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URGÊNCIAS UROLÓGICAS

Drª Florinda Helena Miranda


• Especialista em Cirurgia Geral e Urologia
/HCFMUSP/ Brasil
•Chefe de Serviço de Urologia da C.
Multiperfil/Luanda
• Docente no Instituto Superior Multiperfil
ANATOMIA
Urgências Urológicas
Não - Traumáticas Traumáticas
• Priapismo • Trauma: - Renal

• Torção testicular
- Ureteral
• Cólica Nefrética / Ureteral
- Bexiga
• Hematúria Macroscópica
- Uretra
• Retenção Urinária Aguda

• Gangrena de Fournier - Genital


Priapismo
• Descrito como ereção prolongada, persistente e por mais de
4 horas, geralmente dolorosa e sem estímulo sexual.
Tipicamente, apenas os corpos cavernosos são afetados.

• De maneira geral, é afecção rara e uma emergência médica.

• Diagnóstico tardio e a detumescência podem ser


responsáveis por necrose e fibrose dos corpos cavernosos,
com consequente disfunção erétil, na maioria das vezes não
responsivo a tratamentos convencionais.
Priapismo
Priapismo de baixo fluxo
• Caracterizado por disfunção da musculatura lisa
do corpo cavernoso ou mesmo da viscosidade
sanguínea.

• Quando relacionado à plegia da musculatura lisa,


invariavelmente é causado por medicamentos
que relaxam a musculatura lisa, utilizados para
tratamento da disfunção erétil.
Cont.
• Priapismo secundário à anemia falciforme é responsável
por aproximadamente 23% dos casos de adultos e 63% dos
casos em crianças.

Priapismo de alto fluxo

• Priapismo de alto fluxo ou arterial, como o próprio nome


diz, relaciona-se à ereção não tão rígida quanto no de baixo
fluxo. Geralmente associado a um evento, frequentemente
trauma perineal, que provoca formação de fístula na artéria
cavernosa drenando diretamente no corpo cavernoso.
• O sangue que preenche os corpos cavernosos
é rico em oxigênio e pobre em gás carbônico.
O indivíduo pode permanecer com este tipo
de priapismo indefinidamente. Não apresenta
dor pois não ocorre necrose dos corpos
cavernosos.
DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de priapismo é clínico.


• A história clínica tem muito valor, assim como
antecedentes pessoais, principalmente no que
se refere às doenças de base, a medicamentos
em uso e a traumas prévios à ereção
indesejada.
Clinicamente…
• No priapismo de baixo fluxo a ereção é
vigorosa, rígida e dolorosa; no de alto, é
menos vigorosa, tende a ser apenas a
tumescência e não causa dor. No alto fluxo, o
paciente refere antecedente de trauma; no de
baixo, alguma doença de base ou medicação
usada anteriormente à ereção.
Cont.
• Ao exame físico, deve-se dar atenção especial
aos genitais e ao períneo. Palpação do pênis
revelará rigidez importante dos corpos
cavernosos no priapismo venoso e bem
menos intenso no arterial. A glande
geralmente não está túrgida e o períneo ou
mesmo o pênis pode evidenciar hematoma
sugestivo de trauma.
Exames Laboratoriais
• Gasometria do sangue puncionado do corpo cavernoso
define o tipo de priapismo. No de baixo fluxo, o sangue é
escuro e muito viscoso, e no de alto fluxo, é vermelho
rutilante.

• No priapismo de baixo fluxo o pH é baixo, geralmente abaixo


de 7,25. PO2 fica abaixo de 30 mmHg e PCO2 fica acima de
60 mmHg.

• No priapismo arterial, PO2 fica acima de 90 mmHg, PCO2


menor que 40 mmHg e pH acima de 7,40.
Tratamento
• Priapismo venoso é considerado uma síndrome de compartimento e deve ser tratado
o mais precocemente possível para evitar complicações tardias. Realiza-se anestesia
da haste peniana em sua base e do nervo dorsal do pênis. Um gelco 19 deve ser
inserido num dos corpos cavernosos.

• Esta inserção pode ser transglandar (procedimento de Winter) ou lateralmente na


haste peniana. Sangue é extraído para análise visual e para gasometria. Esvaziamento
dos corpos cavernosos e lavagem exaustiva com soro fisiológico podem trazer
benefícios na detumescência. Associação da lavagem com alfa-adrenérgicos pode ter
resultados superiores quando comparado apenas à lavagem com soro.

• Vários simpatomiméticos foram e são utilizados, como epinefrina, norepinefrina,


fenilefrina, efedrina e metaraminol.

• Associado ao tratamento local do pênis, a doença de base deve ser tratada


concomitantemente.
Escroto Agudo
• Torção de testículo
• É uma emergência urológica verdadeira que pode ser:
Anatómica ou Extrínseca

• Resulta da torção do cordão espermático ou dos apêndices


testicular ou de epidídimo remanescentes da fase
embrionária.

• Causa estrangulamento do suprimento sanguíneo testicular


(torção maior que 90 graus). Se não for instituído tratamento
em três a quatro horas, pode haver atrofia testicular.
• Clínica: Dor intensa no testículo, com inchaço da bolsa
testicular, eritema da região, dor abdominal inferior,
náuseas e vômitos.
• Diagnóstico: Clínico e por imagem (EECD)

• Tratamento: Pode-se tentar a destorção manual


girando os testículos. Na prática, a conduta correta é a
destorção do testículo até 6 horas do início do processo
procedendo a fixação cirúrgica de ambos os testículos.
• Cólica Nefrética e ou Ureteral
• É dor aguda proveniente do trato urinário superior,
chamada de cólica ureteral, cólica renal ou cólica nefrética,
é um dos quadros álgicos mais intensos observados na
medicina.
• A litíase ureteral é a causa mais comum de cólica nefrética;
• Factores que também podem estar relacionados ao início
do quadro álgico são: a passagem de coágulos ureterais,
ligaduras cirúrgicas inadvertidas e compressões
extrínsecas do trato superior
• O quadro clínico é fundamental para se firmar o
diagnóstico de cólica nefrética/ureteral
• Dor lombar em cólica, muito intensa, com
irradiação ântero-inferior que pode atingir o
hipogástrio ou os genitais.
• Disúria
• Polaquiúria
• Sensação de resíduo pós- miccional
• Náuseas e vômitos
• Exame físico : revela dor abdominal difusa com pontos de
maior intensidade, de acordo com a posição do cálculo.
• Obstruções ao nível do ureter proximal provocam maior
sensibilidade à palpação do hipocôndrio ipsilateral,
enquanto obstruções do uretér terminal tornam as fossas
ilíacas as regiões mais dolorosas.
• Durante o episódio de cólica nefrética, a dor pode ser tão
intensa que o paciente refere piora à descompressão
brusca do abdómen, induzindo o diagnóstico de abdómen
agudo.
• Diagnóstico: os exames subsidiários não são necessários para
determinar um diagnóstico de cólica nefrética em pacientes com quadro
clínico exuberante. Podem ser reservados para a identificação do agente
causador e para o planejamento terapêutico.

• USG; TAC; FX Renal

• Tratamento: alívio imediato da dor, a desobstrução urinária, e remoção


do agente causador, deve ser realizada após a analgesia, de acordo com
o resultado dos exames diagnósticos.
Hematúria Macroscópica

• Shistosomíase haematobium
CÂNCER DE PRÓSTATA
EPIDEMIOLOGIA
• MATA EM MÉDIA 10/ANO
• HISTÓRIA FAMILIAR
• TABU
• ANGOLA GERALMENTE O
DIAGNÓSTICO POR SER
TARDIO E O PROGNÓSTICO
É RESERVADO /LETAL
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
LUTS HIPERPLASIA BENIGNA VS CÂNCRO
• NOCTÚRIA • A PRIMEIRA TEM
• SENSAÇÃO DE TRATAMENTO E CURA
ESVAZIAMENTO
INCOMPLETO
• DSE • A SEGUNDA TAMBÉM SE
• JACTO FRACO DIAGNOSTICADA
• MICÇÃO INTERMITENTE PRECOCEMENTE
CÂNCER DE PRÓSTATA
DIAGNÓSTICO
• TOQUE RETAL
• PSA TOTAL E LIVRE
• PERFIL HORMONAL
• PERFIL LIPÍDICO
• ECOGRAFIA PROSTÁTICA
(SUPRAPÚBICA E
TRANSRETAL)
CÂNCER DE PRÓSTATA
• TRATAMENTO

• MEDICAMENTOSO( ALFA BLOQUEADORES)

• TRATAMENTO CIRÚRGICO
• ORQUIDECTOMIA
• RESSECÇÃO PROSTÁTICA POR VIA ABERTA E
ENDOSCÓPICA
• QUIMIO E RADIOTERAPIA
Casos Clínicos

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