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EDEMA AGUDO

DE PULMÃO
Enfª Carliane Bastos de Lavor
EDEMA AGUDO DE PULMÃO

é uma síndrome clínica que


pode ser definida como um
acúmulo de líquido
extravasado dos capilares
para o interstício pulmonar.
capaz de causar
dificuldade para o
acontecimento das
trocas gasosas entre o
capilar e os alvéolos
pulmonares.
Esse quadro gera no paciente dispneia súbita e intensa ao repouso,
com saturação de O2 menor que 90% à respiração ambiente
(hipoxemia), diminuição da complacência pulmonar, trabalho
respiratório aumentado e relação ventilação-perfusão anormal.
FISIOPATOLOGIA

Ocorre um desequilíbrio nas forças das trocas


de fluidos intravasculares e intersticiais, ou
uma ruptura de membrana alveolocapilar;
independentemente disso, uma vez que um
alvéolo é inundado, haverá algum grau de
ruptura e a sequência pode ser dividida em
três estágios:
ESTÁGIO I

Elevação do fluxo de líquidos dos capilares para o interstício, sem


que se detecte, ainda, aumento do volume intersticial pulmonar
devido ao aumento paralelo e compensatório de drenagem
linfática;
ESTÁGIO II

O volume que é filtrado pelos capilares ultrapassa a capacidade de


drenagem linfática máxima e inicia-se o acúmulo de líquido no
interstício; inicialmente, este ocorre de modo preferencial junto aos
bronquíolos terminais, onde a tensão intersticial é menor;
ESTÁGIO III

Aumentos adicionais do volume, no interstício,


terminam por distender os septos interalveolares e
consequente inundação dos alvéolos.
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A
ETIOLOGIA

Cardiogênica:
quando a pressão capilar pulmonar excede a pressão padrão normal, aumentando
a filtração transcapilar, de modo a ocorrer normalmente em casos em que há má
aderência e uso incorreto de medicação, elevada ingesta hídrica, síndromes
coronarianas agudas, miocardites agudas, emergências hipertensivas, taquiarritimias
e miocardiopatias crônicas (como as isquêmicas, hipertensivas ou valvares);
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A
ETIOLOGIA

Não cardiogênica:
neste tipo de origem de EAP, costumam ocorrer alterações na permeabilidade alveolocapilar,
permitindo rápido extravasamento de líquido para o alvéolo e para o interstício, acontecendo
em situações que envolvam: liberação de endotoxinas pela membrana externa de bactérias
Gram negativa, embolia pulmonar, síndrome do desconforto respiratório agudo, anafilaxia,
acidente ofídico, manipulação das vias aéreas por pressão negativa, edema agudo
neurogênico, pré-expansão pós-pneumotórax, exposição a altas altitudes e infecções virais.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

as manifestações dependem
do volume de líquido, é
necessário avaliar a história e
o exame físico do paciente.

Dispneia
tosse seca ou turgência das
Ortopneia Fadiga paroxística
tosse produtiva jugulares
noturna
além de bulhas B3 e B4
na ausculta cardíaca e
estertores crepitantes
edema de membros cianose de diminuição ou abolição
(progressivo da base
inferiores extremidades da ausculta pulmonar
para o ápice)
(em casos de derrame
pleural).
ATENÇÃO!!!
Avaliação dos sinais vitais é muito importante!
• os sinais vitais trazem frequência respiratória, frequência cardíaca e pressão
arterial aumentadas.
DIAGNÓSTICO

DIAGNÓSTICO É
ESSENCIALMENTE CLÍNICO

Ecocardiografia pode ser útil para


avaliação de exames complementares determinar a causa do edema
como o ECG, que é um exame Outro exame é a radiografia de tórax para pulmonar (p. ex., infarto do
fundamental na síndrome coronariana analisar, por exemplo, progressão do caso, miocárdio, disfunção valvar,
aguda (SCA) e para detectar presença de edemas, congestões e derrames. doença cardíaca hipertensiva,
arritmias. miocardiopatia dilatada) e pode
influenciar a escolha da terapia.
TRATAMENTO

o paciente com EAP precisa ter suas vias aéreas


avaliadas e ser monitorado com frequência.
•medicamentoso e conta com a suplementação de
oxigênio – e de VMNI (ventilação mecânica não-invasiva)
em casos mais graves;
•terapia diurética imediata (como a furosemida);
•rápida sedação com o intuito de reduzir o esforço
respiratório;
TRATAMENTO
oxigênio a 100%, com máscara facial com reservatório de oxigênio;

cabeceira elevada;

furosemida 0,5 a 1,0 mg/kg IV ou por infusão contínua de 5 a 10 mg/h;

nitroglicerina 0,4 mg sublingual a cada 5 minutos, seguida da infusão IV de 10 a 20 mcg/min, progressivamente


ajustada em 10 mcg/min a cada 5 minutos se necessário até a dose máxima de 300 mcg/min se a pressão
arterial sistólica estiver > 100 mmHg;
Morfina, 1 a 5 mg, IV 1 ou duas vezes, é utilizada há muito tempo para reduzir a ansiedade grave e o trabalho
respiratório, mas é cada vez menos usada (exceto no tratamento paliativo) porque estudos observacionais
sugeriram um desfecho pior com seu uso;

Se houver retenção de dióxido de carbono ou o paciente estiver obnubilado, são necessárias entubação
endotraqueal e ventilação mecânica;
MANEJO DA ENFERMAGEM
Posicionamento
do paciente ajuda a reduzir o retorno venoso para o
para promover
a circulação coração. O paciente é posicionado com as
costas retificadas, preferencialmente com
as pernas penduradas ao lado do leito. Isso
apresenta o efeito imediato de diminuição
do retorno venoso, reduzindo o volume
sistólico ventricular direito e a congestão
pulmonar.
MANEJO DA ENFERMAGEM
Fornecimento À medida que a capacidade respiratória diminui, o temor e a
de suporte ansiedade do paciente aumentam proporcionalmente, tornando a
psicológico condição mais grave.

Tranquilizar o paciente e fornecer cuidados de enfermagem


preventivos habilidosos são parte integrante da terapia. Tendo em
vista que o paciente se encontra em uma condição instável, o
enfermeiro precisa permanecer com o paciente.

fornece ao paciente informações simples e concisas, com uma voz


tranquilizadora, sobre o que está sendo realizado para tratar a
condição e os resultados esperados.
MANEJO DA ENFERMAGEM
Monitoramento O paciente pode excretar um grande volume de urina minutos após a
dos administração de um diurético potente. Uma cadeira higiênica pode ser utilizada
para diminuir a energia gasta pelo paciente e para reduzir o resultante aumento do
medicamentos esforço cardíaco induzido pela colocação e pela retirada de uma comadre.

Se necessário, com a finalidade de monitorar cuidadosamente o débito urinário,


pode-se inserir um cateter urinário permanente.

O paciente que recebe infusões IV contínuas de diuréticos e medicamentos


vasoativos precisa de monitoramento eletrocardiográfico contínuo e aferição
frequente dos sinais vitais.

Os pacientes que recebem terapia contínua precisam de manejo em uma UTI.


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