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CÂNCER BUCAL

LARA WEINERT
Aluna do curso de Odontologia
MULTIVIX VITÓRIA
ESTOMATOLOGIA
OBJETIVOS

• Proporcionar ao aluno o primeiro contato com


o tema oncologia.

O câncer bucal é uma doença de etiologia multifatorial. Seu


tratamento e prognóstico são guiados pelo estadiamento
clínico.
Atualmente, observa-se o aumento da incidência desses tumores
na população brasileira, criando a possibilidade do futuro
profissional atender um paciente submetido a tratamento
oncológico específico ou para avaliá-lo antes do tratamento.
AS LESÕES CANCERIZÁVEIS OU PRÉ-CANCERÍGENAS
ATRAVÉS DOS TEMPOS

• Atualmente e segundo a última classificação da OMS


(2005), as lesões cancerizáveis são chamadas de lesões
precursoras e são distintas das condições cancerizáveis.
• As lesões precursoras são a leucoplasia, a eritroplasia e
a queilite actínica.
• Entre as condições cancerizáveis estão incluídas a
leucoplasia verrucosa proliferativa, deficiência por ferro,
líquen plano bucal, fibrose submucosa oral, sífilis, lúpus
eritematoso, xeroderma pigmentoso e epidermólise
bolhosa distrófica (tipo Hallopeau-Siemens).
EPIDEMIOLOGIA DO CARCINOMA DE MUCOSA
BUCAL
• IDADE : Tumores malignos epiteliais são mais comuns nos
adultos acima dos 50 anos.
• SEXO : Quanto ao câncer de boca, os pacientes do sexo
masculino são mais afetados do que os do sexo feminino na
proporção de 4:1.
• RAÇA/COR : No Brasil, a raça branca é mais acometida.
• ANTECEDENTES FAMILIARES : Estudos apontam que se
houver casos na família, seus descendentes apresentam
maior possibilidade de desenvolver um tumor em alguma
época da vida.
EPIDEMIOLOGIA DO CARCINOMA DE MUCOSA
BUCAL
• VÍCIOS : Tabagismo e etilismo.
• LOCALIZAÇÃO DO TUMOR : Tumores de lábio possuem
evolução clínica diferente dos carcinomas de boca, que por
sua vez também diferem dos tumores de orofaringe, mesmo
todos sendo carcinomas.
• ASPECTO CLÍNICO DO TUMOR : As lesões ulceroinfiltrativas
possuem evolução mais agressiva que aqueles
ulcerovegetantes.
• ESTADIAMENTO CLÍNICO : O estadiamento clínico é o
responsável pela determinação tanto da indicação
terapêutica quanto do prognóstico.
FATORES DE RISCO DO CÂNCER DE
BOCA

• Dieta
• Estresse
• Radiação solar
• Tabagismo
• Etilismo
CLASSIFICAÇÃO TNM
• PARA O TUMOR PRIMÁRIO (T):
• Tx: Tumor primário não pode ser avaliado
• To: Sem evidência de tumor primário
• Tis: Carcinoma in situ
• T1: Até 2 cm
• T2: De 2 a 4 cm
• T3: Acima de 4 cm
• T4a: Lábio - infiltrando estruturas adjacentes
• T4a: Boca – cortical óssea, músculos profundos da língua, seios maxilares
ou pele da face
• T4b: Invade espaço mastigador. Lâminas pterigoideas, base do crânio ou
carótida interna
• PARA A METÁSTASE REGIONAL (N):
• No: Sem evidência de metástase regional
• N1: Linfonodo ipsilateral até 3 cm
• N2a Linfonodo ipsilateral entre 3 e 6 cm
• N2b: Linfonodos ipsilaterais < 6 cm
• N2c: Linfonodo contralateral ou bilateral
• Nx: Linfonodos regionais não podem ser
avaliados
• N3: Linfonodo acima de 6 cm
• PARA A METÁSTASE À DISTÂNCIA (M):
• Mx: Metástase à distância não pode ser
avaliada
• Mo: Sem evidência de metástase à distância
• M1: Presença de metástase à distância
FATORES QUE INFLUENCIAM NO
PROGNÓSTICO
• IDADE :Tumores epiteliais possuem melhor prognóstico
quando acometem pessoas adultas. Por outro lado, os
tumores mesenquimais evoluem mais agressivamente nos
pacientes adultos. O contrário ocorre nos pacientes jovens e
crianças.
• SEXO : Pessoas do sexo feminino possuem melhor prognóstico
que as do sexo masculino, independentemente do
estadiamento clínico.
• ASPECTO CLÍNICO DO TUMOR : As lesões infiltrativas possuem
pior prognóstico que as vegetantes, pois a evolução do tumor
tende a ser mais rápido.
FATORES QUE INFLUENCIAM NO
PROGNÓSTICO
• ESTADIAMENTO CLÍNICO : Quanto maior for o estadiamento
clínico, pior será o prognóstico.
• LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA : A evolução do tumor depende da
região anatômica que ele está, pois interferirá na drenagem
linfática e na metástase à distância.
• LINFONODOS CERVICAIS : O acometimento dos linfonodos
cervicais pelo câncer (metástase linfonodal cervical) tem
influência direta no prognóstico da doença.
• INFILTRAÇÃO VASCULAR : É quando o patologista observa a
presença de células tumorais invadindo a luz do vaso
sanguíneo, fato que propicia a metástase à distância.
TRATAMENTO
• CIRURGIA : Nas lesões iniciais, a ressecção
com margem de segurança é o tratamento
indicado. Caso as margens estejam
comprometidas por células tumorais, torna-se
necessário o replanejamento do caso.
• RADIOTERAPIA : Para os carcinomas de boca,
a dose de radiação utilizada fica entre 50 e 70
cGy.
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO
RADIOTERÁPICO
• RADIODERMITE : Alteração na pele onde a radiação
penetrou, podendo causar queimaduras.
Atualmente, esta alteração não é frequente devido a
evolução tecnológica dos aparelhos.
• MUCOSITE ORAL : Alteração da mucosa bucal
expondo a parte do conjuntivo. Pode causar dor e
alguns autores a classifica por graus. Seu tratamento
é variável e inclui laserterapia, antifúngico tópico,
corticosteroide tópico ou na forma de bochechos ou
aplicação de anestésico tópico.
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO
RADIOTERÁPICO
• TRISMO : É a abertura limitada da boca e o paciente
recebe orientação do fisioterapeuta antes e durante
o tratamento radioterápico para diminuir esta
ocorrência.
• DIMINUIÇÃO DO FLUXO SALIVAR/XEROSTOMIA :
As glândulas salivares ficam, geralmente, dentro do
campo de radiação e recebem dose que causa
sua castração, reduzindo drasticamente o fluxo salivar.
• PIGMENTAÇÃO DENTAL : Alguns casos podem
apresentar pigmentação dos dentes.
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO
RADIOTERÁPICO
• CÁRIE DE RADIAÇÃO : Com a redução drástica do
fluxo salivar, os pacientes que mantêm seus dentes
podem desenvolver cáries rampantes.
• NECROSE DE TECIDO MOLE : Após receber dose
curativa, o tumor necrosa e deve ser removido por
debridamento.
• OSTEORRADIONECROSE : O osso concentra e
absorve mais radiação que o tumor, devido ao seu
peso molecular e, principalmente, a mandíbula pode
sofrer com esse efeito.
OSTEONECROSE POR BIFOSFONATO

• Os bisfosfonatos são medicamentos que estão


sendo utilizados para tratamento principal ou
• adjuvante para doenças que acometem o tecido
ósseo, como osteoporose, mieloma múltiplo,
hipercalcemia, metástases ósseas e doença de
Paget do osso. Por diminuir o turnover ósseo,
pode levar à necrose tecidual.
• Seu tratamento ainda não possui um consenso.
REABILITAÇÃO BUCOMAXILOFACIAL –
PRÓTESE
TIPOS DE NEOPLASIAS MALIGNAS QUE PODEM
ACOMETER A BOCA
• TUMORES NÃO SÓLIDOS
Linfomas Leucemias

• TUMORES SÓLIDOS
Mesenquimais Fibrosarcoma Sarcoma Osteogênico Rabdomiosarcoma
Leiomiosarcoma Mieloma Múltiplo

• EPITELIAIS
Adenocarcinoma Carcinoma Adenoide Cístico Carcinoma Indiferenciado
Carcinoma Verrucoso Carcinoma Mucoepidermóide Adenoma
Pleomórfico Maligno Carcinoma Basaloide Melanoma Maligno
Conclusão
• Apresentar a gravidade e importância da
oncologia e a participação do cirurgião-
dentista na equipe oncológica, demonstrando
que é fundamental o conhecimento da
oncologia para participar de tal equipe. O
efeito psicológico da doença e os
inescrupulosos que aproveitam da fragilidade
que essa doença causa no paciente e seus
familiares também serão discutidos.

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