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Interpretação de

exames:
microbiologia
PROFESSORA FÁTIMA FAGUNDES
Alguns princípios para coleta de
materiais
 Espécimes de má qualidade devem ser
rejeitados
 Médicos não devem solicitar ao laboratório que
relate tudo que crescer: isto pode gerar
informação irrelevante
 O barulho de fundo da microbiota comensal
deve ser evitado sempre que possível
 Muitos sítios corporais: microbiota comensal
contamina amostras inadequadas
Alguns princípios para coleta de
materiais
 Amostras coletadas de locais como
 trato respiratório inferior (escarro)
 seios nasais
 feridas superficiais
 fístulas

 CUIDADO COM A COLETA


 CUIDADO COM A INTERPRETAÇÃO
Alguns princípios para coleta de
materiais
O laboratório necessita de uma amostra
 Não de um swab de uma amostra
 Tecido, aspirados e líquidos são sempre as
amostras de escolha, em especial de
cirurgias
Alguns princípios para coleta de
materiais
O swab NÃO é o espécime de escolha
para muitas amostras porque:
 Contamina
 Consegue conter pequenas quantidades
(0,05 mL)
 Torna difícil retirar bactérias e fungos das
fibras para o meio
 Gerando um inóculo que não é uniforme nas
placas de ágar
Alguns princípios para coleta de
materiais
 Swabs são adequados da nasofaringe
para diagnosticar infecções virais
 Swabs flocados: melhores, pois liberam
conteúdo de forma mais eficiente para
avaliação
Alguns princípios para coleta de
materiais
 Devem ser coletados antes da
administração de antimicrobianos
 Teste de susceptibilidade apenas de
isolados clinicamente significativos
 Informação clínica adequada ao
laboratório:
 Feridax ferimento por mordedura na região
anterior do 1º quirodáctilo
Hemoculturas

ASAP: o mais rápido possível


RT: temperatura ambiente
Hemocultura contamina?
Hemoculturas: contaminação

 Contaminantes da pele são comuns


Cuidados na coleta

 Assepsia:
 Clorexidine/tintura de iodo: ação imediata (30
segundos)
 Evitar coletar sangue através de cateteres:
muitos falsos positivos
 Melhor método: punção venosa periférica
 IMP não guardar na geladeira
Infecção da corrente sanguínea
relacionada ao cateter vascular
 Diagnóstico de exclusão muitas vezes
 IMPORTANTE: documentar a bacteremia
 Significado clínico de uma cultura positiva de
um segmento ou ponta do cateter=
DESCONHECIDO na ausência de hemocultura
positiva
 Culturas de ponta de cateter possuem um valor
preditivo muito ruim, e não devem ser
realizadas
ICS-CVC:
Técnicas para diagnóstico
 Tempo diferencial para positividade (cultura
coletada do sangue periférico x cateter)
 Quantitativa:
Caso crescimento do mesmo
microorganismo, e material coletado do
cateter apresente crescimento 5x maior
 Técnica
semi-quantitativa de Maki:
rolamento do cateter na placa
Pneumonia

 Todas as amostras de escarro são avaliadas


quanto à sua qualidade.

 Amostras representativas do sítio de infecção


devem apresentar mais de 25 leucócitos
polimorfonucleares e menos de dez células
epiteliais pavimentosas por campo, em aumento
de 100 vezes.
 Positiva quando crescimento maior ou igual a 106
Pontos de
corte:
cultura
quantitativa

Espécime Sem uso de ATB Com uso de ATB


Escarro ≥106 ≥105
Secreção ≥ 105 ≥104
traqueal

Lavado ≥104 ≥103


broncoalveolar

Escovado ≥ 103
Protegido
ITU

 Coleta após higiene


 2º jato
 Armazenar na geladeira, a não ser que tempo
para chegada no laboratório seja menor que 1
hora
 Pacientes cateterizados: coleta tem que ser
realizada após inserção de novo cateter
 Rapidamente o biofilme se forma
Infecções de pele

 Para as formas mais comuns: culturas não estão


indicadas
 p.ex. Abscessos subcutâneos, celulite tratados
ambulatorialmente
 Culturas estão indicadas para o paciente que
necessita de drenagem cirúrgica
 Deverão ser coletadas amostras durante o
procedimento
Infecções de pele
 Amostra de escolha: biópsia de margem
em progressão da doença
 Swab não está indicado
• Swabs com culturas quantitativas para
queimaduras: podem auxiliar a
determinar a colonização
• Correlação ruim com agente que está
presente profundamente
EM GERAL: MATERIAL COLETADO
QUANTO MAIS MELHOR

EXCESSÃO: SANGUE
Bibliografia

 Miller JM, Binnicker MJ, Campbell S, Carroll KC, Chapin KC, Gilligan
PH, Gonzalez MD, Jerris RC, Kehl SC, Patel R, Pritt BS, Richter SS,
Robinson-Dunn B, Schwartzman JD, Snyder JW, Telford S 3rd, Theel
ES, Thomson RB Jr, Weinstein MP, Yao JD. A Guide to Utilization of the
Microbiology Laboratory for Diagnosis of Infectious Diseases: 2018
Update by the Infectious Diseases Society of America and the
American Society for Microbiology. Clin Infect Dis. 2018 Aug
31;67(6):e1-e94. doi: 10.1093/cid/ciy381. PMID: 29955859; PMCID:
PMC7108105.

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