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Medicina Nuclear

Professora Camila

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A Medicina Nuclear é uma especialidade médica
que emprega materiais radioativos com finalidade
diagnóstica e terapêutica. Para tal, são
administradas ao paciente substâncias
denominadas radiofármacos, compostas por
elementos químicos emissores de radiação, cuja
distribuição para determinados órgãos ou tipos
celulares é revelada por uma câmara específica. A
maior ou menor captação dos radiofármacos
permite estudar a função dos tecidos, trazendo
informações que, associadas à avaliação anatômica
obtida por outros métodos de imagem, contribuem
sobremaneira para o diagnóstico precoce,
estadiamento e controle da evolução de muitas
doenças.
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Os principais métodos utilizados em Medicina Nuclear
são a cintilografia e a tomografia por emissão de
pósitrons (PET/CT). Ambas as técnicas têm diversas
aplicações diagnósticas, em várias áreas da Medicina, a
exemplo da avaliação funcional de órgãos como a
tiroide, as paratiroides, as glândulas salivares, o
cintilografia
pâncreas, o fígado e as vias biliares, os rins e os
pulmões; mapeamento da irrigação sanguínea e da
viabilidade do cérebro e do coração; determinação da
presença de refluxo gastroesofágico; diagnóstico de
tumores malignos e detecção de metástases regionais
e/ou distantes; controle da resposta de tumores
malignos a tratamentos quimio e radioterápicos; entre
outras.
Tomografia

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Embora empregue elementos radioativos, os
exames utilizados em Medicina Nuclear são muito
seguros. Na prática, o objetivo é sempre usar a
menor quantidade de radiação possível. Os
aparelhos são calibrados para obter imagens de
qualidade e injetam-se radiofármacos em
quantidades controladas, sob supervisão do
médico especialista na área. Todas as pessoas
envolvidas na execução dos métodos recebem
treinamento e todos os aparelhos passam por
controles de qualidade para evitar a repetição de
exames. E, fundamentalmente, os exames que
usam radiação são realizados apenas com
indicação médica.

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Ao contrário das técnicas de imagem convencionais como
radiografia, tomografia computadorizada, ultrassom ou
ressonância magnética, a medicina nuclear tem como base a
análise da função dos tecidos e de órgãos.

Tomografia mostrando áreas ativas no cérebro

A medicina nuclear não avalia as doenças pelo modo como elas se


apresentam do ponto de vista anatômico e estrutural, e sim pela
forma como a doença atua do ponto de vista funcional, bioquímico,
farmacológico e até molecular.
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O radionuclídeo, ligado a um composto farmacológico para ser utilizado
como traçador, é denominado radiofármaco, por apresentar afinidades
químicas com determinados órgãos do corpo humano e ser útil para
transportar a substância radioativa para o órgão ou tecido a ser
diagnosticado ou tratado.

Os tecidos do corpo que são afetados por determinadas doenças, como o


câncer, podem absorver mais (ou menos) de um radiofármaco do que o
tecido normal. Câmeras especiais coletam o padrão de radioatividade do
corpo, criando imagens que mostram o percurso do radiofármaco e o local
onde se acumula. Estes exames podem evidenciar problemas em órgãos
internos melhor do que as imagens obtidas com raios X convencionais.
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Os exames comumente utilizados em medicina nuclear são:

Cintilografia óssea.
Gamagrafia com gálio.
Tomografia por emissão de pósitrons (PET scan).
Gamagrafia de tireoide.

Cintilografia Óssea
Gamagrafia de tireoide.

Gamagrafia com gálio

Tomografia por emissão de pósitrons 7


Os radionuclídeos mais comumente usados são:

Gálio 67 - Utilizado para detectar


câncer em certos órgãos. Também
pode ser usado para uma varredura
do corpo inteiro.
Tecnécio 99 - É usado em exames de
corpo inteiro, especialmente na Tomografia cerebral Cintilografia feita com gálio
cintilografia óssea, um exame para com Tálio 201
detectar a disseminação do câncer.
Tálio 201 - Frequentemente
utilizado no estudo de doenças
cardíacas. Pode ser utilizado para
detectar alguns tipos de câncer.
Cintilografia óssea com tecnécio-99
Iodo 123 ou Iodo 131 - São
utilizados no diagnóstico e no
tratamento do câncer de tireoide.
Tomografia da tireoide usando Iodo 131
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A cintilografia do miocárdio é um exame que tem finalidade de
avaliar o fluxo sanguíneo nas artérias que nutrem o músculo
cardíaco, detectando possíveis falhas na irrigação de determinadas
regiões do coração. Esse exame é indicado para pessoas que são
propensas a doenças cardiovasculares, podendo identificar e
prevenir problemas cardíacos mais graves, como, por exemplo, o
infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais O PET é um
exame de imagem que avalia o metabolismo das estruturas
analisadas, mais especialmente osso, músculo, cérebro, pulmão e
fígado, entre outros órgãos.Atualmente, a maioria dos PETs são
feitos em aparelhos sincronizados com tomógrafos
computadorizados que permitem combinar as imagens metabólicas
com as anatômicas, obtidas respectivamente pelas duas técnicas –
daí a sigla PET-TC (do inglês PET-CT, Positron Emission Tomography
– Computed Tomography).Em Oncologia, a grande indicação do
PET-TC é para a detecção de tumores e suas metástases.
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O exame é realizado após administração intravenosa de um material radioativo
(radiofármaco ou radiotraçador) que se acumula na área do corpo a ser examinada. Nesse
local ocorre emissão de raios gama que podem ser colhidos por um detector de radiações
(tomografia por emissão de pósitrons), acoplado a um computador que forma as imagens.
O paciente recebe uma injeção intravenosa de glicose marcada com um composto
radioativo que se distribui pelo corpo todo, mas que se concentra em maiores
quantidades nos tecidos tumorais, porque os tumores malignos apresentam metabolismo
mais acelerado e consomem mais glicose que os tecidos normais. O contador de
cintilações acoplado à tomografia colhe as imagens, que aparecerão como manchas ou
regiões de brilho mais intenso nas áreas em que houver lesões tumorais.
O exame não apenas detecta a presença de tumores, mas é capaz de medir a intensidade
luminosa que aparece nas imagens. Por meio da análise dessa intensidade, temos noção
da atividade metabólica tumoral: quanto maior, mais intenso é o brilho.
Assim, por exemplo, um paciente com metástases pulmonares e hepáticas que é
submetido à quimioterapia e posteriormente realiza o PET-TC cujas imagens das lesões
apresentam menor intensidade luminosa provavelmente está respondendo ao tratamento,
mesmo que o tamanho das lesões não tenha diminuído de forma significativa.
PET-TC é um exame especialmente útil nos casos em que há suspeita de metástases que
não aparecem em outros exames de imagem, além de auxiliar no diagnóstico diferencial
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entre nódulos benignos e malignos.
O EXAME
Como em outros exames de medicina nuclear, o radiotraçador é injetado
na veia.
As imagens são obtidas com o paciente deitado na mesa do aparelho.
Como há mais espaço, não costuma haver queixas de claustrofobia.
É necessário jejum de quatro a seis horas antes da realização do exame,
bem como uma alimentação pobre em carboidratos na noite que o
antecede.

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OS BENEFÍCIOS

Por identificar mudanças que ocorrem no metabolismo das células,


as imagens podem mostrar lesões pequenas que não aparecem em
outros exames de imagem.
Como o PET é realizado em conjunto com a tomografia
computadorizada, fornece mais detalhes do que cada um dos exames
feitos isoladamente.
O exame permite diferenciar nódulos benignos, que não captam o
radiotraçador, daqueles que o fazem intensamente.

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OS RISCOS

As doses de radiação emitidas pelo radiotraçador administrado são


pequenas e muito seguras.
Radiotraçadores têm sido utilizados em medicina por mais de cinco
décadas, sem efeitos adversos em curto ou longo prazo. Raramente
ocorrem reações alérgicas passageiras.
A injeção pode causar pequeno desconforto e vermelhidão no local,
sintomas que desaparecem rapidamente.
As mulheres devem informar ao médico se estão grávidas ou
amamentando.

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AS LIMITAÇÕES
Como há necessidade de esperar que o radiotraçador se acumule nos
tecidos estudados, o exame é realizado uma hora após a injeção do
material.
As imagens do PET nem sempre são tão claras quanto as da
tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética.
Eventualmente, há resultados falsamente positivos, representados pelo
aparecimento de captações mais intensas em áreas normais. Esses
falsos-positivos podem levar a biópsias desnecessárias e outros
procedimentos mais invasivos.
Exames realizados em pacientes com diabetes ou em pessoas que
tenham se alimentado algumas horas antes podem ficar prejudicados
por causa dos níveis de açúcar e de insulina no sangue.
O aparelho possui medidas limitadas pelo fabricante. Pessoas muito
obesas podem ter dificuldade de acesso ao exame.
As grandes limitações do PET-TC são o custo elevado e a dificuldade
de reembolso pelas seguradoras. Além disso, o acesso pelo Sistema 14
Único de Saúde e pelos planos de saúde é limitado.
Gamagrafia
É um exame de imagem realizado em doses baixas de radioisótopo ou
isótopo radioativo, principalmente o Tecnécio 99 (por via intravenosa)
para que seja visto posteriormente sua distribuição no esqueleto bem
como em algum órgão específico.
Este exame tem como base o fato de que alguns tecidos em situações
patológicas apresentam uma maior contribuição sanguínea, assim
mesmo suas células podem mostrar um aumento em seu metabolismo.
Estes dois princípios aumentam a captação do isótopo, o que indica uma
maior concentração em algumas partes do corpo.
A radioatividade emitida pelos tecidos é captada em uma câmara gama
ou câmera de cintilação que disponibiliza as imagens dos ossos e mostra
a distribuição do radiofármaco. Estas imagens são conhecidas como
gamagrafia ou cintilografia.
A gamagrafia é realizada principalmente para estudar os ossos, no
entanto, é usada também para determinar a função de certas estruturas
como a glândula tireoide, os rins e o coração.

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Gamagrafia óssea

A principal função de uma gamagrafia óssea é buscar


um tumor primário ou uma metástase nos ossos. É um
exame que deve ser feito em pacientes que sofrem de
câncer para poder determinar o grau de avanço da
doença, especialmente naqueles que tendem a
espalhar pelos ossos como ocorre com o câncer de
próstata, de mama e da tireoide.
Também é de grande utilidade para determinar a
existência ou não de uma infecção nos ossos,
conhecida por Osteomielite, ou diante da suspeita de
uma fratura que não pode ser bem visualizada em uma
radiografia. Também é empregada para detectar
possíveis transtornos do metabolismo dos ossos que
possam debilitá-los.
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Gamagrafia tireoide

A gamagrafia tireoide é utilizada como um


radioisótopo, iodo radioativo captado pela glândula
tireoide. Segundo o padrão de emissão de radiação,
pode-se estabelecer a presença de um bócio ou
nódulo seja pelo simples exame de apalpação no
paciente ou através da realização de um ultrassom da
tireoide e, assim, saber se o mesmo é de natureza
sólida ou quística. Da mesma forma que pode se tornar
evidente o grau de funcionamento da glândula através
do hipotireoidismo ou hipertireoidismo.
Uma das principais funções de gamagrafia tireoide é
identificar a presença de tumores malignos.

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Gamagrafia renal

O exame de gamagrafia também é empregado para


avaliar o estado de funcionamento dos rins,
especialmente em pessoas que são alérgicas aos
meios de contraste aplicados aos exames de Uro-TAC
ou Urografia.
Uma função importante deste exame é avaliar o
estado de funcionamento dos rins após um
transplante renal. Além disso, gamagrafia permite
identificar imediatamente as condições como a
recusa a um novo órgão.

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