Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Infecções por:
• Staphylococcus spp.: agente regular da pele dos animais; infecções ocorrem quando esse agente
entra em contato com os tecidos do paciente: quebra de assepsia
o cirúrgico: campo furou, Backhause fixada onde havia pelo;
o ambulatorial: antissepsia mal feita – quando for fazer punção venosa e não fizer antissepsia
direito
• E. coli.: contaminação fecal. Higienização mal feita.
Por que evitar infecções? Para que o animal não tenha mais problemas que àquele cujo o levou a estar ali.
Por que utilizar racionalmente atm? ATM não é vacina. Pode-se usar de forma profilática durante a
cirurgia (ar, por mais limpo que seja, é contaminado).
Não necessita de atm pós operatório:
▪ OSH em paciente saudável
▪ Parto natural
▪ Fixação óssea de fratura com pinos
▪ Queimaduras super recentes (30 minutos da queimadura)1
▪ Na dúvida: acompanhar → depois de 24h avaliar a ferida.
1
Bactérias demoram de 4 a 6 horas para colonizar um tecido.
Aline Bervian - 1
UFPEL – VETERINÁRIA
• Tipos de lixeiras:
o Branco: infectante
o Amarelo: perfurocortante
o Preto: orgânico não infectante (erva mate)
o Azul: reciclável (plásticos que não tiveram contato com paciente)
A: resíduos potencialmente infectantes (sondas, curativos, luvas de procedimento – tudo que entrou em
contato com o paciente) → descartados em lixeiras revestidas em sacos brancos | ou vermelhas quando
exigir tratamento específico;
B: resíduos químicos (reveladores e fixadores de raio x, medicamentos) → descartados em galões
coletores específicos;
C: resíduos radioativos (originados de radioterapia) → descartados em caixas blindadas;
D: resíduos comuns (frascos e garrafas pet vazias, copos, papel toalha) → descartados em lixeiras
revertidas com sacos pretos (orgânicos) ou azuis (reciclável)
E: resíduos perfurocortantes (agulhas, lâminas de bisturi, frascos e amplas de medicamentos quebrados →
descartados em coletores específicos.
Higienização hospitalar
• 1º remoção grosseira de sujidades
Aline Bervian - 2
UFPEL – VETERINÁRIA
INFECÇÕES CIRÚRGICAS
Barreiras naturais
Primeira linha de defesa
• Pele
Forma mecânica
Forma química: ácidos graxos (bactericidas)
• Trato respiratório
IgA
Cílios
• Saliva e lágrimas
IgA
Lavagem mecânica
• Vagina
Leucocitose
• Permeabilidade vascular
o Marginação vascular
Leucócitos conseguem fazer diapedese
• Neutrófilos
Fase inicial da infecção
Segmentados (+ velhos): mais comuns
Bastonados (+ jovens)
Iniciam a fagocitose da bactéria ou CEs
Aline Bervian - 3
UFPEL – VETERINÁRIA
• Macrófagos
Chegam mais tarde, caso essa infecção seja difícil de se combater
Possuem vida mais longa
Fagocitam neutrófilos mortos (neutrófilos morrem de tanto fagocitar bactérias, acabam rompendo
e formando o pus)
Sensibilizam linfócitos regionais para que seja produzido ac específico
Tentam fagocitar qualquer CE que não seja célula, mesmo que muito maior que eles mesmo.
Nisso, juntam-se vários tentando fagocitar e acabam morrendo, formando pus/ fístulas.
Resistência orgânica
Fatores sistêmicos
• Idade
o Jovens: síntese de proteínas ainda não é plena
o Idosos: não tem mais capacidade de sintetizar
• Estado de nutrição
o Magros: não tem proteína e energia suficiente pro sistema imune funcionar
o Gordos: tem muita massa corpórea com relação a quantidade sanguínea
• Diabetes melito
o Cicatrizam lentamente
• Adrenocorticoesteróides
o São antinflamatórios
• Choque
o Queda da PA
• Irradiação
o Implantes radioativos para controle de neoplasias
• Malignidade
o Neovascularização local para o tumor → falta sangue pro SI
• Queimaduras
o Além de destruição tecidual, dor intensa ocorre perda de liquido extensa → hematócrito
aumenta muito
• Anestesia geral
o Dificuldade da marginação dos leucócitos
Fatores locais
Aline Bervian - 4
UFPEL – VETERINÁRIA
• Estado
o Anatômico
o Fisiológico
• Cirurgião
o Técnica
o Dedicação
o Tempo operatório
A penetração da bactéria, exige um nível bacteriano. Pra que comece a colonizar e se reproduzir, são
necearias 5horas (4-6h);
Para que ocorra a manifestação da infecção: 24h
Aline Bervian - 5
UFPEL – VETERINÁRIA
❖ Cirurgia Contaminada
Índice de infecção de 5.8% a 28.6%
Intervenção em: ferida aberta (com menos de 4h de evolução) e tecido com inflamação não
purulenta
Extravasamento de conteúdo digestivo
Maior quebra de assepsia
Trato biliar e urinário
Contaminadas
- Falhas:
Utilização quando não era necessário: resistência
Falha na escolha da via de administração
Escolha de atm inadequado
Administração por períodos além do adequado (resistência)
❖ Terapia antimicrobiana
Combater infecção já presente
3 a 5 dias (7 as vezes)
Cultura e antibiograma
Sepse (dose inicial + infusão continua)
Aline Bervian - 6
UFPEL – VETERINÁRIA
Avaliação pré-cirúrgica
Procedimentos
Eletivos: adiar e estabilizar primeiro
Emergenciais: estabilizar durante pré, trans e pós operatório
Princípios de Halsted
Manipulação atraumática dos tecidos
Hemostasia cuidadosa
Preservação da vasculatura
Anti-sepsia e assepsia rigorosa
Ausência de tensão dos tecidos
Aline Bervian - 7
UFPEL – VETERINÁRIA
“Os antimicrobianos jamais devem ser utilizados em detrimento das boas condutas operatórias que são
mantidas com o exercício da consciência e disciplina cirúrgicas”
“Os atb podem ser capazes de converter um cirurgião de terceira num de segunda classe, mas nunca num
de primeira classe.”
SÍNDROME CHOQUE
PARTE I: ETIOPATOGENIA
DEFINIÇÃO: insuficiência microcirculatória isquêmica que impede o correto metabolismo clular. Leitos
capilares em vaso constrição não conseguem aportar sangue oxigendo as células, estas acabam entrrando
em metabolismo aneróbico, que produz bem menos energia, e, se isso não for revertido, causa morte
celular.
Leito capilar
Rede intrincada de vasos. Composto por arteriolas eferentes que levam sangue oxigenado para as
células desse leito e desembocam em vênulas coletoras.
Funcionamento em situação normal: não há sangue suficiente para abastecer todas as células ao
mesmo tempo. Por isso, ocorre revezamento sanguíneo, enquanto algumas células recebem aporte
oxigênio, outras dicam isquêmico por curtos períodos. Isso é possível, pois os esfíncteres pré e pós
capilares são sensíveis ao pH:
Excesso de CO2: acido → abre
O2: alcalino → fecha
80% das células estão normalmente isquêmicas.
Com exceção do cérebro, pulmão e coração (órgãos prioritários e não sofrem esse tipo de
alterações)
Leito capilar → extremamente altruísta: quando se enche de O2 imediatamente se fecha,
mandando o sangue que sobra para o restante do leito. Pressão sanguínea correta entrando na arteríola.
Em caso de choque: torna-se egoísta quando percebe que chega sangue em menor
quantidade e com menos O2. Vasoconstrição da vênula coletora. Enche-se de sangue tornando-se
ingurgitado e, quando a pressão dentro do leito é maior que da arteríola eferente (sangue não entra amais),
ocorre vasoconstrição da arteríola. Isso é eficiente por tempo limitado. Utilizam o O2 e liberam CO2, e
CO2 precisa sair, mas vênula está em vasoconstrição. Poderia abrir a arteríola porém, sangue que
chegaria é de pior qualidade que o que já está dentro, então não faz sentido vasodilatar a arteríola. Então,
o sangue que está dentro, começa a se degenerar, e ocorre coagulação sanguínea. A parede do vaso
produz substancias anticoagulantes em situações normais mas, quando as células não recebem O2
necessário para realizarem suas funções, a produção de anti coagulantes cessa. A ultima fase, fibrinólise
secundária, é quando o próprio coagulo já degenerou e as células também se degeneram pois sofreram
necrose. E isso ocorre no corpo inteiro em situações de choque.
CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE
Hipovolêmico: relacionado ao volume sanguíneo
Vasculogênico: resistência e capacitância vascular
Cardiogênico: função da bomba
Por obstáculo circulatório: algo impede o retorno sanguíneo para o lado esquerdo do coração
Aline Bervian - 8
UFPEL – VETERINÁRIA
Choque hipovolêmico
❖ Hemorrágico
Ocorre quando há perda aguda do volume sanguíneo circulante: hemorragia
Externa: ferimentos traumáticos, intevenções cirúrgicas prolongadas → fáceis de verificar
Interna: ruptura de vísceras parenquimatosas, ruptura de grandes vasos → se não houver
comunicação com o externo, são mais dificieis de visualizar
Perda de sangue:
30% da volemia no cão
40% da volemia no gato
50% de perda → morte
Volemia normal: compartimento vascular tem capacidade vascular de 1l e volemia 1l (vaso consegue
comprimir para que sangue tenha pressão)
Hipovolemia absoluta: compartimento vascular tem capacidade vascular de 1l e volemia 0,7l (vaso não
consegue comprimir para que sangue tenha pressão) → choque hipovolêmico.
Aline Bervian - 9
UFPEL – VETERINÁRIA
Não há perda de volume circulante, e sim, ocorre alteração nos vasos, aumenta a capacitância vascular e
diminui a resistência periférica → PA cai → efeito mimético há perda sanguinea. Há vasodilatação dos
vasos → hipovolemia relativa.
Variedades:
❖ Paralisia vasomotora (choque neurogenico): ocorre nas situações de paralisia SNS, traumatismo
medula oblonga e toracolmbar (decorrente de traumas em coluna), depressão por anestesiaa geral
profunda (barbitúricos em doses além do necessário), intoxicação por fármacos hipotensorers ou
produtos químicos (acepromazina utilizada de forma desregrada)
❖ Agentes vasoativos de anafilaxia (choque anafilático): causa falência de circulação perifeica devido
a liberação de histamina, serotonina e bradicinina (substancias vasodilatadoras). Reação antígeno-
ac-complemento, indivíduos alérgicos liberam essas substancias o que leva a um aumento da
capacitância dos vasos.
❖ Toxinas bacterianas (choque séptico ou endotóxico): há duas fases de liberação de catecolaminas –
1ª fase compensatória/ hiperdinâmica → ocorre aumento do DC (coração trabalha mais → maior
ejeção de L/min) e aumento do tono periférico (vasocontrição dos perifeicos → aumenta pressão)
2ª fase descompensatória/ hipodinâmica → ocorre diminuição do DC (devido ao sequestro capilar)
e diminui retorno venoso (menos sg cérebro → apatia; diminui aporte enegetico → hipotermia)
Volemia normal: compartimento vascular tem capacidade vascular de 1l e volemia 1l (vaso consegue
comprimir para que sangue tenha pressão)
Hipovolemia relativa: compartimento vascular tem capacidade vascular de 3l e volemia 1l (vaso aumentou
sua capacitancia) → choque vasculogênico.
Choque cardiogênico
Deficiência de bomba (algo ocorreu e coração não consegue exercer sua função). Geralmente ocorre
interferência na repleção (fase diastolica) ou esvaziamento atrial e ventricular (sistole).
Origem intrínseca (ex.: problemas valvulares) ou extrínseca.
Causas:
2
Apesar de todo organismo se irrigado na sístole (contração), no coração é diferente, pois é um musculo muito forte então,
quando ele se contrai os vasos coronários se contraem e o sangue não consegue passar.
3
80% do sangue ejetado pela aorta, volta para irrigar o coração. 15% irriga o cérebro, e penas 5% irriga todos os outros
tecidos.
Aline Bervian - 10
UFPEL – VETERINÁRIA
Origem intrínseca: estruturais – ruptura de cinta tendinosa (impede super dilatação cardiaca) ou
ruptura de cordoalha tendinea (sustenta borda livre das valvas → sobro grave)
Distúrbios de condução que levem a arritmias (falha na irrigação cardíaca →
pequenos infartos) e fibrilação
Origem extrínseca: depressão do miocárdio causado por distúrbio eletoliticos e acido-basicos (ppl
hipocalemia associada a hiponatremia), fármacos depressores (indutores anestesicos), peptídeos tóxicos do
pâncreas isquêmico (fator depressor do miocardio)
Aline Bervian - 11
UFPEL – VETERINÁRIA
liquido intravenososperdido para espaço extravascular → diminui DC, fluxo coronário e O2 pro
miocárdio
cão: congestão ID -> manifestação do órgão do choque: descargas retais de conteudo gelatinoso
(mucosa intestinal morta) → abre espaço para bactérias penetrarem na circulação sanguinea → possível
sepse
➔ Isso leva a um feedback positivo → diminuição da perfusão cerebral
➔ Todos tecidos isquêmicos produzem fator cardiodepressor, mas principalmente o pâncreas (sozinho,
diminui 50% trabalho cardíaco) → coração drasticamente afetado → diminui DC → diminuição da
perfusão cerebral
Superposição do choque
Ex.: cadela foi atacada por cao maior e teve vísceras expostas
1. choque hipovolêmico hemorrágico
2. choque hipovolêmico hemoconcentração (vísceras expostas perdem liquido por evaporação)
3. choque vasculogênico: pode ser desencadeado por dor extrema
Dor extrema: descarga de adrenalina muito elevada que adrenal não consegue repor. E quem mantem tônus
vascular são as catecolaminas (adrenalina é uma), não terá vasoconstrição.
4. Peritonite: choque séptico
5. Choque por obstáculo: muito sangue represado → diminui retorno venoso e DC
6. Choque por deficiência de bomba? Inicialmente não mas, menor irrigação cardíaca levará a
diminuição da função cardíaca → deficiência de bomba
SÍNDROME CHOQUE
PARTE II: DIAGNÓSTICO
Diagnostico do choque
▪ Anamnese (rápida; direcionada ao motivo pelo qual o animal está em atendimento)
▪ Exame clinico (simultaneamente a anamnese e estabilização)
▪ Apoio laboratorial
o Funções hepáticas
Aline Bervian - 12
UFPEL – VETERINÁRIA
o Funções renais
➔ Estabilizar enquanto examina o paciente
➔ Evitar a morte do paciente, tratando primeiro o que mata primeiro (não se espantar com fratura
exposta, por exemplo)
o Objetivo do atendimento de emergência é manter o paciente vivo por um minuto, depois
mais 1, e assim sucessivamente.
Anamnese
Geralmente é decorrente de traumatismo;
Perda de sangue → volume estimado (cuidar com super e subestimações dos proprietários);
Presença de diarreia e/ou vomito (se já havia)
Tempo decorrido (as vezes demora pra levarem o bicho pra atendimento);
Estado desde o inicio dos sintomas (consciência, convulsões, urinou);
Medicação anterior (as vezes usam medicação continua);
Alergias (difícil em cães, mas questionar).
Função respiratória
Patência das vias respiratórias (comum em cães que brigam, avulsão da traqueia da laringe, coágulos,
lesões → olhar com laringoscópio e remover obstruções);
FR;
Índice inspiratório e expiratório (1:1 ou 1:2 segundos – se igual ou menor indicativo de problema,
pneumotórax);
Líquidos ou gases intratorácicos;
Coloração das mucosas → trocas gasosas (quando hipovolêmico mucosas podem estar muito claras)
Gasometria → ventilação positiva;
Aline Bervian - 13
UFPEL – VETERINÁRIA
• Hérnia diafragmática¹ (diagnostico é radiológico – mais tarde; sempre fazer latero-lateral pois é a
posição mais tolerada por pacientes com HD, senão pode parada respiratória o doguinho);
• Enfisema subcutâneo (se na palpação perceber crepitação, pode ser ruptura traqueal ou ruptura de
parede intercostal com pneumotórax);
• Fratura e assimetria da parede costal (tem que ser idênticos os lados).
¹Como ocorre a HD: parede mais fraca do abdômen: diafragma. Durante o trauma, animal está
respirando normal e ar começa a sair forçado pela glote, vísceras se chocam contra diafragma até que este
atinja sua elasticidade máxima e rompa. Importante saber se animal percebe que acidente aconteceria ou
não, pois quando animal percebe que será traumatizado a glote fecha, pulmão enche e o diafragma se apoia
no pulmão. como é muito frágil gera contusão. Geralmente, se cão percebe que será ‘atropelado’ ocorre
contusão pulmonar e se não percebe é HD. Não é regra mas, se ocorrer HD não ocorre contusão pulmonar
e o contrário também.
Sistema cardiovascular
Coração¹ e grandes vasos² – avaliar eles pois são os principais responsáveis pela manutenção PA
¹atraves da auscultação, bastante simples (sabe que bate mesmo que não saiba como)
²geralmente se há ruptura paciente não chega vivo, pois trauma tem que ser violento.
FC
Intensidade das bulhas (coração batendo com ou sem força?)
Arritmias
Taquicardia ou bradicardia
Tamponamento cardíaco: coração pressionado contra saco pericárdico devido ao acumulo de sangue
no saco, pressão é muito grande. Como direito a parede é mais fina, tende a comprimir o lado direito
diminuindo o retorno venoso, sem retorno venoso sem DC. Pode levar a parada cardiorrespiratória.
Aline Bervian - 14
UFPEL – VETERINÁRIA
o Torácico: fazer com scalp ou cateter: introduzir agulha no 7º, 8º ou 9º EIC na região
onde é mais fácil o ar se acumular (aí depende de qual posição o paciente tá);
▪ Como saber se foi retirado sangue livre da cavidade ou de algum vaso: deixar
seringa com o liquido parada por 20-30 minutos, sangue coagula em 5 minutos, logo, se não coagular é
sangue livre.
o Abdominal: deslocar 2cm caudalmente da cicatriz umbilical, introduzir seringa com
agulha; se encher seringa fácil com sangue é muito grave → laparotomia. Se sair pouco sangue e ficar na
dúvida: lavado peritoneal diagnóstico: mini laparotomia, abertura de 1-2cm, introduzir cateter em sentido
caudal; infundir 10-20ml/kg RL aquecido 20ml, massagear, baixar o frasco e fazer sifonagem e aí começa
a drenar o liquido – se ainda ficar em duvida: 1. Pode mandar pra laboratório, fazer hematócrito (se = ou
>2% é hemorragia ativa: laparotomia; se 1-2% ficar observando, hemorragia já parou; se <1% ta tranquilo
→demora no mínimo 5 minutos); 2. Teste do jornal: colocar o liquido num tubo e coleta, colocar alguma
coisa escrita por tras; se conseguir ler através do tubo: hemorragia não é importante; se não der pra ler, é
importante, levar pra laparotomia.
Grandes órgãos
Fígado e rim: podem sangrar em abundancia
Avaliação do abdômen:
Avaliar a sensibilidade a dor (cuidar com palpação e manipulação);
Centese ou lavado peritoneal diagnóstico;
Avaliar se há distensão;
Presença de hérnias, eventrações, eviscerações ou avulsões teciduais;
Feridas penetrantes:
o Se grande suficiente: calçar luva e palpar ferida pra ver até onde vai (se chega até o
abdômen → laparotomia exploratória);
o Pequenas (de dentes): colocar sonda uretral, palpando com sonda.
o Se ficar na duvida de ter chegado ao abdômen ou não: laparotomia (pode ser que há
ruptura de víscera oca [estomago ou intestinos] → extravasamento de liquido
contaminante → risco de peritonite: quanto antes lavar melhor)
o Pode ser feito US fast: profissional treinado pois tem que ser rápido mesmo
*Trauma abdominal tem característica de ser mais agressivo quanto ao tratamento que
trauma torácico por causa contaminações.
Massas musculares
o Hematoma ou áreas de necrose
o Esmagamentos
Levam facilmente a infecções e desenvolvimento de choque séptico.
Sistema nervoso
Grau de depressão
Possibilidades anestésicas
Trauma: cuidado com integridade da coluna vertebral (mantendo-a ereta)
Cuidar com manipulação e transporte do paciente (não transformar pequenas lesões em paresias)
Paciente fica como ele quiser pois ele sabe como é menos doloroso e mais confortável pra ele!
Sinais físicos
Variação na temperatura corporal
• Hipotermia
o Vasoconstrição periférica
• Choque séptico – hipertermia na fase hiperdinâmica
• Manifestação do órgão do choque
o Cão: ID (sangra, descama, isquêmico)
o Gato e equinos: alvéolo pulmonar (se entubado, sangue com bolhas no tubo/ nariz)
o Bovino: abomaso (difícil de perceber, pois fica no meio)
Aline Bervian - 15
UFPEL – VETERINÁRIA
Avaliação laboratorial
Pode ser utilizada para tratamento ou para orientar terapêutica
• Hematócrito
o Não reflete volume circulante
o Mais elevado no choque (perda de agua, não irriga tecidos)
o Influencias
▪ Fase inicial do choque: normal ou elevado (pois ocorre esplenocontração
mediado pelas catecolaminas para recrutar as hemácias velhas a voltarem para
circulação)
▪ Fases mais tardias: diminui por diluição do liquido extravascular que migra do
interstício para os vasos e também por infusão de cristalóides pela equipe
veterinária (cuidado para não diluir demais)
• Proteínas do plasma
o Pressão hidrostática: depende diretamente do DC
o Pressão oncótica: depende das proteínas do plasma
• Lactato sérico
o Avaliação do grau de oxigenação dos tecidos (normal = 0,22-1,44 Mmol/l
o Após terapia, se elevado ou em ascensão: ocorre por correção inadequada (talvez não
está absorvendo ou transportando O2 como deveria, talvez hematócrito muito
elevado), ou irreversibilidade do choque (não há o que fazer).
• Gasometria
o Avalia concentrações de pH, pCO2, pO2 e
pHCO3 no sangue arterial
▪ C: 20-24 mEq/l; F: 18-20 mEq/l
▪ Esse exame avalia se precisa ventilar o
paciente ou não
▪ Acidose (CO2) ou alcalose (HCO3)
▪ Diminui perfusão e O2 → metabolismo
anaeróbico e diminui produção de
energia
▪ Gasometria de sangue arterial, verifica
a capacidade oxigenadora do pulmão;
▪ Gasometria de sangue venoso avalia
grau de oxigenação tecidual, colhido
de vaso central (jugular)
• Creatinina
o Usada como parâmetro para prognóstico
▪ Valores maiores de 7mg% → prognostico desfavorável → mas vale a pena
tentar pois há relatos de recuperação com valores ainda maiores
Aline Bervian - 16
UFPEL – VETERINÁRIA
SÍNDROME CHOQUE
PARTE III: TRATAMENTO
Objetivos:
Remover a causa
Tratar alterações: oxigenação/ ventilação e volume circulante eficiente
Não é autolimitante – sempre tratar como não sendo autolimitante, pois são poucas as exceções a
isso.
ABCDE
Verificar patência das vias aéreas; verificar se paciente respira; verificar se paciente tem batimento
cardíaco e hemorragias; verificar traumas; verificar lesões (hérnias, eviscerações, estacas encravadas)
VENTILAÇÃO
Tem íntima relação com volemia (para O2 chegar nos tecidos necessita mínima volemia).
Posição do paciente:
Extensão da cabeça e pescoço
Cabeça em plano inferior ao resto do corpo – cuidar, dispneia ou trauma encefálico não permite →
o melhor é manter cabeça nivelada com tórax e abdômen.
O2 – fornecimento através de mascara de oxigênio, sonda nasal, intubação orotraqueal (mais eficiente e
menos invasiva¹), traqueostomia³, cateter transtraqueal,² colar de Murfim (colar elizabethano fechado na
frente, ar entra por trás)
*afogamento com sangue é pior que com agua, sangue se distribui nos alevelos e se adere, impedindo troca
gasosa e é difícil remover esse sangue (5-6 ml/ animal para se afogar); com agua (5-6ml/kg), reflexo da
tosse consegue remover a agua.
¹é necessário saber fazer, simples. Abrir boca, posição adequada. Tracionar língua ra fora, com
laringoscópio tracionar língua pra baixo (língua se desloca) observa-se entrada da traqueia → introduzir
tubo entre cartilagens aritenóides. Importante usar material correto e enxergar o que está sendo feito pois
então não haverá duvidas. Introduzir até tarja preta estar no nível das cartilagens aritenóides.
Tipos de laringoscópios: de Muller (lamina reta) e de Macintosh (lamina curva); vários tamanhos
de acordo com distancia entre focinho e entrada da traqueia. Abastecido por pilhas (luz facilita trabalho).
Baixo custo visto que dura a vida inteira (aço inoxidável).
- oxigenação x ventilação: paciente respira (mesmo que bem ou mal), só se fornece O2 x faz-se
movimento do balão (paciente em apneia ou dispneia).
³canula de traqueostomia, tem balonete. Problema é que ponta cortada reta e não
em bisel. Fazer incisão longitudinal ou entre anéis e introduzir canula. Conectar
então fonte de oxigênio (oxigenar ou só ventilar). Diz-se que incisão longitudinal é de mais difícil
cicatrização que longitudinal, mas na hora nem se pensa nisso. Depois resolver esse problema. Aspirar e
oxigenar, intercalando (se precisar aspirar algo)
Aline Bervian - 17
UFPEL – VETERINÁRIA
VOLEMIA
Reposição rápida do volume
Melhorar o transporte de O2 e a perfusão tecidual
Importante saber o hematócrito e ppt para utilizar o fluido correto; porém nem sempre se tem
esses resultados rapidamente, então utiliza-se solução cristalóides (RL)
Evitar: utilizar papa de hemácias pois aumenta excessivamente a viscosidade sanguínea; RL evitar
hemodiluição excessiva.
Outras soluções
Cloreto de sódio a 7,5% (cristlóide)
Dose: 4-8 mL/Kg
Velocidade não deve exceder 1ml/kg/min
Aumenta a contratilidade do miocárdio
Mobiliza liquido extravascular (por sódio puxar agua)
Autotransfusão
4
Pressão venosa central
Aline Bervian - 18
UFPEL – VETERINÁRIA
Laparotomia abdominal ou torácica → muito sangue (não contaminado) → bolsa de transfusão com
anticoagulante e homogeneizar → reinfundir no paciente.
Fluidoterapia agressiva
Deve-se preencher todos os compartimentos privados de sangue, seja com sangue, RL, expansores de
plasma, cristalóides para melhorar PA e perfusão tecidual.
Como fazer: através de grande vaso (veia cefálica, jugular). As vezes PA está tão baixa que nem com
garroteamento se consegue → flebotomia (da jugular é mais fácil).
Flebotomia: incisão sobre o vaso (longitudinal se souber onde está o vaso ou horizontal), dissecar
com pinça hemostática. Colocar pinça por baixo da veia, dois reparos (náilon monofilamentado – barato e
pouca capilaridade). No meio, fazer pequena abertura com pinça de dissecção sem dente e Metzenbaun
fazendo pequena abertura. Inserir sonda uretral na abertura (cortar ponta de inserção da sonda em bisel),
introduzir o suficiente (ate lado direito do coração se der), iniciar fluidoterapia, fazer ligadura do reparo
(vaso+sonda), fazer ligadura cranial (em cães não e problema fazer ligadura definitiva pois faz
neovascularização; em gatos não fazer). Depois fazer sutura chinêsa e suturar pele. Pode ficar até 7 dias,
depois para remover é só cortar base da sutura chinesa, puxar sonda fazendo pressão é o suficiente pra
reter sangramento.
Combater a acidose
Fornecer condições do organismo fazer isso
Respiratória → ventilação pulmonar ou fornecendo O2; remoção da causa e fazer ventilação alveolar.
Metabólica → metabolismo tecidual anaeróbico; reestabelecer a perfusão tecidual permitindo assim a
chegada de O2 e saída de CO2. Utilização de HCO3 é contraditória (excesso causa alcalose que é difícil
de reverter)
Bicarbonato de sódio:
Ampolas de HCO3 vem sempre na [] de 8,4% que significa que 1ml=1mEq
NaHCO3 (mEq) = biomassa do paciente (Kg) x 0,3 x déficit de base*
*Necessário auxilio de gasometria
Terapia glicocorticóide
Controvérsia: choque é momento de muito estresse e já libera esteroides endógenos. Corticoides induzem
vasodilatação periférica. Utilizar corticoides depois que foi estabelecido a reestabilização da volemia e
O2, e estabilização da PA.
Doses:
Choque hemorrágico: metilpredinisolona succinato de sódio 15-30 mg/kg
Choque vasculogênico: hidrocortisona succinato de sódio 50mg/kg
Vantagens: inotrópicos positivos diminuindo a resistência periférica, estabiliza membranas (não chega a
tempo ou não ocorreu lesão de membrana), previne adesão plaquetária e formação de microtrombos.
Cuidados: administração precoce, contudo primeiro deve-se repor a volemia (aumentar a capacitância
microcirculação)
Terapia antibacteriana
Terapêutico: maioria dos casos ainda não é tempo de já ter se estabelecido bactérias;
Profilático: atb usados geralmente de forma profilática no choque;
Isquemia TGI (membrana sofre lesões) e há permeabilidade de bactérias e toxinas → veia porta →
fígado (também isquêmico não consegue neutralizar, detoxificar e matar bacs) → liberadas sistêmico →
toxinas diminuem mais ainda pressão (pois fazem vasodilatação periférica). Usar profiláticos por isso
tbm.
Antibiograma: depois que a situação estabilizar
Leucograma: evolução da infecção
Aline Bervian - 19
UFPEL – VETERINÁRIA
Avaliação do quadro diário do paciente, avaliação das feridas, T°, se alimenta, toma agua, dor.
Medidas complementares
Paciente já estável → ver o que mais precisa ser feito
Distúrbios irresponsivo à terapia básica
Terapia coadjuvante específica:
Diuréticos (rins falhando ou com dificuldade)
Terapia eletrolítica (repor perdas que ainda estão ocorrendo)
Terapia anti-hemorrágica (sangue, plasma se ainda tiver sangramentos)
Terapia energética (animal precisa comer; se não comer, sonda. Animal com dor não come)
Propiciar conforto
CASO CLINICO
Cão atingido por bala calibre 12. Mesmo sendo pequena e tendo menor poder ofensivo, ocorreram
perfurações em 5-6 alças intestinais. Orifícios não puderam ser suturados, mesmo que pequenos, pois
houve desvitalização e destruição tecidual muito grande, então teve que ser feito ressecções e
anastomoses em series, removendo todas porções lesionadas.
Avaliar se alça está viável ou não: beliscamento (se viável: contrai), coloração (comparando com as
outras alças, devem estar róseas).
Muita irrigação com RL aquecido (grandes danos na vascularização). Não usar produtos antissepticos na
cavidade abdominal pois pode causar peritonite química que, associada a peritonite séptica, vai matar o
bicho.
Fazer enteroanastomose: sutura com PIS com nailon monfilamento, mesentériorrafia com PIS também.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Conforto do paciente:
Tricotomia da região perineal (facilitar limpeza no caso do paciente se defecar ou urinar, vulgo
cagar ou se mijar todo);
Talco ou óxido de zinco nas virilhas e saco escrotal (troca frequente, utilização de fraldas, diminui
assaduras);
Sonda uretral fixada – controvérsia; avaliar o que for melhor pro paciente, se só colocar para
esvaziar bexiga ou fixa;
Aquecimento
Posicionamento do paciente – mudar decúbito, fazer massagem no lado que estava em decúbito;
Aline Bervian - 20
UFPEL – VETERINÁRIA
SÍNDROME CHOQUE
PARTE IV: TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO
Incidência:
Aspectos patológicos de 15 casos fatais de cães atropelados por veículos automotivos (Fighera et al.,
2008):
27,7% traumatismo espinhal medular
25,8% ruptura de órgãos parenquimatosos
18,1% traumatismo cranioencefálico
*As vezes, parece muito grave mas examinando minuciosamente acaba não sendo nem trauma
cranioencefálico ou então não tão grave.
Tipos de lesão
Primária: no momento do trauma (tiro, paulaço). Pode ou não ser remediada posteriormente → se
houver perda de massa encefálica não é remediável; em casos de lesão por edema, hemorragia é
remediável.
Secundária: ocorre de minutos a horas após o momento do trauma, consiste em compressão
craniana por afundamento craniano, edema ou hemorragia cerebral.
Bomba de Na e K: sofre alteração devido ao trauma, pode perdurar de 12 a 18h. K entra na cel e
causa edema celular → morte celular.
Doutrina de Monroe-Kelly:de 100% de massa que esta entro do crânio, 80% parênquima cerebral,
10% sangue e 10% LCE.
Deve-se lembrar que crânio é uma caixa dura, fechada, logo, não há muito como um edema se deslocar e
assim acaba pressionando parênquima cerebral. Quanto mais cedo reverter isso, melhor prognóstico.
De que maneira essa doutrina se altera quando há trauma crânio encefálico: obviamente parenquima não
pode ser escoado do crânio; começa reduzindo LCE (5%, 2% e até 0%), consequentemente isso leva a
alguns problemas uma vez que essa remoção não é suficiente tamanho o edema. Começa a diminuir o
sangue e isso pode levar a hipóxia.
Quando PPC = ou > RVC há FSC. Porém, quando
PPC é maior, não há SC correta.
PAM tem que ser sempre > que PIC para que
ocorra FSC (não existe perfusão negativa, quando
for negativo, o fluxo sera do contrário, no caso, não
haverá fluxo pra dentro do cérebro e sim pra fora).
Aline Bervian - 21
UFPEL – VETERINÁRIA
PAM 50-150mmHg com PIC constante (ou seja, sem lesão), essa pressão se altera/ regula
facilmente.
Diâmetro do vaso: C=capacitância e
R=resistência
*Não confundir PaO2 com PAM, unidade de medida é a mesma mas PaO2 é medida
com hemogasômetro e PAM com manômetros/ aferidores de PA.
PaO2 < 50mmHg → metabolismo celular já se torna alterado;
PaO2 < 35mmHg → lactato já começa a subir pois já não há O2 pra todas as células e já há acúmulo de
lactato devido ao metabolismo anaeróbico, mas ainda há trocas energéticas.
PaO2 < 20mmHg → perda de consciência (não é possível nutrir neurônio), PAM <40mmHg faz com que
individuo perca consciência/ síncope.
PaO2 < 10mmHg → alterações cerebrais irreversíveis (células recebem tão pouca oxigenação que não
conseguem mais funcionar e por um tempo x que ciclo anaeróbico á se interrompeu)
Terapêutica
➢ Primeiramente ABCDE
➢ Fluido
Normalmente, fluido deve ser reduzido quando identificado TCE:
Cães: 40-60 ml/kg/h
Gato: 20-40 ml/kg/h
Isso numa primeira administração, aí vai se avaliando paciente
Aline Bervian - 22
UFPEL – VETERINÁRIA
➢ Cuidados com:
o Dor
o Tosse
o Vômitos
o Frio excessivo (causa tremores → aumenta PIC)
o Esforço físico
o Excitação
➢ Controle da PIC
o Melhorar condições hemodinâmicas, manter a PAM no mínimo 80-100mmHg (pra ter
FSC)
o Pra auxiliar pode-se utilizar diuréticos
▪ Furosemida 2-4mg/kg (potencializador de alça)
▪ Após 15min Manitol 1g/kg (osmótico)
Reflexo de Cushig:
Denota aumento da PIC, da PA e bradicardia → deve ser feito craniotomia de emergência
Toda vez que PAM < PIC não se tem PPC – PIC muito elevada pelo edema, cérebro não consegue se
expandir, então abrindo janela no crânio dá-se espaço e haverá circulação sanguínea.
Objetivo da craniotomia de emergência: reduzir PIC, permitir que FSC volte ao normal.
Algumas situações em que a síndrome de Cushing não ocorre, logo não necessita de craniotomia.
5
Pinçar o dedo mesmo, perióstio. Não membraninha entre dedos, porque isso vai gerar reflexo só
Aline Bervian - 23
UFPEL – VETERINÁRIA
Ex.: cachorrinha pequena que foi mordida na cabeça por outro cachorro e a calota craniana oi
deslocada externamente, avulsionada. Logo já tinha mais espaço pro cérebro inchar, edemaciar e não foi
feito nada de cirurgia e ela ficou bem
Ex.: filhote Rotweiller mordido por cão maior, mas esse teve a calota afundada. Tava muito edemaciado
no sc. Protusão olho que ficou inviável. Cirurgia: remoção das esquirlas que estavam no parênquima
cerebral. Morreu.
CRANIOTOMIA/ CRANIECTOMIA
Incisão na rafia mediana central. Separar musculatura. Fica visível crista temporal e fascia do mm temporal
→ incisão na fascia. Elevar mm (raspar a partir do osso com elevador de periostio ou cabo de bisturi).
Expondo a lateral do osso temporal. Pra fazer janela utilizar motor de alta rotação, determinar tamanho da
janela e fazer delimitação uniforme disso (ir circundando todo perímetro pra não ter perigo de perfurar).
Vai ter um momento que começa a sangrar → chegou na medula óssea. Dali pra baixo o desgaste é mínimo
porque é muito fino. Fazer com cuidado até remover janela óssea. Enxerga-se então a dura-máter (idosos:
dura mater pode sair junto com a janela ossea). Fazer durotomia (só remover janela ossea: diminui a PIC
em 15%; removendo duramater: PIC diminui 60%) com lamina de bisturi ou tesoura. Exerga-se então os
giros cerebrais. Se houver um coagulo pode-se remove-lo (tração leve ou pressão com algodão).
Não é necessário repor a janela óssea de volta uma vez que a musculatura (mm temporal) muito espessa e
protege muito bem → Craniectomia
Para finalizar, sutura continua simples na fascia do mm temporal (fio inabsorvível ou absorvível); redução
de espaço morte; sutura de pele.
Há problema se animal bater a cabeça? Provavelmente não pois janela é pequena e mm temporal
protege bem.
Tenta-se fixar a cabeça da melhor maneira possível.
RESUMO
➢ ABCDE – verificar primeiro ABCD
o O2
o Fluidoterapia
o Analgesia
➢ Diuréticos
o Furosemida 2-4mg/kg → 15’ → mannitol 1g/kg
➢ Convulsões
o Diazepam 0,5-1 mg/kg
➢ Temperatura -nao muito baixa nem alta
➢ Craniotomia/ cranioectomia – se sindrome Cushing
➢ Corticoides? Controversias
➢ Tratar todos os pacientes por pelo menos 24horas! Não partir direto pra eutanásia
➢ Animal precisa comer, beber, urinar e defecar
Aline Bervian - 24
UFPEL – VETERINÁRIA
Atendimento emergencial
Paciente consciente (que tem batimento cardíaco) → ABCDE do trauma
X
Paciente em parada → C → compressões cardíacas
- Baixissima taxa de sucesso (42% ineficaz e apenas 6-3% alta hospitalar)
Premissas do RCCP
- Prevent – reconhecimento precoce: paciente não entra do nada, bradicardia, hipotensão, apnéia;
- Preserve a vida - basic life support: não precisa conhecimento especial; treinamento repassado a
toda equipe que trabalha no local.
- Restart – suporte avançado: reiniciar coração, exige conhecimento clinico veterinário.
- Recover – cuidados pós reanimação: internação, paciente pode apresentar cegueira, problema
motor...
Guias de RCCP padrão (mostra o que funciona e o que não funciona) – método padrão de fazer.
1º Compressão torácica:
- Animal em decúbito lateral, com o dorso virado pra quem vai massagear. Altura da mesa
um pouco abaixo da cintura pq deve-se fazer força jogano peso do corpo, não dobrando braços.
- Gatos fazer com uma mão, com dedão ou palma da mao quase pulso.
- Cão: 100 mov/ min
- Gato 140 mov/min
- Minimo 2 min, não parar antes de 2 min. A partir de 2’ pode-se parar para auscultar,
verificar se ele voltou a bater.
Só se consegue reestabelecer 20% do DC, por isso o movimento tem que ser perfeito
➢ Efetividade da massagem? Cada compressão deve gerar pulso, verificado com oxímetro ou
pulso.
Pacientes com EtCO2 >18 mmHg tem maiores chances de retorno à circulação espontânea
(possível medir quando paciente já estiver previamente entubado).
2º Ventilação pulmonar:
- Se der, já entuba enquanto estiver massageando; senão depois dos 2’
Aline Bervian - 25
UFPEL – VETERINÁRIA
4º Desfibrilador
Praticamente não usado na veterinária
É utilizado pra quando o coração está fibrilando (tipo como se o coração estivesse convulsionando)
- Maioria dos animais para o coração em assistolia e não desfibrilando. Desfibrilador pára o coração,
então geralmente deve-se massageá-lo pra reativá-lo.
- Quando usar: ninguém perto, passar gel nas pazinhas antes, cuidar pra quem for desfibrilar não
tomar choque.
- Externo: 2-10 J/kg
- Interno: 0,2-1 J/kg
Temperatura
- Hipotermia permissiva: 36-37 °C (baixa temperatura → metabolismo diminuído → melhor
conservação)
Retorno a circulação
- Acesso venoso
- Monitoração
- Ajustar ventilação mecânica
- Limpar
- Procurar o que fez com que o animal entrasse em parada
- Se não fizer nada depois que retornar, paciente pode entrar em parada em 15’ de novo.
- Voltar ao CABDE se o paciente entrar em parada de novo
Aline Bervian - 26
UFPEL – VETERINÁRIA
Considerações finais:
- Conhecimento, técnica e equipe
- Se atualizar sempre
- Técnica: treinamento
- Equipe treinada
- Atualização
Em conhecimento, em aparelhos, em técnicas.
Sempre tentar prevenir. Se aconteceu, agir o mais rápido possível, pensando em voltar batimento cardíaco:
massagem. Depois intubação e depois acesso venoso, farmacologia, desfibrilar. Junto com tudo isso ir
pensando em resolver situação – ninguém pára do nada, e tem que se resolver isso.
Aline Bervian - 27
UFPEL – VETERINÁRIA
TERAPIA ENERGÉTICA
Profº Ventura
Gerenciamento nutricional do paciente cirúrgico
Desnutrição
Perda progressiva tanto de tecido adiposo quanto de massa magra. E isso pode ocorrer por aumento
de exigência (hipercatabolismo, atletas, hipermetabolismo – em infecção tem maior exigencia) ou por
consumo inadequado.
Consequências:
Ocorrem atrofias musculares e de órgãos, imunidade diminuída, cicatrização retardada, anemia,
hipoproteinemia e morte.
Diagnostico
Se da pela descoberta da aumenta de exigências nutricionais ou aumento a perda de nutrientes. Casos
de trauma, cirurgia, infecção, queimaduras, febre aumentam a exigência.
Formas de administração
Parenteral – IV
Oral - Ingesta voluntária
- Ingesta forçada
- Sondas: esofagostomia (recomendado pelo lado esquerdo), faringostomia (só se não der
pra fazer a anterior), nasoesofágia (muito utilizada em gatos, n°4), gastrostomia, duodenostomia,
jejunostomia (averiguar a situação do paciente antes de optar por uma das 3 ultimas opções, pois
necessitam passar por cirurgia).
Depois, faz-se o calculo do requerimento energético basal (REB), ou seja, quanto de calorias o animal
precisa para manter suas atividades vitais por um dia.
➔ Pacientes com qualquer massa corporal (Montani-Ferreira e pachaly, 2000)
REB (kcal/ dia) = 70 x (massa corporal)0,75 *Ventura sugere esse.
➔ Duas faixas de peso (Raiser, 1998/ Shimizu & Rabelo, 2005)
Pacientes com massa corporal <2kg e >45kg
REB (Kcal/ dia) = 70 x (massa corporal)0,75
Pacientes com massa corporal entre 2kg e 45kg
REB (Kcal/ dia) = 30 x (massa corporal) + 70
Aline Bervian - 28
UFPEL – VETERINÁRIA
Cálculo de requerimento energético de manutenção, quando o paciente não está bem e tem maior
requerimento calórico, de acordo com a patologia.
Problema clinico associado Fator
Atividade moderada - repouso em 25% (1,25)
gaiola
Estresse pós-cirúrgico - convalescença 35% (1,35)
Traumatismo ou neoplasia – 50% (1,5)
Politraumatizado ou debilitado
(severo)
Sepse 70% (1,7)
Queimaduras maiores 100% (2,0)
Síndrome da realimentação
Paciente já não come por um longo período (3 a 5 dias), fígado já não metaboliza normalmente. Então, se
for fornecido esse volume total, fígado vai achar que o organismo já está normal e vai desviar energia para
Aline Bervian - 29
UFPEL – VETERINÁRIA
todas as funções ao invés de destinar somente para manutenção e sobrevivência. Por isso, nunca se começa
fornecendo o volume total. Fornecer de 30 a 50% somente.
Observa-se que a nutrição parenteral não é um absurdo de caro, sendo possível ser feita. Ressaltando que o
valor supracitado foi calculado baseado no Volume Total a ser fornecido e não ao Valor que deve ser
Fornecido no inicio (30 a 50%)!
Aline Bervian - 30
UFPEL – VETERINÁRIA
Causas
Desconhecidas ainda. Há algumas especulações: frouxidão ligamentar, exercício pós-prandial,
emperramento estressado, histórico familiar, produção ou ingestão de gás gástrico.
<https://www.youtube.com/watch?v=WAuooupKdt4&feature=youtu.be> 13’15”
Aline Bervian - 31
UFPEL – VETERINÁRIA
Toxinas bacterianas
Lamina própria do intestino → com a baixa perfusão, não funciona direito e acaba passando toxinas pro
sangue.
Exotoxina (Gram +)
• Citotoxinas
• Neurotoxinas
• Enterotoxinas
Endotoxinas (Gram -)
• LPS
• Febre, inflamação, diarreia, coagulação, choque
Normóxia → O2 normal → [RL] normais → cels viáveis, tecidos normais → mucosa rósea
Hipóxia → O2 → cels viáveis? Metabolismo anaróbico. Tecidos normais? (até 4’sim), mas tem alteração
de cor → mucosa cianótica
Isquemia → O2 zero →[RL] → morte celular, metabolismo zero, tecidos necrosados
Tratamento clinico
Estabilização
Seguir o ABCDE do trauma
Com DVG: A ok. B existe, mas dificultado. C está bastante prejudicado.
• Oxigênio
• Esvaziamento gástrico: por sondagem ou trocaterização (pelo lado esquerdo)
o Não se recomenda descompressão rápida, pois pode causar parada cardiaca
• Fluidoterapia
o Administração em vaso central → jugulares (não adianta fazer na safena, femoral pois a
cava está comprimida e ai não adianta pra aumentar volemia)
• Cirurgia
• Arritmias – detectáveis ou auscultação ou eletrocardiograma
o Lidocaína (2-4 mg/kg em bolus {tentar primeiro | infusão continua de 50 µg/kg/min)
• ATM
Terapia cirúrgica
Ideal seria não remover estomago/ partes. Porém não é o que geralmente ocorre (devido a necrose)
Varias técnicas:
▪ Gastrectomia parcial
▪ Invaginação/ enfossamento
o Pode causar necrose ou ulceração
▪ Curvatura maior ou porção media do estomago
▪ Gastrectomia total – em casos de necrose total do estomago, talvez possa indicar eutanásia
❖ Técnicas de gastropexia
Fixação do antro pilórico na parede abdominal, para não ocorrer recidiva (90% de quem não faz,
recidiva)
Indicações: DVG ou herniação hiatal
Nunca perfurar a luz do estomago!!!
Aline Bervian - 32
UFPEL – VETERINÁRIA
▪ Técnica circuncostal – flape dobradiça → flape na região do antro pilórico, disseca-se uma
costela, passa o flape por tras e se sutura de volta.
▪ Alça de cinto (beltloop) → também se faz um flape no antro pilórico, disseca-se uma faixa da
mm abdominal interna, passar flape por traz estruturar no leito criado anteriormente.
→ Ambas são trabalhosas, com fixação bastante firme. Foi verificado que não é necessária
tamanha fixação. Cairam um pouco em desuso.
▪ Por sonda (gastrostomia) → quando já teve necrose, já fez gastrostomia → sonda com balonete,
passar por dentro do abdômen e pra dentro do estomago, suturar estomago em bolsa de tabaco
depois de inflar o balonete, tracionar a sonda, e suturar com sutura chinesa a sonda por fora.
Ficar por 7 dias no mínimo (criar aderência estomago e parede).
Cuidados específicos com relação a abertura e fechamento de estomago: trocar luvas e campos
cirúrgicos, trocar aventais (pode acontecer mais contaminação), trocar instrumental irrigação abundante da
cavidade abdominal (RL, NaCl 0,9% - aquecidas).
Aline Bervian - 33
UFPEL – VETERINÁRIA
HÉRNIA
Profº Ventura
Conceito: orficio da cavidade corporal, restrito a cavidade abdominal, necessita haver saco herniário
(revestimento peritoneal). Defeito na parede abdominal.
Etiologia: muito variada, podendo ser congênita ou adquirida (deiscência de sutura ou trauma)
Conhecimento da anatomia é de extrema importância
Tipos:
❖ Externas (ao abdômen):
− Umbilical (geralmente não é necessário correção)
− Inguinal (++ fêmeas)
− Femoral
− Escrotal
− Abdominal (complicada, mas de fácil correção)
− Paracostal (complicada, mas de fácil correção)
− Perineal (complexa) (++machos)
− Peritoniopericárdica (complexa, necessita cirurgia neonatal)
− Incisional
❖ Internas
− Diafragmática
− Hiatal
Fatores predisponentes: obesidade, idade avançada, desnutrição, diabetes, múltiplas laparotomias, tipo de
incisão e cuidados na laparorrafia, infecção pós-operatória da ferida cirúrgica → responsabilidade do
cirurgião e equipe.
Anatomia
Hérnias abdominais
Internas – nem sempre tem revestimento peritoneal (diafragmática)
Externas – devem ter revestimento peritoneal
Verdadeiras x falsas (diafragmática)
Hérnia de disco: protusão do disco
Diagnóstico
Predisposição racial (obesidade; bulldog, pastor)
Histórico (família, pais, irmãos)
Exame físico
Exames complementares
Radiográfico
Ultrassonográfico
Tratamento
Incisão
− Cuidadosa da pele sobre a hérnia (fazer beliscamento)
− Laparotomia mediana ventral
Verificação do conteúdo herniário – vísceras integras ou não
Aline Bervian - 34
UFPEL – VETERINÁRIA
▪ Hérnia umbilical
Se for bem pequena, tende a reverter em 6-7 meses.
▪ Hérnia abdominal
Geralmente causada por trauma. Observar facis.
Técnica: facilmente fechada, geralmente. Utilizar pontos de ancoragem. Realizar sutura, ponto a ponto.
Reduzir bem o espaço morto e fechar pele.
▪ Hérnia peritoniopericárdica
Anamnese: único filhote mama pouco, fica em esfinge tentando respirar. Fica tudo aberto, coração faz parte
do abdomem praticamente.
Bem complicada. ++ gatos persa. Se não for detectado e resolvido cedo, o individuo morre por inanição.
Cirurgia: unir ambos os lados do diafragma. Não fazer sutura continua (porque diafragma cresce).
▪ Hernia perineal
Tenesmo, dificuldade de urinar, aumento de volume lateral ao anus e abaixo da cauda.
Cirurgia: realizar orquiectomia juntamente (hormônio enfraquecem mm – na cirurgia, realizar orqui antes
da correção da hernia)
Para correção hérnia: incisão curva da base da cauda até tuberosidade isquiática.
Unir mm esfíncter anal externo, coccígeo e obturador → difícil distinguir as estruturas; estruturas
frágeis.
Unir ligamento sacrotuberal ao esfíncter anal externo (Ventura prefere esse). Nunca pegar esfíncter
anal interno pois ele é responsável pela continência fecal. Cuidar para não englobar n. ciático (pós cirúrgico:
membro extremamente flexionado e se forçar animal sente muita dor →voltar pra mesa).
▪ Hérnia diafragmática
Paracostal, radiais, tangenciais/ transversas, ruptura dos pilares (muito raras). Cuidar orifícios por onde
passam estruturas: hiato esofágico e aórtico é fácil cuidar/ ver; difícil é forame caudal: extremamente frágil.
Diagnostico Rx ou us. Estabilizar paciente primeiro se der. Cirurgia de emergência
Acessos cirúrgico: torácico (afastamento das costelas dói no pós, e se é de ambos os lados é mais difícil)
ou abdominal (laparotomia mediana ventral). Sutura continua simples é suficiente. Drenar ar.
Aline Bervian - 35
UFPEL – VETERINÁRIA
Definição de feridas
Soluções de continuidade da pele ou mucosas, de profundidade variável até aponeuroses, músculos, ossos,
serosas ou órgãos internos.
4. Conforme a causa
a. Traumática – todas
b. Atraumática – agressões por bisturi
Tratamento das feridas, sempre visam manter os pacientes vivos, independente do grau da lesão. Não se
apavorar com o que está sendo visto, internamente pode haver situação pior.
Processo de cicatrização
Há quatro fases:
Inflamação
Desbridamento
Fase de latência → enquanto ambas não se concluírem, ferida não cicatriza.
Proliferação
Tecido começa cicatrizar e há grande aporte de estruturas fibrosas
Maturação
Remoção do excesso de fibrose.
❖ Inflamação
Duração de 0 a 3 dias.
Vasoconstrição reflexa leva a oclusão dos pequenos vasos e há formação de coágulos pelas plaquetas,
hemácias e leucócitos.
Aline Bervian - 36
UFPEL – VETERINÁRIA
Alteração da permeabilidade vascular: ocorre deposição de fibrina, exsudação, edema não pode ser
exagerado.
❖ Desbridamento
Dura de 1 a 6 dias.
Começa a vim proliferação de polimorfonucleares – atividade de lys e macrófagos. Ativação enzimática e
limpeza do local ou supuração do tecido.
Tecidos necróticos, coágulos sanguíneos e corpos estranho → supuração
❖ Proliferação
Dura de 3 a 14 dias
Proliferação capilar muito grande; periferia --. Centro
Reabsorção de fibrina (fibrinólise)
Síntese de colágeno – quase que de forma descontrolada
Migração epitelial
❖ Maturação/ remodelamento
Dura de 14 dias a 1 ano e, eventualmente, mais tempo
Ocorre involução do numero de capilares e células
Aumenta síntese de colágeno e para maior resistência elástica
Colágeno desnecessário forma a colagenase
Contração da cicatriz
Tipos de cicatrização
1ª intensão (4 a 10 dias)
Bordas coaptadas, evolução asséptica e cicatriz linear
2ª intensão (dias a meses)
Bordas não coaptadas (perda tecidual), preenchimento por tecido de granulação
Epidermização
Tecido de granulação
Extremamente resistente a infecção, pois é extremamente irrigado. Está sempre úmido, e esse exsudato é
rico em fatores antinflamatórios. suporte para migração epitelial
Nutre fibroblastos – colágeno para regeneração
Redução do tamanho da ferida – contração cicatricial
Aline Bervian - 37
UFPEL – VETERINÁRIA
Fatores que afetam a cicatrização – tudo que retira o organismo da sua situação de equilíbrio normal
Fatores locais Fatores sistêmicos
Suprimento sanguíneo Idade
Corpo estranho Estado nutricional
Movimento e trauma adicional Anemia
Oxigenação Hipoproteinemia
Anti-séptico (clorexidine tópico pode, mas de Desidratação
preferencia retirar com agua) Antinflamatórios
Seroma e hematoma Temperatura
Edema Vitaminas A, C, E, K
Bandagem e complexo B
Infecção
Radiação *só colocar na ferida o que colocaria no olho
Tipos de desbridamento
Cirúrgico – remoção em cunha da borda com anfractuosidades
Autolítico – pela própria ferida, removem tecido morto
Enzimático
Com curativo – no momento da remoção do curativo, remove-se juntamente o tecido necrosado
Biocirurgico – com larvas da mosca Chochliomia (só comem tecido necrosado e defecam substancia
antibioticas)
Quando drenar?
Desbridamento incompleto
Corpos estranhos em estruturas nobres
Abcessos
Presença de material desvitalizado
Contaminação inevitável (mordidas)
Espaço morto não reduzível
Drenagem:
Passiva – tubo promove drenagem. Penrose, tubular, gaze
Ativa – através de sucção e administração de substancias. Drenagem, lavagem.
O que são:
Aline Bervian - 38
UFPEL – VETERINÁRIA
Alto custo
Possivelmente tem resistências
Criação de superinfecções
Pode causar intoxicações – gentamicina
Hipersensibilidade – penicilina
Aumenta a taxa de infecções nosocomiais (hospitalares)
Dose do tópico? Difícil dosar
*ferida tem criptas. Pomada chega bem nas partes superiores da ferida, e diluído na parte inferior devido a
exsudação. Também, a formação de crostas protege as bactérias inferiores.
Ventura não gosta de tópicos, acha que o melhor são sistêmicos, para evitar resistência. Se usar, na hora
que for utilizar a pomada sempre lavar bem os resíduos anteriores antes.
Ataduras
Características ideais
Remover exsudatos e componentes tóxicos
Manter umidade elevada na interface ferida-curativo
Permitir trocas gasosas
Fornecer isolamento térmico – mais aquecidas tendem a cicatrizar melhor.
Aliviam a dor – devido a pressão aplicada
Protege contra infecções secundárias, oriundas de contaminantes do ambiente, tóxicos ou
particulares
Permitir a remoção do curativo sem trauma a ferida
Aline Bervian - 39
UFPEL – VETERINÁRIA
Margens de segurança – deve ser encaminhada para exame histológico e verificação de margens livres;
margens de 1-2cm geralmente.
Ressecção de linfonodos acometidos – todos
Caso clinico: cachorro com mastocitoma no focinho, lado direito. Mastocitoma bastante agressivo. Retirada
é bastante mutilante, retira-se o osso nasal no lado afetado. Paciente vai pra casa com indicação de limpeza
da ferida diária com somente gaze úmida em solução fisiológica + curativo. Depois foi feita mais cirurgia
no linfonodo que tinha metástase. Teve sobrevida de quase 1 ano.
Sobrevida geralmente é de um ano, mas pode ser 2 meses, 3 anos. Varia muito.
Aline Bervian - 40
UFPEL – VETERINÁRIA
MASTECTOMIA
Bastante realizada uma vez que esse tipo de tumor é bastante comum.
Recomendações gerais
Indicações: realizada em neoplasias mamárias (99% dos casos) e hipertrofia mamária em gatas.
Mastectomia e OSH: discussão se fazer OSH em casos de mastectomia. No HCV é feito.
Princípios de Halsted: melhor cicatrização e menor dor
Pós operatório: cuidados especiais – roupa cirurgia, colar Elizabethano, curativos diários (solução
fisiológica e gaze).
Mastectomia de salvação (neoplasia ulcerada): remoção da mama com maior problema, para simplesmente
melhorar a qualidade de vida. Posteriormente remoção das cadeias, OSH, remoção de linfonodos...
Regiões da cadeia: inguinal (M5), abdominal caudal (M4), abdominal cranial (M3), torácica (M1, M2).
Incisão elíptica, vai se controlando o sangramento de acordo com o seu surgimento (pinçamento ou
termocautério6).
Há dois vasos principais que devem ser ligados na mastectomia → artéria e veia epigástrica
superficial caudal (cranial ao púbis) e artéria e veia epigástrica superficial cranial (borda caudal da última
costal). A cranial tem menor diâmetro que a caudal.
Dissecção da pele elíptica com tesoura romba, elevando a mama e dissecando (não arrancar a mama). Bom
no inicio chegar na fáscia, aí fica mais fácil definir os planos anatômicos.
Vasos vaginais: caudais ao tumor → devem ser ligados para evitar sangramentos pós operatórios.
Depois fazer redução do espaço morto. Pegar na borda logo abaixo da pele; pegar tecido em pouca
profundidade e grande extensão. Utilizar pontos isolados de sultam primeiro (quando cirurgião é
inexperiente), depois fazer continuo entre pontos isolados. Quando cirurgião é experiente, utiliza ponto
continuo simples. Depois pode-se fazer sutura intradérmica da pele.
→ Pele não sustenta tensão!! Quem vai sustentar a tensão é a redução do espaço morto.
➢ Na remoção de cadeia mamária, abduzir a patinha do lado afetado e reduzir o espaço morto de
forma adequada e eficiente, depois suturar pele. Para que quando paciente acordar, não ter
resistência na sutura na parte da virilha. Patinha super abduzida gera bastante tensão do tecido,
aí depois quando a paciente estiver em posição normal, não vai ter tensão nenhuma.
Mastectomia regional ou radical unilateral. Mastectomia radical bilateral não é recomendada, pois causa
muita dor e desconforto pra paciente, mesmo fazendo tumescência e todos os cuidados. Preferir fazer a
radical unilateral e depois de 30 dias fazer o outro lado. Mastectomia de salvação em neoplasia ulcerada e
em outro momento o restante da cadeia.
6
Pode ser usado em artérias até 1mm de diâmetro e veias de até 2mm.
Aline Bervian - 41
UFPEL – VETERINÁRIA
Aline Bervian - 42
UFPEL – VETERINÁRIA
EXAME ORTOPÉDICO
Profº Ventura
EXAME ORTOPÉDICO
Identificação do problema
Como a maioria dos problemas é devido a traumas, primeira coisa a se fazer é o ABCDE do trauma
Anamnese
Membros afetados através de exame clinico
Alterações: ósseas (fraturas), articulares (luxações), neoplásicas (++osteossarcoma,
condrossarcoma).
Bom envoltório: tíbia tem pior envolvimento que fêmur → pior pois fratura facilmente se torna
exporta e, quanto menos tecido, menor a vascularização.
Osso cortical (- irrigado) x osso esponjoso (+)
Velocidade: alta (projéteis); baixa (atropelamento, chute)
Abordagem extensa durante a cirurgia faz com que demore mais pra cicatrizar também
*Fratura começa a cicatrizar no momento em que ocorre. Quanto mais demorar pra fazer a cirurgia,
mais vai ter cicatrizado e aí se a abordagem for ampla o momento da cirurgia vai ser o momento 0
de cicatrização de novo.
Posição plantigrada ao posicionar o membro no chão: ruptura de tendão calcâneo/ de aquiles ou fratura do
osso calcâneo.
Fratura de pelve: operar; comum em atropelamentos
Aline Bervian - 43
UFPEL – VETERINÁRIA
Adesão: cuidados pós operatórios ou com tala devem ser rigorosos; não se pode deixar paciente
sozinho ou com outros animais;
Adesão do paciente – raças toys costumam sem mais nervosos, dificulta limpeza de feridas ou troca
de talas; contrariamente as raças maiores;
Comportamento estóico: gatos tendem a ser estoicos; demonstram dor em situações muito criticas
– cuidar para não dar pouca analgesia;
Conforto exigido: toys exigem mais; grandes menos.
Ordem o exame
Deambulação (passeio): evitar deambulação
Examinação de distal para proximal (lesões mais simples → mais graves)
Membro torácico primeiro e depois pélvico
Avaliação neurológica concomitante
Avaliação radiológica, ressonancias (auxilia em rupturas de ligamentos)
Outros meios de diagnostico
Membro torácico
1º unhas, dígitos e coxins: alguns animais claudicam só por quebrar a unha; espinho no coxim
2º Carpo e metacarpo: avaliar amplitude e ligamentos colaterais e laterais. Mobilidade de cotovelo,
amplitude de todas as articulações (ombro, cotovelo, pulso) – faz-se hiperflexão de todas articulações.
Estabilidade do ombro – ficar espinha da escapula e deslocar úmero cranial e caudalmente. Estabilidade do
ombro – hiper e hipoflexão
Membro pelvico
1º unhas, dígitos e coxins
2º tarso e metatarso – ligamentos colaterais. Estender articulação do joelho e tentar flexionar articulação do
tornozelo.
Luxação patelar
Mais comuns em toys. Aparelho quadriciptal alinhados com patela, sulco troclear d fêmur e crista da tíbia
→ movimento perfeito. Lateral é mais comum.
Grau i: patela luxa sob pressão
Aline Bervian - 44
UFPEL – VETERINÁRIA
Como examinar: localizar patela, fixa-la com dedos; rotar membro medialmente → ela luxa ou não
Para lateral, rotar membro lateralmente → se problema vai luxar
Teste de gaveta
Como fazer o teste: fixar com uma mão a região das trocleas do fêmur (o
dedão atras dos condilos) e a outra mão prender a tíbia na crista. Mão do
fêmur fica estável/ imóvel, mexer a tíbia cranial e caudalmente.
ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL
Teste de Ortolani
Identifica se a articulação citada está
devidamente posicionada ou não. Para fazer o
teste de forma adequada, e necessário sedação ou
anestesia geral do paciente (relaxamento
musculatura → não se consegue deslocar cabeça
do acetabulo).
Pode ser feito com o paciente em decúbito
lateral ou dorsal. Uma mão fica no joelho do
paciente. Outra mão fica nas costas se o paciente
estiver em decúbito lateral. Aplicar força
perpendicular ao fêmur, tentando deslocar o
fêmur da cavidade (paciente saudável não
desloca). Depois, faz-se abdução do membro,
permitindo que a cabeça femoral volte para
dentro do acetábulo. Fazendo isso, a cabeça femoral entra de volta no acetábulo fazendo um clique → sinal
positivo, provavelmente tem luxação coxo femoral.
Aline Bervian - 45
UFPEL – VETERINÁRIA
➔ Utilizar esse teste em pacientes que luxam e volta pro lugar, repetidamente.
PELVE
Simetria – fraturas e luxação
➔ Também utilizado para luxação coxo femoral; além de verificar a integridade de toda a pelve.
Como fazer: palpar 3 acidentes osseos:
➢ Tuberosidade isquiática
➢ Crista do ílio
➢ Trocanter maior
E verificar se há a formação de um triangulo com o
vértice voltado para baixo (fisiológico).
Luxações: vértice pode ficar até invertido.
Integridade da pelve: forças acidentes uns contra os
outros para verificar se há crepitações, decorrentes
de fraturas pélvicas. Além disso, pode-se fazer
palpação retal para verificar integridade da pelve.
Aline Bervian - 46