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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO EVANGÊLICO

DO LUBANGO

CURSO DE LICENCIANTURA EM ENFERMAGEM

ENFERMAGEM NA
UNIDADE DE CUIDADOS
INTENSIVOS

 PROFESSOR MANUEL CHICOLOMUENHO VENÂNCIO


 manuelchicolomuenho@gmail.com
06/04/202
manuelchicolomuenho@gmail.com  Telemóvel - +244 926 267 6412
VENTILAÇÃO MECÂNICA

MORFOFISIOLOGIA DO SISTEMA
RESPIRATÓRIO
Vias aéreas
Cavidade nasal e faringe
VENTILAÇÃO MECÂNICA: NARIZ

 O ar entra dentro da cavidade através das narinas é filtrado


no vestíbulo, aquecido nos cornetos e meatos e dirigido
para a faringe.

 A nariz apresenta também uma função específica (Cherar)


devido à distribuição das terminações nervosas do par do
nervo craniano (nervo olfactivo) sobre a superfície mucosa
nasal
BRÔNQUIOS
BRÔNQUIOS TERMINAIS E ALVÉOLOS
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Respiração

A função do sistema respiratório é trocar os gases envolvidos


no processo de respiração Celular, logo, tem como função:
 Captar Oxigénio atmosférico.
 Liberar o CO2 produzido no organismo para o meio ambiente.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Fases da função
respiratória

 Ventilação
 Difusão
 Transporte
 Respiração (a nível celular)
 Regulação

A ventilação consiste em renovar continuamente o


ar nas áreas de troca gasosa dos pulmões para o
qual precisa-se da entrada e saída do ar.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Fases da função
respiratória
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Fases da função
respiratória
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Fases da função
respiratória
VENTILAÇÃO MECÂNICA: A elasticidade do
tórax e os pulmões

O tórax e os pulmões não são rígidos as articulações


dos ossos da caixa torácica permite a sua expansão e
contração.

Além disso os pulmões têm grande quantidade de


fibras elásticas o que permite a sua retração de maneira
passiva durante a ventilação em repouso.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Pressões
pulmonares

A expanção e retracção da caixa toráxica produz


mudanças nas pressões pulmonares:
1. Intraalveolar

2. Intrapleural
3. Transpulmonar
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Pressões
pulmonares

Pressão intraalveolar (PIA)

 Registra-se no interior dos


alvéolos com valor entre -1 mm Hg
(inspiração) e +1 mm Hg
(espiração): o que significa 1
mm/Hg maior ou menor que a
Pressão atmosférica.

 Constitui a soma das pressões


parciais dos gases presentes no
alveolo: PO2 + PCO2 + PN2 + ...
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Pressões
pulmonares

Pressão intrapleural (PIT)

É a pressão registrada no
espaço pleural (entre a pleura
parietal e a pleura visceral) o
seu valor oscila entre - 4 mmHg
(espiração) e - 7 mmHg
(inspiração).

Obs:
Durante a inspiração normal, a
expansão da caixa toráxica tracciona
a superfície dos pulmões com maior
força e cria pressão ainda mais
negativa, atingindo valor médio de
cerca de - 7 mm/hg .
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Pressões
pulmonares

Pressão transpulmonar (PT)

É a diferença entre a pressão intraalveolar e a


pressão
intrapleural.

PT = PIA-PIP

Representa uma medida da força elástica dos pulmões,


também chamada pressão de retracção.

Aumenta durante a inspiração e diminui durante a expiração.


VENTILAÇÃO MECÂNICA: Pressões
pulmonares

Volumes Pulmonares

 VC – Volume de ar inspirado ou expirado em cada


respiração normal.
 VRI – Volume de ar que pode ser inspirado além do
VC normal.
 VRE – Volume de ar que pode ser expirado de
maneira forçada, após uma expiração normal.
 VR – Volume de ar que permanece nos pulmões,
mesmo após uma expiração forçada.
VENTILAÇÃO MECÂNICA

3000 ml

500 ml

1 100 ml

1 200 ml
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Pressões
pulmonares

Capacidades Pulmonares

 Capacidades Pulmonares são as somas dos volumes


pulmonares.

 Capacidade Inspiratória = VC + VRI

 Capacidade Residual Funcional = VRE + VR

 Capacidade Vital = VC + VRI + VRE

 Capacidade Pulmonar Total = CV + VR ou

 Capacidade Pulmonar Vital = VC + VRI+ VRE + VR


VENTILAÇÃO MECÂNICA: Fases da função
respiratória
VOLUMES E CAPACIDADES

Capacidade vital Volume expiratório


forçada (VEF)1 forçado (80 % de CVF)
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Pressões
pulmonares

Frequência respiratória normal por idade

 Recém-nascido = aproximadamente 25-36 ciclos


respiratórios/minuto.
 Criança = 25-30 ciclos respiratórios/minuto.
 Pré-Adolescente = 20-30 ciclos respiratórios/minuto.
 Adolescente: 18-26 ciclos respiratórios/minuto.
 Adulto = 12-20 ciclos respiratórios/minuto.
 Adultos em exercícios moderados = 35-45 ciclos
respiratórios/minuto.
 Atletas = 60-70 ciclo respiratórios/minuto (valor máximo).
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Pressões
pulmonares

Tensão superficial

Os alvéolos estão revestidos por uma capa de líquido cujas


partículas atraen-se entre si e tendem a colapsar, mas a
existência de uma sustância tensoativa chamada surfactante,
secretado pelas células epiteliais tipo II, diminui a respectiva
tensão.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Pressões
pulmonares

ESPIROMETRIA

 ESPIROMETRIA é a forma pela qual são avaliados os


volumes de ar que utilizam-se na ventilação.
 Há que medir-se os volumes e capacidades ventilatóraias.
volumes pulmonares que são 4 :
 VOLUME CORRENTE
 VOLUME DE RESERVA INSPIRATÓRIA
 VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIA
 VOLUME RESIDUAL
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Pressões
pulmonares

ESPIROMETRIA

3000 ml

500 ml

1 100 ml

1 200 ml
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Pressões
pulmonares

Distúrbios da ventilação

Obstrutivo
Restritivo
Misto
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Pressões
pulmonares

Distúrbios da ventilação

Obstrutivo

↑ da resistência das vias aéreas

↓ VEF1 Volume expiratorio forçado e diminuido

Capacidade Vital Forzada (CVF ) normal


Ex. Asma bronquial
VENTILAÇÃO MECÂNICA

Distúrbios da ventilação

Restritivo

↓ complacência toracopulmonar

↓ Capacidade Vital Forçada ( CVF)

 Volume expiratorio forçado (VEF 1) Normal


Ex. Fibrosis pulmonar, deformações do tórax
VENTILAÇÃO MECÂNICA

Misto

Obstrutivo + Restritivo

↓ CVF

↓ VEF1

Ex. Enfisema pulmonar e EPOC


VENTILAÇÃO MECÂNICA
VENTILAÇÃO MECÂNICA

 A ventilação mecânica é indicada


sempre que a ventilação
espontânea não for suficiente para
manter a vida, como na presença
de insuficiência respiratória
grave, e tem como objetivo
melhorar as trocas gasosas,
aliviar o stresse respiratório e
prevenir ou evitar atelectasias.
VENTILAÇÃO MECÂNICA

 Actualmente, classifica-se o suporte ventilatório em dois


grandes grupos:
 Ventilação mecânica invasiva; e
 Ventilação não invasiva.
 Nas duas situações, a ventilação artificial é conseguida
com a aplicação de pressão positiva nas vias aéreas. A
diferença entre elas fica na forma de liberação de pressão:
enquanto na ventilação invasiva utiliza-se uma prótese
introduzida na via aérea, isto é, um tubo oro ou
nasotraqueal ou uma cânula de traqueostomia, na
ventilação não invasiva, utiliza-se uma máscara como
interface entre o doente e o ventilador artificial.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Objectivos

A Ventilação mecânica tem por objectivos


 Manter as trocas gasosas, ou seja, correcção da hipoxemia e
da acidose respiratória associada à hipercapnia;
 Aliviar o trabalho da musculatura respiratória que, em
situações agudas de alta demanda metabólica, está elevado;
 Reverter ou evitar a fadiga da musculatura respiratória;
 Diminuir o consumo de oxigénio, dessa forma reduzindo o
desconforto respiratório;
 Permitir a aplicação de terapêuticas específicas.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Princípios

 A ventilação mecânica
(VM) ou, o suporte
ventilatório, consiste em
fornecer suporte para o
tratamento de doentes
com insuficiência
respiratória aguda ou
crónica agudizada.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Princípios

 A ventilação mecânica (VM) se faz através da utilização de


aparelhos que, intermitentemente, insuflam as vias
respiratórias com volumes de ar (volume corrente - VC).

 O movimento do gás para dentro dos pulmões ocorre


devido à geração de um gradiente de pressão entre as vias
aéreas superiores e o alvéolo, podendo ser conseguido
por um equipamento que diminua a pressão alveolar
(ventilação por pressão negativa) ou que aumente a
pressão da via aérea proximal (ventilação por pressão
positiva).
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Princípios

 Neste ar, controla-se a concentração de O2 (FIO2)


necessária para obter-se uma taxa arterial de oxigênio
(pressão parcial de oxigênio no sangue arterial- PaO2)
adequada.
 Controla-se ainda, a velocidade com que o ar será
administrado (fluxo inspiratório - ) e também define-se a
forma da onda de fluxo, por exemplo, na ventilação com
volume controlado: "descendente", "quadrada" (mantém
um fluxo constante durante toda a inspiração),
"ascendente" ou "sinusoidal".
 O número de ciclos respiratórios que os doentes realizam
num minuto (frequência respiratória - f) será consequência
do tempo inspiratório (TI), que depende do fluxo, e do
tempo expiratório (TE).
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Princípios

 O TE pode ser definido tanto pelo doente (ventilação


assistida), de acordo com suas necessidades metabólicas,
como através de programação prévia do aparelho
(ventilação controlada).
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Princípios
VENTILAÇÃO MECÂNICA: As principais
indicações para iniciar o suporte ventilatório

 Reanimação devido à paragem cardiorrespiratória;


 Hipoventilação e apnéia
 Insuficiência respiratória devido a doença pulmonar
intrínseca e hipoxemia.
 Falência mecânica do aparelho respiratório:
 Fraqueza muscular / Doenças neuromusculares /
Paralisia;
 Comando respiratório instável (trauma craniano,
acidente vascular cerebral, intoxicação exógena e
abuso de drogas).
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Prevenção de
complicações respiratórias

 Restabelecimento no pós-operatório de cirurgia de


abdómem superior, toráxica de grande porte,
deformidade toráxica, obesidade mórbida.
 Parede toráxica instável.
 Redução do trabalho muscular respiratório e fadiga
muscular.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Ciclo ventilatório

O ciclo ventilatório durante a ventilação mecânica com


pressão positiva pode ser dividido em fases:

1 - Fase inspiratória: Corresponde à fase do ciclo em que o


ventilador realiza a insuflação pulmonar, conforme as
propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório. Válvula
inspiratória aberta;
2 - Mudança de fase (ciclagem): Transição entre a fase inspiratória
e a fase expiratória;
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Ciclo ventilatório

3 - Fase expiratória: Momento seguinte ao fechamento da válvula


inspiratória e abertura da válvula expiratória, permitindo que a
pressão do sistema respiratório equilibre-se com a pressão
expiratória final determinada no ventilador; e
4 - Mudança da fase expiratória para a fase inspiratória (disparo):
Fase em que termina a expiração e ocorre o disparo (abertura da
válvula inspiratória) do ventilador, iniciando nova fase inspiratória.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Análise gráfica
durante a ventilação mecânica

Curvas de fluxo
 O fluxo geralmente é medido
directamente pelo ventilador,
através de sensores de pressão
diferencial que estão
posicionados entre a cânula
endotraqueal e o "Y" do circuito
do ventilador.
 O fluxo inicia-se, nos modos
controlados, depois de
determinado intervalo de tempo
(depende da f ou da relação
inspiração: expiração - TI/TE) ou
através de um limite de
sensibilidade (trigger ou disparo)
pré-estabelecido.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Análise gráfica
durante a ventilação mecânica

Curvas de fluxo  Duas técnicas são utilizadas na


prática para o disparo de um ciclo
ventilatório: a queda de pressão ou
a geração de fluxo (na modalidade
assistida e/ou espontânea). Após o
início do ciclo (disparo) o fluxo
aumenta até atingir um valor pré-
fixado, chamado de pico de fluxo.
 Este valor é definido pelo operador
no modo volume controlado e pode
ser mantido constante ou ter valor
decrescente no tempo.
 O fluxo, nessa modalidade, vai
definir o tempo que a válvula
inspiratória permanecerá aberta
(TI), de acordo com o VT
estabelecido.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Análise gráfica
durante a ventilação mecânica

Curvas de pressão  A pressão é geralmente medida


pelo ventilador diretamente,
através de transdutor instalado
próximo ao tubo endotraqueal
("Y" do circuito do ventilador).

 Durante a ventilação espontânea,


na inspiração, devido à
contracção da musculatura
respiratória, ocorre uma queda
da pressão nos alvéolos/vias
aéreas para que seja gerado o
fluxo inspiratório.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Análise gráfica
durante a ventilação mecânica

Curvas de pressão  Na ventilação assistida e em modos


espontâneos como a Pressão de
Suporte, a contracção da musculatura
vai depender da demanda metabólica
do doente (controle neural – drive), vai
proporcionar a queda de pressão no
circuito e, de acordo com a
sensibilidade ajustada, promover a
abertura da válvula (disparo) gerando
um pico de fluxo inspiratório,
aumentando progressivamente a
pressão no sistema respiratório do
paciente.
 Na expiração, ao contrário, como a
pressão no sistema está elevada, a
abertura da válvula expiratória
promoverá a saída passiva do VT.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Análise gráfica
durante a ventilação mecânica

Disparo do ventilador

 Durante a ventilação mecânica, uma variável de disparo pré-


determinada deve ser alcançada para iniciar a inspiração.
Com a ventilação controlada, a variável é o tempo e é
independente do esforço doente. Nos modos que permitem
ciclos assistidos e espontâneos, a inspiração começa
quando se alcança um nível de pressão ou fluxo pré-
determinado (sensibilidade).
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Análise gráfica
durante a ventilação mecânica

Disparo do ventilador

 No disparo à pressão, o ventilador detecta uma queda na


pressão de vias aéreas ocasionada pelo esforço do doente. Este
esforço pode iniciar a inspiração se a pressão negativa realizada
ultrapassar o limiar de pressão para o disparo (sensibilidade ou
trigger) ou pode não disparar o ciclo, caso a pressão negativa
não ultrapasse este limiar, gerando apenas trabalho respiratório
e dissincronia.
 O limiar de pressão é determinado pelo operador no ventilador,
que indicará sempre a pressão negativa abaixo da PEEP
necessária para disparar o ventilador. O disparo a fluxo envolve
o uso de um fluxo inspiratório basal contínuo. Quando a
diferença entre o fluxo inspiratório e o fluxo expiratório alcançar
um determinado limite de sensibilidade, abre-se a válvula ins e
um novo ciclo ventilatório começa.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Análise gráfica
durante a ventilação mecânica

Curvas de volume

 O gráfico de volume representa,


em sua porção ascendente, o
volume pulmonar inspirado e, em
sua curva descendente, o volume
pulmonar total expirado.

 Os volumes são iguais a menos


que esteja ocorrendo vazamento,
desconexão do circuito ou
aprisionamento aéreo.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Modalidades
ventilatórias convencionais

Ventilação mandatória contínua

Todos os ciclos ventilatórios são disparados e/ou ciclados pelo


ventilador (ciclos mandatórios).
Quando o disparo ocorre pelo tempo, o modo é apenas controlado.
Quando o disparo ocorre de acordo com pressão negativa ou fluxo
positivo realizados pelo doente, chamamos o modo de
assistido/controlado.
Nos ventiladores mecânicos mais modernos, a ventilação
mandatória contínua pode ocorrer com volume controlado (os
ciclos mandatórios têm como variável de controle o volume, são
limitados a fluxo e ciclados a volume) ou com pressão controlada
(os ciclos mandatórios têm como variável de controle a pressão,
são limitados a pressão e ciclados a tempo).
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Modalidades
ventilatórias convencionais

 Ventilação mandatória contínua com volume controlado –


modo controlado:

 Neste modo, fixa-se a frequência respiratória, o volume


corrente e o fluxo inspiratório. O início da inspiração
(disparo) ocorre de acordo com a frequência respiratória
pré-estabelecida (por exemplo, se a f for de 12 cpm, o
disparo ocorrerá a cada 5 s).
 A transição entre a inspiração e a expiração (ciclagem)
ocorre após a liberação do volume corrente pré-
estabelecido em velocidade determinada pelo fluxo.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Modalidades
ventilatórias convencionais

 Ventilação mandatória contínua com volume controlado –


modo assistido-controlado
 Nesta situação, a frequência respiratória pode variar de
acordo com o disparo decorrente do esforço inspiratório do
paciente, porém mantêm-se fixos tanto o volume corrente
como o fluxo.
 Caso o paciente não atinja o valor pré-determinado de
sensibilidade para disparar o aparelho, este manterá ciclos
ventilatórios de acordo com a frequência respiratória mínima
indicada pelo operador.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Modalidades
ventilatórias convencionais

 Ventilação mandatória contínua com pressão controlada –


modo controlado

 Neste modo ventilatório, fixa-se a frequência respiratória, o


tempo inspiratório ou a relação inspiração: expiração (relação
TI/TE), e o limite de pressão inspiratória. O disparo continua
pré-determinado de acordo com a frequência respiratória
indicada, porém a ciclagem agora acontece de acordo com o
tempo inspiratório ou com a relação TI/TE.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Modalidades
ventilatórias convencionais

 Ventilação mandatória contínua com pressão controlada –


modo assistido-controlado

 No modo assistido-controlado, os ciclos ocorrem conforme o


esforço do paciente ultrapasse a sensibilidade. O volume
corrente obtido passa a depender também desse esforço.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Modalidades
ventilatórias convencionais

 Ventilação mandatória intermitente

 O ventilador oferece ciclos mandatórios a uma freqüência


pré-determinada, porém permite que ciclos espontâneos
(ciclos ventilatórios disparados e ciclados pelo paciente)
ocorram entre eles.
 Quando o ventilador permite que o disparo dos ciclos
mandatórios ocorra em sincronia com pressão negativa ou
fluxo positivo realizado pelo paciente, chamamos este modo
de ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV, do
inglês synchronized intermittent mandatory ventilation).
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Modalidades
ventilatórias convencionais

 Ventilação mandatória intermitente sincronizada com


volume controlado

 Neste modo, fixa-se a frequência respiratória, o volume


corrente e o fluxo inspiratório, além do critério de
sensibilidade para a ocorrência do disparo do ventilador pelo
paciente.
 Esta modalidade ventilatória permite que o ventilador aplique
os ciclos mandatórios pré-determinados em sincronia com o
esforço inspiratório do paciente.
 Os ciclos mandatórios ocorrem na janela de tempo pré-
determinada (de acordo com a frequência respiratória do
SIMV), porém sincronizados com o disparo do paciente. Se
houver uma apnéia, o próximo ciclo será disparado por tempo
até que retornem as incursões inspiratórias do paciente.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Modalidades
ventilatórias convencionais

 Ventilação mandatória intermitente sincronizada com


pressão controlada

 Semelhante ao modo anterior, com a diferença que os


parâmetros definidos pelo operador passam a ser a
freqüência respiratória, o tempo inspiratório ou a relação
inspiração:expiração (relação TI:TE), e o limite de pressão
inspiratória, além do critério de sensibilidade para a
ocorrência do disparo do ventilador pelo paciente.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Modalidades
ventilatórias convencionais

 Ventilação espontânea contínua

 Todos os ciclos ventilatórios são espontâneos, ou seja,


disparados e ciclados pelo paciente.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Modalidades
ventilatórias convencionais

 Ventilação com pressão de suporte

 Este é um modo de ventilação mecânica espontânea, ou seja,


disparado e ciclado pelo paciente, em que o ventilador assiste à
ventilação através da manutenção de uma pressão positiva pré-
determinada durante a inspiração até que o fluxo inspiratório
do paciente reduza-se a um nível crítico, normalmente 25% do
pico de fluxo inspiratório atingido.
 Isto permite que o paciente controle a frequência respiratória e
o tempo inspiratório e, dessa forma, o volume de ar inspirado.
Assim, o volume corrente depende do esforço inspiratório, da
pressão de suporte pré-estabelecida e da mecânica do sistema
respiratório.
 Como desvantagem, este modo funciona apenas quando o
paciente apresenta drive respiratório.
VENTILAÇÃO MECÂNICA: Modalidades
ventilatórias convencionais

 Pressão positiva contínua nas vias aéreas

 O ventilador permite que o doente ventile espontaneamente,


porém fornece uma pressurização contínua tanto na
inspiração quanto na expiração.
 Este é um modo de ventilação espontânea não assistida pelo
ventilador. O volume corrente depende do esforço
inspiratório do paciente e das condições da mecânica
respiratória do pulmão e da parede torácica.
Cuidados de enfermagem

 Manter-se atento aos alarmes do equipamento.


 Manter as tubulações externas (circuitos ou traqueias)
adequadamente conectadas.
 Manter as tubulações externas (circuitos ou traqueias) limpas
e livres de secreções.
 Atualmente é muito utilizado material descartável, o que
facilita a individualização da utilização e impede a ocorrência
de infecções associadas aos cuidados.
MONITORIZAÇÃO
HEMODINÂMICA INVASIVA E
NÃO INVASIVA
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

DÉBITO CARDÍACO
É a quantidade de sangue bombeada pelo coração durante um
determinado intervalo de tempo. Essa medida de fluxo constitui
um dos melhores parâmetros para aferir a performance cardíaca
global.

O débito cardíaco corresponde ao produto entre a frequência


cardíaca e o volume sistólico (DC = FC x VS).
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

DÉBITO CARDÍACO
 Na presença de aumento muito acentuado na FC, o
consumo de oxigênio eleva-se proporcionalmente. Há
redução no período diastólico, que determina menor
perfusão coronariana e menor tempo de enchimento,
acarretando em menor força contráctil e menor volume
sistólico, respectivamente.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

 Um aumento no débito cardíaco pode ser consequência de maior


contractilidade do músculo do coração, de aumento da
frequência cardíaca ou de aumento do volume sanguíneo.
Quando as artérias periféricas se contraem, por exemplo, durante
um período de stresse, a resistência vascular periférica aumenta,
dando origem a um aumento da pressão arterial.
 À medida que os vasos dilatam e a resistência diminui, baixa a
pressão arterial. Quando o sangue é forçado nas artérias rígidas
a pressão arterial aumenta. Quando o volume de sangue diminui,
como acontece em situação de desidratação ou hemorragia, a
pressão exercida contra as paredes é menor e a pressão arterial
baixa.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

MÉTODOS DE AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL


Método não-invasivo/auscultatório.

 Este método é o mais comumente utilizado para avaliação


da pressão arterial. Para sua realização é necessário um
esfigmomanómetro e de um estetoscópio. A medida da
pressão por esse método baseia-se na obstrução parcial do
fluxo sanguíneo pelo manguito, que produz vibrações e
sons de baixa frequência (sons de Korotkoff).
 O primeiro som ouvido corresponde à sístole e o último, à
diástole.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
PRESSÃO ARTERIAL: Método não-invasivo/auscultatório.
 A pressão arterial (PA) é a pressão gerada na parede das artérias, resultante
dos batimentos cardíacos e da resistência da parede do vaso ao fluxo
sanguíneo.
 A pressão arterial consiste na força exercida sobre as paredes de uma artéria
pelo pulsar do sangue A contracção do coração faz ejectar o sangue, sob alta
pressão para a aorta. O pico de pressão máxima, aquando da ejecção, é a
pressão arterial sistólica. Quando o coração descontrai, o sangue que
permanece nas artérias exerce uma pressão mínima ou diastólica. A pressão
arterial é reflexo da inter-relação entre o débito cardíaco, a resistência
vascular periférica, o volume sanguíneo, a viscosidade sanguínea e a
elasticidade das artérias.
 A PA não é igual em todas as artérias, sendo maior à medida que a artéria está
mais distante do coração. Esse efeito ocorre devido ao efeito da gravidade no
fluxo sanguíneo.
 O valor normal da pressão arterial sistólica (PAS) varia de 90 a 139 mm/Hg
com uma média de 120 mm/Hg e da diastólica (PAD) 60 a 89 mm/Hg sendo a
média de 80 mm/Hg.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
Pressão arterial média (PAM): pressão média na rede arterial ao
longo do ciclo cardíaco. Pode ser calculada pela seguinte
fórmula:
 PAM = TA sistólica + 2 (TA diastólica )/3
 Para além disso, o acesso directo a uma artéria é útil no
tratamento de pessoas com insuficiência respiratória aguda
que requerem avaliações gasimétricas frequentes.

 O parâmetro clínico mais usado para avaliar a perfusão é a PAM, pois


representa a pressão de perfusão em todo o ciclo cardíaco e deve ser
superior a 60 mm/Hg para perfundir os órgãos vitais. O valor ideal da
PAM situa-se entre 70 e 90 mm/Hg
(Santos et. al, 2013).
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

 A monitorização Hemodinâmica invasiva tornou-se numa das


áreas que exige maior perícia para a enfermagem em cuidados
intensivos. O enfermeiro em cuidados intensivos deve
compreender (1) a fisiologia, (2) os componentes básicos
necessários para avaliar as pressões (3) tratamento da pessoa (4)
possíveis complicações (5) como afastar os problemas.

 O conhecimento acerca da monitorização hemodinâmica ajuda a


desenvolver a capacidade de decisão clínica, passando do
registo dos sinais vitais para a interpretação e análise daquela
informação, de modo a intervir adequadamente junto de cada
pessoa.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
MÉTODOS DE AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
Método invasivo

 A pressão por esse método é medida através de um cateter


introduzido na artéria, o qual é conectado em uma coluna
líquida. A medida da pressão é obtida através de um
transdutor de pressão que faz a leitura e converte o sinal
“pressão” em eléctrico.
 Por este método, observam-se valores numéricos e curvas
que correspondem à medida da pressão arterial.
 As características das ondas arteriais são todas iguais,
variando apenas na amplitude. Por exemplo, o pico
sistólico na artéria aorta (território de alta pressão) será
maior que o pico sistólico na artéria pulmonar.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
Indicação da pressão arterial invasiva

 Está indicada em situações médico-cirúrgicas em que exista:


 - Débito cardíaco diminuído
 - Risco de desequilíbrio do volume de líquido
 - Risco de Choque
 O sistema destina-se a medição de 3 parâmetros de pressão
arterial Pressão arterial sístolica, pressão arterial diástolica e
pressão arterial média (PAM).
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
Intervenções de enfermagem pré-cateterização

 Manutenção da permeabilidade do cateter;


 Prevenção das complicações;
 Informação ao cliente acerca do procedimento a realizar e a
finalidade do mesmo;
 Preparo do material necessário com técnica asséptica;
 Realização do teste de Allen;
 Preparo do local de inserção do cateter;
 Colocação do antebraço em posição supina;
 Realização de tricotomia (se necessário);
 Lavagem e desinfecção;
(Santos et al, 2013):
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
Intervenções de enfermagem

 Realização do teste de Allen:


 compressão, simultânea das artérias radial e ulnar
com os polegares.
 Orientação o doente a abrir e fechar a mão
repetidamente.
 Orientação do doente a relaxar a mão.
 Compressão sobre a artéria radial, soltar a artéria
ulnar.
 Observação da coloração da mão a recuperar em
5 a 10 segundos. Significa que quando a
circulação colateral por meio da artéria ulnar está
adequada, a mão recupera a coloração em 5 a 10
segundos.

 Inserção do cateter na artéria radial.


MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
Intervenções de enfermagem pré-cateterização

 Apoio emocional e físico a pessoa;


 Colaboração com o médico na colocação do cateter;
 Posicionamento e calibragem do transdutor, verificando a sua
funcionalidade;
 Realização do penso do local da inserção;
 Imobilização da zona cateterizada;
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
Intervenções de enfermagem durante a monitorização

 Apoio emocional e físico a pessoa;


 Colaboração com o médico na colocação do cateter;
 Posicionamento e calibragem do transdutor, verificando a sua
funcionalidade e obtenção de leituras correctas;
 Realização do penso do local da inserção diariamente ou se for
necessário;
 Imobilização da zona cateterizada;
 Verificação da funcionalidade do sistema/equipamento;
 Troca dos sistemas, conexões e soluções de acordo com
protocolos do serviço;
 Observação local de inserção;
 Valorização e atenção às queixas do doente;
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
Intervenções de enfermagem durante a monitorização

 Manutenção da perfusão contínua de soro fisiológico (com


braçadeiras de pressão a 300 mmHg);
 Identificação do sistema, colocando em local bem visível linha
arterial;
 Colheita de sangue sempre que necessário;
 Realização de limpeza adequada do sistema;
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
Intervenções de enfermagem pós-monitorização

 Informação ao cliente e preparo do material necessário para a


remoção do cateter;
 Remoção do penso e realização de limpeza e antissépsia do
local;
 Remoção do ponto de fixação do cateter;
 Remoção de cateter;
 Realização de compressão durante 20-30 minutos;
 Avaliação da perfusão, coloração, pulso e temperatura da
extremidade distal;
 Realização de penso compressivo após hemostase.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
Complicações da pressão arterial invasiva

 Hemorragia extensa
 Obstrução local da artéria com isquémia distal;
 Equimose maciça;
 Embolia gasosa;
 Inflamação/ Infiltração;
 Infecção;
 Parestesias;
 Desconexão acidental do Sistema e consequente perda de
sangue.

(Santos et al, 2013):


PRESSÃO VENOSA
CENTRAL (PVC)
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC)


 A avaliação da pressão venosa central (PVC) é um processo de
monitorização invasivo, frequentemente utilizado nas unidades de
cuidados intensivos. Permite a vigilância contínua da pressão
dentro da aurícula direita quer seja, ou não, através de um
dispositivo electrónico. Avalia a pressão exercida pelo fluxo
sanguíneo existente no coração direito (Santos et al, 2013).
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC)


 A PVC foi introduzida na prática médica em doentes críticos,
porque havia uma correlação entre a PVC e as seguintes variáveis:
 Retorno venoso;
 Pressão atrial direita;
 Pressão diastólica final do ventrículo direito.
Em termos fisiológicos, a mensuração da PVC é um método da estimação
da pressão de enchimento do ventrículo direito, de grande relevância na
interpretação de sua função.

O método de mensuração da PVC com coluna de água, devido à sua


extrema simplicidade e baixo custo, é bastante popular e largamente
utilizado, dispensando transdutores electrónicos sofisticados.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): Indicações


 A monitorização da PVC está indicada sempre que a pessoa tenha
uma alteração do volume de líquidos. Com o valor de PVC é
possível equacionar a reposição de líquidos na hipovolémia, bem
como avaliar o impacto na diurese após a administração de um
diurético numa situação de sobrecarga hídrica. Para além disso,
sempre que seja necessário uma linha intravenosa para reposição
de líquidos, um acesso venoso central constitui uma boa escolha,
pois permite administrar grandes volumes de líquidos
(Santos et al, 2013).
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC)
 Toma-se como exemplo o facto de que, quando a PVC (valor normal entre 0 a 8
mmHg) estivesse baixa, poderia sugerir hipovolémia e, quando fosse alta, havia a
possibilidade de sobrecarga volumétrica ou de falência ventricular.
 Através do acesso venoso central que possibilita a medida da PVC é possível:
 colher exames com frequência sem incomodar o doente, entre eles a gasometria
venosa central.
 Avaliar a perfusão através da medida da saturação venosa de O2 obtida da
gasometria venosa central, sendo que seu valor abaixo de 70%, sugere desequilíbrio
entre oferta e consumo de oxigênio pelos tecidos.
 Guiar estratégias terapêuticas como reposição da volêmia, utilização de inotrópico,
transfusão de concentrado de hemácias.
 Obter o meio alternativo do acessos periféricos;, Inserção de marca-passo, cateter
de artéria pulmonar; A monitorização da pressão de átrio direito;
 A administração de nutrição parente érica total, drogas vasopressoras e outras
substâncias hiperosmolars
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): Contra-indicações


 Flebite ou trombose;
 Queimaduras e cirurgias que impeçam a cateterização;
 Alto risco de pneumotórax;
 Doentes agitados (relativa);
 Suspeita de lesão da veia cava superior
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): LIMITAÇÕES
 Muitas situações limitam a utilização da PVC e, por isso,
ela nunca deve ser utilizada como marcador único de
volémia. Contudo, uma PVC baixa sempre representa
hipovolémia.
 Em situações de hipovolémia, em que ocorre
venoconstrição, a PVC pode estar normal ou até alta.
 Alterações anatómicas na veia cava (tumor, hematoma
etc.) tornam as medidas da PVC não confiáveis.
 Doenças pulmonares, alteração de complacência do
ventrículo direito e valvopatia tricúspide tornam a
mensuração da PVC sem utilidade
 Outros factores que interferem na interpretação da PVC
são a ventilação com pressão positiva e a utilização da
pressão expiratória final positiva.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): COMO E ONDE MEDIR A


PVC?
 Essa variável sofre tantas interferências que é necessária a
padronização de sua técnica de medida para não haver mais
uma variável interferindo na sua análise. Nunca se deve
analisar um valor isolado e se observar a tendência de
valores.
 A PVC tem valores muito semelhantes se medida nos
seguintes locais:
 Átrio direito;
 Veia cava superior;
 Veia cava inferior;
 Veia ilíaca.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): ORIENTAÇÕES PARA


MEDIR A PVC
 Doente em posição supina. A medida deve ser realizada no
final da expiração com os doentes intubados e no final da
inspiração com os doentes em respiração espontânea.
 A avaliação do PVC pode ser realizada através do
Manómetro de água ou através do Monitor.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): Acções para a


avaliação através do Manómetro de água

 Introdução de um cateter intravenoso numa veia central


(é comum a veia cava por estar próxima ao átrio direito).
 Introdução de um manómetro com uma torneira
tridimencional entre a fonte líquida (solução fisiológica
no suporte) e o cateter intravenoso.
 Obtenção de três sistemas independentes de
manipulação da torneira.
 O sistema 1 liga a fonte de líquido com a pessoa e pode
ser utilizado para administração de líquidos
intravenosos ou como um caminho para manter o
sistema permeável.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): Acções para a avaliação
através do Manómetro de água

 O sistema 2 liga a fonte líquida para o manómetro da PVC e é


aberto para elevar a coluna líquida no manómetro antes de medir
a pressão venosa.
 O sistema 3 une o cateter intravenoso inserido na pessoa com o
manómetro e é esse caminho que deve ser aberto para registar a
PVC. A pressão na veia cava desloca-se ou equilibra-se com a
pressão exercida pela coluna de líquido no manómetro. O ponto
em que o nível estabiliza é registado como a PVC.
 Antes da leitura da PVC, deve determinar-se o eixo
flebostático, com o doente traçando-se uma linha imaginária
desde a união do 4º espaço intercostal até à linha média
axilar, que se encontra aproximadamente ao nível da aurícula.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA
PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): Acções
para a avaliação através do Manómetro de água

 A determinação do eixo flebostático permite


a obtenção de leituras precisas das
pressões hemodinâmicas. Se o transdutor
estiver colocado abaixo do eixo flebostático,
o líquido do sistema exerce pressão sobre o
transdutor, obtendo-se leituras falsamente
elevadas, ao passo que se estiver acima a
gravidade e a falta de pressão do líquido
sobre o transdutor fornecem leituras
falsamente baixas.
(Santos et al, 2013).
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): Acções para a avaliação


através do Manómetro de água

 Certifique-se de que a pessoa está em posição horizontal,


com o ponto zero do manómetro ao nível do quarto espaço
intercostal. Esse nível corresponde à linha média axilar da
pessoa e pode ser determinado medindo-se
aproximadamente 5 cm abaixo do esterno. Este ponto é
conhecido como eixo flebostático. A estabilidade é importante
e todas as leituras devem ser feitas com a pessoa na mesma
posição. Quando a pessoa não tolerar o decúbito dorsal, a
posição semi-fowler é uma alternativa segura.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA

 PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC)


MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): Acções para a avaliação
através do Manómetro de água

 Previamente à avaliação, deve ser garantida a


permeabilidade do sistema, quando a coluna líquida corre
livremente e é evidente uma ligeira flutuação. Essa
flutuação segue o padrão respiratório da pessoa, diminui
na inspiração e eleva-se na expiração devido a alterações
na pressão intrapulmonar.

(Hudak & Gallo, 1997).


MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC)

 Os valores normais da PVC utilizando a monitorização invasiva


variam entre 2 e 8 mm/Hg, sendo fiáveis se a calibração a
determinação do eixo flebostático estiverem correctas e se a
cabeceira da pessoa não estiver elevada acima de 45º (Santos et al,
2013).
 O ciclo cardíaco produz no traçado da PVC três deflecções
positivas, denominadas ondas A, C e V, que correspondem a
acontecimentos auriculares específicos. A onda A reflecte a
contracção auricular e segue-se à onda P do ECG. O descendente
desta onda chama-se descendente X, que representa o relaxamento
auricular. A onda C reflecte o encerramento da válvula tricúspide ao
mover-se para a aurícula direita no início da contracção ventricular.
A onda C é pequena e nem sempre é visível mas corresponde ao
intervalo QT do ECG. A onda V representa o enchimento auricular e
o aumento da pressão contra a válvula tricúspide, no início da
diástole.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC)

 O descendente da onda V denomina-se descendente Y e representa


a queda da pressão decorrente da abertura da válvula tricúspide do
fluxo de sangue da aurícula direita para o ventrículo direito.
Situações patológicas como a insuficiência ventricular direita
avançada ou insuficiência da válvula tricúspide permitem o refluxo
de sangue do ventrículo direito para a aurícula direita durante a
contracção ventricular, produzindo grandes ondas V no traçado da
aurícula direita.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): Interpretação dos Resultados da PVC

 A pressão venosa central é medida em centímetros de água ou


milímetros de mercúrio.
 Existe uma variação considerável na faixa de valores normais. Os
valores normais da PVC, utilizando a monitorização invasiva
(através do monitor), variam entre 2 e 8 mm/Hg, sendo fiáveis se
calibração e a determinação do eixo flebostático estiverem
correctas e, se a cabeceira da pessoa não estiver elevada acima
de 45 graus.
 A pressão normal no AD é inferior a 8 cm de H2O, e a pressão na
veia cava é de aproximadamente de 3 - 11 cm de H2O.
A PVC não deve ser avaliada isoladamente pois temos que ter
sempre em conta a avaliação clínica da pessoa

(Hudak & Gallo, 1997).


MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): Complicações

 Embolia gasosa: O débito cardíaco diminui e calcula-se que pelo


menos 10-20 ml de ar devem entrar no sistema antes que a
pessoa se torne sintomática.
 Os sinais e sintomas incluem: confusão mental, perda da
consciência, ansiedade. O enfermeiro deve administrar
oxigenioterapia 100% e posicionar o cliente em decúbito lateral
esquerdo, permitindo a aspiração do ar.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): Complicações

 Infecção, dor, inflamação local.


 Disritmia, se o cateter migrar para o ventrículo direito.
 Pneumotórax.
 Hemotórax.
 Tromboembolismo: a trombose pode variar desde uma delgada
camada de fibrina sobre a extremidade do cateter até um trombo
desenvolvido. Um trombo não deve ser removido. A pessoa pode
apresentar edema no braço próximo ao local do cateter, graus
variáveis de dor no pescoço, em situações de urgência pode
ocorrer o comprometimento da circulação do membro.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC): Cuidados de enfermagem

 Verificação da existência de outras soluções correndo no mesmo


acesso venoso central. Caso ocorra, feche todas, deixando apenas a
via do equipo da PVC. Ao término da aferição, retorne o gotejamento
normal das outras infusões (caso existam). Outras infusões alteram o
valor real da PVC.

 Prestar atenção aos valores da PVC. Valores muito baixos podem


indicar baixa volémia, e valores muito altos, sobrecarga hídrica.

 Quando utilizada de maneira criteriosa e sempre que possível


associada a outros parâmetros clínicos e hemodinâmico, a
PVC é um dado extremamente útil na avaliação das condições
cardiocirculatórias de doentes em estado crítico.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
INVASIVA E NÃO INVASIVA
EQUIPAMENTOS E MATERIAS PARA MONITORIZAÇÕES INVASIVAS

 Mesa auxiliar;  Agulha 13x 0,38;


 Agulha 40x12;
 Anti-sépticos padronizados
 Anestésico local;
na instituição;
 Transdutor de pressão;
 Cateter arterial;  Bolsa pressurizadora;
 Máscara descartável com  Solução salina;
visor;  Heparina sódica 5.000UI\ml;
 Fio de sutura agulhado para
 Luva cirúrgicas; fixação do cateter ;
 Seringa descartável ;  Pinça de sutura

 Campo estéril ;
 Campo fenestrado;
 Avental estéril;
RECURSO ON LINE
 http://www.clasaanestesia.org/revistas/brasil/HTML/BraMtodos_De_
Aferio_Da_Presso_Arter.htm.
 http://ineti.med.br/pdf%5Cdiretrizes%5Cdiretrizes12c.pdf
 http://www.mmcuidadosintensivos.com.br/enfermagem/pam
 Soares, M. A. M.; G. A. M. & Amorim, A. S. (2004): Cuidados de
enfermagem ao indivíduo hospitalizado: um livro para técnicos de
enfermagem. Porto Alegre: Artemed

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