é
extremamente benéfico. A cessação do tabagismo pode ser iniciada em uma diversidade de
setores de cuidado de saúde clínica ambulatorial, reabilitação pulmonar, comunidade, hospital
e domicílio do paciente. Independentemente do setor, a enfermeira tem oportunidade de iniciar
o ensino do paciente sobre os riscos do tabagismo e os benefícios da cessação.
paciente deve evitar distúrbios emocionais e situações estressantes que podem ativar o
episódio da tosse. O regime de medicamentos para os pacientes com DPOC pode ser um tanto
complexo; os pacientes recebendo medicamentos em aerossol por um 1DM podem ser
particularmente desafiados. A cessação do tabagismo é uma atividade-chave da enfermeira,
andando passo a passo com as alterações no estilo de vida e com o reforço dos esforços do
paciente. A cessação do tabagismo é simplesmente a mais importante intervenção terapêutica
para os pacientes com DPOC. Para tanto, existem várias estratégias, incluindo a prevenção,
interrupção com ou sem medicamentos orais ou adesivos tópicos.
O enfisema é definido como uma distensão anormal dos espaços aéreos distais aos
bronquíolos terminais, com destruição das paredes alveolares. É o estágio final de um
processo que progrediu lentamente por muitos anos. De fato, pelo tempo que o paciente
desenvolveu os sintomas, a função pulmonar em geral está irreversivelmente comprometida.
Ao lado da bronquite obstrutiva crônica, ele é a principal causa de incapacidade.
O enfisema é uma doença crônica que deixa o alvéolo inchado por causa da retenção de
ar.
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, resultando em uam hiper-
reatividade dessas vias, edema da mucosa e produção de muco. Essa inflamação leva, por fim,
a episódios recorrentes dos sintomas da asma: tosse, enrijecimento do tórax, sibilos e dispnéia.
A asma difere das outras doenças pulmonares obstrutivas por ser, de longe, um
processo reversível, tanto espontaneamente quanto com tratamento. As exacerbações agudas
podem acontecer, o que pode durar de minutos a horas ou dias, intercaladas com períodos
livres de sintomas. A asma pode acontecer em
qualquer idade, sendo a doença crônica mais
comum da infância. A despeito do crescente
conhecimento sobre a patologia da asma e do
desenvolvimento de melhores medicamentos de
planos de tratamento, a taxa de mortalidade da
asma continua a aumentar. Para muitos
pacientes, todavia, é uma doença incapacitante,
que afeta a escola e a freqüência ao trabalho, as
opções ocupacionais, a atividade física e a
qualidade de vida em geral.
A respiração se torna difícil quando os
bronquíolos se contraem ou são, pelo
muco, ou quando as membranas que revestem os
tubos ficam inchadas. O ar fica preso nos alvéolos
e menos ar puro é inalado.
A alergia é o principal fator predisponente para
o desenvolvimento da asma. A exposição crônica
a irritantes aéreos ou alergênios também aumenta
o risco de desenvolver asma. Os alergênios comuns podem ser periódicos ou sazonais (p. ex.,
polens da grama. árvore e ervas daninhas), ou perenes (p. ex., mofo, poeira, baratas ou
animais especialmente gatos). Os ativadores comuns dos sintomas da asma e das
exacerbações em pacientes com asma incluem os irritantes aéreos, poluentes do ar, frio, calor,
alterações no clima, odores fortes ou perfumes, fumaça de carro, esforço, estresse, desgaste
emocional, gargalhada e sinusite.
Tratamento de Enfermagem
A monitorização constante do paciente pela enfermeira é importante nas primeiras 12 a
24 horas, ou até que o estado asmático esteja controlado. A enfermeira também avalia o turgor
cutâneo do paciente para identificar os sinais de desidratação. A ingestão hídrica é essencial
para combater a desidratação, para fluidificar as secreções e facilitar a expectoração. A
enfermeira administra os líquidos endovenosos, conforme prescrito, mais de 3 a 4 1/dia, a
menos que contra-indicado. A energia do paciente precisa ser conservada, e o quarto deve
estar silencioso e livre de irritantes respiratórios, incluindo flores, fumaça de cigarro, perfumes
ou odores dos agentes de limpeza. Um travesseiro não-alérgico deve ser utilizado.
EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO
1) As pneumonias são classificadas em razão delas poderem acontecer em diferentes
ambientes. Pesquise e diga quais são estes ambientes ou quais os tipos de pneumonia
existem?
b) Quais são os sinais e sintomas que um paciente com tuberculose pode apresentar?
4)Explique com suas palavras por que um paciente portador de DPOC tem tanta dificuldade de
respirar?
FUNDAMENTAÇÃO
A freqüência respiratória é o número de ventilações por minuto. A freqüência
respiratória depende da idade e do estado de saúde do paciente.
Inspiração + expiração= respiração=ventilação
A respiração normal de um adulto sadio é de 12 a 18 movimentos respiratórios por
minuto.
OBJETIVO
Aprender a realizar exame de respiração
METODOLOGIA
Faça uma pesquisa sobre o conceito de alguns termos usados para descrever a
respiração, como: eupnéia, dispnéia, taquipnéia, bradipnéia, apnéia, hiperventilação,
hipoventilação, hiperpnéia, respiração de cheyne-stokes, kussmaul. Depois divida a turma em
grupos e com auxílio do monitor de cada grupo visite uma instituição e verifique a freqüência
respiratória com ajuda de um estetoscópio de paciente sadios e pacientes portadores de
doenças respiratórias; freqüência respiratória de crianças e adultos.
CAPÍTULO 6
Tecido Epitelial
A pele é o maior órgão do corpo humano, tendo como principais funções: proteção
contra infecções, lesões ou traumas, raios solares e possui importante função no controle da
temperatura corpórea. Tem também funções nervosas, constituindo o sentido do tato e
metabólicas, como a produção da vitamina D.
A pele tem três camadas, a epiderme é a camada mais superficial e tem profundidade
diferente conforme a região do corpo. Zonas sujeitas a maior atrito como palmas das mãos e
pés têm uma camada mais grossa e chegam a até 2 mm de espessura. A epiderme é
constituída por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado (células escamosas em
várias camadas). A célula principal é o queratinócito, que produz a queratina. A queratina é
uma proteína resistente e impermeável responsável pela proteção.
A derme é um tecido conjuntivo de sustentação da epiderme. É constituído por fibras
elasticas e colagéno. É na derme que se localizam os vasos sanguíneos e linfáticos que
vascularizam a epiderme e também os nervos e os órgãos sensoriais a eles associados.
A hipoderme ou tecido subcutâneo é constituído por tecido adiposo que protege contra
o frio ele se localiza entre a derme e a fáscia muscular. Tem como funções: reservatório
energético; isolante térmico; modela superfície corporal; absorção de choque e fixação dos
órgãos.
Há ainda vários órgãos anexos, como folículos pilosos, glândulas sudoríparas e
sebáceas; ou penas, escamas e cascos.
FUNDAMENTAÇÃO
A pele é o revestimento externo do corpo, considerado o maior órgão do corpo humano
e o mais pesado. O estudo das camadas da pele bem como suas funções e composição são
importantes para o aluno, uma vez que estão em consonância com os estudos sobre
tratamento de feridas.
OBJETIVO
Conhecer as camadas que compõe o tecido epitelial, bem como suas funções e
classificações.
MATERIAIS: lápis de cor, de cera ou tinta guache, cola, tesoura, papel graffit ou isopor.
METODOLOGIA
Divida a turma em grupos e com ajuda do professor e do monitor da turma, separe os
grupos de acordo com os temas especificados abaixo e faça a exposição do tecido epitelial em
forma de maquete, na sala de aula.
Temas:
Camadas do tecido epitelial;
Morfologia do tecido epitelial;
Estratificação do tecido epitelial;
Especializações do tecido epitelial;
Sugestão ao professor: levar imagens dos vários tipos de feridas, para serem exibidas em
data show já que as imagens da apostila estão em preto.
EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO
06) (UFPI/2005) Para amenizar rugas e vincos na pele sem intervenção do bisturi, os médicos
contam com algumas substâncias como o colágeno, o silicone e os ácidos (Restylane e afins),
que apresentam atividade fraca quando aplicadas na pele por uso externo, mas mostram bons
resultados quando injetadas na derme. Assinale a alternativa que apresenta a explicação
correta.
a) A derme é a camada mais externa da pele, e sua localização facilita a atuação das
substâncias, que vão atuar no tecido epitelial.
b) A derme, composta de tecido conjuntivo, é quem confere elasticidade e resistência à pele, e
a aplicação interna dessas substâncias atua no preenchimento dos locais falhos.
c) A perfeita união entre as células epiteliais faz com que o epitélio seja totalmente
impermeável à água e a essas substâncias.
d) As substâncias, quando aplicadas pelo uso externo, estimulam a duplicação das camadas
do tecido epitelial da derme, mas a camada de queratina não permite que atuem na derme.
e) As glândulas exócrinas presentes no tecido epitelial atuam como barreiras físicas e
químicas, impedindo a passagem das substâncias até a derme, evitando sua atividade.
Com base na figura e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa correta:
a) A pele negra, representada pela figura de número III, não tem necessidade de produzir
melanócitos quando em contato com os raios ultravioleta.
b) Os indivíduos de pele albina estão representados pela figura II, pois, em contato com os
raios ultravioleta produzem uma quantidade intermediária de melanócitos como conseqüência
de problemas enzimáticos.
c) Os indivíduos de pele clara estão representados pela figura I, o que justifica o fato da pele
destas pessoas, quando em contato com os raios ultravioleta, ficarem vermelhas.
d) As células epiteliais da epiderme contêm quantidade variável do pigmento melanina,
colocado como um capuz sobre o lado do núcleo celular que está voltado para o exterior, de
onde vêm os raios ultravioleta.
e) Tumores malignos originados de células epiteliais de revestimento podem ser causados pela
falta de exposição ao sol.
As feridas são conseqüência de uma agressão por um agente ao tecido vivo podem ser
classificadas de várias maneiras. Quanto ao agente causal são classificadas em:
1. Incisas ou cortantes - são provocadas por agentes cortantes, como faca, bisturi, lâminas,
etc.; suas características são o predomínio do comprimento sobre a profundidade, bordas
regulares e nítidas, geralmente retilíneas.
2. Corto-contusa - o agente não tem corte tão acentuado, sendo que a força do traumatismo é
que causa a penetração do instrumento, tendo como exemplo o machado.
3. Perfurante - são ocasionadas por agentes longos e pontiagudos como prego, alfinete. Pode
ser transfixante quando atravessa um órgão, estando sua gravidade na importância deste
órgão.
4. Pérfuro-contusas - são as ocasionadas por arma de fogo, podendo existir dois orifícios, o
de entrada e o de saída.
CICATRIZAÇÃO
Após ocorrer a lesão a um tecido, imediatamente iniciam-se fenômenos dinâmicos
conhecidos como cicatrização, que é uma seqüência de respostas dos mais variados tipos de
células (epiteliais, inflamatórias, plaquetas e fibroblastos), que interagem para o
restabelecimento da integridade dos tecidos. O tipo de lesão também possui importância no
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tipo de reparação; assim, em uma ferida cirúrgica limpa, há necessidade de mínima quantidade
de tecido novo, enquanto que, por exemplo, em uma grande queimadura, há necessidade de
todos os recursos orgânicos para cicatrização e defesa contra uma infecção. Na seqüência da
cicatrização de uma ferida fechada, temos a ocorrência de quatro fases distintas: inflamatória,
epitelização, celular e fase de fibroplasia (formação de fibras).
Fase inflamatória - O processo inflamatório é de vital importância para o processo de
cicatrização; de início, ocorre vaso-constricção fugaz, seguida de vaso-dilatação, que é
mediada principalmente pela histamina, liberada pelas células de defesa e plaquetas com
aumento da permeabilidade e extravasamento de plasma; possui duração efêmera de mais ou
menos 30 minutos, sendo que a continuidade da vaso-dilatação é de responsabilidade de
prostaglandinas. Nos vasos próximos, ocorrem fenômenos de coagulação, formação de
trombos, que passam a levar maior proliferação de fibroblastos.
Fase de epitelização - Enquanto que a fase inflamatória ocorre na profundidade da lesão,
nas bordas da ferida suturada, em cerca de 24 a 48 horas, toda a superfície da lesão estará
recoberta por células superficiais que com o passar dos dias, sofrerão fenômenos de
queratinização.
Fase celular - No terceiro e quarto dia, após a lesão, fibroblastos proliferam e tornam-se
predominantes ao redor do décimo dia. Agem na secreção de colágeno que é responsável pela
força e integridade dos tecidos.
Os fibroblastos não tem a capacidade de lisar restos celulares, portanto tecidos
macerados, coágulos e corpos estranhos constituem uma barreira física à proliferação com
retardo na cicatrização.
Fase de fibroplasia - Caracteriza-se pela presença de colágeno. Para sua formação
requer enzimas específicas que exigem co-fatores como oxigênio, ferro, ácido ascórbico
(vitamina C), daí suas deficiências levarem ao retardo da cicatrização. São os feixes de
colágeno que originam uma estrutura densa e consistente que é a cicatriz. As feridas vão
ganhando resistência de forma constante por até quatro meses, porém sem nunca adquirir a
mesma do tecido original. Esta fase de fibroplasia não tem um final definido, sendo que as
cicatrizes continuam modelando-se por meses e anos, sendo responsabilidade da enzima
colagenase.
FUNDAMENTAÇÃO
Cuidar de feridas sempre pareceu ser muito simples. Tão simples que dificilmente era
prioridade no tratamento do paciente. Qualquer pessoa podia fazer o curativo e utilizar o que
tinha disponível. Não se dava a devida importância à técnica e a outros fatores associados.
Hoje sabemos que vários fatores interferem no processo de cicatrização e que o
mercado dispõe de uma variedade de produtos que podem ser utilizados com sucesso tanto na
prevenção quanto no tratamento de feridas.
Contudo, sabemos que para o cuidado de pacientes com feridas, é necessária a
atuação de uma equipe multidisciplinar a fim de que as ações terapêuticas possam ser
integradas.
OBJETIVO
Observar as feridas e descrever as etapas cicatrização.
METODOLOGIA
Faça uma visita a Unidade de Saúde ou hospital de sua cidade, acompanhada do
professor e do monitor de sala de aula e escolha uma ferida de um paciente e descreva o tipo
de ferida e sua classificação conforme o estado de cicatrização e faça um relatório, ilustrando-
o. É para ser apresentado em sala de aula em forma de seminário.
EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO
7). Dos elementos abaixo, assinale aqueles que têm influência direta sobre a decisão do tipo de
cobertura a ser utilizada em uma lesão:
a) causa, tempo de evolução e localização da lesão
b) tamanho, localização e tipo de exsudato
c) profundidade, causa e coloração da lesão
d) localização, tempo de evolução, presença de odor
e) coloração, presença de infecção, causa da lesão
AUTOAVALIAÇÃO
Escreva um texto em seu caderno de autoavaliação destacando o que você aprendeu
e/ou teve dificuldade com este capítulo.
REFERÊNCIAS