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Física Aplicada à Biologia

08/12/23

Profa. Dra. Cássia A. Marquezin


MEDICINA NUCLEAR
PET-CT
➢ Nas imagens feitas por PET-CT o radiofármaco mais utilizado é o Fluor-18; é administrado aos
pacientes de modo intravenoso; em geral o radionuclídio é ligado a uma molécula orgânica comum ao
organismo humano, como por exemplo, a glicose. A seguir, estrutura molecular da glicose e
fluorodesoxiglicose (FDG):

FDG
Glicose
MEDICINA NUCLEAR
PET-CT
➢ O FDG se acumula com maior concentração nos órgãos que absorvem bastante glicose, como é o caso
do cérebro (para gerar sinapses), dos músculos (para produzir os movimentos) e de células de rápido
crescimento (células de câncer ou células envolvidas em processo inflamatório).
➢O Flúor-18 apresenta inúmeras vantagens para ser usado nessa técnica de diagnóstico:
a) o pósitron emitido tem baixa energia;
b) não há emissão de fótons  no decaimento nuclear; os únicos fótons  emitidos são provenientes do
processo de aniquilação de pares;
c) decai em Oxigênio-18, que é estável e não-tóxico.

➢ Outro radiofármaco utilizado neste tipo de exame é a Colina-C11, onde um carbono-12 é substituído
por um carbono-11; usado principalmente para análise da próstata e sistema nervoso central.
MEDICINA NUCLEAR
PET-CT

Equipamento para exame de PET-CT

Fonte: By Brudersohn - Own work, CC BY-SA 3.0


MEDICINA NUCLEAR para TRATAMENTO
➢O Iodo-131 (emissor  e ; T1/2 = 8 dias) é administrado oralmente aos pacientes; por afinidade,
este radionuclídeo se concentra na tireóide e é utilizado para irradiar nódulos benignos, resquícios de
tecido devido à remoção cirúrgica de carcinoma, metástases, etc. Todo o procedimento é registrado
por imagens cintilográficas.

➢Cirurgia radioguiada: procedimento cirúrgico que consiste em marcar com radionuclídeos a


estrutura a ser removida ou biopsiada; durante o ato cirúrgico, o Gama Probe direciona (emissão
sonora) a localização exata do nódulo que contém maior quantidade de radionuclídeo. Pode-se avaliar
com contagem in vivo e ex vivo se o nódulo foi realmente retirado.

MEDICINA NUCLEAR
MEDICINA NUCLEAR
Cirurgia radioguiada
RADIOTERAPIA
Uso de radiação ionizante para
tratamento de neoplasias malignas.

(Fonte: CEBROM)

(Fonte: A.C. Camargo)


Como se dá o tratamento – efeitos biológicos
O tratamento pode se dar através:

❑ da destruição das células de um tumor

❑ do impedimento do crescimento das células de um tumor

❑ do controle de sangramentos e dores

❑ da redução de tumores que estejam comprimindo outros órgãos.

➢ As doses de radiação e o tempo de aplicação são calculados de acordo com o tipo e


o tamanho do tumor; segundo a OMS, cerca de 70% dos pacientes diagnosticados
com câncer farão radioterapia em alguma fase do tratamento.
Posição da fonte de radiação
TELETERAPIA: fontes externas ao corpo do paciente. Hoje em dia os tratamentos são feitos
predominantemente com aceleradores de elétrons e raio-X. No passado, a fonte de Cobalto-60
sempre foi a mais utilizada para este tipo de tratamento (Co-60 é um emissor ).

BRAQUITERAPIA: fontes inseridas diretamente no local a ser tratado. São inseridos fios
(contendo o radioisótopo) diretamente no tecido tumoral; esses fios são muito finos e pequenos; são
recobertos com platina ou aço inoxidável, os quais absorvem radiação , e deixam passar somente a
radiação , que deverá provocar a morte celular. O tecido sadio não é afetado pela radiação, por estar
mais distante da fonte (fio). O irídio-192 é o radioisótopo mais utilizado neste tipo de tratamento
(T1/2 = 74 dias)
BRAQUITERAPIA

Exemplo: câncer de
próstata.

Radionuclídeos: Co-60;
Irídio-192; Iodo-125, etc.

‘Sementes’ implantadas.
BRAQUITERAPIA

Exemplo: câncer de próstata.


Implantação de sementes para
tratamento de próstata. As
sementes permanecem no
local, irradiando por dias ou
semanas.
BRAQUITERAPIA

Exemplo: câncer de mama.

(Fonte: Biotech Spain)


(Rev Senol Patol Mamar 2016;29:63-8)
Técnicas utilizadas atualmente
➢ Radioterapia Convencional (RT2D): baseada em radiografias, somente. Utilizada em casos
paliativos ou com prognóstico ruim. Baixa delimitação do volume-alvo.

➢ Radioterapia Conformada ou Tridimensional (RT3D): Planejamento e tratamento


baseados em tomografia (ás vezes ressonância magnética e PET-CT). → Permite melhor
definição do volume-alvo → menor efeito colateral durante o tratamento → menor risco de
sequelas. Indicada na maioria dos tratamentos curativos em cabeça e pescoço, tórax, abdome e
pelve.

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Técnicas utilizadas atualmente
➢ Radioterapia com Modulação da Intensidade do Feixe (IMRT): baseada em tomografia e,
(às vezes, ressonância magnética e PET-CT). Indicada quando há estruturas nobres muito
próximas ao tumor e com menor tolerância à radiação; necessidade de aplicar altas doses no
tumor; e quando o volume a ser irradiado é muito grande. É utilizada em casos de tumores de
cabeça e pescoço.

➢ Radioterapia Intraoperatória: aplicada em apenas uma fração, de dose alta, com feixe de
elétrons logo após a retirada por cirurgia total ou parcial do tumor; após o tumor ser ressecado,
coloca-se um cone para dirigir o feixe de radiação. O paciente é levado à sala do acelerador
linear para ser irradiado localmente. Depois, o paciente volta à sala cirúrgica para conclusão da
cirurgia. Indicada para tumores recidivados em abdome e pelve. 15
Técnicas utilizadas atualmente
➢ Intrabeam e Câncer de Mama: tratamento radioterápico intraoperatório de pacientes com
câncer de mama. A tecnologia é aplicada em casos selecionados, em uma dose única de
radiação, reduzindo o tempo do tratamento para 30 minutos – o modelo convencional dura
entre 5 e 6 semanas.
➢ Radiocirurgia (RCIR) ou Radioterapia Estereotáxica Fracionada (REF): liberada em
fração única (RCIR) ou frações que podem variar de 2 a 30 (REF). Utiliza sistema de
imobilização próprio, não rígido, propiciando, assim, a precisão da estereotaxia e permitindo às
estruturas normais adjacentes repararem o dano sublateral. Geralmente indicada para lesões
maiores do sistema nervoso central (SNC) e da base do crânio.

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Tipos de fontes muito utilizadas hoje em dia

Acelerador linear - feixe


de elétrons

(Fonte: Medical Expo)


Tipos de fontes muito utilizadas hoje em dia

Acelerador linear - feixe


de elétrons

(Fonte: Serviço de Radioterapia do Hospital São Lucas – PUCRS)


Campos de radiação
IMRT: radioterapia com intensidade modulada
➢ Na IMRT, a entrega da radiação é feita através do MLC (multileaf collimator); cada ‘folha’ é
precisamente configurada para uma posição no espaço e o conjunto de todas as folhas juntas
define a forma exata do feixe de
radiação sobre o alvo a ser
tratado.

(Fonte:365 days of Medical Physics)


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IMRT: radioterapia com intensidade modulada

(Fonte:365 days of Medical Physics)

(Fonte: Genesis Healthcare)


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IMRT: radioterapia com intensidade modulada
➢ Uma das técnicas mais modernas: Radioterapia com intensidade do feixe (elétrons) modulada.

(Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein)

➢ Com esta técnica, o cálculo do volume alvo se torna extremamente preciso e os tecidos sadios
adjacentes são poupados da radiação, de forma extremamente eficiente.
IMRT: radioterapia com intensidade modulada

(Fonte: Hospital Israelita Albert Einstein)


Gamma Knife®
Múltiplos feixes de fótons gama são utilizados na irradiação de lesões exclusivamente cerebrais.
Não é uma técnica invasiva; não há necessidade de cortes, nem de craniotomia; não há
necessidade de internação do paciente.

(Fonte: https://www.elekta.com)
Gamma Knife®
Ao redor do crânio se localizam diversas fontes de Cobalto 60 (60Co), responsáveis pela
produção de feixes pequenos de fótons gama, irradiando com precisão sub-milimétrica o alvo.

(Fonte: https://www.elekta.com)
Gamma Knife®

Cada um dos 201 feixes de fótons


gama é direcionado num volume
alvo muito específico, de modo
que todo o tecido sadio ao redor
do alvo não seja afetado pela
radiação.

(Fonte: https://www.elekta.com)

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