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II Curso Continuado de Enfermagem do

Hospital Sírio-Libanês

Assistência de Enfermagem ao paciente


submetido à cirurgia abdominal

Juliana Fernandes S Chade


Enfermeira 11ª andar-Unidade de
Internação

Jul-08 Enfermagem – Hospital Sirio-Libanes


Principais Cirurgias Abdominais

• Colecistectomia
• Apendicectomia
• Hérnia hiato/ Inguinal/ Incisional
• Colectomia
• Retossigmoidectomia
• Duodenopancreatectomia

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Jul-08 Enfermagem – Hospital Sirio-Libanes
Jul-08 Enfermagem – Hospital Sirio-Libanes
Intervenções cirúrgicas
Laparotomia Laparoscopia

• Dor incisional • Menor lesão operatória


• Estresse metabólico • Menos dor
• Trauma tecidual • Diminui infecção e
incidência de hérnia
• Íleo pós-operatório incisional
• Mobilização precoce
• Reduz tempo de
hospitalização
Campos FGCM et al- Cirurgia
laparoscópica colorretal. Resultados do
Inquérito Nacional Brasileiro-2001
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Laparoscopia

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Laparotomia

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Laparotomia

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Pré-Operatório
• Jejum mínimo 6h
• Internação 2-3h antes da cirurgia (exceto
situações específicas)
• Exames no prontuário
• Preenchimento de termos (histórico, orientação)
• Tricotomia abdominal (até 2h antes da cirurgia)
• Banho pré-operatório (clorohexidine)
• Administrar pré-anestésico

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Câncer Colorretal
Mulheres Homens
• 3ª neoplasia mais • 4ª neoplasia mais
incidente(mamaC. incidente(próstatatra
utero) q/broq/pulmãoestôm
• Incidência no Brasil: ago)
14,88/100.000 • Incidência no Brasil:
• Em SP: 22,68/100.000 13,23/100.000
• Em Roraima: • Em SP: 24,05/100.000
2,38/100.000 • No Amapá:
0,95/100.000

Fonte: INCA
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Câncer Colorretal

Incidência de Câncer Colorretal

25
Taxa de Incidência

20
/100.000

15

10

0
Norte Nordeste Centro- Sudeste Sul
Oeste Masculino
Regiões Brasileiras Feminino

Fonte: INCA, estimativa 2008

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Mortalidade Homens - Brasil

Fonte: INCA
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Mortalidade Mulheres - Brasil

Fonte: INCA
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Colectomia
Ressecção cirúrgica total ou de uma parte do cólon (direito
e/ou esquerdo e/ou dos linfonodos subjacentes)

Indicações/ Fatores de Risco:


• Câncer de cólon
• Diverticulite e doença diverticular do intestino grosso
• Traumatismo
• Doença inflamatória intestinal (Colite ulcerosa e doença
de Chron)
• Colectomia profilática (Polipose, Síndrome de Lynch 
alto risco de desenvolver carcinoma colorretal)
• Infarto mesentérico (Isquemia mesentérica)

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Colectomia

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Fatores de Risco

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Fatores de Risco

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Colectomia
Diagnóstico
• Avaliação clínica
• Colonoscopia, enema opaco, exames laboratoriais, USG de abd total,
RNM / CT e PET-CT (estadiamento)

Tratamento
• Cirurgia para retirada do tumor
• Tratamento adjuvante (Quimioterapia e radioterapia associadas à
cirurgia)

Contra-indicações
• Função cardiopulmonar comprometida
• Desnutrição severa
• Cardiopatia grave

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Colectomia
Preparo pré-operatório
• Uso de laxantes e lavagens  limpeza do colón

Tempo cirúrgico estimado


• 2-4h

Complicações frequentes
• TVP / TEP
• Deiscência da anastomose
• Peritonite
• Diarréia
• Infecção de parede abdominal
• Atelectasia pulmonar

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Retossigmoidectomia
Ressecção cirúrgica do final do intestino grosso (sigmóide) e
reto, com anastomose primária ou estoma temporário/
definitivo

Indicações
• Câncer de sigmóide
• Câncer de reto
• Doença diverticular
• Trauma de abdome
• Doença inflamatória intestinal (retocolite ulcerativa,
doença de Chron)

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Retossigmoidectomia
Diagnóstico
• Avaliação clínica (Toque retal, avaliação abdominal, etc)
• Colonoscopia, enema opaco, exames laboratoriais, USG de abd total, RNM /
CT e PET-CT

Tratamento
• Cirurgia para retirada do tumor
• Quimioterapia e radioterapia (Adjuvante no início, para redução do tumor,
principalmente de reto)

Preparo pré-operatório
• Uso de laxantes e lavagens  limpeza do colón

Tempo Cirúrgico
• 2-3 horas

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Retossigmoidectomia
Contra-Indicação
• Função cardiopulmonar comprometida
• Desnutrição severa
• Cardiopatia grave

Complicações Frequentes
• TVP e TEP
• Infecção de parede abdominal
• Vazamento na anastomose
• Diarréia
• Deiscência da anastomose
• Peritonite
• Atelectasia pulmonar

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Duodenopancreatectomia
Conhecida por cirurgia de Whipple ou duodenopancreatecomia
cefálica, consiste na retirada cirúrgica do duodeno e cabeça do
pâncreas e linfonodos

Epidemiologia do câncer pancreático:


• 5ª causa de morte por malignidade no ocidente
• 2% do total de todos os tipos de câncer e 4% do total de mortes por câncer no país
• Sobrevida média em 5 anos é menor que 0,4%. Após o diagnóstico o tempo de vida
médio é de 4 a 6 meses. Se o tumor for ressecável, a sobrevida média em 5 anos é
menor que 20% (em média 13 a 20 meses de vida após a cirurgia)
• Discretamente mais comum em homens / negros
• Mais comum após os 60 anos
• Os mais comuns são adenocarcinomas (Até 90%),
e destes 90% são ductais

Fonte: INCA

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Duodenopancreatectomia
Fatores de Risco
• Principal: tabagismo, aumenta o risco de desnvolvimento de câncer de
pâncreas em até 8 vezes (Nitrosaminas tabaco-específicas  sangue/ bile 
pâncreas)
• Ingestão de caloria de origem animal (gordura/proteína  liberação de
colecistoquinina  hiperplasia/hipertrofia das células acinares pancreáticas)
• Obesidade e elevada ingestão calórica
• Pancreatite crônica
• Doenças associadas a um maior risco como polipose familiar

Diagnóstico
• Emagrecimento, icterícia (em casos adiantados)
• Marcador tumoral para câncer de pâncreas é o CA 19-9
• Exames: Tomografia, colangiopacreatografia endoscópica retrógrada
(CPRE), colangioressonância magnética, PET

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Duodenopancreatectomia
Tratamento
• Cirurgia para retirada de todo o tumor e órgãos vizinhos
(Parte do estômago, duodeno e vesícula biliar)
• Quimioterapia e radioterapia associadas à cirurgia ou
somente como tratamento paliativo

Contra-Indicações
• Função cardiopulmonar comprometida
• Desnutrição severa
• Icterícia severa (bilirrubina>20) e prolongada
• Invasão da veia e artéria mesenterica superior
• Presença de doença metastatica (Fígado, pulmão, peritônio)

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Duodenopancreatectomia

Duração Complicação N % Mortalidade %

• Em torno de 6-8h Respiratória 5 12,8 1 20

Fístula
Complicações Pancreática 3 7,6 0 0

• Respiratória Hemorragia 3 7,6 1 33

• Sepse peritoneal Sepse


• Fistula pancreática Peritoneal 4 10,2 2 50

• Hemorragia
Torres et al, 2007. Rev Bras Cir. 34(1): 21-24

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Cirurgia Abdominal
Cuidados de Enfermagem
• Ausculta pulmonar e padrão respiratório
• Controle dos sinais vitais (Sinais de baixo débito e
infecção)
• Controle rigoroso de diurese (1mL/Kg/Hora)
• Acesso venoso calibroso
• Aspecto e débito sonda naso-gástrica
• Aspecto e débito dos drenos abdominais
• Controle da dor (Bomba de analgesia)
• Perfusão e aquecimento periférico (TVP)
• Manter jejum via oral conforme prescrição médica (24-
48h, e iniciar quando presença de RHA)

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Cuidados com Drenos
• Volume do débito (maior 100mL/h ou nulo)
• Aspecto (seroso, serohemático, hemático,
fistuloso)
• Odor da secreção (fístula)
• Fixação do dreno na pele
• Presença de sinais flogísticos na inserção
• Atentar para pressão do dreno (Negativa à
vácuo)
• Dor

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Cuidados com Estomias
• Estoma protuso/ plano ou retraído
• Presença de alça de proteção (Após 7-10 dias
retirar)
• Coloração (Róseo/ úmido)
• Dieta anti-fermentativa: evitar ovos, repolho,
feijão e alimentos muito condimentados
• Ingesta hídrica em torno de 1500-2000mL/dia (Se
não houver contra-indicação)
• Exames laboratoriais (Hb/Ht, Na, K, U e Cr)

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Cuidados com Estomias
Ileostomia: aspecto líquido e fluxo contínuo,
odores reduzidos
• Sinais de desidratação (Turgor da pele, diurese,
saliva, sede, taquicardia)
• Irritação da pele
• Controle de eletrólitos

Colostomia: fezes formadas, pastosas e fluxo


regular
• No início fezes mais fluidas (Pode irritar a pele)
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Sinais de Alerta!

Obstipação intestinal
Enterorragia
Ausência de RHA
Distensão abdominal
DB positivo
Náusea e vômito
Inapetência

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Qualidade de Vida
• “Percepção subjetiva do indivíduo em relação a sua
incapacidade e a satisfação com seu nível atual de
funcionamento, fazendo com que a pessoa considere que
esteja bem ou não, comparativamente ao que percebe
como possível ou ideal” (Cella et al, 1990)

Perdas reais ou simbólicas:


• Perda do controle da eliminação das fezes e gazes
(isolamento psicológico e social)
• Mutilação da imagem corporal e auto-estima (repugnância
de si mesmas, desprestígio diante da sociedade e de não
serem capazes de enfrentar a situação)

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“De todos os julgamentos, o mais importante é o
que fazemos de nós mesmos”
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Agradecimentos

Suely Goto
Paula Gobi Scudeller
Déborah Brittes
Dr José Luis Lourenção
Dr Raul Cutait
Dr Sérgio Nahas

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OBRIGADA!!!

juliana.chade@hsl.org.br

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Referência Bibliográfica
• Campos FGCM et al. Cirurgia laparoscópica colorretal. Resultados do Inquérito
Nacional Brasileiro, 2001. Rev bras Coloproct; 21(3): 135-143
• Torres OJM, Barbosa ES, Barros NDC, Barros CA, Ferreira EDZ, Pereira HC.
Duodenopancreatectomias: Análise de 39 pacientes, 2007. Rev Bras Cir. 34(1): 21-24
• Insituto Nacional do Câncer (www.inca.com.br) acessado em 30/06/2008
• Cella DF, Tulsky DS. Measuring the quality of life today: methodological aspects.
Oncology (Huntingt) 1990; 4(5):29-38
• Michelone APC, Santos VLCG. Qualidade de vida de adultos com câncer colorretal
com e sem ostomia. Rev Latino-Am Enfermagem, 2004, nov/dez; 12(6):875-83

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