Você está na página 1de 11

Cintilografia Óssea

O exame de imagem para os ossos


Introdução

vivemos em uma época onde os


avanços da medicina parecem
infinitos . Nesse cenário, exames
cada vez mais modernos e
indispensáveis para a prática médica
surgem diariamente. Entre eles, a
cintilografia óssea é um exemplo de
exame de imagem moderno e muito
útil no diagnóstico de certos
quadros agudos e crônicos.
História O desenvolvimento de diversos
emissores radioativos e sua evolução
fez com que o procedimento
começasse a ser utilizado na década
Nas décadas de 40 e 50 tivemos de 50, embora hoje os métodos
o desenvolvimento dos aparelhos tenham sido alterados e
precursores na atuação da modernizados, como por exemplo no
Medicina Nuclear. A junção de uso da substância radiomarcadora,
diversos profissionais em uma atualmente o Tecnécio 99 (Tc99) ou
abordagem multidisciplinar Gálio 67 (Ga67).
permitiu com que a radiação
artificial fosse uma opção no
diagnóstico de quadros clínicos
diversos.
O que é?
A cintilografia óssea é um exame de imagem
que utiliza quantidades baixas de radiação
para diagnosticar possíveis alterações nos
ossos do paciente. Para realizar o exame,
injeta-se uma substância radiomarcadora
(utilizamos, atualmente, o Metilenodifosfonato
marcado com Tecnécio 99m, ou Gálio), que
reage à radiação gama e permite que o
médico possa analisar, no equipamento de
imagem, áreas que absorvem pouca ou muita
quantidade da substância radiomarcadora.
Quando Fazer?
● Câncer nos ossos( primário ou metastático)
● Doença de Paget (quadro clínico onde ocorre um aumento da massa óssea causando dor e
deformidade)
● Fraturas e microfraturas (por vezes, lesões menores não são captadas no Raio X tradicional,
sendo necessária a realização de uma cintilografia óssea)
● Artrites (inflamações nas articulações, podendo atingir desde as mãos até as articulações dos
pés, ombros, joelhos e pulso)
● Osteonecrose (morte do tecido ósseo )
● Osteomielite (infecção óssea que causa inflamação associada)
● Infarto ósseo (quadro clínico semelhante ao infarto cardíaco, onde o sangue não chega no tecido
ósseo e falha em nutrí-lo)
Contra indicações e riscos

Vale ressaltar que existem sim riscos de radiação em mulheres grávidas ou que estão
amamentando. Apesar da pouca quantidade, não existem estudos em grande quantidade
ou mesmo de qualidade confiável para que possamos ‘’bater o martelo’’ sobre a questão,
de modo que a utilização da cintilografia óssea (e outros exames de imagem radioativos)
nesses pacientes segue o princípio de risco-benefício, ou seja, os benefícios de realizar o
exame irão superar os riscos para realizá-lo? Cabe ao seu médico definir a necessidade.
Preparando-se para o Exame
● Roupa: Ao paciente geralmente é solicitado que retire suas roupas, jóias, pulseiras e relógios,
e que coloque roupas específicas fornecidas pela própria clínica. Após o exame, o paciente
poderá reaver suas vestimentas.
● Alimentação : Não há necessidade de jejum ou restrição dietética
● Alérgenos: Caso você já tenha realizado um exame anteriormente e tido uma reação
alérgica, avise ao médico responsável. Dependendo, terá de realizar outro exame.
● Reação com o radiomarcador: Existem certas substâncias que podem interferir com o
Tecnécio. Entre elas podemos citar o bismuto (presente em algumas medicações que não
necessitam receita) e o bário, que é um contraste utilizado em alguns exames.

Duração
Entre o momento em que a substância radiomarcadora for injetada no paciente e a
obtenção da imagem tardia (última fase do exame), a duração total do exame é de
aproximadamente 3 horas, O paciente não precisará ficar durante todo esse tempo
esperando o resultado, podendo ir para casa até a última etapa(esse intervalo de 3 a 4
horas)
Profissional responsável e onde realizar?
Durante o processo de injeção de substância
radiomarcadora e obtenção de imagens, os
técnicos em medicina nuclear irão realizar estes
e outros procedimentos. O médico especialista
em medicina nuclear analisa as imagens que
são colhidas após o exame, fornecendo o laudo
(documento que explicitará as observações do
médico acerca dos achados do exame).

Os exames geralmente são realizados em


laboratórios específicos de medicina nuclear
anexados ou não a hospitais, e também podem ser
feitos em clínicas de radiologia e medicina nuclear.
O procedimento A primeira etapa é a injeção da substância radiomarcadora
por via endovenosa no braço do paciente. A obtenção da
imagem baseia-se na análise de lesões ou formações
ósseas que captem(ou não) a substância, de modo que o
médico especialista irá diagnosticar devidamente a
alteração encontrada.

O paciente deita-se sobre uma mesa e fica parado


enquanto é escaneado, e durante a injeção, as imagens
são obtidas sequencialmente durante a injeção,
imediatamente no final dela e algumas horas após.

A obtenção inicial é quase instantânea, no entanto, as


imagens mais fiéis (fase tardia) ocorrem após os ossos
absorverem a substância circulante, e isso pode levar de
duas a 4 horas (lembrando que durante esse intervalo a
hidratação deve ser encorajada para acelerar a eliminação
da substância).
Resultados
O médico especialista irá analisar as imagens,
procurando sinais de alteração no metabolismo
ósseo de acordo com o acúmulo de substância (as
chamadas ‘’áreas quentes’’, onde o Tc99
acumula-se e pode identificar quadros de
hiperatividade óssea como na Doença de Paget) ou
locais onde o radiofármaco não foi absorvido (‘’
áreas frias’’).

Apesar da possibilidade em agrupar as causas mais


comuns de acordo com o quadro clínico e a análise
Após o término do laudo , o médico responsável por
das imagens pelo médico, mais exames não podem
interpretar o exame irá contactar o seu
ser descartados para obtenção de um diagnóstico clínico/ortopedista assistente, discutindo com ele o
definitivo. A biópsia óssea é muito utilizada como caso. Você será chamado depois para a discussão de
seguimento da cintilografia óssea, colhendo possíveis condutas.
fragmentos ósseos da área alterada e analisando-o
sob a luz do microscópio de um médico patologista.
Achados Comuns
● Áreas Quentes: São áreas de acúmulo do radiomarcador de escolha. Apresentam-se mais coloridas
e coloridas na cintilografia óssea, e as principais causas costumam ser:
○ Inflamação
○ Infecção
○ Formação de tecido ósseo anormal
○ Atividade normal óssea aumentada (ocorre em alguns ossos como o esterno, sendo um
achado normal apesar do acúmulo de radiomarcador)
● Áreas Frias: São áreas descoloridas, mais claras que a média do osso. Aqui não há fluxo de
radiomarcador ou ele encontra-se diminuído. De modo geral os diagnósticos diferenciais de áreas
frias são menos graves do que áreas quentes, visto que a segunda inclui uma miríade de quadros
neoplásicos e metastáticos.
○ Lesões líticas (ou seja, de natureza destrutiva) como cistos, mielomas
○ Áreas com pouco ou nenhum fluxo sanguíneo, o que é algo bastante lógico, pois o
radiomarcador é injetado na via venosa do paciente, ‘’passeando’’ pela corrente
sanguínea. Se o osso não recebe um suprimento sanguíneo correto, ele obviamente
ficará ‘’descolorido’’
○ Tumores benignos

Você também pode gostar