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- Cirurgião
- Ajudante de cirurgião
- Anestesista
- Instrumentista
- Circulante
Terminologia Cirúrgica:
Prefixos Sufixos
Assepsia: o conjunto de procedimentos que se empregam para evitar infeções nos tecidos nas intervenções
cirúrgicas, ausência completa de MO nos seres vivos;
Objetivos: prevenir a contaminação da ferida provocada pelo cirurgião de modo a permitir a cicatrização por 1ª
intenção sem existência de infeção
- Assepsia cirúrgica: quando os tecidos vão ser penetrados cirurgicamente
- Assepsia médica: técnicas para reduzir o numero de MO ao mínimo baseado em procedimentos mais simples
(higiene, uso de antibióticos..)
Animal
Instrumentos e
equipamento
cirurgico
Métodos de Assepsia
Esterilização Desinfeção
Anti- sepsia
(Sala de cirurgia, (ambiente)
instrumentos) (animais e nós)
Autoclave:
- Suporta o vapor de água e altas pressões e temperaturas Indicadores para garantir que a temperatura e
- Esterilização obtém-se por contato direto com o vapor tempo de esterilização foram conseguidos.
(121ºC durante 15-30 min, 2.0 bar) - Químicos: fitas de iodeto de amido
- Rápido, eficaz e económico - biológicos: suspensões de esporos
- Aparelhos caros estandardizados de um MO termorresistente
- Pode alterar os materiais
Cuidados a ter:
- O material deve ser lavado logo apos a sua utilização
- Panos e plásticos não se devem encostar as paredes da autoclave (pode queimar)
- Ao retirar ter cuidado com a temperatura (inox aquece muito)
- Panos por de molho apos utilização
- Bordos da compressa para dentro para não haver risco de ficar fios no campo operatório (corpo estranho)
Falhas na esterilização:
- Pacotes muito apertados ou impropriamente condicionados.
- Equipamento ineficiente.
- Temperatura e pressão insuficientes.
- Tempo de exposição muito curto.
Preparação do animal:
Jejum (cães e gatos 6 a 12h, bovinos e equinos 12 a 24h)
Retirar fármacos anticoagulantes
Indução do vómito (xilazina ou apomorfina)
Limpeza geral do paciente
Esvaziamento do reto e da bexiga (enema e algaliação)
Tricotomia do pelo até 20 cm do local da incisão.
Lavagem e anti-sepsia da zona preparada.
Aplicação de um sistema venoclise
(permite manter uma via endovenosa aberta para fluidoterapia ou administração de fármacos sedativos e/ou
anestésicos)
A posição do animal será a mais cómoda para o cirurgião salvaguardando sempre as funções fisiológicas dos
animais principalmente a função respiratória e cardíaca.
O animal deve estar preso á mesa (para não haver movimentos posteriores aquando da manipulação)
Desengorduramento da pele (realiza-se com álcool ou éter e permite uma melhor eficácia dos agentes antisépticos)
Anti-sepsia da zona cirúrgica
(aplicação de germicidas: povidona iodada, clorexidina a 0.5%, solução alcoólica iodada a 1%, hexaclorofeno) – o
antisséptico precisa de tempo para atuar 5 a 7 minutos
Anti-sepsia da zona cirúrgica (a aplicação é feita de forma concêntrica e com compressas esterilizadas)
Não devemos esfregar demasiado a pele (vai superficializar as bactérias mais profundas)
Equipa Cirúrgica:
- Vestuário esterilizado (cirurgião, ajudantes de cirurgião e instrumentista)
- Vestuário não esterilizado (anestesista e circulantes)
ser igual á espessura da pele dessa zona. Nunca deve ser inferior a 5 mm.
Os nós não devem ficar sobre a linha de incisão mas sim num dos lados da sutura e deve ser deixado cerca
de 1 a 1.5 cm de ponta de fio para facilitar a sua remoção.
Tensão
Demasiada (Isquemia, Desgarramento/corte do tecido, Exsudação excessiva, Cicatrização inestética)
Pouca tensão (Mobilidade)
Esterilização:
Autoclavagem⇒ Contraindicada no catgut, colagénio, fáscia, polietileno e ácido poliglicólico
Raios-gama⇒ Contraindicados no ácido poliglicólico, polipropileno e algodão
Óxido de etileno⇒ O mais indicado.
Fios de Sutura
Utilizados quando é impossível a remoção ou está contraindicada a sua Ou são biologicamente inertes e não provocam
persistência após a cicatrização. Perda grande parte da sua resistência 60 reação (sintéticos) ou enquistam-se provocando
dias após a implantação.Constituídos por material orgânico que originam uma reação de corpo estranho.
resposta inflamatória levando à sua digestão enzimática, hidrólise ou
fagocitose. A perda de resistência é mais rápida emtecidos inflamados,
infetados ou sujeitos a traumatismos
Cat-gut
• Formado por colagéneo proveniente de submucosa Colagénio
intestinal de ovinos e serosa de bovinos. • É obtido a partir da extrusão das fibras de colagénio do
• Apresenta-se normalmente sobre a forma de torcido. tendão de bovinos.
• A autoclavagem afecta as suas características.
• Pode desencadear reacções de hipersensibilidade devido Polímero prensado do ácido poliglicólico
à sua natureza proteica. • Hidrolisável em 40 a 60 dias.
• A rapidez de reabsorção depende do seu grau de • Multifilamentoso entrançado.
cromagem. • Boa manipulação.
• A resistência à tracção depende do seu calibre.
• Nós com tendência a se soltarem.
• A sua reabsorção é de origem fagocitária e enzimática.
• Menos reativo que o Catgut.
• É mais elástico e flexível quando molhado.
• Não indicado no trato urinário.
• Durabilidade:
Simples - Absorvido ao fim de 4 a 7 dias • Não autoclavavel.
Meio-crómico - Absorvido ao fim de 14 dias • Elevada resistência à tração.
Extra-crómico - Absorvido ao fim de 40 dias • Alto coeficiente de fricção (pode cortar tecidos friáveis)
Polipropileno
Poliglactin 910 • Alta resistência à tração.
• 90% de ácido glicólico + 10% de ácido láctico • Biologicamente inerte.
• Hidrolisado em 90 dias. • Ausência de capilaridade.
• Trançado ou monofilamentar. • Fácil manipulação e razoável fixação dos nós.
• Mais hidrófobo e resistente à hidrólise que o ácido • Não esterilizável por raios-gama.
poliglicólico.
• Reacção tissular mínima. Polietileno
• Segurança de nó comparável ao do ácido poliglicólico. • Monofilamentares.
• Contraindicada a autoclavagem.
Polidioxanona
• Monofilamentar com características resistência superior Poliésteres
aos anteriormente descritos. • Fios capilares que para reduzir essa característica são
• Reabsorção mais lenta com mínima reação tissular e boa revestidos por teflon, polibutano ou silicone.
segurança nos nós. • Resistente à autoclavagem.
• Usado em cirurgia cardiovascular e pele.
Poligliconato • Pouca segurança no nó.
• Semelhante à polidioxanona.
• conserva 50% da resistência ao fim de 21 dias. Aço inoxidável
• Reabsorção ao fim de 180 dias. • Mono ou multifilamentar.
• Biologicamente inerte.
Seda • Não capilar.
• Elevada resistência à tensão. • Facilmente esterilizável.
• Fácil de esterilizar. • Boa resistência à tracção.
• Fácil de manipular. • Boa segurança no nó.
• Económico • Não se modifica após implantação.
• Muito capilar.
• Perda da resistência em meios fluidos. Agrafos de Michel ou Hannover
• Forte reacção de enquistamento. • São em aço inoxidável e destinam-se à cirurgia visceral ou
• Não deve penetrar na mucosa de órgãos ocos porque cutânea.
provoca ulceração e cálculos. • Boa tolerância tissular, rapidez de execução e boa
aposição.
Algodão
• Não esterilizável por raios-gama. Cola biológica de tecidos
• Produz forte reacção tissular. • Monómeros líquidos que solidificam por polimerização
• Aderente às luvas cirúrgicas. em contacto com minúsculas partículas de água à superfície
dos tecidos.
Linho • Podem originar granulamos inflamatórios, atrasos
• A sua única vantagem é a segurança no nó. nacicatrização e falha de aderência.
Nylon
• Polímero sintético da poliamida
• Mono ou multifilamentar.
• Boa flexibilidade e resistência.
• Não capilar e praticamente inerte biologicamente.
• Pouca estabilidade no nó.
• Pequeno coeficiente de fricção.
• Facilmente esterilizável.
Caprolactan polimerizado
• Multifilamentar, revestido e não capilar.
• Tem uma boa combinação de características de fios mono
e multifilamentares.
• Tem uma passagem fácil pelos tecidos com trauma
mínimo.
Agulhas:
Normal Fechado
Forma Semi-curva
Seção Redonda
Seção Oval
Seção do corpo
Seção Achatada (melhores)
Seção Triangular
Afilada ou cónica
Biselada
Ponta
Triangular
Forma de trocânter
Atraumatica redonda
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Descrição do fio
Seção da agulha
Curvatura e
Tamanho Validade
forma da agulha
dos fios
Qualquer intervenção cirúrgica deve reduzir-se a 4 técnicas básicas:
• Incisão e excisão de estruturas do organismo
•Manutenção da hemostasia
•Manipulação cuidadosa dos tecidos expostos
• Sutura das estruturas anatómicas para facilitar a reparação
Vantagens Inconvenientes
Redução da hemorragia e limpeza do campo operatório Controlo impreciso da destruição do tecido
– Efeito analgésico, evitando a anestesia geral – Esfacelamento do tecido necrótico até 3 semanas
– Redução da dor pós-operatória por destruição local após a operação, podendo ocasionar hemorragias
das terminações nervosas sensoriais
– Redução do tempo da operação
Vantagens Inconvenientes
Redução da perda de sangue Cicatrização mais prolongada
Menor necessidade de compressas ou ligadura de vasos Diminuição da resistência da ferida à infeção
Redução do tempo de cirurgia Menor precisão no controle da profundidade de corte
Regulação da energia de incisão Contra-indicado em presença de ciclopropano, éter,
álcool, devido ao risco de explosão
DISSECÇÃO
Este procedimento liberta os tecidos das suas uniões (subcutâneas no caso da pele) permitindo assim a utilização de
todo o seu potencial elástico.
• Romba
– Com tesoura
– Com compressas
– Com dedos (digitoclasia)
– Com afastadores
– Com cabo de bisturi
• Aguda (pontiaguda)
– Lâmina de bisturi
– Tesoura
AFASTADORES
• Afastadores manuais
• Afastadores auto-estáticos
Recomendações na aplicação de afastadores para evitar danos para os tecidos
• Abarcar só os planos indispensáveis
• Atuar sem brusquidão
• Aplicar pressão moderada
• Embeber os bordos da ferida com solução salina isotónica
SUTURA
- Porta-Agulhas( Mayo, Mathieu, Castroviejo)
- Fios de Sutura com Agulha
• Absorvíveis/Não Absorvíveis
• Agulha Atraumática/Traumática
CUIDADOS A TER:
• Evitar a desidratação dos tecidos, protegendo-os com compressas impregnadas em solução salina isotónica.
• Evitar provocar traumatismos desnecessários aos tecidos, que só levam a atrasos na cicatrização e na recuperação
do paciente.
São as produzidas em
ambiente cirúrgico, sendo Apresentam sinais nítidos
Também são conhecidas como Há reação inflamatória; são as de infecção.
que não foram abertos que tiveram contato com
potencialmente contaminadas; nelas
sistemas como o digestivo, material como terra,fezes, etc.
respiratório e genito- há contaminação grosseira,por
exemplo nas ocasionadas por faca Também são consideradas
urinário. A probabilidade contaminadas aquelas em que
da infecção da ferida é de cozinha, ou nas situações
cirúrgicas em que houve abertura já se passouseis horas após o
baixa, em torno de 1 a 5%. acto que resultou na ferida. O
dos sistemas contaminados
descritos anteriormente. O risco de risco de infecção da ferida já
infecção é de 3 a 11%. atinge 10 a 17%.
FERIDAS MISTAS
São aquelas que apresentam duas situações anteriormente descritas, uma componente aberta (penetrante) e outra
fechada (compressão, contusão). Muito frequentes em lutas
Princípios a considerar:
• Grau de contaminação
• Quantidade de tecido desvitalizado
• Estado geral do paciente
• Hemostasia
• Tempo decorrido desde o trauma ⇒Contaminação
• Tipo de ferida:
– Feridas incisas e limpas⇒ Sutura primária
– Feridas sujas ou contaminadas ⇒Limpeza da ferida, antibioterapia e sutura após 7 dias
– Feridas infectadas⇒ Limpeza da ferida, antibioterapia e sutura após 12 dias
APLICAÇÃO DE PENSOS
Objetivos:
• Evitar a formação de hematoma e edema
• Contribuir para o encerramento de espaços mortos
• Proteger a ferida da contaminação e trauma
• Absorver exsudados
• Diminuir a morbilidade da zona afetada
A ferida é formada por:
– Uma zona de liquação.
– Uma zona de fibrina coagulada.
– Uma zona de proliferação celular.
– Uma zona de hiperémia periférica.
Fenómenos locais:
• Alteração da vascularização e enervação da zona e inflamação periférica à lesão.
• Libertação de lisossomas devido à morte celular (alteração do pH do meio, aumento do K+).
• Proteólise.
• Libertação de detritos celulares (diapedese dos glóbulos brancos, mecanismo de resposta celular).
Fenómenos regionais:
• Alteração dos elementos anatómicos pelos agentes traumáticos (Vasos, nervos, músculos, ossos, órgãos
parenquimatosos.)
Regeneração: é uma modalidade da cicatrização em que uma solução de continuidade de um tecido é preenchida
por um tecido igual ao lesionado, mantendo-se a estrutura e funções originais. Pode acontecer em epitélios,
endotélios, parênquima hepático, nervos periféricos, fibras musculares e tecido fibroso.
Cicatrização: é o resultado final de um processo reacional complexo, no qual intervém reações vasculares, celulares
e humorais, que visam repara as consequências das agressões ao organismo.
Fibroplasia: é a reunião de tecidos por uma ponte de tecido fibroso cicatricial que restaura temporariamente ou
definitivamente a forma e função do tecido lesionado.
Reparação Epitelial:
Tipos Hemorragia:
Diapedésica – Passagem de sangue através da parede dos vasos, que podem apresentar-se
microscopicamente intactos.
Sérica – Passagem de sangue por uma descontinuidade da parede dos vasos.
Causas de Hemorragia:
Doenças hemorrágicas hereditárias: Hemofilia (A,B), Doença de von Willebrand
Doenças hemorrágicas adquiridas: Trombocitopenia, Cirrose, uremia (alteração da função das plaquetas),
Deficiência de vit. K, Doenças hepáticas
Uso de anticoagulantes.
Coagulação intravascular disseminada (CID)
Traumatismos vasculares: Feridas penetrantes; Incisões; Contusões; Traumatismos diversos.
Venosas Equimótica
Intermédias ou retardadas (<24horas)
Caapilares Profunda
Secundárias: resultam de um tratamento
inadequado ou ineficaz da hemorragia primaria
Reacção do organismo:
Reacção local: Hemostasia espontânea
Reacção geral: Opondo-se às consequências da hemorragia (ROPA) e Reacção do organismo em
conformidade com a gravidade da hemorragia, envolvendo os rins, pâncreas, fígado, intestino, pulmão e
coração.
Hemostasia: Mecanismo de defesa fisiológico e espontâneo para deter a hemorragia. Depende de fatores
vasculares, extravasculares e intravasculares que, conjuntamente, provocam a formação de coágulos no local da
hemorragia.
Hemostasia
Compressão ou pressão:
1. Garrote ou torniquete (fita, banda elástica, tala)
Devem-se aliviar de 30 em 30 minutos;
As fitas ou talas devem ser largas.
2. Compressas (gaze, algodão)
Para artérias e veias de pequeno calibre.
3. Ligaduras cirúrgicas (de vasos) - ligadura de transfixação
Encerramento definitivo de um vaso por meio de um fio de sutura (absorvível ou não) que é
amarrado em redor desse vaso;
A espessura do fio deve estar de acordo com o calibre do vaso;
Os nós devem ser em número suficiente (de acordo com o fio de sutura utilizado) a fim de se
manterem firmes;
O vaso deve estar perfeitamente identificado e isolado;
A pressão deve ser a suficiente para controlar a hemorragia.
4. Compressão digital
5. Pinças hemostáticas
De pequenas dimensões têm por finalidade comprimirem fortemente os vasos sanguíneos
6. Pinças Bulldog
Para hemóstase provisória
7. Sutura da ferida
Exerce uma função hemostática pela compressão exercida sobre os tecidos ao nível dos capilares.
Electrocoagulação
Técnica monopolar
Técnica bipolar
Cauterização
Electro-cauterização;
Termo-cauterização;
Crio-cauterização (óxido de azoto, azoto líquido).
Causticação
Por produtos sólidos (nitrato de prata, tanino);
Por produtos líquidos (percloreto de ferro, nitrato de prata, sulfato ferroso, ácido acético glacial).
Hemostaticos
Estimulantes da coagulação:
- Vitamina K (necessária à síntese hepática de vários fatores de coagulação – II, VII, IX e X) usa-se nas
hemorragias devidas a: doenças hepáticas, anti-coagulantes derivados da cumarina; síndromes de má-
absorção ou devidas ao uso de antimicrobianos, salicilatos ou fenilbutazona; deficiência de protrombina.
- Cloreto de cálcio
- Transfusão de sangue
- Transfusão de plasma
- Globulina anti-hemolítica (fator VIII) (Obtida a partir do plasma e é usada no tratamento da hemofilia e nos
doentes que têm em circulação inibidores do fator VIII)
- Fibrinogénio (Obtido a partir do plasma, é uma fração concentrada do fator I sob a forma liofilizada)
Vasoconstritores:
- Ocitocina – nas hemorragias pós-parto;
- Ergometrina – prevenção de hemorragias pós-parto;
- Adrenalina e noradrenalina – aplicações locais;
- Carbazocromo – derivado da adrenalina que apresenta uma grande eficácia nas hemorragias por
fragilidade capilar.
ENDOSCOPIA
Trata-se de uma técnica de diagnóstico por visualização direta das lesões dentro do organismo.
Permite a recolha de amostras (biópsias) para estudo histopatológico.
É uma técnica minimamente invasiva.
Seja qual for o tipo de endoscópio é necessário a iluminação do interior da cavidade de forma a visualizar a
imagem. Isto é conseguido pela transmissão da luz por um feixe de fibras óticas.
Quando se observa o interior de uma cavidade ou de um órgão é necessário insuflar ar de forma a dilatar
essa cavidade / órgão e permitir a sua visualização. As exceções são a endoscopia das vias respiratórias,
canal auditivo e articulações.
Quando o endoscópio entra em contacto com secreções deve existir algum sistema de limpeza da lente.
Todo o material de endoscopia deve ser esterilizado antes da realização da técnica.
Por ser material bastante sensível deve ser manuseado com todo o cuidado e sempre que possível com o
animal anestesiado.
Fibroendoscópios
• A unidade funcional do fibroendoscópio é a fibra ótica.
• Dá uma imagem invertida.
• Não existem componentes elétricos
Videoendoscópios
•No videoendoscópio a imagem é captada por um chip (CCD) e transmitida eletronicamente para um monitor.
Equipamento utilizado
Os endoscópios podem ser divididos em dois grandes grupos: Rígidos e flexíveis.
Endoscópios rígidos:
- Permitem realizar endoscopias a nível de articulações, cavidade abdominal, cavidade torácica, fossas nasais e
conduto auditivo externo
- São constituídos basicamente por um tubo metálico que comporta no seu interior um feixe de fibra ótica e um
conjunto de lentes.
- Podem ter um diâmetro de 1,7 até mais de 9 mm
Endoscópios flexíveis:
- Permitem realizar endoscopias a nível do aparelho digestivo, genitourinário e respiratório.
- Podem ter comprimento variável (100 – 300 cm) e normalmente a sua espessura é superior a 6 mm.
- Comportam no seu interior os feixes de fibra ótica, canal de trabalho para introdução de instrumental e aspiração
de líquido e ainda um canal para insuflar ar ou injetar água.
- São totalmente flexíveis e a sua extremidade distal possui uma secção de angulação que pode ser direcionada em
todos os sentidos através de dois manípulos localizados na unidade de comando.
Outra classificação dos endoscópios tem a ver com a direção dos seus campos de visão.
Assim podemos ter:
Endoscópio de visão axial (aquele em que o campo de visão se prolonga pelo eixo longitudinal do
instrumento);
Endoscópio de visão lateral (o campo de visão encontra-se perpendicular ao eixo longitudinal do
instrumento)
Endoscópio de visão oblíqua (o campo de visão pode fazer um ângulo de 30º a 60º com o eixo longitudinal
do instrumento).
Microcirurgião:
• Deve ter boa preparação física e mental.
• Familiarizar-se com imagens ampliadas.
• Trabalhar sem olhar para as mãos.
• Não deve ser perturbado durante o treino.
• Não deve alterar o estilo de vida.
• Não desesperar ou desencorajar facilmente.
• Fazer intervalos regularmente.
• Adotar uma posição correta.
Mesa de trabalho:
• Deve estar num local estável.
• Ter apoio para os antebraços.
• Possuir painéis laterais.
• Construída em material impermeável, não brilhante e de fácil limpeza.
• Em conjunto com a cadeira e altura do microscópio deve permitir a adoção de uma posição cómoda.
Fios de sutura:
– Reabsorvíveis ou não.
– Materiais de qualidade, não causam reações, atravessam bem os tecidos e têm nós seguros.
– Nylon é um dos mais utilizados.
– Geralmente vão desde os 7/0 aos 12/0 e têm 5 a 13 cm de comprimento.
– Devido à miniaturização, deve ser mantido sempre dentro do campo cirúrgico.
Agulhas:
– Devem ser o mais atraumáticas possível.
– Idealmente devem ter o mesmo calibre do fio de sutura.
– As mais utilizadas são as de 3/8 de círculo.
– As agulhas cortantes só para microcirurgia nervosa.
Preparação da sutura:
– Adventicectomia
– Adventicioplastia
MODELOS ANIMAIS:
• Geralmente o mais utilizado é o rato.
• Podem ser também utilizados outros animais.
Uma queimadura acontece quando a energia transmitida à pele é superior à que esta pode absorver ou dissipar.
• As fontes mais comuns de queimaduras em pequenos animais são fogo, mantas elétricas, secadores de cabelo,
vapor, água a ferver, óleo de cozinha, canos de exaustão e aquecimento central.
• A extensão depende do tempo de contacto, temperatura e condutividade do tecido.
A zona central da queimadura é constituída por tecido coagulado com desnaturação proteica e destruição celular
extensa.
• A zona de transição apresenta diminuição do fluxo sanguíneo, congestão e lesão tissular potencialmente reversível.
• A rodear a zona de transição surge normalmente uma área hiperémica com lesões mínimas do tecido.
• A zona de transição pode sofrer maiores danos com a libertação de substâncias vasoativas, edema, dissecação e
invasão bacteriana
As queimaduras superficiais ou de 1º grau:
- Afetam unicamente a epiderme.
- A área afetada fica dolorosa, edemaciada e eritematosa, mas a cicatrização ocorre rapidamente (3 a 6 dias) a partir
das células do estrato germinativo ou estruturas anexas da derme.
- Em queimaduras superficiais de espessura parcial, a cicatrização é mais demorada (3 semanas) já que a epitelização
processa-se a partir de zonas mais profundas.
- Normalmente não é necessária a aplicação de enxertos de pele.
As queimaduras são estéreis nas 1as 24 horas mas a grande quantidade de tecido necrosado proporciona
um meio ótimo de crescimento bacteriano e a lesão vascular impede a correta defesa humoral e celular por
parte do organismo.
Após 5 dias as bactérias atingem os tecidos mais profundos (tipicamente Pseudomonas spp).
A remoção precoce dos tecidos necrosados e a terapia antibacteriana tópica permite minimizar a invasão
bacteriana.
Apesar de por vezes a área de pele queimada ser bastante extensa, muitas vezes, a urgência da situação
deve ser focada nos outros sistemas orgânicos afetados
LESÕES ELÉCTRICAS
- Acontecem quando uma corrente elétrica atinge um ponto do organismo com ou sem a existência de um ponto de
saída.
- As situações mais frequentes devem-se ao mastigar de fios eléctricos.
- A corrente elétrica de baixa voltagem percorre o caminho de menor resistência que normalmente é a rede
vascular.
- Podem gerar-se situações de grande libertação de energia térmica.
- Normalmente ocorre trombose vascular e libertação de substâncias vasoativas que originam situações de necrose
tissular.
- Pode ocorrer morte imediata devido a paralisia respiratória ou fibrilhação ventricular.
- Pode surgir edema pulmonar causando dispneia.
- As queimaduras situam-se normalmente na boca aparecendo como áreas pálidas/cinzentas.
- O edema desenvolve-se após 1 a 2 dias, no entanto a extensão total da lesão pode não ser evidente até às 2/3
semanas.
- O tratamento deve ser focado para salvar a vida do animal e combater situações potencialmente graves.
- Tratar o edema pulmonar com diuréticos (furosemida) e aminofilina.
- Administrar Analgésicos (morfina) para controlar a dor e diminuir a ansiedade.
- Assegurar suporte ventilatório se não houver resposta à medicação.
- As queimaduras são apenas tratadas após estabilização do animal.
- Queimaduras pequenas podem cicatrizar por 2ª intenção. È necessário recorrer à cirurgia em fendas do palato ou
lesões graves nos lábios.
LESÕES QUÍMICAS
- As queimaduras químicas provocadas por ácidos ou bases destroem os tecidos por desnaturação das proteínas ou
por interferência com o metabolismo celular.
- A gravidade da lesão depende do tipo de químico, a sua força, o seu volume, o tempo de contacto, a sua
penetração e o seu mecanismo de ação.
- Imediatamente após a queimadura a zona afetada deve ser lavada com grandes quantidades de água de forma a
diluir ou remover o agente e dissipar o calor resultante da reação química prevenindo assim a perpetuação da lesão
- Em alguns casos (raros!!!) certos agentes devem ser combatidos com antídotos de forma a eliminar totalmente
toda a forma de atividade.
- O animal deve ser impedido de lamber as feridas de forma a impedir queimaduras na boca, faringe ou esófago.
- Deve ser realizada terapia microbiana tal como para as queimaduras térmicas.
- A remoção precoce do tecido danificado pode prevenir o alastrar da lesão, contudo desbridamento excessivo deve
ser evitado.
Vantagens: Inconvenientes:
– Proteger de traumatismos – Incomodar os animais
– Evitar a contaminação ambiental – Causarem irritação mecânica
– Limitar os movimentos – Poderem provocar garrote
– Absorver os exsudados – Condicionar um microclima junto à ferida
– Evitar edemas e hematomas – Autotraumatismo ao tentar libertar-se do penso
– Promover a hemostase
– Encerrar os espaços mortos
DRENOS - Finalidade
Criar e manter um canal ou abertura para saída de um líquido, de uma cavidade do corpo ou ferida através de um
dispositivo artificial.
Passiva Ativa
Material utilizado
• Compressas (mechas): Secas, com vaselina, pomada antibiótica ou mousse de poliuretano.
• Drenos de Penrose (Látex) - São macios de parede fina e relativamente inertes. Funcionam por ação capilar e fluxo
gravitacional em redor do tubo.
• Drenos de tubo perfurado de plástico ou silastic.
• Drenos tubulares semi-rígidos fenestrados na
ponta de látex ou nylon utilizados para irrigação ou
drenagem/aspiração de feridas profundas.
Produzem maior reação hística que os de Penrose.
• Drenos tubulares semi-rígidos, fenestrados na
ponta, que comportam no seu interior um tubo mais
estreito para permitir a entrada de ar ou líquido,
para ajudar a vencer o vazio.
• Drenos em forma de cigarro. Tubo em látex com
uma compressa no seu interior.
Padrões de sutura
• A fáscia subdérmica é mais forte e tolera melhor a tensão nos fios de sutura que a pele. Quando suturada permite
a aposição dos bordos da ferida e o alívio da tensão sobre a pele. Devem ser usados fios absorvíveis.
• Podem ser colocadas suturas entre o tecido subdérmico e o músculo, fáscia ou parede corporal de forma a
providenciar um alívio da tensão e a diminuição do espaço morto.
• Podem ser colocadas suturas externas de alívio de tensão que são aplicadas afastadas dos bordos da incisão
através de padrões de colchoeiro ou cruzados.
“Orelhas de cão” podem ser prevenidas por uma sutura faseada do defeito ou ser
corrigidas após a sutura linear. A correção baseia-se na excisão do tecido
excedente, normalmente através da remoção de 1 ou 2 triângulos.
- São uma possibilidade quando o defeito é bastante grande ou quando a pele circundante não tem elasticidade
suficiente para permitir o encerramento.
- Podem ser classificados de enxertos pediculados (flaps) locais ou à distância e de enxertos livres (grafts) de
espessura total ou parcial.
Flaps de transposição – são normalmente flaps rectangulares que cobrem o defeito após rotação de 90º do seu leito
de colheita. Deve-se ter em conta o tamanho do flap já que com a rotação
o seu comprimento vai diminuir. Normalmente formam-se “orelhas de
cão” que com o tempo desaparecem ou são posteriormente corrigidas. A
plastia em Z é também uma variação do flap de transposição.
Flaps pediculados tubulares – São indiretos à distância, que necessitam de um avanço sequencial
até atingir o local do defeito. Trata-se de um enxerto bipediculado criado num local de pele
elástica, em que se suturam os dois lados de maior comprimento de forma a criar um tubo de pele
fechado. Após 18 a 21 dias um dos extremos do tubo é seccionado e o enxerto é deslocado até ao
leito recetor. Pode ser necessário inserir o extremo seccionado num local próximo do leito recetor
e esperar novamente 18 a 21 dias antes de transplanta-lo definitivamente até ao leito recetor.
Após 3 semanas o extremo do tubo é seccionado e o tecido excedente é removido.
Flaps de modelo axial – São flaps pediculados que incluem artérias e veias cutâneas directas na sua base. Os
terminais desses vasos diretos providenciam a irrigação do plexo sudermal.
• A sua circulação é mais efetiva que a dos enxertos pediculares do plexo subdérmico possuindo assim maior taxa de
sobrevivência (2x superior).
• Assumem normalmente uma forma retangular.
• Após o desbridamento do tecido subcutâneo, estes flaps podem ser transpostos para qualquer região corporal se
for secionada a sua artéria e esta for anostomosada por microcirurgia ao leito recetor.
- Defeitos triangulares
• Podem ser encerrados por aproximação em Y (pior resultado estético) ou por
rotação (mais traumático).
• Pode ser necessário no caso de rotação a remoção de um pequeno triângulo
contralateral de forma a facilitar o movimento da pele sem haver excesso de
tensão ou sobra de tecido.
CASTRAÇÃO DO MACHO
Técnica cirúrgica
• Orquiectomia
- Escrotal
- Fechada
- Pré-escrotal
- Aberta
• Vasectomia
CASTRAÇÃO DA FÊMEA
Técnica cirúrgica
• Ovariectomia
• Histerectomia
• Laqueação das trompas de falópio
• Ovariohisterectomia
ESTOMAGO
• Gastrotomia
• Gastrectomia
INTESTINO
• Enterotomia
• Enterectomia
Técnica cirúrgica
- Anastomose término-terminal
- Anastomose término-lateral
- Anastomose látero-lateral
BAÇO
• Esplenectomia parcial
• Esplenectomia total
RIM
• Nefrectomia parcial
• Nefrectomia total
• Nefrotomia
BEXIGA
• Cistotomia
A seleção e preparação dos doentes cirúrgicos requere a atenção a uma série de detalhes, nomeadamente
deve ser sempre realizado um exame físico completo, seguido dos exames laboratoriais necessários para
caracterizar o problema de que o animal padece. Uma história completa ajuda a determinar a extensão do
exame físico e a quantidade dos exames laboratoriais necessários para caracterizar a situação. A obtenção
de informação pré-operatória permite a comparação da condição do animal antes e depois da cirurgia.
Em qualquer animal que vá ser sujeito a um procedimento cirúrgico devemos garantir que:
O processo de coagulação sanguínea se encontra normal
O animal está hematologicamente normal (rbc, wbc e pt)
A função renal e hepática estão normais
A função respiratória está normalizada
A função cardíaca não apresenta alterações significativas
ESTABILIZAÇÃO DO DOENTE
Hidro-eletrolítica
- Soluções cristaloides
- Soluções coloides
- Produtos sanguíneos
Volume sanguíneo: Cão (90 ml/Kg); Gato (70 ml/Kg)
Perdas cirúrgicas superiores a 10% indicada transfusão (animal acordado 25%)
Ácido-base
- A história do animal, os sinais clínicos, o exame físico, a mensuração de eletrólitos e o CO2 total são
importantes na deteção de anomalias ácido-base
- O pH sanguíneo, PaO2, PaCO2 e a concentração de bicarbonato são essenciais para avaliar os problemas
acido-base e determinar a sua extensão
- Se o animal está acidémico devem ser instituídos esforços para otimizar a ventilação e a perfusão capilar
- A correção de défices de bases com bicarbonato de sódio, resultantes da produção e retenção de CO2,
podem ser deletérios se não forem acompanhados de um suporte ventilatório e hemodinâmico adequados
- Muitos dos doente acidóticos não requerem administração de bicarbonato, em vez disso, corrigir a
hipovolémia e hipotensão é mais benéfico e seguro do que administrar bicarbonato
Sistema Respiratório
- Frequência respiratória
- Esforço respiratório
- Auscultação pulmonar para determinação de sons pulmonares anormais
- Diminuição dos sons pulmonares
- Se o animal está em stress respiratório ou mostra sinais de privação de oxigénio deve ser submetido a uma
oxigenoterapia o mais rapidamente possível de forma a aumentar os níveis de oxigénio circulante
Sistema cardiovascular
- Frequência cardíaca
- Frequência e qualidade do pulso
- Coloração das membranas
- Tempo de repleção capilar
- Auscultação cardíaca para descartar murmúrios e arritmias
- Não esquecer que a falta de oxigénio nos tecidos se pode dever a problemas do sistema cardiovascular
Sistema neurológico
- Controlo de convulsões
- Atenção aos animais com estados de depressão central
- Determinar a capacidade ambulatória