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Matéria:

ENFERMAGEM EM
ASSISTÊNCIA
A
CLIENTES/PACIENTES
EM TRATAMENTO
CLÍNICO

Curso Técnico em Enfermagem - Enfermagem em Assistência a Clientes/Pacientes em Tratamento Clínico.


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INTRODUÇÃO

“Na assistência à saúde estamos atravessando uma crise em decorrência da


inadequada utilização de conceitos provenientes da visão de mundo mecanicista. Inadequada
porque tais conceitos ainda têm sido aplicados ao contexto de saúde que não tem mais
suportado este paradigma.
À enfermagem estão se revelando, cada vez mais, as contenções, limitações e
insuficiências impostas por esse modelo.
É lugar comum dizer que, nesse sentido, a vida do trabalhador se torna desumana e
que também desumano acaba sendo seu processo de trabalho.
Felizmente a crise se torna intensa, e se aguça em função de rejeição ao modelo
vigente. Emerge então uma nova visão, com outros valores. Nesta transição passamos a
considerar a necessidade de uma transformação cultural em nossas instituições de saúde. Que
esta transformação se paute na solidariedade através do diálogo e da ação.
Aliás, é com palavras e atos que o enfermeiro se introduz no mundo humano. A sua
introdução neste cenário se dá pelo estímulo que a presença do outro desperta, pelo anseio da
companhia e da proximidade, enfim, pelo desejo de ele próprio - o enfermeiro – ser e agir em
consonância com sua essência humana. Desta maneira, a ação humanizadora do enfermeiro
se desvela pelo diálogo, pelas palavras, mostrando quem é e a que veio, ao mesmo tempo que
deseja conhecer o outro, suas singularidades, para com ele estabelecer uma convivência
autêntica. É uma ação que provoca reação do outro, no sentido de resposta que compartilha,
ou de resposta que contém diversidade e assim provoca nova ação.
É compreensível para o enfermeiro que o cliente, ou o seu colaborador de
enfermagem, sejam sujeitos com potencial de poder em relação à reciprocidade das ações.
É assim que interpretamos a nova visão de mundo, o novo paradigma emergente. Aqui a
condição humana do trabalhador de enfermagem, bem como a condição humana do cliente,
estarão sendo respeitadas através do empenho do enfermeiro em favor de um trabalho digno,
ou melhor, de ações e discursos compatíveis com a natureza e as aspirações humanas frente
as suas necessidades mais fundamentais. Nessa perspectiva, a utilidade decorrente de seu
trabalho é uma questão meramente conseqüente.
Assim sendo, o enfermeiro estará exercendo a enfermagem pelo seu lado arte,
conciliando a técnica - a dimensão instrumental - com o humanismo.
A ação de cuidar, alicerçada na arte, é traduzida pela sensibilidade das pessoas
envolvidas que ultrapassa e vai muito além dos requisitos exigidos pura e simplesmente pela
razão.
Assim visualizamos e acreditamos no novo pautar do comportamento da enfermagem,
a qual contribuirá para a transformação cultural em nossas instituições prestadoras de serviços
à saúde.”

Comissão de Editoração da Revista Latino-Americana de Enfermagem

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CAPÍTULO 1

COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS
Conhecer reflexões no cuidado digno e seguro, considerando as opções e direitos dos
clientes.
Conhecer os fatores de risco que levam à hipertensão arterial, formas de tratamento e ações
de enfermagem.
Conhecer as principais disfunções cardiovasculares e as ações de especificas de
enfermagem para cada uma delas.
COMPETÊNCIA ACESSÓRIA
Conhecer os problemas mais comuns relacionados aos distúrbios hematológicos e as ações
de enfermagem.
HABILIDADES ESSENCIAIS
Elaborar um plano de orientações para os pacientes portadores de hipertensão arterial.
Descrever os fatores de risco que levam as disfunções cardiocirculatórias.
Calcular a probabilidade de uma pessoa ser portador ou não da anemia falciforme ou
apresentar traço falciforme.

1.1 (C.e.1) CONHECER REFLEXÕES NO CUIDADO DIGNO E SEGURO, CONSIDERANDO


AS OPÇÕES E DIREITOS DOS CLIENTES.

Considerando o momento atual como de grandes transformações em todos os


segmentos da sociedade, os profissionais de enfermagem precisam adotar mecanismos que
permitam a discussão sobre a qualidade do cuidado prestado aos pacientes nos
estabelecimentos de saúde, bem como à necessidade de legitimar este cuidado como foco
principal do trabalho da equipe de enfermagem, o qual visa a valorização do ser humano em
todas as etapas de seu ciclo de vida, desde o nascer até o morrer. O cuidado dispensado ao
indivíduo, sadio ou doente, deve ser integral, evitando-se assim a fragmentação do
atendimento de saúde prestado à população. Para isso, o cliente/paciente e seus familiares
devem ser considerados como seres sociais e históricos, possuidores de crenças, valores,
experiências de vida, medos, angústias e incertezas, expectativas e, por isso, devem ser
respeitados, principalmente no direito a saúde de forma digna e segura.
A 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986) finalizou seus trabalhos anunciando um
conceito de saúde diretamente vinculado o direito de cidadania: “Em seu sentido mais
abrangente, a saúde é resultado das condições de alimentação, habitação, educação, renda,
meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e
acesso aos serviços de saúde. É assim, antes de tudo, o resultado das formas de organização
social da produção, as quais podem gerar grandes desigualdades nos níveis de vida”.
Assim, torna-se evidente que a meta dos profissionais de saúde é promover mudanças
positivas que se dirigem à saúde e bem estar. O fato de a sensação de bem estar ter um
caráter subjetivo enfatiza a importância de reconhecer e responder à individualidade do
paciente e à diversidade da atenção e de enfermagem.
O paciente é um ser humano e como tal está protegido pela Declaração Universal dos
Direitos Humanos, que afirma que “todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança
pessoal”. E ainda que “todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si, e
à sua família, saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados
médicos e os serviços sociais indispensáveis. Direito à segurança em caso de desemprego,
doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em
circunstâncias fora do seu controle” (art.XXV).
Além dos direitos humanos de que os pacientes são titulares, existem também os
direitos específicos do paciente, desenvolvidos por inúmeras organizações. A associação
médica mundial aprovou uma carta de Direitos do Paciente, que tem entre outros os seguintes:
 Direito a assistência medica de boa qualidade.
 Liberdade de escolher o médico ou o hospital.
 Direito a autodeterminação.
 Procedimentos contra a vontade do paciente somente podem ser realizados se
legalmente autorizados.
 Paciente inconsciente, sem condições de expressar sua vontade - consentimento do
representante legal deve ser obtido.

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 Incapacidade, paciente menor ou legalmente incapacitado: mutuo acordo com os pais


ou representantes legais. Mas, se ele pode tomar decisões racionais, estas devem ser
respeitadas e tem direito de proibir que seu representante legal seja informado.
 Direito a informação do prontuário de forma compreensível.
 Educação em saúde – direito de ser orientado sobre condições de saúde para tomar
decisões conscientes.
 Direito a dignidade e respeito à vida privada do paciente.
 Direito de morrer com dignidade – com toda a assistência e alivio possível.
 Direito a assistência religiosa.
 Direito ao respeito, consideração, privacidade e confidencialidade.
 Direito de saber o nome e qualificação do profissional que vai lhe prestar assistência.
 Direito à informação atualizada, relevante e compreensível sobre seu diagnostico,
tratamento e prognostico e de conhecer a identidade de médicos, enfermeiros e
demais envolvidos em seus cuidados, inclusive estudantes, residentes ou outros
treinamentos.
 Direito de tomar decisões sobre o tratamento antes de iniciar, ou durante, e de recusá-
lo e de ser informado sobre as conseqüências.
 Direito a privacidade, em especial para discussão de caso, exames e tratamentos.

1.2 (C.e.2) CONHECER OS FATORES DE RISCO QUE LEVAM À HIPERTENSÃO


ARTERIAL, FORMAS DE TRATAMENTO E AÇÕES DE ENFERMAGEM.

Principais fatores de risco


 Fumo
 Dislipidemia (presença de níveis elevados ou anormais de lipídios e/ou lipoproteínas no
sangue)
 Diabetes mellitus
 Idade acima de 60 anos
 Sexo (homens e mulheres pós-menopausa)
 História familiar de doença cardiovascular, em parentes do sexo feminino com menos
de 65 anos de idade ou homens com menos de 55 anos de idade.

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Modificações do estilo de vida para Prevenção e controle da Hipertensão Arterial


 Perda de peso, quando com excesso de peso.
 Limitar a ingesta de álcool a não mais do que 30 mL de etanol;
 Aumentar a atividade física aeróbica (30 a 45 minutos na maioria dos dias da semana);
 Reduzir a ingesta de sódio a não mais que 100mmol por dia (2,4 g de sódio ou 6 g de
cloreto de sódio);
 Manter a ingesta adequada de potássio na dieta;
 Manter a ingesta diária adequada de cálcio e magnésio na dieta para a saúde geral;
 Parar de fumar e reduzir a ingesta de líquidos saturados e colesterol na dieta para a
saúde cardiovascular geral;

Ações de Enfermagem
Os objetivos dos cuidados de enfermagem nos pacientes hipertensos visam a redução
e ao controle da pressão arterial, sem efeitos adversos ou sem custo indevido. Para atingir
esses objetivos, o enfermeiro deve apoiar e ensinar o paciente a aderir ao esquema terapêutico
por meio da implementação das alterações necessárias no estilo de vida, da ingesta de
medicamentos conforme prescritos e agendando consultas regulares de acompanhamento com
o profissional de saúde para monitorizar o progresso ou identificar e tratar quaisquer
complicações de doença ou terapia.
È importante que o paciente compreenda o processo patológico e também como as
alterações no estilo de vida e os medicamentos podem controlar a hipertensão. Os grupos de
apoio para controle de peso, cessação do fumo e redução do estresse podem ser benéficos
para alguns pacientes; outros irão beneficiar-se do apoio da família e de amigos. A enfermeira
auxilia o paciente a desenvolver e aderir a um regime de exercícios apropriado, porque a
atividade regular é um fator significante na redução do peso.
As informações escritas sobre os efeitos esperados e os efeitos colaterais dos
medicamentos são muito importantes. Quando ocorrem efeitos colaterais, os pacientes
precisam compreender a importância de relatá-los e a quem eles devem ser reportados. Os
pacientes precisam ser informados de que a hipertensão rebote pode ocorrer caso os
medicamentos anti-hipertensivos sejam interrompidos subitamente. Além disso, os pacientes
devem saber que alguns medicamentos, como os beta-bloqueadores, podem provocar
disfunção sexual. O enfermeiro pode encorajar e ensinar os pacientes a medir a pressão
arterial em casa. Isso envolve os pacientes em sues próprios cuidados e enfatiza o fato de que
a falha em ingerir os medicamentos pode resultar em um aumento identificável na pressão
arterial. Os pacientes precisam saber que a pressão arterial varia continuamente e que a faixa
dentro da qual suas pressões variam deve ser monitorizada.
A não aderência com o programa terapêutico é um problema significante nas pessoas
com hipertensão e outras condições crônicas que exigem o controle pelo restante da vida.
Estima-se que 50% interrompam seus medicamentos dentro de 1 ano a partir do inicio. A
educação continuada e o incentivo são frequentemente necessários para capacitar os
pacientes a formular um plano aceitável, o qual os ajude a viver com suas hipertensões e a
aderir ao plano de tratamento. Pode ser necessário assumir compromissos em alguns aspectos
da terapia para lograr o sucesso nas metas de maior prioridade.

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1.3 (H.e.1) ELABORAR UM PLANO DE ORIENTAÇÕES PARA OS PACIENTES


PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL.

FUNDAMENTAÇÃO
Os profissionais de saúde têm importância primordial nas estratégias de controle da
hipertensão arterial, quer na definição do diagnóstico clínico e da conduta terapêutica, quer nos
esforços requeridos para informar e educar o paciente hipertenso como de fazê-lo seguir o
tratamento.

OBJETIVO
Fazer com que os alunos aprendam a orientar seus pacientes em relação aos fatores
de risco e ao controle da hipertensão arterial.

PROCEDIMENTO
Com o auxílio do professor e do monitor, os alunos devem ser divididos em grupos de 5
a 6 representantes. Cada grupo deve elaborar uma peça teatral abordando os temas abaixo
citados. Essa encenação deve abordar questões referentes à orientação aos pacientes
portadores de Hipertensão Arterial, além de esclarecer sobre os fatores de risco e propor
medidas de tratamento e prevenção.

Temas: Fatores de risco para Hipertensão


Condutas terapêuticas (farmacológicas e não-farmacológicas)
Cuidados domiciliares ao portador de HAS

EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO

1) A hipertensão arterial é uma doença crônica que aumenta o risco de doenças


cardiovasculares e cerebrais dentre elas o acidente vascular cerebral (AVC). A enfermagem
que presta assistência ao cliente acamado e usando sonda nasoenteral, deve entre outros
cuidados:
(A) oferecer ambiente alegre e escuro para facilitar o repouso físico e mental;
(B) realizar visitas periódicas ao nutricionista para evitar desnutrição;
(C) realizar mudança de decúbito e manter a cama em posição de Fowler ao alimentá-lo;
(D) oferecer companhia de outros pacientes acamados para evitar o isolamento;
(E) trocar sonda vesical de foley a cada 08 dias.

2) Os tratamentos da hipertensão arterial e do diabetes baseiam-se na adoção de medidas


farmacológicas, utilizando-se de drogas, e não-farmacológicas, através de dietas e
atividades físicas, entre outras medidas. A equipe de enfermagem que atua nos programas
de controle do diabetes e hipertensão deve desenvolver os seguintes cuidados:
(a) Verificação da pressão arterial, aferição do peso para auxiliar no seu controle,
formulação de dietas adequadas, realização dos curativos em pacientes diabéticos com
lesões, visitas domiciliares aos clientes faltosos ou necessitados de cuidados domiciliares.
(b) Verificação da pressão arterial, aferição do peso auxiliar no seu controle,
acompanhamento da auto-administração de medicamentos via oral ou injetáveis,
verificação dos níveis de glicemia capilar.
(c) Realização de visitas domiciliares aos clientes faltosos ou necessitados de cuidados
domiciliares, organização e participação das atividades em grupo, realização de aplicação
de insulina diariamente aos insulinos-dependentes.
(d) Realização de visitas domiciliares aos clientes faltosos ou necessitados de cuidados
domiciliares, organização da agenda para retorno dos clientes às consultas necessárias ao
seu acompanhamento, formulação de dieta adequada, verificação dos níveis de glicemia
capilar, administração de medicamentos via oral ou injetáveis diariamente.

3) As placas ateroscleróticas estáveis são compostas principalmente por:


A) tecido fibroso
B) tecido gorduroso
C) depósitos de cálcio
D) trombos organizados
E) todos estes elementos com teor aproximadamente igual.

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4) A hipertensão arterial ou doença vascular hipertensiva consiste na elevação da pressão


sistólica e/ou diastólica, podendo ter como complicações:
A) acidente vascular cerebral, hipertireoidismo, insuficiência respiratória;
B) insuficiência cardíaca, diabetes, acidente vascular cerebral;
C) acidente vascular cerebral, diabetes, hipertireoidismo;
D) insuficiência cardíaca, insuficiência renal, acidente vascular cerebral;

5) A principal relevância da identificação e controle da HAS reside na redução das suas


complicações. Respondam quais são essas complicações:

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6) Ao identificar um portador de hipertensão você enquanto profissional costuma orientar sobre:


( ) controle de peso
( ) adoção de hábitos alimentares saudáveis
( ) redução do consumo de bebidas
( ) abandono do tabagismo
( ) relevância da prática de atividade físicos regular

7) Considerando a importância do controle da pressão arterial descreva os passos que você


seguiria e orientaria, como futuro Técnico em Enfermagem, para este procedimento.

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8) Em indivíduos sem diagnóstico prévio e níveis de PA elevada em uma aferição, recomenda-


se repetir a aferição de pressão arterial em diferentes períodos antes de caracterizar a
presença de HAS. Este diagnóstico requer que se conheça a pressão usual do indivíduo, não
sendo suficiente uma ou poucas aferições casuais.
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A aferição repetida da pressão arterial em dias diversos em consultório é requerida


para chegar à pressão usual e reduzir a ocorrência da “hipertensão do avental branco”,que
consiste na elevação da pressão arterial ante a simples presença do profissional de saúde no
momento da medida da PA.
Considerando a classificação da pressão arterial para adultos com mais de 18 anos os
valores limites de pressão arterial normal para crianças e adolescentes de 1 a 17 anos constam
de tabelas especiais que levam em consideração a idade e o percentil de altura em que o
indivíduo se encontra, preencha os valores da pressão arterial em adultos na questão abaixo:

Preencha com os valores da pressão arterial em adultos:


Normal _____________________________________________________________
Pré-hipertensão ______________________________________________________
Hipertensão _________________________________________________________
Estágio 1 ___________________________________________________________
Estágio 2 ___________________________________________________________

9) Sobre emergência hipertensiva, é correto afirmar, EXCETO:


a) Dentre as repercussões estão encefalopatia, insuficiência cardíaca congestiva, edema
pulmonar, distúrbio de coagulação, disfunção renal.
b) O labetolol endovenoso é uma boa escolha de tratamento.
c) A hipertensão mais grave decorre mais dos níveis pressóricos atingidos do que da
velocidade do aumento.
d) É a elevação da pressão arterial acima dos níveis críticos, com sinais clínicos de
repercussões sobre os órgãos alvo.

1.4 (C.e.3) CONHECER AS PRINCIPAIS DISFUNÇÕES CARDIOVASCULARES E AS


AÇÕES DE ESPECIFICAS DE ENFERMAGEM PARA CADA UMA DELAS.

DISRITMIAS
As disritmias constituem distúrbios da formação e/ou condução do impulso elétrico
dentro do coração. Podem causar distúrbios da freqüência cardíaca, do ritmo cardíaco ou de
ambos. As disritmias podem a princípio ficar evidenciadas pelo efeito hemodinâmico que
provocam. Elas são diagnosticadas através da análise do formato das ondas
eletrocardiográficas. As disritmias são nomeadas de acordo com o local de origem do impulso e
do mecanismo de formação ou condução envolvido.

Ações de enfermagem: O enfermeiro deve gerenciar cuidadosamente a administração de


medicamentos de modo que um nível sérico constante do medicamento seja mantido em todos
os momentos. Isso maximiza os efeitos benéficos e minimiza os efeitos adversos. Quando o
paciente com uma disritmia ameaçadora é hospitalizado, um ECG é iniciado e as fitas de ritmo
são analisadas para rastrear a disritmia. Pressão arterial, freqüência e profundidade das
respirações, assim como a freqüência e o ritmo do pulso,são regularmente avaliados para
determinar o efeito hemodinâmico da disritmia.
Ensinando o auto cuidado aos pacientes: as informações devem ser apresentadas de
maneira compreensível e que não seja ameaçadora ou temerosa. É importante estabelecer
com o paciente e família um plano de ação para empreender no caso de uma emergência. Isso
permite que o paciente e família se sintam no controle e preparados para as possíveis
eventualidades.
Resultados esperados: O débito cardíaco é mantido; demonstra freqüência cardíaca,
pressão arterial, freqüência respiratória e nível de consciência dentro dos limites normais.
Demonstra ausência ou diminuição dos episódios de disritmia; a ansiedade é minimizada,
expressa uma atitude positiva sobre viver com a disritmia, expressa confiança na capacidade
de empreender as ações apropriadas em uma emergência, o paciente conhece a respeito da
disritmia e seu tratamento - determina as ações a empreender no caso de uma emergência.

ATEROSCLEROSE CORONARIANA
Consiste em um acumulo anormal de substâncias lipídicas, ou gordurosas e tecido
fibroso na parede vascular. Essas substâncias criam bloqueios ou estreitam o vaso de tal modo
que reduzem o fluxo sanguíneo para o miocárdio. Envolve uma resposta infamatória repetitiva
para a lesão da parede arterial e uma alteração nas propriedades biofísicas e bioquímicas das
paredes arteriais. È uma doença progressiva, a qual pode ser contida e, em alguns casos,
revertida.

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A aterosclerose começa como estrias


gordurosas, lipídios que são depositados na
camada íntima da parede arterial, não são todas as
estrias que se desenvolvem nas lesões mais
avançadas, não se sabe por completo porque algumas continuam a se desenvolver, mas sabe-
se que fatores genéticos e ambientais estão envolvidos.
A aterosclerose coronariana produz sintomas e complicações de acordo com o grau de
estreitamento da luz arterial, formação de trombo e obstrução do fluxo sanguíneo para o
miocárdio.

Esse impedimento ao fluxo sanguíneo é usualmente progressivo, e o aporte sanguíneo


inadequado resultante priva as células musculares do oxigênio necessário pra sua
sobrevivência. A condição é conhecida como isquemia. Os fatores de risco não-modificáveis
que aumentam a probabilidade de a cardiopatia se desenvolver são: a idade elevada, história
familiar de cardiopatias, sexo - ocorrendo três vezes mais no homem, raça negra. Os fatores de
risco modificáveis são: anormalidades do colesterol, fumo, hipertensão e diabetes melito,
inatividade física, obesidade, estresse, falta de estrogênio nas mulheres.

ANGINA DE PEITO
A angina de peito é uma síndrome clinica caracterizada por episódios ou paroxismos
de dor ou pressão na parte anterior do tórax. A causa em geral é o fluxo sanguíneo coronariano
insuficiente. Em geral a angina de peito e causada por doença aterosclerótica.
Diversos fatores estão associados a típica dor anginosa:
 Esforço físico;
 Exposição ao frio que pode provocar vasoconstrição e uma pressão arterial elevada, a qual
aumenta a demanda de oxigênio;
 Ingerir refeição pesada, (em um coração gravemente comprometido o desvio de sangue para
a digestão pode ser suficiente para induzir a dor anginosa).
 Estresse ou qualquer situação geradora de emoção.

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Ações de enfermagem
Obter informações sobre os sintomas e atividades do paciente, sobretudo aquelas que
precedem e precipitam as crises de dor anginosa.
Perguntas mais apropriadas:
 Onde a dor se localiza? Ela ocorre em algum outro
ponto?
 Como você descreveria a dor (pulsátil, compressiva,
cortante, continua intermitente?).
 Que grau você daria em uma escala de 0 a 10?
 Que outros sintomas ocorrem com a dor?
 O que geralmente deflagra a dor? O que geralmente a
alivia? O que a agrava?
 Geralmente por quanto tempo dura a dor?
Quando um paciente sente dor torácica deve-se
orientá-lo no sentido de parar com todas as atividades e
sentar ou descansar no leito em uma posição de semi-
fowler para reduzir os requisitos de oxigênio do
miocárdio isquêmico. A equipe de enfermagem avalia a
dor do paciente fazendo as perguntas padronizadas.
A avaliação deve continuar aferindo-se os sinais
vitais e observando os sinais de angústia respiratória. A
administração de oxigênio é indicada quando a
freqüência respiratória do paciente esteja aumentada ou
o nível de saturação do oxigênio diminuído. Embora não exista documentação de seu efeito
sobre o resultado, o oxigênio é comumente administrado a 2L/min por uma cânula nasal,
mesmo sem evidencia de angústia respiratória. Quando a dor é significante e continua depois
dessas prescrições o paciente é usualmente encaminhado para uma unidade de observação
mais elevada.
Manter o equilíbrio atividade-repouso é também um importante aspecto no plano
educacional para o paciente e para a família, bem como trabalhar no sentido de reduzir a
ansiedade e ensinar o autocuidado aos pacientes.
Resultados Esperados: o paciente relata que a dor é aliviada de imediato,reconhece os
sintomas , empreende ações imediatas,procura assistência medica quando a dor persiste ou
muda de qualidade, compreende meios para evitar complicações e demonstra ficar sem
complicações,relata ansiedade diminuída, expressa aceitação do diagnostico, não exibe sinais
e sintomas específicos de ansiedade.adere ao programa de autocuidado, toma os
medicamentos conforme prescrição, matem consultas de cuidados de saúde, implementa o
plano para reduzir os fatores de risco.

INFARTO DO MIOCÁRDIO
O Infarto do Miocárdio refere-se ao processo pelo qual áreas de células miocárdicas no
coração são destruídas de maneira permanente. Como a angina instável, o IM é geralmente
causado, mas nem sempre, pelo fluxo sanguíneo reduzido em uma artéria coronária devido à
aterosclerose e à oclusão completa de uma artéria por êmbolo ou trombo. As outras causas de
um IM incluem o vasoespasmo de uma artéria coronária, suprimento diminuído de oxigênio (a
partir da perda sanguínea aguda, anemia ou pressão arterial baixa) e demanda aumentada de
oxigênio (a partir da freqüência cardíaca rápida, tireotoxicose ou ingestão de cocaína). Em
cada caso existe um profundo desequilíbrio entre o aporte e a demanda de oxigênio no
miocárdio.
Oclusão coronariana, ataque cardíaco e IM são termos usados como sinônimos, mas o
termo preferido é Infarto do Miocárdio. A área do infarto leva tempo para desenvolver-se, e,
com o passar do tempo, a falta de oxigênio resulta em infarto ou morte das células. Várias
descrições definem adicionalmente um IM: a localização da lesão na parede ventricular
esquerda (na parede anterior, ínfero-posterior ou lateral) ou no ventrículo direito, ou no
momento do processo de infarto (agudo, em evolução ou antigo). A localização e o momento
são usualmente identificados por um ECG. Independentemente da localização, o objetivo da
terapia clínica no IM agudo é evitar ou minimizar a necrose do tecido miocárdico e evitar
complicações.

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A manifestação clinica é a dor torácica que ocorre subitamente e continua apesar do


repouso e da medicação. Os pacientes podem ficar ansiosos e agitados. Podem apresentar
pele fria, pálida e úmida. Suas freqüências
respiratórias e cardíacas podem ser mais
rápidas que o normal. Falta de ar, dispnéia,
taquipnéia, náuseas e vômitos. Essas
manifestações podem não estar presentes ou
elas podem durar um curto intervalo de tempo.
Em muitos casos, os sinais e sintomas de IM
não podem ser diferenciados daqueles da
angina instável.
O diagnóstico do IM geralmente se
baseia na história da doença atual, no ECG e
nos resultados dos exames laboratoriais. O
prognóstico depende da gravidade da
obstrução arterial coronariana e, portanto, da
extensão da lesão miocárdica.

Ações de Enfermagem
O alívio da dor torácica é a principal
prioridade para o paciente com um IM agudo,
sendo a terapia medicamentosa necessária
pra realizar essa meta. O método aceito para
alivio da dor torácica associada ao IM é a
administração intravenosa de vasodilatador e
terapia anticoagulante.
A nitroglicerina e a heparina são os
medicamentos de escolha, respectivamente. A
terapia trombolítica é altamente desejável
para os pacientes que se apresentam na
instituição de saúde imediatamente após e
que se qualificam clinicamente. Os sinais
vitais são avaliados com freqüência enquanto o paciente estiver experimentando dor. O
repouso físico no leito, com a cabeceira elevada, ou em uma cadeira cardíaca ajudara a
diminuir o desconforto torácico e a dispnéia. A elevação da cabeça é benéfica pelas seguintes
razões:
 O volume corrente melhora por causa da pressão reduzida a partir do conteúdo
abdominal sobre o diafragma e, assim, gera a melhoria da expansão pulmonar e da
troca gasosa.
 A drenagem dos lobos superiores dos pulmões melhora.

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 O retorno venoso para o coração diminui (pré-carga), o que reduz o trabalho do


coração.
O tratamento clínico recomendado para um paciente com IM agudo é a terapia
trombolítica ou a angioplastia percutânea de emergência. Essas terapias são importantes
porque, além de aliviarem a dor elas ajudam na minimização ou prevenção da lesão
permanente para o miocárdio As outras terapias incluem os medicamentos antiplaquetários,
anticoagulantes e vasodilatadores intravenosos.
O oxigênio deve ser administrado em conjunto com a terapia medicamentosa pra
garantir o alivio da dor. A inalação de oxigênio, mesmo em doses baixas eleva o nível
circulante de oxigênio e reduz a dor associada aos baixos níveis de oxigênio circulante. A via
de administração, usualmente é feita por meio de cânula nasal, e a taxa de fluxo de oxigênio
são documentadas. Uma taxa de fluxo de 2 a 4 l/min é geralmente adequada para manter os
níveis de saturação de oxigênio de 96 a 100% , quando nenhuma outra doença está presente.
Melhorando a função respiratória: Encorajar o paciente a respirar profundamente e a
mudar com freqüência de posição ajuda a impedir que o líquido se acumule nas bases dos
pulmonares.
Promovendo uma perfusão tecidual adequada: checar a temperatura da pele e pulsos
periféricos é importante para garantir uma perfusão tecidual adequada. O oxigênio pode ser
administrado para enriquecer o suprimento de oxigênio circulante.
Reduzindo a ansiedade: desenvolver uma relação de confiança e carinho com o
paciente é um ponto critico para a redução da ansiedade. As oportunidades freqüentes são
oferecidas para o paciente compartilhar as preocupações e temores em caráter privado. Uma
atmosfera de aceitação ajuda o paciente a saber que esses achados são realistas e normais.
Monitorizando e tratando as complicações potenciais: Devem ser observadas
alterações para freqüência e ritmo cardíacos, batimentos cardíacos, pressão arterial, dor
torácica, estado respiratório, débito urinário, coloração e temperatura cutâneas, sensório e
valores laboratoriais. Qualquer alteração na condição do paciente é prontamente relatada pra o
médico, sendo as medidas de emergências instituídas quando necessárias.
Promovendo o autocuidado aos pacientes: trabalhar com os pacientes no
desenvolvimento dos planos para satisfazer suas necessidades especificas estimula ainda
mais o potencial para a complacência.

Promoção as Saúde e Prevenção da doença - promovendo a saúde após o IM.


Mudando o estilo de vida durante a convalescença e a cura.

Durante esse tempo, que começa precocemente e dura períodos variados, comumente
6 a 8 semanas, os objetivos dos pacientes incluem a modificação das atividades,de modo que
a recuperação completa seja atingida. A adaptação a uma crise cardíaca é um processo
continuo e, em geral, requer alguma modificação de estilo de vida. Algumas modificações
específicas:
 Evitar qualquer atividade que produza dor torácica, dispnéia ou fadiga indevida.
 Evitar extremo de calor e frio e caminhar contra o vento.
 Perder peso quando indicado.
 Parar de fumar.
 Alternar períodos de atividade e repouso.
 Usar as forças pessoais para compensar as limitações.
 Desenvolver padrões regulares de alimentação, aderir à dieta prescrita.
 Aderir ao regime médico, principalmente quanto à ingestão de medicamentos.
 Empreender atividades que liberem a tensão.

Gerenciando sintomas
 Dirigir-se a instituição de emergência mais próxima quando a dor e a opressão torácica
não são aliviadas em 15 minutos pela nitroglicerina
 Contactar o médico quando ocorrer o seguinte: falta de ar, desmaio, batimentos
cardíacos rápidos ou lentos, suor nos pés e tornozelos.

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Adotando um programa de atividades


 Engajar-se em um regime de condicionamento físico com um aumento gradativo nos
níveis de atividade.
 Caminhar diariamente aumentando a distancia e o tempo conforme prescrito.
 Monitorar a freqüência de pulso durante a atividade física.
 Evitar atividades que tensionam os músculos, que exija surtos súbitos de energia.
 Evitar exercícios físicos imediatamente após uma refeição.
 Encurtar as horas de trabalho quando retorna pela primeira vez ao trabalho.
 Participar de um programa de exercícios diários que se desenvolve em um programa
de exercícios regulares pelo resto da vida.

DISTÚRBIOS VALVULARES ADQUIRIDOS


As válvulas do coração controlam o fluxo sangüíneo através do coração para dentro da
artéria pulmonar e da aorta por meio da abertura e fechamento, em resposta as alterações da
pressão arterial, à medida que o coração contrai e relaxa através do ciclo cardíaco.

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Quando qualquer uma das válvulas cardíacas não se abre ou fecha da maneira
apropriada, o fluxo sangüíneo é afetado. Quando as válvulas não se abrem por completo,
ocorre uma condição denominada estenose, isto é, fluxo através da válvula reduzido. Quando
as válvulas não se fecham por completo, o fluxo acontece no sentido retrógrado, através da
válvula, em um processo conhecido como regurgitação.
Os distúrbios da válvula mitral são dispostos nas seguintes categorias: prolapso da
válvula mitral (estiramento do folheto valvular para dentro do átrio durante a sístole), estenose
mitral e regurgitação mitral. Os distúrbios da válvula aórtica são categorizados como estenose
aórtica ou regurgitação aórtica. Esses distúrbios valvulares levam a diversos sintomas, que,
dependendo de sua gravidade, podem exigir a
reparação ou substituição cirúrgica para
corrigir o problema. Os distúrbios das válvulas
tricúspide e pulmonar também ocorrem,
geralmente com menor quantidade de
sintomas e complicações.

PROLAPSO DA VÁLVULA MITRAL


O prolapso da válvula mitral,
originalmente conhecido como síndrome do
prolapso mitral, é uma deformidade que
geralmente não produz sintomas. De forma
rara, ele progride e pode resultar em morte
súbita. O prolapso da válvula mitral ocorre
com maior freqüência em mulheres que nos
homens. Nos últimos anos, esse distúrbio foi
diagnosticado com maior freqüência,
provavelmente em conseqüência de melhores
métodos de diagnóstico.
No prolapso da válvula mitral, uma parte de um folheto da válvula mitral faz
abaulamento para trás, para dentro do átrio, durante a sístole. O abaulamento pode esticar o
folheto ate o ponto em que a válvula não permaneça fechada durante a sístole ( contração
ventricular). Então o sangue regurgita do ventrículo esquerdo para trás, para dentro do átrio
esquerdo.

Tratamento de enfermagem
Quando necessário, a equipe de enfermagem ou o próprio médico ensina o paciente a
ler os rótulos dos produtos em um esforço para evitar a cafeína e o álcool, principalmente nos
produtos e medicamentos não controlados, como remédios para a tosse.
A equipe de assistência também explica que o álcool, a efedrina e a adrenalina que
podem estar contidos em algumas preparações sem controle podem produzir disritmias.

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Além disso, também educa os pacientes com prolapso da válvula mitral sobre a
necessidade de antibioticoterapia profilática antes de passar por procedimentos invasivos
(p.ex., tratamentos dentários, procedimentos genitourinários ou gastrointestinais) que podem
introduzir infecciosos a nível sistêmico. Quando há dúvida em relação aos fatores de risco e à
necessidade de antibióticos, os pacientes devem consultar seus médicos.

ESTENOSE MITRAL
A Estenose mitral é uma obstrução do sangue que flui do átrio esquerdo para dentro do
ventrículo esquerdo. Mais amiúde, é causada por endocardite reumática, a qual espessa e
contrai, de maneira progressiva, os folhetos da válvula mitral. Eventualmente, o orifício da
válvula mitral estreita e obstrui progressivamente o fluxo sanguíneo para dentro do ventrículo.
Normalmente, a abertura da válvula mitral é tão ampla quanto três dedos. Nos casos
de estenose acentuada, a abertura estreita-se até a largura de um bastão de grafite de lápis.
O átrio esquerdo tem grande dificuldade de movimentar o sangue através desse orifício
estreitado para dentro do ventrículo e se dilata (estica-se) e hipertrofia (espessa-se) por causa
do aumento do volume sangüíneo que agora comporta. Como não há proteção para as veias
pulmonares contra um fluxo retrógrado de sangue a partir do átrio, a circulação pulmonar toma-
se congestionada. Em conseqüência disso, o ventrículo direito deve contrair contra uma
pressão arterial pulmonar anormalmente elevada e, dessa maneira, fica sujeito a um esforço
excessivo. Eventualmente, o ventrículo direito se toma insuficiente.

REGURGITAÇÃO MITRAL
A regurgitação mitral envolve o fluxo do sangue para trás, a partir do ventrículo
esquerdo, para dentro do átrio esquerdo durante a sístole. Com freqüência, as bordas da
válvula mitral não podem se fechar durante a sístole.
A regurgitação mitral pode ser causada por problemas com um ou mais folhetos, com a
cordoalha tendinosa, com o ânulo ou com os músculos papilares. Um folheto da válvula mitral
pode encurtar ou sofrer laceração. A cordoalha tendinosa pode alongar-se, encurtar ou lacerar-
se. O ânulo pode ser esticado pelo aumento cardíaco ou deformado pela calcificação. O
músculo papilar pode romper-se, esticar ou ser mudado de posição a partir de alterações na
parede ventricular (p.ex., a cicatriz de um infarto do miocárdio ou dilatação ventricular). O
músculo papilar pode ser incapaz de contrair-se por causa da isquemia. Independentemente da
causa, o sangue reflui para trás, para dentro do átrio, durante a sístole.
A cada batimento do ventrículo esquerdo, parte do sangue é forçada para trás, para
dentro do átrio esquerdo. Como esse sangue é somado ao sangue que está começando a fluir
para dentro a partir dos pulmões, o átrio esquerdo deve esticar-se. Ele eventualmente sofre
hipertrofia e se dilata. O fluxo retrógrado do sangue a partir do ventrículo esquerdo diminui o
volume do sangue que flui para dentro do átrio a partir dos pulmões. Em conseqüência disso,
os pulmões tomam-se congestos, acrescentando, eventualmente, esforço extra sobre o
ventrículo direito. Por conseguinte, a regurgitação mitral envolve, por fim, os pulmões e o
ventrículo direito.

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ESTENOSE AÓRTICA
A estenose da válvula aórtica é o estreitamento do orifício entre o ventrículo esquerdo e
a aorta. Nos adultos, a estenose pode envolver as malformações congênitas do folheto ou o
número de folhetos (um ou dois em vez de três), ou pode resultar da endocardite reumática ou
da calcificação da cúspide por etiologia desconhecida. Os folhetos da válvula aórtica podem
fundir-se.

Tratamento de Enfermagem
Os pacientes que sofreram substituições valvulares são internados na unidade de
terapia intensiva; o cuidado volta-se para a recuperação da anestesia e para a estabilidade
hemodinâmica. Em geral, o paciente é transferido para uma unidade de telemetria dentro de 24
a 72 horas após a cirurgia. O cuidado de enfermagem continua da mesma maneira que para a
maioria dos pacientes pós-cirúrgicos, incluindo o cuidado com a incisão e com o ensino do
paciente em relação à dieta, atividade, medicação e autocuidado.
Além da necessidade de educação sobre a terapia de anticoagulação em longo prazo,
os pacientes com uma prótese valvular mecânica requerem educação em relação a profilaxia
com antibiótico para prevenir contra a endocardite bacteriana. A antibioticoterapia é prescrita
para esses pacientes antes de todos os procedimentos dentários e intervenções cirúrgicas. De
maneira ideal, ns enfermeiras devem reforçar todas as novas informações e instruções de
autocuidado em 4 a 8 semanas depois do procedimento.
Reparação Septal
O septo atrial ou ventricular pode apresentar uma abertura anormal entre os lados
direito e esquerdo do coração (defeito septal). Embora, em sua maioria, os defeitos septais
sejam de origem congênita e reparados durante a fase de lactação ou na infância, os adultos
podem não ter passado pela reparação prévia ou podem desenvolver defeitos septais em
conseqüência de infartos do miocárdio ou procedimentos diagnósticos e de tratamento.
A reparação dos defeitos septais exige anestesia geral e bypass cardiopulmonar. O
coração é aberto e uma placa pericárdica ou sintética (geralmente de poliéster ou Dacron) é
utilizada para fechar a abertura, A reparação de defeito septal atrial apresenta baixas taxas de
morbidade e mortalidade. No entanto, quando a válvula mitral ou tricúspide é envolvida, o
procedimento é mais complicado. Geralmente, as reparações septais ventriculares não são
complicadas, porém a proximidade do defeito com o sistema de condução intraventricular e
com as válvulas pode fazer com que essa desforra se torne mais complexa.

MIOCARDIOPATIAS
A miocardiopatia é uma doença do músculo cardíaco de etiologia desconhecida,
embora alguns estudos (Francis et aL, 1998; Mestroni Giacca, 1997) sugiram que a
miocardiopatia seja um distúrbio genético herdado. Os três tipos de miocardiopatia são
classificados de acordo com as anormalidades estruturais e funcionais do músculo
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cardíaco:miocardiopatia dilatada (por vezes chamada de miocardiopatia congestiva


miocardiopatia hipertrófica e miocardiopatia restritiva ou constritiva. A despeito da categoria e
da causa, essas doenças podem levar insuficiência cardíaca grave, disritmias significantes e
morte.

Ações de enfermagem
O histórico de enfermagem para o paciente com miocardiopatia começa com uma
história detalhada dos sinais e sintomas apresentados. A enfermeira identifica os possíveis
fatores etiológicos, como a ingestão pesada de álcool, doença ou gestação recente, ou uma
história da doença em parentes imediatos.
Por causa da cronicidade da miocardiopatia, a enfermeira compila uma história
psicossocial pormenorizada, explorando o impacto da doença sobre a função do paciente
dentro da família e da comunidade. A identificação de todos os estressores percebidos ajuda o
paciente e a equipe de saúde a implementar as atividades para aliviar a ansiedade relacionada
à alteração no estado de saúde. De maneira muito precoce, os sistemas de apoio do paciente
devem ser identificados e envolvidos no cuidado e no regime terapêutico do paciente.
O médico pode prescrever a monitorização cardíaca; entretanto, quando o diagnóstico
foi fechado ou quando a disritmia não constitui um problema significante, pode não ser
necessário monitorizar o paciente. A gravidade da insuficiência cardíaca determina se o
paciente precisa ficar em unidade de terapia crítica.

Melhorando o Débito Cardíaco


Durante um episódio sintomático, o repouso está indicado. Muitos pacientes acham
que ficar inclinado para trás em uma cadeira é mais confortável que deitar na cama. Essa
posição é valiosa para represar o sangue venoso na periferia e diminuir a pré-carga. O
oxigênio, geralmente fornecido através de cateteres nasais, também pode estar indicado.
Como o regime médico é principalmente paliativo, é necessária a monitorização
cuidadosa para correlacionar a prescrição com a resposta do paciente e, em seguida, ajustar
adequadamente o piano de tratamento. A documentação da resposta do paciente é primordial
na facilitação dos cuidados através de uma continuidade do cuidado de saúde - desde o
cuidado na emergência e unidade de terapia intensiva até o cuidado domiciliar. Por exemplo, a
mensuração diária do peso do paciente e a identificação de uma alteração significante é um
meio para monitorizar a resposta do paciente ao tratamento. Identificar as atividades que
provocam falta de are, em seguida, estabelecer se a atividade mais ou menos intensa provoca
os mesmos sintomas é outro método. A avaliação da saturação de oxigênio em repouso e
durante a atividade também pode ser indicada, quando se determina a necessidade de
oxigênio suplementar.
A atenção para a oportunidade de administrar os medicamentos prescritos é vital.
Garantir que o paciente recebe ou escolhe os alimentos apropriados para a dieta hipossódica
também é importante. Além disso, o auxilio para que o paciente se mantenha aquecido e que
mude de posição com freqüência freqüentemente estimula a circulação e reduz a possibilidade
de ruptura cutânea.

Aumentando a Tolerância à Atividade


A enfermeira planeja as atividades do paciente de modo que elas ocorram em ciclos,
alternando repouso e períodos de atividade. Isso não só irá beneficiar o estado fisiológico do
paciente, como também irá ajudar a ensiná-lo a respeito da necessidade de ciclos de repouso e
atividade. Por exemplo, trabalhar com o paciente para saber qual parte do trabalho pode ser
feito sem auxilio e, em seguida, proporcionar um período de repouso antes de terminar o banho
ajuda o paciente a conservar a energia que é insuficiente. A enfermeira pode então, certificar-
se de que o paciente reconhece os sintomas que indicam a necessidade de repouso e as
ações a ser empreendidas quando ocorrem os sintomas.

Reduzindo a Ansiedade
O apoio espiritual, psicológico e emocional pode estar indicado para o paciente, família
e outras pessoas significantes. As prescrições são direcionadas no sentido de erradicar ou
aliviar os estressores. O paciente recebe as informações adequadas sobre a miocardiopatia e é
encorajado a empreender as atividades do próprio cuidado. É gerada uma atmosfera em que o
paciente se sinta livre para fala sobre seus temores, garantindo-se que essas preocupações
são legítimas. Quando o paciente se depara com a morte ou está aguardando cirurgia de
transplante, deve-se dispor de tempo para discutir essas questões proporcionar ao paciente
uma esperança real ajuda a diminuir-lhe a ansiedade enquanto aguarda um doador cardíaco.

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As enfermeiras ajudam o paciente, a família e as outras pessoas dando-lhes apoio emocional.


Atingir uma meta, por menor que seja, também promove a sensação de bem estar do paciente.

Promovendo o Cuidado Domiciliar e Comunitário


ENSINANDO O AUTOCUIDADO AOS PACIENTES

O paciente com miocardiopatia precisa aprender a participar e realizar as atividades do


próprio cuidado dentro da faixa de limitação de atividades. Ensinar os pacientes sobre o regime
de medicamentos sobre as restrições dietéticas é uma parte primordial do plano de cuidado de
enfermagem. A enfermeira faz parte integrante desse processo de aprendizagem à medida que
os pacientes aprendem a balancear seus estilos de vida e trabalho e, ao mesmo tempo, a
realizar suas atividades terapêuticas. Ajudar os pacientes a lidar e a aceitar seus estados
patológicos torna-lhes mais fácil ajustar suas expectativas e seguir o programa de autocuidado
em casa.

Cuidado continuado
Os pacientes portadores de sintomas significantes de insuficiência cardíaca congestiva
ou outras complicações da miocardiopatia podem precisar de uma referência de cuidados
domiciliares. A enfermeira o ensino prévio e empreende a avaliação contínua dos sintomas e
do progresso do paciente. A enfermeira também auxilia o paciente e a família a ajustar-se às
alterações de estilo de vide impostas pelas limitações de atividade. Sugestões simples para
organizar as atividades de vida diária e para aumentar a tolerância à atividade podem ser
valiosas. As respostas do paciente às restrições da dieta e de líquidos e ao regime de
medicamentoso são avaliadas, sendo enfatizadas as explicações sobre os sintomas que
devem ser relatados ao médico.
Estabelecer a confiança é vital para o relacionamento com esses pacientes
cronicamente doentes e com suas famílias. Isso é particularmente significante quando a
enfermeira está envolvida com o paciente e com a família nas discussões sobre as decisões
para o estágio terminal.

Resultados Esperados
Os resultados esperados podem incluir:
1. Demonstra a função cardíaca melhorada
a. Exibe freqüências cardíaca e respiratória dentro dos limites de normalidade
b. Mostra gasometria sangüínea normal
c. Relata diminuição da dispnéia e aumento do conforto
d. Usa a terapia com oxigênio conforme prescrito
e. Não relata ganho de peso

2. Aumenta a tolerância à atividade


a. Realiza as atividades da vida diária (p. ex., escova os dentes alimenta-se sozinho)
b. Transfere-se da cadeira para o leito
c. Relata aumento da tolerância à atividade

3. Está menos ansioso


a. Discute abertamente o prognóstico
b. Verbaliza os medos e preocupações
c. Participa de grupos de apoio, quando adequado

4. Adere ao programa de autocuidado

ENDOCARDITE REUMÁTICA
A endocardite reumática resulta diretamente da febre reumática provocada pela
infecção por estreptococos do grupo A. A doença afeta todas as articulações ósseas,
produzindo uma poliartrite. O coração também é órgão alvo e é onde ocorre a lesão mais
grave.
A lesão cardíaca e as lesões articulares da endocardite reumática não tem origem
infecciosa, de tal modo que esses tecidos não são invadidos diretamente lesionados pelos
organismos destrutivos; em vez disso, eles representam um fenômeno de sensibilidade ou
reação que ocorre em resposta aos estreptococos hemolíticos. Os leucócitos acumulam se nos
tecidos afetados e formam nódulos, os quais, eventualmente, são substituídos por cicatrizes. É
certo que o miocárdio é envolvido nesse inflamatório; isto é, a miocardite reumática
desenvolve-se, o que enfraquece temporariamente a força contrátil do coração.
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Da mesma maneira, o pericárdio é afetado; isto é, a pericardite reumática também


acontece durante a doença aguda. Essas complicações miocárdicárdicas geralmente ocorrem
sem seqüelas graves. Entretanto, a endocardite reumática resulta em efeitos colaterais
permanentes e, com freqüência, incapacitantes.

Identificando e prevenindo a febre reumática


A febre reumática é uma doença evitável. A erradicação da febre reumática eliminaria a
cardiopatia reumática. A terapia com penicilina em pacientes com infecções estreptocácicas
pode prevenir quase todas as agressões primárias de febre reumática.
Uma cultura de orofaringe é o único método pelo qual pode feito um diagnóstico exato.
Os sinais e sintomas da faringite estreptocócica são os seguintes:
 Febre (38,9 a 40’ C) Calafrios
 Faringite (de início súbito)
 Rubor difuso da faringe com exsudato na orofaringe (pode não aparecer até depois do
primeiro dia)
 Linfonodos aumentados e dolorosos
 Dor abdominal (mais comum em crianças)
 Sinusite aguda e otite média aguda (podem ser causadas por estreptococos)

Tratamento de Enfermagem
Uma função primordial de enfermagem na endocardite infecciosa é ensinar os
pacientes sobre a doença e sua prevenção e tratamento. Os pacientes suscetíveis precisam
saber sobre a antibioticoterapia oral em longo prazo ou, mais amiúde, sobre a necessidade de
tomar antibióticos profiláticos antes de certos procedimentos, como exames ou procedimentos
dentários, que possam introduzir a infecção. Esses pacientes também devem ser lembrados de
procedimentos menos freqüentes. Como a cistoscopia, que também podem exigir
antibioticoterapia profilática.

ENDOCARDITE INFECCIOSA
A endocardite infecciosa (endocardite bacteriana) é uma infecção das válvulas e da
superfície endocárdica do coração. A endocardite infecciosa é mais comum nas pessoas
idosas, provavelmente por causa das respostas imunológicas diminuídas à infecção, das
alterações metabólicas associadas ao envelhecimento e do número aumentado de
procedimentos diagnósticos invasivos, em
especial na doença genitourinária. Existe
uma alta incidência de endocardite
estafilocócica entre os usuários de drogas
endovenosas, com a doença ocorrendo em
sua maior parte sobre válvulas normais.
A endocardite infecciosa é
provocada pela invasão direta por bactérias
ou outros organismos e leva à deformidade
dos folhetos valvulares, Os
microorganismos causais incluem bactérias
(estreptococos, enterococos, pneumococos
e estafilococos), fungos, riquétsias e
Streptococcus viridans. Em geral, a
endocardite infecciosa desenvolve-se em
pacientes que apresentam história de
cardiopatia valvular. Em maior risco estão
os pacientes com cardiopatia reumática ou
prolapso da válvula mitral e aqueles que
possuem próteses valvulares.
A endocardite adquirida em hospital
ocorre com maior freqüência em pacientes
com doença incapacitante, naqueles com
cateteres de demora e aos que recebem
terapia endovenosa ou com antibióticos prolongada. Os pacientes que recebem medicamentos
imunossupressores ou corticosteróides podem desenvolver endocardite por fungos.

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Tratamento de enfermagem
Além de educar o paciente e a família sobre a prevenção e a promoção de saúde, a
enfermeira de cuidados domiciliares pode ser chamada para supervisionar e monitorizar a
antibióticoterapia endovenosa fornecida no ambiente domiciliar. As funções de enfermagem
adicionais podem envolver a instrução e cuidados pós-cirúrgicos.

MIOCARDITE
A miocardite é um processo inflamatório que envolve o miocárdio. A miocardite pode
provocar dilatação cardíaca, trombose na parede cardíaca, infiltração de células sanguíneas
circulantes em torno dos vasos
coronarianos e entre as fibras
musculares, alem de degeneração das
próprias fibras musculares.

Tratamento de Enfermagem
A função cardíaca e a
temperatura são avaliadas para
determinar se a doença está diminuindo
e se a insuficiência cardíaca congestiva
aconteceu. Quando ocorre uma
disritmia, o paciente deve ser cuidado
em uma unidade com monitorização
cardíaca contínua, de modo que a
equipe e os equipamentos estejam
prontamente disponíveis caso aconteça
uma disritmia com risco de vida.
 Alerta de Enfermagem: Os pacientes com miocardite são sensíveis ao digitálico.
Portanto, eles devem ser monitorizados de perto para a intoxicação digitálica
(evidenciada por disritmia, anorexia, náuseas, vômitos, cefaléia, indisposição).
As meias de compressão elástica e os exercícios passivos e ativos devem ser
empregados, porque a embolização a partir do trombo venoso e dos trombos murais pode
acontecer.

PERICARDITE
A pericardite refere-se a uma inflamação do pericárdio, o saco membranoso que
envolve o coração. Ela pode ser uma doença primária ou pode desenvolver-se no curso de
inúmeros distúrbios clínicos e cirúrgicos.

O sintoma característico da pericardite é a dor; o sinal característico um atrito. A dor


está quase sempre presente na pericardite aguda e mais comum sobre o precórdio. A dor pode
ser sentida abaixo da clavícula e no pescoço, bem como na região escapular esquerda. A dor
pericárdica é agravada pela respiração, mudança de posição no leito e torção do corpo; ela é
aliviada ao se sentar. De fato, o paciente prefere adotar uma postura sentada ou inclinada para
diante. A dispnéia pode acontecer em conseqüência da compressão pericárdica dos
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movimentos cardíacos, o que leva a um débito cardíaco diminuído, O paciente pode aparentar
estar extremamente doente.

Tratamento de Enfermagem
A enfermeira, que possui diversas preocupações importantes no cuidado do paciente
com pericardite, deve ficar alerta para a possibilidade de tamponamento cardíaco.
A enfermeira administra os medicamentos conforme prescrito para os pacientes com infecções
do pericárdio, quando o organismo causador da infecção foi identificado. Por exemplo, os
pacientes com pericardite associada a febre reumática podem responder à penicilina. Os
pacientes com pericardite resultante da tuberculose podem precisar da administração de
isoniazida, cloridrato de erambutol, rifampicina e estreptomicina, em diversas combinações. A
anfotericina E é utilizada na pericardite fúngica, sendo os corticosteróides administrados no
lúpus eritematoso disseminado.
À medida que a condição do paciente melhora, a enfermeira pode encorajar o aumento
gradual da atividade. No entanto, caso a dor, a febre ou o atrito reapareçam, o repouso no leito
deve ser retomado.
O alivio da dor é conseguido ao se fazer com que o paciente permaneça em repouso
no leito ou na cadeira, como for mais confortável. Já que a posição sentada ereta e a inclinação
para diante é a postura que tende a aliviar a dor, o repouso em uma cadeira pode ser mais
confortável. À medida que a dor torácica e o atrito diminuem, as atividades da vida podem ser
retomadas. Quando o paciente esta recebendo medicamentos para a pericardite, como
analgésicos, antibióticos ou corticosteróides, suas respostas são monitorizadas e registradas.
Quando a dor torácica e o atrito reaparecem, o repouso no leito é retomado.

COMPLICAÇÕES DECORRENTES DE CARDIOPATIAS

EDEMA PULMONAR AGUDO


O edema pulmonar é o acúmulo anormal de líquido nos pulmões. O líquido pode
acumular-se nos espaços intersticiais ou nos alvéolos.
Embora existam causas não-cardíacas, o edema pulmonar geralmente é provocado por
um distúrbio, como o infarto agudo
do miocárdio, hipertensão arterial
ou doença valvular, que diminui a
capacidade de bombeamento do
ventrículo esquerdo. Quando o
ventrículo esquerdo não pode
bombear o sangue para fora, a
pressão no ventrículo aumenta.
Esse fenômeno é conhecido como
pressão término-diastólica
ventricular esquerda elevada, O
sangue não pode, então, fluir
facilmente do átrio esquerdo para
dentro do ventrículo esquerdo. Isso
faz com que a pressão aumente no
átrio esquerdo. O aumento na
pressão atrial pode resultar em aumento na pressão venosa pulmonar, o que, por sua vez,
produz um aumento na pressão hidrostática, a qual força o líquido a sair dos capilares
pulmonares para entrar nos espaços intersticiais e alvéolos.
A drenagem linfática comprometida também contribui para o acúmulo de líquido nos
tecidos pulmonares. O líquido mistura-se com o ar expelido pela boca e nariz, produzindo o
clássico sintoma do edema pulmonar, o escarro espumoso e róseo (tinto de sangue). Por
causa do líquido dentro dos alvéolos, a troca gasosa é comprometida e o ar não consegue
entrar, o resultado é a hipoxemia grave. O início pode ser precedido pelos sintomas
premonitórios da congestão pulmonar, mas pode também desenvolver-se rapidamente no
paciente com um ventrículo que possui pouca reserva para satisfazer às demandas
aumentadas oxigênio.

Tratamento de Enfermagem

Posicionando o paciente para promover a circulação


O posicionamento correto pode ajudar a diminuir o retorno venoso para o coração. O
paciente é posicionado ereto, preferivelmente com as pernas pendendo do lado do leito. Isso
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apresenta una efeito imediato de diminuição do retorno venoso, reduzindo o débito do


ventrículo direito e diminuindo a congestão pulmonar. Quando o paciente não pode sentar-se
com os membros inferiores pendentes, ele pode ser colocado em uma posição ereta no leito.

Proporcionando suporte psicológico


À medida que a capacidade de respirar diminui, a sensação de medo e ansiedade do
paciente aumenta de forma proporcional, o que toma a condição mais grave. Tranqüilizar o
paciente e proporcionar os cuidados de enfermagem habilitados antecipados faz parte
integrante da terapia. Como esse paciente sente uma sensação de morte iminente e apresenta
uma condição instável, a enfermeira deve permanecer junto dele.
Quando o cuidado de enfermagem envolve a terapia diurética para condições como o
edema de pulmão ou a insuficiência cardíaca, a enfermeira precisa administrar o medicamento
e monitorizar cuidadosamente a resposta do paciente, como se segue:
Administrar o diurético em um período compatível com o estilo devida do paciente; por
exemplo, no início do dia para evitar a nictúria,
• Fornecer potássio suplementar com diurético tiazídico ou de alça, conforme prescrito, para
repor a perda de potássio.
• Verificar os resultados laboratoriais para a depleção eletrolítica, especialmente de potássio,
magnésio e sódio; e para elevação eletrolítica, especialmente de potássio com os agentes
poupadores de potássio e cálcio com os tiazídicos.
Monitorizar para reações adversas, como náuseas e desconforto gastrointestinal, vômitos,
diarréia, fraqueza, cefaléia, fadiga, ansiedade ou agitação e disritmias cardíacas.
• Avaliar para sinais de depleção volumétrica, como a hipotensão postural, tonteira,
desequilíbrio e distensão venosa jugular reduzida.
• Monitorizar para o comprometimento renal.
Monitorizar para a intolerância à glicose em pacientes com ou sem diabetes melito que estejam
recebendo diuréticos tiazídicos.
• Prever a ototoxicidade potencial nos pacientes, especialmente naqueles com insuficiência
renal que estão recebendo um diurético de alça.
• Advertir os pacientes para evitar a exposição prolongada ao sol devido ao risco de
fotossensibilidade,
• Monitorizar para os níveis séricos elevados de ácido úrico e para o desenvolvimento de gota.
Implementar ações de enfermagem para facilitar o efeito do medicamento, como
posicionar o paciente ereto com as pernas pendentes.
A enfermeira deve fornecer informações simples e concisas para o paciente, com voz
tranqüila, sobre o que está sendo feito para tratar a condição e os resultados esperados.

Monitorizando os medicamentos
O paciente que recebe morfina é observado para a depressão respiratória excessiva,
hipotensão e vômitos; um antagonista da morfina, como o cloridrato de naloxone (Narcan), fica
disponível e é fornecido ao paciente que exibe esses efeitos colaterais.
O paciente que recebe terapia com diuréticos experimentará a formação de um grande
volume de urina minutos depois que um diurético potente é administrado. Um cateter de
demora pode ser usado para diminuir a quantidade de energia requerida por parte do paciente
e para reduzir o resultante aumento no trabalho cardíaco necessário para usar uma
comadre/patinho.

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (ICC)


A insuficiência cardíaca congestiva (ICC), freqüentemente referida como insuficiência
cardíaca, é a incapacidade do coração de bombear sangue suficiente para satisfazer às
necessidades de oxigênio e nutrientes por parte dos tecidos, Embora a incidência e a taxa de
mortalidade da doença coronariana estejam diminuindo, o contrário é verídico para a ICC. Da
mesma maneira que com a doença coronariana, a incidência de ICC aumenta com a idade. A
condição é o motivo mais freqüente de hospitalização em pessoas com mais de 65 anos de
idade e o segundo motivo mais freqüente depois da hipertensão, para visitas a um consultório
médico.

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Esquema da circulação sanguínea humana: Insuficiência Cardíaca:

Tratamento de Enfermagem
O foco do histórico de enfermagem para o paciente com insuficiência cardíaca é
direcionado para os sinais e sintomas de sobrecarga hídrica pulmonar e sistêmica. Todos os
sinais e sintomas são registrados e relatados.
A equipe de enfermagem deve explorar os distúrbios do sono, principalmente o sono
subitamente interrompido pela falta de ar. Deve também questionar sobre o número de
travesseiros necessários para dormir (uma indicação de dispnéia), as atividades diárias e as
atividades que provocam falta de ar.

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Estalidos, que são produzidos pela abertura súbita das pequenas vias aéreas e
alvéolos tamponados pelo edema e pelo exsudato, podem ser percebidos no final da inspiração
e não desaparecem com a tosse. Eles também podem fazer um ruído semelhante a gargarejo,
que pode desaparecer com a tosse ou aspiração. A freqüência e a profundidade das incursões
respiratórias também são notadas.
A distensão da veia jugular também é avaliada; a distensão superior a 3 cm acima do
ângulo esternal é considerada anormal. Esta é uma estimativa, não uma mensuração exata, da
pressão venosa central.
O sensório e o nível de consciência devem ser avaliados. À medida que o volume de
sangue ejetado pelo coração diminui, o mesmo acontece com a quantidade de oxigênio
transportada para o cérebro.
A enfermeira certifica-se de que as partes pendentes do corpo do paciente são
avaliadas para a perfusão e edema. Com diminuições significantes no Volume Sistólico, existe
urna diminuição na perfusão para a periferia, fazendo com que a pele pareça pálida ou
cianótica e fria. Quando o paciente está sentado ereto, os pés e as partes inferiores das pernas
são examinados para o edema; quando o paciente está em decúbito dorsal no leito, o sacro e
as costas também são avaliados. Os dedos e as mãos também podem tornar-se edemaciados.
Nos casos extremos de insuficiência cardíaca, o paciente pode desenvolver edema
periorbitário, no qual as pálpebras podem fechar-se em decorrência do edema.
O fígado é examinado para o refluxo hepatojugular. O paciente é solicitado a respirar
normalmente, enquanto a pressão manual é aplicada sobre o quadrante superior direito do
abdome por 30 a 60 segundos. Quando a distensão das veias do pescoço aumenta em mais
de 1 cm, o resultado do exame é positivo para a pressão venosa aumentada.
Como a oligúria (débito urinário diminuído, inferior a 400 rn1124 horas) ou a anúria
(débito urinário inferior a 50 m1124 horas) podem desenvolver-se, a enfermeira mede
cuidadosamente o débito para estabelecer uma linha basal contra a qual é determinada a
eficácia da terapia diurética. Os registros de ingesta e débito são mantidos com precisão. É
importante saber se o paciente ingeriu mais líquido do que eliminou (balanço hídrico positivo).
Finalmente, o paciente é pesado diariamente, quer no hospital, quer em casa, no
mesmo período do dia, com o mesmo tipo de roupa e nas mesmas balanças. Quando existe
uma alteração significante no peso, o paciente é instruído a notificar o médico e/ou ajustar os
medicamentos (p.ex., aumentar a dose de diurético).
As principais metas para o paciente podem incluir a promoção da atividade, enquanto
mantém os sinais vitais dentro da faixa identificada; a redução da fadiga, o alívio dos sintomas
de sobrecarga hídrica, a diminuição da incidência de ansiedade ou aumento da capacidade do
paciente de controlar a ansiedade, o ensino do paciente sobre o programa de autocuidado e o
encorajamento dado para verbalizar sua capacidade de tomar decisões e de influenciar os
resultados.

Promovendo a tolerância a atividade


A resposta do paciente as atividades deve ser monitorizada. Embora o repouso no leito
e a posição reclinada, mesmo por curtos períodos promovam a diurese por melhorar a perfusão
renal, elas também promovem a diminuição da tolerância à atividade. O repouso se faz
necessário em pacientes com sintomas graves. Por outro lado a atividade regular deve ser
encorajada. O repouso prolongado deve ser evitado por causa dos efeitos e risco de
descondicionamento, como as ulceras de decúbito, flebotrombose e embolia pulmonar.
O paciente é encorajado a realizar uma atividade de maneira mais lenta que a usual,
durante um período menor ou com um auxilio inicial. As barreiras físicas que possam dificultar
as atividades devem ser remanejadas de lugar se necessário.
Os sinais vitais, principalmente o pulso, devem ser verificados antes, no decorrer e
imediatamente após os exercícios de modo a identificar se eles estão dentro da faixa
predeterminada. Um programa supervisionado também pode beneficiar aqueles que precisam

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de um ambiente estruturado, suporte educacional significante, encorajamento regular e contato


interpessoal.
A enfermeira e o paciente podem colaborar para o desenvolvimento de um esquema
que promova a priorização e a velocidade compassada das atividades. O esquema deve
alternar atividades com períodos de repouso e evitar fazer com que duas atividades com
consumo significante de energia ocorram no mesmo dia ou em sucessão imediata.

Controlando o volume hídrico


Os diuréticos orais devem ser administrados pela manha de modo que a diurese
resultante não interfira com o repouso noturno dos pacientes. A enfermeira monitoriza deve
posicionar o paciente de perto ou ensina-lo a assumir uma posição que desloque o liquido para
longe do coração. O numero de travesseiros pode ser aumentado, a cabeceira pode ser
elevada, ou a parte do leito onde ficam as pernas do paciente pode ser colocada sobre blocos
de 20 a 30 cm; ou o paciente preferir sentar em uma poltrona confortável. Nesta posição o
retorno venoso é para o coração é reduzido, a congestão pulmonar é aliviada e a pressão do
fígado sobre o diafragma é minimizada. Os antebraços devem ser apoiados com travesseiros
para eliminar a fadiga gerada pela sustentação constante do peso sobre os músculos do
ombro. Com a circulação diminuída nas áreas edemaciadas aumenta o risco de lesão cutânea,
a enfermeira deve avaliar a possibilidade de ruptura da pele e instituir as medidas preventivas.
As alterações freqüentes de posição , o posicionamento para evitar a pressão, o uso de meias
elásticas e os exercícios com as pernas podem ajudar a evitar a lesão cutânea.

Promovendo o cuidado domiciliar


O fornecimento da educação para o paciente e o envolvimento do paciente na
implementação do regime terapêutico promove a compreensão e a aderência. As recidivas de
insuficiência cardíaca, as hospitalizações desnecessárias e uma diminuição na expectativa de
vida acontecem quando o paciente não adere às recomendações terapêuticas, como a falha
em seguir o esquema medicamentoso da maneira apropriada, o desvio das restrições
dietéticas, a falha em procurar o acompanhamento médico adequado, o envolvimento em
excessiva atividade física e a falha em reconhecer os sintomas recorrentes. Embora a não-
aderência não seja bem compreendida e as prescrições que são necessárias para promover a
aderência não estejam delineadas, a garantia da compreensão exata é uma parte importante
do plano. Um resumo dos tópicos de ensino para o paciente com insuficiência cardíaca é
apresentado adiante na lista de instruções para o cuidado domiciliar.
O paciente e os membros da família precisam ser apoiados e encorajados a fazer
perguntas, de modo que as informações possam ser esclarecidas e a compreensão
estimulada. O profissional de saúde deve estar ciente dos fatores culturais e adaptar o plano de
ensino a eles. Os pacientes e suas famílias devem compreender que a progressão da doença é
influenciada pela aderência com o plano de tratamento. Eles precisam compreender que os
profissionais de saúde estão lá para auxiliá-los a atingir seus objetivos de cuidados de saúde.
Os pacientes e os membros da família precisam tomar as decisões a respeito do plano de
tratamento, mas também precisam compreender os possíveis resultados advindos. Em
seguida, o plano de tratamento será baseado no que o paciente quer, não apenas no que o
médico ou outros membros da equipe de saúde acham que é necessário. Por fim, a enfermeira
precisa transmitir que a monitorização diária dos sintomas e peso, a restrição da ingesta de
sódio, a prevenção dos líquidos em excesso, a prevenção da infecção, a prevenção dos
agentes nocivos (álcool, tabaco) e a participação no exercício regulara auxiliam, sem exceção,
na prevenção da exacerbação da insuficiência cardíaca.

Lista de instruções para o cuidado domiciliar: o paciente com insuficiência cardíaca:


Ao término do programa, o paciente ou o cuidador estará apto a:
 Viver dentro dos limites da reserva cardíaca.
 Conseguir o repouso adequado.
 Ter um período de repouso diário regular.
 Encurtar o período de trabalho, quando possível.
 Evitar estresses emocionais.
 Aceitar o fato de que a ingesta de medicamentos pode ser um estilo de vida
permanente.
 Tomar os medicamentos diariamente, exatamente como prescritos. Verificar sua própria
freqüência cardíaca diariamente. Possuir um sistema de verificação que garanta que o(s)
medicamento(s) foi(ram) tomado(s).

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 Conhecer os sinais e sintomas da depleção de potássio; quando ingere potássio por via oral,
mantém um sistema de controle juntamente com a medicação diurético.
 Monitorizar os efeitos do medicamento.
 Pesar à mesma hora diariamente, para detectar qualquer tendência no sentido do acúmulo
de líquidos.
 Relatar ganho de peso superior a 0,9 a1,4 kg em alguns dias.
 Aprender a verificar sua própria pressão arterial nos intervalos prescritos.
 Saber os sinais e sintomas da hipotensão ortostática e como evitá-la.
 Aceitar que a restrição da ingesta de sódio pode fazer parte permanente de sua vida.
Restringir o sódio conforme orientado: consulta o plano de dieta escrito e a lista de
alimentos permitidos e proibidos; examina os rótulos para verificar o conteúdo de sódio
(antiácidos, laxativos, medicamentos para tosse e similares); evita ouso de sal; e evita os
excessos de comida e bebida.
 Rever o programa de atividades.
Aumentar a caminhada e outras atividades gradualmente, desde que elas não
provoquem fadiga e dispnéia.
Em geral, continue no nível de atividade que pode ser mantido sem o aparecimento dos
sintomas.
 Evitar os extremos de calor e frio, o que aumenta o trabalho do coração, O ar
condicionado pude ser essencial nu ambiente úmido e quente.
 Manter consultas regulares com o médico ou u clínico.
 Ficar aleita para os sintomas que podem indicar a recidiva da insuficiência cardíaca.
Lembrar os sintomas experimentados quando começou a doença.
 Relatar imediatamente ao médico ou no consultório qualquer um dos seguintes itens:
 Perda do apetite
 Ganho de peso
 Falta de ar com a atividade
 Inchaço nos tornozelos, pés ou abdome.
 Tosse persistente.

CHOQUE CARDIOGÊNICO
Acontece quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para fornecer a
quantidade de oxigênio necessária para os tecidos. Isso pode ocorrer devido a um infarto
significante ou múltiplos infartos menores, em conseqüência dos quais o miocárdio torna-se
necrótico em mais de 40% de sua massa, ou devido a um ventrículo rompido, disfunção
valvular significante, trauma cardíaco resultando em contusão miocárdica, ou como estagio
final da ICC. O choque cardiogênico também pode acontecer com tamponamento cardíaco,
embolia pulmonar, miocardiopatias e disritmias.

Tratamento de enfermagem
O paciente em choque cardiogênico requer monitorização constante e cuidado
intensivo de enfermagem. A enfermeira deve avaliar cuidadosamente o paciente, observar o
ritmo cardíaco, registrar ingesta hídrica e debito urinário. Alem de todos os cuidados do
paciente em terapia intensiva.

PARADA CARDÍACA
A parada cardíaca acontece quando o coração pára de produzir pulso e circulação
sangüínea efetivos, Ela pode ser decorrente de um evento elétrico cardíaco, como ocorre
quando a FC é muito rápida (especialmente na taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular)
ou muito lenta (bradicardia ou bloqueio AV), ou quando não há freqüência cardíaca de todo
(assistolia). A parada cardíaca pode seguir à parada respiratória; ela também pode acontecer
quando a atividade elétrica está presente, mas não existe contração cardíaca ou volume
circulante ineficaz, o que é denominado de atividade elétrica sem pulso (PEA). Originalmente
chamada de dissociação eletromecânica (EM), a PEA pode ser causada por hipovolemia (p.ex.,
com o sangramento excessivo), tamponamento cardíaco, hipotermia, embolia pulmonar
maciça, overdoses de medicamentos (p.ex., tricíclicos, digitálicos, beta-bloqueadores ou
bloqueadores dos canais de cálcio), acidose significante e infarto agudo e maciço do miocárdio.
A consciência, o pulso e a pressão arterial são perdidos de imediato. O esforço
respiratório ineficaz pode ocorrer. As pupilas dos olhos começam a se dilatar dentro de 45
segundos. As convulsões podem ocorrer ou não. O risco de lesão cerebral irreversível e morte
aumenta a cada minuto, a partir do momento em que cessa a circulação. O intervalo varia com

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a idade e com a condição subjacente do paciente. Durante esse período, o diagnostico de


parada cardíaca deve ser feito e as medidas devem ser empreendidas para restaurar a
circulação.

Tratamento de emergência: Ressucitação cardiopulmonar


A Ressucitação consiste em:
1. Via aérea: manter via aérea aberta
2. Respiração: fornecer a ventilação artificial através da respiração de resgate
3. Circulação: promover a circulação artificial através da compressão cardíaca externa
4. Desfibrilação: restaurar o batimento cardíaco

Os procedimentos básicos da massagem cardíaca são:


1. Coloque a vítima deitada de costas sobre superfície dura;
2. coloque suas mãos sobrepostas na metade inferior do esterno com os braços
estendidos;
3. Os dedos devem ficar abertos e não tocam a parede do tórax;
4. Faça a seguir uma pressão, com bastante vigor, para que se abaixe o esterno,
comprimindo o coração de encontro à coluna vertebral;
5. Descomprima em seguida.

Inicie a manobra com duas respirações, depois faça 30 compressões cardíacas e repita as
duas respirações, continuando até que o ritmo cardíaco/respiratório se restabeleça.
De 4 a 6 minutos já pode ocorrer dano cerebral. Após 6 minutos o dano cerebral é
praticamente certo.

Monitorizando o acompanhamento
Uma vez ressuscitado com sucesso, o paciente é transferido para uma unidade de
terapia intensiva para monitorização constante. A monitorização eletrocardiográfica contínua e
a freqüente avaliação da pressão arterial são essenciais, ate que a estabilidade seja
restabelecida.
Quando o paciente não responde as terapias fornecidas durante a parada, o esforço de
ressuscitação pode ser interrompido ou parado pelo médico. A decisão de terminar a
ressuscitação baseia-se nas considerações médicas que também levarão em conta a condição
subjacente do paciente e as possibilidades de sobrevida.

1.5 (H.e.2) DESCREVER OS FATORES DE RISCO QUE LEVAM AS DISFUNÇÕES


CARDIOCIRCULATÓRIAS.

FUNDAMENTAÇÃO
O apoio, as orientações, os cuidados que a equipe de enfermagem atende aos
pacientes é fundamental para um tratamento e prognóstico positivos, desta maneira faz-se
necessário o estudo e discussão dos fatores de risco que levam ao desenvolvimento de
diversas patologias, entre estas as disfunções cardiocirculatórias.

OBJETIVO
Reconhecer um paciente passível de desencadear problemas cardiocirculatórios.

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PROCEDIMENTO
Com o auxílio do professor e do monitor, um grupo de 6 alunos encenará certa
situação mostrando um grupo de pessoas com estilos de vida que levam as pessoas a
desenvolverem problemas cardiocirculatórios. Os demais alunos observarão e ao longo da
encenação discutirão sobre os fatores de risco que levam às disfunções cardiocirculatórias e
formas de prevenir esses problemas.
Em seguida, os alunos devem se reunir discutir sobre os temas abaixo propostos e
escrever uma resenha com as principais opiniões e idéias.
Temas:
- Fatores de risco para desenvolvimento de disfunções cardiovasculares.
- Medidas de prevenção das disfunções cardiovasculares.

EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO

1) Cuidado de Enfermagem específico a pacientes portadores de insuficiência respiratória:


(A) administração de medicamentos
(B) administração de soroterapia
(C) controle de temperatura corporal
(D) instalação de sondagem nasogástrica
(E) administração de oxigenoterapia

2)Das alternativas abaixo, marque a que apresenta um cuidado de enfermagem na


Insuficiência Cardíaca Congestiva:
a) Manter o paciente em repouso no leito em posição de Fowler ou semi-fowler;
b) Observar se o paciente apresenta lesões no peito;
c) Incentivar a ingestão de líquidos;
d) Aplicar compressa gelada na região torácica;
e) Controlar higiene oral e sialorréia.

3) Sobre endocardite bacteriana, é correto afirmar, EXCETO:


a) Durante o tratamento, pode ser necessária uma remoção cirúrgica.
b) A ausência de vegetações ao ecocardiograma não exclui o diagnóstico.
c) A endocardite somente acontece em pacientes portadores de cardiopatia, por necessitar de
um fator de aderência.
d) É uma infecção causada por bactérias, fungos ou vírus, envolvendo valvas cardíacas ou
endocárdio das câmaras ou vasos da base.

4) Quais os principais cuidados de Enfermagem relacionados ao paciente com disfunção


cardiocirculatória?

5) Quais as orientações gerais que devem ser passadas aos pacientes e/ou familiares quanto
aos cuidados de enfermagem domiciliar?

6) Um paciente tem insuficiência cardíaca. Qual medida o profissional deve questionar?


(A) Ingestão de líquidos em quantidade
(B) Medir ingestão e excreção.
(C) Pesar diariamente.
(D) realizar exercícios de extensão.
(E) Nenhuma das alternativas acima.

7) Um paciente que faz tratamento com digitálico necessita ser orientado para procurar o
serviço de saúde mais próximo de sua residência quando observar sinais e sintomas
característicos de intoxicação digitálica, destacando-se:
(A) Anorexia, náuseas, vômitos, diarréia, cefaléia, fadiga, bradicardia
(B) Azia, epistaxe, letargia, descamação da pele, aumento da freqüência e volume urinário,
insônia, taquicardia.
(C) Dispnéia, fadiga, tremor de extremidades, convulsão, sudorese, sonolência, dor abdominal.
(D) taquicardia, agitação psicomotora, confusão mental, palidez, prurido, petéquias, edema.
(E) Nenhuma das alternativas acima.

8) Após a parada respiratória, as mudanças potencialmente letais ao cérebro iniciam-se em:


(A) 4 a 6 minutos.
(B) 10 a 20 minutos.
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(C) 30 minutos.
(D) 3 a 5 segundos.
(E) Nenhuma das alternativas acima.

9) A parada cardíaca é reconhecida pela ausência de pulso nas grandes artérias da vítima
inconsciente e sem respiração. Quanto às manobras de ressuscitação cardiopulmonar, é
INCORRETO afirmar:
a)A técnica de compressão torácica consiste numa série de aplicações rítmicas de pressão
sobre a parte inferior do esterno.
b)A região hipotenar de uma das mãos deve ser colocada sobre a metade inferior do esterno
da vítima e a outra mão deve ser colocada sobre a primeira.
c)A compressão torácica deve ser realizada com a vítima sentada, colocando-se uma tábua na
largura da poltrona, sob suas costas.
d)A vítima deve estar deitada e em posição horizontal durante as compressões torácicas.
e)O reconhecimento da parada cardíaca deve ser rápido para que a vítima tenha melhores
chances de sobrevida.

10) Os procedimentos para a realização da reanimação cardiopulmonar devem seguir uma


seqüência lógica. Assinale a alternativa que corresponde a essa seqüência.
a)Realizar massagem cardíaca interna, solicitar ajuda e colocar a vítima em decúbito ventral.
b)Assegurar a permeabilidade de vias aéreas, manter a ventilação e oxigenação pulmonar e
realizar massagem cardíaca externa.
c)Verificar sinais vitais, assegurar vias aéreas permeáveis e solicitar socorro.
d)Manter ventilação e oxigenação pulmonar e verificar os sinais vitais.
e)Verificar sinais vitais e sinais de anisocoria e ventilar a vítima.

1.6 (C.a.1) CONHECER OS PROBLEMAS MAIS COMUNS RELACIONADOS AOS


DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS E AS AÇÕES DE ENFERMAGEM.

Paciente com Anemia


Fraqueza, fadiga e mal-estar geral são comuns, assim como
a palidez da pele e das mucosas. A língua pode estar macia e
vermelha, os cantos da boca podem estar ulcerados. Os indivíduos
com anemia por deficiência de ferro podem necessitar de gelo,
amido ou barro; suas unhas podem estar quebradiças, enrugadas e
côncavas.
A função cardíaca também pode apresentar alterações,
quando a hemoglobina estiver baixa, o coração tentara compensar
bombeando mais rápido e mais forte para poder fornecer mais
sangue ao tecido hipóxico, que pode resultar em taquicardia,
palpitações, dispnéia, tonturas. Insuficiência cardíaca congestiva
pode eventualmente surgirá, como fica evidenciado no aumento do coração e fígado. Paciente
pode ainda registrar queixas de náuseas, vômitos, melena ou fezes escuras, diarréia, anorexia
e inflamação da língua.

Ações de Enfermagem
Tratando a fadiga
A enfermagem pode focalizar a assistência do paciente para priorizar as atividades e
estabelecer o equilíbrio entre atividade e repouso, que é realístico e possível na perspectiva do
paciente. Os pacientes com anemia crônica necessitam manter alguma atividade física e
exercícios para prevenir o descondicionamento devido à inatividade.

Mantendo uma nutrição adequada


A ingesta inadequada de nutrientes essenciais, como o ferro, vitamina b12 e o acido
fólico, pode causar algumas anemias. Deve-se estimular uma dieta adequada. Como o álcool
interfere com a utilização de dos nutrientes essenciais, a enfermagem orienta o paciente a
evitar bebidas alcoólicas ou limitar seu uso e da justificativa para essa recomendação.

Mantendo uma perfusão adequada


Os pacientes com perda de sangue aguda ou hemólise grave podem ter a perfusão
tecidual diminuída devido a diminuição do volume sangüíneo ou a redução das hemácias
circulantes. O volume perdido pode será reposto com transfusões ou líquidos endovenosos, os
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sinais vitais devem ser monitorizados de perto; pode ser necessário ajustar ou suspender
outros medicamentos conforme prescrição.

Mantendo e tratando complicações potenciais


Uma complicação significativa da anemia é a ICC da diminuição crônica do volume de
sangue e do esforço compensatório para aumentar o debito cardíaco. Fazer registro em series
dos pesos corporais pode ser útil.

Instruções ao paciente e cuidado domiciliar


Como tomar suplementos de ferro:
 Tome o ferro com estomago vazio, a absorção de ferro é reduzida com o alimento
especialmente com laticínios;
 Se o ferro causar dor de estomago, a seguinte rotina pode ser melhor: comece com 1
comprimido/dia, aumentando então para 2 comp/dia, então 3 comp/dia. Esse método permite
que o corpo se ajuste gradualmente ao ferro.
 Aumente a ingesta de vitamina C, pois esta aumenta a absorção de ferro.

Paciente com crise de anemia falciforme:

Pacientes com crise de anemia falciforme devem ser avaliados quanto aos fatores que
podem ter precipitado a crise, como os sintomas de infecção e desidratação, ou situações que
promovem fadiga ou estresse emocional.

Ações de Enfermagem
Controlando a dor
A dor aguda pode ser grave e sem previsão. Qualquer articulação que esta
agudamente edemaciada deveria ser apoiada e elevada ate a diminuição do edema. Técnicas
de relaxamento, exercícios respiratórios e distração ajudam alguns pacientes.

Prevenindo e controlando a infecção


O cuidado de enfermagem tem seu foco na monitorização do paciente quanto aos
sinais e sintomas de infecção. Os antibióticos prescritos deveriam ser iniciados prontamente, e
o paciente deve ser avaliado quanto a sinais de desidratação. Se o paciente vai tomar
antibióticos orais prescritos no domicilio, ele precisa entender a necessidade de completar o

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curso da antibioticoterapia e deve ser capaz de identificar um esquema viável de


administração.

Minimizando o déficit de conhecimento


Os pacientes com anemia falciforme beneficiam-se do entendimento das situações que
podem precipitar uma crise falciforme e dos passos que eles podem tomar para prevenir ou
diminuir essas crises. Mantê-los aquecidos e manter uma hidratação adequada pode ser muito
eficaz para diminuir a ocorrência e a gravidade dos ataques. Evitar situações de estresse é
desafiador.

Monitorizando e tratando as Complicações Potenciais:


Úlceras de perna
Requerem proteção de um trauma e contaminação. Se eles falham na cicatrização, um
enxerto de pele pode ser necessário. Uma técnica asséptica escrupulosa é garantida para
evitar infecções nosocomiais.

Priapismo levando a Impotência


Ensina-se o paciente a esvaziar a bexiga no inicio da crise, a exercitar-se e tomar um
banho morno. Se um episódio persistir por mais de 3 horas, atenção medica é recomendada.

Paciente com Leucemia Aguda

A característica comum nas leucemias é uma proliferação irregular de leucócitos na


medula óssea. A causa é desconhecida mas existe alguma evidencia de que a influencia
genética e a patogênese viral podem estar envolvidas.
A fraqueza e a fadiga são manifestações comuns, não somente na leucemia, mas
também nas complicações resultantes da anemia e infecção.

Tratando a mucosite
A higiene oral é muito importante para diminuir as bactérias bucais, manter a umidade
e dar conforto.Escovas de dentes de cerdas macias devem ser usadas ate que a contagem de
neutrofilos e plaquetas se torne muito baixa; nessa hora, aplicadores com ponta de esponja
podem ser substituídos. Os cotonetes de glicerina e limão e os produtos comerciais para lavar
a boca nunca devem ser usados porque a glicerina e o álcool neles existentes são
extremamente secantes para os tecidos. Simplesmente lave com solução de soro, que é barata
e eficaz em limpar e umidificar a mucosa oral.
Para diminuir complicações perirretais, é importante limpar a área perirretal
completamente após cada evacuação. As mulheres são instruídas a limpar a área perineal da
frente para trás. Banhos de assento são métodos confortáveis de limpeza; a região perineal e
as nádegas precisam ser secas em seguidas para evitar chance de escoriações. Emolientes
fecais devem ser usados; entretanto, a freqüência das evacuações precisa ser monitorizada de
forma que eles possam ser interrompidos se as fezes se tornarem muito soltas.

Melhorando a Ingesta Nutricional


O processo da doença melhorar a taxa metabólica do paciente,e, assim, suas
necessidades nutricionais.
O cuidado da boca antes e depois das refeições e a administração de analgésicos
antes da alimentação podem ajudar a manter a ingesta. Alimentações freqüentes e pequenas
que sejam macias e de temperatura moderada podem ser mais bem toleradas.

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Abrandando a dor e o desconforto


Estomatite pode causar também desconforto. Alem das praticas de higiene oral,
analgesia controlada pelo paciente pode ser eficaz em controlar a dor da mucosite.
Com exceção de uma mucosite grave, menos dor esta associada com leucemia aguda
do que com muitas outras formas de câncer. Entretanto o sofrimento que o paciente deve
suportar pode ser imenso. Os pacientes se beneficiam enormemente com uma escuta ativa.

Diminuindo a fadiga e a falta de condicionamento


A fadiga é um problema comum e opressivo. As prescrições de enfermagem devem
focalizar a assistência do paciente para estabelecer o equilíbrio entre a atividade e o repouso
que seja realístico e possível.
Esses pacientes precisam manter alguma atividade física e exercitar-se para prevenir
falta de condicionamento resultante da inatividade.

Mantendo um equilíbrio hidroeletrolitico


Episódios de febre, sangramento e uma reposição inadequada ou agressiva de líquidos
podem alterar o estado hídrico do paciente. Da mesma, uma diarréia de repetição, vômitos e
uso em longo prazo de certos agentes antimicrobianos podem causar déficits significativos de
eletrólitos. O paciente deve ser avaliado quanto a sinais de desidratação e de sobrecarga
hídrica.

Melhorando o autocuidado
Como as medidas de higiene são muito importantes nessa população de pacientes,
elas precisam ser feitas pela enfermeira quando o paciente não puder fazê-las. Entretanto o
paciente deve ser encorajado a fazer o máximo possível dessas medidas para preservar a
mobilidade e a função,
assim como a auto-
estima.A medida que o
paciente se recupera do
tratamento é importante
ajuda-lo a reassumir cada
vez mais ou seu
autocuidado.

Encorajando o Bem-estar
Espiritual
As praticas
espirituais e religiosas
devem ser avaliadas e o
serviços pastorais,
oferecidos. Ao longo da
doença é importante que
a enfermeira ajude o
paciente a manter a
esperança.

EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO
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1.A leucemia é uma neoplasia que atinge do sangue principalmente as células brancas do
sangue. Diante dos seus conhecimentos, assinale a alternativa que corresponde às células
brancas do sangue:

a)Neutrófilos
b)Leucócitos
c)Plaquetas
d)Hemoglobina

2) Cite 04 manifestações clínicas do paciente portador de anemia.


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

3) O que é anemia falciforme.


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

4) Cite 03 ações de enfermagem diante de um paciente com anemia falciforme.


____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

1.7 (H.e.3) CALCULAR A PROBABILIDADE DE UMA PESSOA SER PORTADOR OU NÃO


DA ANEMIA FALCIFORME OU APRESENTAR TRAÇO FALCIFORME.

FUNDAMENTAÇÃO
A Anemia falciforme é a doença hereditária mais comum no mundo e no nosso país.
Todas as características do nosso corpo são feitas por informações que recebemos dos nossos
pais por meio dos genes, que vêm no espermatozóide do pai e no óvulo da mãe. Os genes
determinam, nas pessoas, a cor dos olhos, dos cabelos, da pele, a altura, etc. Com a
hemoglobina não é diferente. Se uma pessoa receber, do pai, um gene com mutação para
produzir a hemoglobina S e, da mãe, outro gene com a mesma característica, tal pessoa
nascerá com um par de genes com a mutação e, assim, será portadora de anemia falciforme.

OBJETIVO
Achar a probabilidade de um paciente ser portador da anemia falciforme, observando
as figuras abaixo:

Pai Filho Mãe

Os dois pais são portadores de hemoglobina A, portanto não apresentam o gene com a
mutação para produzir a hemoglobina S, sendo assim não apresentarão a doença.

METODOLOGIA
O professor deve relatar mais sobre a anemia falciforme e fazer o cruzamento dos
enunciados abaixo para resolver esta habilidade.
Agora, é a vez de vocês. Observe as figuras e explique o porquê de cada resultado
encontrado.

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AUTOAVALIAÇÃO

Em seu caderno de autoavaliação escreva o que você aprendeu e/ou teve dificuldades
neste capítulo.

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CAPITULO 2

COMPETÊNCIA ESSENCIAL HABILIDADES ESSENCIAIS


Entender a prevenção, o tratamento e a Praticar ações de enfermagem em
reabilitação das principais disfunções pacientes com disfunções neurológicas,
neurológicas e a assistência de enfermagem para acamados numa instituição de saúde
o paciente comatoso. de sua cidade.
Relacionar as ações de enfermagem
para o paciente em coma.

2.1 (C.e.4) ENTENDER A PREVENÇÃO, O TRATAMENTO E A REABILITAÇÃO DAS


PRINCIPAIS DISFUNÇÕES NEUROLÓGICAS E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA
O PACIENTE COMATOSO.

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)


Consiste na perda súbita da função cerebral em decorrência da ruptura do aporte
sangüíneo para urna região do cérebro. Em geral, esse evento é o resultado da doença
cérebro-vascular de longa duração. O termo “ataque cerebral” está sendo utilizado para sugerir
aos profissionais de saúde e ao público que um acidente vascular cerebral constitui uma
questão de saúde tão urgente quanto um ataque cardíaco. Essa modificação nos termos
também reflete uma estratégia de tratamento similar em ambas as patologias. O tratamento
precoce resulta em menor quantidade de sintomas e menor perda funcional.
Os acidentes vasculares cerebrais podem ser divididos em duas categorias: não-
hemorrágicos (85%) e hemorrágicos (15%).
Podemos dividir o acidente vascular cerebral em duas categorias:
O acidente vascular isquêmico consiste na oclusão de um vaso sangüíneo que interrompe o
fluxo de sangue a uma região específica do cérebro, interferindo com as funções neurológicas
dependentes daquela região afetada, produzindo uma sintomatologia ou déficits característicos.
No acidente vascular hemorrágico existe hemorragia (sangramento) local, com outros
fatores complicadores tais como aumento da pressão intracraniana, edema (inchaço) cerebral,
entre outros, levando a sinais nem sempre focais. Os acidentes vasculares cerebrais
hemorrágicos constituem o resultado do sangramento para dentro do tecido cerebral ou para
dentro de um espaço, como o espaço subaracnóide. Os acidentes vasculares cerebrais
hemorrágicos podem ser causados por malformações arteriovenosas, ruptura de aneurisma,
determinadas substâncias (por ex., anticoagulantes e anfetaminas) ou hipertensão
descontrolada.

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Ações de Enfermagem
Melhorando a Mobilidade e Prevenindo as Deformidades
O posicionamento correto é importante para evitar contraturas; são usadas medidas
para aliviar a pressão, auxiliar no controle do bom alinhamento corporal e evitar as neuropatias
compressivas, especialmente dos nervos ulnar e fibular. Como os músculos flexores são mais
fortes que os músculos extensores, uma tala posterior, aplicada à noite no membro afetado,
pode evitar a flexão e manter o posicionamento correto durante o sono.

Prevenindo a adução do ombro


Para evitar a adução do ombro afetado, um travesseiro é colocado na axila quando
existe rotação externa limitada; isso mantém o braço afastado do tórax. Um travesseiro é
colocado sob o braço, e este é colocado em uma posição neutra (ligeiramente flexionado), com
as articulações distais posicionadas mais elevadas que as articulações mais proximais. Dessa
maneira, o cotovelo fica mais elevado que o ombro e o punho ficam mais elevados que o
cotovelo. Isso ajuda a evitar o edema e a fibrose resultantes, os quais evitarão a amplitude de
movimento normal quando o paciente recupera o controle do braço.

Posicionando a mão e os dedos


Os dedos são posicionados de modo que eles fiquem um pouco flexionados. A mão é
colocada em discreta supinação (com a região palmar voltada para cima), que constitui sua
posição mais funcional. Quando o membro superior está flácido, uma tala de repouso pode ser
empregada para suportar o punho e a mão em uma posição funcional. Quando o membro
superior está espástico, um rolo de mão não é empregado, porque ele estimula o reflexo de
preensão. Nesse caso, uma tala dorsal de punho é útil ao permitir que a região palmar fique
livre de pressão. São feitos todos os esforços para evitar o edema na mão.

Mudando posições
A posição do paciente deve ser alterada a cada 2horas. Para colocar um paciente em
uma posição lateral (decúbito lateral), coloca-se um travesseiro entre as pernas antes que o
paciente seja virado. A coxa não deve ser agudamente flexionada. O paciente pode ser virado
de um lado para outro, mas a quantidade de tempo despendido no lado afetado deve ser
limitada, em virtude da sensação comprometida.
Quando possível, o paciente é colocado em uma posição de decúbito ventral durante
15 a 30 minutos, várias vezes ao dia. Um pequeno travesseiro ou apoio é colocado sob a
pelve, estendendo-se desde o nível do umbigo até o terço superior da coxa. Isso ajuda a
promover a hiperextensão das articulações do quadril, o que é essencial para a marcha normal
e ajuda a evitar as contraturas em flexão do joeIho e do quadril. A posição de decúbito ventral
também ajuda a drenar as secreções brônquicas e impede as deformidades em contratura dos
ombros e joelhos. Durante o posicionamento, é importante reduzir a pressão e alterar
freqüentemente a posição para prevenir contra a formação de úlceras de decúbito.
Estabelecendo um programa de exercícios
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Os membros afetados são exercitados passivamente e movidos através de uma


amplitude plena de movimentos, quatro a cinco vezes ao dia, de forma a manter a mobilidade
articular, recuperar o controle motor, evitar o desenvolvimento de uma contratura no membro
paralisado, evitar a deterioração adicional do sistema neuromuscular e estimular a circulação.
O exercício é valioso na prevenção da estase venosa, a qual pode predispor o paciente à
trombose e embolia pulmonar.

A posição de decúbito ventral com suporte de travesseiros ajuda a evitar as contraturas


em flexão do quadril. A repetição da atividade forma novas vias no sistema nervoso central e,
portanto, encoraja novos padrões de movimento. A princípio, os membros são usualmente
flácidos. Quando o retesamento acontece em qualquer área, os exercícios de amplitude de
movimento devem ser realizados com maior freqüência. O paciente é observado para sinais e
sintomas que podem indicar a embolia pulmonar ou a sobrecarga cardíaca excessiva durante o
exercício; estes incluem a falta de ar, a dor torácica, cianose e freqüência cardíaca crescente
durante o período de exercício. Períodos curtos e freqüentes de exercício sempre são
preferíveis a períodos mais longos a intervalos infreqüentes. E mais importante a regularidade
do exercício. A melhora na força muscular e a manutenção da amplitude de movimento podem
ser conseguidas apenas através do exercício diário.
O paciente é encorajado e lembrado para exercitar o lado não-afetado a intervalos
durante todo o dia. E valioso trabalhar sob um esquema escrito para lembrar o paciente dos
exercícios. A enfermeira tem a responsabilidade de supervisionar e apoiar o paciente durante
essas atividades. O paciente pode ser ensinado a colocar a perna não-afetada sob a afetada
para movê-la quando se vira ou se exercita. Exercícios de flexibilidade, força, coordenação,
resistência e equilíbrio preparam o paciente para a deambulação e fornecem uma meta. Os
exercícios de preparação dos músculos quadríceps e glúteo são iniciados precocemente para
melhorar a força muscular necessária para caminhar; estes são realizados pelo menos cinco
vezes ao dia, durante 10 minutos por vez.

Preparando a deambulação
Logo que possível, o paciente é assistido fora do leito. Em geral, quando a hemiplegia
resultou de uma trombose, um programa de reabilitação ativo é iniciado logo que o paciente
recupera a consciência; um paciente que sofreu uma hemorragia cerebral não pode participar
de forma ativa até que tenham desaparecido todas as evidências de sangramento.
Em primeiro lugar, o paciente é ensinado a manter o equilíbrio enquanto está sentado e, em
seguida, aprende a equilibrar-se enquanto está em pé. Quando o paciente demonstra
dificuldade em conseguir o equilíbrio em pé, pode ser empregada uma mesa inclinada, que traz
lentamente o paciente até uma posição ereta. As mesas inclinadas são especialmente valiosas
para pacientes que estiveram em repouso no leito por períodos prolongados e que apresentam
alterações ortostáticas da pressão arterial.
Quando o paciente necessita de uma cadeira de rodas, o tipo com freios de mão é o
mais prático, porque permite que o paciente manipule a cadeira. A cadeira deve ser
suficientemente baixa, para permitir que o paciente a impulsione com o pé sadio, e permitir que
ela seja utilizada em casa. Quando o paciente é transportado em cadeira de rodas, os freios
devem ser aplicados em ambos os lados da cadeira.
O paciente geralmente está apto a caminhar logo que o equilíbrio em pé é conseguido.
As barras paralelas são úteis nesses primeiros esforços. Uma cadeira comum ou cadeira de
rodas deve estar imediatamente disponível no caso de o paciente tomar-se repentinamente
fatigado ou sentir tonteira.
Os períodos de treinamento para a deambulação devem ser curtos e freqüentes. À
medida que o paciente ganha força e confiança, uma bengala ajustável pode ser utilizada para
apoio. Geralmente, uma bengala de três ou quatro pontos propicia um apoio estável nas fases
iniciais do programa de treinamento.

Prevenindo a Dor no Ombro

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Até 70% dos pacientes de acidente vascular cerebral sofre de dor intensa no ombro, o
que os impede de aprender novas habilidades, pois a função do ombro é essencial para
obtenção do equilíbrio e realização de transferências e atividades de autocuidado. Podem
ocorrer três problemas: ombro doloroso, subluxação do ombro e síndrome do ombro e da mão.
Uma articulação do ombro flácida pode ser excessivamente estirada pelo uso da força
excessiva ao virar o paciente, ou a partir do movimento muito extenuante com o braço e com o
ombro. Para evitar a dor no ombro, a enfermeira nunca deve erguer o paciente pelo ombro
flácido, nem puxar o braço ou ombro afetado. Quando o braço está paralisado, a subluxação
(luxação incompleta) no ombro pode acontecer a partir do estiramento excessivo na cápsula
articular e musculatura pela força da gravidade quando o paciente se senta ou fica em pé nos
estágios iniciais depois de um acidente vascular cerebral. Isso resulta em dor grave. Esses
problemas podem ser evitados através do posicionamento e movimentação adequados do
paciente. O braço flácido é posicionado sobre uma mesa ou travesseiro enquanto o paciente
está sentado. Alguns médicos recomendam o uso de uma tipóia adequadamente posicionada,
quando o paciente deambula pela primeira vez, a fim de evitar que o membro superior
paralisado penda sem apoio. Os exercícios de amplitude de movimento são importantes na
prevenção do ombro doloroso. Evitam-se os movimentos de braço excessivamente
extenuantes. O paciente é instruído a entrelaçar os dedos, colocar as palmas das mãos juntas
e empurrar as mãos unidas lentamente para diante para trazer a escápula para diante; em
seguida, ele eleva ambas as mãos acima da cabeça. Isso é repetido durante todo o dia. O
paciente é instruído a flexionar o punho afetado a intervalos e a mover todas as articulações
dos dedos afetados. Ele é encorajado a tocar, bater, esfregar e olhar para ambas as mãos. E
útil empurrar para baixo a mão espalmada sobre uma superfície. A elevação do braço e da mão
também é importante na prevenção do edema da mão por ação gravitacional. Os pacientes
com dor contínua, depois que foram tentados o movimento e o posicionamento, podem
necessitar da adição da analgesia a seus programas de tratamento.

Estimulando o Autocuidado
Logo que o paciente possa sentar-se, as atividades de higiene pessoal são
encorajadas. O paciente é auxiliado a estabelecer metas realistas; quando adequado, uma
nova tarefa é acrescentada a cada dia. A primeira etapa é executar todas as atividades de
autocuidado no lado sadio. Essas atividades, como pentear os cabelos, escovar os dentes,
barbear-se com um barbeador elétrico, banhar-se e alimentar-se, podem ser realizadas com
uma das mãos e são adequadas para o autocuidado. Embora o paciente possa sentir-se
desajeitado na primeira oportunidade, várias habilidades motoras podem ser aprendidas por
repetição, e o lado sadio tomar-se-á mais forte com o uso. A enfermeira deve certificar-se de
que o paciente não despreza o lado afetado. Os dispositivos de assistência ajudarão a forjar
alguns dos déficits do paciente. Uma pequena toalha é mais fácil de controlar enquanto se seca
após o banho, e os lenços absorventes de caixas são mais fáceis de usar que um rolo de papel
higiênico.
O ânimo do paciente irá melhorar quando as atividades de deambulação forem
realizadas com as roupas apropriadas. A família é instruída a trazer roupas, as quais,
preferencialmente, devem ser mais largas que as normalmente vestidas. As roupas que se
fecham com fechos frontais ou laterais ou com velcro são as mais apropriadas. O paciente
demonstra um melhor equilíbrio quando a maioria das atividades de vestir roupa são efetuadas
com ele sentado.
Os problemas de percepção podem dificultar a colocação das roupas pelo paciente
sem assistência, por causa de uma incapacidade de compatibilizar a roupa com a parte correta
do corpo. Para ajudar o paciente, a enfermeira pode empreender etapas para tomar o ambiente
organizado e livre, pois o paciente com um problema de percepção distrai-se com facilidade. A
roupa é colocada no lado afetado do paciente, na ordem em que as roupas devem ser vestidas.
Usar um espelho grande enquanto se veste promove a consciência do paciente do que ele está
usando no lado afetado. Cada peça de roupa é colocada primeiramente no lado afetado. O
paciente precisa empreender muitos movimentos compensatórios enquanto se veste; estes
podem produzir fadiga. O apoio e o encorajamento são fornecidos para evitar que o paciente se
torne francamente fatigado desencorajado. Mesmo com o treinamento intensivo, nem todos os
pacientes podem alcançar a independência nas habilidades para se vestir.

Tratando as Dificuldades Sensorioperceptuais


Os pacientes com um campo de visão diminuído devem ser abordados pelo lado em
que a percepção visual está intacta. Todos os estímulos visuais (relógio, calendário, televisão)
devem ser posicionados desse lado. O paciente pode ser ensinado a virar a cabeça na direção
do campo visual defeituoso para compensar essa perda. A enfermeira deve fazer contato visual
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com o paciente e chamar sua atenção para o lado afetado ao encorajá-lo a movimentar a
cabeça. A enfermeira também pode querer ficar pé em uma posição que encoraje o paciente a
se mover ou virar para visualizar quem está no ambiente. Aumentar a iluminação natural ou
artificial no ambiente e fornecer óculos são medidas importantes para o aumento da visão.

Tratando a Disfagia
O acidente vascular cerebral pode resultar em problemas de deglutição (disfagia)
devido à função comprometida da boca, língua, palato, laringe, faringe ou parte superior do
esôfago. Os pacientes que sofreram acidente vascular cerebral devem ser observados para
paroxismos de tosse, deixar o alimento escorrer pelo canto da boca ou ficar acumulado em um
lado da boca, reter o alimento por longos períodos na boca, ou regurgitação nasal quando
engolem líquidos. As dificuldades de deglutição colocam o paciente em risco de aspiração,
pneumonia, desidratação e desnutrição.
Um fonoaudiólogo avaliará os reflexos do vômito e a capacidade de deglutição do
paciente. Mesmo quando parcialmente comprometida, a função da deglutição pode retornar em
alguns pacientes com o passar do tempo, ou o paciente pode ser ensinado sobre técnicas
alternativas de deglutição, aconselhado a ingerir bolos menores do alimento e informado sobre
os alimentos mais fáceis de deglutir. A princípio, o paciente pode começar com uma dieta
líquida espessa ou purê, porque esses alimentos são mais fáceis de engolir que os líquidos
leves. Posicionar o paciente sentado ereto, preferivelmente fora do leito e na cadeira, ajudará a
evitar a aspiração. A dieta do paciente pode ser avançada à medida que ele se torna mais
capacitado para a deglutição. Quando o paciente não consegue retomar a ingesta oral, uma
sonda de alimentação gastrointestinal será inserida para as alimentações contínuas por sonda.

Controlando as alimentações por sonda


Os tubos entéricos podem ser nasogástricos, posicionados no estômago, ou
nasoenterais, posicionados no duodeno para diminuir o risco de aspiração. As
responsabilidades de enfermagem na alimentação incluem a elevação da cabeceira do leito em
30° para evitar a aspiração, a verificação da posição do tubo antes de iniciar a alimentação,
garantindo que o balão do tubo de traqueostomia (quando em posição) está insuflado, e o
fornecimento da alimentação lentamente pela sonda. A sonda de alimentação é aspirada
periodicamente para garantir que as alimentações estão passando através do trato
gastrointestinal. As alimentações retidas ou residuais aumentam o risco de aspiração.
Obtendo o Controle Intestinal e Vesical
Depois de um acidente vascular cerebral, o paciente pode apresentar incontinência
urinária transitória devido à confusão, incapacidade de comunicar as necessidades e
incapacidade de usar o vaso sanitário/comadre por causa do comprometimento dos controles
motor e postural. Ocasionalmente, depois de um acidente vascular cerebral, a bexiga torna-se
atônica, com comprometimento da sensação em relação ao enchimento da bexiga. Por vezes,
o controle do esfíncter urinário externo é perdido ou está diminuído. Durante esse período,
realiza-se o cateterismo intermitente com técnica estéril.
Como o sentido de consciência do paciente pode estar turvado, a incontinência urinária
persistente ou a retenção urinária podem indicar lesão cerebral bilateral. O padrão de micção
do paciente é analisado e é oferecido o assento sanitário (cadeira higiênica) comadre nesse
padrão ou horário. A postura ereta e a posição sentada são valiosas para os pacientes do sexo
masculino durante esse aspecto da reabilitação.
Os pacientes também podem ter problemas com o controle intestinal, com a
constipação sendo mais comum. Exceto quando contra-indicada, uma dieta rica em fibras e a
ingestão adequada de líquidos (2 a 3 litros por dia) devem ser fornecidas, sendo estabelecido
um horário regular (geralmente depois do café da manhã) para a ida ao banheiro.

Melhorando os Processos de Pensamento


Depois de um acidente vascular cerebral, o paciente pode apresentar problemas com
déficits cognitivo, comportamental e emocional relacionados à lesão cerebral. Em muitos casos,
no entanto, um grau considerável de função pode ser recuperado porque nem todas as áreas
do cérebro são igualmente lesadas; algumas permanecem mais intactas e funcionais que
outras.
Depois dos procedimentos do histórico que delineiam e descrevem os problemas do
paciente, o neuropsicólogo, em colaboração com o médico-assistente, psiquiatra, enfermeira e
outros profissionais, estrutura um programa de treinamento, utilizando o novo treinamento
cognitivo-perceptual, imageação visual, orientação de realidade e indicação de procedimentos
para compensar as perdas.

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A função da enfermeira é de suporte. A enfermeira revê os resultados dos exames


neuropsicológicos, observa o desempenho e o progresso do paciente, fornece retroalimentação
positiva e, principalmente, empreende uma atitude de confiança e esperança. As prescrições
enfocam as forças e capacidades restantes do paciente, enquanto tentam melhorar o
desempenho das funções afetadas.

Melhorando a Comunicação
A afasia, que compromete a capacidade do paciente de compreender o que está sendo
dito e de se expressar, pode tomar-se evidente de várias maneiras.
Uma pessoa afásica pode tornar-se deprimida por causa da incapacidade de conversar
com outros. A incapacidade de falar ao telefone ou de responder a uma pergunta, assim como
a exclusão de uma conversação, provoca raiva, frustração, medo do futuro e desesperança. As
prescrições de enfermagem incluem fazer todo o possível para tornar a atmosfera condutiva
para a comunicação. Isso inclui ser sensível às reações e necessidades do paciente e
respondê-las de uma maneira apropriada, sempre tratando o paciente como um adulto. A
enfermeira propicia forte apoio moral e compreensão para acabar com a ansiedade.
Uma armadilha comum ocorre quando a enfermeira ou qualquer outro membro da
equipe de saúde tenta completar os pensamentos ou frases do paciente. Isso deve ser evitado
porque pode fazer com que o paciente se sinta mais frustrado por não se permitir que ele fale e
pode conter os esforços para praticar a elaboração dos pensamentos e completar frases. Um
esquema consistente, rotinas e repetições ajudam o paciente a funcionar, apesar dos déficits
significativos. Uma cópia por escrito do horário diário, um folder com informações pessoais
(data de nascimento, endereço, nomes dos parentes), listas de verificações e uma lista gravada
em áudio ajudam a memória e concentração do paciente.
Quando se conversa com o paciente, é importante prender sua atenção, falar
lentamente e manter a linguagem consistente das orientações. Uma instrução é fornecida por
vez e se concede tempo para que o paciente processe o que lhe foi dito. O uso de gestos pode
estimular a compreensão. Falar é pensar alto, e a ênfase se faz sobre o pensamento. O
paciente deve captar as mensagens que chegam e formular uma resposta. Escutar exige
esforço mental; o paciente deve lutar contra a inércia e precisa de tempo para organizar uma
resposta.
No trabalho com o paciente afásico, a enfermeira deve lembrar de conversar com o
paciente durante as atividades de cuidado. Isso propicia contato social para o paciente.

Comunicando-se com o paciente afásico:

Mantendo a Integridade Cutânea


O paciente que sofreu um acidente vascular cerebral pode estar em risco de ruptura
cutânea e tecidual por causa da sensibilidade alterada e da incapacidade de responder à
pressão e ao desconforto através da mudança de posição e movimentação. Portanto, a
prevenção da ruptura cutânea e tecidual exige um freqüente histórico da pele, com ênfase
particular nas áreas ósseas e nas partes pendentes do corpo. Durante a fase aguda, um leito
especial (,p. ex., leito com baixa perda de ar) pode ser empregado até que o paciente possa
mover-se de forma independente ou auxiliar na movimentação.
Um esquema regular de mudança de posição deve ser seguido para minimizar a
pressão e evitar a ruptura cutânea. Os aparelhos de alívio de pressão podem ser empregados,
porém não devem substituir a mudança regular de posição. O esquema de mudança (pelo
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menos a cada 2 horas) deve ser sempre seguido, mesmo quando os aparelhos de alívio de
pressão são empregados, a fim de evitar a ruptura da pele e dos tecidos. Quando o paciente é
posicionado ou virado, deve-se ter cuidado para minimizar as forças de cisalhamento e atrito,
as quais provocam lesão para os tecidos e predispõem a pele à ruptura. A pele do paciente
deve ser mantida limpa e seca; a massagem suave da pele saudável (nâo-ruborizada) e a
manutenção da nutrição adequada são outros fatores que ajudam a manter a integridade
normal da pele e dos tecidos.

Melhorando a Adequação Familiar


Os membros da família desempenham uma função importante na recuperação do
paciente. Algum tipo de sistema de aconselhamento e apoio deve estar disponível para eles, de
modo a impedir que o cuidado do paciente se transforme em um instrumento significativo em
sua saúde e interfira deforma muito radical com suas vidas. O cuidado de extensão em curto
prazo, planejado para diminuir a sobrecarga da família na prestação de cuidado contínuo por
24 horas pode ser disponibilizado a partir de um centro de cuidado diário (hospital-dia) para
adultos. Alguns hospitais também oferecem o cuidado de extensão para fins de semana. A
adequação da família também é facilitada pelo envolvimento de outros no cuidado ao paciente
e no ensino de técnicas e métodos de tratamento do estresse para a manutenção da saúde
pessoal.

Ajudando o Paciente a Lidar com a Disfunção Sexual


O funcionamento sexual pode ser profundamente alterado pelo acidente vascular
cerebral. Com freqüência, o acidente vascular cerebral é uma doença tão catastrófica que o
paciente experimenta perda da auto-estima e do valor como um ser sexualizado. Embora a
pesquisa nessa área de tratamento do acidente vascular cerebral seja limitada, parece que os
pacientes de acidentes vasculares cerebrais consideram a função sexual como sendo
importante, mas a maioria apresenta disfunção sexual. O paciente e a parceira podem
beneficiar-se do aconselhamento sexual sobre as condutas alternativas para a expressão
sexual.

Promovendo o Cuidado Domiciliar e Comunitário


ENSINANDO O AUTOCUIDADO AOS PACIENTES

A educação do paciente e da família constitui um componente fundamental da


reabilitação, devendo ser fornecida uma ampla oportunidade para o aprendizado sobre o
acidente vascular cerebral, suas causas e prevenção, e sobre o processo de reabilitação. Tanto
no cuidado agudo quanto nas instituições de reabilitação, o foco é ensinar os pacientes a
retomar o máximo possível do autocuidado. Isso pode englobar o uso de aparelhos de
assistência ou a modificação do ambiente domiciliar para facilitar o desafio de viver com uma
deficiência.
Um terapeuta ocupacional pode ser valioso na avaliação do ambiente domiciliar do
paciente, visando a recomendar as modificações para ajudar o paciente a se tornar mais
independente. Por exemplo, um chuveiro é mais apropriado que uma banheira para o paciente
hemiplégico, porque muitos pacientes não têm força suficiente para entrar em uma banheira ou
sair dela. Sentarem um banco de altura média com pés de borracha permite que o paciente se
lave com maior facilidade. Uma escova de banho com cabo longo, com um recipiente para
sabão, é valiosa para o paciente que possui apenas uma das mãos funcionante. Quando um
chuveiro não está disponível, um banco pode ser colocado na banheira e um chuveirinho
portátil pode ser preso à torneira. As barras de segurança podem ser afixadas ao lado da
banheira e do vaso sanitário. Os outros aparelhos de assistência compreendem utensílios
especiais e recipientes para alimentação, dispositivos para se arrumar e equipamentos para se
vestir. Os problemas emocionais associados ao acidente vascular cerebral estão
freqüentemente relacionados à disfunção da fala e às frustrações por ser incapaz de se
comunicar com eficácia. A depressão é um problema comum e grave no paciente que sofreu
um acidente vascular cerebral. A terapia antidepressiva pode ajudar, caso depressão domine a
vida do paciente. A medida que se progride programa de reabilitação, alguns problemas
diminuirão. A família pode ajudar continuando a apoiar o paciente e proporcionando reforço
positivo para o progresso que está sendo feito.

MENINGITE
A meningite é uma inflamação das meninges (os membranas que circundam o cérebro
e a medula espinhal) e é causada por um microorganismo viral, bacteriano ou fúngico. A
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meningite é adicionalmente classificada como asséptica, séptica ou tuberculosa. A meningite


asséptica refere-se à meningite vital, como abscesso cerebral, encefalite, linfoma, leucemia ou
sangue no espaço suboracnéide. A meningite séptica refere-se à meningite causada por
microorganismos bacterianos, como meningococo, estafilococo ou bacilo influenza. A meningite
tuberculosa é provocada pelo bacilo da tuberculose.

Em geral, as infecções meníngeas originam-se de uma dentre duas maneiras: através


da corrente sanguínea, em conseqüência de outras infecções, como a celulite, ou por extensão
direta, como poderia ocorrer depois de uma lesão traumática nos ossos da face. Em um
pequeno número de casos, a causa é iatrogênica ou secundária a procedimentos invasivos
p.ex., punção lombar) ou a dispositivos invasivos. A meningite também ocorre como uma
infecção oportunista em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS/SIDA).

Ações de Enfermagem
O prognóstico do paciente pode depender do cuidado de suporte fornecido. O paciente
pode estar criticamente doente, podendo a combinação de febre, desidratação, e edema
cerebral predispor às convulsões. A obstrução da via aérea, a parada respiratória ou as
arritmias cardíacas podem suceder.
Na meningite de qualquer etiologia, o estado clínico do paciente e os sinais vitais são
constantemente avaliados, porque a consciência alterada pode levar à obstrução da via aérea.
As determinações da gasometria arterial, a inserção de um tubo endotraqueal com balão (ou da
traqueostomia) e a ventilação mecânica podem ser iniciadas.
As pressões arteriais são monitorizadas para avaliar o choque incipiente, o qual
precede a insuficiência cardíaca ou respiratória. A cianose nos lábios e os membros frios
podem ser percebidos. São empreendidos esforços para diminuir a febre alta, visando reduzir a
carga de trabalho sobre u coração e a demanda oxigênio cerebral.
A rápida reposição de líquidos endovenosos pode ser prescrita, deve-se ter o cuidado
para não hidratar em excesso o paciente, por causa do risco de edema cerebral.
O tratamento de enfermagem continuado exige o histórico continuo do estado clínico
do paciente, atenção para a higiene cutânea e oral promoção do conforto e proteção durante as
convulsões e enquanto comatoso.
A secreção a partir do nariz e da boca é considerada infecciosa. O isolamento
respiratório é recomendado até 24 horas depois do início terapia com antibióticos.

ANEURISMA CEREBRAL
Aneurisma cerebral é uma dilatação anormal de uma artéria cerebral que pode levar a
ruptura da mesma no local enfraquecido e dilatado. A ruptura inicial de um aneurisma cerebral

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leva à morte quase um terço dos pacientes. Alguns pacientes apresentam dois ou mais
episódios de hemorragia do aneurisma cerebral. Em cada uma das hemorragias o risco de
morte vai se somando.
Ações de Enfermagem
Melhorando a perfusão tecidual cerebral
A pressão arterial, pulso, nível de responsividade (um indicador da perfusão cerebral),
respostas pupilares e função motora são verificados a cada hora. O estado respiratório é
monitorizado, porque a redução no oxigênio nas áreas do cérebro com auto-regulação
comprometida aumenta as possibilidades de um infarto cerebral. Quaisquer alterações são
relatadas de imediato.
As precauções com o aneurisma são implementadas para proporcionar um ambiente
não-estimulador e evitar os aumentos na PIC (pressão intracraniana) e o sangramento
adicional, o paciente é colocado em repouso no leito imediato e absoluto, em um ambiente
calmo e não-estressante, porque a atividade, a dor e a ansiedade elevam a pressão arterial, o
que aumenta o risco de sangramento. Restringem-se os visitantes, excetuando-se a família.

A cabeceira do leito é elevada em 15 a 30° para promover a drenagem venosa e


aumentar a PIC. Entretanto, alguns neurologistas preferem que o paciente permaneça deitado
no nível horizontal para aumentar a perfusão cerebral.
Qualquer atividade que aumente subitamente a pressão arterial ou que obstrua o
retorno venoso é evitada. Isso inclui a manobra de Valsalva, esforço, espirro forçado, mover-se
para cima na cama, flexão ou rotação aguda da cabeça e pescoço (o que compromete as veias
jugulares) e fumo. Qualquer atividade que exija esforço está contra-indicada, o paciente é
instruído a expirar através da boca durante a micção ou defecação para diminuir o esforço.
Nenhum enema é permitido, mas os emolientes fecais e laxativos brandos são prescritos.
Ambos evitam a constipação, pois esta causaria um aumento na PIC, da mesma forma que os
enemas. A luminosidade diminuída é valiosa porque é comum a fotofobia (intolerância visual à
luminosidade). Em geral, café e chá (a menos que descafeinado) são eliminados.
O paciente é alimentado e banhado para evitar qualquer esforço que possa elevar a
pressão arterial. Os estímulos externos são mantidos em um mínimo, incluindo a ausência de
televisão, rádio, leitura e manutenção da restrição de visitantes. Estes são restringidos em um
esforço para manter o paciente o mais quieto possível. Essa precaução deve ser
individualizada com base na condição do paciente e na resposta aos visitantes. Um sinal
indicando essa restrição deve ser afixado na porta do quarto, e as restrições devem ser
debatidas com o paciente e com a família. A finalidade das precauções do aneurisma deve ser
completamente explicada ao paciente (quando possível) e à família.

Aliviando a Privação Sensorial e a Ansiedade


A estimulação sensorial é mantida em um mínimo. Para pacientes que estão
acordados, alertas e orientados, uma explicação das restrições ajuda a diminuir a sensação de

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isolamento do paciente. A orientação para a realidade é fornecida, visando manter a


orientação.
Manter o paciente bem informado do plano de cuidado proporciona tranqüilização e ajuda a
minimizar a ansiedade. A tranqüilização apropriada também ajuda a aliviar os tumores e
ansiedade do paciente. A família também necessita de informação e suporte.

Monitorizando e Tratando as Complicações Potenciais:

Vasoespasmo
O paciente deve ser avaliado para os sinais de possível vasoespasmo: cefaléias
intensificadas, uma diminuição no nível de responsividade (confusão, desorientação, letargia),
ou evidência de afasia ou paralisia parcial. Esses sinais podem desenvolver-se vários dias
depois da cirurgia ou no início do tratamento e devem ser relatados de imediato.

Convulsões
As precauções contra convulsões são mantidas para todo paciente que possa estar em
risco de atividade convulsiva. Se uma convulsão acontecer, a manutenção da via aérea do
paciente e a prevenção contra a lesão constituem as metas primárias. A terapia
medicamentosa é iniciada nesse momento, quando já não foi prescrita.

Hidrocefalia
O sangue no espaço subaracnóide evita a circulação do LCR( líquido cefaloraquidiano),
A hidrocefalia pode ocorrer dentro das primeiras 24 horas (aguda) depois da hemorragia
subaracnóide ou em dias (subaguda) a várias semanas (tardia) depois. Os sintomas variam de
acordo com o momento do estabelecimento e podem ser inespecíficos. A hidrocefalia aguda
caracteriza-se pelo início súbito do torpor ou coma e é controlada com um dreno de
ventriculostomia para diminuir a PIC. Os sintomas da hidrocefalia aguda e tardia incluem o
estabelecimento gradual de sonolência, alterações de comportamento e marcha atáxica.

Novo Sangramento do Aneurisma


O novo sangramento acontece mais amiúde nas 2 primeiras semanas depois da
hemorragia inicial e é considerado uma complicação importante. Os sintomas do novo
sangramento incluem a cefaléia grave repentina, náuseas, vômitos, nível de consciência
diminuído e déficit neurológico. A pressão arterial é cuidadosamente mantida com
medicamentos. Os medicamentos podem ser fornecidos para retardar a lise do coágulo que
circunda a ruptura.

ESCLEROSE MÚLTIPLA
A esclerose múltipla (EM) é uma
doença degenerativa progressiva, crônica,
do sistema nervoso central, sendo
caracterizada pela ocorrência de
pequenas placas de desmielinização no
cérebro e na medula espinhal. A
desmielinização refere-se à destruição da
mielina, o material adiposo e protéico que
circunda determinadas fibras nervosas no
cérebro na medula espinhal, o que resulta
em transmissão comprometida impulsos
nervosos. A causa da EM não é
conhecida. Dentre as teorias estão fatores
imunológicos, vírus, genética e fatores
ambientais.

O processo de desmielinização. A e B
mostram uma célula nervosa normal e o
axônio com mielina. C e D mostram a
lenta desintegração da mielina, resultando
em uma ruptura na função axônica.

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Ações de Enfermagem
Exercícios
Os exercícios de deambulação melhoram a marcha, principalmente quando existe
perda da sensação de posição das pernas e pés. Quando determinados grupos musculares
são afetados de maneira irreversível, outros músculos podem ser treinados para realizar suas
ações. As instruções no uso de aparelhos de assistência podem ser necessárias para garantir
o seu uso correto e seguro.

Minimizando a espasticidade e as contraturas


A espasticidade muscular é comum e, em seus estágios terminais, caracteriza-se por
espasmo adutor grave dos quadris com espasmo flexor dos quadris e joelhos. Quando isso não
é aliviado, acontecem as contraturas fibrosas dessas articulações com as resultantes úlceras
de decúbito sobre o sacro e quadris (devido à incapacidade de posicionar adequadamente o
paciente). Os envoltórios quentes podem ser benéficos, mas os banhos quentes devem ser
evitados por causa do risco de queimadura secundária à perda sensorial e ao risco de sintomas
crescentes, que está associado a uma elevação na temperatura corporal.
Os exercícios diários para o fortalecimento da musculatura são prescritos para diminuir
as contraturas articulares. A natação e a bicicleta ergométrica são úteis, e a sustentação
progressiva de peso pode aliviar a espasticidade nas pernas. O paciente não deve ser
apressado em qualquer uma dessas atividades, porque isso freqüentemente aumenta a
espasticidade.

Atividade e repouso
O paciente é encorajado a exercitar-se até o ponto exatamente anterior ao início da
fadiga. O exercício físico muito extenuante não é aconselhável, porque aumenta a temperatura
corporal e pode agravar os sintomas. O exercício prolongado que cansa um membro pode
provocar paresia, dormência ou incoordenação. O paciente é aconselhado a empreender
períodos de repouso curtos e freqüentes, preferivelmente na posição deitada. A fadiga extrema
pode contribuir para a exacerbação dos sintomas.

Minimizando os efeitos da imobilidade


Por causa da atividade física diminuída e da imobilidade que freqüentemente ocorre
com a EM, as complicações associadas à imobilidade, incluindo as úlceras de decúbito,
fraqueza da musculatura expiratória e acúmulo de secreções brônquicas, precisam ser
consideradas, devendo ser empreendidas etapas para evitá-las. As medidas para prevenir

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essas complicações englobam o histórico e a manutenção da integridade cutânea, bem como


os exercícios de tosse e respiração profunda.

Prevenindo a lesão
Quando a disfunção motora causa problemas de incoordenação e falta de jeito, ou
quando a ataxia está presente, o paciente encontra-se em risco de queda. Para superar essa
deficiência, o paciente é ensinado a caminhar com os pés bastante separados, de modo a
ampliar a base de sustentação e aumentar a estabilidade da deambulação. Quando há perda
da sensação de posição, o paciente é ensinado a olhar para os pés enquanto caminha. O
treinamento da marcha pode requerer aparelhos de assistência (andador, bengala, muletas,
suportes, barras paralelas) e a instrução sobre seu uso por um fisioterapeuta. Quando a
marcha permanece ineficaz, uma cadeira de rodas ou pode ser a solução. Como a perda
sensorial pode acontecer além da perda motora as úlceras de decúbito consistem em uma
ameaça contínua para a integridade cutânea. O confinamento em uma cadeira de rodas
aumenta o risco.

Estimulando o Controle Vesical e Intestinal


A sensação da necessidade de urinar deve ser atendida de imediato, de modo que
uma comadre ou urinol deve estar imediatamente disponível. Estabelece-se um horário para a
micção (cada 30 minutos a 2 horas, a princípio, com aumento gradual dos intervalos de tempo).
O paciente é instruído a beber uma determinada quantidade de líquido a cada 2horas e, em
seguida, tentar urinar 30 minutos depois de beber. Usar um cronômetro ou um relógio de pulso
com alarme pode ser valioso para o paciente que não apresenta sensação suficiente para
sinalizar a necessidade de esvaziar a bexiga. A enfermeira encoraja o paciente a tomar os
medicamentos prescritos para tratar a espasticidade da bexiga, porque isso permite maior
independência. O autocateterismo intermitente foi bem-sucedido na manutenção do controle da
bexiga em pacientes com EM.
Os problemas intestinais incluem constipação, impactação fecal e incontinência. Os
líquidos adequados, as fibras na dieta e um programa de treinamento intestinal são, com
freqüência, eficientes na resolução desses problemas.

Controlando as Dificuldades de Fala e Deglutição


Quando os nervos cranianos que controlam os mecanismos de fala e deglutição são
afetados, podem acontecer as disartrias (defeitos de articulação), associadas a pronúncia
indistinta, fala em baixo volume e dificuldades de fonação. Os distúrbios de deglutição
(disfagia) também podem ocorrer. A deglutição comprometida aumenta o risco de aspiração
por parte do paciente; portanto, são necessárias estratégias (p.ex., disponibilizar um aspirador,
alimentar com cuidado, posicionamento apropriado para a alimentação) para reduzir esse risco.

Melhorando as Funções Sensorial e Cognitiva


Visão: Uma placa ocular ou um oclusor de olho de vidro podem ser empregados para
bloquear os impulsos visuais a partir de um olho, quando o paciente exibe diplopia (visão
dupla).

Respostas emocionais e cognição


O comprometimento cognitivo e a labilidade emocional podem acontecer precocemente
na EM, em alguns pacientes, e podem impor numerosos estresses ao paciente e à família.
Alguns pacientes com EM ficam esquecidos e distraem-se com facilidade, podendo exibir
labilidade emocional.
Os pacientes adaptam-se à doença de diversas maneiras, as quais podem incluir a
negação, depressão, isolamento e hostilidade. O apoio emocional ajuda os pacientes e suas
famílias a se adaptarem às alterações e incertezas associadas à EM e a lidar com a ruptura em
suas vidas. O paciente é auxiliado a estabelecer metas significativas e realistas para alcançar
uma sensação de finalidade, permanecer o mais ativo possível e manter os interesses e
atividades sociais. Os hobbies podem ajudar o moral do paciente e propiciam interesses
satisfatórios quando a doença progride para o estágio em que as atividades normais não
podem ser realizadas. A família deve ficar ciente da natureza e do grau de comprometimento
cognitivo.

Fortalecendo os mecanismos de enfrentamento


O conflito familiar, desintegração, separação e divórcio não são raros. Geralmente, os
membros muito jovens da família assumem a responsabilidade de cuidar de um pai
incapacitado. As prescrições de enfermagem nessa área incluem o alívio do estresse e a
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realização das referências apropriadas para aconselhamento e suporte, visando minimizar os


efeitos adversos de lidar com a doença crônica.
A enfermeira, ciente desses problemas complexos, inicia o cuidado domiciliar e coordena uma
rede de serviços, incluindo os serviços sociais, fonoaudióloga, fisioterapia e serviços
domésticos. Para reforçar as capacidades de enfrentamento do paciente, é fornecida a maior
quantidade possível de informações.

Melhorando as Capacidades de Autocuidado


A Esclerose Múltipla pode afetar cada faceta da vida diária. Depois que se perdem
determinadas capacidades, elas são, com freqüência, impossíveis de recuperar. A função física
pode variar de um dia para outro. As modificações que possibilitam a independência no
autocuidado devem ser implementadas (dispositivos para auxiliar na alimentação, assento de
vaso sanitário elevado, modificações no telefone, pentes com cabo grande, pinças,
modificações nas roupas). Os estresses físicos e emocionais devem ser evitados o máximo
possível, porque estes podem agravar os sintomas e comprometer o desempenho. A exposição
ao calor aumenta a fadiga e a fraqueza muscular. A exposição ao frio extremo pode aumentar a
espasticidade.

DOENÇA (MAL) DE PARKINSON


A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico do movimento, com progressão
lenta, que, eventualmente, leva à incapacidade. Embora a causa da doença de Parkinson seja
desconhecida, pesquisas sugerem vários fatores causais, incluindo genética, aterosclerose,
acúmulo excessivo de radicais livres de oxigênio, infecções virais, traumatismo craniano, uso
crônico de medicamento antipsicótico e algumas exposições ambientais. Em geral, os sintomas
parkinsonianos começam a aparecer na quinta década de vida; no entanto, foram
diagnosticados casos com 30 anos A doença de Parkinson apresenta um estabelecimento
gradual, uma progressão lenta dos sintomas e uma evolução crônica e prolongada. Os três
sinais cardeais da doença de Parkinson são o tremor, a rigidez e a bradicinesia (movimentos
anormalmente lentos).
O tremor em repouso desaparece caracteristicamente com o movimento proposital,
mas fica evidente quando os membros mantêm uma posição sem movimentação e aumenta
com a deambulação. O tremor pode estar presente como um movimento de rotação lenta,
rítmica do antebraço e da mão, bem como um movimento do polegar contra os dedos, como se
rolasse um comprimido entre os dedos. Ele está presente com o paciente em repouso e
aumenta quando o paciente está se concentrando ou se mostra ansioso.
A rigidez muscular caracteriza-se por resistência à movimentação passiva do membro,
O movimento passivo de um membro pode fazer com que ele se mova em abalos, referidos
como roda denteada. A rigidez do membro passivo aumenta quando o outro membro está
engajado em movimento ativo voluntário. A rigidez do pescoço, tronco e ombros é comum, e,
ao início da doença, o paciente pode queixar-se de dor no ombro.
Um dos aspectos mais comuns da doença de Parkinson é a bradicinesia. Os pacientes
demoram mais para completar a maioria das atividades e apresentam dificuldade em iniciar o
movimento, como levantar-se da posição sentada ou virar-se na cama.
A hipocinesia (movimento anormalmente diminuído) é comum e pode aparecer depois
do tremor. O fenômeno do congelamento é uma incapacidade transitória de realizar o
movimento ativo e acredita-se que consista em uma forma extrema de bradicinesia.

A doença de Parkjnson manifesta-se como (A) “roda denteada” que acompanha o movimento
passivo do membro; (B) tremor em “rolamento de comprimido”; (C) instabilidade postural,
inclinação para diante, marcha arrastada.

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Ações de Enfermagem
Um programa progressivo de exercícios diários aumentará a força muscular, melhorará
a coordenação e a destreza, reduzirá a rigidez muscular e evitará contraturas que acontecem
quando os músculos não são utilizados. Caminhar, pedalar em uma bicicleta ergométrica,
nadar e cuidar do jardim são todos exercícios que ajudam a manter a mobilidade articular. Os
exercícios posturais são importantes para conter a tendência da cabeça e pescoço de se mover
para diante e para baixo. A adesão consistente ao programa de exercícios e caminhada ajuda
a retardar a progressão da doença. Os banhos quentes e a massagem, além dos exercícios
passivos e ativos, ajudam a relaxar os músculos e a aliviar os espasmos musculares dolorosos
que acompanham a rigidez.
O paciente é ensinado a concentrar-se na postura ereta ao deambular, a olhar para o
horizonte e a usar uma marcha com base ampla (te., caminhando com os pés afastados). O
paciente é orientado para praticar a caminhada até marchar com música ou com o som de um
metrônomo compassado, porque isso proporciona um reforço sensorial. Os exercícios de
respiração, enquanto deambula, ajudam a mover o gradil costal e a aerar partes dos pulmões.
Os períodos freqüentes de repouso auxiliam na prevenção contra a frustração e fadiga.

Estimulando as Atividades de Autocuidado


Encorajar, ensinar e apoiar o paciente, durante as atividades da vida diária, são
medidas que promovem o autocuidado. As modificações ambientais são necessárias para
compensar as incapacidades funcionais. Esses pacientes podem apresentar graves problemas
de mobilidade, os quais impossibilitam as atividades normais. Os aparelhos de adaptação ou
de assistência podem ser úteis. Um leito hospitalar em casa, com grades laterais, uma
estrutura suspensa com um trapézio, ou uma corda presa ao pé do leito, pode propiciar
assistência no levantamento sem auxilio. Um terapeuta ocupacional pode avaliar as
necessidades do paciente em casa e fazer as recomendações em relação aos dispositivos de
adaptação, bem como ensinar o paciente e o cuidador a improvisar.

Melhorando a Eliminação Intestinal


Um paciente com parkinsonismo pode apresentar graves problemas de constipação.
Dentre os fatores que causam a constipação estão a fraqueza dos músculos utilizados na
defecação, a falta de exercício, a ingesta hídrica inadequada e uma diminuição na atividade do
sistema nervoso autonômico. Os medicamentos empregados para o tratamento da doença
também inibem as secreções intestinais normais. Uma rotina intestinal regular pode ser
estabelecida ao se encorajar o paciente a seguir um padrão horário regular, a ingestão
aumentada consciente de líquidos e de alimentos com um conteúdo moderado de fibras. Um
assento de vaso sanitário elevado é útil para facilitar as atividades no vaso sanitário, porque o
paciente apresenta dificuldade em se mover de uma posição em pé para uma posição sentada.

Melhorando a Nutrição
Os pacientes com parkinsonismo apresentam dificuldade em manter peso. A
alimentação toma-se um processo muito lento, exigindo concentração. A boca fica ressecada
por causa dos medicamentos, e há dificuldade em mastigar e deglutir. Eles estão em risco de
aspiração devido à deglutição comprometida e acúmulo de saliva. Eles podem não estar
cientes de que estão aspirando e, assim, desenvolver broncopneumonia. A monitorização do
peso em uma base semanal indica se a ingestão calórica é adequada. As alimentações
suplementares aumentam a ingesta calórica.

Estimulando a deglutição
O paciente deve sentar-se em uma posição ereta durante o período da refeição. Uma
dieta semi-sólida com líquidos consistentes é mais fácil de deglutir. Os líquidos leves devem
ser evitados. O paciente é ensinado a colocar o alimento sobre a língua, fechar os lábios e
cerrar os dentes, levantar a língua e impulsioná-la para trás e engolir. O paciente é encorajado
a mastigar primeiro de um lado da boca, e em seguida, do outro. A massagem dos músculos
faciais e do pescoço antes das refeições pode ser benéfica.

Encorajando o uso de aparelhos de assistência


Uma placa que é estabilizada, um copo que não derrama e os utensílios de
alimentação com cabos alongados constituem aparelhos de auto-ajuda úteis.

Melhorando a comunicação
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Os pacientes são lembrados a se postar diante do ouvinte, exagerar a pronúncia das


palavras, falar em frases curtas e a empreender algumas respirações profundas antes de falar.

Apoiando as Capacidades de Enfretamento


O apoio pode ser fornecido através do incentivo ao paciente e ao apontar que as
atividades estão sendo mantidas através da participação ativa. Uma combinação de
fisioterapia, psicoterapia, terapia medicamentosa e participação em grupos de apoio pode
ajudar a diminuir a depressão que ocorre com freqüência.

MIASTENIA GRAVE
A miastenia grave é um distúrbio que afeta a transmissão neuromuscular dos músculos
voluntários do corpo; caracteriza-se por fraqueza e fadiga excessivas, principalmente da
musculatura voluntária e dos músculos inervados pela função dos nervos cranianos. Embora o
estabelecimento possa acontecerem qualquer idade, é percebido com maior freqüência nas
mulheres entre 15 e 35 anos de idade e nos homens com mais de 40 anos de idade.
A anormalidade básica na miastenia grave é um defeito na transmissão dos impulsos
do nervo para as células musculares, devido à perda de receptores disponíveis ou normais na
membrana pós-sináptica da junção neuromuscular. Estudos demonstraram uma redução de 70
a 902 no número de receptores de acetilcolina em determinadas junções neuromusculares. A
miastenia grave é considerada uma doença auto-imune, na qual os anticorpos dirigidos contra
os receptores de acetilcolina comprometem a transmissão neuromuscular.
A doença caracteriza-se por extrema fraqueza da musculatura esquelética e por fadiga
fácil, que, em geral, é pior depois do esforço e aliviada pelo repouso. Os grupamentos
musculares mais comumente afetados são aqueles envolvidos nos movimentos oculares,
respiração, controle craniano, mastigação, deglutição e fala. Os pacientes com essa doença
cansam-se aos pequenos esforços (p. ex., pentear os cabelos, mastigação e conversação) e
precisam parar para descansar. Os sintomas variam de acordo com os músculos afetados. Há
uma simetria de envolvimento muscular, principalmente naqueles supridos por nervos
cranianos. Por causa do envolvimento dos músculos oculares, a diplopia (visão dupla) e a
ptose (queda das pálpebras) constituem sintomas iniciais. O paciente apresenta uma
expressão sonolenta, semelhante a uma máscara, porque os músculos faciais são afetados.

Miastenia grave. (A) Sítio receptor de ACh normal. (B) Sítio receptor de ACh na miastenia
grave.

Ações de Enfermagem
Melhorando a Função Respiratória
A enfermeira avalia a freqüência e profundidade respiratórias. Quando existe fraqueza
intensa dos músculos abdominais, intercostais e faríngeos, o paciente é incapaz de tossir e de
respirar profundamente ou de eliminar as secreções. A fisioterapia torácica, incluindo a
drenagem postural para mobilizar as secreções e a aspiração para removê-las pode ter de ser
executada com freqüência.
O paciente com troca gasosa insuficiente experimenta ansiedade, por vezes beirando
ao pânico. Isso é composto por uma incapacidade de se comunicar verbalmente e por uma
tendência para a sufocação. O conhecimento dos temores do paciente e a abordagem imediata
do problema podem fornecer tranqüilização de que a enfermeira compreende as preocupações.
O paciente ganha alguma sensação de controle através do cuidado capacitado e do suporte
tranqüilo da enfermeira.

Melhorando a Comunicação
Os músculos da fala enfraquecidos em pacientes em crise miastênica podem interferir
com a comunicação. As técnicas para melhorar a comunicação incluem escutar os pacientes;
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repetir o que eles tentaram comunicar para esclarecer e verificar as informações; e pedir aos
pacientes que pisquem os olhos ou balancem os dedos ou artelhos para as respostas sim e
não. Depois que o período da crise miastênica foi solucionado, os pacientes são geralmente
capazes de tomar suas necessidades conhecidas.

Fornecendo o Cuidado Ocular


A visão comprometida resulta da ptose ( queda) de uma ou ambas as pálpebras,
movimentação ocular diminuída ou visão dupla. As prescrições de enfermagem para ajudar os
pacientes a lidar com essa situação incluem a manutenção dos olhos abertos por breves
intervalos; instilação de lágrimas artificiais para evitar a lesão da córnea quando as pálpebras
não se fecham por completo; a colocação de um tampão ocular quando a visão dupla constitui
um problema; e a manutenção do paciente informado quando se fornece o cuidado.
A aplicação de uma fina fita adesiva sobre a pálpebra superior ajuda a aliviar a ptose.
Os pacientes que usam óculos podem ter “muletas” presas para manter as pálpebras abertas.
Os óculos de sol diminuem os efeitos da luminosidade intensa que, com freqüência, aumentam
os problemas oculares.

Prevenindo a Aspiração
A capacidade diminuída de mastigar e deglutir pode resultar em sufocação e aspiração.
O paciente é avaliado quanto à salivação, regurgitação pelo nariz e sufocação ao tentar
deglutir. A aspiração deve estar imediatamente disponível. O repouso antes das refeições é
encorajado para diminuir a fadiga muscular. O paciente fica sentado em uma posição ereta,
com o pescoço discretamente flexionado para diante, de modo a facilitar a deglutição. Os
alimentos macios, embebidos em molhos ou caldos, parecem ser engolidos com maior
facilidade que os líquidos. Como os músculos da mastigação podem estar mais fortalecidos no
período da manhã, a ingesta calórica pode ser aumentada no café manhã. O paciente é
encorajado a repousar depois da alimentação.

DISTÚRBIOS CONVULSIVOS
As convulsões são episódios de atividade motora, sensorial, autonômica ou psíquica
anormal (ou uma combinação desses tipos) decorrentes da descarga súbita e excessiva a
partir dos neurônios cerebrais. Parte ou a totalidade do cérebro pode ser afetada. Em geral, as
convulsões são súbitas e transitórias.
As causas são variadas e podem ser categorizadas como idiopáticas (genéticas,
defeitos do desenvolvimento) e adquiridas. Entre as causas das convulsões adquiridas estão a
hipoxemia de qualquer etiologia, incluindo a insuficiência vascular, febre (infância), traumatismo
craniano, hipertensão, infecções do sistema nervoso central, condições metabólicas e tóxicas
(a. ex., insuficiência renal, hiponatremia, hipocalcemia. hipoglicemia, pesticidas), tumor
cerebral, abstinência de drogas e alergias. O acidente vascular cerebral e a metástase cerebral
constituem as causas principais de convulsão em idosos.
Com freqüência, o paciente apresenta perda de memória durante a convulsão e, depois
disto, durante um curto prazo. A lesão cerebral pode acontecer quando as convulsões são
graves ou prolongadas. O paciente’ está em risco de hipóxia, vômitos e aspiração pulmonar ou
de anormalidades metabólicas persistentes.
A meta terapêutica imediata é controlar a convulsão, sendo a meta em longo prazo
determinar e controlar a causa.

Ações de enfermagem
Uma responsabilidade importante da enfermeira é observar e registrar seqüência de
sintomas. A natureza da convulsão geralmente indica o tipo de tratamento que é necessário.
Antes e no decorrer de urna convulsão, deve-se avaliar e documentar o seguinte:
1. As circunstâncias antes da convulsão (estímulos visuais, auditivos ou olfatórios, estímulos
táteis, distúrbios emocionais ou psicológicos, sono, hiperventílação)
2. A primeira coisa que o paciente faz em uma convulsão — onde os movimentos ou a rigidez
começa, posição de olhar conjugado e a posição da cabeça do paciente no início da convulsão.
Essas informações fornecem indícios sobre a localização do foco epileptogênico no cérebro.
(No registro, é importante determinar se o início da convulsão foi ou não observado.)
3. O tipo de movimentos na parte do corpo envolvida
4. As áreas do corpo afetadas (retirar as roupas de cama e expor paciente)
5. O tamanho de ambas as pupilas. Os olhos estão abertos? Os olhos ou a cabeça viram para
um lado?
6. A presença ou ausência de automatismos (atividade motora involuntária, como o estalar de
lábios ou a deglutição repetida
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7, Incontinência urinária ou fecal.


8. Duração de cada fase da convulsão
9. A inconsciência, quando existente, e sua duração
10. Qualquer paralisia ou fraqueza evidente nos braços ou pernas depois da convulsão
11. Incapacidade de falar depois da convulsão
12. Movimentos ao término da convulsão
13. Se o paciente dorme ou não depois dela
14. Estado cognitivo (confuso ou não-confuso) depois da convulsão
Além de fornecer dados sobre a convulsão, o cuidado de enfermagem é direcionado
para a prevenção contra a lesão e para o suporte do paciente. Isso inclui não somente a lesão
física, mas também a lesão psicológica.

Tratamento após uma convulsão


Depois que um paciente apresenta uma convulsão, a função da enfermeira é observar
o paciente para complicações (p.ex., aspiração, lesão documentar os eventos responsáveis
pela convulsão e que ocorrem durante esta. O paciente fica posicionado em decúbito lateral,
para facilitar a drenagem das secreções orais, sendo aspirado, quando necessário, para evitar
a aspiração e manter uma via aérea permeável, conforme descrito nas Orientações 59.1. O
paciente pode ficar sonolento e desejar dormir depois do evento, e pode não se lembrar dos
eventos que conduziram à convulsão. As precauções contra a convulsão são iniciadas,
devendo-se providenciar um aspirador plenamente funcionante, com sonda de aspiração e uma
via aérea oral. O leito é colocado em uma posição “abaixada”, com as grades laterais
levantadas e acolchoadas. quando necessário, para impedir que o paciente se machuque.

OBSERVAÇÃO:

EPILEPSIAS
As epilepsias constituem um complexo sintomático de vários distúrbios da função
cerebral caracterizado por convulsões recorrentes. Dessa maneira, a epilepsia não é uma
doença, mas um sintoma. Pode haver perda associada da consciência, movimento excessivo
ou perda do movimento muscular, além de distúrbios do comportamento, humor, sensação e
percepção. O problema é um distúrbio elétrico (arritmia) nas células nervosas em uma seção
do cérebro, fazendo com que elas emitam descargas elétricas anormais, recorrentes e
descontroladas. A convulsão epiléptica característica é uma manifestação dessa descarga
neuronal excessiva.
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Os cuidados obstétricos e neonatais melhorados salvam neonatos que experimentam


angústias respiratória, circulatória e outras angústias durante o parto; esses neonatos podem
ser predispostos às convulsões intermitentes. O tratamento melhorado dos traumatismos
cranianos, tumores cerebrais, meningite e encefalite preserva as pessoas que apresentam
condições que podem estar associadas a convulsões.
O público em geral tem sido educado sobre a epilepsia, o que reduziu o estigma
associado a essa condição, de modo que mais pessoas estão desejosas de conhecer o
diagnóstico.

Cuidado com o paciente que está apresentando uma convulsão:

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Ações de Enfermagem

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Reduzindo o Medo das Convulsões


O temor de que uma convulsão possa acontecer de forma inesperada pode ser
diminuído pela complacência do paciente com o tratamento prescrito. A cooperação do
paciente e da família e sua confiança no valor do esquema prescrito são essenciais para o
controle das convulsões. Enfatiza-se que o medicamento antiepiléptico prescrito deve ser
tomado em uma base contínua sem o temor de vício ou dependência da substância. A
monitorização periódica é necessária para garantir adequação do esquema de tratamento e
para evitar os efeitos colaterais.
Em um esforço para controlar as convulsões, são identificados os fatores que podem
precipitá-las: distúrbios emocionais, novos estressores ambientais, início da menstruação, nas
pacientes do sexo feminino, ou febre. O paciente é encorajado a seguir uma rotina regular e
moderada no estilo de vida, dieta (evitando os estimulantes excessivos), exercício e repouso.
(A privação do sono pode diminuir o limiar dos pacientes para as convulsões.) A atividade
moderada é terapêutica, mas deve-se evitar o exercício excessivo.
A estimulação fótica (luzes brilhantes e oscilantes, ver televisão pode precipitar as
convulsões; usar óculos escuros ou cobrir um olho pode ajudara controlar esse problema. Os
estados tensionais (ansiedade, frustração) induzem convulsões em alguns pacientes. As
classes sobre controle do estresse podem ser valiosas. Como se sabe que as convulsões
acontecem com a ingesta alcoólica, as bebidas alcoólicas são restringidas. O paciente é
aconselhado a evitar os estímulos que precipitam as convulsões.

Melhorando os Mecanismos de Enfrentamento


Notou-se que os problemas sociais, psicológicos e comportamentais que, com
freqüência, acompanham n epilepsia podem ser mais um handicap que as próprias convulsões.
A epilepsia pode ser acompanhada por sentimentos de medo, alienação, depressão e
incerteza. C paciente deve lidar com o medo constante de uma convulsão e de suas
conseqüências. As crianças com epilepsia podem ser excluídas da escola e das atividades com
colegas. Esses problemas são compostos durante a adolescência e somam-se aos desafios
atuais de não ser capaz de dirigir e de sentir-se diferente. Os adultos deparam-se com esses
problemas além da carga de encontrar emprego, preocupam-se com os relacionamentos e
nascimento, com a falta de segurança, estigmas e barreiras legais. O vício em álcool pode
complicar as questões. As reações familiares podem variar desde a rejeição total da pessoa
com epilepsia até a proteção excessiva. Em conseqüência disso, muitas pessoas com epilepsia
apresentam problemas psicológicos e comportamentais.

Ensinando o autocuidado aos pacientes


A higiene oral completa depois de cada refeição, a massagem gengival, uso diário de
fio dental e o cuidado dentário regular são essenciais para evitar ou controlar a hiperplasia
gengival em pacientes que recebem a fenitoína (Dilantin). O paciente também é aconselhado a
informar todos os profissionais de saúde acerca do medicamento que está tomando, dada a
possibilidade de interações medicamentosas. Um plano de ensino abrangente e individualizado
é necessário para auxiliar paciente e a família a se ajustarem a esse distúrbio crônico.

Cuidado continuado
 Considerações Financeiras. Como a epilepsia é um distúrbio de longo prazo, o uso de
medicamentos dispendiosos pode criar uma carga financeira importante.
 Reabilitação Vocacional. Para muitos, os problemas com o emprego ainda permanecem
como a maior incapacidade da epilepsia. As agências estaduais de reabilitação vocacional
podem fornecer informações sobre treinamento de trabalho. Quando as convulsões de uma
pessoa não são bem controladas, também podem ser obtidas informações a respeito de
oficinas protegidas ou programas de emprego domiciliar.
 As agências federais e estaduais e a legislação federal podem ajudar as pessoas com
epilepsia que experimentam discriminação no trabalho.
 Avaliação Continuada. As pessoas que apresentam convulsões incontroláveis e má
adaptação psicológica e social com outros problemas importantes podem ser encaminhadas
para centros abrangentes de epilepsia, onde estejam disponíveis a monitorização ,
tratamento especializado e os serviços de reabilitação.

Assistência de Enfermagem: O PACIENTE INCONSCIENTE


A inconsciência é uma condição em que o paciente não responde aos estímulos
ambientais e não está ciente deles. O termo é usualmente reservado para a falta de
responsividade de curta duração (momentânea a várias horas). O coma é um estado clínico de

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inconsciência no qual o paciente não está ciente de si mesmo ou do ambiente por períodos
prolongados (dias a meses ou, até mesmo, anos). O mutismo acinético é um estado de falta de
responsividade ao ambiente no qual o paciente não faz movimento ou som, mas, por vezes,
abre os olhos. O estado vegetativo persistente é uma condição em que o paciente é descrito
como alerta, mas desprovido de conteúdo consciente, sem função mental cognitiva ou afetiva.
As causas da inconsciência ou coma podem ser neurológicas (traumatismo craniano, acidente
vascular cerebral), toxicológicas (over-dose de drogas, intoxicação etílica) ou metabólicas
(insuficiência hepática ou renal, cetoacidose diabética).

Mantendo a Via Aérea


A mais importante consideração no tratamento do paciente inconsciente é estabelecer
uma via aérea adequada e garantir a ventilação. A obstrução da via aérea é um risco incorrido
pelo paciente inconsciente, pois a epiglote e a língua podem relaxar ocluindo a orofaringe, ou o
paciente pode aspirar vômito ou secreções nasofaríngeas.
O paciente é colocado em posição de decúbito lateral ou de semidecúbito ventral, o
que possibilita que a mandíbula e a língua se projetem para diante e, assim, facilitem a
drenagem de secreções.
Um paciente inconsciente deve sofrer freqüentes alterações de posição.
O acúmulo de secreções na faringe comporta um grave problema. Como o paciente
não consegue deglutir e carece de reflexos faríngeos, essas secreções devem ser removidas
para eliminar o risco de aspiração.
Elevar a cabeceira do leito até 30° ajuda a evitar a aspiração das secreções.
O paciente necessita de aspiração e higiene oral freqüentes. A aspiração é realizada
para remover as secreções da parte posterior da faringe e parte superior da traquéia. Com o
aspirador desligado, uma sonda com abertura na extremidade e no lado é lubrificada com uma
substância hidrossolúvel e inserida até o nível desejado. Em seguida, a aspiração é ligada
(pressão negativa), enquanto o cateter de aspiração é puxado com um movimento de torção do
polegar e indicador. Essa manobra de torção evita que a extremidade aspirante da sonda irrite
a mucosa traqueal ou faríngea, porque a irritação aumenta as secreções e produz trauma e
sangramento na mucosa. Antes e depois de aspirar, o paciente é hiperoxigenado e
hiperventilado, de modo a evitar a hipóxia.
O paciente pode necessitar de intubação e ventilação mecânica. A enfermeira deve
manter a permeabilidade do tubo endotraqueal ou da traqueostomia, fornecer cuidado oral
freqüente, monitorizar as mensurações gasométricas arteriais e manter os parâmetros do
ventilador. A fisioterapia torácica e drenagem postural são iniciadas para promover higiene
pulmonar, a menos que isso seja contra-indicado pela condição subjacente do paciente.

Protegendo o Paciente e Mantendo a Segurança


Para a proteção do paciente, são fornecidas grades laterais acolchoadas e elevadas
em todos os momentos. Deve-se ter o cuidado para evitar a lesão a partir das linhas invasivas
e equipamentos, devendo ser identificadas as fontes potenciais de lesão (p. ex:curativos
apertados, irritantes ambientais, curativos e roupas de cama úmidos,tubos e drenos).
Alerta de Enfermagem: Quando o paciente começa a emergir da “consciência, devem ser
empreendidas todas as medidas disponíveis e adequadas para acalmá-la e tranqüilizá-lo. E
provável que qualquer forma de contenção seja combatida pelo paciente com resistência,
levando à autolesão. Portanto, as restrições físicas devem ser evitadas, quando possível; deve-
se obter uma prescrição por escrito caso seu uso seja essencial para o bem-estar do paciente.
A proteção também engloba o conceito de proteger a dignidade do paciente durante a
inconsciência. Medidas simples, como fornecer privacidade e falar com o paciente durante as
atividades de cuidado de enfermagem, preservam a humanidade do paciente. Também é
importante não falar negativamente sobre a condição ou prognóstico dou paciente, porque os
pacientes em coma superficial podem ser capazes de ouvir. O paciente comatoso apresenta
uma necessidade aumentada de defesa, e é responsabilidade da enfermeira fazer com que
essas necessidades de defesa sejam satisfeitas.

Mantendo o Equilíbrio Hídrico e Nutricional


O paciente é avaliado para o estado de hidratação; as mucosas são examinadas e a
pele é avaliada para o turgor tecidual, as necessidades hídricas são inicialmente satisfeitas ao
se fornecerem os líquidos necessários por via endovenosa e, em seguida, por meio de
alimentações nasogástricas ou por gastrostomia.
As soluções endovenosas e as transfusões sanguíneas para os pacientes com
condições intracranianas devem ser administradas lentamente. Quando fornecidas com muita

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rapidez, elas podem aumentar a pressão intracraniana. A quantidade de líquidos administrada


pode ser restringida pala minimizar a possibilidade de produzir edema cerebral.
Pode-se inserir uma sonda de alimentação, colocada no duodeno, ou um tubo de
gastrostomia, para a administração de alimentações enterais.

Fornecendo Cuidado Bucal


A boca do paciente é inspecionada para ressecamento, inflamação e formação de
crosta. O paciente inconsciente necessita de cuidado oral consciente, porque há o risco de
parotidite quando a boca não é mantida escrupulosamente limpa. A boca é limpa e lavada com
cuidado para remover as secreções e crostas, bem como para manter umedecida a mucosa.
Um revestimento fino com petrolato sobre os lábios previne contra o ressecamento, fissuração
e incrustações. Quando o paciente ostenta um tubo endotraqueal, este deve ser diariamente
movido para o lado oposto da boca, a fim de evitas a ulceração da boca e dos lábios.

Mantendo a Integridade Cutânea


É dada atenção especial para os pacientes inconscientes, porque eles são insensíveis
aos estímulos externos. Isso inclui um esquema regular de mudança de posição para evitar a
pressão, a qual pode provocar ruptura e necrose da pele. A mudança de decúbito também
proporcionar estimulação cinestésica (sensação de movimento), proprioceptiva (consciência da
posição) e vestibular (equilíbrio).
Depois de mudar de posição, o paciente é reposicionado para evitara necrose
isquêmica nas áreas de pressão. Deve-se evitar arrastar o paciente para cima no leito, porque
isso cria uma força de cisalhamento e atrito sobre superfície cutânea.
É importante manter a posição corporal correta; igualmente importante é o exercício
passivo dos membros, de modo que as contraturas sejam evitadas, o uso de talas ou botas de
espuma auxilia na prevenção do pé em gota e elimina a pressão da roupa de cama sobre os
dedos. Os rolos de trocanter que suportam as articulações do quadril mantêm as pernas no
alinhamento apropriado. Os braços devem ficar em abdução (afastados do corpo), os dedos
ligeiramente fletidos e as mãos em uma posição de supinação discreta.

Preservando a Integridade da Córnea


Alguns pacientes inconscientes deitam com os olhos abertos e apresentam reflexos
corneanos inadequados ou ausentes. E provável que a córnea se torne irritável ou arranhada,
levando á ceratite e a úlceras de córnea.
Os olhos podem ser limpos com bolas de algodão umedecidas com soro fisiológico
normal estéril, a fim de retirar os resíduos e a secreção. Quando são prescritas lágrimas
artificiais, elas podem ser instiladas a cada 2 horas. O edema periocular (edema ao redor dos
olhos) ocorre, com freqüência, depois da cirurgia de crânio. As compressas frias podem ser
prescritas, devendo-se ter cuidado para evitar o contato com a córnea. As placas oculares
devem ser empregadas com cautela por causa do potencial para a abrasão da córnea a partir
do contato da córnea com a placa.

Obtendo a Regulação Térmica


A febre alta no paciente inconsciente pode ser causada por infecção do trato
respiratório ou urinário, reações medicamentosas ou lesão do centro hipotalâmico regulador da
temperatura. Uma pequena elevação na temperatura pode ser provocada pela desidratação. O
ambiente pode ser ajustado, dependendo da condição do paciente, para promover uma
temperatura corporal normal. Quando a temperatura corporal está elevada, utiliza-se uma
quantidade mínima de roupas de cama — um lençol ou, talvez, um pequeno campo. Essas
elevações de temperatura devem ser controladas porque as demandas metabólicas
aumentadas do cérebro sobrecarregarão a circulação cerebral e a oxigenação, resultando em
deterioração cerebral.
A redução da temperatura corporal é uma meta importante no tratamento de alguns
distúrbios cerebrais. Quando o metabolismo corporal pode ser reduzido através da diminuição
da temperatura corporal, a circulação colateral do cérebro pode ser capaz de fornecer um
aporte sangüíneo adequado para o cérebro.
Induzir e manter a hipotermia é um procedimento clínico importante e requer o
conhecimento, a observação e tratamento experientes de enfermagem. E desejável iniciar o
tratamento antes que a temperatura do paciente fique muito alta:
• Todas as roupas de cama sobre o paciente devem ser removidas (com a possível exceção de
um lençol fino ou pequeno campo).
• Doses repetidas de aspirina ou acetaminofeno são fornecidas como prescrito.

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• Podem ser úteis os banhos de esponja fria e um ventilador elétrico voltado por sobre o
paciente para aumentar o resfriamento superficial.
A monitorização freqüente da temperatura está indicada para avaliar a resposta do
paciente à terapia e para evitar uma diminuição excessiva na temperatura e o tremor.

Prevenindo a Retenção Urinária


O paciente inconsciente está incontinente ou exibe retenção urinária. A bexiga é
palpada a intervalos para determinar se a retenção urinária está presente, porque uma bexiga
cheia pode ser uma causa despercebida de incontinência.
Quando existem sinais de retenção urinária, é inserida, a princípio, uma sonda urinária
de demora, presa a um sistema de drenagem fechada. Como a sonda constitui uma importante
causa de infecção urinária, o paciente é observado para febre e urina turva. A área ao redor do
orifício uretral é inspecionada para a drenagem. O cateter urinário é usualmente removido
quando o paciente apresenta um sistema cardiovascular estável e quando não existiam
problemas com diurese, sepse ou micção antes do início do coma. Embora muitos pacientes
inconscientes urinem de forma espontânea depois da retirada da sonda, a bexiga do paciente
deve ser palpada periodicamente para a retenção urinária.
Um cateter externo (cateter com preservativo) para o paciente homem e absorventes
para a mulher podem ser utilizados para o paciente inconsciente que pode urinar de forma
espontânea, embora de maneira involuntária. Logo que a consciência é recuperada, inicia-se
um programa de treinamento vesical. O paciente inconsciente é monitorizado com freqüência
para a irritação cutânea e ruptura da pele. O cuidado cutâneo apropriado é implementado para
essas complicações.

Promovendo a Função Intestinal


O abdome é avaliado para a distensão ao se auscultarem os ruídos intestinais e ao
medir o perímetro abdominal com uma fita métrica. Existe um risco de diarréia por infecção e
antibióticos. As evacuações líquidas freqüentes também podem acontecer com a impactação
fecal. As bolsas de coleta fecal comerciais estão disponíveis para pacientes com incontinência
fecal.
A imobilidade e a ausência de fibras na dieta podem provocar constipação. A
enfermeira monitoriza o número e a consistência das eliminações intestinais e realiza um
exame retal para sinais de impactação fecal. Os emolientes fecais podem ser prescritos e ser
administrados com as alimentações por sonda. Para facilitar o esvaziamento intestinal, pode
estar indicado um supositório de glicerina. O paciente pode necessitar de um enema em dias
alternados para esvaziar a parte inferior do cólon.

Fornecendo a Estimulação Sensorial


A estimulação sensorial é fornecida para ajudar a superar uma privação sensorial
profunda do paciente inconsciente. São feitos esforços para manter uma sensação do ritmo
diário ao se preservarem os padrões usuais de dia e noite para a atividade e sono. A
enfermeira toca e conversa com o paciente e encoraja os membros da família e amigos a
fazerem o mesmo. A comunicação é extremamente importante e inclui tocar o paciente e
passar um tempo com ele para se tornar sensível às suas necessidades. Também é
importante evitar fazer quaisquer comentários negativos sobre o estado ou prognóstico do
paciente na presença deste.
A enfermeira mantém o paciente orientado no tempo e no espaço, pelo menos uma vez
a cada 8horas. Os sons da casa e do trabalho do paciente podem ser introduzidos por meio de
um gravador. Além disso, os membros da família podem ler para o paciente trechos de um livro
preferido e sugerir programas de rádio e de televisão que o paciente apreciava, como um meio
de enriquecer o ambiente e fornecer estímulos familiares. Quando o paciente recuperou a
consciência, fitas de vídeo de eventos familiares ou sociais podem auxiliá-lo a reconhecer a
família e os amigos, permitindo que ele seja uma parte dos eventos perdidos.

Apoiando a Família
A família do paciente inconsciente pode ser colocada em um repentino estado de crise
e atravessar um processo de ansiedade grave, negação, raiva, remorso, culpa e reconciliação.
Para ajudar os membros da família a mobilizar suas próprias capacidades de adaptação, as
enfermeiras podem reforçar e esclarecer as informações sobre a condição do
paciente.Também devem permitir que a família seja envolvida no cuidado de seu ente querido,
e escutar e encorajar a ventilação dos sentimentos e preocupações, enquanto os apóia em
seus processos de tomada de decisão relacionada ao tratamento e colocação pós-
hospitalização.
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As famílias podem beneficiar-se da participação em grupos de apoio oferecidos através


do hospital, instituição de reabilitação ou organizações comunitárias. Quando não há mais
esperança de recuperação, a família deve confrontar-se com a morte da pessoa querida. O
paciente neurológico é freqüentemente classificado como em morte cerebral, antes que ocorra
a morte fisiológica. O termo “morte cerebral” descreve a perda irreversível de todas as funções
da totalidade do cérebro, inclusive do tronco cerebral.
O termo pode ser enganoso para a família, porque, embora a função cerebral tenha
cessado, o paciente parece estar vivo enquanto a freqüência cardíaca e a pressão arterial são
mantidas por medicamentos vasoativos e a respiração continua através da ventilação
mecânica. Quando se discute um paciente que está em morte cerebral com a família, é
importante usar o termo “morto”; o termo “morte cerebral” pode confundi-los.

Monitorizando e Tratando as Complicações Potenciais


Pneumonia, aspiração e insuficiência respiratória são complicações potenciais em
qualquer paciente inconsciente e incapaz de proteger a via aérea ou virar-se, tossir e fazer
inspirações profundas. Quanto mais prolongado for o período de inconsciência, maior será o
risco de complicações pulmonares.
Os sinais vitais e a função respiratória são monitorizados de perto para detectar
quaisquer sinais de angústia ou insuficiência respiratória. A fisioterapia torácica e a aspiração
são iniciadas para evitar as complicações respiratórias, como a pneumonia.
O paciente inconsciente é monitorizado de perto para evidência de comprometimento
da integridade cutânea, e as estratégias para impedir a ruptura da pele e as úlceras de
decúbito continuam durante todas as fases do cuidado, incluindo hospital, reabilitação e
cuidado domiciliar.

DOENÇA DE ALZHEIMER
É um distúrbio neurológico degenerativo, progressivo e irreversível, que começa de
maneira gradual e se caracteriza por distúrbios no comportamento e afeto. Quando os
membros da família tem pelo menos um outro parente com a doença de Azheimer, então diz-se
que existe um componente familiar. Um componente familiar inclui, de maneira inespecifica, os
deflagradores ambientais e os determinantes genéticos.Nos estágios iniciais da doença de
Alzeimer, ocorrem o esquecimento e a perda sutil da memória.Podem surgir pequenas
dificuldades no trabalho e nas atividades sociais, mas o paciente apresenta uma função
cognitiva adequada que oculta a perda, podendo funcionar de maneira independente. A
depressão pode acontecer nesse período. Com a progressão adicional da doença, os déficits
não mais podem ser ocultos. O esquecimento manifesta-se em muitas ações diárias. Esses
pacientes podem perder a capacidade de reconhecer faces, lugares e objetos familiares e ficar
perdidos no ambiente familiar. Eles podem repetir as mesmas historias, porque se esquecem
de tê-las contado. Tentar argumentar com a pessoa e usar a orientação da realidade são
atitudes que apenas aumentam a ansiedade do paciente, sem melhorar a função, porque esta
também foi esquecida.

diálogo torna-se difícil e existe dificuldade em encontrar palavras. A capacidade de formular


conceitos e de pensar de maneira abstrata desaparece. O paciente só consegue interpretar um
provérbio em termos concretos. Com freqüência, o paciente é incapaz de identificar as
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conseqüências de suas ações e, portanto, exibirá um comportamento impulsivo. O paciente


apresenta dificuldade com as atividades diárias, como operar aparelhos simples e gerenciar o
dinheiro.
Amiúde as alterações de personalidade são evidentes. O paciente pode ficar
deprimido, desconfiado, hostil, até mesmo, agressivo. A progressão da doença intensifica os
sintomas. As habilidades de fala deterioram para silabas sem sentido; a agitação e a atividade
física aumentam.O paciente passa a vaguear á noite. É necessário auxilio para alimentar-se e
ir ao banheiro; a disfagia (uma incapacidade ou dificuldade de deglutir); ocorre, assim como a
incontinência. O estagio terminal da doença pode durar meses. O paciente geralmente fica
imóvel e exige cuidado integral. Ocasionalmente o paciente pode reconhecer a família ou os
profissionais de saúde. A morte acontece em conseqüência de complicações, como a
pneumonia, desnutrição ou desidratação.

Tratamento de Enfermagem
Embora a doença de Alzheimer seja o foco dessa discussão sobre o tratamento de
enfermagem, as prescrições descritas aplicam-se a todos os pacientes com demência, a
despeito de sua etiologia. As prescrições de enfermagem são direcionadas para a manutenção
da segurança física do paciente, redução da ansiedade e agitação, melhoria da comunicação,
promoção da independência nas atividades de autocuidado, atendimento das necessidades de
socialização e privacidade do paciente, manutenção da nutrição adequada, controle dos
distúrbios do padrão de sono e apoio e educação das pessoas da família responsáveis pelos
cuidados. O apoio àqueles da comunidade que realizam os cuidados para um paciente com
doença de Alzheimer é essencial para evitar a “estafa do cuidado?’. Isso é particularmente
relevante para as mulheres que prestam os cuidados, pois, com freqüência, possuem múltiplas
tarefas. A avaliação precoce, contínua e específica da rede social de cuidadores pelas
enfermeiras de todos os setores pode ajudar a identificar aqueles potencialmente em risco de
suporte inadequado (lrlibbard, Neufeld & Harrison, 1996).

Apoiando a função cognitiva


Quando a capacidade cognitiva do paciente declina, a enfermeira fornece um ambiente
calmo e previsível, o qual ajuda a pessoa a interpretar o que está ao redor de si, assim como
as atividades. Os estímulos ambientais são limitados, sendo definida uma rotina regular. Uma
maneira tranqüila e agradável de falar, explicações claras e simples, e o uso de auxílios e
lembretes para a memória ajudam a minimizar a confusão e a desorientação e fornecem uma
sensação de segurança para o paciente. Relógios e calendários de fácil visualização podem
estimular a orientação temporal. A codificação por cores para a porta pode ajudar o paciente
que tem dificuldade de localizar o quarto. A participação ativa pode ajudar o paciente a manter
as capacidades de interação cognitiva, funcional e social por um período mais longo de tempo
(Kovach & Henschel, 1996).

Promovendo a segurança física


Um ambiente seguro permite que o paciente se movimente nele o mais livremente
possível e alivia a família da constante preocupação com a segurança. Para evitar quedas e
outros acidentes, todos os perigos óbvios são retirados. A iluminação noturna é valiosa. A
ingestão de medicamentos e de alimentos é monitorizada. O fumo é permitido somente sob
supervisão. Um ambiente isento de perigo permite que o paciente tenha independência máxima
e uma sensação de autonomia. Devido ao curto espectro de atenção e do esquecimento, o
comportamento errante pode ser freqüentemente reduzido pela persuasão gentil ou distração
do paciente. As contenções são evitadas, porque elas podem aumentar a agitação. As portas
de saída da casa devem ficar trancadas. Fora de casa, todas as atividades devem ser
supervisionadas para proteger o paciente. O paciente deve usar um bracelete ou corrente de
identificação para o caso dele se afastar do cuidador.

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Reduzindo a ansiedade e a agitação


Apesar das profundas perdas cognitivas, ocorrerão momentos em que o paciente
estará ciente de que suas capacidades estão diminuindo rapidamente. O paciente precisará de
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constante apoio emocional, o que reforçará uma auto-imagem positiva. Quando as perdas das
capacidades acontecem, as metas são ajustadas para se adequarem ao declínio da habilidade
do paciente.
O ambiente deve ser organizado de forma simples, familiar e livre de ruídos. A
excitação e a confusão podem aborrecer, precipitando um estado combativo e agitado,
conhecido como reação catastrófica (reação excessiva à estimulação excessiva). Durante tal
reação, o paciente responde gritando, chorando ou tomando-se agressivo (agressão física ou
verbal). Esse é o seu meio de expressar sua incapacidade de lidar com o ambiente. Quando
isso ocorre, é importante permanecer calmo e paciente. Medidas como ouvir música, acariciar,
dançar ou distrair podem acalmar o paciente. Com freqüência, o paciente esquece o que
deflagrou a reação. Também é valioso estruturar as atividades. Estar familiarizado com as
respostas previsíveis da pessoa a certos estressores ajuda os cuidadores a evitar situações
similares.

Melhorando a comunicação
Para promover a interpretação das mensagens pelo paciente, a enfermeira permanece
tranqüila e reduz os medos e as distrações. Frases claras e fáceis de compreender são
empregadas para transmitir mensagens, porque o significado das palavras é freqüentemente
esquecido ou existe dificuldade de organizar e expressar os pensamentos. Listas e instruções
simples, por escrito, podem servir como lembretes para o paciente e, com freqüência, são
valiosas. Por vezes, o paciente pode apontar para um objeto ou usar a linguagem não-verbal
para se comunicar. Os estímulos táteis, como um abraço ou um tapinha, são usualmente
interpretados como sinais de afeição, preocupação e segurança.

Promovendo a independência nas atividades de autocuidado


As alterações fisiopatológicas no cérebro tomam difíceis a uma pessoa com a doença
de Alzheimer manter a independência física. Os esforços são direcionados no sentido de ajudar
a pessoa a permanecer funcionalmente independente pelo maior intervalo de tempo possível.
Sugere-se simplificar as atividades diárias, organizando-as em etapas curtas e exeqüíveis, de
modo que o paciente experimente uma sensação de realização. Com freqüência, um terapeuta
ocupacional pode sugerir meios para simplificar as tarefas ou recomendar equipamentos de
adaptação. A supervisão direta do paciente é, por vezes, necessária. Manter a dignidade e a
autonomia é importante para a pessoa com doença de Alzheimer. Ela é encorajada a escolher
entre as opções, quando apropriado, e a participar o máximo possível nas atividades de
autocuidado.

Atendendo às necessidades de socialização e intimidade


Como o contato social com antigos amigos pode ser confortante, visitas, as trocas de
cartas e os telefonemas são encorajados. As visitas devem ser breves e não-estressantes;
limitar os visitantes a uma ou menos pessoas por vez ajuda a reduzir a estimulação excessiva.
Objetivos realistas que forneçam satisfação são apropriados hobbies e atividades (caminhada,
exercícios, socialização) podem melhorar a qualidade de vida. A pessoa confusa e solitária
pode encontrar estímulo, conforto e contentamento na amizade pura de um animal de
estimação. O cuidado com o animal por parte do paciente pode proporcionar uma atividade
satisfatória e uma saída para a energia.
A doença de Alzheimer não elimina a necessidade de intimidade. O paciente e seu
cônjuge podem ou não continuar a apreciar a atividade sexual. O cônjuge é encorajado a
conversar sobre quaisquer preocupações sexuais, e o aconselhamento sexual pode ser
sugerido, caso necessário. As expressões simples de amor, como o toque e o abraço são com
freqüência, significativas.

Promovendo a nutrição adequada


A hora da refeição pode ser uma ocasião social e agradável ou tornar-se um momento
de aborrecimento e angústia. A hora da refeição deve ser simples e tranqüila, sem
confrontações. O paciente irá preferir alimentos conhecidos, que pareçam apetitosos e com
bom paladar. Para evitar a ‘brincadeira” do paciente com os alimentos, é oferecida uma porção
por vez. O alimento é cortado em pequenos pedaços para evitar a sufocação. Os líquidos
podem ser mais fáceis de ingerir se convertidos em gelatina. Os alimentos quentes e as
bebidas são servidos à temperatura ambiente. A temperatura dos alimentos deve ser verificada
para evitar queimaduras.Quando a falta de coordenação interfere com a auto-alimentação
equipamento de adaptação é valioso. Alguns pacientes podem se alimentar bem com as mãos.
Quando este for o caso, um avental ou guarda-pó, em vez de um babador, é empregado para
proteger as roupas. À medida que o déficit progride, pode ser necessário alimentar o paciente.
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Esquecimento, desinteresse, problemas dentários, descoordenacão, estimulação excessiva e


sufocação podem, sem exceção, servir como barreiras para a boa nutrição.

Promovendo o equilíbrio entre a atividade e o repouso


Muitos pacientes com a doença de Alzheimer apresentam distúrbios do sono,
sonambulismo ou outros comportamentos que parecem ser impróprios. Esses comportamentos
são mais prováveis de acontecer quando existe uma necessidade física ou psicológica
subjacente, não satisfeita. È imperativo que os cuidadores procurem aprender a necessidade
do paciente que esta exibindo este tipo de comportamento, porque um declínio adicional da
saúde pode acontecer se a causa do problema não for corrigida. O sono e o exercício físicos
adequados são essenciais. Quando o sono é interrompido ou o paciente é incapaz de dormir, a
musica, o leite quente ou uma massagem nas costas podem ajudar a pessoa a relaxar.
Durante o dia, o paciente deve ter oportunidade suficiente para participar nas atividades de
exercício, porque um padrão regular de atividade e repouso estimulara o sono noturno. Longos
períodos de sono durante o dia são desencorajados.

Promovendo o cuidado Domiciliar e Comunitário


A carga emocional colocada sobre a família de um paciente com a doença é enorme. A
saúde física do paciente mostra-se, com freqüência, excelente, e a degeneração mental é
gradual. Como o diagnostico não é especifico, a família pode alimentar a esperança de que o
diagnostico é incorreto e que a pessoa ira melhorar, caso ela se esforce mais. A agressão e
hostilidade exibidas pelo paciente são, com freqüência, mal compreendidas pelo cuidador ou
pela família, que se sente frustrada, não reconhecida e enraivecida. Os sentimentos de culpa, o
nervosismo e a preocupação contribuem para a fadiga e depressão do cuidador e para a
disfunção familiar. A enfermagem deve ser sensível aos aspectos altamente emocionais que a
família esta vivendo.

2.2 (H.e.4) PRATICAR AÇÕES DE ENFERMAGEM EM PACIENTES COM DISFUNÇÕES


NEUROLÓGICAS, ACAMADOS NUMA INSTITUIÇÃO DE SAÚDE DE SUA CIDADE.

FUNDAMENTAÇÃO
A educação do paciente e da família constitui um componente fundamental da
reabilitação, devendo ser fornecida uma ampla oportunidade para o aprendizado sobre o
acidente vascular cerebral, suas causas e prevenção, e sobre o processo de reabilitação. Tanto
no cuidado agudo quanto nas instituições de reabilitação, o foco é ensinar os pacientes a
retomar o máximo possível do autocuidado. Isso pode englobar o uso de aparelhos de
assistência ou a modificação do ambiente domiciliar para facilitar o desafio de viver com uma
deficiência.

OBJETIVO
Realizar o cuidado com os pacientes com distúrbios neurológicos e acamados.

METODOLOGIA
Divida a turma em grupos de 04 e faça uma visita a instituição de idosos, ou casas de
família com pacientes acamados/com distúrbios neurológicos e coloque em prática o que foi
aprendido em sala de aula em relação aos cuidados/mudanças de decúbito destes pacientes.
No final escolha um dos paciente e descreva as ações realizadas para o mesmo, faça uma
simulação em sala de aula. Obs.: procure trabalhar com pacientes diferentes, para ficar mais
interessante a simulação.

ANEXOS:

O PACIENTE COM MOBILIDADE FÍSICA PREJUDICADA

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Os pacientes que estão doentes ou com lesão são freqüentemente mantidos em


repouso no leito ou têm as suas atividades limitadas. Problemas comumente associados com a
imobilidade incluem a fraqueza, muscular, contratura da articulação e a deformidade. Cada
articulação do corpo tem uma amplitude de movimento normal. Se a amplitude está limitada, as
funções da articulação ou dos músculos que movimentam a articulação ficam comprometidas,
e as deformidades dolorosas podem desenvolver-se. As enfermeiras devem identificar os
pacientes em risco para essas complicações.
Outro problema freqüentemente observado na reabilitação em enfermagem é a
alteração no padrão de deambulação/mobilidade. O paciente com uma incapacidade pode não
conseguir, seja temporária ou permanentemente, caminhar de modo independente e sem
ajuda. A enfermeira avalia a mobilidade do paciente e designa o cuidado que promove a
mobilidade independente dentro dos limites terapêuticos prescritos.
Quando a pessoa não é capaz de exercitar e movimentar as articulações através da
plena amplitude de movimento, as contraturas podem se desenvolver. Uma contratura é o
encurtamento do músculo e do tendão levando a deformidade. As contraturas limitam a
mobilidade da articulação. Quando a articulação contraída é movimentada, o paciente vivencia
a dor. Além disso, mais energia é necessária para o movimento quando as articulações estão
contraídas e deformadas.

Posicionando o Paciente para Prevenir as Complicações Músculo-esqueléticas


As deformidades e contraturas podem ser geralmente prevenidas pelo posicionamento
adequado. A manutenção do correto alinhamento corporal enquanto no leito é essencial, a
despeito da posição escolhida. Durante cada contato com o paciente, a enfermeira avalia o seu
posicionamento. A enfermeira ajuda o paciente a manter o posicionamento e alinhamento
adequados.
As posições mais comuns que o paciente assume no leito são a supinação (dorsal), a
latero-lateral (lateral) e a pronação (ventral). A enfermeira ajuda o paciente a assumir essas
posições e apóia o corpo dele em alinhamento correto com ajuda do travesseiro Por vezes,
uma calha (p. ex., calha de pulso ou mão) pode ser fabricada pelo terapeuta ocupacional para
apoiar a articulação e prevenir a deformidade. A enfermeira deve assegurar o uso adequado da
calha e proporcionar o cuidado da pele.

Posicionando o Paciente no Leito:

Posição Supina (Dorsal)


1. Alinhar a cabeça com a coluna, tanto lateral como ântero-posteriormente.
2. Posicionar o tronco para minimizar
a flexão do quadril.
3. Flexionar os braços ao nível do
cotovelo e apoiar as mãos contra a
lateral do abdômen.
4. Estender as pernas com um
pequeno e firme apoio sob a área
poplítea.
5. Apoiar os calcâneos fora do
colchão com pequeno travesseiro ou
rolo de toalha sob os tornozelos.
6. Manter os dedos dos pés retos,
apontando para cima, por meio de
botas protetoras para prevenção da
queda plantar.
7. Manter um rolo de trocanter sob o
grande trocanter para prevenir a rotação externa do quadril.

Látero-lateral (Posição Lateral)

1. Alinhar a cabeça com a coluna e apoiá-la com um travesseiro.


2. Alinhar o corpo adequadamente; evitar torcer ao nível dos ombros, cintura ou quadris.
3. Flexionar os ombros e cotovelos e apoiar o braço superior com um travesseiro.

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4. Posicionar a parte superior da articulação do quadril levemente para a frente e apoiar a


perna na posição de leve abdução
com um travesseiro.
5. Colocar e apoiar os pés em
posição neutra de dorsiflexão.
6. Apoiar as costas com um
travesseiro.

Posição Prona (sobre o Abdômen,


Ventral)

1. Virar a cabeça lateralmente e


alinhá-la com o resto do corpo.
2. Abduzir e rotacionar
externamente os braços ao nível da
articulação do ombro; flexionar os cotovelos,
3. Colocar um pequeno apoio achatado sob a pelve, estendendo-se desde o nível do umbigo
até o terço superior da coxa.
4. Manter as extremidades inferiores em uma posição neutra.
5. Suspender os dedos sobre a borda do colchão,

PREVENINDO A ROTAÇÃO EXTERNA DO QUADRIL


Os pacientes que estão no leito por qualquer período de tempo podem desenvolver a
deformidade pela rotação externa do quadril. A articulação esferóide do quadril tem tendência a
girar extemamente quando o paciente deita-sede costas. Um rolo do trocanter estendendo-se
da borda do ilfaco até a metade da coxa previne essa deformidade. Com o correto
posicionamento, o rolo do trocanter serve como uma cunha mecânica sob a projeção do grande
trocanter.

PREVENINDO A QUEDA PLANTAR


A queda plantar é uma deformidade na qual o pé está fletido plantarmente (o tornozelo
inclina-se na direção da sola do pé). Se o distúrbio continua sem correção, o paciente não será
capaz de manter o pé na posição normal e será capaz apenas de caminhar sobre os dedos
sem tocar o solo com o arco do pé. A deformidade é causada pela contratura tanto do músculo
gastrocnêmio quanto do sóleo. A lesão ao nervo peroneal pode resultar em queda plantar. Ela
também pode ser produzida pela perda da flexibilidade do tendão de Aquiles.

Alerta de Enfermagem - O repouso prolongado no leito, a falta de exercícios, o posicionamento


incorreto no leito e o peso da roupa de cama forçam os dedos na direção da flexão plantar,
tendo fatores que contribuem para a queda plantar.
Para prevenir essa deformidade incapacitante, travesseiros, calhas ou botas protetoras
são utilizados para manter os pés em ângulos retos em relação às pernas quando o paciente
está em posição supina. Os tênis esportivos de cano alto podem ser utilizados para manter o
ângulo de 90° por curtos períodos de tempo. A freqüente inspeção da pele e dos pés deve ser

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realizada para determinar se os dispositivos de posicionamento criaram alguma área


indesejável de pressão.
O paciente é encorajado a realizar exercícios para os tornozelos várias vezes a cada
hora. Esses exercícios incluem a dorsiflexão e a fIexão plantar dos pés, a flexão e extensão
(rotação e alongamento) dos dedos e a eversão e a inversão dos pés ao nível dos tornozelos.

Mantendo a Força Muscular e a Mobilidade Articular


O ótimo funcionamento depende da força dos músculos e da mobilidade da articulação.
A participação ativa na AVD’s promove a manutenção da força muscular e da mobilidade da
articulação. Os exercícios de amplitude de movimento e os exercícios terapêuticos específicos
podem ser incluídos no plano de cuidado de enfermagem.

REALIZANDO EXERCÍCIOS DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO


A amplitude de movimento é o movimento da articulação ao longo sua plena extensão
em todos os planos apropriados.
Para manter ou aumentar o movimento da articulação, os exercícios de amplitude de
movimento são iniciados tão logo o distúrbio do paciente o permita. Os exercícios são
planejados para o indivíduo acomodar urna ampla variação nos graus do movimento que as
pessoas variadas constituições corporais e faixas etárias podem obter.
Os exercícios de amplitude de movimento podem ser ativos (realizados pelo paciente
sob supervisão da enfermeira), assistidos (a enfermeira ajuda o paciente se incapaz de realizar
o exercício independentemente) ou passivos (realizados pela enfermeira).
A articulação não deve ser mobilizada além da sua amplitude livre de movimento.
Assim, a articulação é movimentada até o ponto de resistência e pára no ponto de dor. Se os
espasmos musculares estão presentes, movimente a articulação lentamente até o ponto de
resistência, e então aplique uma pressão suave e constante até que o músculo relaxe.
Continue o movimento até o ponto final de resistência da articulação.
Para realizar os exercícios assistidos ou passivos e a amplitude de movimento, o
paciente deve estar confortavelmente na posição supina, com os braços lateralizados e os
joelhos estendidos. Uma boa postura corporal é mantida durante os exercícios. A enfermeira
também utiliza uma boa mecânica corporal durante a seção do exercício.
O exercício, quando realizado corretamente, ajuda na (1) manutenção e construção da
força muscular, (2) manutenção da função articular, (3) prevenção da deformidade, (4)
estimulação da circulação, (5 desenvolvimento da resistência e (6) promoção do relaxamento.O
exercício também é valioso para ajudar a restaurar a motivação e o bem- estar do paciente.
Existem 5 tipos de exercícios: passivo, ativo-passivo, ativo, resistência e isométrico.

Abdução do ombro. Movimente o braço a partir da lateral do corpo até acima da cabeça,
retomando então o braço para a lateral do corpo ou para uma posição neutra (adução).

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Flexão externa do ombro. Movimente o braço para frente e para cima ate que fique lateral a
cabeça.

Flexão do cotovelo. Incline o cotovelo, trazendo antebraço e a mão em direção ao ombro;


retome então o antebraço e a mão para a posição neutra (braço estendido).

Rotação interna do ombro. Com o braço na altura do ombro, o cotovelo dobrado em um ângulo
de 90°)’ e a palma na direção do pé, vire a parte superior do braço até que a palma e o
antebraço apontem para trás.

Pronação do antebraço. Com o cotovelo na cintura e num ângulo de 9O, vire o ângulo de forma
que a palma da mão tique para baixo.

Extensão do punho.

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Rotação externa do ombro. Com o braço na altura ombro, o cotovelo inclinado em um ângulo
de e a palma voltada para o pé, vire o braço superior até que a palma e o antebraço apontem
rara frente.

Supinação do antebraço. Com o cotovelo ao nível da cintura e o braço inclinado em um ângulo


de 9O, vire a mão de forma que a palma fique apontando para cima.

Flexão do punho. Incline o punho de modo que a palma fique apontando para o antebraço.
Alinhe até uma posição neutra.

Desvio ulnar. Movimento é mãos para as late ais de modo que a lateral da mão sobre a qual o
dedo mínimo e ta localizado se movimenta em direção ao antebraço

Extensão dos dedos.

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Rotação interna/externa do quadril. Virar a perna em um movimento interno de modo que os


dedos apontem para dentro. Virar a perna em um movimentos externo de modo que os dedos
apontem para fora.

Desvio radial. Movimento o das mãos para as laterais de modo que o lado da mão sob o qual
está o polegar localizado movimenta-se em direção ao antebraço.

Para realizar a abdução/adução do quadril, movimentar a perna para fora e distante do corpo
tanto quanto possível, conforme demonstrado. Retornar a perna da posição abduzida para a
posição neutra cruzar sobre a outra perna tão longe quanto possível.

Hiperextensão do quadril. Posicionar o paciente posição prona e movimentar a perna


posteriormente tão distante do corpo quanto possível.

Oposição do polegar. Movimento do polegar em direção contrária ao toque do dedo mínimo.

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Fletir o quadril e o joelho. Inclinar o quadril pelo movimento da perna para frente tão longe
quanto possível. Retornar a perna da posição fletida para a posição neutra.

Dorsifiexão do pé. Movimentar o pé para cima direção à perna. Então movimentar o pé para e
distante da perna (flexão plantar).

Inversão e eversão do pé. Movimentar o pé de modo que a sola fique de frente para fora
eversão). Então movimentar o pé de modo que a sola fique de frente para o lado interno
(inversão).

Flexão dos dedos dos pés. Inclinar os dedos em direção ao arco do pé.

Extensão dos dedos. Alinhar os dedos e puxá-los em direção à perna o máximo possível.

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AJUDANDO O PACIENTE COM A TRANSFERÊNCIA


A transferência é o movimento do paciente de um local para outro (por exemplo, do
leito para a cadeira, da cadeira para a cadeira higiênica, da cadeira de rodas para a banheira).
Tão logo o paciente seja autorizado a sair do leito, as atividades de transferência são iniciadas.
A enfermeira avalia a habilidade do paciente para participar ativamente da transferência e
determina, junto com o terapeuta ocupacional ou fisioterapeuta, os equipamentos adaptativos
necessários para promover a independência e a segurança. Uma cadeira de rodas debaixo
peso com extensões de freio, com um braço removível destacável e repouso para as pernas,
minimiza os obstáculos estruturais durante a transferência. Os assentos para banheira tomam
as transferências para dentro e para fora da banheira mais fáceis e mais seguras. Os assentos
elevados e acolchoados dos sanitários podem ser mais seguros para os pacientes que querem
evitar fletir os quadris por 90° quando transferidos para o sanitário. É importante que o paciente
mantenha a força muscular e, se possível realize exercícios isométricos para fortalecer o braço
e os músculos dos ombros. Os exercícios isométricos exigem que o paciente se sente ereto no
leito; um livro é colocado sob cada uma das mãos do paciente para proporcionar uma
superfície dura, e o paciente é instruído a empurrar para baixo o livro enquanto eleva o corpo.
E desejável que o paciente seja capaz de elevar e movimentar o corpo em diferentes direções
por meio desses exercícios isométricos.
A equipe de enfermagem ensina o paciente a se transferir. Existem vários métodos de
transferência do leito para a cadeira de rodas quando o paciente é incapaz de ficar de pé. A
técnica escolhida deve ser apropriada para o paciente, considerando as habilidades e as
incapacidades. E útil que a enfermeira demonstre a técnica. Se o fisioterapeuta está envolvido
no ensino da transferência para o paciente, a enfermeira e o fisioterapeuta devem colaborar de
modo que instruções consistentes sejam dadas ao paciente. Durante a transferência, a
enfermeira ajuda e incentiva o paciente.
Se os músculos do paciente não estão fortes o bastante para superar a resistência do
peso corporal, uma prancha polida de baixo peso (prancha de transferência, prancha de
deslizamento) pode ser utilizada
para fazer uma ponte no espaço
entre a cama e a cadeira, O
paciente desliza ao longo da
prancha com ou sem ajuda de
um cuidador. Essa prancha
também pode ser utilizada para
transferir o paciente da cadeira
para o sanitário ou para a
banheira. Deve-se tomar
cuidado para que o paciente
não prenda os dedos na borda
da prancha durante a
transferência, pois o peso do
corpo do paciente pode
comprimir-lhe os dedos à
medida que ele se movimenta
ao longo da prancha. A
segurança é a preocupação
primária durante a
transferência.
A cadeira de rodas e os
leitos devem estar travados
antes de transferir o paciente.
• O braço destacável e o apoio
dos pés são removidos para
tomar a entrada e a saída da
cadeira mais fáceis.
• A extremidade da prancha de
transferência é colocada sob as
nádegas do paciente e a outra
extremidade sobre a superfície
para a qual a transferência será feita (p. ex., a cadeira).
• O paciente é instruído a inclinar-se para frente, erguendo o corpo com as mãos, e, em
seguida, deslizar ao longo da prancha para a outra superfície.

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A enfermagem muitas vezes ajuda os pacientes fracos e incapacitados a saírem do


leito: apóia o paciente e, delicadamente ajuda-o durante as mudanças de posição, protegendo-
o contra as injúrias, evita puxar a extremidade superior enfraquecida ou paralisada para que
não o corra deslocamento do ombro. O paciente deve ser auxiliado a mover-se em direção ao
lado forte. No ambiente domiciliar, ir para o leito ou sair do leito e realizar as transferências
para a cadeira, o sanitário e a banheira são ações difíceis para os pacientes com a musculatura
fraca e perda do movimento do quadril, joelho e tornozelo. Uma corda fixada à cabeceira do
leito possibilita ao paciente elevar-se até o centro do leito, e outra corda, fixada ao pé do leito,
facilita a saída e o retomo ao leito. A altura da cadeira pode ser elevada com almofadas sobre o
assento ou com blocos colocados sob as pernas da cadeira. Barras de fixação podem ser
presas à parede próxima ao sanitário e à banheira para proporcionar estabilidade e apoio.

DEAMBULANDO COM MULETAS


Os pacientes que têm prescrição de deambulação com sustentação parcial do peso
ousem sustentação de peso podem utilizar muletas. A enfermeira ou fisioterapeuta determina
se as muletas são adequadas para o paciente em razão de o bom equilíbrio, adequada reserva
cardiovascular, extremidades superiores mais fortes e postura ereta serem essenciais para
caminhada com muleta.
A deambulação por uma distância funcional (no mínimo o comprimento de um quarto
ou da casa) ou a subida das escadas com muletas exige braços suficientemente fortes porque

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os braços sustentam o peso do paciente. Os grupos musculares importantes para a caminhada


com muleta incluem os seguintes:
 Depressores do ombro — estabilizam a extremidade superior e evitam que n ombro se
desloque
 Adutores do ombro — prendem a parte superior da muleta contra a parede torácica
 Flexores, extensores e abdutores do braço (no ombro) — movimentam as muletas para
frente, para trás e para os lados.
 Distensores do antebraço — previnem a distensão ou dobra; importantes na elevação
do corpo para o balanço da marcha.
 Extensores do punho capacitam a sustentação do peso nas barras de mão.
 Flexores dos dedos e polegar — seguram a barra de mão.
Os exercícios preparatórios são prescritos para fortalecer o perímetro do ombro e os
músculos da extremidade superior.
Antes da deambulação, as muletas devem ser adaptadas ao paciente. Para determinar
o comprimento aproximado da muleta, o paciente pode ser medido de pé ou deitado. Para
medir o paciente de pé quanto às muletas, o paciente é posicionado contra a parede com os
pés ligeiramente afastados e distantes da parede. Cinco centímetros são marcados para fora
da lateral a partir da ponta do dedo do pé. Quinze centímetros são medidos retos à frente, a
partir da primeira marca, e esse ponto é então marcado. Cinco centímetros são medidos abaixo
da axila até a segunda marca para o tamanho aproximado da muleta. Se o paciente deve ser
medido enquanto deitado, ele é mensurado desde a prega anterior da axila até a sola do pé, e
então 5 cm são adicionados. Se a altura do paciente é utilizada, 40 cm são subtraídos para
obter o tamanho aproximado da muleta, O apoio manual deve ser adaptado para permitir uma
flexão de 20 a 30° no nível do cotovelo. O punho deve ficar estendido e a mão dorsifletida. Um
acolchoamento de espuma de borracha sobre o apoio subaxilar é utilizado para aliviar a
pressão da muleta sobre a parte superior do braço e a caixa torácica. Para segurança, as
muletas devem ter grandes ponteiras de borracha, e o paciente deve calçar sapatos bem
adaptados, com solas firmes.

Ensinando a Caminhar com Muleta


O paciente é instruído a utilizar sapatos firmes, bem
adaptados. A enfermeira ou fisioterapeuta explica e
demonstra para o paciente como utilizar as muletas. O
paciente aprende a manter o equilíbrio de pé, ficando sobre
a perna não afetada e apoiando-se em uma cadeira. Para
ajudar o paciente a manter o equilíbrio, a enfermeira segura
o paciente próximo à cintura ou utiliza um cinto de
transferência.
O paciente é ensinado a apoiar o peso sobre os
apoios manuais. (Para os pacientes incapazes de apoiar o
peso por meio do punho e da mão, devido à artrite ou
fratura, estão disponíveis as muletas de braçadeiras que
apóiam o antebraço e permitem que o peso seja transferido
para o cotovelo muleta canadense].) Se o peso é sustentado
na axila, a pressão da muleta pode danificar os nervos do
plexo braquial, produzindo a “paralisia da muleta”.
Para uma estabilidade máxima, o paciente primeiro
assume a posição trípode, mantendo as muletas em tomo
de 20 a 25cm à frente e lateral aos dedos dos pés . (Essa
base de apoio é adaptada de acordo com a altura do paciente, isto é, uma pessoa alta exige
maior base de apoio do que uma pessoa baixa.) Nessa posição, o paciente aprende a desviar o
peso e a manter o equilíbrio.
Antes de ensinar a caminhada de muleta, a enfermeira ou o terapeuta determina qual a
marcha que será melhor para o paciente. A escolha da marcha de muleta depende do tipo e da
gravidade da incapacidade e da condição física do paciente, da força do tronco e do braço e do
equilíbrio corporal.

Técnicas de Manobra da Muleta.

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Antes de o paciente ser considerado independente da caminhada com muleta ele


precisa aprender a sentar-se em uma cadeira, a levantar-se da posição sentada e a subir e
descer escadas.
Para sentar-se:
1. Prenda as muletas ao nível dos apoios manuais para controle
2. Incline-se para frente suavemente, enquanto assume a posição sentada.
3. Posicione a perna afetada à frente, para evitar a sustentação do peso e a flexão.
Para levantar:
1. Movimente-se para frente até a borda da cadeira, com a perna forte ligeiramente sob o
assento.
2. Coloque ambas as muletas na mão do lado da extremidade afetada.
3. Empurre para baixo o apoio manual enquanto eleva o corpo da posição sentada.

Para descer escadas:


1. Caminhe para frente tão longe quanto possível sobre o degrau
2. Avance as bengalas para o degrau inferior. A perna mais fraca é avançada primeiro e, então,
a perna mais forte. Dessa forma, a extremidade mais forte partilha com os braços o trabalho de
elevação e abaixamento do peso corporal.

Para subir as escadas:


1. Avance a perna forte primeiro para cima em direção ao próximo degrau.
2. Avance as muletas e a extremidade mais fraca. Observe que a perna forte sobe primeiro e
desce por último. Um dispositivo de memória para o paciente é “para cima com o bom”“pala
baixo com o mau”.

DEAMBULANDO COM O ANDADOR


Um andador proporciona mais apoio e estabilidade do que a bengala ou as muletas.
Existem dois tipos de andadores: andadores de elevação e andadores de rodas. O andador de
elevação (aquele que tem que ser elevado e movimentado a cada passo para a frente) não
permite um padrão natural de caminhada. Ele é útil para pacientes que tenham um equilíbrio
precário ou uma limitada reserva cardiovascular, ou que não conseguem utilizar as muletas. O
andador com rodas permite uma caminhada automática e é utilizado por pacientes que não
conseguem levantar-se ou que, inapropriadamente, usam um andador de elevação. A altura do
andador é adaptada ao paciente. Os braços do paciente apoiados sobre as barras de mão do
andador devem apresentar 20 a 30° de flexão no nível dos cotovelos. O paciente deve utilizar
sapatos firmes e bem adaptados. A enfermeira caminha com o paciente, segurando-o pela
cintura, conforme necessário, para o equilíbrio, continuamente avaliando a estabilidade do
paciente e protegendo-o contra quedas.
O paciente é ensinado a deambular com uni andador de elevação como se segue:
1. Empurre a cadeira ou o leito para ficar na posição de pé. Nunca puxe a si mesmo utilizando
o andador.
2. Segure o andador sobre as barras de mão para estabilidade.
3. Levante o andador, colocando-o de frente para você enquanto inclina o corpo levemente
para frente.
4. Caminhe para dentro do andador, apoiando o peso corporal sobre as mãos quando avança a
perna enfraquecida, permitindo a sustentação parcial do peso ou a não-sustentação do peso,
conforme prescrito.
5. Equilibre-se sobre os pés.
6. Levante o andador e o coloque em frente a você de novo. Continue esse padrão de
caminhada.
7. Lembre-se de olhar para cima enquanto caminha.

DEAMBULANDO COM UMA BENGALA


A bengala ajuda o paciente a caminhar com maior equilíbrio e apoio e alivia a pressão
sobre as articulações de sustentação de peso devido à redistribuição de peso. As bengalas
quádruplas (bengala com quatro apoios) proporcionam mais estabilidade do que as bengalas
retas. Para adaptar o paciente à bengala, ele é instruído a flexionar o cotovelo em um ângulo
de 300, segurar o apoio manual da bengala no nível do grande trocanter e colocar a ponta da
bengala 15 cm lateral à base do quinto pododáctilo. As bengalas adaptáveis tornam a
individualização mais fácil. A bengala deve ser adaptada com uma suave ponteira que tem
anéis concêntricos flexíveis; a ponteira com esses anéis concêntricos proporciona ótima
estabilidade, funciona como um amortecedor de choque e capacita o paciente a caminhar com
maior velocidade e menor fadiga.
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A bengala é segurada na mão oposta à extremidade afetada. Na caminhada normal, a


perna oposta e o braço movem-se juntos (movimento recíproco); e esse movimento deve ser
realizado por meio da caminhada com a bengala. O paciente é ensinado a deambular com a
bengala conforme se segue:
Seqüência bengala—pé:
1. Segure a bengala na mão oposta à extremidade afetada para ampliar a base de apoio e
reduzir o estresse sobre a extremidade comprometida. (Se o paciente, por alguma razão,
mostra-se incapaz de utilizar a bengala na mão oposta, a bengala pode ser utilizada do mesmo
lado).
2. Avance a bengala ao mesmo tempo que a perna afetada é movimentada para frente.
3. Mantenha a bengala firmemente próxima ao corpo para evitar a inclinação.
4. Sustente-se sobre a bengala quando a extremidade não afetada inicia a fase de balanço.

Subir e descer escadas utilizando a bengala:


1. Suba o degrau com a extremidade não afetada.
2. Coloque a bengala e a extremidade afetada sobre o degrau.
3. Reverta esse procedimento para descer as escadas (“para cima com bom e para baixo com
o mau”).

Conforme os pacientes iniciam a deambulação com um equipamento de ajuda, a


enfermeira continuamente avalia a estabilidade do paciente e o protege contra quedas. A
enfermeira acompanha o paciente segurando-o ao nível da cintura, conforme necessário para o
equilíbrio. O paciente é avaliado quanto à tolerância à caminhada, sendo os períodos de
repouso proporcionados conforme necessário.

Sugestão ao professor: Proponha na sala de aula ou durante a execução das habilidades,


que os alunos realizem esses exercícios de deambulação propostos acima. Assim eles
poderão aprender melhor como ensinar os pacientes.

2.3 (H.e.5) RELACIONAR AS AÇÕES DE ENFERMAGEM PARA O PACIENTE EM COMA.

FUNDAMENTAÇÃO
É importante que os profissionais de saúde forneçam o mesmo atendimento
humanizado, ético e digno dos outros pacientes, também aos pacientes em coma, respeitando
seus direitos e as crenças dos familiares; proporcionando apoio aos amigos e parentes, e
desenvolvendo um trabalho que vise maior qualidade da assistência.

OBJETIVO
Abordagem e discussão sobre disfunções neurológicas.

Temas: Cuidados de Enfermagem ao paciente inconsciente

PROCEDIMENTO
Com o auxílio do professor e do monitor, s alunos devem ser divididos em grupos e
simular atendimento ao paciente inconsciente, enfatizando as condutas de enfermagem no
ambiente hospitalar. Deverão demonstrar um cuidado humanizado que vise à dignidade da
pessoa que está sendo atendida, bem como a atenção e respeito durante a assistência aos
familiares.
Cada grupo pode simular um cuidado especifico, por exemplo, o grupo A discorre e
simula a assistência à higiene oral, o grupo B a respeito da manutenção da integridade cutânea
e assim em diante, (mudança de decúbito, manutenção da via aérea; banho de leito, higiene
corporal unhas, cabelos; cuidados com sondas, drenos, punções, bolsas, curativos;
manutenção da segurança do paciente no leito; se possíveis complicações como preceder).
O professor e o monitor poderão oferecer outros materiais de apoio para que os alunos
possam montar a simulação.

EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO
1) O que significa em termos práticos um tratamento humanizado aos pacientes em coma?
Qual a importância de uma assistência humanizada aos pacientes inconscientes?

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2) Quais os tipos de exercícios passivos podem ser desenvolvidos com os membros do


paciente para se evitar contraturas?
3) De que forma a equipe de enfermagem pode fornecer ou contribuir para estimulação
sensorial destes pacientes?
4) Quais as possíveis complicações que podem ocorrer e de que maneiras podemos evitá-
las?
5) Faça uma síntese dos trabalhos apresentados pelos colegas.
6) Relacione as doenças de Parkinson, Mal de Alzheimer, Esclerose Múltipla e Miastenia
Gravis.

7) Os distúrbios do sistema neurológico podem ocorrer em qualquer momento da vida e podem


variar desde sintomas brandos e auto-limitados até os distúrbios devastadores. Em relação às
afecções clínicas desse sistema, julgue as frases abaixo:
(A) Sobre os sinais e sintomas do Acidente Vascular Cerebral (AVC), pode-se destacar:
parestesia, disfasia, vertigens, diplopia, zumbidos e cefaléias.
(B) Em relação ao estado de coma, dependendo do grau da lesão no cérebro, o paciente pode
apresentar postura de decorticação e descebração.
(C) A equipe de enfermagem, ao cuidar de uma pessoa com alterações da consciência, pode
deparar-se com as situações de confusão, letargia, torpor e coma.
(D) As pessoas com AVC podem apresentar incontinência vesical e fetal, doença de Parkinson
e úlceras por pressão.
(E) A doença de Alzheimer é também conhecida como doença senil.

AUTOAVALIAÇÃO

Escreva um texto em seu caderno de autoavaliação destacando o que você aprendeu


e/ou teve dificuldade com este capítulo.

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CAPITULO 3

COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS HABILIDADE ESSENCIAL


Conhecer os principais distúrbios e doenças que Identificar as formas de prevenção
acometem o sistema urinário e a atuação de para a insuficiência renal aguda e
enfermagem. crônica.
Conhecer as principais intervenções que podem ser
realizadas no sentido de substituir os rins
insuficientes, promovendo a eliminação das toxinas.

3.1 (C.e.5) CONHECER OS PRINCIPAIS DISTÚRBIOS E DOENÇAS QUE ACOMETEM O


SISTEMA URINÁRIO E A ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM.

SEIS SINTOMAS QUE PODERÃO SIGNIFICAR PROBLEMAS RENAIS

INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO

Órgão Infecção
Uretra Uretrite
Bexiga Cistite
Ureteres Ureterite
Rins Pielonefrite

Infecções do trato urinário (ITU’s) são causadas por microorganismos patogênicos no


trato urinário ( o trato urinário acima da uretra normal e estéril), elas são classificadas como
infecções que envolvem o trato urinário superior ou inferior.
As ITU’s inferiores incluem a cistite (inflamação da bexiga urinaria), prostatite
(inflamação da próstata) e uretite (inflamação da uretra). As ITU’s superiores são menos
comuns e englobam a pielonefrite aguda ou crônica (inflamação da pelve renal) nefrite
intestinal (inflamação no rim) e abscessos renais. As ITU’s são classificadas como não
complicadas e complicadas dependendo das condições do paciente, muitas ITU’s não
complicadas são causadas em mulheres jovens. Amiúde, as ITU’s complicadas são causadas
em (homens e mulheres) com anormalidades urológicas ou cateterismo recente, adquiridos no
hospital.

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INFECÇÃO URINÁRIA
Quem está com incontinência por infecção costuma sentir um ardor ao urinar e, muitas
vezes, elimina pouco líquido ao ir ao banheiro. A infecção é causada por um crescimento das
bactérias na bexiga.

1 – Infecção bacteriana.

Infecção do Trato Urinário Inferior


Diversos mecanismos mantêm a esterilidade da bexiga: barreira fisiológica da uretra,
fluxo urinário, competência da junção ureterovesical, várias enzimas e anticorpos
antibacterianos e os efeitos antiaderentes medicados pelas células da mucosa da bexiga. As
anormalidades ou disfunções desses mecanismos contribuem para diminuir as ITU’s.

Intervenções de enfermagem:
Aliviando a dor
A dor associada a ITU e rapidamente aliviada quando a terapia com antimicrobianos e
iniciadas. Os agentes antiespasmódicos também são úteis no alivio da irritabilidade vesical e
da dor. A aspirina e aplicação de calor não períneo ajudam a aliviar a dor e o espasmo. O
paciente e encorajado a beber quantidades elevadas de liquido ( água) para promover o fluxo
sanguíneo renal e lavar as bactérias do trato urinário. São evitados os irritantes do trato urinário
como, refrigerantes do tipo cola, café, chás, frutas cítricas.
A micção freqüente de 2 a 3 horas ajuda para esvaziar a bexiga por completo, pois
pode diminuir as contagens bacterianas na urina, e reduz a estase urinaria e evita a reinfecção.

Prevenindo as Infecções do Trato Urinário


Um objetivo sobre as infecções ITU’s e à sua prevenção. Os comportamentos ligados a
saúde que ajudam a evitar a implementação cuidadosa a higiene pessoal, ingestão hídrica para
promover a micção e a diluição da urina, micção regular e mais freqüente e regime terapêutico.
Higiene;
 Tomar banho de chuveiro em vez de banheira
 Depois de cada evacuação, limpar o períneo e o meato uretral de frente para traz.

Ingestão Hídrica;
 Beber quantidades liberais de líquido diariamente para depurar as bactérias.
 Evitar, café, chás, refrigerantes do tipo cola, álcool.

Hábitos Miccionais;
Urinar de 2 a 3 horas durante o dia e esvaziar a bexiga. As precauções exclusivas para
mulheres incluem as seguintes:
 Urinar imediatamente após relação sexual.
 Tomar uma dose única de um agente antimicrobiano oral depois da relação sexual.

Terapia;
 Tomar os medicamentos exatamente como são prescritos.

UROLITÍASE

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A urolitíase refere ao trato urinário. Os cálculos são formados quando a concentração


urinária de substâncias, como oxalato de cálcio, fosfato de cálcio e acido úrico aumentam. È
referido como supersaturação e depende da quantidade de substância, da força iônica e do pH
da urina.

1 - Locais mais freqüentes de instalação do cálculo.

2 - Rim.
3 - Uretra.

Intervenções de enfermagem

Aliviando a Dor
O alívio imediato da dor intensa devido a cólica renal ou ureteral e efetuados com
analgésicos opióides (administração endovenosa ou intravenosa) ou com agentes
antiinflamatórios não-estreiodais.

Monitorizando e tratando as complicações potencias


Como os cálculos renais aumentam o risco de infecções, sepse e obstrução do trato
urinário, o paciente é instruído a relatar a diminuição do volume urinário e a urina sanguinolenta
ou turva. A ingestão hídrica aumenta e evita a desidratação e aumenta a pressão hidrostática
dentro do trato urinário. Quando o paciente é incapaz de ingerir os líquidos por via oral, e feito
por meio endovenoso.
Os pacientes com calculo requerem observação freqüente para detectar eliminação
espontânea, toda urina e filtrada por através de gazes, porque o cálculo de acido úrico pode
desintegrar-se, é necessário monitorar temperatura do paciente para detectar sinais precoces
da infecção.

Ensinando o autocuidado aos pacientes


Como o risco de recidiva dos cálculos renais é alta, a enfermeira realiza o ensino sobre
as causas de cálculos renais e os meios de evitar sua recidiva. O paciente é encorajado a
seguir um regime para evitar a formação de cálculos adicionais. Uma faceta da prevenção é
manter uma ingestão hídrica, porque os cálculos se formam com maior facilidade na urina
concentrada. Um paciente que tem tendência para formar cálculos deve beber líquido suficiente
para excretar mais de 2.000 ml Se urina a cada 24 horas (preferivelmente 3.000 a 4.000 ml),

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deverá aderir à dieta prescrita e evitar aumentos súbitos nas temperaturas ambientais, que
podem provocar uma queda no volume urinário.
Líquidos suficientes devem ser ingeridos à noite para evitar que a urina se tome muito
concentrada nesse período.
A ITU recorrente é tratada com vigor. Como a imobilização prolongada torna lenta a
drenagem renal e altera o metabolismo do cálcio, o aumento da mobilização é encorajado
sempre que possível. Além disso, a ingestão excessiva de vitaminas (especialmente a vitamina
D) e de minerais é desencorajada.
Se a litotripsia, a retirada percutânea do cálculo ou outros procedimentos cirúrgicos
para a retirada do cálculo foram realizados, o paciente é instruído sobre os sinais e sintomas
das complicações que precisam ser relatados para o médico. A importância do
acompanhamento para avaliar a função renal e garantir a erradicação ou retirada bem-
sucedida de todos os cálculos renais é enfatizada para o paciente e família.

LITOTRIPSIA
A litotripsia consiste em ondas de choque direcionadas para o local onde está o
cálculo. Elas quebram, explodem a pedra e os fragmentos são eliminados com mais facilidade.
Se não se consegue fazê-lo com a litotripsia, pode-se recorrer a um procedimento cirúrgico
endoscópico pelo ureter. O aparelho alcança o ureter e a bexiga urinária e tenta quebrar o
cálculo onde ele estiver.

O paciente é encorajado a aumentar a ingestão hídrica para ajudar na eliminação dos


fragmentos de cálculo, que pode acontecer durante semanas a vários meses depois do
procedimento. O paciente e a família são instruídos sobre os sinais e sintomas que indicam a
ocorrência de complicações, como febre, débito urinário decrescente e dor. Também é
importante informar ao paciente para esperar a hematúria (sangue na urina, é prevista em
todos os pacientes), mas deve desaparecer dentro de 4 a 5 dias. O paciente é instruído para
notificar o médico quando ocorrerem náuseas ou vômitos, uma temperatura maior que 38°C ou
dor não aliviada pela medicação prescrita. O paciente também é informado de que uma
equimose pode ser notada nas costas, sobre e lado tratado.

TUMORES RENAIS
O câncer do rim contribui com cerca de 2% de todos os casos de câncer e adultos. Ele
afeta quase duas vezes mais no sexo masculino do que no feminino. O tipo mais comum de
tumor renal é o adenocarcinoma renal ou de células renais, contribuindo com 85% de todos os
tumores renais, esses tumores podem causar metástase precoce para pulmões, osso, fígado,
cérebro e rim contralateral. Um terço do paciente apresenta com doença metastática no
momento do diagnostico.

Tratamento de Enfermagem

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O paciente com tumor renal sofre procedimentos diagnósticos e terapêuticos extensos,


inclusive cirurgia, radioterapia e terapia medicamentosa (ou sistêmica). Depois da cirurgia são
instalados drenos e cateteres nos pacientes. Por causa da localização da incisão cirúrgica, da
posição durante a cirurgia, a dor e mialgia são comuns nos pacientes, requerendo analgesia e
ajuda para virar-se após a cirurgia. A mudança de posição, a tosse, o uso de espirometria
incentivada e a respiração profunda são necessários para evitar complicações pulmonares.

URETRITE
A uretrite, inflamação da uretra é uma infecção ascendente e pode ser classificada
como gonocócica ou não gonocócica. Ambas as condições podem estar presentes nos
pacientes, elas são as DSTs que ocorrem em homens nos países desenvolvidos.
A uretrite gonocócica é provocada pela N.gonorrhoease, é transmitida por contato
sexual. Nos homens, a inflamação do orifício meatal ocorre com a queimação a micção, uma
secreção uretral aprece em 3 a 14 dias após a exposição sexual, embora a doença possa
permanecer assintomática em ate 10% dos homens. A infecção envolve os tecidos ao redor da
uretra, gerando peri-uretrite, prostatite, epididimite e estenose uretral.
A uretrite não-gonocócica e causada pela C.trachomatis ou Ueraplasma urealyticum.
Os pacientes do sexo masculino se queixam de disuria branda a grave secreção uretral
escassa e moderada, ela requer um tratamento com antibiótico imediato.

Uretrite
A uretrite é a inflamação ao longo do canal uretral.

TUBERCULOSE RENAL E DO TRATO GENITOURINARIO


È causada pelo microorganismo Mycobacterium tuberculosis, o microorganismo migra
dos pulmões por meio da corrente sanguínea ate os rins, podendo ficar latente por anos,
depois que ele atinge o rim, uma inflamação de baixo grau e os tubérculos é percebida, e se os
microorganismos continuam a se multiplicar os tubérculos aumentam formando cavidades, com
a destruição do parênquima. O microorganismo dissemina para baixo pelo trato urinário
podendo infectar a próstata, epidídimo e testículos no homem.

Tratamento de enfermagem
Em sua maior parte, focaliza a educação do paciente para promover o autocuidado
efetivo e evitar a recidiva ativa ou transmissão da doença.

Promovendo o cuidado domiciliar


A educação dos pacientes é fornecida sobre os medicamentos prescritos , sua
administração correta, identificação dos efeitos colaterais e a importância da terapia. São
fornecidas instruções sobre turbeculose; sua causa, disseminação e tratamento. Os homens
são instruídos a usar preservativos, durante relação sexual.

CISTITE INTERSTICIAL
È um distúrbio vesical mal definido, referido como síndrome da uretra ou bexiga
dolorosa, definida como uma inflamação da parte vesical que, eventualmente causa
desintegração do revestimento e perda da elasticidade vesical. O distúrbio acontece mais
amiúde em mulheres de 40 á 50 anos de idade, porem pode afetar qualquer idade, raça, ou
sexo.

Tratamento de Enfermagem
O paciente com sintomas de cistite intersticial tem sintomas prolongados, e esses
sintomas impedem que o paciente realize atividades normais. O paciente foi tratado pro
inúmeros profissionais e com pouco alivio dos sintomas, e em conseqüência disso ele pode se
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sentir, deprimido, ansioso, tenso e cético em relação aos tratamentos propostos. Nessa
situação é necessário o apoio psicológico.

INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA


Insuficiência renal crônica ou DRET é uma deterioração progressiva e irreversível da
função renal em que a capacidade do corpo manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico
falha resumindo em urenia ou azotemia (retenção de uréia e outros produtos de degradação
nitrogenados do sangue).
A DRET pode ser causada por doenças sistêmicas como o diabetes melito (causa
principal); hipertensão; glomerulonefrite crônica; pielonefrite; obstrução do trato urinário; lesões
hereditárias, como a doença do rim policístico; distúrbios vasculares ; infecções; medicamentos
ou agentes tóxicos. Os agentes ambientais e ocupacionais que foram implicados na
insuficiência renal crônica incluem, chumbo, Cadmo, mercúrio, e cromo. É necessário proceder
a diálise ou transplante renal, para a sobrevivência do paciente.

Tratamento de Enfermagem
O cuidado de enfermagem procura avaliar o estado hídrico e identificar as fontes
potenciais de desequilíbrio e promover os sentimentos positivos, encorajando o aumento do
autocuidado e a maior independência. É extremamente importante fornecer as explicações e
informações para o paciente e para a família em relação à DRET, sobre as opções de
tratamento e complicações potenciais. Muito apoio emocional é necessário ao paciente e à
família, em virtude das diversas alterações vivenciadas.

Promovendo o cuidado domiciliar e comunitário


A equipe de enfermagem desempenha urna função extremamente importante no
ensino do paciente com DRET. Por causa da necessidade de ensino extensivo, a enfermeira
de cuidado domiciliar, a enfermeira da diálise fornece a educação continuada e o reforço. O
paciente é ensinado sobre como verificar o dispositivo de acesso vascular para a
permeabilidade e sobre como tomar certas precauções, como evitar a punção venosa e as
mensurações da pressão arterial no braço portador do dispositivo de acesso.
Além disso, o paciente e a família necessitam de considerável assistência e
apoio para lidar com a necessidade de diálise e suas implicações em longo prazo. Por
exemplo, eles precisam saber que problemas devem relatar para o profissional de saúde,
incluindo os seguintes:
 Agravamento dos sinais de insuficiência renal (náuseas, vômitos, mudança no débito
urinário normal [quando existente, odor de amônia na respiração)
 Sinais de hipercalemia (fraqueza muscular, diarréia, cólicas abdominaïs)
 Sinais e sintomas de problemas no acesso (fístula ou enxerto coagulado, infecção)
Os sinais supracitados de agravamento da insuficiência renal, além dos níveis séricos
crescentes de uréia e creatinina, podem ser indicativos da necessidade de alterar a prescrição
da diálise. A enfermeira da clínica de diálise também fornece educação continuada e apoio em
cada sessão do tratamento de diálise.

Cuidado Continuado
A importância dos exames de acompanhamento e do tratamento é ressaltada para o
paciente e para a família por causa do estado físico, função renal e demandas de diálise
mutáveis. O encaminhamento para o cuidado domiciliar fornece à enfermeira de cuidado
domiciliar a oportunidade de avaliar o ambiente do paciente, o estado emocional e as
estratégias de enfrentamento do estresse usadas pelo paciente e pela família para lidar com as
alterações nas funções familiares frequentemente associadas à doença crônica.

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INSUFICIÊNCIA RENAL

CRÔNICA

1) A função dos rins é filtrar o sangue,


dele removendo os resíduos tóxicos
produzidos nos tecidos do corpo e
A DOENÇA também sais e outras substâncias que
estejam presentes em quantidades
excessivas. Também produzem
A insuficiência renal crônica é hormônios responsáveis pelo controle
provocada por lesões renais da Pressão Arterial e pela produção e
irreversíveis e progressivas liberação de glóbulos vermelhos pela
provocadas por doenças que medula óssea, o que evita a anemia.
tornam o rim incapaz de
2) O sangue chega aos rins através
realizar as suas funções.
das artérias renais que, no interior
Sua evolução depende da dos rins, dividem-se em vasos
doença original e de causas cada vez menores até que se
agravantes, como Hipertensão formem canais enovelados muito
Arterial, infecção urinária, finos - os glomérulos. Em cada
nefrite, gota e diabete. rim existem milhões de
glomérulos que são os verdadeiros
Muitas vezes a filtros do sangue.
destruição renal
progride pelo 3) Quando o sangue passa por
esses pequenos vasos, o excesso
desconhecimento de líquidos e sais é eliminado e
e descuido dos inicia-se a formação de urina.
portadores das Depois de atravessar vários tubos
doenças renais. e sofrer várias transformações, ela
será eliminada para um tubo
comum, o ureter, e então, para a
bexiga e a uretra.

4) Aproximadamente dois mil litros de


sangue passam pelos rins todos os dias,
sendo produzidos ao final 1,2 litros de
urina por dia. Se os nossos rins tiverem sua
função preservada, quanto mais líquido
tomarmos, mais urina será produzida.

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INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA


A insuficiência renal resulta quando os rins são incapazes de remover os produtos de
degradação metabólica do corpo ou de realizar as funções reguladoras. As substâncias
normalmente eliminadas na urina acumulam-se nos líquidos corporais em conseqüência da
excreção renal comprometida e levam a uma ruptura nas funções endócrinas e metabólicas,
bem como a distúrbios hidroeletrolítieos e ácido-básicos. A insuficiência renal aguda é uma
perda súbita e quase completa da função renal durante um período de horas a dias. Embora a
insuficiência renal aguda seja freqüentemente creditada como um problema observado apenas
em pacientes hospitalizados, ela também pode ocorrer no setor ambulatorial. A insuficiência
renal aguda manifesta-se como oligúria, anúria ou volume urinário normal. A oligúria (menos de
400 ml de urina/dia) é a situação clínica mais comumente notada na insuficiência renal aguda;
a anúria (menos de 50 ml de urina/dia) e o débito urinário normal não são tão comuns.

Tratamento de Enfermagem
A equipe de enfermagem mantém os membros da família informados sobre a condição
do paciente, auxilia-os na compreensão dos tratamentos e presta apoio psicológico. Embora o
desenvolvimento da insuficiência renal aguda possa ser o problema com maior risco devido, a
equipe de enfermagem deve continuar a incluir no plano de cuidado as medidas indicadas para
o distúrbio primário do paciente (p.ex., queimaduras, choque, trauma, obstrução do trato
urinário).

Monitorizando o Equilíbrio Hidroeletrolítico


Os líquidos parenterais, toda a ingestão oral e todos os medicamentos são avaliados
cuidadosamente para garantir que fontes ocultas de potássio não sejam inadvertidamente
administradas ou consumidas. As soluções endovenosas devem ser cuidadosamente
selecionadas, de acordo com o estado hidroeletrolítico do paciente. A função cardíaca e o
estado musculoesquelético do paciente são monitorizados de perto.
O estado hídrico do paciente é monitorizado pela atenção cuidadosa quanto à ingestão
hídrica (os medicamentos endovenosos devem ser administrados no menor volume possível),
débito urinário, presença de edema, distensão das veias jugulares, dificuldade crescente na
respiração. Pesagem diária exata e os registros de ingestão e excreção são essenciais.
Os distúrbios hidroeletrolíticos são freqüentemente tratados com hemodiálise, diálise
peritoneal ou outras terapias de substituição renal contínua.
O repouso no leito pode estar indicado para diminuir o esforço e a taxa metabólica
durante o estágio mais agudo do distúrbio. Febre e infecção, as quais aumentam a taxa
metabólica e o catabolismo, são evitadas ou tratadas de imediato.

Promovendo a Função Pulmonar


E dada atenção para a função pulmonar, sendo o paciente assistido para se virar, tossir
e fazer respirações profundas com freqüência. A sonolência pode impedir que o paciente se
movimente e se vire sem encorajamento e assistência.

Prevenindo a Infecção
A assepsia é essencial com as linhas invasivas e cateteres para minimizar o risco de
infecção e o aumento do metabolismo. O cateter urinário de demora é evitado, quando
possível, por causa do alto risco de ITU associado a seu uso.

Proporcionando Cuidado Cutâneo


A pele do paciente pode ser seca ou suscetível a ruptura em conseqüência do edema;
portanto, o cuidado cutâneo meticuloso é importante. De maneira adicional, a escoriação e o
prurido da pele podem resultar da deposição de toxinas irritantes nos tecidos do paciente.
Massagear as proeminências ósseas, mudar freqüentemente o decúbito do paciente e banhá-lo
com água fria são, com freqüência, medidas reconfortantes e evitam a ruptura da pele.

Prestando Apoio
O paciente com insuficiência renal aguda requer tratamento com hemodiálise, diálise
peritoneal ou outras terapias de substituição renal contínua para prevenir contra as
complicações graves o intervalo de tempo que esses tratamentos requerem varia conforme a
causa e a extensão da lesão para os rins. O paciente e a família precisarão de assistência,
explicação e apoio durante esse período. A finalidade e a justificativa dos tratamentos são
explicadas ao paciente e à família pelo médico. Os níveis elevados de ansiedade e medo, no
entanto, podem exigir a explicação e esclarecimento repetidos pela enfermeira. Os membros

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da família podem ficar inicialmente temerosos em tocar o paciente e conversar com ele durante
o procedimento, mas devem ser encorajados e auxiliados a assim proceder.
Embora muitas das funções da enfermeira sejam devotadas aos aspectos técnicos do
procedimento, as necessidades psicológicas e preocupações do paciente e da família não
podem ser ignoradas. E essencial a avaliação continuada do paciente para as complicações da
insuficiência renal aguda e de sua causa precipitante.

PIELONEFRITE CRÔNICA
O paciente com pielonefrite crônica geralmente não apresenta sintomas de infecção até
que ocorra uma exacerbação aguda. Os sinais e sintomas perceptíveis podem incluir fadiga,
cefaléia, apetite deficiente, poliúria, sede excessiva e perda de peso. A infecção persistente e
recorrente pode produzir cicatrização progressiva do rim, com a insuficiência renal sendo o
resultado final.
As bactérias, uma vez detectadas na urina, são erradicadas, quando possível.
As complicações da pielonefrite crônica incluem a DRET (decorrente da perda
progressiva de néfrons secundária a inflamação crônica e cicatrização), hipertensão e
formação de cálculos renais (devido à infecção crônica).

Tratamento de Enfermagem
O paciente pode necessitar de hospitalização ou pode ser tratado como um paciente
ambulatorial. Quando ele é hospitalizado, a ingestão e a excreção de líquidos são
cuidadosamente mensuradas e registradas. A menos que contra-indicados, os líquidos são
encorajados (3-41/dia) para diluir a urina, diminuir a queimação durante a micção e evitar a
desidratação. A enfermeira verifica a temperatura do paciente a cada 4 horas e administra
antitérmicos e antibióticos, conforme prescritos. Com freqüência, o paciente sente-se mais
confortável ao repousar no leito durante a fase aguda da doença.
O ensino do paciente enfatiza a prevenção das infecções do trato urinário pelo
consumo de uma ingestão hídrica adequada, esvaziamento regular da bexiga e realização da
higiene perineal recomendada.

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3.2 (C.e.6) CONHECER AS PRINCIPAIS INTERVENÇÕES QUE PODEM SER REALIZADAS


NO SENTIDO DE SUBSTITUIR OS RINS INSUFICIENTES, PROMOVENDO A ELIMINAÇÃO
DAS TOXINAS.

DIÁLISE
A diálise é um processo empregado para remoção de líquidos e dos produtos de
degradação urêmicos do corpo quando os rins são incapazes de fazê-lo. A necessidade da
diálise pode ser aguda ou crônica.
A diálise aguda está indicada quando existe um nível elevado e crescente de potássio
sérico, sobrecarga hídrica e edema pulmonar iminente. Ela também pode ser empregada para
remover determinados medicamentos ou outras toxinas (envenenamento ou intoxicação de
medicamento) do sangue.
A diálise crônica ou de manutenção está indicada na insuficiência renal crônica,
conhecida como doença renal em estágio terminal (DRET), nos seguintes casos: ocorrência de
sinais e sintomas urêmicos que afetem todos os sistemas orgânicos (náuseas e vômitos,
anorexia grave, letargia crescente, confusão mental), sobrecarga hídrica não-responsiva a
diuréticos e à restrição hídrica e uma carência geral de bem-estar. Os pacientes sem função
renal têm sido mantidos por vários anos com diálise. O transplante de rim bem-sucedido
elimina a necessidade. Embora os custos da diálise sejam geralmente reembolsáveis,
limitações na capacidade de trabalho do paciente, decorrentes da doença e da diálise,
geralmente impõem uma grande carga financeira aos pacientes e às famílias.
A decisão de iniciar a diálise deve ser feita depois de uma discussão plena entre o
paciente, a família, o médico e as pessoas significativas, conforme apropriado.

HEMODIÁLISE
A hemodiálise é o método de diálise mais comumente empregado. Ela é usada para
pacientes que estão agudamente doentes e que necessitam de diálise por curto prazo (dias a
semanas), bem como para pacientes com DRET que necessitam de terapia em longo prazo ou
permanente. Um dialisador ou rim artificial serve como uma membrana semipermeável
sintética, substituindo os glomérulos renais e túbulos como um filtro para os rins
comprometidos.
A hemodiálise evita a morte dos pacientes com insuficiência renal crônica, embora ela
não cure a doença renal e não compense a perda das atividades endócrinas ou metabólicas
dos rins. Os pacientes que recebem hemodiálise devem submeter-se ao tratamento pelo resto
da vida (usualmente três vezes por semana, por um mínimo de 3 a 4 horas por tratamento) ou
até se submeterem a um transplante renal bem-sucedido. Os pacientes são colocados sob
diálise crônica quando necessitam de terapia dialítica para a sobrevida e controle dos sintomas
urêmicos. A tendência no tratamento da DRET é iniciar o procedimento antes que os sinais e
sintomas associados à uremia se tomem graves.

Princípios Fundamentais da Hemodiálise


Os objetivos da hemodiálise são extrair as substâncias nitrogenadas tóxicas do sangue
e remover o excesso de água. Na hemodiálise, o sangue, carregado de toxinas e resíduos
nitrogenados, é desviado do paciente para uma máquina, um dialisador, no qual é limpo e, em
seguida, devolvido ao paciente.
As toxinas e os resíduos no sangue são removidos por difusão; isto é, eles são
retirados da área de maior concentração no sangue para uma área de menor concentração no
dialisado. O dialisado é uma solução composta de todos os eletrólitos importantes em suas
concentrações extracelulares ideais. O excesso de água é retirado do sangue por osmose, na
qual a água se movimenta de uma área de concentração de soluto mais elevada (sangue) para
a menor concentração de soluto (o banho de dialisado). O anticoagulante heparina é
administrado para manter o sangue sem coagulação no circuito de diálise. O sangue limpo é
devolvido ao corpo. Ao término do tratamento de diálise, muitos produtos de degradação foram
retirados, o equilíbrio eletrolítico foi restaurado no sentido da normalidade.

Processo da Hemodiálise
O processo de Hemodiálise tem quatro fases específicas:
1. O sangue com substâncias tóxicas sai do organismo através de uma agulha inserida na
veia, é impulsionado por uma bomba, percorre um circuito extra-corpóreo através de um equipo
arterial, e entra no dialisador instalado na máquina de Hemodiálise.
2. O sangue na máquina, passa pelo dialisador / filtro entrando em contato com o banho de
diálise.

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3. O banho de diálise é uma solução que, devido a sua concentração e composição química,
atrai as impurezas e a água contida no sangue. As impurezas atravessam a membrana e
passam para o banho.
4. O banho que adquiriu as impurezas e a água do sangue, sai da máquina e é jogado fora
pelos drenos, que posteriormente são drenadas para fora da máquina.
5. O sangue agora "limpo" purificado sai pelo outro lado da máquina, retornando ao paciente
pelo equipo venoso e agulha venosa.
(ver a figura abaixo)

A circulação do sangue pelo circuito extra- corpóreo só é possível se o sistema se


mantiver anti-coagulado. O processo de depuração das substâncias tóxicas e da remoção
d'água na hemodiálise são realizados pelo princípio de difusão e ultrafiltração.
Na hemodiálise, o princípio de ultra-filtração usado para remoção de água, ocorre
também pela presença de um sistema de pressão hidrostática, que uma vez programado força
a passagem de água através dos poros da membrana para o banho de diálise e posterior
drenagem.
Para realizar a hemodiálise, a água na qual é diluído o banho de diálise deve ser
devidamente tratada com osmose reversa, de acordo com os padrões mínimos de qualidade
definidos em lei. Se a água não for tratada, esta pode apresentar microorganismos, que
atravessando a membrana semi -permeável do dialisador podem vir a contaminar o sangue do
paciente, levando desde reações febris até a morte.
O banho ou solução de diálise apresenta uma composição química ideal para atrair as
substâncias tóxicas do sangue. O banho de diálise deve ser diluído com água tratada seguindo
os padrões de condutividade e temperatura programados na máquina e devem ser aferidos
pelos técnicos antes de conectar o paciente.

 Equipamento: Dialisadores
Muitos dialisadores, ou rins artificiais, são diálisadores de placas planas, ou rins
artificiais de fibras ocas, contendo milhares de diminutos túbulos de celofane que atuam como
membranas semipermeáveis. O sangue flui através dos túbulos, enquanto uma solução, o
dialisado, circula ao redor dos túbulos. A troca de produtos de degradação do sangue para o
dialisado acontece por meio da membrana semipermeável dos túbulos.

 Acesso Vascular
O sangue pode ser retirado, limpo e devolvido ao corpo em velocidades entre 200 e
800 ml/min; entretanto, em primeiro lugar, o acesso à circulação do paciente deve ser
estabelecido. Diversos tipos de acesso estão disponíveis.

Cateteres de subclávica, jugular interna e femoral.


O acesso imediato à circulação do paciente para a hemodiálise aguda é conseguido ao
se inserir um cateter de luz dupla ou de múltiplas luzes na veia subclávia, jugular interna ou
femoral. Embora esse método de acesso vascular não seja isento de riscos (por ex.,
hematoma, pneumotórax, infecção, trombose da veia subclávia, fluxo inadequado), ele pode
ser freqüentemente utilizado por várias semanas. Os cateteres são retirados quando não
houver mais necessidade, porque a condição do paciente melhorou ou porque foi estabelecido
outro tipo de acesso. Os cateteres de luz dupla com balão também podem ser inseridos por
meios cirúrgicos na veia subclávia dos pacientes que necessitam de um cateter venoso central
para a diálise durante um período mais prolongado.

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FÍSTULA
Um acesso mais permanente, conhecido como fístula, é criado por meios cirúrgicos
(usualmente no antebraço) ao se unir (anastomosar) uma artéria em uma veia, tanto látero-
lateral quanto término-lateral. As agulhas são inseridas dentro do vaso a fim de se obter o fluxo
sangüíneo adequado para passar através do dialisador. O segmento arterial da fistula é
empregado para o fluxo arterial e o segmento venoso para a reinfusão do sangue dialisado. A
fístula leva de 4 a 6 semanas para amadurecer, antes de estar pronta para uso. Isso
proporciona tempo para a cicatrização e para que o segmento venoso da fístula se dilate para
acomodar duas agulhas de grosso calibre (14 ou 16). O paciente é encorajado a realizar os
exercícios para aumentar o tamanho desses vasos (apertando uma bola de borracha para as

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fístulas de antebraço) e, portanto, para acomodar as agulhas de grosso calibre empregadas na


hemodiálise.

ENXERTO
Um enxerto arteriovenoso pode ser criado pela interposição subcutânea de uma
prótese biológica, semibiológica ou sintética entre uma artéria e uma veia. O material de
enxerto sintético mais usado é o politetrafluoroetileno. Em geral, um enxerto é criado quando os
vasos do próprio paciente não são adequados para uma fístula. Os enxertos geralmente são
colocados no antebraço, no braço ou na parte superior da coxa.

Riscos:
 Infecção.
 Trombose.

Sistema de hemodiálise. (A) O sangue de uma artéria é bombeado para dentro. B) de um


dialisador, onde flui através de tubos de celofane, os quais atuam como a membrana
semipermeável (detalhe). O dialisado, que apresenta a mesma composição química do sangue,
exceto Dela uréia e produtos de degradação, flui ao redor dos tubos. Os produtos de
degradação no sangue difundem-se através da membrana semipermeável para dentro do
dialisado.

Em geral, os enxertos são colocados no antebraço, no braço ou na parte superior da


coxa. A infecção e a trombose são as complicações mais comuns dos enxertos arteriovenosos.

Complicações da Hemodiálise
Embora a hemodiálise possa prolongar indefinidamente a vida, ela não altera a
evolução natural da doença renal subjacente, nem substitui por completo a função renal. O
paciente fica sujeito a inúmeros problemas e complicações. Uma causa importante de morte
entre os pacientes que sofrem hemodiálise crônica é a doença cardiovascular aterosclerótica.
Os distúrbios do metabolismo lipídico parecem ser acentuados pela hermodiálise. Insuficiência
cardíaca com congestiva, cardiopatia coronariana e dor anginosa, acidente vascular cerebral e
insuficiência vascular periférica podem ocorrer, podendo incapacitar o paciente. Anemia e
fadiga contribuem para a diminuição do bem-estar físico e emocional, carência de energia e de
estímulo e falta de interesse. As úlceras gástricas e outros problemas gastrointestinais ocorrem
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a partir do estresse fisiológico da doença crônica, do medicamento e de problemas correlatos.


O distúrbio do metabolismo do cálcio pode levar a dor e fraturas ósseas. Os outros
problemas incluem a sobrecarga hídrica associada à insuficiência cardíaca congestiva,
desnutrição, infecção, neuropatia e prurido. As complicações do tratamento dialítico podem
incluir as seguintes: a hipotensão (baixa pressão arterial) pode ocorrer durante o tratamento, à
medida que o líquido é retirado. Náuseas, vômitos, taquicardia e vertigem são sinais comuns
de hipotensão. As cãibras musculares dolorosas ocorrem, geralmente, em um período mais
tardio na diálise.

Cateter de hemodiálise com balão e luz dupla, usado na hemodiálise de emergência. O


adaptador “B” é conectado a uma linha sanguínea, através da qual o sangue proveniente do
paciente é bombeado. Depois que o sangue atravessa o dialisador (rim artificial), ele retorna ao
paciente através do adaptador “A”.

A exsanguinação pode acontecer quando linhas sangüíneas se desconectam, ou


quando as agulhas de diálise são deslocadas acidentalmente.
As arritmias podem resultar das alterações eletrolíticas. A embolia gasosa é rara, mas
pode acontecer quando o ar penetra no sistema vascular do paciente. A dor torácica pode
ocorrer por causa da anemia ou em pacientes com cardiopatia.
O desequilíbrio dialítico resulta dos deslocamentos de líquido cerebral. As
manifestações incluem cefaléia, náuseas e vômitos, agitação, nível diminuído de consciência
ou convulsões; é mais provável que eles ocorram na insuficiência renal aguda ou quando os
níveis sangüíneos de uréia estão muito elevados.

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Uma fístula arteriovenosa interna (acima) é criada por uma anastomose látero-lateral da artéria
com a veia.
Um enxerto (abaixo) também pode ser estabelecido entre a artéria e a veia.

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Comparação entre a hemodiálise e a diálise peritoneal


A Diálise Peritoneal processa-se dentro do abdômen do doente, através da membrana
que envolve o intestino (peritoneu), entre ele próprio e um líquido que é introduzido no
abdômen. O líquido (dialisante) é colocado e drenado por um tubo (cateter) que é colocado no
abdômen e nele permanece, permitindo o seu uso continuado. O líquido introduzido permanece
durante algum tempo no peritônio onde trabalha como um "ímã" extraindo do sangue o excesso
de líquido e toxinas acumuladas. Este processo repete-se de uma forma cíclica.
O doente adapta-se ao cateter rapidamente porque este não interfere com o seu estilo
de vida nem com a realização das suas atividades diárias.

Acesso Peritoneal: através de uma pequena cirurgia, um cateter (tubo flexível biocompatível) é
implantado no abdômen e permite que a solução de
diálise entre e saia da cavidade peritoneal. O cateter é
permanente e indolor.
Para a realização da terapia, a solução de
diálise é infundida na cavidade peritoneal por meio de
um cateter. Uma pequena parte do cateter fica externo
ao abdômen, sendo o veículo de comunicação entre a
cavidade peritoneal e as bolsas de solução de diálise. O
volume de solução a ser infundido varia de acordo com
a área de superfície corpórea do paciente, isto é, o
tamanho de cada pessoa.
Existem dois tipos de Diálise Peritoneal:
 Diálise Peritoneal Contínua Ambulatória
(DPCA)
Realiza-se em casa e consiste na utilização de uma máquina que efetua as trocas de
líquido durante a noite enquanto o doente dorme. Somente terá de ir ao hospital cada mês para
realizar as análises de controlo habituais.
As necessidades de cada doente e mediante prescrição médica, a máquina será
programada para que se realizem mais ou menos trocas durante o tratamento.

 Diálise Peritoneal Automática


(DPA)
É uma técnica em que o líquido se
troca no mínimo 4 vezes por dia, na sua
própria casa, emprego ou noutro lugar;
uma vez que tudo o que é necessário
para a Diálise Peritoneal (bolsas de
líquido dialisante) se transporta facilmente
e só têm que se respeitarem regras de
higiene rigorosas. Cada troca de líquidos
demora aproximadamente 20 a 30
minutos, É m sistema que não obriga o
doente a deslocar-se regularmente ao
hospital, exceto para análises de controlo
habituais que se realizam mensalmente.

Quando os rins falham, podem


extrair-se os produtos residuais e o
excesso de água do sangue por
hemodiálise ou diálise peritoneal. Na
hemodiálise, o sangue é extraído do
corpo e faz-se circular através de um aparelho denominado dialisador que filtra o sangue. Na
diálise peritoneal, o peritônio, uma membrana no abdômen, é usado como filtro. Na
hemodiálise, cria-se cirurgicamente uma ligação entre uma artéria e uma veia (uma fístula
arteriovenosa) ou cateter, para facilitar a extração e o retorno do sangue. O sangue flui da
fístula até o dialisador.
No interior do dialisador, uma membrana artificial separa o sangue de um líquido (o
dialisado) que é semelhante aos fluídos normais do corpo. O líquido e as substâncias tóxicas
do sangue são filtrados pela membrana do dialisador e junto com a solução de diálise formam o
dialisado. O sangue purificado é devolvido ao corpo do paciente. Na diálise peritoneal, introduz-
se um cateter através de uma pequena incisão na parede abdominal dentro do espaço
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peritoneal. O dialisado drena pelo efeito da gravidade ou é bombeado através do cateter e


deixado no espaço um tempo suficientemente longo para permitir que os produtos tóxicos
provenientes do sangue sejam filtrados através do peritônio e junto com a solução de diálise
formar o dialisado. Este é drenado e substituído.

Cuidados de enfermagem durante a hemodiálise

Antes da sessão:
 Verificar sinais vitais.
 Verificar peso do paciente.
 Esvaziar a bexiga e medir a diurese.
 Verificar quais os medicamentos o paciente está fazendo uso.
 Administrar a medicação prescrita.

Durante a sessão:
 Administrar medicação prescrita.
 Ficar atento para sangramento nasal ou cutâneo.
 Observar e relatar presença de: tremores, sonolência, náuseas, vômitos, tonturas e
cãibras musculares.
 Providenciar dieta e hidratação durante a diálise.
 Fazer controle do balanço hídrico.

Após a sessão:
 Fazer curativo compressivo na região da fístula.
 Pesar o paciente.
 Verificar sinais vitais.
 Administrar medicação prescrita.
 Orientar o paciente a não pegar o peso com o braço do shunt, não aferir pressão
arterial ou administrar medicação neste membro.
 Limpar e desinfetar o aparelho dializador.
Observação: Devem-se evitar as medições de pressão arterial ou retirada de amostras
sanguíneas do braço em que está a fístula arteriovenosa. Esses procedimentos podem causar
um bloqueio ou uma coagulação no dispositivo de acesso.

Medicamentos usados em pacientes de Hemodiálise


Da mesma forma que muitos medicamentos são normalmente excretados na sua
totalidade ou em parte pelos rins, muitos medicamento são excretados durante a hemodiálise.
Os pacientes que estão sob hemodiálise e que necessitam de medicamentos (glicosídeos
cardíacos, agentes antiarrítmicos, agentes anti-hipertensivos), devem ser monitorizados de
perto, para garantir que os níveis sanguíneos e teciduais desses medicamentos sejam
mantidos, sem acúmulo tóxico.

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Como alguns medicamentos e substâncias são retirados do sangue durante a diálise, o


médico pode precisar ajustar a dosagem. Os medicamentos que se ligam à proteína não são
removidos durante a diálise.
 Gels fixadores de fosfato: existe uma tendência ao acúmulo de fósforo que resulta em
hiperparatireoidismo e osteodistrofia. Esses medicamentos fixam o fosfato no intestino e o
podem ajudar a manter níveis apropriados de cálcio e fósforo no sangue.
 Fixadores de potássio: servem para fixar o potássio no intestino e previne elevações
perigosas no sangue.
 Suplementos multivitamínicos e de ferro: esses medicamentos são necessários devido às
perdas significativas de nutrientes durante a diálise (especialmente de ácido ascórbico e
ácido fólico). A deficiência de ferro por perda sanguínea na bobina do dialisador é corrígivel.
 Anti-hipertensivos: geralmente quem faz hemodiálise tem a pressa arterial alta, por isso a
necessidade de medicamentos para controlá-la.

Dietoterapia
O esquema dietético de cada paciente deve ser elaborado de acordo com a extensão
de sua função renal residual. A dieta é um fator importante para os pacientes sob hemodiálise
por causa dos efeitos da uremia. A assistência dietética consiste em restrição ou adaptação da
ingestão de proteínas, sódio, potássio e/ou fluídos.
O aporte de sódio acha-se comumente limitado, a menos que haja grandes perdas
urinárias deste mineral. As quantidades de potássio e fósforo são determinadas, comumente,
com base nos valores químicos do soro sanguíneo obtido antes da diálise e freqüentemente
devem ser limitados.
A restrição hídrica também faz parte da prescrição da dieta, porque o acúmulo de
líquido pode ocorrer, levando ao ganho de peso, à insuficiência cardíaca congestiva e ao
edema pulmonar.A taxa de líquidos dada diariamente é de 500 a 1.000 mililitros, mais uma
quantidade igual eliminada no dia anterior, ou melhor, uma taxa de líquidos suficiente para
permitir um ganho de 1 a 1,5 quilos entre os tratamentos.
Os requerimentos energéticos são comumente calculados na base de 30 a 35 kcal por
quilo de peso. A suplementação vitamínica é importante, pelo fato das vitaminas,
principalmente as hidrossolúveis, serem removidas pela hemodiálise.

Vacinas
Os pacientes que precisam de hemodiálise necessitam se prevenir contra doenças
infecciosas.
 Hepatite B.
 Pneumonia pneumocócica.
 Gripe pelo vírus influenza.
 Difteria.
 Tétano.
 Hepatite A.

EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO

1) Descreva as diferenças entre Diálise Peritoneal e Hemodiálise.

2) Qual dos fatores abaixo listados não é determinante para progressão de doença renal
crônica?
(A) Pressão arterial sistólica > 130 mmHg
(B) Anemia
(C) Hiperfosfatemia
(D) Tabagismo
(E) Raça Branca

3) Sabe-se que a hemodiálise é um procedimento utilizado para o tratamento de problemas


renais e pressão arterial elevada. Analise a alternativa que indica corretamente os fenômenos
desencadeantes da pressão arterial elevada.
a) Aumento da concentração de sódio e retenção de água.
b) Alta eliminação de cloreto de sódio e de amônia.
c) Poliúria e eliminação de substâncias tóxicas.
d) Incapacidade de reabsorção renal de glicose e poliúria.
e) Reabsorção renal de aminoácidos e de glicose.
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4) A diálise é utilizada para a remoção de fluidos e resíduos urêmicos do corpo quando os rins
não conseguem fazê-lo. Com relação às complicações da diálise, numere a coluna da direita
de acordo com sua correspondência com a da esquerda.
1. Peritonite.
2. Complicações referentes à diálise.
3. Complicações referentes ao cateter.
4. Síndrome do Equilíbrio da Diálise.

( ) Infecção, obstrução, deslocamento.


( ) Dor, devido à rápida infusão, pH ou temperatura incorreta do dialisado.
( ) Principal complicação da diálise peritoneal, tanto em freqüência como em gravidade.
( ) Confusão mental, deterioração

5) O processo pelo qual, através de uma fístula arteriovenosa, filtra-se o sangue, promovendo a
eliminação de toxinas, denomina-se:
( A ) Diálise peritoneal;
( B ) Hemodiálise;
( C ) Toracocentese;
( D ) Videolaparoscopia;
( E ) Drenagem peritoneal.

6) A insuficiência renal aguda caracteriza-se pela perda súbita e quase completa da função
renal. Sobre essa patologia, julgue as frases abaixo:
(A) O indivíduo, geralmente, apresenta-se agitado, com poliúria e polaciúria, náuseas, vômitos
e diarréias.
(B) A diálise é uma forma de tratamento em que se introduz um líquido estéril no intestino
através de um cateter.
(C) É responsabilidade da equipe de enfermagem monitorizar a função renal, através do
balanço hídrico e pesagem diária do paciente.
(D) A hemodiálise consiste na remoção dos subprodutos do metabolismo protéico, tais como:
uréia e creatinina.
(E) Para a realização da hemodiálise, faz-se necessário criar uma fístula arteriovenosa ou
introduzir um cateter de longa ou curta duração.

7) A diálise peritoneal é um dos procedimentos comumente vistos em pacientes na UTI. Em


relação a este procedimento pode-se dizer que:
a) Deve ser implantado na região do umbigo.
b) É sempre indicada a utilização de heparina para testar o fluxo logo após implantação do
cateter.
c) A bexiga do paciente deve ser esvaziada antes da instalação do cateter; se necessário
passar sonda vesical, conforme orientação médica.
d) A diálise peritoneal contínua é a mais comum na UTI.

8) A.M.C., 58 anos, faz tratamento de insuficiência renal crônica, que é a perda brusca ou
gradativa, de forma irreversível, da função renal. Os portadores dessa insuficiência são
submetidos a tratamentos para substituição da função renal (diálise ou transplante renal) para
que haja a conservação da vida. Deve-se ter como cuidados de enfermagem nesse caso:
(A) controlar a pressão arterial e infundir líquidos sem restrições.
(B) administrar o serviço de controle de retornos, busca de faltosos e controle de consultas
marcadas; educação continuada e controle de peso.
(C) averiguar sobre fatores de risco e hábitos de vida; estimular atividades físicas intensas.
(D) orientar sobre o uso de medicamentos e seus efeitos colaterais; avaliar sintomas; reforçar
as orientações sobre hábitos de vida pessoais e familiares e a indicação de uma dieta
normossódica.
(E) indicar uso de pomadas e antiinflamatórios para conter o prurido causado pelo
ressecamento da pele, decorrente da perda progressiva da função renal.

9) Portadores de Insuficiência Renal Crônica necessitam de terapêutica substitutiva da função


renal, como a
hemodiálise. Nesse contexto, em relação à fístula arteriovenosa (FAV), é correto afirmar:
a) Os pontos de punção devem ser alternados, a fim de evitar a formação de aneurismas .
b) A FAV exige maturação ideal de 15 a 20 dias antes da punção.
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c) Há indicação de curativo compressivo e circular em caso de sangramento.


d) Não há restrições ao membro com a FAV.

10) A Assistência de Enfermagem prestada ao paciente em hemodiálise é extremamente


minunciosa no que diz respeito à observação e aos controles. Dentre os cuidados que
antecedem a conecção do paciente à máquina, tem-se
(A) monitorização cardíaca.
(B) controle de diurese horária.
(C) administração de analgésico prescrito.
(D) troca de curativos.
(E) pesagem do paciente.

11) O cateterismo vesical tem como principal (is) complicação (ões):


(A) hematúria e anúria.
(B) poliúria e disúria.
(C) anúria e oligúria.
(D) infecção urinária.

12) Um paciente adulto eliminou 360 ml de urina num período de 24 horas. O técnico de
enfermagem registrou esse dadoutilizando o seguinte termo técnico:
A) oligúria.
B) retenção urinária.
C) incontinência urinária.
D) poliúria.
E) nictúria.

3.3 (H.e.6) IDENTIFICAR AS FORMAS DE PREVENÇÃO PARA A INSUFICIÊNCIA RENAL


AGUDA E CRÔNICA.

FUNDAMENTAÇÃO
A doença renal, conhecida no meio médico como Insuficiência Renal, é uma condição
na qual os rins perdem sua capacidade de filtrar (substâncias que não serão aproveitadas –
escórias) adequadamente o sangue e regular o equilíbrio de sal e água do corpo.
Eventualmente, a produção de urina pode reduzir a velocidade ou pode parar completamente,
e as escórias e a água acumulam-se no corpo. Isto pode conduzir a uma sobrecarga de fluidos
potencialmente ameaçadora à vida (como na insuficiência cardíaca congestiva), a um acúmulo
perigoso de escórias no sangue e alterações extremas na química do sangue que
eventualmente pode afetar a função do coração e do cérebro. A Insuficiência Renal pode ser
de início recente (Insuficiência Renal Aguda), existir a muito tempo (Insuficiência Renal
Crônica) ou terminal na qual a diálise ou o transplante renal serão necessários para se
permanecer vivo.

OBJETIVO
O mais importante a saber é que a doença renal e todas as suas complicações
mencionadas acima podem ser facilmente identificadas e o seu tratamento pode evitá-las.

METODOLOGIA
Cada aluno deverá fazer uma pesquisa sobre as formas de prevenção para a
insuficiência renal aguda e insuficiência renal crônica e em sala de aula dividir a turma em
grupos de 5 alunos e redigir um estudo de caso envolvendo um paciente (não identificado)
relatando seus sinais e sintomas, hábitos de vida, ações de enfermagem e as formas de
prevenção para cada caso.

AUTOAVALIAÇÃO

Escreva um texto em seu caderno de autoavaliação destacando o que você aprendeu


e/ou teve dificuldade neste capítulo.

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CAPÍTULO 4

COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS HABILIDADES ESSENCIAIS


Conhecer as doenças relacionadas aos órgãos Descrever a forma de contágio, prevenção,
que compõem o sistema gastrointestinal e as tratamento das hepatites virais.
ações de enfermagem.
Conhecer os principais tipos de diabetes, sinais e Descrever os cuidados referentes à
sintomas, tratamento e ações de enfermagem. administração de insulina.

4.1 (C.e.7) CONHECER AS DOENÇAS RELACIONADAS AOS ÓRGÃOS QUE COMPÕEM O


SISTEMA GASTROINTESTINAL E AS AÇÕES DE ENFERMAGEM.

GASTRITE
Inflamação da mucosa gástrica ou estomacal. Pode ser aguda, durando de muitas
horas a alguns dias, ou crônicas, resultante de exposições repetidas a agentes irritantes ou
episódios repetitivos de gastrite aguda. A gastrite aguda é geralmente devida a imprudência
dietética, outras causas incluem o uso exagerado de aspirina e outros agentes antiinflamatórios
não-esteróides, excesso de ingesta de álcool, refluxo biliar ou radioterapia. A gastrite crônica e
uma inflamação prolongada do estomago podem ser causadas tanto por ulceras benignas
como malignas do estomago, ou pela bactéria Helicobacter pylori.A gastrite crônica está
associada algumas vezes com doenças auto-imunes, como a anemia perniciosa; fatores
dietéticos, como bebidas quentes ou temperadas; o uso de drogas, AINES,álcool, fumo; ou
refluxo do conteúdo intestinal no estomago.

Ações de Enfermagem
Reduzindo a ansiedade
Ansiedade relacionada a dor e às modalidades de tratamento geralmente está
presente, assim como o medo de dano permanente ao esôfago. A equipe de enfermagem usa
um mecanismo de aproximação calmo para avaliar o paciente e responder as questões da
maneira mais completa possível. Todos os procedimentos e tratamentos são explicados de
acordo com os interesses do paciente e o nível de entendimento.

Promovendo uma nutrição ótima


Para as gastrites agudas é dado apoio físico e emocional, e o paciente é ajudado a
lidar com os sintomas, os quais podem ser: náuseas, vômitos, azia e fadiga. Alimentos e
líquidos não soa permitidos por via oral durante horas ou dias, ate que os sintomas agudos
passem , possibilitando assim que a mucosa gástrica cicatrize. Alimentos sólidos são
introduzidos o mais breve possível para fornecer nutrição oral, diminuir a necessidade de
terapia EV e minimizar a irritação da mucosa gástrica. A ingesta de bebidas com cafeína é
desencorajada porque essa substancia é um estimulante do sistema nervoso central,
aumentando a atividade gástrica e a secreção de pepsina. O uso do álcool também é
desaconselhado, assim como o cigarro, porque a nicotina reduz a secreção de bicarbonato
pancreático e, dessa maneira, inibe a neutralização do acido gástrico no duodeno.

Promovendo o equilíbrio hídrico

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A ingesta e a eliminação diária de líquidos são monitorizados para detectar sinais


precoces de desidratação. A enfermagem deve estar atenta para qualquer indicador de
hemorragia gástrica: hematêmese (vomito com sangue), taquicardia e hipotensão. Se eles
ocorrerem o medico precisa estar alerta, os sinais vitais são monitorizados.

Aliviando a dor
O paciente é instruído a evitar alimentos e bebidas que possam estar irritando a
mucosa gástrica. O paciente também é instruído quanto ao uso de medicamentos para alivio da
gastrite crônica.

ÚLCERA PÉPTICA
É uma escavação (cavidade) formada na parede mucosa do estomago, do piloro, do
duodeno ou do esôfago. È causada pela erosão de uma área
circunscrita de membrana da mucosa. Essa erosão pode
estender-se profundamente nas camadas musculares ou
através do músculo para o peritônio. A úlcera péptica é mais
encontrada no duodeno do que no estomago.
A presença excessiva de secreção de acido clorídrico
no estomago pode contribuir para a formação de úlceras
gástricas, e o estresse pode estar associado a um aumento da
secreção de acido clorídrico. A ingesta de leite e bebidas com
cafeína, o fumo e o álcool podem também aumentar a
secreção de acido clorídrico. A tendência familiar pode ser um
fator predisponente significativo.

Ações de Enfermagem
Aliviando a dor
Pode ser obtido com as medicações prescritas. Aspirina, alimentos e bebidas que
contem cafeína e o café descafeinado são evitados. O paciente é encorajado a alimentar-se de
forma regular e espaçada em uma atmosfera tranqüila.Depois é encorajado a aprender
técnicas de relaxamento para ajudar o estresse e a dor, e a aumentar os esforços para parar
de fumar.

Reduzindo a ansiedade
O paciente é encorajado a expressar seus medos abertamente. É assegurado ao
paciente que a enfermagem esta sempre disponível para ajudá-lo em seu problema. A
enfermagem interage com o paciente de maneira tranqüila, ajuda-o a identificar os estressores
e explica-lhe técnicas eficazes para lidar com a situação e os métodos de relaxamento ou
modificação de comportamentos.

Mantendo um estado nutricional ótimo


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O paciente é avaliado quanto á má nutrição e perda de peso. Uma vez recuperado de


uma fase aguda da doença de ulcera péptica, o paciente é instruído sobre a necessidade de
seguir com o esquema medicamentoso e as restrições dietéticas.

Monitorizando e tratando uma hemorragia em potencial


O tratamento depende da quantidade de sangue perdida e da freqüência do
sangramento. Os sinais vitais são monitorizados frequentemente, e o paciente é avaliado
quanto a presença de taquicardia, hipotensão e taquipnéia. O registro da diurese horária é feito
para detectar anúria ou oligúria. O tratamento do sangramento do trato GI superior consiste em
determinar rapidamente a quantidade de sangue perdido, parar o sangramento, estabilizar o
paciente e diagnosticar e tratar a causa. Dentre as prescrições colaborativas e relacionadas à
enfermagem incluem-se:
 Ter um acesso venoso para infusão do soro fisiológico ou soluções;
 Inserir sonda vesical de demora e monitorizar a quantidade de urina eliminada (conforme
prescrição médica);
 Instalar uma sonda nasogástrica para distinguir entre sangue fresco e em borra de café, para
ajudar na remoção de coágulos e ácido prevenir náuseas e vômitos e fornecer meios de
monitorizar sangramentos futuros, (conforme prescrição medica);
 Administrar , a temperatura ambiente, soro fisiológico ou água para lavagem;
 Monitorizar sinais vitais e saturação de oxigênio e administrar oxigenoterapia;
 Colocar paciente na posição reclinada para prevenir hipotensão- ou prevenir aspiração de
vomito, colocando o paciente sobre o seu lado esquerdo;
 Tratar choque hipovolêmico.

Ensinando o autocuidado aos pacientes


Para lidar com sucesso com as ulceras, o paciente precisa entender os fatores que
ajudarão ou agravarão a condição. A enfermeira revê as informações sobre os medicamentos a
serem tomados em casa, incluindo nome, dose, freqüência e possíveis efeitos colaterais
enfatizando a importância de continuar a tomar as medicações mesmo após os sinais e
sintomas diminuírem ou passarem. O paciente também é instruído sobre quais os
medicamentos que devem ser evitados. O paciente é aconselhado a evitar alimentos que
exacerbam os sintomas e substancias
com potencial de produzir acidez. O
paciente é aconselhado sobre a
importância de se alimentar
regularmente e em um ambiente
relaxado e de evitar comer demais. Se
necessário também é informado sobre
os efeitos irritantes do fumo na úlcera,
sendo dada informação sobre os
programas para parar de fumar.

A infecção por Helicobacter pylori à


úlcera gástrica esquema representa o
caminho que vai da ou duodenal. Na
infecção (A), a bactéria atinge
inicialmente a porção inferior do
estômago (antro). Em seguida, ela
inflama a mucosa gástrica (B). Esse
processo, conhecido como gastrite,
pode levar à úlcera gástrica ou
duodenal (C), caracterizada por
hemorragias em sua forma mais grave.

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Paciente com câncer gástrico


Muitos cânceres gástricos são andenocarcinomas e podem ocorrer em muitas partes
do estomago. O tumor infiltra-se pela mucosa, penetrando na parede do estomago e nos
órgãos e estruturas adjacentes. O fígado, pâncreas, esôfago e duodeno são geralmente
afetados no momento do diagnóstico. Alguns estudos mostram que os sintomas iniciais, como
dor aliviada com antiácido, podem ser semelhantes aos sintomas dos pacientes com ulceras
benigna.Sintomas da doença progressiva podem incluir: indigestão, anorexia,dispepsia, perda
de peso, dor abdominal, constipação, anemia,náuseas e vômitos.

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Ações de Enfermagem
Reduzindo a ansiedade
Uma atmosfera tranqüila, sem ameaças, é fornecida de forma que o paciente possa
expressar medos, preocupações e, possivelmente, raiva com o diagnostico e prognostico. A
enfermeira encoraja a família nos seus esforços de apoiar o paciente, oferecendo segurança e
medidas positivas de apoio. A enfermagem orienta sobre quaisquer procedimentos e
tratamentos, de forma que ele saiba o que esperar.

Promovendo uma nutrição ótima


O paciente é encorajado a ter uma alimentação freqüente, em pequenas quantidades
com alimentos não-irritantes para diminuir a irritação gástrica. Os suplementos alimentares
devem ser ricos em calorias, assim como em vitaminas A e C e ferro, de forma a facilitar a
cicatrização do tecido. Sinais de desidratação são (sede, mucosas secas, turgor cutâneo pobre,
taquicardia, diminuição da eliminação da urina), são avaliados, e os resultados dos exames
laboratoriais diários são revistos para descobrir alguma anormalidade metabólica. Os
antieméticos são administrados conforme prescrição.

Aliviando a dor
Analgésicos são administrados conforme prescrição. A enfermeira trabalha com o
paciente para tratar a dor ( ex: mudança de posição), métodos não farmacológicos para aliviar
a dor, como a imagem, distração, fitas de relaxamento, massagem nas costas e massagens em
geral, são sugeridos, e períodos de repouso e relaxamento são encorajados.

Proporcionando Suporte Psicossocial


A enfermagem oferece suporte emocional e envolve os familiares e as pessoas
importantes para o paciente quando possível. Isso inclui reconhecer alterações de humor e os
mecanismos de defesa (negação, racionalização, barganha, regressão), e asseguram ao
pacientes e familiares que as respostas emocionais são normais e esperadas.

Ensinando o autocuidado
O ensino do paciente e da família inclui informação sobre a dieta e nutrição, esquema
de tratamento, atividade e mudanças de estilo de vida, tratamento da dor e possíveis
complicações. O paciente ou provedor do cuidado é instruído sobre a administração de nutrição
enteral ou parenteral. Se a quimioterapia ou radiação for prescrita, explicações são dadas para
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o paciente e família sobre o que se pode esperar; o tempo dos tratamentos, os efeitos
colaterais esperados ( náuseas, vômitos, anorexia, fadiga, neutropenia) e a necessidade de
transporte para os tratamentos. Aconselhamento psicológico também pode ser de ajuda.

DIVERTICULITE
O divertículo é como uma bolsa saindo da camada interna do intestino e que se
estende por um defeito na camada muscular. O divertículo pode ocorrer em qualquer lugar ao
longo do trato gastrointestinal.

A diverticulose existe quando múltiplos divertículos esta presentes sem inflamação ou


sintomas. Diverticulite resulta quando a retenção de alimento e de bactéria em um divertículo
produz infecção e inflamação, podendo impedir a drenagem e levar a perfuração ou a formação
de abscesso. Um divertículo se forma quando as camadas mucosa e submucosa do colón
fazem uma hérnia através da parede muscular de pressão intraluminal alta, pouco volume no
colón e força muscular diminuída na parede do colón. O divertículo pode ficar obstruído e,
depois, inflamado se obstrução continuar. Uma ingesta baixa em fibras é considerada a maior
causa da doença.

Ações de enfermagem
Mantendo os padrões de eliminação normais
Uma ingesta hídrica de 2l/dia (dentro dos limites de reserva cardíaca do paciente) é
recomendada. Os alimentos que sejam pastosos, mas que tenham aumentadas suas fibras são
recomendadas para aumentar a massa das fezes e facilitar a peristalse, promovendo assim a
defecção. Emolientes são administrados conforme prescrição para diminuir a força de
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evacuação, que, por sua vez, diminui a pressão intestinal. Enemas com retenção de óleo
podem ser prescritos para amolecer as fezes, tornando a passagem mais fácil.

Aliviando a Dor
Analgésicos são administrados para dor da diverticulite. Os antiespasmóodicos são
administrados conforme prescrição para diminuir o espasmo intestinal. A intensidade, duração
e localização da dor são registradas para determinar se o processo inflamatório piorou ou
passou.

Monitorizando e Tratando as Complicações Potencias


O foco principal da enfermagem é prevenir complicações identificando os clientes em
risco e tratando seus sintomas de acordo com a necessidade. A enfermagem avalia se há
sinais de: dor abdominal aumentada, temperatura aumentada, taquicardia, hipotensão. Os
sinais vitais e o debito urinário são monitorizados e líquidos EV administrados conforme
necessário para repor as perdas.

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
Termo usado para descrever uma não frequência anormal ou irregularidades da
defecação, um endurecimento anormal das fezes fazendo com que a sua passagem seja difícil
e algumas vezes dolorosa, uma diminuição do volume das fezes ou retenção destas no reto por
um período de tempo prolongado. Qualquer variação dos hábitos normais pode ser vista como
um problema. A constipação pode ser causada por certas medicações, obstrução, condições
metabólicas, neurológicas e neuromusculares, condições endócrinas, envenenamento por
chumbo, distúrbios do tecido conjuntivo. Muitas pessoas desenvolvem a constipação por não
reservarem uma hora para defecar ou ignorar a vontade de defecar.

Ações de Enfermagem
Prevenindo a constipação
Enfatize o atendimento da vontade de defecar, discuta as variações normais do padrão
de defecação, ensine a estabelecer uma rotina de funcionamento intestinal, forneça informação
dietética; sugira grande ingesta de alimentos ricos em fibras e aumento da ingesta hídrica.
Explique como um esquema de exercícios, aumento da deambulação, fortalecimento do
músculo abdominal irão aumentar a força muscular e ajudar a expelir os conteúdos de colón,
descreva os exercícios de fortalecimento abdominal, explique que a posição normal (semi-
agachada) maximiza o uso dos músculos abdominais e a força da gravidade.
 Observação:

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Constipação Intestinal na Gravidez:


Existem 3 razões principais para explicar porque as mulheres grávidas ficam
constipadas:
1. Aumento dos níveis de progesterona, que faz com que a função intestinal fique mais lenta.
Com isto, as fezes ficam mais tempo paradas no intestino grosso onde ocorre maior absorção
de água endurecendo as fezes.
2. Algumas vitaminas utilizadas na gravidez, principalmente aquelas que contem ferro são
constipantes. Além das vitaminas, antiácidos a base de carbonato de cálcio ou suplementos
minerais que contém cálcio podem prender o intestino.
3. O crescimento do útero pode comprimir o intestino dificultando a passagem das fezes.

Duas outras condições podem causar constipação após o parto:


1. Algumas vezes em razão de lacerações ou episiotomia a paciente pode ter dor ou sentir
medo de ter dor e em razão disto, inconscientemente, “segura” a vontade de evacuar.
2. Algumas medicações utilizadas no pós-parto como derivados da codeína indicados com
analgésicos causam constipação.

DIARRÉIA
A diarréia é um aumento da freqüência dos movimentos intestinais , aumento da
quantidade de fezes e consistência das fezes alterada.Geralmente esta associada a vontade
rápida, desconforto perianal, incontinência ou com uma combinação desses fatores.A diarréia
pode ser causada por certas medicações, certas formulas de alimentação por sonda, distúrbios
metabólicos e endócrinos, distúrbios virais ou bacterianos,disfunções nutricionais ou de má
absorção, defeito do esfíncter, síndrome de Zollinger-Ellinson, íleo paralítico e obstrução
intestinal e AIDS.

Ações de enfermagem
Durante um episódio de diarréia aguda, repouso e ingesta de líquidos e alimentos com
pouco volume são encorajados ate que o episodio agudo passe. Quando a ingesta de
alimentos for tolerada, uma dieta branda de semi-sólidos e sólidos deve ser recomendada.
Cafeína, bebidas carbonatadas e alimentos muito quentes ou muito frios devem ser evitados
porque estimulam a motilidade intestinal.
Os produtos lácteos, gordurosos, produtos com cereais integrais, frutas frescas e
vegetais podem ser restritos por muitos dias. Terapia endovenosa pode ser necessária para
uma rápida reidratação, especialmente para idoso e aquele com condições GI preexistentes.
Um cuidado perianal de rotina deve ser seguido para diminuir a irritação e o
machucado.

INCONTINÊNCIA FECAL
Passagem involuntária das fezes pelo reto. Pode resultar de um trauma, disfunção
neurológica, inflamação, infecção, tratamento por radiação, impactação fecal, relaxamento do
assoalho pélvico, abuso de laxativos, medicamentos ou idade avançada. E um problema de
constrangimento e de incapacidade social que requer uma aproximação de muitas fases do
tratamento e muita adaptação por parte do paciente.

Ações de enfermagem
Algumas vezes é necessário usar supositório para estimular o reflexo anal. Uma vez
alcançado o esquema regular, o supositório deve ser suspenso. A incontinência pode causar
problemas com a integridade da pele perianal. Manter a integridade da pele é uma prioridade,
sobretudo em um paciente idoso ou debilitado. Fralda de incontinência, apesar de ajudar a
conter o material fecal, permite o aumento do contato da pele com as fezes, podendo causar
escoriações da pele. Uma higiene da pele meticulosa precisa ser encorajada e ensinada.
Algumas vezes a continência não pode ser alcançada e a enfermeira precisa ajudar o paciente
e a família a aceitar a lidar com essa situação crônica. Bolsas especiais podem ser usadas
para conter o material fecal. Seu uso da mais liberdade e ajuda a manter a integridade da pele.

SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL


Resulta de uma disfunção funcional da motilidade intestinal. A mudança na motilidade
pode estar relacionada ao sistema regulatório neurológico, infecção ou irritação, ou a distúrbio
vascular ou metabólico. As ondas peristálticas são afetadas nos segmentos específicos do
intestino e na intensidade com a qual ele lança o material fecal para fora. Não existe evidencia
de inflamação ou mudanças no tecido na mucosa intestinal.

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O principal problema é a alteração nos padrões intestinais- constipação, diarréia ou a


combinação das duas. É frequentemente acompanhado por dor, gases e distensão abdominal.
Esses sintomas variam em intensidade e duração.

Ações de Enfermagem
Ênfase é dada no ensino e no reforço de bons hábitos dietéticos. O paciente é
encorajado a se alimentar regularmente e a mastigar o alimento devagar e totalmente. O
paciente deveria compreender que, apesar de ser necessário uma adequada ingesta liquida, o
liquido não deveria ser tomado com as refeições porque resultaria em distensão abdominal. O
consumo de álcool e cigarros é desencorajado.

APENDICITE
O apêndice torna-se inflamado e edemaciado como resultado de uma torção ou
obstrução, possivelmente por um fecaloma (massa de fezes endurecidas), tumor ou corpo
estranho. O processo inflamatório aumenta a pressão intraluminal, tendo inicio uma dor
progressivamente intensa generalizada ou na região abdominal superior; dentro de poucas
horas torna-se localizada no quadrante inferior direito do abdome. Eventualmente o apêndice
inflamado fica cheio de pus.

Ações de Enfermagem
As metas de enfermagem incluem aliviar a dor, prevenir o déficit de volume de luiquido,
reduzir a ansiedade, eliminar a infecção devido ao potencial ou real rompimento do trato
gastrointestinal, manter a integridade da pele e obter uma nutrição ótima. A enfermagem
prepara o paciente para a cirurgia, infusão endovenosa e antibioticoterapia podem ser
administrados conforme prescrição medica. Após a cirurgia, o paciente é colocado em semi-
fowler, essa posição reduz a tensão na incisão e nos órgãos abdominais, ajudando a reduzir a
dor. Quando o paciente estiver pronto para a alta, ele e a família devem ser ensinados a cuidar
da ferida e a realizar as mudanças de curativos e irrigações conforme prescrições.

DOENÇAS ANORRETAIS

ABCESSOS ANORRETAIS
Consistem em uma infecção no espaço pararretal. Um abscesso pode ocorrer me
vários espaços dentro ou ao redor do reto. Com freqüência ele contem uma quantidade de pus
com forte odor e é doloroso.Se o abscesso é superficial, edema, vermelhidão e sensibilidade
são encontrados. A terapia paliativa consiste em banhos de assento e analgésicos. Entretanto
o tratamento cirúrgico imediato para cortar e drenar o abscesso é o procedimento de escolha.
Quando existe uma infecção profunda, com a possibilidade de fistula, o trajeto da fistula deve
ser removido. A ferida pode ser coberta com gaze e cicatrizada por granulação.

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FISTULA ANAL
É um trajeto fino, tubular e fibroso que se estende dentro do canal anal por uma
abertura localizada ao lado do ânus. As fistulas normalmente são resultantes de uma infecção.
Elas também podem se desenvolver a partir de um trauma, de fissuras ou da enterite regional.
Pus ou fezes podem vazar constantemente da abertura. Outros sintomas podem ser a
passagem de flatos ou fezes da vagina ou bexiga, dependendo do trajeto da fistula. Fístulas
não tratadas podem causar infecção sistêmica com sintomas relacionados.

FISSURA ANAL
É um rasgo longitudinal ou uma ulceração na camada interna do canal anal. As fissuras
são geralmente causadas pelo trauma da passagem de fezes grandes e firmes pelo persistente
fechamento do canal anal secundário ao estressse e à ansiedade (levando a constipação),
Outras causas incluem: trauma, partos, e uso excessivo de laxantes.As fissuras são
caracterizadas por defecações extremamente dolorosas, ardência e sangramentos.A maioria
dessas fissuras irão cicatrizar se tratadas por medidas conservadoras, que incluem
amolecedores de fezes e agentes formadores de massa, um aumento na ingesta hídrica,
banhos de assento e supositórios emolientes.

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HEMORRÓIDAS
Hemorróida é uma estrutura anatômica normal, o conjunto dos plexos venosos
anorretais, que são responsáveis por proteger o canal anal, ajudar a manter a continência fecal
e realizar drenagem venosa da região.
Chamamos de doença hemorroidária a dilatação dessas veias, acompanhadas ou não
de inflamação, hemorragia ou trombose das mesmas São porções dilatadas das veias no canal
anal. Causam muita coceira e dor, e são causa mais comum de sangramento vermelho-vivo
que ocorre com a defecação. Hemorróidas externas estão associadas com intensa dor devido a
inflamação e edema causados pela trombose (a coagulação do sangue dentro da
hemorróida).Os sintomas das hemorróidas e o desconforto podem ser aliviados por um boa
higiene pessoal e evitando-se força excessiva durante a evacuação. Uma dieta rica em fibras
que contenha frutas e farelos pode ser todo o tratamento necessário; se isso falhar um laxante
que absorva água a medida que passe através dos intestinos pode ajudar.Banhos de assento,
emolientes e supositórios contendo anestésicos,adstringentes e repouso no leito são medidas
que permitem resolver o ingurgitamento.

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HEMORRÓIDA EXTERNA HEMORRÓIDA INTERNA

SEIO PILONIDAL/CISTO
É encontrado na prega interglútea, na superfície posterior do sacro inferior. Podem
resultar da penetração de cabelo no epitélio e no tecido subcutâneo. Também podem ser
formados congenitamente por uma dobra do tecido epitelial por debaixo da pele, que pode
comunicar-se com a superfície da pele através de um ou de vários pequenos seios abertos.

A infecção pode produzir uma drenagem irritante ou um abscesso. No inicio da


inflamação, a infecção pode ser controlada pela antibioticoterapia, mas uma vez formado o
abscesso, a cirurgia é indicada.

Ações de Enfermagem
Aliviando a constipação
A ingesta de pelo menos 2 litros de água diariamente é encorajada para fornecer uma
hidratação adequada. Alimentos ricos em fibras são recomendados para promover uma massa
de fezes e fazer a matéria fecal passar mais facilmente pelo reto. Pode ser de ajuda o paciente
fazer exercícios de relaxamento antes de defecar para relaxar os músculos perineal e
abdominal que possam estar contraídos ou em espasmo.

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Reduzindo a ansiedade
Pacientes em vias de fazer uma cirurgia retal podem estar aborrecidos e irritados por
causa do desconforto, da dor e do constrangimento. As necessidades psicológicas especificas
são identificadas e o plano de cuidados é individualizado. É dado privacidade limitando visitas,
se o paciente assim o desejar, e a privacidade do paciente é mantida quando o cuidado é
prestado. Os curativos molhados são retirados do quarto rapidamente para evitar cheiros
desagradáveis; desodorantes de quarto podem ser necessários se os curativos estiverem com
cheiro.

Aliviando a dor
Durante as primeiras 24 horas após a cirurgia retal, podem ocorrer espasmos
dolorosos do esfíncter e dos músculos perineais. O tratamento da dor é a principal
consideração. Almofadas debaixo das nádegas, quando sentado, ajudam a diminuir a dor,
assim como gelo e substancias analgésicas. Compressas mornas podem promover a
circulação e aliviar os tecidos irritados. Banhos de assento, três ou quatro vezes por dia,
aliviarão a irritação e a dor pelo relaxamento do espasmo do esfíncter. Medicamentos podem
incluir anestésicos tópicos, (supositórios), adstringentes, anti-sépticos, tranqüilizantes e
antieméticos. Os pacientes terão mais adesão ao tratamento e ficarão menos apreensivos se
eles estiverem sem dor. Quando compressas úmidas são usadas continuamente, vaselina
devera ser aplicada ao redor da área anal, para prevenir a maceração da pele.

Promovendo a Eliminação urinária


Urinar pode ser um problema no pós-operatório, por causa do espasmo reflexo do
esfíncter na saída da bexiga e uma certa quantidade de retesamento muscular devido a
apreensão e a dor. Todos os métodos para encorajar o paciente a urinar voluntariamente
(aumento da ingesta hídrica, ouvir água caindo, despejar gotas de água sobre o meato urinário)
deviam ser tentados antes de lançar mão do cateterismo.
Monitorizando e Tratando as Complicações
O local operado deve ser examinado frequentemente para observar sangramento retal.
O paciente é avaliado para indicadores sistêmicos de sangramento excessivo (taquicardia,
hipotensão, inquietude, sede). Após a hemorroidectomia, hemorragia pode ocorrer das veias
que foram cortadas. Se o sangramento é óbvio, é aplicada uma pressão direta na área e o
medico é notificado. Compressas úmidas e quentes são evitadas uma vez que encorajam a
dilatação e o sangramento das veias.

Ensinando o autocuidado aos pacientes


O paciente é instruído manter área perineal o mais limpa possível, lavando-a
delicadamente com água morna e, então secando-a com cotonetes. Evita-se esfregar a área
com papel higiênico. Instruções são dadas sobre como fazer banhos de assento e como
verificar a temperatura da água. O paciente é encorajado a responder prontamente a vontade
de defecar de forma a evitar constipação. A dieta é modificada para aumentar os líquidos e as
fibras.O paciente é informado sobre a dieta prescrita, o significado dos hábitos alimentares
corretos e exercícios, e que laxativos podem ser tomados com segurança. Exercício moderado
é encorajado.

DISTÚRBIOS HEPÁTICOS

Ações de Enfermagem

Hepatite A
O paciente e a família precisam ser assistidos para lidar com a incapacidade
temporária e a fadiga, problemas comuns na hepatite, e devem estar cientes das indicações
pra procurar cuidados de saúde adicionais, caso os sintomas persistam ou e agravem. A
família e o paciente precisam de orientações especificas sobre a dieta, repouso, exames de
sangue de acompanhamento e sobre a importância de evitar o álcool, bem como sobre as
medidas sanitárias e de higiene, principalmente a lavagem de mãos, de modo a evitar a
disseminação da doença para outros membros da família. O ensino específico para os
pacientes e famílias sobre a redução do risco de contrair a hepatite A inclui: Boa higiene
pessoal, ressaltando a cuidadosa lavagem de mãos, saneamento ambiental (suprimentos
alimentares e de água seguros, bem como um sistema de esgoto efetivo).

Hepatite B

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Por causa do período prolongado de convalescença, o paciente e a família devem ser


preparados para o cuidado domiciliar. O fornecimento de repouso e nutrientes adequados deve
ser garantido antes da alta do paciente. Os membros da família e amigos que possuem
contatos íntimos com o paciente devem ser informados sobre os riscos de contrair a hepatite B,
devendo ser tomadas providencias para que eles recebam a vacina para hepatite B. Aqueles
em risco devem ficar cientes dos sinais iniciais da hepatite B e das maneiras para reduzir o
risco para si mesmos ao evitarem todas as modalidades de transmissão. Os pacientes de todas
as formas de hepatite são advertidos para evitar o uso de álcool. A importância de manter a
agenda de consultas para acompanhamento é enfatizada para o paciente e para a família.

Hepatite C
A hepatite C é causada por um vírus transmitido principalmente pelo sangue
contaminado, mas a infecção também pode passar através das vias sexual e vertical (de mãe
para filho). O portador do vírus da hepatite C pode desenvolver uma forma crônica da doença
que leva a lesões no fígado (cirrose) e câncer hepático. No Brasil há cerca de 2 milhões de
pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C. Não há vacina contra a hepatite C.
A hepatite C é assintomática na maioria dos casos, ou seja, o portador não sente nada após a
infecção pelo vírus. Em alguns casos, pode ocorrer uma hepatite aguda que antecede a forma
crônica. Nesse caso, o paciente pode apresentar mal-estar, vômitos, náuseas, pele amarelada
(icterícia), dores musculares. No entanto, a maioria dos portadores só percebe que está doente
anos após a infecção, quando apresenta um caso grave de hepatite crônica com risco de
cirrose e câncer no fígado.

Comparação das Principais Formas de Hepatite Viral


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CIRROSE HEPÁTICA
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É uma doença crônica caracterizada pela substituição de tecido hepático normal pela
fibrose difusa, a qual rompe a estrutura e a função do fígado. Existem três tipos de cirrose ou
cicatrização do fígado:
 Cirrose alcoólica: na qual o tecido cicatricial circunda caracteristicamente as áreas
porta. Esta se deve ao alcoolismo crônico e consiste no tipo mais comum de cirrose
 Cirrose pós-necrótica, em que existem largas faixas de tecido cicatricial, como um
resultado final de uma hepatite viral aguda prévia.
 Cirrose biliar: em que a cicatrização acontece no fígado ao redor dutos biliares. Esse
tipo geralmente é a conseqüência da obstrução e infecção biliar crônica; sua incidência
é consideravelmente menor que dos outros dois tipos.

Causas da Cirrose Hepática:

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Ações de Enfermagem
Proporcionando repouso
Quando o paciente esta hospitalizado, o peso e a ingesta e excreção hídricas são
medidos e registrados diariamente. A posição do paciente no leito é ajustada para a eficiência
respiratória máxima, o que é particularmente importante quando a ascite é acentuada. A terapia
com oxigênio pode ser necessária na insuficiência hepática para oxigenar as células
lesionadas. O repouso reduz as demandas sobre o fígado e aumenta o suprimento sangüíneo
hepático. Como o paciente é suscetível aos riscos da imobilidade, são iniciados os esforços
para evitar os distúrbios respiratórios, circulatórios e vasculares. Quando o estado nutricional
melhora e a força aumenta, o paciente é encorajado a aumentar gradualmente a atividade. A
atividade e o exercício brando, bem como repouso, são planejados.

Melhorando o estado nutricional


O paciente com cirrose que não apresenta ascite ou edema e não exibe sinais de coma
iminente deve receber uma dieta nutritiva, hiperproteica, suplementada com vitaminas do
complexo B e outras, conforme indicado. Em razão de a nutrição ser tão importante, todos os
esforços são feitos para encorajar o paciente a se alimentar. Em geral, refeições pequenas e
freqüentes são mais bem toleradas que três grandes refeições, por causa da pressão
abdominal exercida pela ascite.

Proporcionando cuidados a pele


Um criterioso cuidado com a pele é fornecido por causa da presença de edema
subcutâneo, da imobilidade do paciente, da icterícia e da suscetibilidade aumentada à ruptura e
infecção da pele. As freqüentes mudanças de decúbito são necessárias para evitar as ulceras
de pressão. Os sabões irritativos e o uso de esparadrapo são evitados para prevenir contra o
trauma à pele. Uma loção pode ser suavizante para a pele irritada.

Reduzindo o risco de lesão


O paciente é protegido contra quedas e outras lesões. As grades laterais são
colocadas em posição elevada e acolchoadas com cobertores macios para minimizar os riscos,
quando o paciente se torna agitado e inquieto. O sangramento de gengivas é minimizado com
uso de uma escova de dentes macia.

Ensinando o autocuidado aos pacientes


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De grande importância é a exclusão do álcool da dieta. A restrição de sódio pode


continuar por um período de tempo considerável, quando na de forma permanente, o paciente
precisara de instruções por escrito, ensino, reforço e apoio da equipe, bem como dos membros
da família. O sucesso do tratamento depende do fato de convencer o paciente sobre a
necessidade de aderir por completo ao plano terapêutico. Este inclui repouso,dieta equilibrada
e a eliminação do álcool.

COLELITÍASE

Os cálculos biliares geralmente se formam na vesícula biliar a partir de constituintes


sólidos da bile e variam no tamanho, formato e composição. Existem dois tipos de cálculos
aqueles compostos de pigmento e aqueles compostos de colesterol.

Ações de Enfermagem no Pós-operatório: paciente submetido a cirurgia para doença da


vesícula biliar:
Depois da recuperação anestésica, o paciente é colocado na posição de Fowler baixa.
Os líquidos EV podem ser administrados, água e outros líquidos podem ser fornecidos em
cerca de 24 horas, sendo uma dieta leve iniciada mais adiante, depois do retorno da atividade
intestinal.

Aliviando a dor
Os analgésicos devem ser administrados conforme prescrição, e o paciente deve ser
auxiliado a virar, tossir, respirar profundamente e deambular, conforme indicado. O uso de um
travesseiro ou faixa sobre a incisão pode reduzir a dor durante essas manobras.

Melhorando o estado respiratório


Todos os pacientes com incisões abdominais superiores estão propensos as
complicações pulmonares.Eles devem ser lembrados a fazer respirações profundas a cada
hora, a fim de expandir plenamente os pulmões. A deambulação precoce impede as
complicações.

Promovendo os cuidados com a pele e a drenagem biliar


Em pacientes submetidos a coledocostomia ou colecistectomia os drenos devem ser
imediatamente conectados a um frasco de drenagem. O equipo deve ser fixado nos curativos
ou no lençol inferior, com, margem suficiente para que o paciente movimente sem deslocá-lo. O
paciente deve ser observado quanto as indicações de infecção, extravasamento da bile para
dentro da cavidade peritoneal e obstrução de drenagem. Deve-se relatar se o paciente queixa
dor no quadrante superior direito, náuseas, vômitos, drenagem biliar ao redor do tubo do dreno,
fezes com coloração acinzentada e uma modificação nos sinais vitais. A drenagem é medida a
cada 24 horas; é documentada a quantidade, coloração e o caráter da drenagem. Depois de
vários dias de drenagem, o equipo pode ser pinçado por 1 hora antes e depois de cada
refeição para fornecer bile para o duodeno, visando auxiliar na digestão. Dentro de 7 a 14 dias
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o tubo de drenagem é retirado. O paciente que recebe alta com um dreno instalado requer
instrução e tranquilização sobre sua função e sobre o cuidado com o dreno. É mantido um
registro cuidadoso da ingestão e excreção hídricas.

Melhorando o estado nutricional


A dieta do paciente pode ser pobre em lipídios e rica em carboidratos e proteínas, logo
depois da cirurgia. Em geral, no momento da alta hospitalar, não existem instruções dietéticas
especiais, diferentes daquela de manter uma dieta nutritiva e evitar o excesso de gorduras.

Monitorando e tratando complicações potenciais


O sangramento pode acontecer em conseqüência da punção ou incisão inadvertida de
um vaso sangüíneo importante. No pós- operatório os sinais vitais do paciente soa
monitorizados de perto. As drenagens e incisões são inspecionadas quanto a sangramentos. O
paciente e a família são instruídos a relatar qualquer alteração na coloração das fezes, porque
isso pode indicar complicações.Perda de apetite, vômitos, dor, distensão do abdome e
elevação da temperatura são sintomas que podem indicar infecção, o paciente e seus
familiares são instruídos a respeito da importância de relatar esses sintomas imediatamente
caso venham a aparecer.

4.2 (C.e.8) CONHECER OS PRINCIPAIS TIPOS DE DIABETES, SINAIS E SINTOMAS,


TRATAMENTO E AÇÕES DE ENFERMAGEM.

As principais classificações do diabetes são:


 Tipo 1 diabetes mellitus insulino dependente
 Tipo 2 diabetes mellitus não-insulino dependente
 Diabetes mellitus associado a outras condições ou síndromes
 Diabetes mellitus gestacional

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DIABETES DO TIPO I
Caracteriza-se por
destruição das células beta
pancreáticas. Acredita-se que
uma combinação de fatores
genéticos, imunológicos e
possivelmente ambientais
contribuam para a destruição das
células beta.
A interação dos fatores
genético, imunológico e ambiental
na etiologia do diabetes do tipo 1
é um tema de pesquisa constante.
Embora os eventos que levam á
destruição das células beta não
sejam plenamente
compreendidos, aceita-se que
uma susceptibilidade genética
constitua um fator subjacente
comum no desenvolvimento do
diabetes do tipo 1. Também existe
evidencia de uma resposta auto-
imune no diabetes tipo
1.Independentemente da etiologia especifica, a destruição das células beta, resulta em uma
produção descontrolada de glicose pelo fígado e na hiperglicemia em jejum.

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DIABETES TIPO 2
Os dois principais problemas ligados a insulina no diabetes do tipo 2 são a resistência a
insulina e sua secreção comprometida. A resistência a insulina refere-se a sensibilidade
diminuída dos tecidos a esse hormônio. Os mecanismos exatos que levam a resistência a
insulina e a secreção comprometida de insulina são desconhecidos, embora se acredite que os
fatores genéticos desempenham essa função.Para suplantar a resistência a insulina e para
evitar o acumulo de glicose no sangue, as quantidades aumentadas de insulina devem ser
secretadas para manter o nível de glicose em um limite de normalidade ou em nível
discretamente elevado. Entretanto, quando as células beta não conseguem responder as
demandas aumentadas de insulina, o nível de glicose aumenta e o diabetes do tipo 2 se
desenvolve.

Sinais e Sintomas
Pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue podem apresentar:
 Muita sede;
 Vontade de urinar diversas vezes;
 Perda de peso (mesmo sentindo mais fome e comendo mais do que o habitual);
 Fome exagerada;
 Visão embaçada;

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 Infecções repetidas na pele ou mucosas;


 Machucados que demoram a cicatrizar;
 Fadiga (cansaço inexplicável);
 Dores nas pernas por causa da má circulação.
Em alguns casos não há sintomas. Isto ocorre com maior freqüência no diabetes tipo 2.

Neste caso, a pessoa pode passar muitos meses, às vezes anos, para descobrir a
doença. Os sintomas muitas vezes são vagos, como formigamento nas mãos e pés. Portanto, é
importante pesquisar diabetes em todas as pessoas com mais de 40 anos de idade.

Observação:
A hipoglicemia e a hiperglicemia são algumas complicações agudas relacionadas ao
diabetes. A hiperglicemia, caracterizada pela quantidade excessiva de glicose no sangue, é
causada por pouca insulina, resistência à insulina ou ingestão alimentar aumentada. Seu
tratamento inclui insulina suplementar, reposição de líquidos e eletrólitos e monitoração
médica.
A hipoglicemia significa nível baixo de glicose sangüínea, que pode ser causada pela
administração de insulina excessiva, pouco alimento, refeições ou lanches atrasados ou
esquecidos, exercício ou outra atividade física ou ingestão de álcool sem alimento. O
tratamento em geral começa com 15 g de carboidrato. Se o paciente não for capaz de engolir,
a administração de glucagon subcutâneo ou intramuscular pode ser necessária. Portanto, é
necessária a ingestão de açúcar no tratamento da hipoglicemia.

O Diabetes tipo 2 está associado com inúmeras doenças:

Ações de Enfermagem
Tratamento Nutricional
Consiste em: fornecer todos os constituintes alimentares essências; atingir e manter
um peso razoável; satisfazer as necessidades de energia; evitar as amplas flutuações diárias
do nível de glicose sanguínea; diminuir o nível de lipídios séricos, quando elevados.

Fibras: esse tipo de dieta desempenha uma função na diminuição do colesterol total e da
lipoproteína de baixa densidade do colesterol do sangue. O aumento de fibras também pode
melhorar os níveis sanguíneos de glicose, levando a uma redução na necessidade de insulina
exógena. Existem dois tipos de fibras: solúveis e insolúveis. As fibras solúveis nos alimentos
como legumes, frutas, aveia, desempenham função maior na diminuição da glicose e dos

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níveis de lipídios no sangue que as fibras insolúveis. Acredita-se que o mecanismo de ação das
fibras solúveis esteja ligado a formação de um gel no trato gastrointestinal. Esse gel lentifica o
esvaziamento gástrico e o movimento do alimento através do trato digestivo superior. O efeito
potencial de diminuição da glicose pelas fibras pode ser causado pela velocidade mais lenta de
absorção da glicose a partir do alimento que contem fibras solúveis. As fibras solúveis e
insolúveis aumentam a saciedade o que é valioso para a perda de peso.

Índice glicêmico
Uma das principais metas da terapia dietética no diabetes é evitar os aumentos agudos
e rápidos nos níveis sanguíneos de glicose depois que alimento for ingerido. As seguintes
orientações podem ser seguidas quando se fazem as recomendações dietéticas:
- Combinar alimentos amilaceos com portadores de proteínas e lipídeos tende a lentificar suas
absorções e a diminuir resposta glicêmica
- Ingerir alimentos crus e integrais resulta, em geral, em uma resposta glicêmica menor que a
ingestão de alimentos cozidos, amassados ou lacerados.
- Ingerir frutas integrais em vez de beber suco, diminui a resposta glicêmica já que a fibra da
fruta lentifica a absorção.
- Quando acrescentamos alimentos com açucares simples a dieta, uma resposta glicêmica
menor pode resultar, caso esses alimentos sejam ingeridos com outros alimentos absorvidos
mais lentamente.

Consumo de álcool
A ingesta de álcool por pacientes diabéticos não precisa ser completamente restringida,
contudo é importante que os pacientes estejam cientes dos efeitos adversos potenciais do
álcool especificamente sobre o diabetes.
O principal perigo do uso de álcool por um paciente diabético é a hipoglicemia. O álcool
pode diminuir reações fisiológicas no corpo que produzem glicose. Dessa maneira, quando um
paciente diabético ingere álcool com o estomago vazio, existe uma probabilidade aumentada
de que a hipoglicemia se desenvolva. O consumo de álcool também pode levar ao ganho de
peso excessivo, hiperlipidemia e níveis elevados de glicose. O ensino do paciente deve
enfatizar a moderação na quantidade de álcool consumida; as bebidas com menos calorias ou
menos adocicadas e a ingesta de alimento junto com o álcool é aconselhada.

Rótulo enganoso do alimento


Alimentos rotulados como “sem açúcar” ou “isentos de açúcar” ainda podem fornecer
calorias iguais aquelas de produtos equivalentes que contenham açúcar, caso eles sejam feitos
com adoçantes nutritivos. Dessa maneira para perda de peso esses produtos nem sempre
podem ser úteis. Alem disso os pacientes não devem considerá-los como alimentos livres para
ser ingeridos em quantidades ilimitadas, porque eles podem elevar os níveis glicêmicos.
Alimentos rotulados como dietéticos ainda podem conter quantidades significativas de açúcar
ou lipídeos.
Os pacientes também devem ser ensinados a ler o rotulo dos “alimentos saudáveis”-
principalmente lanches- porque eles frequentemente contem produtos a base de açúcar, como
mel, açúcar mascavo e xarope de milho. Alem disso esses lanches supostamente saudáveis
contem lipídeos vegetais saturados, gorduras vegetais hidrogenadas ou gorduras animais que
podem estar contra-indicadas ao paciente com um elevado nível lipídico sangüíneo.

Exercício
É extremamente importante por causa de seus efeitos sobre a diminuição da glicose
sanguínea e de redução de fatores de risco cardiovasculares. O exercício diminui a glicemia
por aumentar a captação de glicose pelos músculos do corpo e melhorar a utilização da
insulina. Melhora também a circulação e o tono muscular, diminui o nível de colesterol total e
de triglicérides.Isso é importante para pessoas com diabetes devido ao risco aumentado de
doença cardiovascular.
Entretanto, os pacientes com níveis sangüíneos de glicose superiores a 250 mg/dl (14
mmol/l) e apresentando cetonas na urina, não devem começar a se exercitar, a menos que o
teste para cetonas urinárias seja negativo e o nível de glicemia esteja mais próximo da
normalidade. O exercício com níveis glicêmicos aumentados provoca aumento das secreções
de glucagon, hormônio do crescimento e catecolaminas, Em seguida, o fígado libera mais
glicose, resultando em um aumento na glicose sanguínea.
A diminuição fisiológica na insulina circulante, que normalmente acontece com o
exercício, não pode ocorrer em pacientes tratados com insulina, A princípio, o paciente que
necessita de insulina deve ser ensinado a comer um lanche de 15 g de carboidratos (uma troca
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por fruta) ou um lanche de carboidratos complexos com uma proteína, antes de se engajar no
exercício moderado, de modo a evitar a hipoglicemia inesperada. A quantidade exata de
alimento necessária varia de uma pessoa para outra e deve ser determinada através da
monitorização da glicemia. Alguns pacientes acham que não necessitam de um lanche pré-
exercício caso se exercitem dentro de 1 a 2 horas depois de uma refeição. Outros pacientes
podem requerer alimento extra, independentemente do momento do exercício. Quando o
alimento extra é exigido, ele não precisa ser deduzido do plano de alimentação regular.
Outro problema potencial para os pacientes que recebem insulina é a hipoglicemia
observada muitas horas depois do exercício. Para evitar a hipoglicemia pós-exercício,
principalmente depois do exercício extenuante, o paciente pode precisar fazer um lanche ao
final da sessão do exercício e na hora de dormir, bem como monitorizar o nível glicêmico com
maior freqüência. Além disso, pode ser necessário fazer o paciente reduzir a dosagem de
insulina, que atinge o máximo no momento do exercício. Os pacientes que são capazes,
cientes e responsáveis podem aprender a ajustar suas próprias doses de insulina. Outros
precisam de instruções específicas sobre o que fazer ao se exercitarem,
Os pacientes que participam de períodos extensos de exercícios devem testar seus
níveis de glicose sangüínea antes, no decorrer e depois do período de exercício, devendo
ingerir lanches com carboidratos, conforme o necessário para manter os níveis glicêmicos.
Outros participantes ou observadores devem ficar cientes de que a pessoa que se exercita
possui diabetes, sabendo qual assistência fornecer caso ocorra a hipoglicemia grave.
Nas pessoas obesas com diabetes do tipo 2, tanto o exercício quanto o controle da
dieta melhoram o metabolismo da glicose e aumentam a perda de tecido adiposo pelo corpo. O
exercício acoplado à perda de peso melhora a sensibilidade à insulina e pode diminuir a
necessidade desta ou de agentes orais. Eventualmente, a tolerância à glicose do paciente pode
retomar ao normal, O paciente diabético do tipo 2 que não recebe insulina ou um agente oral
pode não necessitar de refeição extra antes do exercício.
As pessoas com diabetes devem ser ensinadas a se exercitar no mesmo horário
(preferivelmente quando os níveis sanguíneos de glicose estão em seu limite máximo) e com a
mesma intensidade a cada dia, O exercício diário regular, em vez do exercício esporádico,
deve ser encorajado. As recomendações de exercício devem ser alteradas, quando necessário,
para os pacientes com complicações diabéticas, como retinopatia, neuropatia autonômica,
neuropatia sensoriomotora e doença cardiovascular; esses distúrbios são discutidos mais
adiante neste capítulo. A pressão arterial elevada associada ao exercício pode agravar a
retinopatia diabética e aumentar o risco de uma hemorragia dentro do humor vítreo ou da
retina. Nos pacientes com cardiopatia isquêmica, existe um risco de deflagrar a angina ou um
infarto do miocárdio. A prevenção do trauma dos membros inferiores é particularmente
importante no paciente com dormência ligada à neuropatia.
Em geral, um aumento lento e gradual na duração do exercício é encorajado. Para
muitos pacientes, caminhar é uma forma de exercício segura e benéfica, não exigindo nenhum
equipamento especial (exceto os sapatos adequados), e pode ser realizado em qualquer local.
As pessoas com diabetes devem discutir um programa de exercício com seus médicos antes
de empreendê-lo.
Quando o paciente tem mais de 30 anos de idade e possui dois ou mais fatores de
risco para a cardiopatia, um teste de esforço é recomendado. Os fatores de risco para a
cardiopatia incluem hipertensão, obesidade, níveis elevados de colesterol, eletrocardiograma
de repouso anormal, estilo de vida sedentário, fumo e uma história familiar de cardiopatia.

Educação profunda
Esta envolve o ensino de informações mais detalhadas ligadas às habilidades de
sobrevivência (p.ex., aprender a variar a dieta e a insulina e a preparar-se para viajar), bem
como aprender as medidas de prevenção para evitar as complicações do diabetes em longo
prazo. Essas medidas preventivas incluem:
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 Cuidados com os pés


 Cuidados oculares
 Higiene geral (p.ex., cuidados cutâneos, higiene oral)
 Controle dos fatores de risco (controle da pressão arterial e dos lipídios sangüíneos,
normalização dos níveis glicêmicos)
A educação continuada mais avançada pode incluir métodos alternativos para o
fornecimento de insulina, como a bomba de insulina, e algoritmos ou regras para avaliar e
ajustar as doses de insulina. Por exemplo, os pacientes podem ser ensinados a aumentar ou
diminuir as doses de insulina com base em um padrão de níveis glicêmicos de vários dias.
A quantidade de educação avançada sobre o diabetes a ser fornecida depende do
interesse e da capacidade do paciente. Entretanto, o aprendizado das medidas de prevenção
(especialmente dos cuidados com os pés e dos cuidados oculares) é obrigatório e vital para
reduzir a ocorrência de amputações e cegueira na população diabética.
Antes de começar a educação sobre o diabetes, é importante avaliar a prontidão para
aprender do paciente (e da família). Quando os pacientes recebem o primeiro diagnóstico de
diabetes (ou lhe é informado pela primeira vez sobre a necessidade de insulina), eles passarão
por vários estágios do processo de elaboração. Esses estágios podem incluir choque e
negação, depressão, negociação, raiva e aceitação. A quantidade de tempo que os pacientes e
os membros da família levam para trabalhar através do processo de elaboração varia de um
paciente para outro. Eles podem experimentar tristeza, culpa, alteração tia imagem corporal,
perda da auto-estima e preocupação com o futuro. A enfermeira deve avaliar as estratégias de
aceitação do paciente e tranqüilizar o paciente e a família fazendo-os compreender que os
sentimentos de depressão e choque são normais. As informações simples e diretas devem ser
fornecidas para dissipar as concepções erradas. Informações mais profundas podem ser
fornecidas quando as habilidades de sobrevivência são dominadas.
O acompanhamento pelas enfermeiras de cuidados domiciliares é freqüentemente
necessário para o reforço das habilidades de sobrevida. Uma importante meta do ensino do
paciente é torná-lo um consumidor consciente, o paciente é informado sobre as amplas
variações nos preços dos medicamentos e suprimentos, bem como sobre a importância de
comparar os preços.
Ensinando a Auto-administração da Insulina
As injeções de insulina são administradas no tecido subcutâneo com o uso de seringas
especiais de insulina. Diversas seringas e dispositivos de auxilio para injeções estão
disponíveis. As insulinas de ação curta têm aspecto límpido e as insulinas de ação prolongada
são turvas e esbranquiçadas. As insulinas de ação prolongada devem ser misturadas
(invertidas ou homogeneizadas suavemente nas mãos) antes do uso.
Algumas fontes especificam que os frascos de insulina em uso sejam refrigerados, e
outras simplesmente sugerem que a insulina seja mantida na temperatura ambiente. Existe
concordância de que os extremos de temperatura devem ser evitados; assim, não se deve
permitir que a insulina congele, que fique exposta à luz solar direta ou que seja mantida dentro
de um carro quente. Antes da injeção, recomenda-se que a insulina esteja na temperatura
ambiente (o que pode exigir seu atrito com as mãos ou a sua retirada do refrigerador por algum
tempo antes da injeção). Quando um frasco de insulina for usado em até 1 mês, ele pode ser
mantido na temperatura ambiente.
Os frascos de insulina também devem ser avaliados para a floculação, que é um
revestimento congelado e esbranquiçado dentro do frasco das insulinas de ação intermediária
ou longa. Isso ocorre mais amiúde com as insulinas humanas que não são refrigeradas.
Quando um revestimento congelado e aderente está presente, parte da insulina está ligada e
não deve ser utilizada.
As seringas devem ser compatíveis com a concentração de insulina
(p.ex., U-l0O). Atualmente, três tamanhos de seringas de insulina U100 estão disponíveis:
 Seringas de 1 ml (cc) que comportam 100 unidades
 Seringas de 0,5 tul que comportam 50 unidades Seringas de 0,3 ml que comportam 30
unidades
A concentração de insulina utilizada nos Estados Unidos é de U-100; isto é, existem
100 unidades por mililitro (ou centímetro cúbico), O tamanho da seringa varia. Ouso de
seringas pequenas permite que os pacientes que necessitam de pequenas quantidades de
insulina meçam e aspirem a quantidade de insulina com exatidão. Os pacientes que
necessitam de grandes quantidades de insulina utilizariam seringas maiores. Embora exista
uma concentração de U-500 (500 unidades/ml) de insulina disponível através de solicitação
especial para pacientes que possuem resistência grave à insulina e necessitam de doses
maciças, ela raramente é utilizada.

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A maioria das seringas de insulina possui uma agulha de calibre 27 ou 29, a qual tem
aproximadamente 1,5cm de comprimento. As seringas menores são marcadas em aumentos
de 1 unidade e podem ser mais fáceis de manusear para pacientes com déficits visuais ou
pacientes que recebem quantidades muito pequenas de insulina. As seringas de 1 ml são
marcadas em aumentos de 2 unidades. Uma pequena agulha de insulina descartável (calibre
29 ou 30, com 8 mm de comprimento) está atualmente disponível para pacientes muito magros
e crianças.

PREPARANDO A INJEÇÃO

Misturando as insulinas
Quando as insulinas de ação rápida ou curta devem ser administradas
simultaneamente com as insulinas de ação prolongada, elas geralmente são misturadas em
conjunto na mesma seringa. Existe alguma dúvida sobre se as duas insulinas permanecem
estáveis quando a mistura é mantida na seringa por mais de 5 a 15 minutos. Isso pode
depender da proporção das insulinas, bem como do intervalo de tempo entre a mistura e a
injeção. Algumas pesquisas sugeriram que, quando se mistura a insulina regular com a insulina
de ação prolongada, existe uma reação de ligação que lentifica a ação da insulina regular. Isso
também pode acontecer, em maior grau, quando se mistura a insulina regular com uma das
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insulinas lentas. Os pacientes são aconselhados a consultar seu profissional de saúde para
aconselhamento sobre essa questão. O tópico mais importante é que os pacientes sejam
consistentes sobre como eles preparam suas injeções de insulina a cada dia.
Existem várias opiniões em relação a qual tipo de insulina (de ação curta ou
prolongada) deve ser aspirado para a seringa em primeiro lugar ao serem misturadas. Muitos
dos materiais impressos procedentes de companhias farmacêuticas recomendam primeiro a
aspiração da insulina regular. As questões mais importantes são, novamente, que os pacientes
sejam consistentes na técnica, não só para não aspirar acidentalmente a dose errada, como
também o tipo errado de insulina, e que eles não injetem um tipo de insulina no frasco que
contém um tipo diferente de insulina.
Para pacientes com dificuldade em misturar as insulinas, duas opções estão
disponíveis: eles podem utilizar uma insulina pré-misturada ou podem ter preparadas seringas
pré-cheias. As insulinas pré-misturadas estão disponíveis em diferentes proporções de insulina
NPH para a insulina regular. A relação de 7CV30 (70% de NPH e 30% de insulina regulas em
um frasco) é a mais comum e está disponível como Novolin 70/30 (Novo Nordisk) e Humulin
70/30 (Lilly). Outras relações disponíveis incluem 80/ 20, 60/40 e 50/50. A dosagem inicial
apropriada de insulina pré-misturada deve ser calculada de tal modo que a relação entre as
insulinas NPH e regular fique o mais próximo possível das doses necessárias em separado.
Para os pacientes que podem injetas a insulina, mas que têm dificuldade em aspirar
uma dose isolada ou misturada, as seringas podem ser pré-cheias com a ajuda das
enfermeiras de cuidados domiciliares ou família e amigos. Um suprimento de 3 semanas de
seringas de insulina pode ser preparado e mantido no refrigerador. As seringas pré-carregadas
devem ser mantidas deitadas ou com a agulha em uma posição ereta, a fim de evitar o
entupimento da agulha.

Aspirando a insulina
Muitos (mas nem todos) dos materiais impressos disponíveis sobre a preparação da
dose de insulina instruem os pacientes a injetar
ar dentro do frasco de insulina, em quantidade
equivalente ao número de unidades de insulina
a ser aspirado. A razão disso é evitar a
formação de um vácuo dentro do frasco, o que
dificultaria a aspiração da quantidade adequada
de insulina.
Algumas enfermeiras especializadas em
diabetes descobriram que alguns pacientes (que
estavam recebendo insulina há vários anos)
pararam de injetar ar antes de aspirar a insulina.
Esses pacientes mostraram que a etapa
adicional não era necessária para aspirar com
exatidão as doses de insulina. Muitos pacientes
acham mais fácil aspirar a insulina ao eliminar a
etapa e não relatam dificuldade na preparação
da dose adequada de insulina.
A eliminação dessa etapa (ou sua
substituição, por exemplo, pela injeção de uma
seringa cheia de ar dentro do frasco, uma vez
por semana) facilita o processo de ensinamento
para alguns pacientes que estão aprendendo a
aspirar a insulina pela primeira vez, Alguns
pacientes ficam confusos com a seqüência de
etapas envolvidas na injeção do ar em duas quantidades diferentes dentro de dois frascos
distintos, antes de aspirar uma dose mista. Para muitos indivíduos, inclusive o idoso, a
simplificação do procedimento para a preparação das injeções de insulina pode ter um
importante impacto positivo sobre a manutenção da independência na vida diária,como ocorre
com outras variações na técnica de injeção de insulina, os fatores mais importantes são o da
manutenção da consistência no procedimento por parte do paciente e o da enfermeira ser
flexível quando ensina novos pacientes ou verifica a capacidade de pacientes experientes.

ADMINISTRANDO A INJEÇÃO

Seleção e rotação do local

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As quatro principais áreas para a injeção são o abdome, braços (superfície posterior),
coxas (superfície anterior) e quadris. A insulina é absorvida mais rapidamente quando injetada
dentro de determinadas áreas. A velocidade de absorção é máxima no abdome e diminuem
progressivamente no braço, coxa e quadril.
O rodízio sistemático dos locais de injeção dentro de uma área anatômica é
recomendada para evitas alterações localizadas no tecido adiposo (lipodistrofia). Além disso,
visando a promoção da consistência na absorção da insulina, os pacientes devem ser
encorajados a usars todos os locais de injeção disponíveis dentro de uma área, em vez de
fazer o rodízio dos sítios ao acaso de uma área para outra. Por exemplo, alguns pacientes
usam quase exclusivamente a área abdominal, administrando cada injeção com um intervalo
de 1,2 a 2,5 cm de distância da injeção anterior.

Áreas sugeridas para injeção de insulina


Outra conduta para a rotação é sempre utilizar a mesma área no mesmo período do
dia. Alguns princípios gerais aplicam-se a todos os padrões de rotação. Em primeiro lugar o
paciente deve tentar não utilizar o mesmo local mais de uma vez em 2 a 3 semanas. Alem
disso quando o paciente esta planejando exercitar-se, a insulina não deve ser injetada no
membro que ira ser exercitado, porque ela será absorvida mais rapidamente e isso poderá
resultar em hipoglicemia. No passado, ensinava-se aos pacientes a fazer o rodízio das injeções
de uma área para a seguinte, os pacientes que ainda empregam esse sistema devem ser
ensinados a evitar as injeções repetidas do mesmo lado dentro de uma área. Entretanto é
preferível que o paciente utilize a mesma área anatômica no mesmo período do dia de maneira
consciente; isso diminui a variação de um dia para outro nos níveis sanguíneos de glicose por
causa das diferentes taxas de absorção.

Inserindo a agulha
Existem varias condutas para inserção da agulha para as injeções de insulina. A
técnica correta baseia-se na necessidade de a insulina ser injetada dentro do tecido
subcutâneo. A injeção muito profunda ou muito superficial pode afetar a taxa de absorção da
insulina. A aspiração ( inserção da agulha e, em seguida , tracionando para trás no embolo
para avaliar se o sangue esta sendo aspirado para dentro da seringa) geralmente não é
recomendado com a auto-injeção de insulina.

Ensinando o auto cuidado aos pacientes


As seguintes condutas da enfermeira são valiosas para promover as habilidades de
controle de autocuidado:
 Abordar quaisquer fatores subjacentes (p.ex., déficit de conhecimento, déficit de autocuidado,
doença) que possam afetar o controle do diabético.
 Simplificar o esquema de tratamento, caso seja muito difícil para o paciente segui-lo.
 Ajustar o esquema de tratamento para satisfazer às exigências do paciente (p.ex., ajnstar a
dieta ou o esquema de insulina para permitir a flexibilidade aumentada no conteúdo ou
horário da refeição). Estabelecer um plano específico ou contrato com o paciente com metas
simples e mensuráveis.
 Fornecer o reforço positivo dos comportamentos de autocuidado realizados, em vez de
enfocar os comportamentos que foram negligenciados (p.ex., reforçar positivamente os
exames de glicemia que foram realizados, em vez de enfocar o numero de exames não-
realizados).
 Ajudar o paciente a identificar os fatores de motivação pessoal em vez de enfocar o desejo
de querer agradar ao médico ou à enfermeira.
 Encorajar o paciente a estabelecer metas de vida e interesses; desencorajar um enfoque
indevido do diabetes.
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 Também é importante avaliar o paciente para a infecção ou estresse emocional que pode
levar a níveis sangüíneos elevados de glicose, apesar da adesão ao regime de tratamento.
Cuidado continuado
Mesmo os pacientes que alcançam um excelente controle da glicose e não possuem
complicações podem prever a consulta com seu médico-assistente pelo menos duas vezes ao
ano para a avaliação continuada.
Além dos cuidados de acompanhamento com os profissionais de saúde, a participação
nos grupos de apoio é encorajada para aqueles que possuem o diabetes há muitos anos, bem
como para aqueles que foram recentemente diagnosticados. Essa participação pode ajudar o
paciente e a família na aceitação das alterações no estilo de vida que ocorrem com o início do
diabetes e com suas complicações. Aqueles que participam nos grupos de apoio
frequentemente têm uma oportunidade para compartilhar informações e experiências valiosas,
assim como para aprender com as outras pessoas. Os grupos de apoio fornecem uma
oportunidade para a discussão das estratégias para lidar com o diabetes e seu tratamento, bem
como para esclarecer e verificaras informações com a enfermeira ou outros profissionais de
saúde. A participação nos grupos de apoio pode ajudar os pacientes e famílias a saber mais
sobre o diabetes e seu tratamento, além de promover a adesão ao plano de tratamento.

Observação:

DIABETES NA GRAVIDEZ
Diabetes Gestacional significa que durante a gravidez a futura mãe começa a
apresentar elevadas taxas de glicose (açúcar) no sangue. Uma vez tenha aparecido, o diabetes
gestacional dura até o final da gravidez. Ele afeta até 14% de todas as mulheres grávidas em
todo o mundo.
Como os outros tipos de diabetes, em conseqüência do Diabetes Gestacional, o açúcar
(glicose) excedente na circulação sangüínea não pode ser passado de forma eficaz para as
células do corpo, como por exemplo, as células musculares que normalmente usam açúcar
como combustível para funcionar. O hormônio insulina ajuda a transportar o açúcar da
circulação sangüínea para dentro das células. No Diabetes Gestacional, o corpo não responde
bem à ação da insulina, a menos que a insulina possa ser produzida ou possa ser suprida em
maiores quantidades. Na maioria das mulheres, o problema se resolve quando a gravidez
termina, mas as mulheres que tiveram Diabetes Gestacional têm maior risco de desenvolver o
diabetes tipo 2 com o passar do tempo.
O Diabetes acontece durante a gravidez porque certos hormônios produzidos durante a
gravidez (por exemplo o GH - hormônio do crescimento) fazem com que o corpo fique
resistente aos efeitos da insulina. Estes hormônios são essenciais a uma gravidez saudável e
ao feto, mas eles podem bloquear parcialmente a ação de insulina. Na maioria das mulheres, o
pâncreas reage a esta situação produzindo insulina adicional o bastante para superar a
resistência à insulina. Em mulheres com Diabetes Gestacional, a insulina extra não é produzida
o suficiente e o açúcar não pode ser processado corretamente pelo corpo. Dessa forma a
glicose se acumula na circulação sangüínea.
À medida que o feto cresce, maiores quantidades dos hormônios que interferem com a
insulina são produzidas. Por isto, o Diabetes Gestacional normalmente começa no último
trimestre de gravidez. No parto, os hormônios do corpo rapidamente voltam aos níveis pré-
gravidez. Tipicamente, o pâncreas está apto a produzir insulina o suficiente, novamente, e os
níveis de glicose no sangue retornam ao normal.
Normalmente o Diabetes Gestacional não pode ser prevenido. Porém, mulheres que
estão acima do peso durante a gravidez têm um risco mais alto da doença, e o controle
cuidadoso do peso antes da gravidez pode reduzir esse risco. Não são recomendadas dietas
com muito baixa caloria durante a gravidez porque a nutrição adequada é importante para o
feto.
Complicações do Diabetes Gestacional podem ser prevenidas controlando
cuidadosamente o açúcar no sangue e ser freqüentemente vista pelo obstetra ao longo de sua
gravidez nas consultas pré-natais.

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Níveis de
glicose
sanguínea
altos na mãe.

Proporcionam
glicose
adicional no
bebê.

Fazem com que o bebê


aumente o seu peso.

4.3 (H.e.7) DESCREVER A FORMA DE CONTÁGIO, PREVENÇÃO, TRATAMENTO DAS


HEPATITES VIRAIS.

FUNDAMENTAÇÃO
É primordial o conhecimento dos profissionais de saúde a respeito da transmissão,
prevenção e tratamento das hepatites virais, uma vez que esses são também orientadores da
família e da comunidade. É importante enfatizar as normas de biossegurança a fim de se evitar
contaminação por parte da equipe de trabalho, seja no ambiente hospitalar ou ambulatorial.

OBJETIVO
Abordagem e discussão sobre o tema do capítulo

Temas: Formas de contágio


Prevenção e tratamento das hepatites virais

PROCEDIMENTO
Os alunos devem ser divididos em grupos e simular atendimento a pacientes com
diferentes tipos de hepatites (A, B e C), enfatizando as condutas de enfermagem no ambiente
hospitalar e domiciliar. As orientações que devem ser dadas aos familiares e aos pacientes,
bem como ressaltar os cuidados em biossegurança que os profissionais devem ter durante a
assistência, a fim de evitar transmissão da doença aos mesmos.

EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO

1) Com relação às hepatites virais, é INCORRETO afirmar que:

A) A presença do antígeno HBe (HBeAg) reflete alto nível de replicação do vírus da hepatite B.
B) É comum a transmissão sexual do vírus da hepatite C, o risco gira em torno de 10% por ano
de exposição, para esposas e parceiros sexuais.
C) O período de incubação da hepatite B varia de 30 a 150 dias; em média 75 dias.
D) A dosagem do anti HBs não é indicada rotineiramente para verificação de soroconversão, a
não ser para aqueles que se expõem continuadamente à hepatite B.

2) Considere as seguintes afirmativas em relação às hepatites B e C:

I.Associa-se ao desenvolvimento de hepatite crônica em 50% dos clientes.


II.A vacinação completa protege contra a doença.

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III.A infecção ativa está associada à elevada taxa de mortalidade.


IV.É rara em usuários de drogas intravenosas.
V.Aumenta o risco do desenvolvimento de hepatocarcinoma.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente I, II e III são verdadeiras para hepatites B e C.
b) Somente I, II e III são verdadeiras para hepatite B; somente I, III e V são verdadeiras para
hepatite C.
c) Somente I, III e V são verdadeiras para hepatites B e C.
d) Somente II, III e V são verdadeiras para hepatites B e C.
e) Somente II, III e V são verdadeiras para hepatite B; somente I e V são verdadeiras para
hepatite C.

3) Na hepatite B, o agente infeccioso é o vírus da hepatite B (HBV), que infecta homem, seu
reservatório natural. Sobre a hepatite B, não é correto afirmar:
(a) Sua transmissão ocorre pelo ato sexual, mucosa lesada em contato com secreção vaginal
e/ou sêmen, por transfusão sanguínea e compartilhamento de seringas e agulhas quando do
uso de drogas injetáveis, procedimentos cirúrgicos, odontológicos e hemodiálise;
(b) Sua transmissão não ocorre pela gestação, via placentária;
(c) Medidas de vigilância junto ao paciente e família, mediante visita domiciliar do auxiliar de
enfermagem se faz necessário, para buscar comunicantes, para que realizem exames
diagnósticos e vacinação;
(d) Os sinais e sintomas característicos são mal- estar, cefaléia, febre, náuseas e vômitos, dor
abdominal, icterícia, fezes esbranquiçadas cunho epidemiológico; (acolia), aumento do
fígado (hepatomegalia), urina escurecida (colúria) e aumento do baço (esplenomegalia).

4) Elabore um quadro com relacionando os tipos de hepatites, agentes causais, formas de


transmissão, incubação, sinais e sintomas da doença, formas de prevenção e imunização.

5) Quais os fatores de risco para hepatite B?

6) Cite as condutas para prevenção comunitária para a hepatite A.

4.4 (H.e.8) DESCREVER OS CUIDADOS REFERENTES À ADMINISTRAÇÃO DE INSULINA.

FUNDAMENTAÇÃO
Os cuidados durante o tratamento de insulina devem ser contínuos, a monitorizaçao da
adesão ao tratamento, a importância dos grupos de apoio da comunidade, as dúvidas
freqüentes dos pacientes a respeito da doença, da dieta alimentar, da medicação, fazem parte
dos cuidados de enfermagem, que são fundamentais na geração de qualidade de vida para
esses pacientes.

OBJETIVO
Abordagem e discussão sobre o tema do capítulo

Temas: Cuidados referentes a administração de insulina

PROCEDIMENTO
Os alunos devem ser divididos em grupos e simular atendimento a pacientes com que
necessitam fazer uso da administração de insulina diariamente, enfatizando as condutas de
enfermagem no ambiente hospitalar, domiciliar e nas unidades de saúde da rede pública.
Relatando quais as orientações a serem dadas aos familiares e aos pacientes, a importância
dos grupos de apoio nas comunidades, do tratamento e cuidados contínuos.

EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO

1) Numere a coluna da direita com base na informação da coluna da esquerda.


1.Diabetes Tipo I ( ) Mais característico da fase adulta.
2.Diabetes Tipo II ( ) Ocorre preferencialmente em indivíduos obesos.
( ) Atinge principalmente crianças e adolescentes.

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( ) O paciente é chamado insulinodependente.

Assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta da coluna da direita, de cima


para baixo.

a) 2, 1, 1, 2
b) 1, 2, 1, 2
c) 1, 1, 2, 2
d) 2, 1, 2, 1
e) 2, 2, 1, 1

2) Os tipos de preparo de insulina se distinguem devido à velocidade com que a insulina


injetada é absorvida da camada sob a pele (subcutânea) para o sangue (início da ação) e pelo
tempo que toda a insulina injetada demora para ser absorvida (duração da ação). Quanto aos
tipos de insulina, considere as seguintes afirmativas:

I.Pacientes que fazem uso da insulina rápida não devem fazer uso de outros tipos de insulina.
II.Deve-se orientar o paciente que faz uso da insulina rápida a permanecer em jejum até o
momento em que a insulina atingir seu efeito máximo no organismo, no prazo de 3 horas.
III.Quando o nível glicêmico estiver baixo e for horário da administração da insulina NPH, deve-
se orientar para que o paciente faça uma refeição ou lanche e administrar a insulina prescrita.
IV.Os frascos de insulina devem ser mantidos dentro da geladeira para sua conservação,
sendo retirados 30 minutos antes da sua aplicação.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa I é verdadeira.
b) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
c) Somente a afirmativa II é verdadeira.
d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.

3) Sobre Diabetes Mellitus, é correto afirmar:


a) Diabetes tipo 2 é a destruição da célula beta que, eventualmente, leva ao estágio de
deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir
cetoacidose, coma e morte.
b) Diabetes tipo 1 é usado para designar uma deficiência relativa de insulina. A administração
de insulina, nesses casos, quando efetuada, não visa evitar cetoacidose, mas alcançar controle
do quadro hiperglicêmico.
c) No Diabetes tipo 1, a cetoacidose é rara e, quando presente, é acompanhada de infecção ou
estresse muito grave.
d) Diabetes gestacional é a hiperglicemia diagnosticada na gravidez, de intensidade variada, e
de caráter irreversível;
e) A retinopatia diabética é a principal forma de cegueira irreversível no Brasil.

4) A via de administração de insulina mais comumente utilizada na auto medicação é:


(A) intramuscular
(B) oral
(C) intravenosa
(D) subcutânea
(E) intradérmica

5) São sinais clínicos da diabetes melitus:


(A) disúria, polidipsia, polifagia
(B) poliúria, polidipsia, polifagia
(C) nictúria, polifagia e disfagia
(D) disfagia, poliúria e polidpsia
(E) edema, obesidade mórbida e desnutrição

6) A insulina é um hormônio que aumenta o transporte de glicose nos músculos e nas células
para reduzir o nível de glicose no sangue. É indicada para pessoas com diabetes. Quanto à
administração de insulina para diabéticos, é correto afirmar:
a) O sangramento de gengiva, as petéquias e a epistaxe são as complicações do uso.
b) Os sinais de uso exagerado são a fotofobia, a hiperglicemia e a hemorragia.
c) A insulina deve ser conservada na geladeira dentro do congelador.
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d) A administração de insulina deve ser feita em jejum e a pessoa deve ser instruída para não
se alimentar logo após a administração.
e) As pessoas podem fazer auto-aplicação, devem ser orientadas quanto à alimentação, ao
local, à dose correta e ao armazenamento do frasco de insulina.

7) Descreva os cuidados quanto a auto administração de insulina (preparo do medicamento,


assepsia, descarte do material, rodízio nos locais de punção).

8) Cite as orientações quanto à alimentação, atividade física, medicação, cuidados com os pés,
cuidados oculares, higiene geral (p.ex., cuidados cutâneos, higiene oral), controle dos fatores
de risco para complicações.

AUTOAVALIAÇÃO

Faça uma auto-avaliação deste capítulo, descrevendo o que aprendeu e/ou o que
apresentou dificuldade.

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CAPÍTULO 5

COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS HABILIDADE ESSENCIAL


Conhecer as doenças respiratórias mais comuns - pneumonia. Realizar exame de respiração.
Conhecer as doenças respiratórias mais comuns - tuberculose
pulmonar.
Conhecer as doenças respiratórias mais comuns - doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Conhecer as doenças respiratórias mais comuns – enfisema.
Conhecer as doenças respiratórias mais comuns – asma.

5.1 (C.e.9) CONHECER AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS MAIS COMUNS - PNEUMONIA.

A pneumonia é uma inflamação do parênquima pulmonar, sendo casada por um agente


microbiano. A pneumonite é um termo mais genérico, descrevendo um processo inflamatório
no tecido pulmonar que pode predispor o paciente a ou colocá-lo em risco de invasão
microbiana.
A pneumonia é causada por vários microorganismos, incluindo bactérias,
micobactérias, clamídia, micoplasma, fungo, parasitas e vírus. Vários sistemas são utilizados
para classificar pneumonias. Classicamente, a pneumonia tem sido categorizada dentro de
uma das quatro categorias: bacteriana ou típica, atípica, anaeróbio/cavitária e oportunista,
existindo uma sobreposição nos microorganismos considerados como responsáveis pelas
pneumonias típicas e atípicas. Um esquema de classificação amplamente utilizado categoriza
as principais pneumonias como pneumonia adquirida na comunidade, pneumonia adquirida no
hospital, pneumonia no hospedeiro imunocomprometido e pneumonia por aspiração.

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Alvéolo
Normal

Ações de Enfermagem
Melhorando a Permeabilidade das Vias Aéreas
A remoção das secreções é importante porque as secreções retidas interferem com a
troca gasosa e podem retardar a recuperação. A enfermeira encoraja a hidratação (2 a 3 1/dia)
porque a hidratação adequada solubiliza e liquefaz as secreções pulmonares. A umidificação
pode ser utilizada para fluidificar as secreções e melhorar a ventilação. Uma máscara facial de
alta umidade (usando também ar comprimido ou oxigênio) libera ar aquecido e umidificado para
a árvore traqueobrônquica, ajuda a liquefazer as secreções e alivia a irritação
traqueobrônquica. A enfermeira encoraja o paciente a realizar uma tosse eficaz.
A fisioterapia torácica (tapotagem e drenagem postural) é importante para o
desprendimento e mobilização das secreções. Indicações para fisioterapia torácica incluem a
retenção de escarro, não respondendo á tosse espontânea ou assistida.
O paciente é colocado em posição apropriada para drenar os segmentos pulmonares
envolvidos e, então, o tórax é percutido tanto manualmente quanto por um percussor mecânico.
Após cada mudança de decúbito, a enfermeira encoraja o paciente a respirar
profundamente e a tossir. Se o paciente está muito fraco para tossir eficazmente, a enfermeira
pode precisar remover o muco pela aspiração nasotraqueal. Isso pode levar um tempo para a
secreções serem mobilizadas até as vias aéreas centrais para expectoração. Assim, é
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importante que a enfermeira monitorize o paciente quanto à tosse e à produção de escarro


após a finalização da fisioterapia torácica.
A enfermeira administra oxigênio, conforme prescrito. A eficácia oxigenoterapia é
monitorizada pelo melhoramento dos sinais e sintomas clínicos, bem como pelos adequados
valores de oxigenação.

Promovendo o Repouso e Conservando a Energia


A equipe de enfermagem encoraja o paciente debilitado a repousar e a evitar o esforço
excessivo e a possível exacerbação dos sintomas. O paciente deve assumir uma posição
confortável para promover o repouso e a respiração (p. ex., semi-Fowler) e deve mudá-la
freqüentemente. E importante instruir os pacientes não internados a não se cansarem e a
participarem apenas nas atividades leves durante as fases iniciais do tratamento.
A freqüência respiratória do paciente com pneumonia aumenta devido a uma
sobrecarga imposta pela dificultada e pela febre. A freqüência respiratória elevada conduz a um
aumento na perda insensível de água durante a inspiração e o paciente pode desidratar,
Assim, é importante encorajar o aumento da ingestão de líquido (2 1/dia).

Sintomas persistentes após iniciação da terapia


Os pacientes geralmente começam a responder dentro de 24 a 48 horas após iniciada
a antibioticoterapia. O paciente é observado quanto à resposta a antibioticoterapia. O paciente
é monitorizado quanto às alterações na condição física (deterioração da condição ou resolução
dos sintomas) e, também, quanto à persistente febre recorrente, que pode ser devida a alergia
ao medicamento (caracterizada, possivelmente, por um exantema); resistência à medicação ou
resposta lenta (> 48 horas) do microorganismo susceptível à terapia; superinfecção (uma
infecção subseqüente com outra bactéria durante a antibioticoterapia); derrame pleural; ou
pneumonia causada por um organismo incomum, tal como o Pneurnocystis carinil ou
Aspergilius fumigatus.
A equipe de enfermagem relata os sinais de deterioração do estado do paciente e
ajuda na administração dos líquidos e medicamentos endovenosos prescritos.
Se um dreno de tórax precisa ser inserido, a enfermeira monitoriza a condição respiratória do
paciente.

Superinfecção
O paciente é monitorizado quanto às manifestações de superinfecção (isto é, elevação
da temperatura com aumento da tosse, sons respiratórios).

Promovendo a Ingestão de Líquidos


Mantendo a Nutrição
Os pacientes com dispnéia e fadiga geralmente têm diminuição do apetite e ingerirão
apenas líquidos. Os líquidos com eletrólitos (disponíveis comercialmente, tais como o
Gatorade) podem ajudar a proporcionar líquidos, calorias e eletrólitos. Além disso, os líquidos e
nutrientes podem ser administrados por via endovenosa, se necessário.

Ensinando o autocuidado aos pacientes


Após a febre regredir, o paciente pode gradualmente aumentar as atividades. A fadiga
e a fraqueza podem se prolongar após a pneumonia. A enfermeira encoraja os exercícios
respiratórios para limpar os pulmões e promover a plena expansão pulmonar. E importante
instruir o paciente a retomar à clínica ou ao consultório do profissional de saúde para raios X de
tórax e um exame físico de acompanhamento. Geralmente, o melhoramento nos achados
radiológicos é menor do que o melhoramento nos sinais e sintomas clínicos.
A equipe de enfermagem deve encorajar o paciente a parar de fumar. O tabagismo
inibe a ação ciliar traqueobrônquica, que é a defesa de primeira linha do trato respiratório
inferior. O tabagismo também irrita as células mucosas dos brônquios e inibe a função das
células macrófagas alveolares (varredoras). O paciente é instruído a evitar a fadiga, as
alterações súbitas na temperatura e a ingestão excessiva de álcool, tudo o que diminui a
resistência à pneumonia. A enfermeira revisa com o paciente os princípios da nutrição
adequada e do repouso, porque um episódio de pneumonia pode tomar o paciente susceptível
a infecções recorrentes do trato respiratório.

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5.2 (C.e.10) CONHECER AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS MAIS COMUNS -


TUBERCULOSE PULMONAR.

A tuberculose pulmonar (TB) é uma doença infecciosa que afeta basicamente o


parênquima pulmonar. Ela também pode ser transmitida para outra parte do corpo, incluindo as
meninges, rins, ossos e linfonodos. O agente infeccioso primário, Mycobacterium tuberculosis,
é um bacilo aeróbico ácido-resistente que cresce lentamente, sendo sensível ao calor e à luz
ultravioleta. O Mycobacterium bovis e o Mycobacterium avium têm sido raramente associados
com o desenvolvimento de uma infecção TB.
A TB é um problema mundial de saúde pública, e as taxas de mortalidade e morbidade
continuam crescentes. O M. tubo reulosis infecciona aproximadamente um terço da população
mundial e permanece sendo a primeira causa de morte em decorrência de doenças infecciosas
em todo o mundo. A TB está intimamente associada com a pobreza, a desnutrição, o
aglomeramento de pessoas, habitação precária e inadequado cuidado de saúde.

A vacina BCG, aplicada no primeiro mês de vida do bebê,


é capaz de prevenir as formas mais graves da doença,
principalmente nas crianças. Para prevenir a tuberculose
é também muito importante identificar rapidamente os
pacientes com a doença e tratá-los.

Ações de enfermagem
Promovendo a Permeabilidade das Vias Aéreas
As secreções copiosas obstruem as vias aéreas em muitos pacientes com TE,
interferindo com uma adequada troca gasosa. O aumento da ingestão de líquidos promove
uma hidratação sistêmica e funciona como um eficaz expectorante. A enfermeira instrui o
paciente sobre o posicionamento correto para facilitar a drenagem pelas vias aéreas
(drenagem postura).

Promovendo a Aderência ao Regime Terapêutico


O tratamento, com múltiplas medicações, que o paciente deve seguir pode ser um
pouco complexo. É importante o entendimento sobre os medicamentos, o esquema e os efeitos
colaterais. O paciente deve compreender que a TB é uma doença transmissível e que a
ingestão das medicações é o meio mais eficaz de prevenir a sua transmissão. A principal razão
da falha no tratamento é que os pacientes não tomam seus medicamentos regularmente e pelo
período prescrito. A enfermeira instrui cuidadosamente o paciente sobre as importantes
medidas de higiene, incluindo a higiene oral, cobrir a boca, assim como o nariz, quando tossir e
espirrar, descartar adequadamente os lenços de papel e lavar as mãos.

Promovendo a Atividade e a Nutrição Adequadas


Os pacientes com TB estão geralmente debilitados devido a uma doença crônica
prolongada e ao comprometimento da condição nutricional. A enfermeira planeja um programa
de atividade progressiva que enfatiza o aumento da tolerância à atividade e da força muscular,
a anorexia, a perda de peso e a desnutrição são comuns em pacientes com TB. O apetite do
paciente para se alimentar pode estar alterado pela fadiga decorrente da tosse excessiva, da
produção de escarro, da dor torácica ou da debilidade generalizada. Um plano nutricional que
propicia refeições pequenas e freqüentes pode ser necessário.

Desnutrição
Pode ser conseqüência do estilo de vida do paciente, da falta de conhecimento sobre a
nutrição adequada e seu papel na manutenção da saúde, da falta de recursos, fadiga ou falta
de apetite devido à tosse e produção de muco. A identificação de instituições (p. ex,, abrigos
públicos, sopas comunitárias, refeições no domicilio c outros recursos da comunidade), que
proporcionam refeições nas vizinhanças do paciente pode aumentara probabilidade de o
paciente, com energia e finanças limitadas, ter acesso a uma dieta mais nutritiva.

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Efeitos Colaterais dos Medicamentos


É importante avaliar os efeitos colaterais da medicação porque eles são, geralmente, a
razão do fracasso do paciente em aderir ao plano terapêutico prescrito. Esforços são
implementados para reduzir os efeitos colaterais, visando aumentar o desejo do paciente em
tomar os medicamentos, conforme prescrito.
A equipe de enfermagem instrui o paciente a tomar a medicação ou de estômago
vazio, ou, no mínimo, 1 hora antes das refeições, isso porque o alimento interfere com a
absorção do medicamento (embora tomar medicamentos como estômago vazio
freqüentemente resulte em desconforto gastrointestinal). Os pacientes que estão tomando INH
devem evitar alimentos contendo tiramina e histamina (atum, queijo envelhecido, vinho tinto,
molho de soja, extrato de levedo). A ingestão desses tipos de alimento, enquanto se toma a
INH, pode resultar em cefaléia, rubor, hipotensão, tonteira, palpitações. A enfermeira monitoriza
outros efeitos colaterais dos medicamentos da TE, incluindo hepatite, surdez.

Multirresistência aos Fármacos


A equipe de enfermagem monitoriza cuidadosamente os sinais vitais e observa quanto
aos picos de temperatura ou alterações na condição clínica. A enfermeira relata qualquer
mudança na condição respiratória do paciente ao profissional prestador de cuidado primário.
Ela instrui paciente sobre o risco de resistência ao medicamento se o regime medicamentoso
não for seguido estrita e continuamente.

Dissemnação da Infecção Por TB


A disseminação da infecção por TE para locais não-pulmonares do corpo: é conhecida
como TE miliar. Isso resulta da invasão da corrente sanguínea pelos bacilos do tubérculo.
Geralmente isso se deve a uma reativação tardia de uma infecção latente no pulmão ou em
outro local.
O curso clínico da TE miliar pode variar desde uma infecção aguda, rapidamente
progressiva, com febre alta, até um processo indolente com febre baixa, anemia e debilitação.
A possibilidade de TE em locais não-pulmonares no corpo exige uma cuidadosa
monitorização quanto a essa grave forma de infecção. A equipe de enfermagem monitoriza os
sinais vitais e observa quanto aos picos de temperatura, assim como as alterações na função
renal e cognitiva.

Ensinando o Autocuidado aos Pacientes


A equipe de enfermagem exerce um papel fundamental no cuidado do paciente com
TE e sua família, o que inclui a avaliação da habilidade do paciente em continuar a terapia no
domicílio. A enfermeira instrui o paciente e a família sobre os procedimentos de controle da
infecção, tais como a remoção adequada dos lenços de papel usados, a cobertura da boca e
do nariz durante a tosse e lavagem das mãos. A avaliação da aderência do paciente ao
esquema medicamentoso é imperativa devido ao risco desenvolvimento de espécies
resistentes da TB caso o esquema não seja seguido corretamente. Em alguns casos, quando
há dúvida sobre a habilidade do paciente em aderir ao esquema medicamentoso, pode ser
necessário o encaminhamento do paciente para uma clínica ambulatorial para administração
diária dos medicamentos.

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5.3 (C.e.11) CONHECER AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS MAIS COMUNS - DOENÇA


PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC).

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é um estado de doença no qual o fluxo


de ar está obstruído pelo enfisema e/ou pela bronquite crônica. A obstrução do fluxo de ar é
geralmente progressiva e irreversível, podendo estar associada a uma hiperatividade das vias
aéreas. Na bronquite crônica, o acúmulo excessivo de muco e secreções bloqueia as vias
aéreas. No enfisema, a troca gasosa comprometida (oxigênio, dióxido de carbono) resulta da
destruição das paredes do alvéolo. Na asma, as vias aéreas inflamadas e constritas obstruem
o fluxo aéreo. O tabagismo deprime a atividade macrófaga das células e afeta o mecanismo
ciliar de limpeza do trato respiratório, cuja função é manter as passagens respiratórias livres de
irritantes inalados, bactérias e outras matérias estranhas. Quando o tabagismo danifica esse
mecanismo de limpeza, o fluxo aéreo fica obstruído e o ar torna-se aprisionado a partir do
ponto da obstrução. O alvéolo gradualmente se distende e a capacidade pulmonar torna-se
diminuída. O tabagismo também causa um crescente acúmulo de muco. O acúmulo de muco
produz mais irritação, infecção e dano para o pulmão. Além disso, o monóxido de carbono (um
subproduto do tabagismo) combina-se com hemoglobina para formar a carboxiemoglobina. A
hemoglobina que está ligada pela carboxiemoglobina não pode transportar o oxigênio
eficientemente.
A DPOC é caracterizada pela dispnéia, tosse e por um aumento no trabalho
respiratório. A dispnéia pode ser grave e, geralmente, interfere com as atividades do paciente.
A perda de peso é comum porque a dispnéia interfere com a alimentação. Geralmente, o
paciente não pode participar nem mesmo de um exercício suave devido à dispnéia; à medida
que a DPOC progride, a dispnéia acontece mesmo em repouso. O paciente com DPOC está
em risco para insuficiência respiratória e infecções respiratórias.

Entenda o que acontece nos pulmões de quem sofre de DPOC e por que o portador tem
tanta dificuldade para respirar

1. Quando inspiramos, o ar entra no pulmão por meio de tubos chamados brônquios e viaja até
chegar a pequenos sacos os alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas.

2. Em algumas pessoas, fatores como o cigarro e


a poluição irritam os brônquios, provocando uma
inflamação.

3. Como resposta à agressão, eles se estreitam,


dificultando a passagem de ar.

4. Na tentativa de expulsar a substância nociva,


os brônquios também produzem muito muco, o
que explica um sintoma comum da DPOC: a tosse
com catarro.

5. Em um pulmão saudável, os alvéolos devem


estar intactos. Isso garante que o órgão tenha a
elasticidade necessária para expulsar totalmente
o ar durante a expiração, deixando-o livre para a
próxima levada de oxigênio.

6. Quando o agente agressor chega a destruir


essas estruturas, a troca gasosa não acontece a
contento. E a parede do pulmão perde elasticidade. Deixa de ter força para empurrar todo o ar
durante a expiração. Aí, o ar que sobra ocupa espaço e compromete a inspiração seguinte.

 Ações de Enfermagem
Promovendo a Cessação do Tabagismo
Uma vez estabelecido o diagnóstico de DPOC, qualquer um que continue a fumar deve
ser encorajado e ajudado a parar. Os fatores associados com a continuação do tabagismo
variam entre os pacientes e podem incluir a força da adição à nicotina, a exposição continuada
aos estímulos associados ao tabagismo (no trabalho e em ambientes sociais), o estresse, a

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depressão e o hábito. O tabagismo continuado é também mais prevalente entre aqueles com
baixa renda social, baixo nível educacional e problemas psicossociais.
Em razão de existirem múltiplos fatores associados à continuação do tabagismo, a
cessação bem-sucedida geralmente exige múltiplas estratégias. O profissional de saúde deve
promover a cessação, explicando os riscos do tabagismo e personalizando a mensagem (em
risco de) para o paciente. Um forte alerta a respeito do tabagismo deve ser dado, e uma “data
de abandono” definitiva deve ser estabelecida. O encaminhamento para o programa de
cessação do tabagismo pode ser útil. O acompanhamento durante 3 a 5 dias, após a data de
abandono, para revisão do progresso e para solução dos problemas, conforme necessário,
está associado como aumento do sucesso; isso deve ser repetido sempre que houver
necessidade. O reforço continuado por meio de chamadas telefônicas ou visitas à clínica é
extremamente benéfico. A cessação do tabagismo pode ser iniciada em uma diversidade de
setores de cuidado de saúde clínica ambulatorial, reabilitação pulmonar, comunidade, hospital
e domicílio do paciente. Independentemente do setor, a enfermeira tem oportunidade de iniciar
o ensino do paciente sobre os riscos do tabagismo e os benefícios da cessação.

Melhorando a troca gasosa


O broncoespasmo, que acontece em muitas doenças pulmonares, reduz o calibre dos
bronquíolos e pode causar dispnéia, estase das secreções e infecção. O aumento da produção
de muco, juntamente com a diminuição da ação mucociliar, contribui para uma posterior
redução no calibre dos brônquios, resultando na diminuição do fluxo aéreo e da troca gasosa.
O alívio do broncoespasmo é confirmado pela verificação da melhora nas freqüências
do fluxo expiratório e pela avaliação se o paciente tem menos dispnéia.

Obtendo a Limpeza das Vias Aéreas


A diminuição na quantidade e na viscosidade do escarro facilita a limpeza das vias
aéreas e melhora a ventilação pulmonar e a troca gasosa. Todos os irritantes pulmonares
devem ser eliminados ou reduzidos, particularmente o fumo de cigarro, que é a fonte mais
persistente de irritação pulmonar. A enfermeira instrui o paciente quanto à tosse assistida ou
controlada, que é mais eficaz e reduz a fadiga associada à tosse forçada não assistida. A tosse
assistida consiste em uma inspiração lenta, máxima, seguida pela retenção da respiração por
vários segundos e, então, duas ou três tosses.
A fisioterapia torácica com drenagem postural, aumento da ingestão de líquidos e
nebulização suave com aerossóis (com solução salina normal ou água) podem ser úteis para
alguns pacientes com DPOC. O uso dessas medidas deve ser baseado na resposta e na
tolerância do paciente.

Prevenindo as Infecções Broncopulmonares


As infecções broncopulmonares devem ser controladas para diminuir o edcma
inflamatório e permitir a recuperação da ação ciliar normal. Pequenas infecções respiratórias
que não têm conseqüências para uma pessoa com pulmões normais podem ser fatais para
pessoas com DPOC.
Na DPOC, a infecção pode estar acompanhada de alterações súbitas. A enfermeira
instrui o paciente a relatar quaisquer sinais de infecção, tais como a febre ou alteração na
coloração, na característica, consistência ou na quantidade do escarro. Qualquer agravamento
dos sintomas (aumento da rigidez do tórax, aumento da dispnéia e da fadiga) também sugere
infecção e deve ser relatado. As infecções virais são perigosas para esses pacientes porque
elas geralmente são seguidas por infecções causadas por microorganismos bacterianos.
A equipe de enfermagem deve encorajar os pacientes com DPOC a se imunizarem
contra a gripe e a pneumonia porque esses pacientes são propensos à infecção respiratória. É
importante alertar os pacientes para evitar sair à rua se a contagem de pólen está elevada ou
se existe uma poluição significativa no ar, em razão do risco de broncoespasmo. O paciente
também deve evitar a exposição a temperaturas externas elevadas com alta umidade.

Evitando os Extremos de Temperatura.


A equipe de enfermagem instrui o paciente a evitar os extremos de calor e frio. O calor
aumenta a temperatura corporal e, conseqüentemente, as demandas de oxigênio; o frio tende a
promover o broncoespasmo. O broncoespasmo pode ser iniciado também pelos poluentes do
ar, tais como gás, fumaça, poeira e, mesmo, talco, fiapos de algodão e aerossol em sprays.

Alterando o Estilo de Vida.


Os pacientes com DPOC devem adotar um estilo de atividade moderada, idealmente
em um clima com um mínimo de mudança na temperatura e umidade. Tanto quanto possível, o
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paciente deve evitar distúrbios emocionais e situações estressantes que podem ativar o
episódio da tosse. O regime de medicamentos para os pacientes com DPOC pode ser um tanto
complexo; os pacientes recebendo medicamentos em aerossol por um 1DM podem ser
particularmente desafiados. A cessação do tabagismo é uma atividade-chave da enfermeira,
andando passo a passo com as alterações no estilo de vida e com o reforço dos esforços do
paciente. A cessação do tabagismo é simplesmente a mais importante intervenção terapêutica
para os pacientes com DPOC. Para tanto, existem várias estratégias, incluindo a prevenção,
interrupção com ou sem medicamentos orais ou adesivos tópicos.

5.4 (C.e.12) CONHECER AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS MAIS COMUNS – ENFISEMA.

O enfisema é definido como uma distensão anormal dos espaços aéreos distais aos
bronquíolos terminais, com destruição das paredes alveolares. É o estágio final de um
processo que progrediu lentamente por muitos anos. De fato, pelo tempo que o paciente
desenvolveu os sintomas, a função pulmonar em geral está irreversivelmente comprometida.
Ao lado da bronquite obstrutiva crônica, ele é a principal causa de incapacidade.

O tabagismo é a principal causa de enfisema. Em uma pequena porcentagem de


pacientes, todavia, existe uma predisposição familiar ao enfisema associado a uma
anormalidade na proteína plasmática — uma deficiência da alfa1-antitripsina, um inibidor de
enzima. Sem ela, certas enzimas destroem o tecido pulmonar. A pessoa geneticamente
susceptível é sensível a fatores ambientais (fumaça de tabaco, poluentes aéreas, agentes
infecciosos, alérgenos) e, com o tempo, desenvolve sintomas obstrutivos crônicos. Os
portadores desse defeito genético devem ser identificados para permitir a modificação dos
fatores ambientais visando retardar ou prevenir o surgimento dos sintomas da doença. A
reposição com inibidores da alfa1-protease está disponível para os pacientes com esse defeito
genético visando retardar a progressão da doença e para os pacientes com doença grave.
Essa terapia é necessária a cada 1 a 2 semanas, pois a vida média da medicação é de
aproximadamente 7 dias.

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O enfisema é uma doença crônica que deixa o alvéolo inchado por causa da retenção de
ar.

No enfisema, vários fatores causam obstrução aérea inflamação da mucosa brônquica,


produção excessiva de muco, perda da retração elástica das vias aéreas e colapso dos
bronquíolos e redistribuição do ar para os alvéolos funcionais. À medida que as paredes dos
alvéolos são destruídas (um processo acelerado por infecções recorrentes), diminui
continuamente a área de superfície alveolar em contato direto com os capilares pulmonares,
causando comprometimento da difusão do oxigênio.

5.5 (C.e.13) CONHECER AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS MAIS COMUNS – ASMA.

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, resultando em uam hiper-
reatividade dessas vias, edema da mucosa e produção de muco. Essa inflamação leva, por fim,
a episódios recorrentes dos sintomas da asma: tosse, enrijecimento do tórax, sibilos e dispnéia.
A asma difere das outras doenças pulmonares obstrutivas por ser, de longe, um
processo reversível, tanto espontaneamente quanto com tratamento. As exacerbações agudas
podem acontecer, o que pode durar de minutos a horas ou dias, intercaladas com períodos
livres de sintomas. A asma pode acontecer em
qualquer idade, sendo a doença crônica mais
comum da infância. A despeito do crescente
conhecimento sobre a patologia da asma e do
desenvolvimento de melhores medicamentos de
planos de tratamento, a taxa de mortalidade da
asma continua a aumentar. Para muitos
pacientes, todavia, é uma doença incapacitante,
que afeta a escola e a freqüência ao trabalho, as
opções ocupacionais, a atividade física e a
qualidade de vida em geral.
A respiração se torna difícil quando os
bronquíolos se contraem ou são, pelo
muco, ou quando as membranas que revestem os
tubos ficam inchadas. O ar fica preso nos alvéolos
e menos ar puro é inalado.
A alergia é o principal fator predisponente para
o desenvolvimento da asma. A exposição crônica
a irritantes aéreos ou alergênios também aumenta

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o risco de desenvolver asma. Os alergênios comuns podem ser periódicos ou sazonais (p. ex.,
polens da grama. árvore e ervas daninhas), ou perenes (p. ex., mofo, poeira, baratas ou
animais especialmente gatos). Os ativadores comuns dos sintomas da asma e das
exacerbações em pacientes com asma incluem os irritantes aéreos, poluentes do ar, frio, calor,
alterações no clima, odores fortes ou perfumes, fumaça de carro, esforço, estresse, desgaste
emocional, gargalhada e sinusite.

Tratamento de Enfermagem
A monitorização constante do paciente pela enfermeira é importante nas primeiras 12 a
24 horas, ou até que o estado asmático esteja controlado. A enfermeira também avalia o turgor
cutâneo do paciente para identificar os sinais de desidratação. A ingestão hídrica é essencial
para combater a desidratação, para fluidificar as secreções e facilitar a expectoração. A
enfermeira administra os líquidos endovenosos, conforme prescrito, mais de 3 a 4 1/dia, a
menos que contra-indicado. A energia do paciente precisa ser conservada, e o quarto deve
estar silencioso e livre de irritantes respiratórios, incluindo flores, fumaça de cigarro, perfumes
ou odores dos agentes de limpeza. Um travesseiro não-alérgico deve ser utilizado.

EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO
1) As pneumonias são classificadas em razão delas poderem acontecer em diferentes
ambientes. Pesquise e diga quais são estes ambientes ou quais os tipos de pneumonia
existem?

2) Cite 03 ações de enfermagem frente a um paciente com pneumonia.

3) a) O que é tuberculose pulmonar e onde ela se manifesta?

b) Quais são os sinais e sintomas que um paciente com tuberculose pode apresentar?

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4)Explique com suas palavras por que um paciente portador de DPOC tem tanta dificuldade de
respirar?

5)Quais são os fatores de risco para a DPOC?

6)Cite 03 ações de enfermagem para um paciente com DPOC.

7)São sintomas da asma, exceto:


a)Tosse
b)Sibilos
c)Suores noturnos
d)Enrijecimento do tórax

5.6 (H.e.) REALIZAR EXAME DE RESPIRAÇÃO.

FUNDAMENTAÇÃO
A freqüência respiratória é o número de ventilações por minuto. A freqüência
respiratória depende da idade e do estado de saúde do paciente.
Inspiração + expiração= respiração=ventilação
A respiração normal de um adulto sadio é de 12 a 18 movimentos respiratórios por
minuto.

OBJETIVO
Aprender a realizar exame de respiração

METODOLOGIA
Faça uma pesquisa sobre o conceito de alguns termos usados para descrever a
respiração, como: eupnéia, dispnéia, taquipnéia, bradipnéia, apnéia, hiperventilação,
hipoventilação, hiperpnéia, respiração de cheyne-stokes, kussmaul. Depois divida a turma em
grupos e com auxílio do monitor de cada grupo visite uma instituição e verifique a freqüência
respiratória com ajuda de um estetoscópio de paciente sadios e pacientes portadores de
doenças respiratórias; freqüência respiratória de crianças e adultos.

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CAPÍTULO 6

COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS HABILIDADE ESSENCIAL


Conhecer o tecido epitelial. Classificar os tipos de feridas, e
Descrever as camadas que compõem o tecido descrever as etapas de cicatrização.
epitelial bem como suas funções.
Conhecer os tipos de feridas.

6.1 - (C.e.14) CONHECER O TECIDO EPITELIAL.

Tecido Epitelial
A pele é o maior órgão do corpo humano, tendo como principais funções: proteção
contra infecções, lesões ou traumas, raios solares e possui importante função no controle da
temperatura corpórea. Tem também funções nervosas, constituindo o sentido do tato e
metabólicas, como a produção da vitamina D.
A pele tem três camadas, a epiderme é a camada mais superficial e tem profundidade
diferente conforme a região do corpo. Zonas sujeitas a maior atrito como palmas das mãos e
pés têm uma camada mais grossa e chegam a até 2 mm de espessura. A epiderme é
constituída por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado (células escamosas em
várias camadas). A célula principal é o queratinócito, que produz a queratina. A queratina é
uma proteína resistente e impermeável responsável pela proteção.
A derme é um tecido conjuntivo de sustentação da epiderme. É constituído por fibras
elasticas e colagéno. É na derme que se localizam os vasos sanguíneos e linfáticos que
vascularizam a epiderme e também os nervos e os órgãos sensoriais a eles associados.
A hipoderme ou tecido subcutâneo é constituído por tecido adiposo que protege contra
o frio ele se localiza entre a derme e a fáscia muscular. Tem como funções: reservatório
energético; isolante térmico; modela superfície corporal; absorção de choque e fixação dos
órgãos.
Há ainda vários órgãos anexos, como folículos pilosos, glândulas sudoríparas e
sebáceas; ou penas, escamas e cascos.

6.2 (H.e.15) DESCREVER AS CAMADAS QUE COMPÕEM O TECIDO EPITELIAL BEM


COMO SUAS FUNÇÕES.

FUNDAMENTAÇÃO
A pele é o revestimento externo do corpo, considerado o maior órgão do corpo humano
e o mais pesado. O estudo das camadas da pele bem como suas funções e composição são
importantes para o aluno, uma vez que estão em consonância com os estudos sobre
tratamento de feridas.
OBJETIVO

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Conhecer as camadas que compõe o tecido epitelial, bem como suas funções e
classificações.

MATERIAIS: lápis de cor, de cera ou tinta guache, cola, tesoura, papel graffit ou isopor.

METODOLOGIA
Divida a turma em grupos e com ajuda do professor e do monitor da turma, separe os
grupos de acordo com os temas especificados abaixo e faça a exposição do tecido epitelial em
forma de maquete, na sala de aula.
Temas:
 Camadas do tecido epitelial;
 Morfologia do tecido epitelial;
 Estratificação do tecido epitelial;
 Especializações do tecido epitelial;

Sugestão ao professor: levar imagens dos vários tipos de feridas, para serem exibidas em
data show já que as imagens da apostila estão em preto.

EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO

1) (UFMT/2009) A ozonosfera é uma das principais barreiras de proteção contra a excessiva


radiação ultravioleta que traz sérios prejuízos aos seres vivos. Em relação à pele humana, é
correto afirmar que a incidência excessiva dos raios UV agride as células podendo provocar
alterações genéticas com danos profundos na:
a) Endoderme, camada mais interna da pele.
b) Hipoderme, camada localizada após a epiderme.
c) Epiderme, camada superficial da pele.
d) Ectoderme, camada mais externa da pele.
e) Mesoderme, camada abaixo da endoderme.

2) (UFES) Com relação ao tecido epitelial, considere as afirmativas abaixo:


I. O epitélio de revestimento do tipo prismático com microvilosidades é comum aos órgãos
relacionados com a absorção, como o intestino delgado.
II. As glândulas merócrinas, formadas pelo epitélio glandular, são aquelas que apresentam um
ciclo secretor completo, ou seja, elaboram, armazenam e eliminam apenas a secreção.
III. O epitélio pavimentoso estratificado queratinizado apresenta uma única camada de células
e recobre a superfície corporal dos mamíferos.
IV. As células epiteliais recebem a sua nutrição a partir do tecido conjuntivo subjacente, uma
vez que o tecido epitelial é avascular.
V. Denominamos glândulas endócrinas aquelas que lançam parte de seus produtos de
secreção na corrente sanguínea e parte em cavidades ou na superfície do corpo.
Assinale:
a) se todas forem corretas.
b) se todas forem incorretas.
c) se I, II e III forem corretas.
d) se I, IV e V forem corretas.
e) se I, II e IV forem corretas.

3) (UECE-JUNHO/2007) Dentre as principais funções do tecido epitelial, podemos assinalar,


corretamente, a função de:
a) Tração.
b) Transporte
c) Preenchimento
d) Secreção

4) (VESTIBULANDOWEB/2009) A análise de determinado material ao microscópio revelou a


seguinte imagem.

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Podemos afirmar que o referido corte histológico pertence ao seguinte órgão:


a)Traquéia
b)Túbulos renais
c)Parede uterina
d)Esôfago
e)Intestino

05) (CEFET-MG) Referindo-se ao tecido epitelial, podemos afirmar:


I- Os órgãos são revestidos internamente através das mucosas.
II- Na epiderme, encontram-se, numerosamente, fibras colágenas, elásticas e reticulares.
III- Na superfície de contato de um epitélio com o tecido conjuntivo subjacente, encontra-se
uma película protéica acelular denominada lâmina basal.
É correto afirmar que apenas:
a) o item I é verdadeiro d) os itens I e II são verdadeiros.
b) o item II é verdadeiro e) os itens I e III são verdadeiros.
c) o item III é verdadeiro.

06) (UFPI/2005) Para amenizar rugas e vincos na pele sem intervenção do bisturi, os médicos
contam com algumas substâncias como o colágeno, o silicone e os ácidos (Restylane e afins),
que apresentam atividade fraca quando aplicadas na pele por uso externo, mas mostram bons
resultados quando injetadas na derme. Assinale a alternativa que apresenta a explicação
correta.
a) A derme é a camada mais externa da pele, e sua localização facilita a atuação das
substâncias, que vão atuar no tecido epitelial.
b) A derme, composta de tecido conjuntivo, é quem confere elasticidade e resistência à pele, e
a aplicação interna dessas substâncias atua no preenchimento dos locais falhos.
c) A perfeita união entre as células epiteliais faz com que o epitélio seja totalmente
impermeável à água e a essas substâncias.
d) As substâncias, quando aplicadas pelo uso externo, estimulam a duplicação das camadas
do tecido epitelial da derme, mas a camada de queratina não permite que atuem na derme.
e) As glândulas exócrinas presentes no tecido epitelial atuam como barreiras físicas e
químicas, impedindo a passagem das substâncias até a derme, evitando sua atividade.

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07) (UEL/2007) Analise a figura a seguir.

Fonte: JUNQUEIRA, L. C.& CARNEIRO, J. Biologia Celular e Molecular. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2000. p. 295.

Com base na figura e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa correta:
a) A pele negra, representada pela figura de número III, não tem necessidade de produzir
melanócitos quando em contato com os raios ultravioleta.
b) Os indivíduos de pele albina estão representados pela figura II, pois, em contato com os
raios ultravioleta produzem uma quantidade intermediária de melanócitos como conseqüência
de problemas enzimáticos.
c) Os indivíduos de pele clara estão representados pela figura I, o que justifica o fato da pele
destas pessoas, quando em contato com os raios ultravioleta, ficarem vermelhas.
d) As células epiteliais da epiderme contêm quantidade variável do pigmento melanina,
colocado como um capuz sobre o lado do núcleo celular que está voltado para o exterior, de
onde vêm os raios ultravioleta.
e) Tumores malignos originados de células epiteliais de revestimento podem ser causados pela
falta de exposição ao sol.

6.3 (C.e.16) CONHECER OS TIPOS DE FERIDAS.

As feridas são conseqüência de uma agressão por um agente ao tecido vivo podem ser
classificadas de várias maneiras. Quanto ao agente causal são classificadas em:

1. Incisas ou cortantes - são provocadas por agentes cortantes, como faca, bisturi, lâminas,
etc.; suas características são o predomínio do comprimento sobre a profundidade, bordas
regulares e nítidas, geralmente retilíneas.

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2. Corto-contusa - o agente não tem corte tão acentuado, sendo que a força do traumatismo é
que causa a penetração do instrumento, tendo como exemplo o machado.

3. Perfurante - são ocasionadas por agentes longos e pontiagudos como prego, alfinete. Pode
ser transfixante quando atravessa um órgão, estando sua gravidade na importância deste
órgão.

4. Pérfuro-contusas - são as ocasionadas por arma de fogo, podendo existir dois orifícios, o
de entrada e o de saída.

5. Lácero-contusas - Os mecanismos mais freqüentes são a compressão: a pele é esmagada


de encontro ao plano subjacente, ou por tração: por rasgo ou arrancamento tecidual. As bordas
são irregulares, com mais de um ângulo; constituem exemplo clássico as mordidas de cão.

6. Perfuro-incisas - provocadas por instrumentos pérfuro-cortantes que possuem gume e


ponta, por exemplo um punhal. Deve-se sempre lembrar, que externamente, poderemos ter
uma pequena marca na pele, porém profundamente podemos ter comprometimento de órgãos
importantes.

7. Escoriações - a lesão surge tangencialmente à superfície cutânea, com arrancamento da


pele.
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8. Equimoses e hematomas - na equimose há rompimento dos capilares, porém sem perda


da continuidade da pele, sendo que no hematoma, o sangue extravasado forma uma cavidade.

Também as feridas podem ser classificadas de acordo com o grau de contaminação.


Esta classificação tem importância, pois orienta o tratamento antibiótico e também nos fornece
o risco de desenvolvimento de infecção.
 Limpas - são as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo que não foram abertos sistemas
como o digestório, respiratório e genito-urinário. A probabilidade da infecção da ferida é
baixa, em torno de 1 a 5%.
 Limpas-contaminadas – também são conhecidas como potencialmente contaminadas; nelas
há contaminação grosseira, por exemplo, nas ocasionadas por faca de cozinha, ou nas
situações cirúrgicas em que houve abertura dos sistemas contaminados descritos
anteriormente. O risco de infecção é de 3 a 11%.
 Contaminadas - há reação inflamatória; são as que tiveram contato com material como terra,
fezes, etc. Também são consideradas contaminadas aquelas em que já se passou seis horas
após o ato que resultou na ferida. O risco de infecção da ferida já atinge 10 a 17%.
 Infectadas - apresentam sinais nítidos de infecção.

As feridas com sinais de infecção apresentam : secreção purulenta, mudança no odor


ou na característica do exsudato (amarelado ou esverdeado), hiperemia, edema inflamatório,
dor.
Quanto à profundidade são classificadas em:
1. Superficial: apenas a epiderme
2. Perda parcial: epiderme e derme
3. Perda total: camadas mais profundas da pele

Características de tecidos vivos:


 Tecido ósseo: branco brilhante, consistência dura, recoberto pelo periósteo, resseca
facilmente.
 Músculo: vermelho vivo, vascularizado.
 Tendão: cordão de tecido fibroso elástico, forte, branco, brilhante, pouco vascularizado.
 Características de tecidos mortos
 Epitélio: escara
 Tecido subcutâneo: coloração cinza, amarronzado para preta.
 Tecido muscular: marrom avermelhado para cinza
 Osso: amarelado
 Tendão: cinza amarronzado

CICATRIZAÇÃO
Após ocorrer a lesão a um tecido, imediatamente iniciam-se fenômenos dinâmicos
conhecidos como cicatrização, que é uma seqüência de respostas dos mais variados tipos de
células (epiteliais, inflamatórias, plaquetas e fibroblastos), que interagem para o
restabelecimento da integridade dos tecidos. O tipo de lesão também possui importância no
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tipo de reparação; assim, em uma ferida cirúrgica limpa, há necessidade de mínima quantidade
de tecido novo, enquanto que, por exemplo, em uma grande queimadura, há necessidade de
todos os recursos orgânicos para cicatrização e defesa contra uma infecção. Na seqüência da
cicatrização de uma ferida fechada, temos a ocorrência de quatro fases distintas: inflamatória,
epitelização, celular e fase de fibroplasia (formação de fibras).
 Fase inflamatória - O processo inflamatório é de vital importância para o processo de
cicatrização; de início, ocorre vaso-constricção fugaz, seguida de vaso-dilatação, que é
mediada principalmente pela histamina, liberada pelas células de defesa e plaquetas com
aumento da permeabilidade e extravasamento de plasma; possui duração efêmera de mais ou
menos 30 minutos, sendo que a continuidade da vaso-dilatação é de responsabilidade de
prostaglandinas. Nos vasos próximos, ocorrem fenômenos de coagulação, formação de
trombos, que passam a levar maior proliferação de fibroblastos.
 Fase de epitelização - Enquanto que a fase inflamatória ocorre na profundidade da lesão,
nas bordas da ferida suturada, em cerca de 24 a 48 horas, toda a superfície da lesão estará
recoberta por células superficiais que com o passar dos dias, sofrerão fenômenos de
queratinização.
 Fase celular - No terceiro e quarto dia, após a lesão, fibroblastos proliferam e tornam-se
predominantes ao redor do décimo dia. Agem na secreção de colágeno que é responsável pela
força e integridade dos tecidos.
Os fibroblastos não tem a capacidade de lisar restos celulares, portanto tecidos
macerados, coágulos e corpos estranhos constituem uma barreira física à proliferação com
retardo na cicatrização.
 Fase de fibroplasia - Caracteriza-se pela presença de colágeno. Para sua formação
requer enzimas específicas que exigem co-fatores como oxigênio, ferro, ácido ascórbico
(vitamina C), daí suas deficiências levarem ao retardo da cicatrização. São os feixes de
colágeno que originam uma estrutura densa e consistente que é a cicatriz. As feridas vão
ganhando resistência de forma constante por até quatro meses, porém sem nunca adquirir a
mesma do tecido original. Esta fase de fibroplasia não tem um final definido, sendo que as
cicatrizes continuam modelando-se por meses e anos, sendo responsabilidade da enzima
colagenase.

A cicatrização pode se fazer por primeira, segunda e terceira intenção. Na cicatrização


por primeira intenção, ocorre a volta ao tecido normal, sem presença de infecção e as
extremidades da ferida estão bem próximas, na grande maioria das vezes, através da sutura
cirúrgica. Na cicatrização por segunda intenção, não acontece a aproximação das superfícies,
devido ou à grande perda de tecidos, ou devido a presença de infecção; neste caso, há
necessidade de grande quantidade de tecido de granulação. Diz-se cicatrização por terceira
intenção, quando se procede ao fechamento secundário de uma ferida, com utilização de
sutura.

Fatores que interferem diretamente com a cicatrização normal:


 Idade - quanto mais idoso, menos flexíveis são os tecidos; existe diminuição progressiva do
colágeno.
 Nutrição - está bem estabelecida a relação entre a cicatrização ideal e um balanço nutricional
adequado.
 Estado imunológico - a ausência de leucócitos, pelo retardo da fagocitose e da lise de restos
celulares, prolonga a fase inflamatória e predispõe à infecção; pela ausência de monócitos a
formação de fibroblastos é deficitária.
 Oxigenação - a anóxia leva à síntese de colágeno pouco estável, com formação de fibras de
menor força mecânica.
 Diabetes - A síntese do colágeno está diminuída na deficiência de insulina; devido à
microangiopatia cutânea, há uma piora na oxigenação; a infecção das feridas é preocupante
nessas pacientes.
 Drogas - As que influenciam sobremaneira são os esteróides, pois pelo efeito anti-
inflamatório retardam e alteram a cicatrização.
 Quimioterapia - Levam à neutropenia, predispondo à infecção; inibem a fase inflamatória
inicial da cicatrização e interferem nas mitoses celulares e na síntese protéica.
 Tabagismo - A nicotina é um vasoconstritor, levando à isquemia tissular, sendo também
responsável por uma diminuição de fibroblastos e macrófagos. O monóxido de carbono
diminui o transporte e o metabolismo do oxigênio. Clinicamente observa-se cicatrização mais
lenta em fumantes.
 Hemorragia - O acúmulo de sangue cria espaços mortos que interferem com a cicatrização.
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 Tensão na ferida - Vômitos, tosse, atividade física em demasia, produzem tensão e


interferem com a boa cicatrização das feridas

A grande complicação das feridas é a sua infecção, sendo que os fatores


predisponentes podem ser locais ou gerais. Os locais são: contaminação, presença de corpo
estranho, técnica de sutura inadequada, tecido desvitalizado, hematoma e espaço morto.

6.4 (H.e.10) CLASSIFICAR OS TIPOS DE FERIDAS, E DESCREVER AS ETAPAS DE


CICATRIZAÇÃO.

FUNDAMENTAÇÃO
Cuidar de feridas sempre pareceu ser muito simples. Tão simples que dificilmente era
prioridade no tratamento do paciente. Qualquer pessoa podia fazer o curativo e utilizar o que
tinha disponível. Não se dava a devida importância à técnica e a outros fatores associados.
Hoje sabemos que vários fatores interferem no processo de cicatrização e que o
mercado dispõe de uma variedade de produtos que podem ser utilizados com sucesso tanto na
prevenção quanto no tratamento de feridas.
Contudo, sabemos que para o cuidado de pacientes com feridas, é necessária a
atuação de uma equipe multidisciplinar a fim de que as ações terapêuticas possam ser
integradas.

OBJETIVO
Observar as feridas e descrever as etapas cicatrização.

METODOLOGIA
Faça uma visita a Unidade de Saúde ou hospital de sua cidade, acompanhada do
professor e do monitor de sala de aula e escolha uma ferida de um paciente e descreva o tipo
de ferida e sua classificação conforme o estado de cicatrização e faça um relatório, ilustrando-
o. É para ser apresentado em sala de aula em forma de seminário.

EXERCÍCIOS DE COMPREENSÃO

1) Assinale a alternativa falsa:


a) A cicatrização é evento complexo e dinâmico.
b) A cicatrização final depende da perda tecidual inicial.
c) Muitos eventos dermatológicos contam com a cicatrização em derme incompleta.
d) As fases da cicatrização são bem determinadas e individualizadas.
e) A cicatrização depende de vários fatores como:localização anatômica, tipo da pele, raça, e
técnica cirúrgica utilizada.

2) Qual das alternativas abaixo não corresponde à cicatrização em derme completa?


a) A cicatriz é perceptível.
b) Muitas vezes a cicatriz é pronunciada.
c) A reparação se faz basicamente pela reepitelização.
d) Necessita de formação de um novo tecido.
e) Pode se estender até tecido celular subcutâneo.

4) As células mais importantes da fase inflamatória são:


a) Leucócitos Polimorfonucleares
b) Eosinófilos
c) Linfócitos
d) Plasmócitos
e) Macrófagos

5) Existem muitas variáveis que podem modificar o efeito final da cicatriz:


a) Uso de drogas sistêmicas.
b) Uso de drogas tópicas
c) Técnica cirúrgica respeitando unidades estéticas, evitando o pinçamento, e promovendo uma
aproximação natural das bordas.
d) Material cirúrgico utilizado, em feridas provocadas.
e) Todas acima são variáveis importantes e devem ser consideradas em cirurgia
dermatológica.

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6) Dentre os fatores abaixo, identifique aqueles que retardam ou impedem a cicatrização de


lesões abertas, de forma mais imperativa:
a) idade e utilização de antibióticos sistêmicos
b) pressão contínua sobre o local e manutenção da lesão em meio seco
c) doenças pré existentes e uso de anti-sépticos
d) estado nutricional e uso de curativos não industrializados
e) presença de infecção e técnica de limpeza utilizada

7). Dos elementos abaixo, assinale aqueles que têm influência direta sobre a decisão do tipo de
cobertura a ser utilizada em uma lesão:
a) causa, tempo de evolução e localização da lesão
b) tamanho, localização e tipo de exsudato
c) profundidade, causa e coloração da lesão
d) localização, tempo de evolução, presença de odor
e) coloração, presença de infecção, causa da lesão

8). Das alternativas abaixo, assinale a afirmação correta:


a) O cuidado de feridas é um procedimento estéril.
b) Os curativos industrializados substituíram os curativos artesanais, pois são mais seguros.
c) Os recursos hoje disponíveis para auxiliar na cicatrização são suficientes e não são
necessários novos processos e pesquisas.
d) A competência dos profissionais influi de maneira mais efetiva no processo de cicatrização
do que os recursos existentes.
e) Com o advento dos curativos modernos a cicatrização de feridas deixou de ser um
problema.

AUTOAVALIAÇÃO
Escreva um texto em seu caderno de autoavaliação destacando o que você aprendeu
e/ou teve dificuldade com este capítulo.

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REFERÊNCIAS

BRUNNER E SUDDARTH.Tratado de Enfermagem Médico-Cirurgica. Ed Guanabara Koogan.


9º edição.Rio de Janeiro-RJ,2002.

Brasil. Ministério da Saúde. Doenças crônicas não-transmissíveis Hipertensão Arterial


Sistêmica. Cadernos de capacitação à distância para atenção básica.Brasília.2001.

Dispnivel em: www.unimes.br/aulas/MEDICINA/.../feridas_e_curativos.html


Acesso em: out 2009

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