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Infecções Sexualmente

Transmissíveis
ÚLCERAS GENITAIS
Úlceras genitais
relacionadas com IST’s
Lesões com perda de tecido – epiderme apenas ou também derme
◦ Vulva
◦ Vagina
◦ Colo uterino

Agentes Etiológicos:
◦ Herpes simplex virus
◦ Treponema pallidum
◦ Haemophilus ducreyi
◦ Chlamydia trachomatis sorotipos L1-3
◦ Klebsiella granulomatis
Úlceras genitais
relacionadas com IST’s
Características importantes:
◦ Tempo e forma de evolução
◦ Localização
◦ Aspecto: tamanho, profundidade, grau de inflamação
◦ Número
◦ Linfonodomegalia
◦ Lesões em outras partes do corpo e boca
◦ Doença Sistêmica
Herpes Genital
Agente Etiológico: Herpes Simples Virus
Sintomas em 13 a 37% dos infectados
Primo-infecção:
◦ Incubação média de 6 dias;
◦ Lesões eritemato-papulosas -> vesículas de base eritematosa de conteúdo citrino
◦ Dolorosas
◦ Manifestações sistêmicas
◦ Linfadenomegalia bilateral dolorosa em 50% dos casos
Herpes Genital
90% dos pacientes recidivam em 12 meses
◦ Infecções;
◦ Exposição à radiação ultravioleta;
◦ Traumatismos locais;
◦ Menstruação;
◦ Estresse físico ou emocional;
◦ Antibioticoterapia prolongada
◦ Imunodeficiência.

Recorrência no mesmo local da primo-infecção


◦ Vesículas agrupadas -> pequenas úlceras arredondadas ou policíclicas – as vezes acompanhadas de
sintomas gerais
◦ Regressão espontânea
◦ Menos intensas e menos frequentes com o passar do tempo
Herpes Genital
Gestantes:
◦ Maior risco de complicações
◦ Transmissão: momento da passagem pelo canal de parto
◦ Parto cesárea sempre que houver lesões ativas

Imunossuprimidos:
◦ Apresentações atípicas
Herpes Genital
Tratamento:
◦ Primeiro episódio: Aciclovir 400mg,VO, 8/8h por 7-10 dias ou 200mg, VO, 5x ao dia por 7-10 dias
◦ Recidiva: Aciclovir 400mg, VO, 8/8h por 5 dias ou 800mg, VO, 12/12h por 5 dias
◦ Supressão: Aciclovir 400mg, VO, 12/12h por até 6 meses
◦ Gestação: tratar todos as infecções como a primeira;
Cancro Mole ou Cancroide
Agente Etiológico: Haemophilus ducreyi
Pouco frequente em nosso meio
Risco de infecção de 80%
Período de incubação: 3-7 dias
Apresentação clínica: pápulas dolorosas -> úlceras rasas com bordas irregulares -> erosão
fagedênica -> destruição acentuada de tecido -> fundo “sujo”
Pode estar associada por linfadenopatia inguinal uni ou bilateral, dolorosa
Localização: fúrcula e face interna dos grandes e pequenos lábios
Cancro mole ou cancroide
Diagnóstico laboratorial:
◦ Microscopia com coloração de Gram:
◦ Bacilos gram negativos, pequenos, agrupados em “cardume de peixes”, “vias
férreas” ou “impressões digitais”
◦ Positivo em 50% dos casos
◦ Cultura e biopsia podem ser úteis
Cancro Mole ou Cancroide
Tratamento:
◦ Azitromicina 500mg, VO, 2 comprimidos em dose única; OU
◦ Ceftriaxona 500mg, IM, dose única.
◦ 2ª opção:
◦ Ciprofloxacino 500mg, VO, 12/12h por 3 dias
◦ Associar medidas de higiene local
◦ Mesmo tratamento para o parceiro
Linfogranuloma Venéreo
Agente Etiológico: Chlamydia trachomatis
Sorotipos L1, L2 e L3
Incubação de 3 a 32 dias
Manifestação mais comum: Linfadenopatia inguinal e/ou femoral
3 fases: inoculação, disseminação linfática regional e sequelas
Baixa incidência em nosso meio
Linfogranuloma Venéreo
Inoculação: pápula indolor, desaparece sem cicatriz
Disseminação linfática regional: depende do local de acometimento da
inoculação para o aparecimento do bulbão;
◦ No homem, 1-6 semanas após a lesão inicial, 70% dos casos unilateral

Sequelas: Supuração e fistulização ganglionar por orifícios múltiplos;


◦ Região anal: proctite e/ou proctocolite
◦ Orogenital: glossite ulcerativa
◦ Manifestações gerais
◦ Elefantíase genital - estiomene
Linfogranuloma Venéreo
Diagnóstico: principalmente quadro clínico e exclusão de outras doenças;
Exames complementares:
◦ Elisa – identifica anticorpos
◦ Culturas em células de McCoy
◦ Sorológico – mais usado
◦ PCR e Captura híbrida – alta sensibilidade
Linfogranuloma venéreo
Tratamento:
◦ Doxiciclina 100mg, VO, 12/12h por 21 dias;
◦ Azitromicina 1g, VO, 1x por semana por 21 dias (principalmente gestantes)

Tratamento do paceiro:
◦ Se sintomático, mesmo esquema
◦ Se assintomático: Azitromicina 1g, VO, DU ou Doxiciclina 100mg, VO, 12/12h
por 7 dias
Donovanose
Agente Etiológico: Klebsiella granulomatis
IST crônica e progressiva
Incubação de 8 dias a 6 meses
Acomete mucosas
Baixa transmissibilidade
QC -> úlceras de borda bem delimitada com “fundo limpo”, não dolorosas, múltiplas lesões
(lesões em espelho)
◦ Progride para lesão vegetante ou úlcero-vegetante

Preferência por áreas de dobras e região perianal


Donovanose
Histopatologia e Citopatologia podem mostrar os corpúsculos de Donovan
Tratamento:
◦ Azitromicina 1g/semana, VO, por pelo menos 3 semanas;
◦ Doxiciclina 100mg, VO, 12/12h por 21 dias OU
◦ Ciprofloxacino 750mg, VO, 12/12h por 21 dias OU
◦ Bactrin 400/80mg, VO, 2cp de 12/12h por 21 dias

Controle de cura: desaparecimento das lesões


Sífilis ou Cancro Duro
Agente Etiológico: Treponema Pallidum
Evolução Sistêmica
Transmissão sexual e vertical
Apresentação a depender do tempo de evolução
◦ Sífilis primária
◦ Sífilis secundária
◦ Sífilis latente tardia
◦ Sífilis terciária
Sífilis
Maioria dos pacientes assintomáticos;
Sífilis Primária:
◦ Incubação de 10-90 dias
◦ Lesão única de borda endurecida e fundo limpo, indolor
◦ Pode persistir por 30-90 dias, com regressão espontânea
◦ Adenopatia bilateral inguinal indolor e não inflamatória

Sífilis Secundária:
◦ 6 semanas a 6 meses após o fim do cancro
◦ Máculas róseas, pouco visíveis -> placas eritemato-acastanhadas -> condilomas planos

Sífilis latente
◦ Geralmente assintomática

Síflis terciária:
◦ Gomas sifilíticas
Sífilis
Diagnóstico:
◦ VDRL
◦ Testes treponêmicos
◦ Testes rápidos
Sífilis
Em gestantes:
◦ Abortamento
◦ Prematuridade
◦ Natimortalidade
◦ Malformações congênitas

Transmissão vertical de até 80%


Sífilis
Sífilis
Tratamento: Penicilina Benzatina – 1ª escolha
◦ Sífilis recente: P. Benzatina, 1.200.000 UI em cada nádega, IM, dose única - Controle com VDRL
trimestral
◦ Sífilis Tardia: P. Benzatina 1.200.000 UI em cada nádega, IM, 1x por semana por 3 semanas – Controle
com VDRL trimestral
◦ Alternativa: Doxicilina 100mg, VO, 12/12h por 15 e 30 dias, respectivamente.
Infecções Sexualmente
Transmissíveis
CERVICITES E URETRITES
Cervicite
Inflamação do epitélio colunar do colo uterino – Mucosa endocervical
Etiologia infecciosa:
◦ Gonococo / Clamidia / outros agentes menos usuais

Maioria assintomática
Principais queixas:
◦ Corrimento vaginal
◦ Sinusorragia
◦ Dispareunia
◦ Disúria
◦ Dor à mobilização do colo, presença de material mucopurulento e colo friável no exame físico
Uretrite
Infecção da mucosa uretral acompanhada por corrimento uretral.
Principais agentes etiológicos: N. Gonorreae e Clamydia Trachomatis
Corrimento varia de mucoide a purulento, associada a dor uretral, disúria, estranguria, prurido e
eritema uretral
Diagnóstico
Biologia molecular – PCR
Coloração de gram
Tratamento
Sem identificação do agente etiológico:
◦ Azitromicina 1g, VO, dose única + Ceftriaxona 500mg, IM, dose única

Uretrite/Cervicite gonocócicas:
◦ Azitromicina 1g, VO, dose única + Ceftriaxona 500mg, IM, dose única

Clamydia Trachomatis:
◦ Azitromicina 1g, VO, dose única
Referências
1. Tratado de Ginecologia – Febrasgo
2. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infeções
Sexualmente Transmissíveis (IST) - Ministério da Saúde- 2020
3. Tratado de Ginecologia – Berek e Novak

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