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CÂNCER
AULA 5
PROF: MSª: DÉBORA RANGEL ARRUDA
CÂNCER ANAL
O câncer anal ocorre no canal e nas bordas externas do ânus. Os tumores malignos surgem em tipos
diferentes de tecidos, sendo o carcinoma epidermoide responsável por 85% dos casos. O câncer anal é raro e
representa de 1 a 2% de todos os tumores colorretais.
O QUE AUMENTA O RISCO?
Infecções sexualmente transmissíveis (IST), como condilomatose, gonorreia, herpes genital e clamídia
Tabagismo
Fístula anal crônica (ligação anormal entre a superfície do canal anal e o tecido em volta do ânus, com
secreção purulenta)
Pacientes imunodeprimidos que se submeteram a transplantes de rim ou coração
Sangramento anal
Perda do controle intestinal.
Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles
sejam investigados por um médico.
DIAGNÓSTICO
Inicialmente, faz-se o exame de toque e, caso necessário, a anuscopia e a proctoscopia. O
diagnóstico é feito por biópsia de uma amostra do tecido. Outros exames, como ressonância
magnética, podem ser solicitados pelo médico para detectar a extensão do tumor e orientar na
escolha do melhor tratamento.
TRATAMENTO
A definição do tratamento depende do estadiamento do tumor, o que será avaliado pelo
diagnóstico. O tratamento pode ser clínico e/ou cirúrgico. O mais utilizado é a combinação de
quimioterapia e radioterapia.
CÂNCER DE BEXIGA
O câncer de bexiga atinge as células que cobrem o órgão e é classificado de acordo com a célula que
sofreu alteração. Existem três tipos:
Carcinoma de células de transição: representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido
mais interno da bexiga.
Carcinoma de células escamosas: afeta as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga
depois de infecção ou irritação prolongadas.
Adenocarcinoma: se inicia nas células glandulares (de secreção) que podem se formar na bexiga
depois de um longo tempo de irritação ou inflamação.
Quando o câncer se limita ao tecido de revestimento da bexiga, é chamado de superficial. O câncer que
começa nas células de transição pode se disseminar através do revestimento da bexiga, invadir a
parede muscular e disseminar-se até os órgãos próximos ou gânglios linfáticos, transformando-se num
câncer invasivo.
O câncer de bexiga é uma das neoplasias mais comuns do trato urinário e o nono tipo mais
incidente, em nível mundial, com cerca de 430 mil casos novos em 2012. Quando comparado
por sexo, nos homens, ocupa a sexta posição (330.380 casos novos, no mundo, em 2012), em
seguida aos de pulmão, próstata e colorretal. Nas mulheres, é o 19º mais frequente (99.413
casos novos, no mundo, em 2012), mais comumente em países desenvolvidos.
CÂNCER DE BOCA
O câncer da boca (também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral) é um tumor
maligno que afeta lábios, estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca, língua
(principalmente as bordas) e a região embaixo da língua. É mais comum em homens acima
dos 40 anos, sendo o quarto tumor mais frequente no sexo masculino na região Sudeste. A
maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados.
A parte posterior da língua, as amígdalas e o palato fibroso fazem parte da região chamada
orofaringe e seus tumores têm comportamento diferente do câncer de cavidade oral.
COMO PREVENIR
Não fumar
Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
Ter alimentação rica em frutas verduras e legumes
Manter boa higiene bucal
Usar preservativo (camisinha) na prática do sexo oral
O QUE AUMENTA O RISCO
Tabagismo: Quem fuma cigarro ou utiliza outros produtos derivados do tabaco, como cigarro de palha, de Bali, de
cravo ou kreteks, fumo de rolo, tabaco mascado, charutos, cachimbos e narguilé, entre outros,tem risco muito maior
de desenvolver câncer de boca e de faringe do que não fumantes. Quanto maior o número de cigarros fumados, maior
o risco de câncer.
Consumo regular de bebidas alcoólicas.
Exposição ao sol sem proteção representa risco importante para o câncer de lábios.
A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim,
possibilitar maior chance de tratamento.
A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de
pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames
periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento) mas pertencentes a grupos com maior chance de
ter a doença.
Existe uma fase pré-clínica (sem sintomas) do câncer do colo do útero, em que a detecção de lesões
precursoras (que antecedem o aparecimento da doença) pode ser feita através do exame preventivo
(Papanicolaou). Quando diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer cervical são de 100%. A
doença é silenciosa em seu início e sinais e sintomas como sangramento vaginal, corrimento e dor aparecem
em fases mais avançadas da doença
EXAME PREVENTIVO
O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau) é a principal estratégia para
detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico precoce da doença. O exame pode ser feito
em postos ou unidades de saúde da rede pública que tenham profissionais capacitados. Sua
realização periódica permite reduzir a ocorrência e a mortalidade pela doença.
O exame preventivo é indolor, simples e rápido. Pode, no máximo, causar um pequeno
desconforto. Para garantir um resultado correto, a mulher não deve ter relações sexuais
(mesmo com camisinha) no dia anterior ao exame; evitar também o uso de duchas,
medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores à realização do
exame. É importante também que não esteja menstruada, porque a presença de sangue pode
alterar o resultado. Mulheres grávidas também podem se submeter ao exame, sem prejuízo
para sua saúde ou a do bebê.
Como é feito o exame
Para a coleta do material, é introduzido na vagina um instrumento chamado espéculo
(conhecido popularmente como “bico de pato”, devido ao seu formato);
O profissional de saúde faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero;
O profissional promove a escamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma
espátula de madeira e uma escovinha;
As células colhidas são colocadas numa lâmina de vidro para análise em laboratório
especializado em citopatologia.
Quem deve fazer e quando fazer o exame preventivo
Toda mulher que tem ou já teve vida sexual e que estão entre 25 e 64 anos de idade. Devido à longa evolução da
doença, o exame pode ser realizado a cada três anos. Para maior segurança do diagnóstico, os dois primeiros
exames devem ser anuais. Se os resultados estiverem normais, sua repetição só será necessária após três anos.
O que fazer após o exame?
A mulher deve retornar ao local onde foi realizado o exame (ambulatório, posto ou centro de saúde) na data
marcada para saber o resultado e receber instruções. Tão importante quanto realizar o exame é buscar o resultado
e apresentá-lo ao médico
Resultado
Se o seu exame acusou:
Negativo para câncer: Se esse for o seu primeiro resultado negativo, você deverá fazer novo exame preventivo
daqui a um ano. Se você já tem um resultado negativo no ano anterior, deverá fazer o próximo exame preventivo
daqui a três anos;
Infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau: Você deverá repetir o exame daqui a seis meses;
Lesão de alto grau: O médico decidirá a melhor conduta. Você vai precisar fazer outros exames, como a
colposcopia;
Amostra insatisfatória: A quantidade coletada de material não foi suficiente para fazer o exame. Você deve
repetir o exame logo que for possível.
Em todos as situações, é importante seguir as recomendações médicas.
DIAGNÓSTICO
Os seguintes testes podem ser utilizados:
Exame pélvico e história clínica: exame da vagina, colo do útero, útero, ovário e reto através
de avaliação com espéculo, Papanicolau, toque vaginal e toque retal.
Exame Preventivo (Papanicolau)
Colposcopia – exame que permite visualizar a vagina e o colo de útero com um aparelho
chamado colposcópio, capaz de detectar lesões anormais nessas regiões
Biópsia – se células anormais são detectadas no exame preventivo (Papanicolau), é necessário
realizar uma biópsia, com a retirada de pequena amostra de tecido para análise no
microscópio.
TRATAMENTO
O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre os
tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O
tipo de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho do
tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos.
Se confirmada a presença de lesão precursora, ela poderá ser tratada a nível ambulatorial, por
meio de uma eletrocirurgia.
CÂNCER DO CORPO DO ÚTERO
O útero é um órgão muscular onde o feto se desenvolve. O câncer do corpo do útero pode se
iniciar em diferentes partes do órgão. O tipo mais comum se origina no endométrio
(revestimento interno do útero) e é chamado de câncer de endométrio. O sarcoma uterino é
uma forma menos comum de câncer uterino que se origina na musculatura e no tecido de
sustentação do órgão.
O câncer uterino pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas é mais comum em mulheres que
já se encontram na menopausa.
(TRABALHO)
CÂNCER DE PELE MELANOMA
O câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina,
substância que determina a cor da pele) e é mais frequente em adultos brancos. O melanoma pode
aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais.
Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas
dos pés.
Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a cerca de 30% de todos os
tumores malignos registrados no país, o melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas
do órgão. É o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação
do câncer para outros órgãos).
O prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom se detectado em sua fase inicial. Nos
últimos anos, houve grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente
devido à detecção precoce do tumor e à introdução dos novos medicamentos imunoterápicos.
TRABALHO
CÂNCER INFANTOJUVENIL
câncer infantojuvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação
descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Diferentemente do
câncer do adulto, o câncer infantojuvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de
sustentação. Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores na criança e no adolescente
são constituídos de células indiferenciadas, o que, geralmente, proporciona melhor resposta aos tratamentos
atuais.
Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos
brancos), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático).
Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso
periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal),
retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que originam os ovários e os
testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
Assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do
total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos.
Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi
extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença
podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles
terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.
TRABALHO
CÂNCER DE PÊNIS
O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora
possa atingir também os mais jovens. No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos
de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
TRABALHO
Câncer de testículo
O tumor de testículo corresponde a 5% do total de casos de câncer entre os homens. É facilmente
curado quando detectado precocemente e apresenta baixo índice de mortalidade.
Apesar de raro, preocupa porque a maior incidência é em homens em idade produtiva - entre 15 e
50 anos. Nessa fase, há chance de ser confundido, ou até mesmo mascarado, por orquiepididimites
(inflamação dos testículos e dos epidídimos (canais localizados atrás dos testículos e que coletam e
carregam o esperma) geralmente transmitidas sexualmente.
TRABALHO
CÂNCER DE FÍGADO
O câncer de fígado pode ser de dois tipos: primário (que começa no próprio órgão) e
secundário ou metastático (tem origem em outro órgão e, com a evolução da doença, atinge
também o fígado). O tipo secundário é mais frequentemente decorrente de um tumor maligno
no intestino grosso ou no reto.
Dentre os tumores iniciados no fígado, o mais comum é o hepatocarcinoma ou carcinoma
hepatocelular. Agressivo, ocorre em mais de 80% dos casos. Existem também o
colangiocarcinoma (originado nos dutos biliares do fígado), o angiossarcoma (câncer raro que
se origina nos vasos sanguíneos do fígado) e o hepatoblastoma, tumor maligno raro que atinge
recém-nascidos e crianças nos primeiros anos de vida.
TRABALHO
CÂNCER DE LARINGE
O câncer de laringe ocorre predominantemente em homens acima de 40 anos e é um dos mais
comuns entre os que atingem a região da cabeça e pescoço. Representa cerca de 25% dos
tumores malignos que acometem essa área e 2% de todas as doenças malignas.
A ocorrência pode se dar em uma das três áreas em que se divide o órgão: supraglote, glote e
subglote. Aproximadamente 2/3 dos tumores surgem na corda vocal verdadeira, localizada na
glote, e 1/3 acomete a laringe supraglótica (acima das cordas vocais). O tipo histológico mais
prevalente, em mais de 90% dos pacientes, é o carcinoma de células escamosas.
CÂNCER DE ESTÔMAGO
Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam
investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito pela endoscopia digestiva alta. Para realizar esse exame, o paciente
recebe sedação e é aplicado anestésico na região da garganta. A seguir, um tubo é introduzido
pela boca. A endoscopia digestiva alta permite ao médico visualizar o esôfago e o estômago,
além de fazer biópsias (retirada de pequenos fragmentos do tecido). O material da biópsia é
enviado a um laboratório para que seja confirmado (ou não) o diagnóstico de tumor maligno e
definido qual o tipo de tumor.
Caso o diagnóstico de câncer gástrico seja confirmado, geralmente é necessária a realização de
tomografias computadorizadas para avaliar a extensão do tumor. Em alguns casos, quando o
câncer parece ser de estágio mais inicial, pode ser solicitada ultrassonografia endoscópica
(exame semelhante à endoscopia digestiva alta, em que na ponta do tubo introduzido pela
garganta há um aparelho de ultrassom).
TRATAMENTO
Doença localizada
O câncer de estômago é considerado localizado quando está restrito ao órgão e aos gânglios
linfáticos ao redor. Neste caso, o principal tratamento é a cirurgia. Durante o procedimento, o
cirurgião primeiramente faz um exame visual do interior da cavidade abdominal, para verificar
se não há disseminação do tumor que não foi constatada nos exames pré-operatórios. A
decisão de retirar todo o estômago ou apenas parte dele depende de fatores como a localização
específica do tumor, a extensão da lesão e o subtipo de câncer. Em algumas situações, como
quando o tumor invade a artéria aorta, a cirurgia pode não ser possível.
A realização da quimioterapia, antes e/ou após a cirurgia, em geral, aumenta as chances de
cura (exceto nos tumores mais iniciais). Em casos selecionados, também pode ser necessário o
tratamento com radioterapia após a cirurgia.
Câncer inoperável ou metastático
Nas situações em que não é possível retirar o tumor com cirurgia ou em que há metástases
(câncer espalhado para outros órgãos), o tratamento é paliativo. As metástases do câncer gástrico
em geral estão localizadas no peritônio (membrana que recobre os órgãos digestivos e a parede
interna da cavidade abdominal), fígado, pulmões, ossos, gânglios linfáticos distantes do
estômago, cérebro e glândula adrenal.
O objetivo do tratamento paliativo é aliviar ou evitar sintomas, melhorar a qualidade de vida e
prolongar a sobrevida. A escolha do tipo de tratamento paliativo depende dos sintomas presentes,
da extensão do tumor e, principalmente, das condições físicas do paciente.
O sangramento tumoral em geral é de pequena quantidade e crônico, mas, em alguns casos, pode
ser mais agudo. A avaliação médica define o tratamento necessário para cada paciente, que pode
incluir: observação, medicamentos, transfusões sanguíneas, procedimentos endoscópicos ou
vasculares (embolização para cessar o sangramento), cirurgia ou radioterapia paliativa.
LINFOMA DE HODGKIN
Linfoma ou Doença de Hodgkin é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, conjunto
composto por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela
imunidade e vasos que conduzem essas células através do corpo.
O linfoma de Hodgkin tem a característica de se espalhar de forma ordenada, de um grupo de
linfonodos para outro grupo, por meio dos vasos linfáticos. A doença surge quando um linfócito
(célula de defesa do corpo), mais frequentemente um do tipo B, se transforma em uma célula maligna,
capaz de multiplicar-se descontroladamente e disseminar-se. A célula maligna começa a produzir, nos
linfonodos, cópias idênticas, também chamadas de clones. Com o passar do tempo, essas células
malignas podem se disseminar para tecidos próximos, e, se não tratadas, podem atingir outras partes
do corpo. A doença origina-se com maior frequência na região do pescoço e na região do tórax
denominada mediastino.
A doença pode ocorrer em qualquer faixa etária; porém é mais comum entre adolescentes e adultos
jovens (15 a 29 anos), adultos (30 a 39 anos) e idosos (75 anos ou mais). Os homens têm maior
propensão a desenvolver o linfoma de Hodgkin do que as mulheres.
A incidência de casos novos permaneceu estável nas últimas cinco décadas, enquanto a mortalidade
foi reduzida em mais de 60% desde o início dos anos 1970 devido aos avanços no tratamento. A
maioria dos pacientes com linfoma de Hodgkin pode ser curada com o tratamento disponível
atualmente.
O QUE AUMENTA O RISCO
Pessoas com sistema imune comprometido, como portadores do vírus HIV e pacientes que
fazem uso de drogas imunossupressoras (indicada para evitar rejeição após a realização de
transplantes).
Apesar de ser um fato muito raro, membros de famílias nas quais uma ou mais pessoas
tiveram o diagnóstico da doença têm risco aumentado de desenvolvê-la.
COMO PREVENIR
Não há uma forma efetiva de prevenção para o linfoma de Hodgkin.
SINIAS E SINTOMAS
O linfoma de Hodgkin pode surgir em qualquer parte do corpo, e os sintomas dependem da
sua localização. Caso se desenvolva em linfonodos superficiais do pescoço, axilas e virilha,
formam-se ínguas (linfonodos inchados) indolores nesses locais. Se a doença ocorre na região
do tórax podem surgir tosse, falta de ar e dor torácica. Quando se apresenta na pelve ou no
abdômen, os sintomas são desconforto e distensão abdominal. Outros sinais de alerta são
febre, cansaço, suor noturno, perda de peso sem motivo aparente e coceira no corpo.
DETECÇÃO PRECOCE
A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar o tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar
maior chance de tratamento.
A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas
com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com a aplicação de exames periódicos em
pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento) mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Não há evidência científica de que o rastreamento do linfoma de Hodgkin traga mais benefícios do que riscos e,
portanto, até o momento, ele não é recomendado.
Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados em seu tratamento e deve ser
buscado com a investigação de sinais e sintomas como:
Aparecimento de um ou mais caroços (ínguas) sob a pele, geralmente indolor, principalmente no pescoço, virilha
ou axilas
Febre e suores noturnos
Cansaço e perda de peso sem motivo aparente
Coceira na pele
Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam
investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em poucos dias.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do linfoma de Hodgkin é obtido por meio de biópsia da região afetada. A biópsia consiste na
retirada de uma pequena parte ou de todo o linfonodo, que posteriormente é enviado para exame patológico.
O linfoma de Hodgkin, na maioria dos casos, é uma doença curável quando tratado adequadamente. O
tratamento clássico é a poliquimioterapia, quimioterapia com múltiplas drogas, com ou sem radioterapia
associada. No momento do diagnóstico, dependendo do estádio da doença, pode-se estimar o prognóstico do
paciente com o tratamento. O esquema ou protocolo de quimioterapia utilizado de rotina no INCA é
denominado ABVD. Esta sigla identifica as iniciais das medicações utilizadas no tratamento: A de
“Adriamicina”, B de “Bleomicina, V de “Vimblastina” e D de “Dacarbazina”. A quantidade de ciclos de
quimioterapia dependerá da avaliação do estádio inicial do tumor. Os pacientes podem ser classificados como
portadores de doença localizada ou doença avançada.
Para os pacientes que sofrem recaídas, ou seja, retorno da doença, ou que não respondem ao tratamento inicial,
as alternativas vão depender da forma inicial de tratamento. As opções empregadas usualmente, e com
indicações relativamente precisas, são a poliquimioterapia e o transplante de medula óssea.
Os pacientes devem ser seguidos continuamente após o tratamento, com consultas periódicas, cujos intervalos
podem ir aumentando progressivamente.
CÂNCER DE PULMÃO
O câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil (sem contar o câncer de pele
não melanoma). É o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. Cerca
de 13% de todos os casos novos de câncer são de pulmão.
A última estimativa mundial (2012) apontou incidência de 1,8 milhão de casos novos, sendo 1,24 milhão em
homens e 583 mil em mulheres.
A taxa de incidência vem diminuindo desde meados da década de 1980 entre homens e desde meados dos anos
2000 entre as mulheres. Essa diferença deve-se aos padrões de adesão e cessação do tabagismo constatados nos
diferentes sexos.
No Brasil, a doença foi responsável por 26.498 mortes em 2015. No fim do século XX, o câncer de pulmão se
tornou uma das principais causas de morte evitáveis.
O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de câncer
de pulmão.
Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de
tabaco.
O cigarro é, de longe, o mais importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer de
pulmão. A taxa de mortalidade de 2011 para 2015 diminuiu 3,8% ao ano em homens e, 2,3%
ao ano em mulheres, devido à redução na prevalência do tabagismo.
A taxa de sobrevida relativa em cinco anos para câncer de pulmão é de 18% (15% para
homens e 21% para mulheres). Apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio
inicial (câncer localizado), para o qual a taxa de sobrevida de cinco anos é de 56%.
O QUE AUMENTA O RISCO
tabagismo é a principal causa de câncer de pulmão.
A exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, deficiência e excesso de vitamina
A, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos
e história familiar de câncer de pulmão favorecem ao desenvolvimento desse tipo de câncer.
Idade avançada: a maior parte dos casos afeta pessoas entre 50 e 70 anos.
O risco de ocorrência do câncer de pulmão e de morte pela doença aumenta quanto maior a
intensidade da exposição ao tabagismo. A mortalidade por câncer de pulmão entre fumantes é cerca
de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, enquanto entre ex-fumantes é cerca de
quatro vezes maior.
Outros fatores de risco são: exposição ocupacional a agentes químicos ou físicos (asbesto, sílica,
urânio, cromo, agentes alquilantes, radônio entre outros), água potável contendo arsênico, altas
doses de suplementos de betacaroteno em fumantes e ex-fumantes.
Os trabalhadores rurais, da construção civil, curtume, fundição de metais, indústrias (alumínio,
borracha, cimento e gesso, gráfica e papel, têxtil, metalúrgica, metal pesado, nuclear,
eletroeletrônicos, aeronaves, aparelhos médicos, vidro; fertilizantes), mineração, fábrica de
baterias, produção de pigmentos, bombeiros hidráulicos, encanadores, eletricistas, mecânicos
de automóvel, mineiros, pintores, soldadores, sopradores de vidro, trabalho com isolamento,
em navios e docas, conservação do couro, limpeza e manutenção podem apresentar risco
aumentado de desenvolvimento da doença.
Se o trabalhador exposto a algum dos agentes ou circunstâncias de exposição citados acima
também fumar, o risco de câncer pode ser bem maior, devido ao efeito sinérgico entre
tabagismo e alguns agentes químicos e/ou físicos.
COMO PREVENIR?
As seguintes práticas contribuem para prevenção do câncer de pulmão:
Não fumar
Evitar o tabagismo passivo
Evitar a exposição a agentes químicos (como arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio,
urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila e éter de clorometil), presentes em determinados
ambientes de trabalho.
SINAIS E SINTOMAS
Os sintomas geralmente não ocorrem até que o câncer esteja avançado, mas algumas pessoas com câncer de pulmão em
estágio inicial apresentam sintomas. Os mais comuns são:
Tosse persistente
Escarro com sangue
Dor no peito
Rouquidão
Piora da falta de ar
Perda de peso e de apetite
Pneumonia recorrente ou bronquite
Sentir-se cansado ou fraco
Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns
Se você for ao médico quando perceber algum desses sintomas pela primeira vez e estiver com câncer de pulmão, a doença
pode ser diagnosticada em estágio inicial, quando é mais provável que o tratamento seja efetivo.
DETECÇÃO PRECOCE
A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor em fase inicial e,
assim, possibilitar maior chance de tratamento.
A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou
radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou
com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas
pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de pulmão na população geral
traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.
Estudos recentes mostraram a possibilidade de que a realização de uma tomografia de baixa
dose de radiação em grandes fumantes (um maço por dia por 30 anos), com mais de 55 anos
de idade, possa reduzir a mortalidade por esse câncer. Entretanto, há riscos ligados à
investigação que se segue nos casos positivos. Por isso, a decisão de fazer ou não esse exame
deve ser discutida entre o paciente e o médico.
Já o diagnóstico precoce do câncer de pulmão é possível em apenas parte dos casos, pois a
maioria dos pacientes só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença. Os
sinais e sintomas mais comuns e que devem ser investigados são:
Tosse e rouquidão persistentes
Sangramento pelas vias respiratórias
Dor no peito
Dificuldade de respirar
Fraqueza e perda de peso sem causa aparente
Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que
eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em poucos dias.
Raio-X do tórax, complementado por tomografia computadorizada são os exames iniciais para
investigar uma suspeita de câncer de pulmão. Em pacientes assintomáticos sob risco de câncer
de pulmão ou com sintomas precoces sugestivos (emagrecimento, tosse persistente, padrão de
tosse diferente do habitual) a realização do Raio-X de tórax é de grande valor.
A broncoscopia (endoscopia respiratória) deve ser feita para avaliar a árvore traquebrônquica
e, eventualmente, permitir a biópsia (retirada de pedacinhos do tumor com uma agulha para
exame). É fundamental obter um diagnóstico de certeza pela patologia.
Uma vez obtida a confirmação da doença, é feito o estadiamento, que avalia o estágio de
evolução, ou seja, verifica se a doença está restrita ao pulmão ou disseminada para outros
órgãos. O estadiamento é feito por meio de vários exames, como biópsia pulmonar guiada por
tomografia, biópsia por broncoscopia, tomografia de tórax, ressonância nuclear, PET-
CT(O PET é um exame de imagem que avalia o metabolismo das estruturas analisadas, mais
especialmente osso, músculo, cérebro, pulmão e fígado, entre outros órgãos.), cintilografia
óssea, mediastinoscopia, ecobroncoscopia, entre outros.
TRATAMENTO
O tratamento do câncer de pulmão requer a participação de um grupo multidisciplinar, formado por oncologista,
cirurgião torácico, pneumologista, radioterapeuta, radiologista intervencionista, médico nuclear, enfermeiro,
fisioterapeuta, nutricionista e assistente social.
Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário fazer o diagnóstico histológico e o estadiamento para
definir se a doença está localizada no pulmão ou se existem focos em outros órgãos. Para os pacientes com
doença localizada, e, particularmente, sem linfonodo (gânglio) aumentado (íngua) no mediastino (região entre
os dois pulmões), o tratamento é cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia e/ou radioterapia.
Para aqueles com doença localizada no pulmão e nos linfonodos, o tratamento é feito com radioterapia e
quimioterapia ao mesmo tempo.
Em pacientes que apresentam metástases a distância, o tratamento é com quimioterapia ou, em casos
selecionados, com medicação baseada em terapia-alvo.
Portanto, o tratamento do câncer de pulmão depende do tipo histológico e do estágio da doença, podendo ser
tratado com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, e/ou modalidades combinadas.
Modalidades de tratamento
Cirurgia
A cirurgia, quando possível, consiste na retirada do tumor com uma margem de segurança,
além da remoção dos linfonodos próximos ao pulmão e localizados no mediastino. É o
tratamento de escolha por proporcionar melhores resultados e controle da doença. Cerca de
20% dos casos são passiveis de tratamento cirúrgico. Porém, na grande maioria (80-90% dos
casos) a cirurgia não é possível na ocasião do diagnóstico, devido à extensão da doença
(estágio avançado) ou à condição clínica debilitada do paciente.
As cirurgias para tratamento do câncer de pulmão podem ser:
Segmentectomia e ressecção em cunha: Quando se retira uma parte pequena do pulmão
(somente o segmento ou parte do segmento que envolve o tumor), reservada para pacientes
com tumores pequenos e que não suportam cirurgias maiores por apresentarem idade ou
condições clínicas e/ou respiratórias limitadas.
Lobectomia: É a cirurgia de escolha para o tratamento do câncer de pulmão. Retira-se todo o
lobo pulmonar (grupo de segmentos), onde o tumor está situado. É o mais adequado por
remover toda a doença de forma anatômica.
Pneumectomia: É a retirada de um pulmão inteiro (suas indicações são limitadas e restritas).
Procedimento com morbidade maior e não tolerado por alguns pacientes.
Quimioterapia
O tratamento quimioterápico visa a destruir as células cancerígenas, assim como reduzir o
crescimento do tumor ou amenizar os sintomas da doença. Pode apresentar efeitos colaterais
indesejáveis, não sendo tolerada por todos os pacientes.
Radioterapia
Utiliza radiação para destruir as células cancerígenas. Pode ser utilizada antes ou após a
cirurgia. Também pode ocasionar uma série de efeitos colaterais (como pneumonite e
esofagite).
terapia-alvo:
Trata-se de uma nova forma de tratamento de câncer, frequentemente usada em pacientes cujo
tumor tenha determinadas características moleculares (genéticas). Essas medicações têm sido
reservadas para o tratamento de doenças avançadas. Novos estudos estão em andamento para
selecionar o grupo de pacientes que melhor se beneficiará deste tratamento.