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F I

R A
O G
A M
M A
A glândula mamária, é um órgão par, que se
situa na parede anterior e superior do tórax e
está apoiada sobre o músculo peitoral maior; se
estende da segunda à sexta costela no plano
vertical e do esterno à linha axilar anterior no
plano horizontal.
A mama feminina é composta por lobos
(glândulas produtoras de leite), por ductos
(pequenos tubos que transportam o leite dos
lobos ao mamilo) e por estroma (tecido adiposo
e tecido conjuntivo que envolve os ductos e
lobos além de vasos sanguíneos e vasos
linfáticos).
História do Rastreamento Mamário

Em 1913, Albert Salomon, um médico cirurgião, tornou-se a primeira pessoa a


descrever a utilidade da radiologia no estudo do câncer de mama. Ele realizou
radiografias em mais de 3.000,00 amostras de mastectomia e correlacionou o achado
radiográfico, macroscópico e microscópico, foi ele também que descreveu os achados
radiológicos relacionados às microcalcificações.
Até meados dos anos 60 a mamografia era realidade com equipamentos geral de
Rx. A incapacidade deste equipamento em reproduzir imagens finamente detalhadas e
de alto contraste levou Charles Gros, um francês a desenvolver o protótipo da primeira
unidade destinada à mamografia.
Esta unidade de raios-x continha inovações: um alvo de molibdênio (preferível ao
tungstênio), que proporcionava alto contraste em razão do grande efeito fotoelétrico
dos raios-x de baixa energia que produzia, em um dispositivo cônico de compressão
embutido que diminuía a espessura da mama e a imobilizava durante a exposição.
Em 1967, uma empresa juntamente com Gros lançou o
Senógrafo, a primeira unidade destinada
exclusivamente à mamografia comercialmente disponível.
Entre esses, muitos aspectos foram sendo desenvolvido
para promover melhorias no rastreamento mamário, por
volta dos anos 70,
um mecanismo de compressão ligado em um pedal para
fazer tal compressão.
Nos últimos cem anos, o ser humano tem sido exposto
a uma quantidade cada vez maior de
inúmeros compostos químicos novos resultantes da
atividade industrial, amplamente distribuídos no ambiente
e capazes de induzir danos ou lesões no material genético.
O corpo humano contém trilhões de células agrupadas para formar os tecidos, como músculos, ossos e pele.

A maioria das células normais cresce se reproduz e morre.

Se esses processos ocorrem de modo equilibrado e de forma ordenada, o corpo permanece saudável executando suas

funções normais. No entanto, uma célula normal pode tornar-se uma célula alterada e isso ocorre quando o material

genético é danificado.

Material genético: é toda a informação contida nos genes, formados pelo ácido

desoxirribonucleico D.N.A e localizados no núcleo celular.

Os genes são responsáveis pela produção de todas as nossas proteínas, que determinam tudo, isto é, desde a estrutura

à função do nosso corpo, bem como o comportamento e aparência normal das células, além de conferir todas as

características físicas únicas que formam o conjunto de cada indivíduo.

A partir do momento em que uma célula carrega uma lesão em seu material genético D.N.A,

ela passa a ser uma célula alterada, sendo denominada MUTADA. Uma vez alterado o D.N. A, o corpo consegue, quase

sempre, promover o reparo desses danos através de mecanismos que recompõem as atividades celulares.

Com o passar dos anos as alterações que não foram reparadas foram se acumulando e, eventualmente, podem levar à

perda de controle dos processos vitais da célula, uma vez que a célula sofre mutação não mais obedece aos sinais

internos. Deste modo, a célula que sofreu mutação passa agir independentemente em vez de cooperativamente,

dividindo-se de modo descontrolado, até formar uma massa celular denominada TUMOR.
A mamografia na década de 1990 passou a ser um dos exames
radiológicos mais requisitados.
A mamografia é o método mais efetivo de diagnóstico precoce,
na atualidade. Segundo Der
Shaw, é a única área da radiologia em que é possível buscar, de
modo sistemático, o câncer em estágio ainda curável.
Um exame com alto padrão de qualidade pode visualizar, em
85% a 90% dos casos, um tumor com mais de dois anos de
antecedência de ocorrer acometimento ganglionar, em mulheres
com mais de 50 anos de idade. Sua especificação é de
aproximadamente 90% ou mais, sendo, portanto, o exame
“padrão ouro” na detecção precoce no câncer de mama.
De acordo com a literatura, mamografia tem sensibilidade entre
88% e 93,1% e especificidade entre, e a utilização desse exame
como método de rastreamento reduz a mortalidade em 25%.
Em 1992, em virtude da campanha da Sociedade Americana de Cancerologia na qual

todas as mulheres acima de 40 anos devem ser submetidas à mamografia de triagem.

O objetivo da mamografia é produzir imagens detalhadas com alta resolução espacial da

estrutura interna da mama para possibilitar bons resultados diagnóstico.

A diferença radiográfica entre o tecido normal e o tecido doente é extremamente tênue;

portanto, a alta qualidade do exame é indispensável para alcançar uma resolução de alto

contraste que permita essa diferenciação.

Cada componente na formação sequencial da imagem é indispensável para o seu

sucesso, desde o posicionamento do paciente para a aquisição da imagem até a

qualidade e estado do negatoscópio.

Para garantir o desempenho da mamografia, a imagem obtida deve ter alta qualidade e,

para tanto, são necessários: equipamento adequado, técnica radiológica correta,

conhecimento,

prática e dedicação dos profissionais envolvidos.


Quando que um tumor é classificado como benigno?

Quando ele não invade os tecidos vizinhos ou se transloca,


através da corrente sanguínea, para outros órgãos. Esses tumores
são quase sempre facilmente removidos cirurgicamente.
Por outro lado, as células tumorais crescem e se dividem,
invadindo outros locais, são denominadas de malignas ou
cancerosas. Essas células podem ter a habilidade de se espalhar
pelos tecidos sadios do corpo, por um processo conhecido como
METÁSTASE, invadindo outros órgãos e formando novos tumores.
Portanto, o câncer pode ser definido como uma doença
degenerativa resultantes do acúmulo de lesões no material
genético das células em questão, o que induz o processo de
crescimento, reprodução e dispersão normal das células
(metástase).
Equipamentos e Noções de Física

Objetivo: produzir imagens de alta resolução e contraste utilizando à menor doze de


radiação possível.
A física na mamografia merece atenção devido a:
1- Microcalcificações (tão pequeno quanto 0,1 a 0,3)
2- Detectabilidade de Baixo Contraste;
Produção do raio-X
Nesse processo um feixe de elétrons é emitido do catodo (emissão termo-iônica).
Devido à diferença de voltagem ( pelo menos 25.000 V ou 25 KV) entre o catodo
(negativo - repele os elétrons) e o anodo (positivo - atrai os elétrons), os elétrons são
direcionados e se chocam contra o ponto focal do anodo. Cerca de 99% da energia
resultante do choque dos elétrons é convertida em calor. Até 1% da energia é
convertida em fótons (raios-x).
Formação da imagem
Os raios-X são produzidos por poucos segundos e
dirigidos para a mama. Nessa interação podem
atravessar a mama ou serem absorvidos ou
desviados, na dependência de variáveis como a
espessura da mama, a composição do parênquima e
a presença de patologias. Os raios-X que atravessam
a mama são detectados pelo filme (mamografia
convencional), pela placa de fósforo (radiologia
computadorizada – CR) ou pelo receptor digital
(radiologia digital – DR).
Interação dos raios-X com a mama

Computed Radiology -
CR

Através dessa
tecnologia, a imagem
obtida da mama é
armazenada
temporiariamente na
placa de fósforo.
Placa de fósforo (branca) sendo inserida no
cassete (preto)
Após a exposição
da mama, as
informações
contidas na placa
de fósforo é
digitalizada pela
leitora CR.
Leitora - CR

A imagem pode ser

ajustada digitalmente.
Pós processamento da imagem digitalizada

Os exames podem
finalmente ser
interpretados com
alta resolução e
arquivados
Interpretação do exame em monitores com
resolução de 5 MP
Equipamentos
Mamografia Digital

Na mamografia digital, a imagem é obtida por fótons


de raios-x que interagem com detectores em um
mamógrafo especialmente projetado para esta
finalidade. O detector é individual para o equipamento e
a imagem obtida é digital.
A técnica digital pode reduzir em até 50% a dose de
radiação em pacientes (Bushberg, 2002), devido à
eficiência dos seus detectores. O Senographe 2000 D foi
primeiro mamógrafo digital , criado pela General Electric
no ano de 2000.
Xeromamografia

À esquerda, a imagem de uma mama densa em um sistema de mamografia convencional, a imagem à direita é uma
mama radiografada com o método de xeromamografia.

A xeromamografia é um processo de exame radiológico da mama, para detecção de


câncer, que utiliza, em vez da película fotográfica da mamografia convencional, uma
chapa de alumínio coberta por uma camada de selênio ionizado (Cuttino, 1985).
Os tubos de raios-x utilizados na xeromamografia têm ânodos de tungstênio, e a
filtração de alumínio (1 a 2 mm), operando com tensão.
Termografia
Termografia é uma técnica de diagnóstico
não invasivo, que permite ao examinador
visualizar e quantificar as mudanças na
figura a) é apresentada atividade normal, já na temperatura da superfície da pele do paciente.
figura b) a imagem apresenta uma significante Um dispositivo de infravermelho é usado
atividade vascular. para converter a radiação infravermelha
emitida pela superfície da pele em impulsos
elétricos que são visualizados em cores em um
monitor (Bronzino, 2006).
O espectro de cores indica um aumento
ou uma diminuição na quantidade de radiação
infravermelha sendo emitida pela superfície do
corpo. Uma vez que existe um alto
grau de simetria térmica no corpo normal, a
assimetria de temperatura anormal pode ser
facilmente identificada.
Figura – Exame mamário utilizando o aparelho de Porém, a termografia detecta neoplasias
termografia (Fonte: http://www.meditherm.com/).
somente em estado avançado.
Tomografia A Laser
O mamógrafo a laser CT é um aparelho que
pode mostrar o seio humano para determinar
se o câncer está presente. Para obtenção de
imagens ele não utiliza radiação-x, apenas um
raio laser para criar uma imagem em 3D. O
mamógrafo CT não faz pressão sobre os seios e
nem os toca, tornando o exame inteiro fácil e
indolor. O sistema de mamografia a laser foi
Equipamento de Tomografia a Laser criado para uso como adjunto à mamografia
convencional em pacientes que tenham
achados mamográficos indeterminados. Ele
consiste em monitorar o fluxo sanguíneo da
mama e assim é possível refazer a construção
da mesma. A média de tempo de varredura é
de cerca de 10 a 15 minutos por cada seio.
Uso das mamografias

Mamografia de rastreamento. A mamografia de rastreamento é


feita para procurar sinais de câncer de mama em mulheres
assintomáticas. Nessas mamografias são realizadas duas imagens
de cada mama de dois ângulos diferentes.

Mamografia de diagnóstico. Essas mamografias são realizadas para


visualizar a mama de mulheres que estão apresentando sintomas
ou tiveram alterações na mamografia de rastreamento. A
mamografia de diagnóstico pode incluir imagens extras da mama
que não fazem parte da mamografia de rastreamento. Algumas
vezes as mamografias de diagnóstico são usadas para rastrear
mulheres que foram tratadas contra câncer de mama.
Obtenção das imagens mamográficas
A mamografia usa um equipamento projetado para examinar apenas o
tecido mamário, que emite radiação em doses mais baixas do que uma
radiografia convencional. Como essa radiação não atravessa facilmente o
tecido, esse equipamento utiliza um sistema com duas placas para
comprimir a mama, de modo que o tecido seja distribuído e se obtenha
uma imagem usando menos radiação.
A mamografia digital é como uma mamografia convencional, onde os
raios X são usados ​para criar uma imagem da mama. A diferença está na
forma de obtenção e armazenamento da imagem. Na mamografia
convencional as imagens são impressas em filmes radiográficos. Enquanto
que as imagens digitais, muito mais comuns atualmente, são gravadas e
armazenadas em arquivos no computador.
Após o exame, o radiologista analisa as imagens direto na tela do
computador, onde pode ajustar o tamanho, brilho ou contraste para
visualizar com maior nitidez determinadas áreas. As imagens digitais
também podem ser enviadas eletronicamente para o médico.
Segurança das mamografias
As mamografias expõem as mamas a pequenas doses
de radiação. Mas os benefícios da mamografia superam
qualquer dano possível pela exposição às radiações. Os
mamógrafos modernos usam baixas doses de radiação
para obter imagens da mama de alta qualidade.
Se houver a suspeita de estar grávida, informe seu
médico e o técnico de raios X. Embora o risco para o feto
seja pequeno e as mamografias geralmente sejam seguras
durante a gravidez, as mamografias de rastreamento não
são realizadas de forma rotineira em mulheres grávidas
que não apresentam risco aumentado de câncer de mama.
O que é diagnosticado na mamografia

As alterações patológicas da mama que podem ser vistas na


mamografia são massas, calcificações, áreas com densidades
assimétricas ou distorção de arquitetura, ductos proeminentes,
espessamento da pele ou mamilo e retração deste último. Uma
imagem mamográfica deve ter o contraste ideal entre as diferentes
estruturas da mama e a melhor resolução, a fim de se perceber o
menor sinal possível de lesão, para que o diagnóstico clínico possa
ser muito assertivo ao se encontrar alguma anormalidade.
É muito importante levar os exames anteriores, para que o
radiologista possa comparar as imagens obtidas com as anteriores,
de modo a confirmar se algum tipo de lesão já existia (ou não)
anteriormente.
Calcificações. As calcificações são pequenas partículas de cálcio depositadas espontaneamente no tecido
mamário, devido ao envelhecimento ou câncer de mama, e que aparecem como pequenas manchas
branca na imagem. As calcificações podem ser macrocalcificações ou microcalcificações.
 
Macrocalcificações. As macrocalcificações são partículas de cálcio maiores, provavelmente devido a
alterações causadas pelo envelhecimento das artérias mamárias, lesões antigas ou inflamação. Essas
partículas geralmente estão relacionadas a condições não cancerígenas e não precisam ser investigadas
com uma biópsia. Elas tornam-se mais comuns com a idade (especialmente após os 50 anos).
 
Microcalcificações. As  microcalcificações são pequenas partículas de cálcio muito comuns na mama.
Quando vistas em uma mamografia são preocupantes, mas nem sempre significam que o câncer está
presente. Na maioria dos casos, as microcalcificações não precisam ser investigadas com biópsia. Mas se
tiverem uma aparência e um padrão suspeito, a biópsia é indicada para verificar a presença (ou não) de
câncer.
 
Massas. Uma massa é uma área de tecido mamário denso, com uma forma e bordas que a tornam
diferente do restante do tecido mamário. Com ou sem calcificações, é outra alteração importante
visualizada numa mamografia. As massas podem incluir cistos e tumores sólidos benignos, como
fibroadenoma, ou tumores malignos.
 
Cistos. O cisto é o acúmulo de líquido dentro de um órgão. São benignos e não precisam ser investigados
com uma biópsia.
 
Massas sólidas. Podem ser mais preocupantes, mas a maioria das massas mamárias não é câncer.
Densidade da mama
O laudo da mamografia também conterá uma avaliação da
densidade da mama. A densidade da mama é baseada na
distribuição dos tecidos fibrosos e glandulares da mama, em
comparação com a quantidade de mama composta por tecido
adiposo.
Mamas densas não são anormais, mas estão ligadas a um
maior risco de câncer de mama. O tecido mamário denso
também pode dificultar a localização de câncer em uma
mamografia.
Ainda assim, os especialistas não concordam que outros
exames, se houver, devem ser feitos junto com as mamografias
em mulheres com mamas densas que, de outra forma, não
correm maior risco de câncer de mama, com base em mutações
genéticas, câncer de mama na família ou outros fatores.
Entendendo o laudo da mamografia
Os médicos utilizam um sistema padrão para descrever os resultados da mamografia denominado
BI-RADS (Breast Image Reporting and Data System). Esse sistema uniformiza os relatórios através
das descrições das lesões e da padronização das conclusões, e ainda  sugere orientações que
devem ser tomadas, dependendo da classificação final obtida.

Categoria BI-RADS
Categorias Interpretação Recomendação

0 Exame inconclusivo. Necessita de exames adicionais.

1 Exame normal. Exame de rotina anual.

2 Alterações benignas Exame de rotina anual.

Exame provavelmente Realizar controle precoce (em 6, 12,


3 benigno. 24,36 meses).

4 Lesão suspeita de câncer. Realizar biópsia da mama.

Lesão altamente suspeita


5 Realizar biópsia da mama.
de câncer.

Lesão já com diagnóstico


6 de câncer. Tratamento oncológico.

Limitações da mamografia
Atualmente, a mamografia é o melhor exame de rastreamento para o câncer de mama, mas também é limitado. Por
exemplo, não é 100% preciso para mostrar se uma mulher tem câncer de mama:
Resultados falso-negativos
  Uma mamografia falso-negativa parece normal
mesmo que o câncer de mama esteja presente. Em
geral, as mamografias de rastreamento não
detectam 1 em cada 5 cânceres de mama:
Mulheres com mamas densas têm maior
probabilidade de ter resultados falso-negativos.
As mamografias falso-negativas podem dar às
mulheres uma falsa sensação de segurança,
pensando que elas não têm câncer de mama
quando na verdade têm.
Resultados falso-positivos
Uma mamografia falso-positiva parece anormal, embora nenhum
câncer esteja realmente presente. Mamografias anormais geralmente
exigem exames adicionais (mamografias de diagnóstico, ultrassom e, às
vezes, ressonância magnética ou até uma biópsia da mama) para
diagnosticar se a alteração é câncer.
Resultados falso-positivos são mais comuns em mulheres mais jovens,
mamas densas, biópsias mamárias, câncer de mama na família ou que
tomam estrogênio.
Cerca de metade das mulheres que fazem mamografias anuais por
um período de 10 anos terão um resultado falso positivo em algum
momento.
As chances de falso positivo são mais altas para a primeira
mamografia. Mulheres que têm mamografias anteriores disponíveis para
comparação reduzem suas chances de um resultado falso positivo em
cerca de 50%.
DICAS
POSICIONAMENTOS
Incidências de Rotina
As incidências básicas ou padrões, também
algumas vezes denominadas incidências de
rotina ou rotinas do serviço, são as incidências
ou posições comumente realizadas na maioria
dos serviços de mamografia.
Craniocaudal Crânio Caudal
A incidência CC privilegia os quadrantes mediais. Os critérios para seu
posicionamento são:
>> O músculo peitoral deve ser visto em cerca de 30% (trinta por cento) dos
exames;
>> A papila deve estar paralela ao filme e posicionada no raio de 12 (doze)
horas.
Médio Lateral Oblíqua
A incidência mediolateral oblíqua deve observar os seguintes requisitos:
>> As mamas devem estar simétricas
>> O músculo peitoral maior deve ser visto, no mínimo, até a altura da papila,
com borda anterior convexa
>> O sulco inframamário deve ser visto aberto na borda inferior da imagem
>> A papila deve estar paralela à base do filme e a mama não deve estar
pêndula
INCIDENCIAS_COMPLEMENTARES_MAMOGRAFIA.pdf
Estruturas da mama e sua diferenciação
durante a lactação
Como ocorre a drenagem linfática das mamas?
Da papila, aréola e dos lóbulos da glândula mamária, a
linfa segue para o plexo linfático subareolar. Daí, cerca de
75% segue para os linfonodos axilares, principalmente os
dos quadrantes laterais da mama, através dos linfonodos
anteriores ou peitorais.
O restante da linfa, ou seja, a parte dos quadrantes
mediais e inferiores, irão drenar para os linfonodos
paraesternais e para os linfonodos abdominais,
respectivamente.
A linfa seguirá caminho desembocando em outros
linfonodos maiores, chegando aos troncos linfáticos, e
seguindo até chegarem às veias braquiocefálicas.
Porque as mamas crescem durante a
puberdade?
Qualquer crescimento fisiológico na mulher não
grávida se deve à deposição de gordura, a qual
se dá decorrente do estímulo do estrógeno ao
processo de diferenciação das células
mesenquimais no estroma interlobar em
adipócitos, sendo nesses adipócitos verificado o
acúmulo de lipídios.
*Desenvolvimento das mamas pré-puberdade e
pós puberdade.
MAMAS MASCULINAS

A mama masculina apresenta estruturas que permanecem rudimentares ao longo da vida do

homem. Isto é, seus ductos são pequenos e não possuem a presença de lóbulos e alvéolos,

apresentando apenas um pouco de tecido fibroadiposo. A aréola é bem desenvolvida,

enquanto a papila mamária é pequena.

Alguns homens apresentam uma proliferação benigna ou crescimento excessivo do tecido

mamário, conhecida como ginecomastia, associada ao acúmulo de líquido nos ductos

glandulares. Nesse sentido, geralmente sua causa deriva do desequilíbrio hormonal, entre

estrógenos e andrógenos.
Comparação do tecido com ginecomastia e do tecido mamário masculino
normal.
OS ARTEFATOS
Conforme um programa de acreditação do American College of Radiology (ACR), em que foram analisados
2.341 exames de mamografia, os artefatos foram reportados como o sexto problema em ordem
de importância, sendo responsáveis por 11% das falhas no exame. Os tipos mais encontrados
foram determinados por pó ou poeira, linhas da grade e marcas dos rolos do processador (8).
Artefatos são defeitos no processamento do filme ou qualquer variação na densidade
mamográfica não causada por atenuação real da mama (incluindo corpos estranhos e
dispositivos médicos implantados)(2,6). Eles comprometem a qualidade final da imagem e podem
resultar em informações perdidas ou mascaradas, incluindo resultados falso-positivos e falso-
negativos. Há numerosos tipos de artefatos derivados de diversas fontes na aquisição da
imagem, todos resultando na degradação da imagem obtida. Os artefatos podem ser
relacionados ao processador, ao desempenho do técnico de radiologia, à unidade mamográfica
ou ao paciente. Quando se examina um filme com relação aos possíveis artefatos, é importante
tentar isolar o artefato, identificar sua fonte e fazer qualquer correção necessária para eliminar
sua causa. Neste sentido, vários fatores devem ser considerados, incluindo a posição do
artefato e suas características, como densidade, forma e distribuição na imagem.
Radiologistas e técnicos de mamografia devem estar familiarizados com os numerosos
artefatos que podem criar falsas lesões ou mascarar verdadeiras anormalidades. Neste sentido,
este artigo tem como objetivo apresentar os artefatos mais encontrados na prática diária,
acompanhados de suas ilustrações imaginológicas, apontando suas diversas fontes, meios de
identificação e como de evitá-los.
Artefatos comuns relacionados ao processador são do tipo lineares,
geralmente por pressão excessiva dos rolos sobre o filme (Figura 1). Para
diferenciar se o artefato é devido ao processador ou à unidade mamográfica,
o ACR, na sua normatização, descreve um teste em que duas radiografias são
feitas com a mesma técnica e colocadas no revelador de maneira a serem
uma perpendicular à outra. Se os artefatos lineares forem paralelos, o
responsável será o processador, caso forem perpendiculares, o mamógrafo
será a fonte do artefato.
Outras causas de artefato relacionadas ao
processador são: sujeira nos rolos de impulsão, rolos de
secagem molhados, repleção inadequada dos químicos
de revelação e fixação, tempo inadequado de imersão
do filme nos químicos, produzindo imagens mais ou
menos escuras nas áreas afetadas do filme (Figura 2). A
temperatura está diretamente relacionada ao contraste
radiográfico e ao valor de base + fog. Seu valor ideal
depende do tipo de filme, dos ciclos de processamento
e das recomendações do fabricante, variando,
normalmente de 29,4°C a 35°C e de 4,5°C a 29,5°C para
o revelador e para a água, respectivamente(2,9) (Figura 3
).
Artefatos relacionados ao técnico de radiologia
Artefatos associados ao desempenho do exame incluem manuseio impróprio
do filme, limpeza inadequada do cassete, erro no uso da unidade mamográfica e
materiais relacionados, posicionamento e o funcionamento da câmara escura.
Um artefato comum é dado pela impressão digital no filme, principalmente se
o profissional estiver usado cremes e loções para as mãos. Se a impressão digital
ocorrer antes da exposição radiológica, o artefato será de baixa radiodensidade
(branco), e se ocorrer após a exposição, ele será de radiodensidade maior (preto)
(Figura 4). Marcas de unhas são vistas como artefatos escuros e curvilíneos
determinados pela quebra da emulsão do filme.Artefatos associados ao
desempenho do exame incluem manuseio impróprio do filme, limpeza inadequada
do cassete, erro no uso da unidade mamográfica e materiais relacionados,
posicionamento e o funcionamento da câmara escura.
Um artefato comum é dado pela impressão digital no filme, principalmente se
o profissional estiver usado cremes e loções para as mãos. Se a impressão digital
ocorrer antes da exposição radiológica, o artefato será de baixa radiodensidade
(branco), e se ocorrer após a exposição, ele será de radiodensidade maior (preto)
(Figura 4). Marcas de unhas são vistas como artefatos escuros e curvilíneos
determinados pela quebra da emulsão do filme.
Armazenamento impróprio das caixas de filmes
pode causar um artefato de menor densidade no
mesmo local em todos os filmes da mesma caixa.
Sujeira, pó, cabelo e fiapos de tecidos podem causar
artefatos se acidentalmente se depositarem dentro
dos cassetes (Figuras 5 e 6). Por isso, a câmara
escura deve ser limpa diariamente e a tela
intensificadora, semanalmente, para minimizar os
artefatos dessa natureza. É aconselhado um agente
de limpeza especial para cassetes em um tecido livre
de fiapos (por exemplo, gaze) ou escova de pêlo de
camelo(3,10) (Figura 7).
Outra causa importante de contato insuficiente
da tela com o filme é ar aprisionado entre o filme
e o cassete quando este é reabastecido, levando à
formação de imagem obscura no filme (Figura 8).
Segundo o ACR, os cassetes devem ser deixados
pelo menos 15 minutos depois de carregados para
permitir que o ar aprisionado dissipe. A colocação
adequada do filme no cassete é de suma
importância, sobretudo porque a emulsão é de
um único lado do filme, e este lado deve sempre
estar em contato com a tela intensificadora para
uma adequada exposição e aquisição de imagem.
Artefatos relacionados ao mamógrafo
Podem ser causados por falha na rotação do espelho de
colimação do campo de visão durante a exposição do raio-X, falha
na movimentação da grade (Figura 9), materiais que caem dentro
do compartimento do tubo de raio-X, falha na compressão (
Figura 10), alinhamento inadequado do remo de compressão com
a bandeja do "buck" e defeito no remo de compressão(6).
Qualquer erro na compressão mamária resultará em imagem
obscurecida, devido à moção e à compressão inadequada. Uma
compressão eficaz deve ser com intensidade de no mínimo 25
libras. Normalmente, o valor adequado não excede 40 libras,
apesar de o Manual de Controle de Qualidade do ACR não
especificar um valor máximo de compressibilidade(10).
Artefatos relacionados ao paciente
Causados por moção ou superposição de objetos
ou substâncias tais como partes do corpo, jóias,
roupas, cabelo, dispositivos médicos implantados,
corpo estranho ou substância na pele (desodorantes,
antitranspirantes, ungüentos e loções) que
contenham materiais como zinco, alumínio e
magnésio, que são radiopacos aos raios X e podem
simular microcalcificações (Figuras 11, 12 e 13). A
maneira eficaz de evitá-los é informar às pacientes,
no agendamento do exame, para não usarem
produtos nas axilas e mamas.
Os artefatos de moção se devem à movimentação do
paciente durante a exposição, mais comumente vistos
na incidência em médio-lateral oblíqua, já que na
incidência crânio-caudal as mamas estão escoradas pela
bandeja do "buck" (Figura 10). Esses artefatos exigem a
repetição do exame porque podem obscurecer
microcalcificações e devem ser diferenciados de
compressão insuficiente em mama espessa.
Artefatos causados por interposição de cabelos são
linhas brancas, curvilíneas e assimétricas. São mais
comuns de serem vistos na incidência crânio-caudal do
que nas incidências médio-lateral oblíqua ou perfil(6,11) (
Figura 14).
Corpos estranhos como clipes metálicos, fragmentos metálicos por
ferimento por arma de fogo, implantes médicos devem questionados
e salientados pela paciente (Figuras 12, 15 e 16).
DISCUSSÃO
Os artefatos podem representar empecilhos a um diagnóstico mamográfico
fiel. Radiologistas e técnicos devem estar familiarizados com a gama de
artefatos existentes e devem também ser aptos ao rápido reconhecimento de
sua fonte, minimizando, assim, custos e exposição do paciente à radiação.
A implementação de um programa de controle de qualidade piloto no setor
de mamografia, num hospital do Rio de Janeiro(2), demonstrou eficácia na
redução do índice de rejeição de filmes de 21% para 7,7%. Isso foi atribuído
principalmente a iniciativas como treinamento de técnicos, manutenção de
parâmetros sensitométricos do processamento, manutenção periódica do
mamógrafo, limpeza periódica da processadora e abertura da tampa superior
durante a noite, e preparo e manutenção correta dos produtos químicos.
Constatou-se ainda a redução do aparecimento de artefatos, otimizando a
qualidade final da radiografia mamária e redução de gastos.
CONCLUSÃO
Uma rotina de prevenção e detecção de
artefatos e um efetivo controle de qualidade no
processo de aquisição de imagem radiográfica
da mama podem ser facilmente incorporados
pelo serviço de mamografia, resultando em
exames mais fiéis, diagnósticos mais acurados e
redução dos custos.
FIM

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