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Carol Pretti – 66A 1

BIÓPSIA
Aula 1 - Nestor

O que é? Retira-se em vida alguma parte de tecido/líquido para que seja analisado com alguma finalidade
(diagnóstico1, estudo de tecidos retirados em cirurgia para confirmação2, documentação cientifica de algumas
doenças).

Conceitos:

1 sob o ponto de vista anátomo-patológico

2 sob o ponto de vista cirúrgico

Biópsia líquida é usada para fazer biologia molecular, a fim de diagnosticar neoplasia e outras doenças por
retirada de líquido. O patologista não lida com quantidade, lida com qualidade de amostra. Deve observar a o
tecido/órgão e comparar suas características ao normal.

INDICAÇÕES DA BIÓPSIA
 Diagnóstico de doenças e alterações morfológicas
 Diagnóstico diferencial por exclusão, determinando grupos de doenças
 Diagnóstico da extensão e comprometimento das lesões
 Diagnóstico do grau de malignidade das lesões
 Diagnóstico da margem de segurança das lesões
 Diagnóstico de avaliação de resultados
 Identificação de estruturas e avaliação do funcionamento de órgãos e tecidos (costumava ser realizado para
avaliação dos rins, porém agora avaliamos por meio da bioquímica, fígado é outro exemplo)

TIPOS DE BIÓPSIA

Modalidades de coleta do material: cirúrgica (mais comumente executada) e não-cirúrgica.

BIÓPSIA EXCISIONAL: tira toda a lesão, tem como finalidade o diagnóstico e a retirada da lesão. Tudo o que foi retirado
é mandado para laboratório junto com a história clínica e hipóteses diagnósticas para análise do tecido. Exemplos:
fibroadenoma, cistos.

- é importante que as margens não estejam comprometidas

- para avaliar se a margem está boa, o patologista pintará as margens com tinta nanquim, que será fixada pelo ácido
acético (vinagre), e fará o corte em cruz

BIÓPSIA INCISIONAL: retirada de uma parte da lesão com fins diagnósticos, para planejamento futuro da conduta a
ser tomada. Pode ser dividida em duas modalidades

- Biópsia incisional em lesões superficiais, que colhe também parte do tecido normal para comparação

- Biópsia incisional em lesões profundas, é a modalidade menos agressiva para análise de células coletadas por meio
da utilização de agulhas. O fixador é o álcool.

*core biópsia é a mais utilizada, punção com agulha grossa realizada para análise de tecidos, com o amparo de
exames de imagem que ajudam a encontrar a lesão, fixador passa a ser o formol). Exemplo: biopsia do fígado.

*vácuo (mamotomia, retirada de um fragmento grande por meio do vácuo, a quantidade de material é maior, e o
procedimento é realizado com o auxílio de exames de imagem)
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BIÓPSIA POR PUNCH: utilização de um aparelho que alcança a hipoderme, permitindo retirar quase todas as camadas
da pele – epiderme, derme e hipoderme. Pode ser incisional ou excisional (depende do diâmetro do aparelho).

BIÓPSIA COM PINÇA SACA-BOCADO: utilizada em biópsias de órgãos ocos.

BIÓPSIA POR CURETAGEM OU RASPAGEM

CAF (CIRURGIA DE ALTA FREQUÊNCIA): à medida que vai tirando o tecido, vai cauterizando. Um exemplo é a biópsia
na transição escamocolunar no colo do útero. Se a lesão der positiva e não tiver margem cirúrgica, o médico precisará
fazer uma conização, isto é, um cone no colo uterino. Esse cone pode tirar um pouco a estabilidade do colo uterino.
Normalmente o câncer está no endocérvice.

BIÓPSIA EXTEROTÁXICA: utilizada para explorar o cérebro

BIÓPSIA POR MEIO DE TREFINA: utilizada para ossos (o material tem que ser descalcificado (desmineralizado), utiliza-
se ácido clorídrico. Se o tumor ósseo tiver invadido os tecidos moles ao redor, não é necessário usar a trefina nem
desmineralizar.

BIÓPSIA POR CONGELAÇÃO

PAAF DE TIREOIDE/MAMA: punção aspirativa por agulha fina, uso do auxílio dos métodos de imagem.

CORE-BIÓPSIA DE MAMA
BIÓPSIA DE PRÓSTATA POR USG TRANSRETAL: o câncer costuma ser mais posterior ou mais próximo ao reto. A via
de abordagem é transretal, isto é, entra-se com um ultrassom pelo reto e faz-se disparos pelo reto para atingir a
periferia da próstata.

ENDOSCOPIA COM BIÓPSIA: Via digestiva alta. Utilizada para diagnóstico da doença celíaca.

COLONOSCOPIA COM BIÓPSIA: Via digestiva baixa. Introdução de um aparelho flexível e explora íleo terminal, valva,
colón ascendente, colón transverso, colón descendente, sigmoide e reto. Câncer da parte descendente é estenosante,
câncer na válvula e na volta do transverso ao descendente é causa de sangramento visível nas evacuações.

BRONCOSCOPIA COM ESFREGAÇO E BIÓPSIA: deve-se fazer o lavado broncoalveolar (lava a superfície da lesão para
examinar as células), escovar a região do possível tumor, colocar em lâmina (o fixador é o álcool). Os 3 procedimentos
podem dar negativo e ainda ser câncer (pesquisar porque), um dos procedimentos pode indicar positivo e o resto
negativo.

HISTEROSCOPIA COM BIÓPSIA

CURETAGEM E RASPAGEM: realizadas no endométrio

BIÓPSIA ESTEROTÁXICA: perfura o crânio e chega à massa encefálica. O aparelho é fixado nas têmporas. Auxiliada por
exame de imagem.

BIÓPSIA POR MEIO DE TREFINA: biópsia de ossos, o aparelho é semelhante à uma máquina de furar. Uso de auxílio
do raio X. Tomografia e ressonância servem para ver tecidos moles, por isso não são adequados para esse tipo de
biópsia. Para estudar o material é necessário fazer a fixação em formol a 10% e a desmineralização com ácido nítrico
a 7,5%.

BIÓPSIA POR CONGELAMENTO: faz-se com a intenção de analisar a margem de uma lesão. Apresenta resultado
imediato. O material é congelado, fica em uma platina e vai ser cortado em uma temperatura abaixo de 0°C, corado
por HE ou por azul de toluidina.
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COMPLICAÇÕES

Hemorragia.
Infecção.
Agravamento de lesões

Cuidados:

 Manipular o menos possível.  Se possível, fazer biópsias excisionais e por PAAF.


 Não atingir planos profundos desnecessariamente.  Não abrir lesões em cavidades.

CAUSAS DE ERRO

 Falta de representatividade do material colhido:

- Material dividido *É antiético dividir o material e mandar para dois laboratórios diferentes.

- Material escasso.

- Necrose e inflamação.

- Áreas periféricas.

- Hiperplasias reativas: podem simular câncer

 Manipulação inadequada do material: raspar, pinça dente de rato (espreme o material).


 Troca de material: checar rótulo de identificação
 Defeitos na fixação do material.
 Inadequação ou erro de informações clínicas (idade, sexo, cor, localização, exame de imagem, etc).

FIXAÇÃO DO MATERIAL

 Imediata.
 Proporção adequada entre material e fixador: o volume do fixador é 10x a quantidade do material.
 Fixador a ser usado com tipo de material:
- Histopatológico (tecido): formol a 10%.
- Citopatológico (célula): álcool. *Não deve ser usado álcool absoluto, porque resseca o material.

IMUNO-HISTOQUÍMICA (TÉCNICA DA AVIDINA-BIOTINA)

 São utilizados marcadores ou painéis de marcadores com a finalidade de:


- Fenotipagem celular;
- Clonalidade celular (monoclonal, policlonal, etc.); *A policlonalidade geralmente está associada a falsos cânceres.
- Pesquisa de receptores (estrógenos, progesterona);
- Índice mitótico celular; *KI67 usado para saber o índice de multiplicação de células.
- Identificação de alguns parasitas.

O patologista quando tem dificuldade no diagnóstico de segurança para definir a lesão, sugere a execução
desse método para complementação do diagnóstico, entretanto a solicitação do mesmo deverá ser feita pelo médico
assistente, após correlação anatomoclínica e laboratorial, mas também na dependência de propostas terapêuticas
futuras. O exame auxiliará no prognóstico e conduta terapêutica de segurança, em relação à doença em questão.
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NECROPSIA
Aula 1 - Luciene

TIPOS DE NECROPSIA
Hospitalar: realizada quando o indivíduo teve morte de causa natural. Costuma-se realizar a necropsia completa.

Médico-legal: realizada quando o indivíduo teve morte por causas externas (causa básica é externa), faz parte da
investigação, sendo obrigatória (não necessita da autorização da família)

Serviço de verificação de óbitos: realizada quando a pessoa morre por causas naturais sem assistência médica. Não
tem o objetivo de realizar necrópsia completa, apenas de investigar a causa de morte.

TÉCNICAS DE NECROPSIA
Órgãos in situ (de Rokitansky): os órgãos são retirados separadamente após terem sido abertos e examinados in situ

Técnica em blocos (de Ghon): a evisceração se dá através de blocos de órgãos anatomicamente e/ou funcionalmente
relacionados

Técnica em monobloco: o conteúdo das cavidades torácica e abdominal é retirado em um só monobloco

IMPORTÂNCIA DA NECROPSIA
 Controle de qualidade do diagnóstico e do tratamento: através do conhecimento dos achados da necropsia,
por parte da equipe que atendeu o paciente, visando identificar possíveis falhas e suas causas,
buscando correções para que não se repitam em outro paciente.
 Fonte de informação para a Secretaria de Saúde: permitindo a realização de estatísticas precisas sobre as doenças
mais freqüentes, o que influi na política de saúde do Estado e do Município.
 Material para ensino: dos médicos residentes, alunos e professores. A correlação clínico-patológica
realizada durante todas as etapas da necropsia é um excelente exercício, constituindo a maior fonte de
ensinamento em Patologia.
 Material para pesquisa científica
 Reconhecimento de novas doenças e de novos padrões de lesão.
 Reconhecimento do efeito do tratamento na evolução da doença.
 Esclarecimento de casos sem diagnóstico clínico firmado ou naqueles em que a morte do paciente foi inesperada

INDICAÇÕES DE NECROPSIA
Existem três indicações clássicas previstas em lei para a necropsia no IML: morte violenta (por acidente de
trânsito ou de trabalho, homicídio, suicídio etc.); morte suspeita ou morte natural de pessoa não identificada. Nos
casos de morte por falta de assistência médica ou por causas naturais desconhecidas os corpos são encaminhados
para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), subordinado à administração municipal, que fica encarregado dos
seguintes casos:

 Casos de morte natural, ou seja, decorrentes de doença(s) já existente(s)


 Morte súbita em jovem-adulto
 Óbitos domiciliares sem assistência médica e não suspeitos de causa externa
 Óbitos em Pronto Atendimentos (Pronto Socorros) sem causa conhecida
 Casos notificados ou em estudo pela Vigilância Epidemiológica
Já no caso de ser necessária a necropsia hospitalar, essas são algumas das indicações:

 Óbito hospitalar nas primeiras horas de internação


 Óbito de mulheres no ciclo gravídico-puerperal
 Pacientes em protocolo de tratamento experimental
 Pacientes com doenças ambientais ou ligadas à sua profissão

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