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11/07/2020

Fisiopatologia das Doenças


Pleurais e Vasculares

Luciana Camilo Doenças Pleurais


lumcamilo@gmail.com

A pleura A pleura

 Pressão Transmural = (PINT – PEXT)

 Pressão Transpulmonar
 PTP = Palv – Ppl

 Pressão Transtorácica
 PTT = Ppl - Patm

 Pressão Transrespiratória
 PTR = Palv - Patm

A pleura A pleura

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Derrame Pleural

 Acúmulo anormal de líquido no espaço


pleural resultante de um desequilíbrio
fisiológico das forças que regulam a

Derrame pleural formação e reabsorção do líquido


pleural ou de eventos fisiopatológicos
decorrentes de processos inflamatórios
ou infiltrativos dos folhetos pleurais.

Derrame Pleural
DINÂMICA DO LÍQUIDO PLEURAL
Líquido pleural: 3 a 15 ml; em 24 horas, 5 a 15 litros.
Fisiopatologia
A presença desse líquido depende de três fatores:

1- Coeficiente de filtração: refere-se a fenômenos de permeabilidade


capilar e varia com a relação filtração-reabsorção.

2- Pressão coloidosmótica: a pressão coloidosmótica é a mesma


tanto nos capilares pulmonares quanto nos capilares sistêmicos:
cerca de 25 mmHg.

3- Pressão hidrostática: a pressão hidrostática dos capilares da pleura


parietal é a mesma que a da circulação sistêmica, cerca de 30 cmH2O,
e bem maior que a dos capilares da pleura visceral (-5 cm H2O)

Derrame Pleural Derrame Pleural

Fisiopatologia Fisiopatologia

 Aumento da pressão hidrostática nos capilares


sanguíneos ou linfáticos.

 Diminuição da pressão oncótica do plasma.

 Aumento da permeabilidade capilar.

 Aumento da pressão negativa no espaço pleural.

 Movimento de líquido do abdômen para o espaço


pleural.

 Redução da drenagem linfática pleural ou mediastinal.

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Derrame Pleural Derrame Pleural

Etiologia Etiologia

Derrame Pleural Derrame Pleural

Sinais e sintomas Sinais e sintomas


 Dor torácica - A dor torácica localiza-se na área pleural
afetada, mas pode ser referida no andar superior do  Dor torácica pleurítica
abdômen ou na região lombar, quando porções  É o sintoma mais comum no derrame pleural.
inferiores da pleura são acometidas, ou no ombro,  Indica acometimento da pleura parietal, visto que a visceral
quando a porção central da pleura diafragmática é não é inervada.
acometida.  Em geral ocorre nos exsudatos.
 Não necessariamente indica a presença de líquido, pelo
 Tosse - é um sintoma respiratório inespecífico. A tosse contrário, tende a ser mais intensa nas fases iniciais da pleurite,
seca pode estar associada a presença de derrame melhorando com o aumento do derrame pleural.
pleural, sobretudo nos volumosos.  É descrito como "em pontada", lancinante, nitidamente
piorando com a inspiração profunda e com a tosse,
 Dispneia - estará presente nos derrames mais volumosos melhorando com o repouso do lado afetado, como durante a
e nos de rápida formação. pausa na respiração ou durante o decúbito lateral sobre o lado
afetado.

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Derrame Pleural Derrame Pleural

Exame físico Exame físico


 Inspeção
 Abaulamento do hemitórax afetado.  Ausculta Torácica
 Redução da expansibilidade torácica.

 Redução ou abolição do murmúrio


 Palpação vesicular sobre a região com líquido.
 Redução ou ausência do frêmito
tóracovocal.
 Nas fases de pleurite e pouco líquido pleural, no início do
 Percussão processo, ou em sua fase de resolução, pode ser auscultado o
 Maciça ou submaciça sobre a região atrito pleural.
com líquido.

Derrame Pleural Derrame Pleural

Exame físico Exames de imagem - radiografia

 Ausculta Torácica

 redução ou abolição do murmúrio


Exame físico é geralmente normal quando
vesicular sobre a região com líquido;
existem menos de 300 ml de líquido no
espaço Pleural.
 Nas fases de pleurite e pouco líquido pleural, no início do
processo, ou em sua fase de resolução, pode ser auscultado o
atrito pleural.

Aspectos radiológicos - representação esquemática Derrame pleural unilateral à direita

Hemotórax com
Curva de Damoiseau desvio da traquéia

Residual Infrapulmonar

Encistado Hidropneumotórax

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Derrame Pleural

Como eu sei que a imagem anterior é um


Exames de imagem - Radiografia
derrame pleural e não um edema agudo
de pulmão?

Ortostática Supino

Derrame Pleural

Como podemos confirmar se a imagem


Exames de imagem - Radiografia
anterior se trata de um derrame pleural?

Incidência de
Laurel

Derrame pleural bilateral Derrame Pleural

Exames de imagem - Tomografia

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Derrame Pleural

Exames de imagem - Ultrassonografia

Derrame Pleural

Toracocentese

 Diagnóstica: Quando o Derrame


Pleural for de causa desconhecida.

 De alivio: Indicada nos grandes


acúmulos de líquido, para alivio do
desconforto respiratório.
*

* Feixe vásculo-nervoso intercostal

Derrame pleural - antes e após esvaziamento Derrame Pleural

Pleurodese

 Um dos tratamentos mais utilizados


para o derrame pleural sintomático
recorrente.

 Obliteração da cavidade pleural, por


aderência entre a pleura visceral e a
pleura parietal.

 Química: substâncias causadoras de


reação pleural.
 Cirúrgica: abrasão da pleura parietal,
que esfolia a camada de células
mesoteliais, estimulando a fibrose e
produzindo aderências.

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Pneumotórax

 Pode ser definido


como a presença
de ar no espaço
pleural.
Pneumotórax

Pneumotórax Pneumotórax

Fisiopatologia Classificação

Pneumotórax Pneumotórax

Epidemiologia Imagem

 A incidência de pneumotórax espontâneo primário é de


cerca de 6 a 10 casos por 100 mil habitantes por ano.

 A doença incide predominantemente em homens, mais


altos e mais magros, com idade entre 20 e 40 anos.

 Quase sempre é unilateral e um pouco mais frequente a


direita.

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SISTEMATIZAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DO RX Pneumotorax


3. Revisão de estruturas anatômicas Cavidade pleural

Pneumotórax

Pneumotórax Pneumotórax

Sinais e sintomas Pneumotórax hipertensivo


 Quando os níveis tensionais no interior
da cavidade pleural se elevam acima
da pressão atmosférica.

- Volume pulmonar  Mecanismo valvular e unidirecional.


- Capacidade vital  Há desvio do mediastino para o lado
- Difusão contralateral, pinçamento das veias
cavas com obstrução do retorno
- Complacência venoso ao coração, diminuição do
- PaO2 débito cardíaco, dispneia, hipoxemia e
choque circulatório.

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Pneumotórax Pneumotórax

Exame físico Tratamento

 Inspeção
 Repouso e observação,
 Redução da expansibilidade torácica.
oxigenoterapia suplementar.
 Cianose.
 Aspiração simples, drenagem
 Palpação pleural fechada com ou sem
 Redução ou ausência do frêm ito tóracovocal. instilação de agentes esclerosantes.

 Percussão  Abrasão pleural e pleurectomia.


 Timpânica.

 Ausculta Torácica
 Redução ou abolição do murmúrio vesicular.

SISTEMATIZAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DO RX


3. Revisão de estruturas anatômicas Cavidade pleural

Dreno torácico Vamos praticar?

Caso clínico B (Respiração)

Um homem de 37 anos de idade brigou em um bar e foi ferido por arma •Inspeção: Expansibilidade diminuída em hemitórax esquerdo. Lesão 2 cm,
branca. Chegou ao hospital Geral do Estado – HGE – trazido pelo suporte “respirante”;
básico, imobilizado em prancha longa, com colar cervical e ventilado com •Palpação: Dor a palpação hemitórax esquerdo;
dispositivo de máscara com válvula e balão. (Aspecto geral: palidez e •Percussão: Hipertimpânico;
confusão mental). •Ausculta: Murmúrios vesiculares abolidos em hemitórax esquerdo

Exame Físico
A (Via aérea) Responda:
Via aérea pérvia;
Condutas:
•Manutenção da imobilização em prancha longa e colar cervical; 1. Qual a suspeita diagnóstica e por que?
•Fornecimento em alto fluxo de oxigênio 100% com máscara não-reinalante; 2. Explique a queda da pressão arterial.
•Monitorização: FC: 145 bpm; FR: 40 ipm; S02: 94%; PA: 80x30 mmHg; 3. Explique por que a oxigenioterapia com máscara não-reinalante não é
•Acesso venoso: dois acessos calibrosos; eficaz para o tratamento?
•Exame laboratorial: Tipagem sanguínea, gasometria e função renal; 4. Qual a sua conduta?
•Reservar centro cirúrgico e bolsa de sangue;

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Sistema circulatório

Doenças Vasculares

Sistema circulatório Sistema circulatório


Circulação Circulação
pulmonar brônquica

 Trocas gasosas  Nutrição, não


participa da hematose
 Pressão e
resistência baixa,  Pressão e resistência
grande perfusão elevada, perfusão
reduzida

Perfusão

 Vasos pulmonares: paredes delgadas


/ grande complacência

 Circundado pelo parênquima


pulmonar

 Influência das variações da pressão


alveolar

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Influência do Volume Alveolar


na Perfusão

Hipertensão pulmonar

Hipertensão pulmonar
Definição de HP
Condição hemodinâmica definida por aumento da pressão arterial
pulmonar média (PAPm) ≥ 25 mmHg em repouso.
Classificação
Remodelamento vascular pulmonar

Aumento da RVP  Primária: seu surgimento não está associado a


outra condição patológica.
Hipertrofia do ventrículo direito

 Secundária: ocorre como consequência de


Insuficiência cardíaca direita
uma doença associada.

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Classificação HP Hipertensão arterial pulmonar


 Síndrome complexa caracterizada por aumento progressivo da PAPm:
≥ 25 mmHg em repouso.

 POAP: ≤ 15 mmHg.

JARDIM et al., 2015. LAI et al., 2014.

Epidemiologia e Prevalência Prevalência de HAP


 11-26 casos/milhão de habitantes

 Prevalência pelo sexo feminino (4 mulheres : 1 homem)

NIH= 45-65 anos de


VACHIÉRY and GAINE, 2012; ARGAWAL,idade
et al., 2015; THENAPPAN et al., 2018. HOEPER et al., 2016.

Fisiopatologia FISIOPATOLOGIA

 DISFUNÇÃO ENDOTELIAL  VASOCONSTRIÇÃO SUSTENTADA  REMODELAMENTO VASCULAR:

Prostaciclina
Agentes Agentes
Óxido nítrico
vasoconstritore vasodilatadore
Endotelina
s s
Serotonina
Tromboxano

Normal HAP Luz do vaso

RVP

PAPm

MORREL et al., 2009; RUAN et al., 2010; SCHERMULY et al., 2011 Adaptado de SAJKOV et al., 2013.

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RABINOVITCH et al., 2013

Tratamento da HAP

Bosentan Sildenafil Iloprost

Grand View Research, 2016.

Sobrevida

Agarwal, 2015. Thienemann et al., 2014.

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Hipertensão pulmonar primária Hipertensão pulmonar primária

Sinais e sintomas Sinais e sintomas


 Os pacientes são pouco sintomáticos na fase inicial da  Palpitações - frequentes e inespecíficas mas podem
doença, e geralmente o diagnóstico é feito quando há denunciar a presença de arritmias.
importante comprometimento da função ventricular
direita.  Síncope - traduzem baixo débito cardíaco por disfunção
ventricular direita e/ou arritmia ventricular.
 sintoma mais comum é a intolerância ao esforço e a
fadiga, pelo baixo débito cardíaco, de caráter progressivo  Cianose - pode ser secundária a baixo débito e
e indicativo de disfunção ventricular direita secundária. vasoconstrição periférica, inadequação de
ventilação/perfusão.
 Dispneia
 Fenômeno de Raynaud
 Dor precordial tipo anginosa, aos esforços pode indicar
uma cardiopatia isquêmica ou uma isquemia sub-  Edema de membros inferiores.
endocárdica do ventrículo direito por redução do fluxo e
da pressão de perfusão coronariana.

Hipertensão pulmonar primária Hipertensão pulmonar

Diagnóstico Exames complementares

 Embora o diagnóstico de hipertensão pulmonar  Ecocardiografia bidimensional com Doppler


primária seja de exclusão, este pode ser realizado
com alta probabilidade.  Permite verificar a existência da hipertensão pulmonar, sua
quantificação, variabilidade, repercussões para câmaras
direitas e avaliações seriadas após intervenções
terapêuticas.
 Graças aos métodos de imagem modernos somos  São achados frequentes, a dilatação das cavidades
capazes de excluir praticamente todas as doenças direitas, hipertrofia do ventrículo direito, movimento
que causam hipertensão pulmonar. paradoxal do septo e insuficiência tricúspide.
 A estimativa da pressão pulmonar através da análise da
velocidade de fluxo na válvula pulmonar, guarda uma
ótima correlação com a medida pressórica obtida
invasivamente.

Hipertensão pulmonar

Exames complementares

 Cintilografia de ventilação/perfusão pulmonar

 Exame importante na avaliação de hipertensão pulmonar.

 Permite a suspeita de hipertensão pulmonar secundária ao


tromboembolismo pulmonar crônico, quando estamos
diante de defeitos perfusionais lobares, segmentares e
subsegmentares.
 Nestas circunstân cias, recorremos a métodos de imagem
como a tomografia helicoidal ou a ressonância nuclear
magnética para demonstração de trombos na árvore
pulmonar.

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Hipertensão pulmonar Hipertensão pulmonar

Exames complementares Exames complementares

 Tomografia computadorizada  Radiografia de Tórax

 na suspeita de tromboembolismo pulmonar crônico   Demonstra aumento das cavidades direitas, aumento da
Dilatação, compressão ou obstruções de artéria pulmonar e artéria pulmonar, com atenuação ou desaparecimento dos
ramos, sendo muito útil vasos pulmonares na periferia.

 É de grande valia na avaliação de doença intersticial  É de grande valia para afastar ou sugerir causas
pulmonar. pulmonares como a DPOC, fibrose pulmonar, doença
intersticial e doenças granulomatosas.

Hipertensão pulmonar

Exames complementares

 Outros exames

 Em pacientes selecionados, exames adicionais são


necessários para a elucidação da etiologia ou doenças
coexistentes.
 Teste sanguíneo, exames de imagem, prova de função
pulmonar, polissonografia, entre outras.

Hipertensão pulmonar primária Hipertensão pulmonar primária

Tratamento Tratamento

 Medidas gerais  Medidas gerais

 Para as pacientes em estado fértil, há um consenso de que


 O tratamento começa com esclarecimento do paciente e a gestação está contra-indicada pelo alto índice de morte
familiares sobre a doença e as limitações da terapêutica. materna e fetal.
 Devido à baixa reserva cardiopulmonar, toleram muito mal
as infecções pulmonares, justificando o tratamento
 A oxigenoterapia domiciliar pode ajudar os pacientes que
antimicrobiano agressivo e imunização contra influenza e
apresentam hipoxemia aos pequenos esforços e/ou em
pneumococos.
repouso, com o intuito de evitar a vasoconstrição pulmonar
 A dieta hipossódica e a restrição hídrica impõem-se nos hipóxica.
casos de disfunção severa do ventrículo direito.

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Hipertensão pulmonar primária

Tratamento

 Medidas gerais

 Atividade física pode estar associada à elevação da


pressão pulmonar e variações hemodinâmicas significativas
 Esses pacientes não devem realizar exercícios isométricos
intensos.
 A prescrição de exercícios e condicionamento deve ser
cuidadosamente avaliada.
 É importante assegurar-se que não ocorra queda da
saturação significativa, arritmia, hipotensão ou síncope
durante a atividade física.

Hipertensão pulmonar primária

Tratamento

 Anticoagulante oral
 Recomendado para todos os paciente com hipertensão
pulmonar primária.
 Devido as evidências de aumento de fatores pró-
coagulantes e os achados histopatológicos de trombos in
situ.

 Diuréticos
 Alív io dos sintomas congestivos decorrentes da falência
ventricular direita.

Hipertensão pulmonar primária

Tratamento

 Terapêutica vasodilatadora
 As observações anatomopatológicas embasam a teoria de
que a vasoconstrição é um dos mecanismos
fisiopatológicos importantes.

 Transplante pulmonar
Doença tromboembólica venosa
 Nos casos refratários a outras terapias.

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Doença tromboembólica venosa

Doença tromboembólica venosa Fisiopatologia

A tromboembolia pulmonar (TEP)


ocorre como consequência de um
trombo, formado no sistema
venoso profundo, que se
desprende e, atravessando as
cavidades direitas do coração,
obstrui a artéria pulmonar ou um
de seus ramos, daí o termo
adotado por muitos grupos de
doença venosa tromboembólica.

Doença tromboembólica venosa Doença tromboembólica venosa

Fisiopatologia Fatores de risco

 Desordem trombofílica de origem genética


 A presença de fatores de risco para o tromboembolismo
venoso é a condição inicial para o estabelecimento de
elevada suspeita clínica e, também, para realização de  Deficiência de antitrombina;
adequada profilaxia.  deficiência de proteínas C e S;
 resistência à proteína C (fator V Leiden);
 As situações em que prevaleçam um ou mais
 desfibrinogenemia;
componentes da tríade de Virchow
 anticorpo antifosfolipídio/antiocardiolipina;
 Estase venosa
 mutação da protrombina;
 Lesão endotelial
 desordens do plasminogênio
 Estado de hipercoagulabilidade

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Doença tromboembólica venosa Doença tromboembólica venosa

Fatores de risco Fatores de risco

 Idade  História de trombose venosa profunda


(TVP)
 O aumento do risco de TEP, de acordo com a elevação da
faixa etária, foi descrito em alguns estudos.  TVP prévio é considerada fator de risco
importante para recidivas.
 Anderson et al, 1991 identificou 89% dos pacientes com  A alteração endotelial provocada pelo
TEP com idade acima de 40 anos. episódio inicial predispõe à formação de
novos trombos, principalmente na
 Goldhaber et al, 1983 observou maior incidência de TEP
presença de outros fatores de risco
maciça nos pacientes de faixa etária mais alta.
persistentes.

Doença tromboembólica venosa Doença tromboembólica venosa

Fatores de risco Fatores de risco

 Imobilização prolongada  Imobilização prolongada

 Diversas situações clínicas ou cirúrgicas restringem a  Pós-operatório,


movimentação, com perda da bomba muscular,  Internação hospitalar,
produzindo estase venosa nos membros inferiores.
 Viagens aéreas,
 Constitui um paradoxo da medicina moderna: à medida
 Descompensações dos pacientes com insuficiência
que ocorre o progresso médico, maior o número de
cardíaca congestiva (ICC) e doença pulmonar obstrutiva
situações que predispõem ao tromboembolismo (doentes
crônica (DPOC),
graves submetidos a períodos prolongados de repouso no
leito e a procedimentos invasivos), no entanto, por outro  A estase venosa proporcionada pela hipertensão pulmonar e a
liberação de substâncias trombóticas, presentes nessas
lado, os avanços tecnológicos têm permitido uma maior
situações, aumentam o risco de TEP.
chance de seu diagnóstico e tratamento.

Doença tromboembólica venosa Doença tromboembólica venosa

Fatores de risco Fatores de risco

 Estrogênios
 O acidente vascular encefálico (AVE)
 Método de anticoncepção
 A perda do tônus muscular reduz o
 Terapia de reposição hormonal
retorno venoso, gerando estase no
segmento acometido.
 Warlow et al., em estudo clínico,  Metanálise (Koster et al.)
demonstraram significativa diferença  mostrou o aumento de quase três vezes do risco de
da incidência de TVP entre o membro tromboembolismo venoso associado aos
paralisado e o normal. contraceptivos orais.
 O tempo de uso e de suspensão dos
contraceptivos também está correlacionado ao
risco de trombose, sendo maior nos quatro
primeiros meses após o início do medicamento e
desaparecendo três meses após a suspensão.

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Doença tromboembólica venosa Doença tromboembólica venosa

Fatores de risco Fatores de risco

 Tabagismo  Neoplasias

 Aumento do risco relativo de trombose de 3,3 para  É uma complicação frequente.


pacientes que fumavam mais de 35 cigarros/dia e  As neoplasias de pâncreas, pulmão e trato gastrointestinal
de 1,9 para os que fumavam entre 24 e 35 são aquelas em que a associação é mais evidente.
cigarros/dia, na Nurse Health Study, um estudo de  A ativação do sistema de coagulação , como por exemplo
coorte realizado entre 1976 e 1992. o aumento do fator X e tromboplastina tecidual, além da
redução da capacidade fibrinolítica.
 Sobretudo em pacientes em uso de
 A trombose venosa pode surgir como sinal premonitório,
anticoncepcional semanas ou meses antes da detecção da neoplasia, sendo
considerada, nesta situação, como síndrome
paraneoplásica.

Doença tromboembólica venosa Doença tromboembólica venosa

Fatores de risco Sinais e sintomas

 A gravidez e o puerpério  A apresentação clínica do TEP é geralmente


inespecífica, dificultando o diagnóstico.
 Expõem a mulher a situações de risco para
o tromboembolismo venoso causadas por
 Os sinais e sintomas dependem, fundamentalmente, da
estase venosa e por alterações localização e tamanho do trombo e do estado cardior-
hematológicas, como o aumento do nível respiratório prévio do paciente.
de fatores de coagulação e do
fibrinopeptídeo A, além da redução de  O TEP pode ser classificado em três síndromes clínicas:
proteína C ativada. colapso circulatório, dispneia não explicada e dor
torácica do tipo pleurítica.

Doença tromboembólica venosa Doença tromboembólica venosa

Sinais e sintomas Sinais e sintomas


 Colapso circulatório
 Dispneia não explicada
 A hipotensão arterial sistêmica caracteriza os pacientes com
TEP maciço.
 Manisfestações clínicas da insuficiência ventricular direita:  Nos pacientes estáveis clinicamente, a dispneia e a dor
 aumento da pressão venosa jugular torácica são os sintomas mais frequentes.
 Taquicardia
 Inespecífico.
 presença de 3ª bulha, produzindo o rítmo de galope.
 Estudos mostram que a dispneia está presente em 73% dos
 Cor pulmonale agudo, secundário ao TEP maciço, pacientes com TEP.
apresenta alta mortalidade, sendo, porém , a apresentação
menos frequente da doença.

 A síncope secundária à instabilidade hemodinâm ica,


devido a súbita redução do débito cardíaco.

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Doença tromboembólica venosa Doença tromboembólica venosa

Sinais e sintomas Sinais e sintomas


Achados Clínicos nas embolias
 Dor torácica do tipo pleurítica
Submaciças Maciças
Dor torácica Síncope
 Correlaciona-se com os êmbolos que
alcançam a periferia dos pulmões, Dor pleurítica Hipotensão arterial
levando ao infarto ou à hemorragia
Dispneia Choque
pulmonar.
 O infarto pulmonar ocorre quando as Taquipneia Taquicardia
artérias brônquicas não são capazes de Tosse Dispneia
promover circulação colateral para o
segmento pulmonar não perfundido. hemoptise Cianose
 Nesses casos, a hemoptise pode estar taquicardia
presente. Febre
Cianose

Doença tromboembólica venosa Doença tromboembólica venosa

Sinais e sintomas Exame complementar


Escore de Wells

Critérios Pontos  Radiografia de tórax


Suspeita de tromboembolismo venoso 3.0 pontos
Alternativa menos provável que EP 3.0 pontos  Pode ser importante ao reforçar outros diagnósticos
Freqüência cardíaca > 100 bpm 1.5 pontos diferenciais, por exemplo, pneumonia, pneumotórax, fratura
Imobilização ou cirurgia nos 4 semanas anteriores 1.5 pontos
de arco costal, edema agudo de pulmão, afastando assim
Tromboembolismo venoso ou EP prévia 1.5 pontos
Hemoptise 1.0 ponto a hipótese de TEP.
Malignidade 1.0 ponto  Radiografia de tórax normal em paciente com quadro
agudo de dispnéia, não sendo esta causada por
broncoespasmo, deve fazer pensar na hipótese de TEP.
Escore Probabilidade de EP % Interpretação do risco
 Sinais inespecíficos.
0-2 pontos 3.6 Baixa
3-6 pontos 20.5 Moderada
> 6 pontos 66.7 Alta

Doença tromboembólica venosa Doença tromboembólica venosa

Exame complementar Exame complementar


 Radiografia de tórax normal
 Radiografia de tórax

 Atelectasia
 Derrame pleural
 Elevação da hemicúpula
diafragmática.
 Sinal de Westermark
 Sinal de Hampton
 Sinal de Palla

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Doença tromboembólica venosa Doença tromboembólica venosa

Exame complementar Exame complementar

 Radiografia de tórax   Radiografia de tórax 


Sinal de Westermark Sinal de Humpton

 Hipoperfusão pulmonar  Consolidações pulmonares, que


 Áreas de oligoemia, ou seja, áreas correspondem ao infarto
radioluscentes, por diminuição da pulmonar.
circulação pulmonar de  Ocorrem em torno de 14% dos
determinada região. pacientes com TEP.
 É o sinal mais característico de TEP,  Apresentar-se sob a forma de
embora pouco comum cone, localizando-se junto ao
(encontrado em 16% dos diafragma
pacientes)

Doença tromboembólica venosa Doença tromboembólica venosa

Exame complementar Exame complementar

 Radiografia de tórax   Arteriografia pulmonar


Sinal de Palla
 Método padrão ouro para o
 Dilatação da artéria diagnóstico da TEP.
pulmonar
 Visibilização da circulação
pulmonar, após a injeção de
contraste iodado.
 Anafilaxia e a nefrotoxicidade
induzida pelo contraste são as
principais complicações.

Doença tromboembólica venosa Doença tromboembólica venosa

Exame complementar Exame complementar

 Tomografia Computadorizada
 Cintilografia
 Vantagens: Boa acurácia, o custo
relativamente baixo - se comparado  Realizada nos pacientes considerados
à arteriografia convencional, a de alta probabilidade.
possibilidade de investigação de  Especificidade de 97%.
outros diagnósticos diferenciais.
 Sensibilidade de 53 a 100%  Sensibilidade de 41%.
 Especificidade entre 81 e 100%  Nos pacientes com baixa ou
intermediária probabilidade, em mais
 É o método mais sensível para
identificar trombos nos ramos de dois terços dos casos, é necessária
principais, lobares e segmentares. a realização de outro método para
esclarecimento do diagnóstico.

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Doença tromboembólica venosa

Tratamento
 A primeira medida a ser tomada é estabilizar o doente. Realizar o MOVE!
Monitorizar, oxigenar, garantir um acesso venoso e examinar o paciente.
Suporte ventilatório e hemodinâmico com uso de volume e drogas
vasoativas conforme necessidade são essenciais.

 A anticoagulação talvez seja o ponto mais importante do tratamento.


Anticoagular o doente não dissolve os trombos já formados, mas impede
novas embolias e reduz muito a mortalidade. Ela pode ser instalada mesmo
sem confirmação de TEP, apenas com uma forte suspeita!

 AOs filtros de veia cava são alternativas para prevenir novos trombos em
Teste
algumas situações. Eles são colocados abaixo das veias renais e as
principais indicações são quando a anticoagulação está
contraindicada com TEP confirmado e quando há falha na
anticoagulação.

 Os trombolíticos são capazes de dissolver os trombos. Eles devem ser


utilizados em casos mais graves, quando há instabilidade hemodinâmica!

Caso 1 Caso 2
 L.A.V, 57 anos, quadro iniciado há
 J.O.S , 48 anos, advogado, sexo 05 dias com dispneia, febre, tosse
masculino, procurou atendimento sem expectoração, prostração e
em emergência devido a quadro dor torácica do tipo pleurítica.
súbito de dispneia e dor torácica
após caminhada de 2 km. Nega  Exames laboratoriais
comorbidade, nega tabagismo. evidenciaram:
 Leucograma: 17.300
 Gasometria: pH: 7,49 / PCO2: 30 /  Bastões: 7%
PO2: 55 / HCO3-: 26
 Hematócrito: 32
 Hemoglobina: 9,7

Obrigada!

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