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Nathália Braga Mota

ROTEIRO DO LABORATÓRIO
MORFOFUNCIONAL

CURSO DE MEDICINA

Orientadores:
Prof. Antonio Carlos
Prof. Hudson Walença
Prof.ª Lyah Lamarck
Prof.ª Maylla Lucena

AES 18 – PRÁTICA: HISTOLOGIA DO SISTEMA


RESPIRATÓRIO

Obje vo:

Iden car e reconhecer os principais tecidos que compõem os pulmões, associando com
sua funcionalidade.
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Nathália Braga Mota


ESTE ROTEIRO DE AULA PRÁTICA É REFERENTE À LÂMINA DENOMINADA
“PULMÃO-HE”.

Analise a lâmina ao microscópio óp co e execute os seguintes comandos:

1) Tirar fotos dos alvéolos pulmonares:

SA: Saco alveolar


A: alvéolos circundantes.
Os alvéolos são circundados e separados uns dos outros
por uma fina camada de tecido conjuntivo, os septos
interalveolares, que contêm capilares sanguíneos. À direita,
encontra-se a superfície do pulmão, que é recoberta pela
plena visceral contendo epitélio simples pavimentoso e
uma camada subjacente de tecido conjuntivo.

A) Iden car o po tecido que o compõe:


A parede dos alvéolos é reves da por um epitélio simples pavimentoso cujas células são denominadas
pneumócitos I e II. Ao microscópio óp co elas se confundem com as células do endotélio dos capilares
existentes na parede alveolar e com as células conjun vas também ali presentes. Abaixo do epitélio de
reves mento observa-se uma lâmina própria cons tuída de tecido conjun vo frouxo, ricas em bras
elás cas e re culares, que serve de sustentação à rede de capilares alveolares que ocupam a maior parte
da parede alveolar. Cada parede alveolar é comum a dois alvéolos vizinhos, por isso denomina-se parede
ou septo interalveolar.
✓ Os ductos alveolares são vias respiratórias alongadas, cujas paredes são formadas quase

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exclusivamente por alvéolos. Observa-se a existência de anéis de músculo liso nos septos
interalveolares.
✓ Os sacos alveolares são espaços circundados por grupos de alvéolos. Os alvéolos circundantes
abrem-se nesses espaços.
B) Relacionar as principais caracterís cas deste tecido com a função desta estrutura.
Os alvéolos são os espaços aéreos terminais do sistema respiratório e cons tuem verdadeiro locais de
troca gasosa entre o ar e o sangue. Os alvéolos são circundados e separados uns dos outros por uma
camada de tecido conjun vo extremamente na, contendo capilares sanguíneos. Existem cerca de 150 a
250 milhões de alvéolos em cada pulmão do adulto; sua área total de super cie interna é de
aproximadamente 75 m2. Cada alvéolo tem uma câmara poliédrica de parede na, de cerca de 0,2 mm de
diâmetro, con uente com um saco alveolar.
As trocas gasosas ocorrem nos locais onde o septo interalveolar bastante estreito (menos de 2μm de
largura), restrito aos pneum citos do po I e o capilar, os quais est o t o pr ximos que as suas l minas
basais se fundem. O O2 presente no alv olo difunde-se para o sangue, atravessando o pneum cito do po I
e a sua l mina basal e a l mina basal e o endot lio do capilar (barreira hematoa rea). No sangue, o O2 liga-
se hemoglobina do eritr cito. O CO2 presente no sangue pode ser eliminado do organismo fazendo o
caminho inverso, e do alv olo ser levado ao exterior pelas vias respirat rias.
Frequentemente os alv olos comunicam-se por meio de ori cios na parede alveolar: os poros
alveolares. Eles devem equilibrar as diferen as de press o.
C) Iden car os pos de pneumócito e suas funções:

Pneumócitos do tipo I circulados em azul.


Pneumócitos do tipo II circulados em amarelo.


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Pneumócitos po I: compreendem apenas 40% das células de reves mento alveolar. Trata-se de células
pavimentosas extremamente nas, que revestem a maior parte (95%) da super cie dos alvéolos. Essas
células são unidas entre si e com outras do epitélio alveolar por zônulas de oclusão. As junções formam
uma barreira efe va entre o espaço aéreo e os componentes da parede septal. As células alveolares do po
I não têm capacidade prolifera va.
Pneumócitos po II: são células secretoras. Essas células têm formato cuboide e estão intercaladas com
as células do po I, mas tendem a se concentrar nas junções septais. As células do po II representam 60%
das células do reves mento alveolar; no entanto, em virtude de seu formato cuboide, cobrem apenas cerca
de 5% da super cie aérea alveolar. As células do po II tendem a se projetar para dentro dos alvéolos. Seu
citoplasma apical é preenchido com grânulos, que podem ser vistos ao microscópio eletrônico como pilhas
de lamelas de membrana paralelas, denominados corpos lamelares. São ricas em uma mistura de
fosfolipídios, lipídios neutros e proteínas, que são secretados por exocitose, formando um agente
tensoa vo de reves mento alveolar, denominado surfactante. Além da secreção de surfactante, as células
alveolares do po II são células progenitoras das células alveolares do po I. Após lesão pulmonar, elas
proliferam e restauram ambos os pos de células alveolares. A hiperplasia das células alveolares do po II
cons tui um indicador de recuperação e lesão alveolar.
(ROSS HISTOLOGIA - TEXTO E ATLAS)

2) Tirar fotos do brônquio:

Brônquio secundário - Lobar Brônquio terciário - Segmentar

A) Iden car o po de epitélio que o compõe.


Na sua porção inicial, os brônquios apresentam a mesma estrutura histológica geral que a traqueia. A
par r de sua entrada nos pulmões, onde irão cons tuir os brônquios intrapulmonares, a estrutura da
parede brônquica de modi ca. Os anéis car laginosos são subs tuídos por placas de car lagem de formato
irregular. As placas car laginosas formam um cilindro que envolve toda a circunferência da parede
bronquiolar, conferindo-lhes um formato circular ou cilíndrico, que difere do formato ovoide com uma
parede achatada, observada na traqueia. À medida que os brônquios se rami cam, seu diâmetro diminui.
Consequentemente, as placas de car lagem tornam-se também menores e menos numerosas. Por m, as
placas desaparecem das regiões em que as vias respiratórias alcançam um diâmetro de aproximadamente
1 mm. Esses ramos menores são denominados bronquíolos.
A segunda mudança observada na parede do brônquio intrapulmonar é a adição de músculo liso, que
forma uma camada circular completa em seu entorno. A camada de músculo liso torna-se cada vez mais
evidente, à medida que a quan dade de car lagem diminui. Na porção inicial dos brônquios, o músculo
liso é disposto em feixes entrelaçados, formando uma camada con nua. Nos brônquios menores, a camada
de músculo liso torna-se descon nua.
Como o músculo liso forma uma camada separada, ou seja, um músculo, a parede do brônquio é,

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portanto, composta de cindo camadas:
✓ Mucosa: epitélio pseudoestra cado similar ao da traqueia. A altura das células reduz à medida que
os brônquios diminuem de diâmetro. A lâmina própria assemelha-se àquela da traqueia, mas sua
espessura é reduzida proporcionalmente ao diâmetro dos brônquios.
✓ Muscular: camada con nua de músculo liso nos brônquios maiores. Torna-se mais atenuada e
frouxamente organizada nos brônquios menores, em que pode aparecer descon nua. A contração do
músculo regula o diâmetro da via respiratória.
✓ Submucosa: tecido conjun vo rela vamente frouxo. Nos brônquios maiores, observa-se a existência
de glândulas, bem como tecido adiposo.
✓ Camada car laginosa: placas de car lagem descon nuas.
✓ Adven cia: tecido conjun vo moderadamente denso, que é con nuo com o das estruturas
adjacentes, como artéria pulmonar e parênquima pulmonar.
B) Relacionar as principais caracterís cas deste epitélio com a função desta estrutura.
Al m de transportar o ar, a rvore br nquica aquece-o pela presen a de vasos sangu neos na sua
proximidade, umidi ca-o pela secre o serosa das gl ndulas e limpa-no atrav s do muco das c lulas
caliciformes e das gl ndulas e o movimento dos c lios.
C) Iden car o tecido car laginoso que também compõe esta estrutura, reconhecendo suas células e
sua função.
As peças de car lagem hialina nas paredes bronquiais previnem o colapso dessas paredes e, conforme
os brônquios se subdividem em brônquios menores, as peças car laginosas assumem o formato de placas
irregulares. Internamente às peças de car lagem, existe uma trama de bras colágenas e bras elás cas
orientadas longitudinalmente, na qual se encontram embebidas células musculares lisas organizadas em
faixas entrecruzadas que envolvem completamente o lúmen dos brônquios intrapulmonares. A es mulação
vagal parassimpá ca causa a contração da musculatura lisa bronquial, enquanto a es mulação simpá ca
provoca relaxamento. As glândulas seromucosas bronquiais na submucosa, situada imediatamente acima
das peças de car lagem, consistem em túbulos mucosos e células serosas associadas formando crescentes
serosos. Seus pequenos ductos conduzem à super cie da mucosa, na qual seus conteúdos são liberados
para fornecer uma cobertura de muco super cial protetora, úmida e altamente viscosa. As células serosas
produzem uma secreção aquosa, proteinácea e de baixa viscosidade, que mais provavelmente remove a
secreção das células mucosas. Pequenos acúmulos de tecido linfoide, frequentemente como nódulos
linfoides, são comuns na lâmina própria da mucosa. Eles proporcionam defesa imunológica contra
patógenos e podem conter centros germina vos, que são locais de diferenciação de linfócitos B para a
produção de plasmócitos secretores de an corpos. À medida que os brônquios se tornam menores, eles
con nuam a se rami car, com redução na altura do epitélio e gradual diminuição nas quan dades de
células caliciformes e ciliadas. As artérias pulmonares e seus ramos acompanham as vias aéreas em uma
bainha de tecido conjun vo. As artérias mais proximais são do po elás co e se estendem até as junções
entre brônquios e bronquíolos.
(ROSS HISTOLOGIA - TEXTO E ATLAS; BASES DA HISTOLOGIA - NETTER)

3) Tirar foto de vasos sanguíneos, iden cando o endotélio e caracterizando os tecidos que o formam.
As artérias pulmonares e seus ramos acompanham as vias aéreas em uma bainha de tecido conjun vo.
As artérias mais proximais são do po elás co e se estendem até as junções entre brônquios e bronquíolos.
As artérias mais distais são artérias musculares, as quais conduzem as arteríolas que terminam ao redor de
sacos alveolares e, nalmente, liberam o sangue para uma extensa rede intercomunicante de capilares
pulmonares. As artérias bronquiais derivadas da aorta torácica liberam o sangue oxigenado sob alta
pressão para as paredes das vias aéreas a par r do hilo até os bronquíolos respiratórios. Essas artérias
atuam como vasos nutridores que drenam para plexos de capilares que se estendem para o interior da
mucosa dessas vias aéreas. As artérias bronquiais também fornecem sangue para a pleura visceral que
recobre os pulmões. O sangue venoso derivado dos sistemas pulmonar e bronquial é drenado por veias
pulmonares que carreiam o sangue para o átrio esquerdo do coração. Artérias e veias pulmonares não
seguem juntas nos lóbulos: as artérias seguem com as vias aéreas e as veias seguem nos septos.

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(BASES DE HISTOLOGIA - NETTER)

4) Correlacionar as principais diferenças histológicas entre as lâminas: PULMÃO-HE e EDEMA


PULMONAR HE.

PULMÃO - HE EDEMA PULMONAR - HE

Edema é o extravasamento de líquido aquoso dos vasos para o espaço inters cial; o líquido pobre em
proteínas (transudato) ou rico em proteínas (exudato). O edema resulta de qualquer das seguintes
desordens: aumento da pressão hidrostá ca causada pela redução do retorno venoso (como na
insu ciência cardíaca); redução da pressão oncó ca causada por uma redução na concentração plasmá ca
de albumina (devido à redução da síntese, como ocorre nas doenças hepá cas, ou aumento da perda,
como ocorre nas doenças renais); obstrução linfá ca ocasionando a redução da remoção do líquido
inters cial (como ocorre nos processos de cicatrização, tumores ou determinadas infecções); retenção
renal primária de sódio (na insu ciência renal); aumento da permeabilidade vascular (na in amação
aguda).
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A parede capilar e o reves mento epitelial dos alvéolos formam uma “membrana” de trocas de gases
entre os espaços aéreos e a circulação. Como essa “membrana” é muito na para permi r as trocas
gasosas, ela é bastante vulnerável a agressões sicas. Em condições normais, no entanto, essa agressão é
pequena devido a baixa pressão hidrostá ca nas artérias pulmonares. Os pulmões dispõem de drenagem
linfá ca com pressão nega va nos vasos e capacidade de acomodação de 10x o uxo linfá co normal.
Aumento da pressão capilar, redução da pressão oncó ca intravascular ou agressão aos capilares podem
sozinhos ou em conjunto, provocar edema pulmonar. Quando isso acontece, o líquido se acumula
inicialmente nos septos interalveolares (onde não existem vasos linfá cos); se a causa persiste, o liquido
passa para os alvéolos. O acúmulo de líquidos no inters cio causa redução da distensibilidade pulmonar,
prejudicando a aeração; além disso, causa prejuízo nas trocas gasosas por causa do espessamento dos
septos (da membrana de trocas); as trocas gasosas cam mais prejudicadas ainda quando há inundação
dos alvéolos pelo líquido extravasado.
(ATLAS DE MORFOLOGIA COMPARADA DIGITAL)
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