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RM2 – Apostila 2

Português
Português – Apostila 2
• Orações coordenadas, Conjunções coordenativas, Pontuação no período
composto
• Orações subordinadas adverbiais, conjunções e pontuação
• Interpretação de textos
• Ortografia
• Morfologia – estudo das classes gramaticais
• Pronomes demonstrativos
• Verbos
• Concordância nominal
• Questões

RM2 T1
Português – Apost 2
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 1

LÍNGUA PORTUGUESA

ASSUNTO: AS ORAÇÕES COORDENADAS E AS CONJUNÇÕES COORDENATIVAS E A


PONTUAÇÃO NO PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

• O período composto por coordenação é formado por orações sintaticamente


independentes, denominadas orações coordenadas:

As crianças faziam uma algazarra tremenda, os pais observavam a cena placidamente


e o dono do estabelecimento enlouquecia aos poucos.

Note como as orações mantém entre si uma relação de independência:

Oração 1: As crianças faziam uma algazarra tremenda

Oração 2: os pais observavam a cena placidamente

Oração 3: e o dono do estabelecimento enlouquecia aos poucos.

• Quando desprovidas de conjunções coordenativas, são denominadas orações


coordenadas assindéticas:

Os cães latiam furiosamente e os ladrões se mantinham distantes.

Quando introduzidas por alguma das conjunções coordenativas (síndetos), são


denominadas orações coordenadas sindéticas:

Os cães latiam furiosamente e os ladrões se mantinham distantes.

Quando coordenadas sindéticas, as orações serão classificadas como:

• ADITIVAS: expressam ideia de adição, sequência lógica ou uma ideia que não
se contraponha à antecedente. Normalmente são introduzidas pelas
conjunções coordenativas aditivas e, nem, não só... mas também, não só...
como também:

Os homens dedicam-se ao estudo incessante e obtêm notável êxito em suas


realizações.

Não apenas era um homem de palavra como agia com honestidade


inquestionável.

• ADVERSATIVAS: Expressam oposição à ideia antecedente. Contrapõem-se à


ideia que as precede em evidente contraste. Normalmente, são introduzidas
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pelas conjunções coordenativas adversativas mas, porém, contudo, todavia,


entretanto, no entanto, não obstante:

Agia com imensa discrição, mas não tiravam os olhos dela.

Detinha atributos físicos admiráveis, entretanto os homens fugiam dela.

• ALTERNATIVAS: Expressam alternância ou escolha entre as ideias ou impedem


relações de concomitância entre os fatos. Normalmente, são introduzidas pelas
conjunções coordenativas alternativas ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer...
quer, seja... seja:

Faria as tarefas segundo as normas ou seria afastado do cargo.

Ora se buscam razões para as intempéries da vida ora simplesmente as


aceitamos.

• EXPLICATIVAS: Expressam explicação à ideia antecedente ( em que se


encontra, normalmente, um verbo no imperativo). Normalmente, são
introduzidas pelas conjunções coordenativas explicativas pois (introduzindo a
oração), porque, que, porquanto, visto que, uma vez que:

Age com discrição,pois os olhos de todos estão sobre ti.

Intensifiquemos os estudos, que a prova é iminente.

Tibúrcia tivera uma noite difícil, porque tinha olheiras enormes.

• CONCLUSIVAS: Expressam uma conclusão à ideia que as precede.


Normalmente, são introduzidas pelas conjunções coordenativas conclusivas
logo, portanto, assim, então. Podem receber o conectivo pois, desde que
posposto ao verbo:

Era jovem e impetuoso, portanto agia sem muita calma.

Falava com tranquilidade, logo transmitia uma ideia de passividade.

Tinha idade avançada, detinha, pois, muita experiência.


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QUESTÕES OBJETIVAS:

1. No segmento “Os homens de antigamente levavam suas vidas de modo


insensato, entretanto tinham menos problemas que os de hoje...”, o conectivo
em destaque evidencia entre as ideias uma relação de:
a) Causa
b) Oposição
c) Adição
d) Sequência lógica
e) Conclusão

2. No segmento “O mundo se contrapunha a qualquer manifestação de paz e


aquele pequeno país era exemplo de tranquilidade e sossego...”, a oração em
destaque mantém com a anterior uma relação de:
a) Adição
b) Contraste
c) Explicação
d) Conclusão
e) Alternância

3. Denomina-se oração coordenada sindética adversativa a oração que,


introduzida por conectivo coordenativo adversativo, estabelece com a anterior
relação de contraste ou oposição. Identifique a opção que apresenta, em
destaque, oração que não se enquadra nesse conceito:
a) Os aparelhos trazem inovações muito úteis, mas têm preços inacessíveis à
maioria das pessoas.
b) Falei-lhe de meu amor, entretanto ela não lhes deu importância.
c) O sol brilhava no céu e a negritude de suas palavras tornava tudo escuro
em minha vida.
d) Não apenas fora um homem de caráter nobre mas também ajudara a todos
os aldeões.
e) Sabia todas as fórmulas, entretanto tinha desempenho pífio nas provas.

4. “Os anos passaram rapidamente por seu corpo cansado. Sua mente conservava
aquele pensamento jovial e meio irresponsável...” Qual dos conectivos abaixo,
caso tivéssemos apenas um período, evidenciaria de forma adequada a relação
entre as orações acima?
a) Pois
b) Porquanto
c) No entanto
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d) Ora
e) Visto que

5. “Caía uma chuva fria sobre a cidade e as pessoas caminhavam como se


houvesse um sol sobre suas vidas...” O conectivo em destaque admitiria
substituição, com manutenção de sentido, por:
a) Visto que
b) Ademais
c) Porém
d) Porque
e) Que

GABARITO1B2B3D4C5C

ASSUNTO: AS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS E AS SUAS CONJUNÇÕES;


PONTUAÇÃO NAS ORAÇÕES SUBORDIANADAS ADVERBIAIS.

As orações subordinadas adverbiais desempenharão função sintática de adjunto


adverbial e serão introduzidas por conjunções subordinativas adverbiais. Relacionam-
se a uma oração denominada principal e atribuem-lhe valores circunstanciais. São elas:

• CONDICIONAIS: Expressam uma condição para que se realize o que se expressa


na oração principal. Seus principais conectivos são se, caso, desde que,
contanto que, conquanto que, sem que, a menos que:

A vida do homem pareceria mais fácil se ele se dedicasse mais à família.

Contanto que se estabeleçam limites, a criança terá liberdade de ação.

• TEMPORAIS: Expressam valor circunstancial de tempo. Revelam quando a ideia


expressa na principal acontece. Seus principais conectivos são quando, assim
que, no momento em que, mal, desde que, tão logo, antes que, depois que,
apenas:

A mulher sorriu quando o homem se aproximou dela com galanteios.

Logo que se viu só, chamou pelos pais.

• CAUSAIS: Expressam valor de causa. Revelam o porquê da ideia expressa na


oração principal. Seus principais conectores são porque, visto que, como, na
medida em que, uma vez que, porquanto, por:
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A vida hoje me parece mais simples porque optei pela solidão libertadora.

Como as ruas estavam frias e desertas, preferiu ficar em casa.

• COMPARATIVAS: Expressam valor circunstancial de comparação. Estabelecem


analogia com a oração principal e têm, normalmente, seu verbo implícito. Seus
principais conectores são como, tal qual, feito, que, do que, tanto quanto:

As tuas promessas são vazias como o teu cérebro.

Há mais profundidade nas palavras de uma criança do que nas de muitos


adultos.

• CONFORMATIVAS: Expressam valor circunstancial de conformidade. Denotam


previsibilidade ou predeterminação à oração principal. Seus principais
conectores são conforme, consoante, segundo, do modo que, como:

As crianças procedem conforme os pais determinam.

Segundo se preconizara, o presidente americano foi reeleito.

• CONSECUTIVAS: Expressam valor circunstancial de consecução ou


consequência à oração principal. Seu principal conector é que:

O cliente era tão chato que os atendentes ignoravam sua presença.

Havia tanta dor em suas palavras que nos comoveu a todos.

• CONCESSIVAS: Expressam valor de concessão. Contrapõem-se à expectativa


gerada pela ideia expressa na oração principal, ainda que não impeçam sua
realização. Seus principais conectores são apesar de, ainda que, conquanto,
em que pese, posto que, embora, por mais que, por menos que, mesmo que:

Era desejada por muitos homens apesar de não ter atributos apreciáveis.

Ainda que se ausentasse por meses, não era esquecido por ninguém.

• PROPORCIONAIS: Expressam ideia de proporção. Seus principais conectores


são à proporção que, à medida que, quanto mais... mais, quanto menos...
menos:
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Acumulam-se conhecimentos à proporção que se lê.

Quanto mais conheço as pessoas, mais cresce minha afeição pelos animais.

• FINAIS: Expressam finalidade, propósito, fim à oração principal. Seus principais


conectores são a fim de, para que, porque, que:

Dedicava seus dias aos estudos para que obtivesse êxito nos concursos.

Porque não fosse julgado como fraco, agia como um guerreiro.

QUESTÕES OBJETIVAS

1. No segmento “Ainda que se mantivesse afastado de toda e qualquer má influência,


tinha uma índole tão ruim que cometia constantes atos impuros...”, os conetivos em
destaque expressa, respectivamente, valores circunstanciais de:

a) Concessão e consequência
b) Concessão e comparação
c) Conformidade e consequência
d) Comparação e causa
e) Condição e causa

2) “Preparemo-nos para a prova porque ela não nos seja um pesadelo. ” O conetivo
em destaque tem valor de:

a) Causa
b) Consequência
c) Consequência
d) Proporção
e) Finalidade

3) No segmento “Como a vida lhe parecia sem sentido, pensou em livrar-se dela...”, o
conectivo que introduz o período admitiria substituição, com manutenção da ideia
original, por:

a) Feito
b) Tal qual
c) Assim como
d) Já que
e) Posto que
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4) “Desde que o mundo é mundo, as mulheres encantam os homens...” O conectivo


evidencia uma relação de:

a) Condição
b) Proporção
c) Tempo
d) Finalidade
e) Concessão

5) “Era tão linda que tirava o sono de muitos homens na rua onde morava...” O
conectivo em destaque introduz oração de valor circunstancial de:

a) Causa
b) Condição
c) Consequência
d) Modo
e) Proporção

GABARITO1A2E3C4C5C

ASSUNTO: INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Modalidades textuais; coesão e coerência; denotação e conotação; figuras de


linguagem; reescritura de textos; semântica; elementos da comunicação e funções
da linguagem; frases verbais e não verbais; valores semânticos dos verbos; uso dos
conectores.

Texto I

Único bioma de ocorrência exclusiva no Brasil, que já ocupou 10% do território


nacional, a caatinga experimenta um processo acelerado de desmatamento — que
pode significar a desertificação do semiárido nordestino. Com 510 espécies de aves e
148 de mamíferos, a caatinga padece da ausência de uma política clara de conservação
que estanque o processo de desflorestamento e ajude a impedir a formação de um
deserto em pleno Nordeste, ameaça concreta diante do aquecimento global do clima
no planeta. Quase dois terços da área sob risco de desertificação no Brasil estão na
caatinga, que já teve, a exemplo do cerrado, aproximadamente metade de sua
extensão, que é de 826.000 km², destruída.

Jornal do Commércio
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1. Assinale a opção correspondente à modalidade textual predominante no


texto acima:

a) Narrativo, por centrar-se em personagens em um enredo que se organiza


de forma cronológica com predominância de verbos expressivos, diálogos e
cenário.
b) Descritivo, pela predominância de adjetivos e pela estagnação temporal.
c) Dissertativo argumentativo, por valer-se de argumentos que fundamentam
uma visão subjetiva e pessoal, marcadas por orações e expressões de
função modalizadora.
d) Dissertativo expositivo, por expor dados e números comprováveis de
forma objetiva.
e) Trata-se de uma crônica, pequeno texto narrativo que aborda situação
cotidiana e dela se vale para, vez por outra, lançar um olhar sobre questões
morais ou filosóficas.

2. Considere as afirmações abaixo sobre o texto:

I. Depreende-se que a Caatinga é o único bioma brasileiro que


experimenta um processo acelerado de desmatamento.
II. Infere-se que uma política eficaz de conservação poderia estancar o
desflorestamento.
III. A desertificação de uma região do Nordeste é um fato concreto que se
deve ao aquecimento global.

Está correto o que se afirma em:

a) I e II
b) Somente II e III
c) Somente II
d) Somente I e III
e) I, II e III

3. A respeito dos recursos de coesão referencial e da pontuação do texto, é


incorreto afirmar que:

a) Em “Único bioma de ocorrência exclusiva no Brasil, que já ocupou 10% do


território nacional...”, o termo em destaque pertence à classe dos
pronomes relativos e remete anaforicamente ao termo “bioma”.
b) O travessão empregado na segunda linha tem caráter enfático e poderia ser
substituído por vírgula, mantendo a correção e o caráter de restrição do
segmento introduzido por ele.
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c) O termo “bioma” (linha 1) é um hiperônimo de caráter catafórico.


d) A vírgula que antecede o termo “ameaça” se justifica por isolar termo de
função acessória de caráter explicativo.
e) O pronome “sua” (penúltima linha) é elemento de caráter anafórico cujo
referente é “Caatinga”.

4. “...a caatinga padece da ausência de uma política clara de conservação


queestanque o processo de desflorestamento e ajude a impedir a
formação de um deserto em pleno Nordeste.”

Assinale a opção em que se parafraseia, com correção e manutenção de


sentido, o trecho acima:

a) A caatinga prescinde da ausência de uma clara política de conservação


onde se interrompa o processo de desflorestamento e que ajude a retesar a
formação de um deserto em pleno Nordeste.

b) A caatinga sofre em decorrência da inexistência de uma política objetiva de


conservação a qual estagne o processo de desflorestamento e que coopere
em impedir a formação de um deserto em plena região Nordeste.

c) A caatinga padece da ausência de uma política objetiva de preservamento o


qual pare o processo de desflorestamento e coopere com a diminuição do
quadro de desertificação em pleno Nordeste.

d) A caatinga padece da ausência de uma política clara de conservação de seus


recursos naturais que não vêm sendo aplicada e que, portanto, não é capaz
de estancar a desertificação que acomete o Nordeste.

e) A caatinga lamenta a falta de uma política objetiva de conservação capaz de


estagnar o processo de desflorestamento e que não apenas ajude a evitar a
formação de um deserto em pleno Nordeste mas também a conte-la.

Texto II

O elevador é antigo e acanhado, propício a intimidades se não fosse a


transparência das portas e dos painéis laterais, contudo, no intervalo entre dois
patamares, dando atenção vigilante aos lanços de escada que de um lado
sobem e do outro descem, é sempre possível cometer algum jogo de mãos, e
até um furtivo beijo, se a urgência aperta. Em anos de trabalho que já são
muitos, Raimundo Silva tem utilizado esta gaiola mecânica, umas vezes sozinho,
outras acompanhado, e nunca, até hoje, pelo menos não o recorda, fora
acometido por tão perturbadores pensamentos. É certo que ao princípio
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escolhia ir pela escada por falta de paciência de esperar quando o ascensor


tardava, e também porque ainda sentia folgadas as pernas e ligeiro o coração,
capazes de competir com a juventude de todos estes escritórios, incluindo a
editora, ainda que nesta a média das idades sempre tenha tendido para o alto.

Trecho (adaptado) de História do cerco de Lisboa, de José Saramago.

5. A “urgência” (linha três) a que se refere o narrador poderia ser traduzida,


com manutenção de sentido, por:
a) Desejo
b) Aversão
c) Pressa
d) Claustrofobia
e) Fremência

6. Dos termos extraídos do texto, identifique o único que não remete ao


elevador nem o qualifica:
a) Acanhado
b) Ascensor
c) Propício a intimidades
d) Tendido para o alto
e) Gaiola mecânica

7. “...ainda que nesta a média das idades sempre tenha tendido para o alto.”
O pronome esta, aí presente, segue os princípios da função:
a) Dêitica
b) Distributiva
c) Temporal
d) Espacial
e) Relativa

8. Raimundo, ainda sôfrego, disse: “Sinto-me, aqui, nesta gaiola mecânica,


acometido de desejo e, se não ajo como louco, é porque obedeço a esses
princípios de discrição que se exigem nas repartições que me lançam
olhares críticos.”

Assinale a opção que transpõe com correção o trecho acima ao discurso


indireto:

a) Raimundo, ainda sôfrego, disse que se sentia, ali, naquela gaiola mecânica,
acometido de desejo e, se não agia como louco, era porque obedecia
aqueles princípios de discrição que se exigiam nas repartições que lhe
lançavam olhares críticos.
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b) Raimundo, ainda sôfrego, disse que sentia-se, ali, naquela gaiola mecânica,
acometido de desejo e, se não agia como louco, era porque obedecia
àqueles princípios de discrição que se exigiam nas repartições que lhe
lançavam olhares críticos.

c) Raimundo, ainda sôfrego, disse que se sentia, ali, naquela gaiola mecânica,
acometido de desejo e, se não agia como louco, era porque obedecia
àqueles princípios de discrição que se exigiam nas repartições que lhe
lançavam olhares críticos.

d) Raimundo, ainda sôfrego, disse que se sentia, ali, naquela gaiola mecânica,
acometido de desejo e, se não agia como louco, era porque obedecia
aqueles princípios de discrição que se exigiam nas repartições que o
lançavam olhares críticos.

e) Raimundo, ainda sôfrego, disse que se sentia, ali, naquela gaiola mecânica,
acometido de desejo e, se não agia como louco, era porque obedecia
àqueles princípios de discrição que se exigiam nas repartições que
lançavam-lhe olhares críticos

Texto III

Certo milionário brasileiro foi traído pela esposa. Quis gritar, mas a infiel disse-
lhe sem medo:

“Eu não amo você, nem você a mim. Não temos nenhum amor a trair”. O
marido baixou a cabeça. Doeu-lhe, porém, o escândalo. Resolveu viajar para a
China, certo de que a distância é o esquecimento. Primeiro, andou em Hong
Kong. Um dia, apanhou o automóvel e correu como um louco. Foi parar quase
na fronteira com a China. Desce e percorre, a pé, uma aldeia miserável. Viu, por
toda a parte, as faces escavadas da fome. Até que entra na primeira porta.
Tinha sede e queria beber. Olhou aquela miséria abjeta. E, súbito, vê surgir,
como num milagre, uma menina linda, linda. Aquela beleza absurda, no meio
de sordidez tamanha, parecia um delírio. O amor começou ali. Um amor que
não tinha fim, nem princípio, que começara muito antes e continuaria muito
depois. Não houve uma palavra entre os dois, nunca. Um não conhecia a língua
do outro. Mas, pouco a pouco, o brasileiro foi percebendo esta verdade: - são
as palavras que separam. Durou um ano o amor sem palavras. Os dois
formavam um maravilhoso ser único. Até que, de repente, o brasileiro teve que
voltar para o Brasil. Foi também um adeus sem palavras. Quando embarcou,
ele a viu num junco que queria seguir o navio eternamente. Ele ficou muito
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tempo olhando. Depois não viu mais o junco. A menina não voltou. Morreu só,
tão só. Passou de um silêncio a outro silêncio mais profundo.

Nelson Rodrigues

9. O narrador de um conto assume determinados pontos de vista para


conduzir o seu leitor a observar o mundo sob perspectivas diversificadas.
No conto de Nelson Rodrigues, a narrativa busca emocionar o leitor por
meio do seguinte recurso:

a) expressa diretamente o ponto de vista do personagem milionário


b) expressa de maneira indireta o ponto de vista da personagem chinesa
c) alterna o ponto de vista do personagem milionário com o do narrador
d) alterna o ponto de vista do personagem milionário com o da personagem
chinesa
e) narra de forma objetiva e sem elementos modalizadores

10. Ao dizer que a personagem “passou de um silêncio a outro silêncio mais


profundo.”, além de criar uma imagem poética, o narrador consegue
suavizar a imagem da morte, dando-lhe feição menos grotesca. Dá-se a esse
recurso o nome de eufemismo. Identifique a opção que aponta, respectiva
e corretamente, os nomes das figuras de linguagem empregadas nos
trechos abaixo:

I. “É ter com quem nos mata lealdade”

II. “Sempre trazia em uma mala esfarrapada autores clássicos, que citava a
qualquer momento...”

III. “Via que vinham e voavam vorazes as vespas...”

a) Antítese, metonímia e aliteração.

b) Metáfora, metonímia e zeugma.

c) Paradoxo, metonímia e aliteração.

d) Antítese, metáfora e aliteração.

e) Sinestesia, prosopopeia e ironia.


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11. Ao definir a miséria como “abjeta”, o narrador nos faz ver que, aos olhos do
milionário, a miséria do local:

a) Despertava-lhe compaixão

b) Despertava-lhe repulsa

c) Causava-lhe culpa

d) Causava-lhe objeção

e) Causava-lhe temor

Texto V

Falei-lhe há pouco da excentricidade de certos aumentativos. Usa-se no Ceará


um gracioso e especial diminutivo que talvez seja empregado em outras províncias;
mas com certeza se há de generalizar, apenas se vulgarize.
Não permite certamente a rotina etimológica aplicar o diminutivo ao verbo.
Pois em minha província o povo teve a lembrança de sujeitar o particípio presente a
esta fórmula gramatical, e criou de tal sorte uma expressão cheia de encanto.

A mãe diz do filho que acalentou ao colo: "Está dormindinho". Que riqueza de
expressão nesta frase tão simples e concisa! O mimo e ternura do afeto materno, a
delicadeza da criança e sutileza do seu sono de passarinho, até ó receio de acordá-la
com uma palavra menos doce; tudo aí está nesse diminutivo verbal.

Entretanto, meu ilustre colega, suponha que em algum romance eu


empregasse aquele idiotismo a meu ver mais elegante do que muita roupa velha com
que os puristas repimpam suas ideias.

Não faltariam, como de outras vezes tem acontecido, críticos de orelha que,
depois de medido o livro pela sua bitola, escrevessem com importância magistral:
"Este sujeito não sabe gramática". E têm razão; gramática para eles é a artinha que
aprenderam na escola. Ou por outra, uma meia dúzia de regras que se afogam nas
exceções.

Nós, os escritores nacionais, se quisermos ser entendidos do nosso povo,


havemos de falar-lhe em sua língua, com os termos ou locuções que ele entende, e
que lhe traduzem os usos e sentimentos.

Não é somente no vocabulário, mas também na sintaxe da língua, que o nosso


povo exerce o seu inauferível direito de imprimir o cunho de sua individualidade,
abrasileirando o instrumento das ideias.
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(José de Alencar. Posfácio de Iracema. in: Obras Completas, vol. 4.

Rio de Janeiro, J. Aguilar, 1964. pp. 965-6.)

TEXTO VI

Entre os muitos méritos dos nossos livros nem sempre figura o da pureza da
linguagem. Não é raro ver intercalados em bom estilo os solecismos da linguagem
comum, defeito grave, a que se junta o da excessiva influência da língua francesa. Este
ponto é objeto de divergência entre os nossos escritores. Divergência digo, porque, se
alguns caem naqueles defeitos por ignorância ou preguiça, outros há que os adotam
por princípio, ou antes por uma exageração de princípio.

Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as


necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos.
é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu
riquezas novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há, portanto certos
modos de dizer locuções novas, que de força domínio de estilo e ganham direito de
cidade.

Mas se isto é um fato incontestável, e se é verdadeiro o princípio que dele se


deduz, não me parece aceitável a opinião que admite todas as alterações da
linguagem, ainda aquelas que destroem as leis da sintaxe e a essencial pureza do
idioma. A influência popular tem um limite; e o escritor não está obrigado a receber e
dar curso a tudo o que o abuso, o capricho e a moda inventam e fazem correr. Pelo
contrário, ele exerce também uma grande parte de influência a este respeito,
depurando a linguagem do povo e aperfeiçoando-lhe a razão.

(Machado de Assis. Instinto de Nacionalidade. in: Obras Completas, vol. 3. Rio de


Janeiro, Nova Aguilar, 1973. pp. 808-9.)

TEXTO VII

Na casa de Laranjeiras, onde moramos os seis anos que cursei o Externato do


Ginásio Nacional, hoje Pedro II, nunca faltava o pão, mas a luta era dura. E eu desde
logo tomei parte nela, como intermediário entre minha mãe e os fornecedores -
vendeiro, açougueiro, quitandeiro, padeiro. Nunca brinquei com os moleques da rua
mas impregnei-me a fundo do realismo da gente do povo. Jamais me esqueci das
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palavras com que certo caixeiro de venda português deu notícia de um companheiro
que não era visto havia algum tempo: "O Seu Alberto está com os pulmões podres. ”

Essa influência da fala popular contrabalançava a da minha formação no


Ginásio onde em matéria de linguagem eu me deixava assessorar por meu colega
Sousa da Silveira, naquele tempo todo voltado para a lição dos clássicos portugueses.

(Manuel Bandeira. Itinerário de Pasárgada. in: Poesia Completa e Prosa.

Rio de Janeiro. Nova Aguilar, 1986. p. 35.)

12. A referência a questões linguísticas nos três últimos textos caracteriza a


função:
a) Metalinguística
b) Fática
c) Emotiva
d) Referencial
e) Conativa

13. O termo “onde”, no primeiro período admitiria substituição, com


manutenção de sentido e correção, por:
a) Em que
b) Nas quais
c) Aonde
d) Que
e) Em cuja

14. “Não é somente no vocabulário, mas também na sintaxe da língua, que o


nosso povo exerce o seu inauferível direito de imprimir o cunho de sua
individualidade, abrasileirando o instrumento das ideias.” (Texto V)

Parafraseia com manutenção de sentido e correção o trecho acima:


a) Os brasileiros, não apenas no vocabulário como também na sintaxe do
idioma, exercem seu inerente direito de deixar entrever a marca de
suas peculiaridades, nacionalizando o instrumento das ideias.
b) Os brasileiros, não só no vocabulário mas também na sintaxe do
idioma, tem exercido seu intransferível direito de deixar entrever a
marca de suas peculiaridades, tornando nacional o instrumento das
ideias.
c) Nosso povo, não apenas no vocabulário como também na sintaxe do
idioma, exercem seu inócuo direito de registrar a marca de sua
individualidade, abrasileirando o instrumento das ideias.
d) Nosso povo, não apenas no vocabulário como também na sintaxe do
idioma, exercem seu inerente direito de imprimir o cunho de suas
peculiaridades, nacionalizando o instrumento das ideias.
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 16

e) Os brasileiros, apenas no vocabulário mas não na sintaxe do idioma,


exercem seu inconteste direito de deixar entrever a marca de suas
peculiaridades, nacionalizando o instrumento das ideias.

Texto VIII

15. Sobre os quadrinhos acima, é incorreto afirmar que:

a) O texto se constrói com um misto de frases verbais e não-verbais.

b) Os verbos “pensaria” e “poderia” remetem a conjecturas.

c) A agressão de Susie faz Calvin perceber o equívoco de sua presunção.

d) O pronome “isso” no segundo quadrinho tem caráter anafórico.

e) O conectivo que inicia o terceiro quadrinho admitiria substituição, com


manutenção de sentido e correção, por conquanto que.

GABARITO

1. D | 2. C | 3. C | 4. B | 5. A | 6. D | 7. B | 8. C | 9. C | 10. C | 11. B | 12. A


|13. A | 14. A | 15. C

ASSUNTO: ORTOGRAFIA

Emprego dos porquês

I. A forma por que (com os termos separados


e sem acento gráfico) é a mais comum das quatro possibilidades (se eu
precisasse chutar, seria sempre a minha escolha). Emprega-se em quatro
situações:
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1. Quando introduz frase interrogativa direta


(com ponto de interrogação). Nesse caso, é substituível por “por que motivo”,
o que facilita seu reconhecimento:

• Por que o governo não age de forma mais


incisiva quanto a isso?

“Por que motivo o governo não age de forma mais incisiva quanto a isso? ”

2. Quando introduz frase interrogativa


indireta (sem ponto de interrogação). Nesse caso, também é substituível por
“por que motivo”:

• A sociedade se questiona por que ainda


impera uma certa cultura de atribuição de culpa às vítimas em casos de
estupro.

“A sociedade se questiona por que motivo ainda impera uma certa cultura
de atribuição de culpa às vítimas em casos de estupro”

3. Quando, em frases interrogativas, é


substituível por “por qual” ou “por quais”:

• Por que caminho os economistas


pretender seguir para tentar sanar certas mazelas sociais?

“Por qual caminho os economistas pretender seguir para tentar sanar


certas mazelas sociais? ”

4. Quando é equivalente a “pelo qual”, “pela


qual”, “pelos quais” ou “pelas quais”:

• “É importante que se reconheçam os


caminhos por que se pretende seguir para atingir esse patamar...”
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 18

“É importante que se reconheçam os caminhos pelos quais se pretende


seguir para atingir esse patamar...”

II. A forma porque (uma palavra única e sem


acento) tem valor de causa ou explicação e é equivalente a “pois” ou “já
que”:

• “Os investidores têm voltado seus olhares


para o Brasil porque creem em perspectivas de melhora...”

“Os investidores têm voltado seus olhares para o Brasil pois creem em
perspectivas de melhora...”

III. A forma por quê (com os termos separados


e com acento gráfico no quê) deve ser utilizada ao final de frases
interrogativas:

• Os imigrantes têm-se sentido acuados com


o novo governo por quê? Seria algo sem motivo?

IV. A forma porquê (em um só termo e


acentuado) é empregado quando sinônimo de “motivo” e vem
normalmente acompanhado de artigo ou pronome:

• “Mesmo os opositores mais ferrenhos do


governo, não viram um porquê para aquela agressão gratuita. ”

• Mesmo os opositores mais ferrenhos do


governo, não viram um motivo para aquela agressão gratuita.

Há ou A?

“A dois dias, quando já não se esperavam avanços significativos nas negociações, uma
reviravolta agitou o mundo da política brasileira...”
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 19

Como são duas formas homófonas (mesma pronúncia) “há” e “a” são empregados de
forma confusa e equivocada por muitas pessoas. Não há como se distinguir pelo som a
forma correta de cada uma das palavras. Cabe apenas uma análise gramatical
adequada do contexto em que se inserem para que se evitem erros.

No trecho acima, por indicar quantos dias já se haviam passado, o correto seria “Há
dois dias...”. É justamente na indicação de tempo que mais confusões se fazem no
emprego das duas formas.

Vamos sistematizar:

Há é um verbo que deve ser empregado basicamente em duas situações:

1. Quando for sinônimo de “existe” ou


“existem”:

• “No livro, há (existem) inúmeras teorias


sobre essa questão incômoda...”

• “No Brasil, há (existe) uma parcela


preocupante da população que está desempregada...”

2. Quando for sinônimo de “faz”, indicando


tempo decorrido:

• “Há alguns anos, não se viam tantas


manifestações de apoio a posturas mais conservadoras. ” (Faz alguns anos...)

• “O sistema de governo vem apresentando


certas incoerências há alguns meses...” (...faz alguns meses.)

A é uma preposição que indica tempo a decorrer (e não decorrido):

• “O congresso começará daqui a duas


semanas...” (Note que as duas semanas ainda vão decorrer)

• “De hoje a seis meses terá início um novo


julgamento...” (Note que os seis meses ainda vão decorrer)
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 20

Há cerca de, a cerca de ou acerca de?

“O tempo passa e os parlamentares não chegam a um acordo a cerca da questão do


impeachment...”

Eis aí mais um caso de homonímia homófona que confunde bastante. “Há cerca de”,
“acerca de” e “a cerca de” não apresentam diferenças de pronúncia, o que dificulta
sua utilização na escrita. Identificar seus valores gramaticais e as situações específicas
em que devem ser empregados buscará facilitar a vida de quem quer desvendar mais
esse mistério gramatical.

No trecho que inicia este artigo, o autor se equivoca empregando “a cerca de” em uma
situação em que seria adequado o emprego de “acerca de”. Note que seria possível
substituir a locução por um simples “sobre” (“um acordo sobre a questão do
impeachment”).

Vamos seguir por esse raciocínio para facilitar as coisas:

I. Acerca de é uma locução prepositiva que


indica assunto e é equivalente a sobre:

• “Ainda há certas divergências acerca da


validade do processo...” (sobre a validade do processo)

II. Há cerca de será empregado em duas


situações:

1. Quando puder ser substituída por “existe


(ou existem) aproximadamente”:

• Na cidade, há cerca de cem desabrigados...


(existem aproximadamente cem desabrigados)

2. Quando puder ser substituída por “faz


aproximadamente” na indicação de tempo decorrido:

• Os documentos foram apresentados há


cerca de um mês... (faz aproximadamente um mês)
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 21

III. A cerca de indicará tempo a decorrer


(aproximado):

• A defesa será apresentada daqui a cerca de


dez dias. (Daqui a aproximadamente dez dias)

ASSUNTO: MORFOLOGIA (ESTUDO DAS CLASSES GRAMATICAIS)

Introdução ao estudo das classes gramaticais

Conceitos Fundamentais
1 – Do ponto de vista mórfico, as palavras se distribuem em dois grupos: o das
variáveis (artigo, substantivo, numeral, pronome, adjetivo e verbo) e o das invariáveis
(advérbio, preposição, conjunção e interjeição).

Obs.: Os substantivos, adjetivos, artigos, pronomes e numerais podem-se flexionar


em gênero e número, o verbo apresenta as flexões de modo, tempo, número e
pessoa.
2 – Do ponto de vista semântico, há palavras que:
- designam os seres, nomeando-os – são os substantivos.
- atribuem qualidades ou estados aos seres – são os adjetivos.
- indicam os seres, relacionando-os às pessoas do discurso ou quantificando-os – são
os pronomes e numerais.
- designam processos (ações, estados ou fenômenos). – são os verbos.
- denotam circunstancias (de tempo, modo, lugar, etc.) – são os advérbios.

3 – Do ponto de vista funcional, podemos estabelecer o seguinte:


3.1 – O substantivo atua na frase como núcleo de um grupo nominal. A ele vão se
associar, como elementos modificadores, o artigo, o adjetivo, o pronome adjetivo e o
numeral adjetivo.

Ex.: Os
Dois Alunos interessados voltaram
Alguns

3.2 – O verbo atua como elemento indispensável à oração. Seu elemento modificador
é o advérbio.

Ex.: Os alunos interessados voltaram logo.


RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 22

OBSERVAÇÕES:

a) O advérbio pode modificar também um adjetivo ou outro advérbio.


Ex.: Estava meio nervoso.
Falou muito bem.

b) É importante frisar que a classe de uma palavra depende de sua posição e de sua
relação com outros elementos na frase.
Ex.: Era um aviador português.

Era um português aviador.


Estudei mais que você.
Fui mais estudioso que você.
Tenho mais livros que você.

c) Os pronomes e numerais adjetivos modificam o substantivo; os pronomes e


numerais substantivos equivalem a um substantivo.
Ex.: Dois livros foram vendidos.
Dois e dois são quatro.
Há alguns livros aqui.
Há alguém lá fora.

3.3 – As preposições subordinam uma palavra à outra.


Ex.: Pão com manteiga.
Preciso de ajuda.

3.4 – As conjunções ligam palavras ou orações de um mesmo valor (coordenativas) ou


orações subordinadas à principal (subordinativas).
Ex.: Pedro e Paulo foram os escolhidos.
Parou e olhou para trás.
Sei que é tarde.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

01. Sublinhe os adjetivos em:


a) Um marinheiro japonês
b) Um japonês marinheiro
c) Um selvagem aluno
d) Um aluno selvagem
e) Um cachorro amigo
f) Um amigo cachorro
g) Um homem velho
h) Um velho ranzinza
i) Um pobre orgulhoso
j) Um menino pobre
k) Um novo estímulo
l) Um vestido novo
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 23

m) Uma menina boa

02. Assinale a oração em que a palavra cego(s) é um adjetivo:


a) “Os cegos, habitantes de um mundo esquemático, sabem aonde ir...”
b) “O cego de Ipanema representava naquele momento todas as alegorias da
noite escura da alma...”
c) “Todos os cálculos do cego se desfaziam na turbulência do álcool.”
d) “Naquele instante era só um cego.”
e) “... da Terra que é um globo cego girando no caos.”

03. Assinale a única opção com pronome substantivo.


a) Essas frutas são frescas.
b) Meu livro é novo.
c) Tudo está mudado.
d) Alguns jovens ligaram-se à seita.
e) Aquela foto dizia tantas coisas.

04. Idem
a) Troquei meu carro.
b) Certas coisas não se devem dizer.
c) Qualquer homem pode errar.
d) Cada caderno custou seis mil cruzeiros.
e) Muitos foram convocados.

05. Assinale a opção em que a palavra sublinhada é advérbio.


a) Chegaram todos ao mesmo tempo.
b) Mais amor, menos confiança.
c) Ele chegou todo machucado.
d) Recebemos bastantes prêmios.
e) Muita gente foi ludibriada.

06. Idem:
a) Ela tem muito talento.
b) Falou tanto, que se cansou.
c) Tanto lugar vazio, e ele de pé.
d) Há menos erros desta vez.
e) Tenho pouco tempo fazer o trabalho.

07. Numere, sendo:


1. Substantivo
2. Adjetivo
3. Pronome
4. Advérbio

• ( ) Saiu da prova todo risonho.


• ( ) Todo cidadão tem seus direitos.
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 24

• ( ) Certo aluno não fez o trabalho.


• ( ) Ele considerou certo o trabalho.
• ( ) Ele tomou a atitude certa.
• ( ) Comeu muito.
• ( ) Comeu muitos doces.
• ( ) Perdeu bastante tempo na fila.
• ( ) Chorou bastante.
• ( ) Estava bastante comovido.

ASSUNTO: PRONOMES DEMONSTRATIVOS


Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou
no espaço. São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo.

Mesmo, próprio, tal e o (a/s) podem desempenhar papel de pron. demonstrativo.

Emprego dos Demonstrativos:


1. indicando localização no espaço - este (aqui),esse (aí) e aquele (lá);

2. indicando localização temporal - este (presente), esse (passado próximo) e


aquele (passado remoto ou bastante vago);

3. fazendo referência a elementos do texto – este... (referência a termo


posterior) e esse... (referência a termo anterior);

4. cumprindo função distributiva (remissivo-dual)

Ex.: Tenho livros e bichos e estes (bichos) me divertem mais que aqueles
(livros).

5. o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s). Nesses casos,


serão sucedidos do Pronome Relativo QUE ou da Preposição DE (DO...);

6. tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele
(a);

7. mesmo e próprio são demonstrativos quando significarem "idêntico" ou "em


pessoa". Concordam com o nome a que se referem;

8. podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do


contexto frasal;

Ex.: Ele estava com aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite.


RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 25

9. nisso e nisto (em + pron.) podem ser usados com valor de "então" ou "nesse
momento";

Ex.: Nisso, ela entrou triunfante.

ASSUNTO: VERBOS

Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz.
Pode indicar, entre outros processos:
- ação (correr);
- estado (ficar);
- fenômeno (chover);
- ocorrência (nascer);
- desejo (querer).

Estrutura das Formas Verbais


Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes
elementos:

a) Radical: é a parte normalmente invariável, que expressa o significado essencial do


verbo.
Por exemplo:
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)

b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a conjugação a que pertence
o verbo.
Por exemplo:
fala-r
São três as conjugações:
1ª - Vogal Temática - A - (falar)
2ª - Vogal Temática - E - (vender)
3ª - Vogal Temática - I - (partir)

c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o tempo e o modo do verbo.

Quadro das DMT


QUADRO DAS DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS (Indicam modo e tempo)

MODO INDICATIVO
TEMPOS 1ª CONJUGAÇÃO 2ª E 3ª CONJUGAÇÕES
Presente --- ---
Pretérito Perfeito --- ---
Pretérito Imperfeito VA / VE A/E
Pretérito Mais-que- RA / RE (átonas) RA / RE (átonas)
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 26

perfeito
Futuro do Presente RA / RE (tônicas) RA / RE (tônicas)
Futuro do Pretérito RIA / RIE RIA / RIE
MODO SUBJUNTIVO
Presente E A
Pretérito Imperfeito SSE SSE
Futuro R R
FORMAS NOMINAIS
TEMPOS DESINÊNCIAS
Gerúndio NDO
Infinitivo R
Particípio DO, TO

Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)

d) Desinência número-pesssoal: é o elemento que designa a pessoa do discurso ( 1ª,


2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural).
Por exemplo:
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados ( compor, repor, depor, etc.),
pertencem à 2ª conjugação, pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A
vogal "e", apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas
do verbo: põe, pões, põem, etc.
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 27

QUADRO DAS DESINÊNCIAS NÚMERO PESSOAIS


(Indicam o número (singular/plural) e as pessoas (1ª, 2ª, 3ª) dos verbos)

DMT
PESSOAS
SINGULAR PLURAL
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª
Presente do O S - MOS IS M
Indicativo
Pretérito I STE U MOS STES RAM
Perfeito do
Indicativo
Pretérito - S - MOS IS M
Imperfeito do
Indicativo
Pretérito Mais- - S - MOS IS M
que-perfeito do
Ind.
Futuro do I S - MOS IS O
Presente do
Indicativo
Futuro do - S - MOS IS M
Pretérito do
Indicativo
Presente do - S - MOS IS M
Subjuntivo
Pretérito - S - MOS IS M
Imperfeito do
Subjuntivo
Futuro do - ES - MOS DES EM
Subjuntivo

Formas Rizotônicas e Arrizotônicas

Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o


conceito de acentuação tônica, percebemos com facilidade que nas
formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, nutro,
por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na
terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.

Classificação dos Verbos

Classificam-se em:
a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e
cuja flexão não provoca alterações no radical.
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 28

Por exemplo:
canto cantei cantarei cantava cantasse

b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou nas


desinências.
Por exemplo:
faço fiz farei fizesse

c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa. Classificam-se


em impessoais (que serão estudados em Concordância Verbal – PBC – Sintaxe),
unipessoais e pessoais.

Defectivos Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, se conjugam apenas nas
terceiras pessoas, do singular e do plural.
Por exemplo:
A fruta amadureceu.
As frutas amadureceram.

Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem
figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.

Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis alguns:
bramar: tigre
bramir: crocodilo
cacarejar: galinha
coaxar: sapo
cricrilar: grilo

Os principais verbos unipessoais são:

1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.).
Observe os exemplos:
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Observe os exemplos:
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que
não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.

Defectivos Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou


eufônicos.
Por exemplo:
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 29

verbo falir
Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do
verbo falar - o que provavelmente causaria problemas de interpretação em certos
contextos.
Por exemplo:

verbo computar
Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas,
computa - formas de sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais.
Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais repudiadas
por alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o
desenvolvimento e a popularização da informática, tem sido conjugado em todos os
tempos, modos e pessoas.
d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor.
Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer no particípio, em que, além das formas
regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio
irregular).

Observe:
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR
PARTICÍPIO IRREGULAR

Anexar Anexado Anexo


Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação.


Por exemplo:
Ir Ser
vou sou
vais és
ides fui
fui foste
foste seja

f) Auxiliares
São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O
verbo principal, quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas
nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 30

Por exemplo:
Vou espantar as moscas.
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares


SER - Modo Indicativo
Pretérito Pretérito Pretérito Futuro do Futuro do
Presente
Perfeito Imperfeito Mais-Que-Perfeito Presente Pretérito
sou Fui era fora serei seria
és Foste eras foras serás serias
é Foi era fora será seria
somos Fomos eramos fôramos seremos seríamos
sois Fostes éreis fôreis sereis seríeis
são Foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 31

SER - Modo Imperativo


Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
Ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo


Pretérito Pretérito Pretérito Futuro do Futuro do
Presente
Perfeito Imperfeito Mais-Que-Perfeito Presente Pretérito
estou Estive estava estivera estarei estaria
estás Estiveste estavas estiveras estarás estarias
está Esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja esvivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 32

ESTAR - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
Estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo


Pretérito Pretérito Pretérito Futuro do Futuro do
Presente
Perfeito Imperfeito Mais-Que-Perfeito Presente Pretérito
hei Houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há Houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais


Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio
Haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 33

TER - Modo Indicativo


Pretérito Pretérito Pretérito Futuro do Futuro do
Presente
Perfeito Imperfeito Mais-Que-Perfeito Presente Pretérito
tenho Tive tinha tivera terei teria
tens Tiveste tinhas tiveras terás terias
tem Teve tinha tivera terá teria
temos Tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes Tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm Tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo


Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo
tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

g) Pronominais
São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se,
nos, vos, se, na mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais
acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio sentido do verbo
(reflexivos essenciais). Veja:
1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te,
se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se,
arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está
implícita no radical do verbo.
Por exemplo:
Arrependi-me de ter estado lá.

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento


(arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois não recebe ação transitiva
nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante
do verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome
apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):

Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 34

Nós nos arrependemos


Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo
sujeito recai sobre o objeto representado por pronome oblíquo da mesma pessoa do
sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos
transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os
pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva.
Por exemplo: Maria se penteava.
A reflexibilidade se diz acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre
outra pessoa.
Por exemplo: Maria penteou-me.

Observações:
1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos
pronominais não possuem função sintática.

Valor semântico dos Modos Verbais


Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um
fato. Em Português, existem três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade.


Por exemplo: Eu sempre estudo.

Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade.


Por exemplo: Talvez eu estude amanhã.

Imperativo - indica uma ordem, um pedido.


Por exemplo: Estuda agora, menino.

Tempos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo
pode ocorrer em diversos tempos. Veja:

1. Tempos Indicativo

Presente - Expressa um fato atual.


Por exemplo:
Eu estudo neste colégio.

Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas
que não foi completamente terminado.
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 35

Por exemplo:
Ele estudava as lições quando foi interrompido.

Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que
foi totalmente terminado.
Por exemplo:
Ele estudou as lições ontem à noite.

Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já


terminado.
Por exemplo:
Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram.

Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com
relação ao momento atual.
Por exemplo:
Ele estudará as lições amanhã.

Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a


um determinado fato passado.
Por exemplo:
Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.

2. Tempos Simples do Subjuntivo

Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual.


Por exemplo:
É conveniente que estudes para o exame.

Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido.


Por exemplo:
Eu esperava que ele vencesse o jogo.

Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a


ideia de condição ou desejo.
Por exemplo:
Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em
relação ao atual.
Por exemplo:
Quando ele vier à loja, levará as encomendas.

Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou


desejo.
Por exemplo:
Se ele vier à loja, levará as encomendas.
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 36

Exercícios de Fixação
01. Qual é o tempo verbal que expressa um fato anterior a outro acontecimento que
também é passado:
a) pretérito imperfeito do indicativo
b) pretérito imperfeito do subjuntivo
c) pretérito perfeito do indicativo
d) pretérito mais-que-perfeito do indicativo
e) futuro do pretérito do indicativo

02. Em “Sei de uma moça... Se alguém escrevesse a sua história, diriam como o senhor
(...)” há verbos empregados respectivamente no:
a) presente do indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo, futuro do pretérito do
indicativo.
b) presente do indicativo, pretérito imperfeito do indicativo, futuro do pretérito do
indicativo.
c) presente do indicativo, futuro do pretérito do indicativo, pretérito imperfeito do
subjuntivo.
d) presente do indicativo, futuro do pretérito do indicativo, pretérito imperfeito do
indicativo.
e) presente do indicativo, futuro do pretérito do subjuntivo, pretérito imperfeito do
subjuntivo.

03. “Assim eu quereria a minha última crônica: que fosse pura como este sorriso.”
Assinale a série em que estão devidamente classificadas as formas verbais sublinhadas:
a) futuro do pretérito, presente do subjuntivo.
b) pretérito mais-que-perfeito, pretérito imperfeito do subjuntivo.
c) pretérito mais-que-perfeito, presente do subjuntivo.
d) futuro do pretérito, pretérito imperfeito do subjuntivo.
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 37

04. Assinale o item que há erro quanto à flexão verbal:


a) Quando eu vir o resultado, ficarei tranqüilo.
b) Aceito o lugar para o qual me proporem.
c) Quem estudar o problema ficará sabendo a verdade.
d) Sairás assim que te convier.
e) O fato está patente a quem se detiver a observá-lo.

05. Assinale a resposta correspondente à alternativa que completa corretamente os


espaços em branco:
Se você o ______ por favor ______ lhe que ________, para apressar o processo.
a) ver – peça – intervenha
b) vir – peça – intervém
c) vir – peça – intervenha
d) ver – pede – intervenha
e) vir – peças – interviesse

Gabarito:
1. d
2. a
3. d
4. b
5. c

Exercícios de Aprofundamento
01. Se você ________ e o seu amigo ______, talvez, você _______ esses bens.
a) requisesse – intervisse – reavesse
b) requeresse – intervisse – reavesse
c) requeresse – interviesse – reouvesse
d) requeresse – interviesse – reavesse
e) requisesse – interviesse – reouvesse
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 38

02. Quando todos se ________ a trabalhar juntos, _______ um fato que _______ seu
ímpeto.
a) dispuseram – sobreviu – deteve.
b) disporam – sobreveio – deteu
c) dispuseram – sobreviu – deteu
d) disporam – sobreviu – deteve
e) dispuseram – sobreveio – deteve

03. Assinale a resposta correspondente à alternativa que completa corretamente os


espaços em branco:
O garoto se ________ olhando as figuras, até que os colegas se _______ a partir.
a) entreteve – disporam
b) entreteve – dispuzeram
c) entreteu – dispusessem
d) entreteve – dispusessem
e) entreteu – dispuzeram

04. Assinale a alternativa em que o elemento mórfico foi classificado incorretamente:


a) cantaríamos – radical
b) vendêssemos – desinência número-pessoal
c) fôsseis – desinência modo-temporal
d) partas – vogal temática
e) redescobrir – prefixo

05) Com relação as formas verbais “amara” e “amará”, assinale o que se afirma
corretamente:
a) Nas duas formas verbais, há a mesma ordem na aparição dos elementos mórficos;
b) O que as distingue é a conjugação; sendo o 1º de primeira conjugação e o 2º de
segunda;
c) A segunda forma encontra-se no Pretérito Mais-que-perfeito;
d) A primeira forma encontra-se no Pretérito Perfeito;
e) As duas estão no mesmo tempo verbal, sendo a primeira átona e a segunda tônica.
RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 39

Gabarito:
1. c
2. e
3. d
4. d
5. a

ASSUNTO: CONCORDÂNCIA NOMINAL

Regra geral: os termos adjetivos concordam em gênero e número com os termos


substantivos a que se referem:

As propostas insólitas apresentadas pelo deputado pareciam pueris, superficiais e


tolas.

Casos especiais:

1. Adjetivo posposto a mais de um substantivo:

Argumento e ideia adequados.

Argumento e ideia adequada.

Homem e mulher sábios.

Homem e mulher sábia.

Cuidado:

Respiração e circulação sanguíneas

Respiração e circulação sanguínea.

2. Adjetivo anteposto a mais de um substantivo:

Adequada ideia e argumento.

Talentosos Neymar e Gabriel.


RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 40

3. Adjetivos compostos:

Escritor luso-brasileiro

Escritora _______________________________

Escritores ______________________________

Escritoras ______________________________

4. Flexão das cores:


I. Camisa verde - Tecido amarelo - Parede vermelha

II. Camisa cinza - Tecido rosa - Parede marfim

5. Cores compostas:

I. Camisa verde-clara - Tecido vermelho-escuro

II. Camisa verde-grama - Tecido vermelho-sangue

6. A palavra meio:

I. A alegação parecia __________ confusa e descabida.

II. Suas propostas eram __________ vazias de sentido.

III. Já consumira __________ garrafa.

IV. Não era homem de __________ palavras.


RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 41

7. A palavra bastante:

I. Eram alegações __________ confusas.

II. Havia __________ argumentos favoráveis.

III. Havia argumentos favoráveis __________.

8. A expressão o mais possível:

I. Eram teorias _____ mais coerentes __________.

II. Eram teorias _____ mais coerentes __________.

9. Termos variáveis: anexo, incluso, mesmo, próprio, obrigado, caro e barato:


I. Os documentos seguem __________ (anexo)

II. Vão __________ as recomendações (incluso)

III. Elas __________ se propuseram a fazê-lo. (mesmo)

IV. Eles __________ o fariam. (próprio)

V. A mulher dissera “muito __________” (obrigado)

VI. As pessoas lhe disseram “muito __________” (obrigado)

VII. Seus sapatos são bem __________ (barato)

VIII. Usava roupas __________ (caro)

IX. Seus sapatos custaram __________ (barato)

X. Pagou __________ por aquelas roupas. (caro)


RM 2 – PORTUGUÊS – PROF. JEAN AQUINO 42

10. As formas é proibido, é necessário...

I. Entrada __________

II. Acesso __________

III. É __________ entrada.

IV. É __________ a entrada.

V. Prudência é __________

VI. A prudência é __________.

VII. Limonada é __________.

VIII. A limonada é __________.

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