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Sistema Respiratório

Fisiologia

Por

Anibal Neves Anube


Médico
SUMÁRIO
Células alveolares
Ventilação Pulmonar
Circulação Pulmonar
Princípios físicos de trocas gasosas
Transporte de oxigénio e dióxido de carbono no sangue e nos tecidos
Regulação da respiração
Insuficiência respiratória
Células alveolares

 Células alveolares tipo 1 são células epiteliais pavimentosas simples, cobrem 95% da superfície alveolar
 Células alveolares tipo 2 são cuboides, septais, cobrem 5% da superfície alveolar. São células de regeneração e reparação e
podem diferenciar em pneumócitos I .
Células alveolares

• Os alvéolos possuem os poros de Kohn, que serve para intercomunicação

• Pneumócito tipo I: responsável pela estrutura alveolar, ou seja forma a parede


alveolar

• Pneumócito tipo II: Produz o líquido surfactante


Surfactante alveolar
• É uma mistura complexa de varos fosfolípidos, proteínas e iões.
• Inicia a sua síntese por volta da 20ª semana gestacional
• Atinge o seu pico na 35ª semana gestacional

Funções
Tensão superficial aumentada pressão negativa

mais líquidos dos capilares para os alvéolos

 Diminuição da tensão superficial dos alvéolos


 Aumento da complacência pulmonar menos esforço
respiratório
 Previne atelectasia (colapso das paredes alveolares)
 Recuperação do parênquima colapsado
Trocas gasosas
 As trocas gasosas entre o alvéolo e o capilar ocorrem através da difusão.
Neste caso é definida como transporte de gases do local de maior pressão
para o local de menor. pressão
 Oxigénio é transportado dos capilares alveolares para diversos tecidos
através da hemoglobina.
 O dióxido de carbono é transportado dos tecidos para os capilares
alveolares principalmente sob forma de ião carbonato
FUNÇÃO DA RESPIRAÇÃO
Função geral:
 Fornecer o oxigénio aos tecidos e remover o dióxido de carbono.

Funções especificas:
 Ventilação pulmonar
 Difusão de oxigénio e dióxido de carbono entre alvéolos e o sangue
 Transporte de oxigénio e dióxido de carbono no sangue e nos líquidos corporais
 Regulação da ventilação
SUMÁRIO

Ventilação Pulmonar
Circulação Pulmonar
Princípios físicos de trocas gasosas
Transporte de oxigénio e dióxido de carbono no sangue e nos tecidos
Regulação da respiração
Insuficiência respiratória
MECANICA DA VENTILAÇÃO
PULMONAR
NA RESPIRAÇÃO EM REPOUSO
MUSCULOS QUE PRODUZEM MUSCULOS QUE PRODUZEM
EXPANSÃO PULMONAR CONTRAÇÃO PULMONAR

1. Contração do diafragma
 Puxa o pulmão para baixo 1. Relaxamento do diafragma
Forças que expelem o ar e retornam os pulmões a
sua posição normal:
2. Músculos intercostais externos
retração elástica dos pulmões,
 Elevam a caixa torácica
retração elástica da parede torácica
 retração elástica das estruturas abdominais
MECANICA DA VENTILAÇÃO
PULMONAR
NA RESPIRAÇÃO MUSCULOS
FORÇADA QUE PRODUZEM
MUSCULOS QUE PRODUZEM
CONTRAÇÃO PULMONAR
EXPANSÃO PULMONAR
1. Contração do diafragma 1. Relaxamento do diafragma
 Puxa o pulmão para baixo  Forças que expelem o ar e retornam os pulmões a sua
posição normal:
2. Músculos intercostais externos  retração elástica dos pulmões,
 Elevam a caixa torácica  retração elástica da parede torácica
 retração elástica das estruturas abdominais

3. Músculos esternocleidomastóideos:
 elevam o esterno
2. Músculos reto abdominais:
4. Músculos serráteis anteriores:  abaixam as costelas inferiores e comprimem o
 elevam as costelas conteúdo abdominal

5. Músculos escalenos: 3. Músculos intercostais internos


 elevam as duas primeiras costelas  abaixam as costelas
PRESSÕES QUE CAUSAM
MOVIMENTO DE AR NOS
PULMÕES
PRESSÕES QUE CAUSAM MOVIMENTO DE
AR NOS PULMÕES
PRESSÃO PLEURAL (PP)
Resulta da força de sucção do excesso de liquido pleural pelos
canais linfáticos
Em repouso (-5 CmH20)
Inspiração (passa de -5 para -7,5 CmH20)
Expiração (passa de -75 para -5 CmH20)

PRESSÃO ALVEOLAR (PA)


Resulta da força de sucção do excesso de liquido pleural pelos
canais linfáticos
Em repouso (0 CmH20)
Inspiração (passa de 0 para -1 CmH20)
Expiração (passa de -1 para 1 CmH20)

PRESSÃO TRANSPULMONAR ou Pressão de retração (PT)


PT = PA - PP

Complacência pulmonar
O grau de extensão dos pulmões por unidade de aumento da
Pressão transpulmonar. A complacência depende das seguintes
forças: Força elástica do tecido pulmonar (1/3); Tensão
superficial do liquido que reveste a superfície alveolar (2/3)
VOLUMES PULMONARES
CAPACIDADES PULMONARES
ESPAÇO MORTO ANATOMICO
E FISIOLOGICO
Espaço morto anatómico
São todos os espaços onde em condições normais não ocorre a hematose. Portanto
corresponde ao trato respiratório superior. O volume do espaço morto normal é
150ml porém este valor aumenta com a idade.

Espaço morto fisiológico


Corresponde ao espaço morto anatómico mais os alvéolos não funcionantes ou Hipo
funcionantes. Em condições normais o espaço morto fisiológico é igual ao espaço
morto anatómico. Em condição de doença pulmonar o espaço morto fisiológico é
maior que o anatómico
CONTROLE NEURAL DA
MUSCULATURA BRONQUIOLAR
SNS –» Medula adrenal –» Adrenalina –» estimulação dos
receptores beta adrenérgicos nos bronquiolos -» Dilatação dos
bronquíolos

SNPS – N.Vago – Acetilcolina – Constrição dos bronquíolos

• Esta via parassimpática pode também ser ativada por irritações que podem
ocorrer nas vias respiratórias: gases nocivos, poeiras, fumaça de cigarro ou
infeção brônquica.
FACTORES SECRETORES QUE
CAUSAM CONSTRIÇÃO
BRONQUIOLAR

Histamina e
Reações
Mastócitos Substancia
alérgicas Contrição Asma
de tecidos de reação
(Pólen no bronquialar alérgica
pulmonares lenta de
ar)
anafilaxia
CIRCULAÇÃO PULMONAR
1. Circulação de alta pressão e fluxo baixo – Artéria brônquica
 Traqueia
 Arvore brônquica
 Tecidos de sustentação
 Adventícia

2. Circulação de baixa pressão e fluxo elevado: Artéria pulmonar


 Leva o sangue venoso de todas as partes do corpo para os capilares alvéolares.
TROCAS DE LIQUIDOS ENTRE
OS CAPILARES E O
INTERSTICIO PULMNAR

Encharcamento pulmonar!
Mas porque não acontece?

Sucção do intersticicio
por vasos linfaticos
TROCAS DE LIQUIDOS ENTRE
OS CAPILARES E O
INTERSTICIO PULMNAR –
EDEMA PULMONAR

Encharcamento pulmonar!
Mas porque não acontece?

Edema Pulmonar

Sucção do intersticicio
por vasos linfaticos
CAUSAS MAIS COMUNS DE
EDEMA PULMONAR
Insuficiência cardíaca esquerda ou doença da válvula mitral
com consequente elevação da pressão venosa pulmonar

Lesão das membranas dos capilares pulmonares e vazamento


de liquido e proteínas dos capilares para o interstício.
• Pneumonia
• Substancias toxicas
• Cloro
• Dióxido de enxofre
LIQUIDO PLEURAL E
DERRAME PLEURAL
O liquido pleural é uma fina camada de liquido mucoide entre as pleuras
visceral e parietal, cuja função é de facilitar o deslizamento entre as dua pleuras
durante a respiração.

A pressão dentro desta camada é negativa (-7) devido a sucção do excesso de


liquido pelos vasos linfáticos.

Quando esta pressão aumenta pode levar ao derrame pleural. As causas podem
ser:
• Bloqueio da drenagem linfática
• Insuficiência cardíaca
• Diminuição acentuada da pressão coloide osmótica
• Infeção ou inflamação da cavidade pleural
DIFUSÃO DE O 2 E CO 2
ATRAVÉS DA
MEMBRANA
RESPIRATÓRIA
Membrana respiratória
DIFUSÃO DE O 2 E CO 2 ATRAVÉS DA
MEMBRANA RESPIRATÓRIA
TRANSPORTE DE O 2 NO SANGUE
E NOS LÍQUIDOS TECIDUAIS
97% do 02 é transportado combinado com a hemoglobina
3% de 02 é transportado na forma livre
Cada 100ml de sangue contém 15 gramas de hemoglobina
Cada grama de hemoglobina transporta 1,35ml de oxigénio
Em condições normais cerca de 5ml de oxigénio são transportados dos pulmões
(19,4ml) para os tecidos (14,4ml) por cada 100ml de sangue
Durante o exercício forçado o transporte de oxigénio para os tecidos pode aumentar
até 20 vezes
CURVA DE DISSOCIAÇAO DE
OXIGENIO-HEMOGLOBINA
TRANSPORTE DE CO 2 NO SANGUE E
NOS LÍQUIDOS TECIDUAIS

70% do dióxido de carbono é transportado na forma combinada


com a água numa reação catalisada pela enzima anidrase carbónica
30% combinada com hemoglobina e proteínas plasmáticas
7% Na forma dissolvida
CURVA DE DISSOCIAÇÃO DE
CO2 E HEMOGLOBINA
REGULAÇÃO DA RESPIRAÇÃO
Grupo Respiratório Dorsal
• Porção dorsal do bulbo
• Inspiração
Grupo Respiratório Ventral
• Porção ventral do bulbo
• Expiração
Centro Pneumotáxico
• Porção dorsal superior da ponte
• Amplitude respiratória
CONTROLE
QUÍMICO DA
RESPIRAÇÃO
SISTEMA QUIMIORRECEPTOR PERIFÉRICO
PARA O CONTROLE DA ATIVIDADE
RESPIRATÓRIA- O PAPEL DE OXIGÉNIO NO
CONTROLE RESPIRARÓRIO
OUTROS FATORES QUE INFLUENCIAM
A RESPIRAÇÃO
RESPIRAÇÃO DE CHEYNE-STOKES
CAUSAS
- Insuf. Cardiaca Grave
- Lesão cerebral
OUTROS FATORES QUE
INFLUENCIAM A RESPIRAÇÃO
Irritação das vias aéreas: espiro, a tosse, asma e enfisema

Edema cerebral:

Anestesia
• Halotano
• Pentobarbital sódico
• Morfina
Apneia de sono
• Obstrução da VAS
• Dano cerebral
ALGUMAS DOENÇAS DO
SISTEMA RESPIRATÓRIO
ENFISEMA PULMONAR
CRÓNICO
Conceito
• O termo significa excesso de ar nos
pulmões
• Como doença refere ao processo
obstrutivo complexo e destrutivo
dos pulmões causado por muitos
anos de tabagismo.
Consequencias
• infeccção crónica
• doença pulmonar obstrutiva cronica
ALGUMAS DOENÇAS DO
SISTEMA RESPIRATÓRIO
PNEUMONIA
Refere-se a inflamação pulmonar em que os alvéolos ficam preenchidos
de hemácias e líquidos
ALGUMAS DOENÇAS DO
SISTEMA RESPIRATÓRIO
ATELECTASIA
Refere-se ao calapso parcial e total dos pulmões

Causas: Obstrução total das VAS e Perda de surfactante


ALGUMAS DOENÇAS DO
SISTEMA RESPIRATÓRIO
TUBERCULOSE

Refere a infeção do pulmão pelo Bacilo Micobacterium Tuberculosis,


causando lesão pulmonar por macrófagos e sequestro tecidual formando
tubérculos.
HIPOXIA E OXIGENOTERAPIA
Causas
• Oxigenação inadequada do sangue nos pulmões
• Deficiencia de oxigénio na atmosfera
• Hipoventilação
• Doença pulmonar
• Desvios arteriovenosos
• Deficiência no transporte de oxigénio
• Incapacidade dos tecidos de usar o oxigénio
• Intoxicação
Sinais de hipoxia:
• Cianose
• Dispneia
Tratamento: oxigenoterapia e tratar a causa da hipoxia
BIBLIOGRAFIA
• Netter, F.H. Atlas de Anatomia Humana. 5ª Edição. Elsevier. Rio de Janeiro.
2011
• M. Prives et al; Anatomia Humana; 2ª edição. Editorial Espanhol. 1984.
• H. Rouvieree; A. Delmas; Anatomia Humana, Descritiva, Topográfica e
Funcional. Vol I, II e III. 11ª Edição.
• Guyton, A.C., Hall, J.E Tratado de Fisiologia Médica 12ª. Ed. Rj . Guanabara
Koogan, 2011
• Sobotta. Atlas de Anatomia Humana. I e II. 22ª Edição.
• W. Rusell Puig et al. Morfologia Humana I, II. Editoral Ciências Médicas.
Cuba. 2002.

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