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Abaixador de ombros
É comum o uso do acessório de APOIO PARA OS PÉS (FIG. 4), o qual tem a
finalidade de alinhar o paciente inteiro, não só na região que será tratada. Isso
facilita na reprodução diária do posicionamento.
A região da fossa supraclavicular também deve ser tratada, pois em alguns casos,
possui linfonodos comprometidos. Em 2D, a fossa é tratada com um campo direto,
na profundidade em que estão os nódulos. Faz-se o uso de colimações também.
Após a dose limite da medula (44 Gy), esta região é colimada e continua-se o
tratamento até 50 Gy na região cervical e na fossa supraclavicular. Na região onde
houve a colimação de medula, pode ser realizada a complementação da dose com
feixe de elétrons, o qual não possui penetração para continuar contribuindo com
dose na medula, como mostra o esquema de campos de tratamento na FIG. 6.
Esquema de campos de tratamento
PARÓTIDAS
Geralmente, os tumores de parótida são desenvolvidos de um só lado. É muito raro
ocorrer o surgimento da doença em ambos. Sendo assim, se a patologia está restrita
a um só lado, devem-se evitar incidências de campos no lado saudável.
As incidências mais comuns são obliquas anteriores e posteriores, formando um
ângulo obtuso (maior que 90 graus) entre elas (FIG. 9). O uso de filtro em cunha é
necessário para uma melhor distribuição das curvas de isodoses resultantes.
Campos angulados para tratamento em parótida
A dose geralmente é de 6000 cGy (60 Gy), com frações de 200 cGy/dia.
Outra técnica muito utilizada neste sítio é o feixe de elétrons. Neste caso, a
incidência é direta (campo direto) e a escolha da energia é feita de acordo com a
profundidade do tumor.
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TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)
Os tumores primários do cérebro crescem localmente, em geral sem formação de
cápsula e de maneira infiltrativa. A apresentação dos sinais e sintomas está
diretamente relacionada ao local do crescimento tumoral e ao edema cerebral.
Cada célula que constitui os tecidos do SNC pode dar origem a um tipo histológico
de tumor, como por exemplo: astrocitoma (astrócitos), melanoma (melanócitos),
Schwannoma (células de Schwann), glioblastoma (células da glia), etc.
A abordagem terapêutica dos tumores do SNC está baseada na localização e no
tipo histológico destes. A abordagem é multidisciplinar e a radioterapia pode ser
utilizada de forma combinada com a cirurgia ou isoladamente.
O cérebro é o local mais comum de acometimento de metástases e essas constituem
a neoplasia cerebral mais comum que também são abordadas em radioterapia.
NEOPLASIA CEREBRAL LOCALIZADA
O paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal com os braços ao longo do
corpo de maneira confortável e reprodutível. É utilizado APOIO DE PESCOÇO
(ou suporte para pescoço) e MÁSCARA TERMOPLÁSTICA, moldada no paciente
no dia da simulação (convencional ou com tomografia). A máscara utilizada para
região cerebral é a curta, conforme mostra a FIG. 1. É comum o uso do acessório
de APOIO PARA OS PÉS, pois isso facilita na reprodução diária do
posicionamento.
Máscara termoplástica curta e um tipo de apoio para o pescoço
A dose mais comum é de 3000 cGy (10 frações de 300 cGy). Também pode ser
administrado 20 frações de 200 cGy (4000 cGy no total).
TUMORES DA HIPÓFISE
Os tumores da hipófise são benignos e podem ser tratados com drogas e
hormônios, cirurgicamente ou com radioterapia. A conduta depende do tamanho do
tumor (microadenoma ou macroadenoma). Hoje em dia, a preferência está no
emprego da radioterapia, devido aos seus resultados.
O posicionamento e os acessórios utilizados ainda seguem a mesma filosofia dos
protocolos anteriores, com uma ressalva. É comum o uso de base de acrílico
angulada (figura 4) para hiperflexionar a região craniana, permitindo que a região
facial fique livre de incidências de campos, mesmo em relação à saída destas.
A composição dos campos mais comum é com uma incidência anterior e duas
incidências laterais (direita e esquerda), conforme mostra FIG. 5. O uso de filtro
em cunha nos campos laterais faz-se necessário. Pode ser utilizado o filtro
dinâmico.
Se a base angulada não for utilizada, a entrada do campo anterior deve ser
realizada com a mesa rotacionada, devido à incidência anterior.
A dose é prescrita na isodose resultante da composição dos campos descritos. Pode
variar de 4500 cGy (25 frações de 180 cGy/dia) à 5040 cGy (28 frações de 180
cGy/dia). Existem casos em que são utilizados 5400 cGy (30 frações de 180
cGy/dia). As doses dependem no volume tumoral e seu grau histológico.
FIGURA 5. Campos e isodose em tumores da hipófise.
TÉCNICA DE NEURO-EIXO
Este protocolo é empregado nos casos de Leucemia Linfoide Aguda (LLA),
meduloblastoma e ependimonas. É utilizado quando é necessário irradiar todo o
crânio e toda a extensão medular, ou seja, toda a coluna onde há o líquido medular.
O paciente é posicionado em decúbito ventral, com pescoço fletido para evitar a
divergência do feixe na cavidade oral, maxila e mandíbula. Para isso é necessário
deitar o paciente em uma rampa ou em um colchão a vácuo (melhor
reprodutibilidade) e utilizar a base de neuro-eixo, onde é encaixada a testa e o
queixo do paciente.
Os campos de coluna são campos diretos, prescritos na profundidade do canal
medular. Quando necessário separar os campos de coluna (e geralmente é, pois o
colimador abre até 40 cm), é denominado campo de coluna torácica e campo de
coluna lombar. Para evitar a sobredose dos campos de coluna, é feito um "gap"
(espaçamento) entre estes campos e este "gap" deve ser movido durante o
tratamento, para que a sobredose não seja sempre no mesmo local. O "gap" é
calculado por semelhança de triângulos e depende da profundidade de cálculo.
Nos campos craniais, a dose é prescrita no meio do diâmetro látero-lateral (DLL),
distribuindo metade da dose em cada incidência (lateral direito e lateral esquerdo).
O ângulo do colimador para o campo cerebral deve acompanhar a divergência do
campo de coluna, para que seja evitada também uma superposição da dose. Um
"gap" também é calculado nesta região, pois existe a divergência dos campos
cerebrais no encontro do campo de coluna. Este "gap" também é movido ao longo
do tratamento.
Esta composição pode ser visualizada na FIG. 6.
NEOPLASIA EM PULMÃO
O desenvolvimento de uma neoplasia em pulmão dá-se pela exposição constante a
agentes carcinogênicos (tabagismo, atividades ocupacionais com agentes químicos
voláteis) e a alteração histológica inicia-se com metaplasia, passando para
displasia, depois carcinoma "in situ" e carcinoma invasor.
A conduta é sempre cirúrgica para os casos de estadiamento inicial. A radioterapia
é muito utilizada em combinação com a quimioterapia. A dose a ser administrada é
de até 6000 cGy, com dose diária de 200 cGy. Os órgãos de risco são o próprio
pulmão (parte sadia), esôfago, medula e área cardíaca. Todos estes possuem um
limite de dose total e/ou limite de dose por porcentagem de volume irradiado.
O posicionamento é em decúbito dorsal com os braços para cima, de modo que seja
possível entrar com incidências laterais na região torácica. Pode ser usado o
colchão à vácuo (FIG. 1) para melhor reprodução do posicionamento. Se não
houver o colchão, utiliza-se apoio de pescoço. Também existe o acessório em "T"
(FIG. 2) que serve para o paciente apoiar as mãos.
Não existe um arranjo fixo de campos, já que as entradas dependem do local da
patologia. No mínimo são utilizadas três incidências. Quase sempre é necessário o
uso de filtro em cunha.
Colchão à vácuo.
A dose utilizada é de 4500 cGy (25 frações de 180 cGy) ou de 5040 cGy (28
frações de 180 cGy), dependendo do estadiamento da doença e da conduta prévia
(cirúrgica) ou quimioterapia concomitante.
NEOPLASIA EM MAMA
O câncer de mama está entre os três tumores malignos mais incidentes no mundo,
em ambos os sexos, e é o primeiro no sexo feminino. Fatores importantes, ligados
ao maior risco de câncer de mama, são os genéticos (em parentes de primeiro
grau), hormonais (maior período de mestruação) e outros como obesidade e não
amamentação.
A primeira conduta é a indicação da cirurgia, entre essa a mastectomia (retirada
total da mama), quadrantectomia (quadrante) ou tumorectomia (só o tumor com
margens). Essa conduta depende da biópsia e, no caso de resgate cirúrgico, do
anatomopatológico. Os linfonodos axilares e supraclaviculares devem ser
investigados durante a cirurgia.
O seguimento da conduta é feito com a indicação da quimioterapia, radioterapia e
hormonioterapia. Em caso de estadiamento "in situ", dependendo da faixa etária,
não é indicado quimioterapia.
A radioterapia, geralmente, é o seguimento dado após o término das seções de
quimioterapia. O posicionamento é decúbito dorsal, com o braço (do lado da mama
a ser tratada) para cima, apoiado em suporte próprio. Em alguns serviços, os dois
braços são colocados para cima.
A rampa de mama (FIG. 4) é muito utilizada com a intenção de elevar a região
torácica da paciente de modo que a linha média do tórax na direção craniocaudal
fique paralela à mesa, fazendo com que se evite maior dose em pulmão. O rosto é
virado na contralateral da mama que será irradiada.
A dose depende do estadiamento, sendo a mais utilizada hoje em dia, a dose total
de 5000 cGy (25 frações de 200 cGy). Alguns serviços ainda utilizam a dose de
180 cGy/dia em 25 frações (4500 cGy) ou em 28 frações (5040 cGy). Existem
protocolos de hiperfracionamento já sendo aplicados com dose diárias de 267 cGy
em 15 frações, totalizando 4005 cGy.
Em casos de mastectomia, sem a reconstrução da mama, e com margens ainda
comprometidas, faz-se necessário a irradiação da parede torácica, a qual é
denominada plastão mamário. Nestes casos, o feixe mais adequado é o de elétrons,
sendo a incidência direta.
NEOPLASIA EM ESTÔMAGO
A neoplasia gástrica tem fatores de risco como o tabagismo, alimentação com
muito sal, pouca ingestão de frutas entre outros. A presença do H-pilori (vírus
Helicobacter pilori) também está relacionada com o desenvolvimento desta
patologia. A indicação é cirúrgica em casos iniciais. A radioterapia é indicada em
tratamento adjuvante à quimioterapia.
O decúbito é dorsal com os braços para cima. É indicado o uso de colchão à vácuo
para reprodutibilidade do posicionamento. Também pode ser utilizado o suporte
em "T".
Geralmente são utilizadas três incidências, uma anterior (lateralizada à esquerda do
paciente) e duas laterais. Em alguns casos, faz-se também a incidência posterior.
Os órgãos de risco mais sensíveis são os rins, devendo ser evitados variando o
ângulo das incidências laterais. É indicado o uso de filtro em cunha nas incidências
laterais. Em casos paliativos, ou seja, casos avançados podem ser feito o arranjo de
paralelo oposto com dose prescrita no meio do DAP.
A dose total é de 4500 cGy, com frações diárias de 180 cGy (25 dias). Dose
prescrita na curva de isodose resultante da combinação dos campos.
Uma técnica que também pode ser utilizada, principalmente em casos iniciais, é a
Radioterapia Intraoperatória realizada no leito cirúrgico com feixe de elétrons com
o paciente ainda com o campo cirúrgico aberto. Não é um procedimento
convencional e necessita que a sala do aparelho de radioterapia seja esterilizada
como uma extensão do centro cirúrgico.
NEOPLASIA EM PÂNCREAS/ FÍGADO/ VESICULA BILIAR
Estes casos são mais raros em radioterapia. O tratamento é primariamente cirúrgico
e a radioterapia é indicada concomitante à quimioterapia. Quando o tumor é
irressecável, a radioterapia também é indicada, mesmo sendo paliativa.
O posicionamento é o mesmo utilizado em estômago. A dose, no caso de pâncreas
é menor, por este ser um órgão mais radiossensível (e a neoplasia desenvolvida
nele também ser). Em geral, a dose é de 25 frações de 180 cGy, total de 4500 cGy.
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NEOPLASIA EM PRÓSTATA
As neoplasias em próstata estão em primeiro lugar em oncologia para os homens,
no mundo. Podem ser benignas, denominada adenoma de próstata ou malignas, o
adenocarcinoma de próstata. Mesmo sendo maligno, o adenocarcinoma em próstata
tem um desenvolvimento lento em relação às outras patologias malignas dentro da
oncologia.
O risco de câncer de próstata está fortemente relacionado à idade. Sua incidência
aumenta após os 40 anos, por isso é indicado a prevenção com exames de
laboratório (PSA, Antígeno Prostático Específico) e exames clínicos. Este tipo de
patologia não está associado com genética ou comportamento. Estudos recentes
apontam que a falta de vitamina D no homem pode estar relacionada com o
desenvolvimento da doença.
A primeira abordagem, após o estadiamento é a hormonioterapia, e sua duração
depende do resultado da biopsia e do tamanho do tumor. A cirurgia é indicada em
casos iniciais, mas as sequelas deste procedimento não são bem aceitas pelo
paciente, pois a retirada da próstata (prostectomia) causa impotência sexual e pode
haver complicações com o sistema urinário.
A conduta mais utilizada mundialmente nesta patologia é a radioterapia. Nesta, a
abordagem pode ser só com teleterapia, com teleterapia e braquiterapia como boost
ou somente braquiterapia (casos bem iniciais).
Teleterapia
O posicionamento é em decúbito dorsal e pode-se utilizar travesseiro para melhor
conforto do paciente, já que a região de interesse é pélvica. As mãos devem ser
colocadas sobre o tórax, deixando toda circunferência pélvica livre para as
incidências dos campos.
É utilizado o apoio para os pés, fundamental nesta região para que seja reproduzido
o posicionamento das cabeças de fêmur.
O tratamento é dividido em duas fases. A primeira fase tem como alvo a próstata e
as vesículas seminais (VVSS). A dose mínima é de 5000 cGy (25 frações de 200
cGy/dia) e pode chegar a 5400 cGy (27 frações). O que limita a dose no alvo são
os limites de dose em órgãos de risco, como reto, bexiga e cabeça de fêmur.
A segunda fase é voltada somente para a próstata. A dose deve ser no mínimo de
2400 cGy (12 frações) e, se for um alto risco (seguindo o estadiamento feito no
inicio) deve-se considerar dose de 2600 cGy (13 frações) ou até 2800 cGy (14
frações), este último com técnica de IMRT. Sendo assim, o paciente pode ter seu
tratamento realizado em 37 dias (5000 cGy + 2400 cGy), no mínimo e 39 dias
(5400 cGy + 2400 cGy), no máximo.
A composição de campos depende da anatomia do paciente, do tamanho do alvo e
dos volumes dos órgãos de risco. Este tratamento necessita de preparo antes da
aplicação, e a orientação é passada ao paciente desde o dia em que é feita a
simulação: a bexiga deve estar cheia e é anotado quantos copos de água que foram
necessários e o reto deve estar o mais vazio possível. É passada uma dieta para o
paciente fazer enquanto está em tratamento.
Geralmente são utilizadas de quatro a seis incidências neste protocolo, tanto na
primeira fase quanto na segunda. Os quatro campos são clássicos
(anterior/posterior e latero-laterais) como também as seis incidências demonstradas
na FIG. 1.
FIGURA 1. Composição de seis campos, dois laterais e quatro oblíquos.
NEOPLASIA EM RETO
O diagnóstico de câncer em reto é feito basicamente pela história clinica, exame
físico e proctológico. Neoplasias em reto ou colorretal pode estar associada à
genética familiar. Em canal anal ou borda anal pode estar associada ao condiloma
(HPV).
Se possível, a primeira conduta é cirúrgica. A radioterapia é indicada concomitante
à quimioterapia. Nos três primeiros dias de tratamento da radioterapia, o paciente
deve receber aplicações de quimioterapia, que potencializam o tratamento.
O decúbito pode ser dorsal, mas o mais utilizado é o ventral. Em decúbito ventral,
o paciente deve utilizar o acessório "belly board", uma prancha que possui um
buraco no meio para acomodação da região abdominal (FIG. 4). Este encaixe evita
a irradiação da alça intestinal na incidência lateral do feixe.