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24/09/2010

INTRODUÇÃO
É uma grave situação clínica caracterizada
EDEMA AGUDO DE pelo acúmulo de líquido no pulmão dificultando
as trocas gasosas, causando um desconforto
PULMÃO respiratório grave, podendo ocorrer de maneira
abrupta.
Representa uma das principais causas de
insuficiência e/ou desconforto respiratório que
motivam a procura de unidades de emergência
ou terapia intensiva.
Prof Dr Pedro Marco Karan Barbosa
FAMEMA

DEFINIÇÃO ORIGEM CARDIOGENICA

EAP é uma insuficiência respiratória


súbita e progressiva que possui diversos
mecanismos desencadeantes, porém com AO

alterações fisiopatológicas semelhantes. CARDIOMEGALIA


AD
Corresponde ao extravasamento de AE

líquido seroso para o espaço intersticial


e/ou alvéolos pulmonares, resultando em: VD VE
hipoxemia, comprometimento das trocas
gasosas e diminuição da complacência
pulmonar.

ORIGEM - CARDIOGENICA
 Ocorre por um desequilíbrio entre a pressão hidrostática
capilar elevada e a pressão intersticial normal, em
proporções em que o líquido extravasado já não pode
ser removido adequadamente.
 Falência das câmaras esquerdas→
esquerdas→aumento da pressão
diastólica final do VE→
VE→aumento da pressão hidrostática
vascular→
vascular →que se transmite para a pressão hidrostática
capilar pulmonar, que se torna maior que a pressão
intersticial normal→
normal→extravasamento de líquido em
proporções maiores do que a capacidade do sistema
linfático pulmonar

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OUTROS MECANISMOS DE
FORMAÇÃO

 Aumento da permeabilidade capilar pulmonar


 Pressão coloidosmótica intravascular reduzida
 Aumento da pressão negativa intersticial
 Insuficiência pós-
pós-transplantes/linfangites
 Causa neurogênica
 Fenômenos não explicados

INTERALVEOLAR

PERIBRONQUICO

BASE

EAP

FISIOLOGIA FISIOLOGIA

Aumento da Pressão A resultante dessas forças coleta o líquido dos


DISFUNÇÃO Elevação da Pressão Ocorrência de
hidrostática nos leva ao fluxo unidirecional capilares para os
venosa pulmonar variações de
CARDÍACA capilares pulmonares no interstício pulmonar dos espaços peribrônquicos,
pressão na
septos interalveolares
tecido linfático e inspiração (-) e
menos negativa que os interstício dos septos Aumento da circulação venosa expiração (+)
espaços interalveolares tem ultrafiltração do
peribrônquicos, pressão hidrostática intravascular para
decorrente da negativa o interstício drenagem de líquidos estimulação das
drenagem linfática pulmonar Essa variação de terminações
do terceiro espaço
pressões durante o nervosas no
pulmonar, aumento da
ciclo respiratório gera interstício
FR e/ou a amplitude das
distribuídas para os um fluxo em direção pulmonar (química
As forças de tração que resultam da inspirações, maior a
outros componentes ao sistema venoso e mecânica)
expansão pulmonar e da ventilação drenagem linfática
são aplicadas diretamente nos da estrutura pulmonar.
espaços peribrônquicos,

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FISIOLOGIA

Esse mecanismo permite


provocam resulta no aumento
o aumento do
aumento da da FR provocando
ultrafiltrado de 20 ml até
descarga periódica maior drenagem
200 ml de água do
do centro linfática
interstício por hora sem
respiratório
edema, devido a
elevação da FR ou da
amplitude desta

Nessa situação, o Qdo a ultrafiltração Acumula


Acumula--se no
pulmão tolera interstício, regiões
aumento de pressão excede a drenagem de peribrônquicas (I);
hidrostática capilar líquidos, os capilares nos septos
pulmonar de até 35 linfáticos tornam-
tornam-se interalveolares (II); e,
mmHg, sem existir completamente por último, na luz
congestão severa ingurgitados. III)

ETIOLOGIA ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO


As causas mais comuns:
 Segundo a lei de Starling, o extravasamento de líquido
para o terceiro espaço pulmonar pode ocorrer por vários
 Cardiogênica aguda são a isquemia coronariana e a fatores:
emergência hipertensiva; insuficiência mitral aguda por
rotura de cordoalha tendínea ou disfunção de — aumento da pressão hidrostática de origem
musculatura papilar insuficiência aórtica aguda, que cardiogênica;
pode ocorrer no trauma fechado ou na dissecção aguda
de aorta. — aumento da pressão hidrostática de origem não
não--
cardiogênica, como, por exemplo, a doença venoclusiva
pulmonar;
 Cardiopatias crônicas que cursam com disfunção
ventricular sistólica e diastólica e valvopatias podem — aumento da permeabilidade da membrana capilar,
causar edema pulmonar agudo quando associadas a um decorrente de processos locais, como pneumonias, ou
fator desencadeante, em geral arritmias, infecções, processos sistêmicos, como pancretites, queimaduras,
isquemia, emergência hipertensiva e uso incorreto de sepse ou síndrome de reação inflamatória sistêmica;
dieta e medicamentos

ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO ETIOLOGIA


— redução da pressão hidrostática intersticial,
como nos rápidos e maciços esvaziamentos de
derrames pleurais; Causas secundárias a cardiopatias:

— redução da pressão oncótica sanguínea, que,


por si só, não é causa de edema pulmonar, mas  Isquemia miocárdica aguda
pode ser um importante fator colaborador;  Hipertensão arterial sistêmica
 Vavulopatia
— redução da drenagem linfática, como ocorre na  Miocardiopatia primária
linfangiite carcinomatosa, silicose e doença
pulmonar obstrutiva crônica, que, por sua vez,  Cardiopatias congênitas
também não é causa primária de edema  Mixoma atrial
pulmonar, mas, sim, um fator colaborador.

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ETIOLOGIA ETIOLOGIA
VALVOPATIAS DISFUNÇÃO VENTRICULAR SISTÓLICA

 Estenose mitral  Cardiopatia isquêmica


 Mixoma atrial  Cardiopatia inflamatória
 Insuficiência mitral aguda(disfunção  Cardiopatia hipertensiva
isquêmica, rotura da valva, degeneração
mixomatosa)  Valvopatias crônicas
 Insuficiência mitral crônica(doença
reumática)

ETIOLOGIA ETIOLOGIA
DISFUNÇÃO VENTRICULAR DIASTÓLICA SOBRECARGA VOLÊMICA DO VE

 Cardiopatia hipertrófica ou restritiva  Insuficiência aórtica


 Isquemia  Rotura do sépto interventricular
 Cardiopatia hipertensiva  Hipervolemia secundária a doença renal
ou outras.

ETIOLOGIA ETIOLOGIA
 OBSTRUÇÃO DA VIA DE SAÍDA DO VE CAUSAS NÃO RELACIONADAS A CARDIOPATIAS

 Lesão encefálica ou hemorragia intracraniana


 Estenose aórtica  Feocromocitoma
 Emergência hipertensiva  SARA
 Desnutrição severa
 Síndrome nefrótica
 Após drenagem torácica
 Após transplantes
 Linfangite carcinomatosa
 Linfangites fibrosantes

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ETIOLOGIA QUADRO CLÍNICO


FENÔMENOS NÃO EXPLICADOS  Dispnéia rapidamente progressiva;
 Taquipnéia;
 Tosse;
 Edema pulmonar neurogênico  Escarro espumoso e sangüinolento; Ansiedade;
 Sudorese;
 Devido a grandes altitudes
 Palidez;
 Pós cardioversão  Taquicardia;
 Superdose de narcóticos  PA aumentada;
 Estertores bolhosos e roncos bilaterais;
 Ritmo de galope;
 Sopros cardíacos

DIAGNÓSTICO EXAMES COMPLEMENTARES


 Exame Físico:  ECG: útil para diagnóstico diferencial; avaliar aumentos
 1. Palidez, sudorese fria e cianose de extremidades cavitários; analisar repolarização ventricular e arritimias.
 2. Ausculta respiratória: Aumento na FR; Sibilos; Gasometria arterial: hipóxia com hipocapnia; hipóxia
Estertores crepitantes e subcrepitantes. com hipercapnia; Acidose mista. Ecocardiograma:
diagnóstico entre EAP cardiogênico e não cardiogênico;
 3. Ausculta cardíaca: Prejudicada pela respiração diagnóstico etiológico; evolução. EXAMES
ruidosa; É possível detectar ritmo de galope, arritimias
ou sopros que podem direcionar para a causa do evento.
 4. A PA pode estar: Elevada nos casos de crise  Radiografia de tórax: É o estudo mais útil para o
hipertensiva; Baixa nos níveis periféricos de choque diagnóstico do edema agudo de pulmão e nos mostra a
como ocorre na estenose mitral e nas miocardiopatias presença de líquido no espaço pulmonar, em ocasiões
em fase terminal. também se observa um aumento do tamanho do
coração (cardiomegalia).

Recomendações do guideline do Recomendações do guideline do


ACC/AHA para diagnóstico ACC/AHA para diagnóstico
Avaliação inicial diagnóstica do Edema Agudo Pulmonar Classe II
Classe I
1. Pressão arterial invasiva (PAM)
1. História clínica e exame físico dirigidos
2. ECG de 12 derivações 2. Ecocardiografia transesofágica
3. Monitorização eletrocardiográfica contínua 3. Balanço hidrico rigoroso
4. Laboratório: Hemograma Completo; eletrólitos, ureia, creatinina e
enzimas cardiacas
5. Oximetria de pulso e Gasometria arterial Classe III
6. Rx Torax
7. Ecocardiografia
8. Cateterismo cardiaco / arteriografia coronaria para os casos 1. Procedimentos maiores (e.g., cateterismo cardiaco e
suspeitos de DAC nas situações: 1) se intervenção de urgência para arteriografia coronaria) em pacientes portadores de
IAM estiver indicada; 2) para determinar a causa de refratariedade doença terminal concomitante ou que não seja
ao tratamento do EAP
candidato a intervenção cardiovascular de emergência.

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Recomendações do guideline do Recomendações do guideline do


ACC/AHA para tratamento ACC/AHA para tratamento
Conduta terapêutica do EAP Classe I
Conduta terapêutica do EAP Classe I
1. Oxigenioterapia 7. Intubação e ventilação mecânica para os casos de hipoxia
2. Nitroglicerina,
Nitroglicerina, sublingual ou EV severa que não respondem rapidamente a terapia e para a
3. Diurético EV ( furosemida) acidose respiratória.
4. Sulfato de Morfina
8. Correção definitiva de causa básica (e.g., reparo valvar ou
5. Administração de drogas de suporte prótese na insuficiência mitral aguda severa), quando
cardiovascular, afim de manter um estado clínico e indicado e quando clinicamente possível, exames
hemodinâmico estável (e.g. infusão EV de complementares são necessários para excluir a presença de
nitroprussiato,, dobutamina
nitroprussiato dobutamina,, dopamina
dopamina)) situações reversíveis. Sem o diagnóstico e a correção de
uma causa reversível (quando ela existir) o prognóstico a
6. Terapia trombolítica ou revascularização de longo prazo do paciente que se apresenta em EAP é ruim.
urgência (angioplastia ou cirurgia de
revascularização miocardica) para os casos de
IAM

TRATAMENTO DIAGNÓSTICOS DE
ENFERMAGEM CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Volume excessivo de líquidos relacionado a mecanismo reguladores  Administração de oxigênio úmido, manter a permeabilidade das vias
comprometidos caracterizado por mudança no padrão respiratório e aéreas;
dispnéia.
 Elevação do débito com os membros inferiores pendentes;
 Troca de gases prejudicada relacionado a mudanças da membrana
alvéolo-capilar evidenciada por frequência, ritmo, profundidade da
alvéolo-  Viabilizar acesso venoso;
respiração anormal.

 Ansiedade relacionada a ameaça de mudança no estado de saúde  Auxiliar na entubação orotraqueal, caso seja necessário e aspiração;
evidenciado por agitação.
 Administrar medicamentos conforme prescrição médica;
 Débito cardíaco diminuído relacionado a ritmo/frequência cardíaca
alteradas caracterizado por arritmias (taquicardia).  Verificar o estado de sons respiratórios do paciente;

 Ventilação espontânea prejudicada relacionado a fadiga da


musculatura respiratória evidenciado por uso aumentado da
musculatura acessória.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 Observar a excursão torácica e movimentos torácicos;

 Em pacientes conscientes avaliar a dor se fundamentando em informação


pessoal;

 Em pacientes que não podem se comunicar deve ser seguido, por


parâmetros clínicos:medir freqüência cardíaca, freqüência respiratória,
pressão arterial, verificar a postura e expressão facial do paciente;

 Aferir dados vitais;

 Manter carro de urgência próximo ao leito do paciente;

 Observar diurese e oferecer material para drenagem urinária (papagaio,


comadre) após administração do diurético;

 Diminuir a ansiedade do paciente.

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