Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Grupo G4
Alunos: Gabriel
Pinto, Lucas
Bragagnolo,
Pedro Ivo, Tarcílio
Leite
Data:
28 de agosto de 2024
Caso clínico
Dia 17/01/2024
Identificação: J.B.C, 76 anos, morador do município
de João Lisboa-MA
7º Dia PO
Caso clínico
Evolução da ferida
Epidemiologia
Controversa na literatura. Até 1984 apenas 300 casos foram relatados, sendo descrita
como 1:10.000 ou 0,3-15:100.000 na população.
Incidência maior em idosos, principalmente naqueles com fatores de risco.
Predileção pelo sexo masculino na proporção de 10:1 (sexo feminino possui melhor
drenagem perineal)
Mortalidade entre 30-40%, a depender da literatura.
Gangrena de Fournier
Fatores de risco
DM1 e DM2 (60% dos casos) Doenças Pélvicas
Obesidade Câncer
Idade avançada Comportamento de risco (alcoolismo [25-
Imunossupressão 50%], uso de drogas injetáveis)
Uso de iSGLT2* Uso de AINE’s
Etiologia
Pode ser dividida conforme a origem: Digestório/anorretal; Cutâneo e genital. A
afecções cutâneas lideram entre todas
Gangrena de Fournier
Microbiologia
Normalmente, há a presença de uma bactéria anaeróbica + enterobacteria, podendo ou
não haver a presença de um streptococo aneróbico facultativo. Não raro é a presença de E.
coli/Klebsiella + Bacteroides/Clostridium.
Fisiopatologia
A infecção perineal leva a inflamação da túnica íntima das artérias, com subsequente
oclusão (endarterite obliterante). Em seguida, o processo oclusivo ocasiona necrose e
isquemia de diversos vasos, com necrose da pele. A necrose é um rico tecido para a
proliferação bacteriana, potencializando a proliferação bacteriana. Com a infecção da
fáscia muscular, a infecção e necrose se espalham através das diversas fácias presentes no
períneo (como a fácia de Dartos e buck no testículo), assim como ascenção para a parede
abdominal por meio da fáscia de Scarpa. A presença de infecção bacteriana ocasiona a
produção gasosa, gerando crepitação do tecido (presença de bolhas de ar).
Gangrena de Fournier
Quadro Clínico
Quadro tipicamente agudo, com a presença de:
Eritema sem margens nítidas (72% dos Bolha cutânea, necrose ou
casos); equimose (38% dos casos);
Edema que supera o eritema (75% dos Mais raramente, a doença
casos); assume caráter subagudo,
Dor severa, incompatível com o exame com evolução rápida durante
físico (72%); um curto espaço de dias.
Febre;
Crepitação;
Gangrena de Fournier
Gangrena de Fournier
Gangrena de Fournier
Achados laboratoriais
Apesar de não ser possível prever a ocorrência da GF, alguns exames laboratoriais podem
nos ajudar na sua identificação:
Leucocitose
Alterações na coagulação (↥ INR, ↥Ttpa)
Hiponatremia
↥PCR e VHS
↥ Creatinina, LDH, CK e AST
Diagnóstico
Suspeita-se em todo paciente que se apresenta com sinais flogísticos em região
genital/anorretal e perineal juntamente de sintomas e sinais sistêmicos (febre alta,
instabilidade hemodinâmica). O diagnóstico presumido precoce é essencial e crítico para a
sobrevivência do paciente, tendo em vista que é uma emergência CIRÚRGICA. O
diagnóstico definitivo é feito pela exploração cirúrgica do local, evidenciando tecido
necrótico acometendo a fáscia da região acometida.
Gangrena de Fournier
Considerações a respeito do diagnóstico:
Exames laboratoriais/radiológicos jamais devem retardar o diagnóstico e a
abordagem cirúrgica.
Duas amostras sanguíneas devem ser obtidas para hemocultura antes da
administração do antibiótico
A utilização de TC pode ser considerada, tendo em vista sua superioridade a RM. O
achado mais comum e específico é a presença de gás nos tecidos moles, que se
presente demanda intervenção cirúrgica com emergência.
Outros sinais incluem coleção de fluidos e sinais inflamatórios, como edema.
A USG do local pode ser tentada, entretanto, visualiza apenas abcessos e presença
de gases no tecido.
Gangrena de Fournier
Achados em uma Tomografia Computadorizada:
Gangrena de Fournier
Diagnósticos diferenciais:
Celulite
Gangrena gasosa
Trombose venosa profunda
Tratamento
Antibiótico
Intervenção cirúrgica
Suporte hemodinâmico
Cuidado pós-operatório
Gangrena de Fournier
Antibioticoterapia
Cobertura de anaeróbios, gram-negativos e gram- positivos e estreptococos:
Harrisson U2D
Cuidado pós-operatório
Curativo diário, com utilização de soro fisiológico e limpeza mecânica. Pode ser
impregado agentes auxiliares na cicatrização, como Colagenase, carvão
ativado....
Gangrena de Fournier
Oxigenoterapia Hiperbárica