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Poliana Brito

Enfermeira Oncologista
FONTE: INCA/2015
CIRURGIA RADIOTERAPIA

QUIMIOTERAPIA IMUNOTERAPIA E HORMONIOTERAPIA


• TRATAMENTO LOCO REGIONAL:
 CIRURGIA
 RADIOTERAPIA

• TRATAMENTO SISTÊMICO:
 QUIMIOTERAPIA
 IMUNOTERAPIA
 HORMONIOTERAPIA
• Papel Tradicional
• Novas Técnicas
• Cirurgia Combinada
• Cirurgias preventivas ou profiláticas;
• Cirurgias diagnósticas;
• Cirurgias com intenção curativa;
• Cirurgias de citorredução;
• Cirurgias paliativas;
• Cirurgias de urgência/emergência
• (R0) - margens microscópicas livres;
• (R1) - ressecção macroscópica completa, com margens
microscópicas comprometidas;
• (R2) - ressecção com doença macroscópica residual.
Cuidados que são específicos para a cirurgia oncológica:

• Incisão cirúrgica ampla e adequada.


• Proteção da ferida operatória com campos secundários.
• Realização de inventário minucioso de cavidades.
• Laqueação das veias antes das artérias.
• Dissecação centrípeta da peça operatória.
• Isolamento do tumor com compressas.
• Manuseio cuidadoso da área afetada.
• Cuidados para não se cortar o tecido tumoral.
• Remoção tumoral com margem de segurança.
• Ressecção em bloco do tumor primário e das cadeias linfáticas, quando indicada.
• Troca de luvas, de campos operatórios e de instrumental cirúrgico, após o tempo
de ressecção tumoral.
TORACOTOMIA
Colectomia direita com anastomose ileocólica Colectomia direita estendida com anastomose ileocólica

Hemicolectomia esquerda com anastomose cólon transverso e sigmóide


HISTERECTOMIA
É uma modalidade terapêutica que utiliza radiações ionizantes,
com objetivo de atingir células malignas impedindo sua
multiplicação por mitose e/ou determinando sua morte.
• As radiações produzem partículas carregadas que irão causar danos químicos e
biológicos no meio.

• Essas partículas carregadas irão lesar o DNA da célula.


A lesão ao DNA pode ocorrer de duas formas:

 AÇÃO INDIRETA
• Os elétrons interagem com o meio(água),
produzindo radicais livres;
• Dano ao DNA é causado pelo produto
dessa interação: radical hidroxila (OH-);
• Constitui cerca de 70% do efeito
biológico.

 AÇÃO DIRETA
• Dano ao DNA causado diretamente pela
partícula carregada;
• constitui cerca de 30% do efeito biológico.
Os pioneiros no tratamento radioterápico usavam a “dose
eritema”, ou a dose de radiação necessária para causar
vermelhidão da pele, para estimar a profundidade do tratamento.
Equipamentos atuais permitem estabelecer com precisão a dose de
radiação a ser recebida no tumor e nos tecidos vizinhos, o que evita o
surgimento de efeitos colaterais agudos ou tardios
• CURATIVA – visa a cura do paciente

• PALIATIVA - busca a remissão dos sintomas: Obstruções, Anti-


álgica, Anti-hemorrágica.

• PROFILÁTICA – para evitar infiltrações


Os tumores de maior radiosensibilidade são aqueles em que as células se
dividem mais rapidamente, são melhores oxigenadas,estão em fase G1 e G2 da
mitose e pouco diferenciadas.

Radiossensibilidade Tecido Normal Tecido Neoplásico


Alta Gônadas, medula óssea Tumores germinativos,
linfomas
Moderada Epitélio (pele e carcinomas
mucosas)
Baixa Conjuntivo e nervoso Sarcomas e gliomas
TELETERAPIA

BRAQUITERAPIA
fonte de radiação é colocada próxima ao volume alvo

• Brachys = próximo
• Terapia = tratamento

Césio137
Irídio192
Radio 226
Iodo125
É a quantidade de radiação emanada por uma fonte radioativa
na unidade de tempo

Baixa Taxa de Dose(BTD) Alta Taxa de Dose (ATD)


• Intracavitária
• Intraluminal
• Intersticial
• Superficial ou de Contato
Intracavitária
A fonte e introduzida em cavidades do corpo adjacentes
aos tumores.

• Ex.: traqueia, esôfago, vagina, reto, uretra


Intraluminal
A fonte é colocada no lúmen de estruturas anatômicas

• Ex: esôfago e pulmões


Intersticial
As agulhas são utilizadas para que a fonte fique a poucos
centímetros do tumor. Pode ser utilizada como implante
temporário ou permanente.

Ex.: câncer de mama e cérebro


Superficial ou de contato
É realizada através de moldes, nos quais são colocadas as fontes de
radiação.

Ex: Câncer de Pele


fonte de radiação é colocada longe do volume alvo

• Tele= distante
• Terapia= tratamento
Acelerador Linear Unidade de 60CO
• Simulador terapêutico
Exames radiológicos que definem a região exata do corpo que necessita de
tratamento
• Marcação definitiva
• Dispositivos de proteção (blocos, moldes, máscaras)
• Colimadores são de materiais que absorvem a radiação (geralmente de
chumbo), impedindo-a de atingir o paciente.
Fonte de elétrons Colimador

Feixe de
elétrons
ou fótons

Mesa de tratamento
• São realizados diariamente
• Dura cerca de 2 a 5 minutos
• Dose total é fracionada, onde é possível administrar mais radiação ao
tumor e minimizar a lesão aos tecidos normais
• As doses variam de 8 a 14 GY.
AS SALAS QUE ABRIGAM OS APARELHOS DE
MEGAVOLTAGEM, DEVEM POSSUIR:

• Paredes de concreto de no mínimo 12 cm de largura;


• Portas de chumbo;
• Circuito interno de TV ou visor duplo plumbífero (com
chumbo)
Os efeitos colaterais dependem do volume tumoral, do local
irradiado, da dose total, do fracionamento, da idade e
condições clínicas do paciente
Prevenção de complicações
e minimização dos efeitos colaterais
inevitáveis

o Manter a pele do campo de tratamento o mais possivelmente seca e livre


de irritações;
o Não usar talcos, cremes, loção, desodorantes ou álcool, usar somente o
que for recomendado pela equipe;
o Evitar vestir roupas justas;
o Lavar a pele do campo de tratamento com água morna apenas, secar
sem esfregar; recomenda-se o uso de sabonete neutro e sem perfume;
o Não usar esparadrapo ou adesivo sobre a pele;
o Não esfregar, coçar, arranhar ou escovar a pele irradiada.
IMOBILIZAÇÃO DO PACIENTE
• O que é ?

• Breve histórico

• Como funciona?
• Relembrando as fases da divisão celular
 Agentes Ciclo celular não específico:
•Alquilantes;
•Antibióticos Antitumorais;
• Hormônios;

 Agentes ciclo específicos:


• Plantas alcalóides;
• Agentes múltiplos;
•Antimetabólitos;
A quimioterapia pode ter as seguintes finalidades:

- Curativa;
- Adjuvante;
- Neoadjuvante;
- Paliativa;
Efeitos adversos mais comuns em quimioterapia:

• Alopecia;
• Alterações gastrintestinais;
• Mielossupressão;
• Prostração;
• Alterações no apetite;
Os determinantes básicos na escolha do tratamento são:
• O diagnóstico histológico e a localização da neoplasia.
• O estádio da doença, incluindo padrões prováveis de disseminação para localizações
regionais e a distância.
• Toxicidade potencial de uso.
• Condições clínicas do paciente, que podem ser quantificadas pelas escalas de
performance status (Escalas de Karnofsky e Ecog).
Avaliação da Capacidade Funcional

Niveis Critérios
ECOG KARNOFSKY
0 100%-90%
Paciente assintomático ou com sintomas mínimos

1 89%-70%
Paciente sintomático, mas com capacidade para o
atendimento ambulatorial
2 69%-50%
Paciente permanece no leito menos da metade do dia

3 49%-30%
Paciente permanece no leito mais da metade do dia

4 29%-10%
Paciente acamado, necessitando de cuidados constantes
• Profissionais Qualificados;
• Dentro da mais rigorosa técnica asséptica;
• Capelas com sistema de filtro, fluxo laminar;
• Uso de EPIs adequados;
• Área com acesso restrito;
• Administração via Oral;
• Administração via Intramuscular;
• Administração via Subcutânea;
• Administração via Endovenosa (em Push/ sob infusão contínua);
• Administração Intravesical;
• Administração Intratecal;
•Administração Intra-arterial;
•Administração Intrapleural/Intraperitoneal;
Sistema Imunológico:
• Células responsáveis por resposta imediata ou de curta duração

• Células responsáveis por resposta não imediata ou de memória


O QUE ACONTECE COM O SISTEMA IMUNE NO CANCER?

FALHAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO


AVANÇOS NA BIOLOGIA MOLECULAR

O tratamento farmacológico do câncer recebeu significativos avanços nas últimas décadas. A


descoberta de vias envolvidas na transdução de sinais desencadeados pela ativação de receptores
por seus ligantes nas células tumorais tornou possível a identificação e posterior validação de
novos alvos terapêuticos do câncer, levando ao desenvolvimento de novas classes de drogas,
comumente conhecidas como terapias alvo. Essas drogas representam uma grande promessa para
o aperfeiçoamento dos tratamentos convencionais, que se baseiam na ressecção cirúrgica tumoral,
na radioterapia, hormonioterapia, e quimioterapia.
É o tratamento baseado em substâncias que estimulam o sistema imunológico
do paciente, levando a destruição de células tumorais diretamente pelas
células de defesa do organismo e pela produção de anticorpos específicos.
IMUNOTERAPIA ATIVA
Baseia-se na estimulação e na restauração do sistema imune , com o objetivo de intensificar
a resistência do hospedeiro contra o crescimento tumoral.
Agentes utilizados na imunoterapia ativa:
• Vacinas (hepatite B/ HPV)
• Bacilo Calmette-Guérin (BCG)
• Interleucina-2
• Alfainterferona
• Inibidores de checkpoints imunológicos (ipilimumabe, nivolumabe, pembrolizumabe,
atezolizumabe)

IMUNOTERAPIA PASSIVA
Visa a produção de anticorpos com o objetivo de aumentar a competência imunológica
do hospedeiro no combate à doença.
Os Anticorpos Monoclonais atacam um receptor especifico da célula tumoral,
desencadeando reações que interferem no fator de crescimento, progressão e
propagação do Câncer.

Alguns anticorpos monoclonais:


• Rituximabe
• Transtuzumabe
• Bevacizumabe
• Cetuximabe
Inibidores de Tirosina Quinase

Tem sido alvo de pesquisa no mundo todo, por serem capazes de inibir a
proliferação celular, a invasão celular e a angiogênese, visando melhorar o
prognóstico dos pacientes.

Algumas drogas:
Imatinibe
Sunitinibe
Sorafenibe
Geftinibe
Erlotinibe
O que é?
Impedir a ação dos hormônios que estimulam o crescimento das células tumorais. A
hormonioterapia age bloqueando ou suprimindo os efeitos do hormônio sobre o órgão alvo. Nas
mulheres bloqueia-se a ação do estrógeno e nos homens a ação da testosterona.

Hormônio ► combustível do tumor (alimenta o tumor)

• Importância da Imunohistoquímica (receptor hormanoal +/-)

CLASSIFICAÇÃO
CA DE PROSTATA
O QUE É?
Privar o organismo da testosterona, o que pode ser feito de duas formas: pela orquiectomia (remoção cirúrgica
dos testículos) ou pelo bloqueio com medicamentos que impedem os testículos de produzir a testosterona,
hormônio masculino que alimenta o câncer de próstata. As duas drogas mais utilizadas para o bloqueio
hormonal medicamentoso são a gosserrelina e a leuprolida.

PRA QUEM É INDICADA?


A terapia hormonal pode ser utilizada em várias situações:
• Se o paciente não pode realizar cirurgia ou radioterapia, ou se a doença não pode ser curada por estes
procedimentos, pois o câncer já se disseminou além da próstata.
• Se o câncer não foi totalmente curado ou recidivou após a cirurgia ou radioterapia.
• Como complemento à radioterapia, se o paciente tem um alto risco de recidiva.
• Antes da cirurgia ou radioterapia para tentar reduzir o tamanho do tumor.
• Em geral, nos pacientes com envolvimento ósseo ou de outros órgãos, o tratamento de escolha é a
hormonioterapia. A probabilidade de resposta a essa forma de tratamento é maior que 85%, mas ao
contrário da radioterapia e da cirurgia, na doença localizada, o tratamento hormonal tem a capacidade de
controlar, mas não de curar o câncer.
Efeitos Colaterais da Terapia Hormonal
• Diminuição ou ausência da libido.
• Impotência.
• Diminuição dos testículos e do pênis.
• Sensibilidade e crescimento do tecido
mamário.
• Osteoporose.
• Anemia.
• Perda de massa muscular.
• Ganho de peso.
• Fadiga.
• Aumento do colesterol.
• Depressão.
• O QUE É?

• INDICAÇÕES
CUIDADOS NECESSÁRIOS DURANTE O TRATAMENTO
- Suspender o uso de hormônios tiroideanos (que são introduzidos após a retirada
cirúrgica da glândula);
- Realizar uma dieta pobre em substâncias que contenham iodo (alimentos e
medicamentos);
- No dia do tratamento estar em jejum de pelo menos 4 horas, pois assim a absorção
do iodo radioativo no estômago será melhor e maior.
- Durante o tratamento, o paciente ficará internado em quarto especial, que contem
proteção nas paredes, para evitar que a radiação contida no iodo 131 atinja pessoas ao
redor.
- Também deverá ingerir bastante líquido, preferencialmente água, para que o excesso
de radiação seja eliminado na urina.
A partir do primeiro dia é ofertado balas azedas ou mesmo frutas cítricas para
estimular a salivação e evitar que o iodo 131 se concentre nas glândulas salivares.
EFEITOS COLATERAIS

Agudos :
- náuseas e vômitos;
- dor e irritação do estômago;
- inchaço e dor das glândulas salivares.

Crônicos:
- boca seca;
- olhos com pouco lacrimejamento (olhos secos);
- hipotireoidismo (falta de hormônios da tireoide).
Apesar de usarmos material radiativo, não existe possibilidade de se provocar
algum outro tipo de câncer, pois a dose é planejada para cada caso e seu uso
controlado.
É a infusão intravenosa de células progenitoras hematopoiéticas, destinada a
restabelecer a função medular e imune. Substituindo assim as células tronco
da medula óssea doente, por células tronco normais de um doador,
administradas num receptor após o tratamento com altas doses de
quimioterapia e/ou irradiação.
Atualmente no Brasil:
Indicações
NEOPLASIAS DOENÇAS DOENÇAS CONGÊNITAS
MALIGNAS NÃO -MALIGNAS / GENÉTICAS
•Leucemias agudas

•Leucemias crônicas Adquiridas:


Doenças hematológicas:
•Síndromes Anemia aplástica severa
mielodisplásicas Anemia de Fanconi
Aplasia pura de série
•Linfomas vermelha Talassemia
Porfíria eritropoética:
Hemoglobinúria
Mieloma múltiplo paroxística noturna. Anemia falciforme

Tumores sólidos Doenças auto-imunes

Outros hemopatias
malignas
De acordo com:

• Doador (Autogênico, Singênico ou Alogênico)

• Fonte de células (Medula óssea, Sangue Periférico ou


Cordão Umbilical)
COLETA POR AFÉRESE
INFUSÃO DA MEDULA
Cordão Umbilical
Complicações
Agudas :
Mucosite
Náuseas eVômitos
Diarréia
Doença do Enxerto contra o Hospedeiro Aguda(DECH)
Doença venoclusiva Hepática
Complicações Hemorrágicas
Complicações

• Tardias:
Doença do Enxerto contra o Hospedeiro
Crônica(DECH)
Complicações pulmonares
Disfunção gonadal
Complicações musculoesqueléticas
Complicações neurológicas
Neoplasias secundárias
DECH
É desencadeada pelo ataque de LinfócitosT imunocompetentes
do doador, contra antígenos de histocompatibilidade do
receptor.
O tratamento ideal é aquele que maximiza a cura e minimiza os
efeitos colaterais. Para isso, é preciso programação técnica
adequada e suporte clínico cuidadoso.

OBRIGADA!

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