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Material Teórico
Sistema Linfático
Revisão Textual:
Prof. ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Sistema Linfático
• Introdução;
• Anatomia e Fisiologia do Sistema Linfático;
• Formação da Linfa;
• Mecanismo de Transporte da Linfa;
• Edema;
• Alterações do Sistema Linfático no Pós-operatório;
• Drenagem Linfática Manual.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Analisar e compreender o envolvimento do Sistema Linfático nas Cirurgias Estéticas e
como a drenagem linfática auxilia o seu funcionamento.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Sistema Linfático
Introdução
Desejo que você aproveite e desfrute de todo este Material, que foi elaborado
para aperfeiçoar ainda mais seus conhecimentos e proporcionar a formação de
ótimo profissional.
Toda vez que ouvir sobre cirurgias estéticas, você deverá lembrar-se da im-
portância e da relação do Sistema Linfático com esse assunto, pois ele estará
presente tanto na recuperação geral, já que é um Sistema que produz células de
defesa, principalmente, os linfócitos, considerados verdadeiros sentinelas da imu-
nidade, quanto está envolvido, também, nos acontecimentos do pós-operatório,
principalmente no edema.
Reabsorve dos interstícios líquido e produtos que interagiram com o meio ex-
tracelular. Esse líquido é denominado linfa, passa pelos linfonodos, é filtrado e
recebe células de defesa, funcionando como uma “lixeira” do organismo.
Para entender esse funcionamento, precisamos primeiramente conhecer as es-
truturas que compõem esse Sistema.
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• Vaso Linfático Eferente: Carrega a linfa filtrada;
• Troncos Linfáticos: Vasos de maior calibre;
• Ductos Linfáticos: São dois, responsáveis por coletarem toda a linfa do corpo
e se comunicarem com as veias subclávias.
Figura 1
Fonte: Getty Images
Linfonodos
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UNIDADE Sistema Linfático
Válvulas de linfa
Células de Linfoma
(câncer)
Artéria
Veia
Vaso linfático
Linfonodo
Figura 2
Fonte: Adaptado de Getty Images
Os troncos linfáticos surgem a partir dos vasos eferentes, que são vasos calibro-
sos que drenam regiões específicas do corpo, correspondentes à sua nomenclatura:
• Troncos lombares;
• Tronco intestinal;
• Troncos broncomediastinais;
• Troncos subclávios;
• Troncos jugulares e descendentes intercostais.
Observe que eles se concentram em algumas áreas, como a região das axilas, a
região inguinal, a fossa poplítea e, principalmente, na região do pescoço.
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Amígdalas
Timo
Sistema
Plexo Nodo Linfático Linfático
Mamário Axilar
Baço
Duto
Torácico
Linfonodo
Nodo Linfático
Intestinal Intestino
Delgado
Intestino
Grosso
Fluido
Vaso Tissular
Apêndice Linfático
Medula Fluido
Linfonodo Óssea Tissular
Inguinal Fluido
Tissular
Fluido
Tissular
Linfonodo
Figura 3
Fonte: Adaptado de Getty Images
Formação da Linfa
A linfa é formada a partir dos produtos do filtrado do capilar arterial pelos produ-
tos gerados por meio do metabolismo celular, ou seja, o material de descarte celu-
lar, e pelo líquido do interstício. Quando esse líquido penetra os capilares linfáticos,
passa a ser chamado de linfa.
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UNIDADE Sistema Linfático
Vale ressaltar, que as cirurgias plásticas rompem muitos dos capilares linfáti-
cos, o que torna a captação e a filtragem da linfa mais lenta, levando à formação
de edema.
Venule
As paredes dos capilares linfáticos são Arteríola
formadas por células endoteliais, que se
comportam como escamas de peixes
“abrindo” para a filtragem de moléculas Sangue Sangue
para o interior do capilar. Quem estimu-
la essa abertura são os filamentos de an-
coragem. Guarde essa informação, pois Fluido
quando falarmos de drenagem, você pre- Intersticial
Capilar
cisará desse conceito. Linfa Linfático
Mecanismo de Figura 4
Fonte: Adaptado de Getty Images
Transporte da Linfa
Diferentemente do Sistema Venoso, o Sistema Linfático não tem uma bomba
como o coração.
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O estímulo mais importante para a contração é o aumento de volume com
distensão de sua parede, mas há outros estímulos que os acionam, como estí-
mulos alfa-adrenérgicos, movimentos ativos e passivos, batimento arterial contra
sua parede, entre outros. Suas contrações permitem alcançar pressões entre 10 a
55mmHg, podendo atingir 120mmHg nos membros inferiores.
Essas pressões demonstram por que a maioria das técnicas de drenagem linfá-
tica manuais mantém a pressão das mãos entre 30 a 40 mmHg, pois a intensão é
“imitar” um linfângion.
Explor
Qual a importância das válvulas no Sistema Linfático? Você terá a resposta na videoaula
Explor
desta Unidade.
Edema
Refere-se ao grande acúmulo de
líquido nos espaços intercelulares ou
nas cavidades do organismo. Macros-
copicamente, o edema apresenta-se
como aumento de volume dos tecidos
que cedem facilmente à pressão loca-
lizada, dando origem a uma depres-
são que rapidamente desaparece.
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UNIDADE Sistema Linfático
Alterações do Sistema
Linfático no Pós-operatório
Nas cirurgias estéticas, os capilares venosos e linfáticos, assim como os vasos,
são lesados durante o procedimento, seja pelas incisões cirúrgicas, seja pela cânula
de aspiração. Dessa forma, o Sistema Linfático tem sua homeostase prejudicada e,
assim, nossa atuação torna-se imprescindível.
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Figura 6
Fonte: Getty Images
Uma outra alteração comum é a equimose, manchas arroxeadas que vão mu-
dando de cor até desaparecem, decorrentes do extravasamento de sangue dos va-
sos de pequeno calibre que são lesionados durante a cirurgia.
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UNIDADE Sistema Linfático
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Após Vodder, outros foram modificando a técnica e até a incorporando em di-
versos tratamentos médicos. Dentre eles, Foldi, Leduc, Godoy & Godoy desenvol-
veram outras manobras manuais, acessórios, associaram exercícios e bandagens.
Albert Leduc foi aluno de Vodder e, por meio da linfocintigrafia, demonstrou
as variações do fluxo de proteínas plasmáticas na circulação linfática, utilizando
técnicas de D. L. M, bandagens e outros dispositivos intermitentes de compressão.
O importante é você saber que, independente da técnica aplicada, a fisiologia
sempre deve ser respeitada e também alguns preceitos para a execução.
Hoje em dia, existem diversas técnicas no Mercado, e todas as citadas contri-
buíram para o aperfeiçoamento.
A drenagem pode ser realizada de forma sistêmica, ou seja, no corpo todo, ou
então, nas áreas mais afetadas pelo edema. Nas videoaulas das Unidades subse-
quentes, teremos demonstração prática para tornar mais dinâmico o aprendizado.
O objetivo da técnica é direcionar o fluido linfático de vias edemaciadas para
os linfáticos saudáveis, livres de edema. A linfa é, então, drenada de volta para a
circulação por meio de rotas alternativas.
Ela atua no deslocamento de proteínas extravasadas para serem reabsorvidas,
equilibrando as pressões hidrostáticas e tissulares, diminuindo o edema.
Pode ser iniciada após 48 horas da cirurgia, mas só pode ocorrer depois da au-
torização médica. Mesmo com drenagem, o edema pode persistir, pois ele também
está relacionado a outros fatores como secreção de cortisol liberado no processo
inflamatório e também ao reparo tecidual e cicatricial.
Os cuidados mais importantes devem ser:
• Velocidade de deslizamento, pois a linfa é carregada para os linfonodos e eles
funcionam como filtros que limitam a velocidade de passagem;
• Pressão exercida entre 30 a 40 mmHg;
• Conhecimento anatômico dos linfonodos e do trajeto linfático.
No caso da drenagem no pós-operatória, ela é um pouco diferente da drenagem
tradicional, pois, em algumas regiões, teremos cicatrizes e também o comprometi-
mento da malha linfática. Daí a necessidade de realizar a drenagem reversa, sempre
buscando o melhor trajeto para a linfa.
Qualquer aumento da velocidade ou da pressão exercida pode acarretar a le-
são do vaso ou do linfonodo. As manobras são suaves e superficiais, não havendo
compressão muscular.
As manobras que serão realizadas são as de evacuação, cuja função é estimular
os linfonodos e as de captação, que leva a linfa para ser filtrada. Dentre elas, utili-
zaremos bombeamentos e braceletes e círculos:
• Evacuação: é a transparência dos líquidos captados longe da zona de captação
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UNIDADE Sistema Linfático
Linfonodos
Mamilo
Figura 10
Fonte: Adaptado de Getty Images
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Nessa imagem, podemos observar os linfonodos da região axilar, muito impor-
tantes para a drenagem das mamas e da porção superior do abdômen.
A drenagem pode ser realizada a seco ou com auxílio de cosméticos, caso seja
com cosméticos, a quantidade deve ser mínima para que tenha atrito na pele e não
um deslizamento profundo, pois dessa forma iremos estimular os filamentos de
ancoragem.
Figura 12 – Esquema de direção da linfa. As manobras de drenagem devem respeitar esse trajeto
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Sistema Linfático
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Edema e linfedema
http://bit.ly/2ImSRpx
Livros
Reabilitação Linfovenosa
GODOY, J. M. P; BELZACK, C. E. Q, GODOY, M. F. G. Reabilitação Linfovenosa.
Rio de Janeiro: Di Livros, 2005.
Leitura
A eficácia da drenagem linfática
http://bit.ly/2IiLFLc
Análise comparativa das técnicas de drenagem linfática manual: Método Vodder e Método Godoy & Godoy
http://bit.ly/2Ioao0C
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UNIDADE Sistema Linfático
Referências
GODOY, J. M. P; BELZACK, C. E. Q, GODOY, M. F. G. Reabilitação Linfovenosa.
Rio de Janeiro: Di Livros, 2005.
Sites visitados
<https://www.lymphoedemasupportni.org/sites/default/files/lymph%20book%20
pink.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2019.
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Estética e Cirurgia
Material Teórico
Cirurgias Estéticas Corporais
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Cirurgias Estéticas Corporais
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Ter uma visão das principais cirurgias estéticas corporais;
• Conhecer as complicações e a atuação estética no pré e no pós-operatório.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Cirurgias Estéticas Corporais
A atuação estética é muito mais aplicada nas cirurgias estéticas do que nas repa-
radoras, visando à melhora de edemas, cicatrizes, garantindo bem-estar, autoesti-
ma e promovendo a saúde.
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Um levantamento realizado pela International Society of Aeshetic Plastic
Surgery (ISAPS) demonstrou que o Brasil se encontra em primeiro lugar no
ranking mundial de procedimentos cirúrgicos de caráter estético. Segundo esse
estudo, os números superam as cirurgias plásticas realizadas nos EUA, país que li-
derou o ranking durante os últimos anos. Dentre os procedimentos cirúrgicos mais
comumente realizados no mundo, encontram-se: implante de prótese de mamas
(15,3%), lipoaspiração de abdômen (13,9%), blefaroplastia (cirurgia de páloebras)
(11,9%), lipoescultura (9,1%) e rinoplastia (cirurgia de nariz (8,2%).
O ato cirúrgico se constitui em uma agressão tecidual que, mesmo bem direcio-
nado, pode prejudicar a funcionalidade desses tecidos. Embora pareça desnecessá-
rio para alguns cirurgiões, o atendimento estético, pré e pós-operatório na cirurgia
plástica é de extrema importância na reabilitação do cliente. Em alguns casos, o
cliente nos é encaminhado tardiamente, o que pode influenciar no resultado final.
Frente a isso, devemos cada vez mais nos aprimorar para que as técnicas aplicadas
no pré e pós sejam precisas, bem direcionadas e realizadas com total profissiona-
lismo, sempre prezando pela biossegurança, tão importante nesse período onde os
tecidos não estão íntegros.
Importante! Importante!
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UNIDADE Cirurgias Estéticas Corporais
Você pode orientar sua cliente através do seguinte site, para escolher o cirurgião.
Explor
Lipoaspiração
A lipoaspiração ou lipossucção foi criada na década de 1980, é um procedi-
mento cirúrgico que pode ser realizado com anestesia peridural ou raqui e geral.
É uma cirurgia realizada através de pequenas incisões na pele, onde são introdu-
zidas cânulas que aspiram a gordura localizada em pequenas regiões do corpo
através de uma pressão negativa. No passado, utilizava-se o método seco, sem ne-
nhuma introdução de infiltração de líquido, com isso ocorria intenso sangramento.
Hoje em dia existem diversas técnicas modernas, em que se utilizam lasers, in-
filtrados de soro e substâncias vasoconstritoras, cânulas mais finas, tudo para mini-
mizar efeitos colaterais e diminuir os riscos. Dentre os riscos, o mais preocupante é
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a perfuração dos órgãos, por isso a escolha de um cirurgião habilidoso e habilitado
é essencial.
Alguns itens devem ser levados em consideração para a realização das cirurgias
estéticas em geral, e muitos deles estão relacionados com a história clínica do pa-
ciente, mas, no caso da lipoaspiração, a quantidade de gordura aspirada é um fator
muito importante, pois, se exceder o recomendado, o paciente poder ir a óbito,
visto que perde-se muito líquido e sangue. O cliente ideal é aquele que não tem
sobrepeso, que entende que não é um procedimento para emagrecer, e sim um
procedimento para tornar o contorno corporal harmonioso. O volume de gordura
aspirada não deve ultrapassar de 7% a 10% do peso corporal do cliente, embora
isso não seja um consenso geral.
Tipos de Lipoaspiração
• Lipoaspiração tradicional úmida ou seca: Lipoaspiração “úmida” ou méto-
do “hídrico” é um procedimento em que é infiltrado previamente uma solução
composta por adrenalina, soro fisiológico e água destilada com o objetivo de
facilitar a aspiração da gordura e diminuir o sangramento durante a passagem
da cânula. Na seca é somente introduzir a cânula e aspirar, o que causa muito
mais atrito e sangramento.
• Vibrolipoaspiração: Consiste em uma cânula acoplada a um sistema vibrató-
rio com o objetivo de diminuir o trauma no tecido adiposo e facilitar o trabalho
do cirurgião.
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UNIDADE Cirurgias Estéticas Corporais
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Figura 2 – Hematoma decorrente da cânula de aspiração
Fonte: Getty Images
Abdominoplastia
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UNIDADE Cirurgias Estéticas Corporais
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No quadro pós-operatório, observam-se várias alterações, consideradas normais
nesse tipo de procedimento:
• Diminuição da expansibilidade torácica com respiração apical, ou seja, a respi-
ração fica curta, em decorrência da plicatura;
• A sensação de ardência na incisão e de repuxamento abdominal também está
presente, pois a quantidade de pele (retalho) é menor do que se estava habi-
tuado, e existe a tração da cicatriz. Por esse motivo, por ao menos 15 dias, o
paciente ficará com os joelhos, quadril e tronco flexionados;
• Com essa posição álgica, a dor e o receio da cicatriz abrir, é normal contratura
muscular, edema e equimose na região abdominal.
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UNIDADE Cirurgias Estéticas Corporais
Ginecomastia
É uma hipertrofia e hiperplasia benigna da glândula mamária masculina, onde a
mesma aumenta de volume, apresentado forma arredondada. A maior ocorrência
é na fase infanto puberal entre 13 e 16 anos. Seu tratamento é indicado quando
causa dor, constrangimento e desconforto emocional.
Cirurgia íntima
A genitália feminina tornou-se objeto de pesquisa de diversas áreas da ciência e
tem se tornado território tão “tecnologizado” quanto o próprio corpo, configuran-
do-se como lugar de múltiplas intervenções.
Implantes de silicone
Dentre os implantes, podemos citar os implantes de peitoral, implantes glúteos
e, os mais comuns, implantes mamários.
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Os implantes de peitoral são indicados para homens que querem simular a hi-
pertrofia do musculo peitoral, ou seja, aparentar um peitoral definido. A colocação
é feita na região axilar (incisão transaxilar) e a via de colocação infra muscular.
Os sintomas são os mesmos da ginecomastia, além do processo cicatricial. A co-
locação da prótese é através de uma incisão no sulco inter glúteo logo abaixo do
cóccix e abaixo da musculatura glútea.
Os sintomas também são equimose, edema e dor, havendo ainda a possibilidade
de contratura, pois, como é um corpo estranho, o organismo pode rejeitar e assim
formar uma cápsula fibrosa ao redor da prótese, que por vezes fica endurecida
demais, levando a um quadro álgico. Importante enfatizar para o paciente que ele
jamais poderá tomar injeção nessa região. O tratamento estético é a DLM.
O perfil de um implante é a medida de sua altura, ou seja, sua projeção a partir
da base da prótese. Essa medida é responsável pela projeção da mama para frente.
Algumas marcas disponibilizam quatro perfis diferentes: perfil baixo, perfil modera-
do, perfil alto e perfil extra alto.
Hoje em dia, utiliza-se prótese com revestimento texturizado que apresenta uma
superfície porosa, a qual evita o aparecimento de encapsulamento com redução de
possibilidades de contratura, não tendo necessidade de mobilização da prótese – o
que antigamente era indicado pois os implantes eram lisos. As próteses podem ser
redondas, cônicas e em gota, a região de incisão pode ser infra mamária, periareo-
lar ou axilar, além disso podem ser colocadas na frente ou atrás do músculo peito-
ral. Todas essas particularidades devem ser avaliadas pelo cirurgião e pelo paciente,
pois elas influenciarão no resultado.
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UNIDADE Cirurgias Estéticas Corporais
Todos esses sintomas são atenuados pela DLM e com compressas com loções
descongestionantes geladas.
Ainda podemos ter a contratura capsular, embora não seja tão comum, pois as
próteses modernas são texturizadas. Antigamente, elas tinham um tempo de dura-
ção; hoje em dia, contudo, podem ficar por décadas, embora sempre com acom-
panhamento médico através de exames de imagem como mamografia, ultrassom,
tomografia e ressonância, dependo da indicação.
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Mastopexia e Redução de Mamas
A mastopexia é uma cirurgia de reposicionamento das mamas, com o intuito de
tratar ptose e flacidez. Na maioria dos casos, ela vem associada com a colocação de
prótese, pois, quando se retira o excesso de pele, pode ter pouco tecido e então as
mamas ficariam com pouco volume. Geralmente quando se tem a hipomastia mais a
ptose, o uso da prótese é o mais indicado para se obter os melhores resultados. Todos
os sintomas e complicações são os mesmos descritos nas outras cirurgias de mama.
Já a redução de mamas é uma das cirurgias mamárias mais agressivas, pois ge-
ralmente há a necessidade de cicatriz em formato de T, onde a incisão é realizada
na região infra mamária e verticalmente, e na região periareolar, pois há a neces-
sidade de ajustar o tamanho da aréola ao tamanho da mama. Em alguns casos,
a região periareolar pode apresentar diminuição da sensibilidade e problemas de
cicatrização, visto que a vascularização da área precisa ser integralmente recupe-
rada. Complicações como deiscência, hipertrofia e alargamento podem ocorrer, e
veremos mais sobre isso na nossa videoaula.
Até aqui então falamos das principais cirurgias corporais, na videoaula teremos
mais algumas complicações e um protocolo para o pré-operatório, reforçando ain-
da mais nosso papel nas cirurgias estéticas.
Estas são os tipos de cicatriz usualmente utilizadas nas cirurgias de redução das mamas:
Explor
http://bit.ly/32hsQBl
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UNIDADE Cirurgias Estéticas Corporais
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Cirurgia Plástica Volume Dois: Estética
WARREN, R. Cirurgia Plástica Volume Dois: Estética. Elsevier Brasil, 2015.
Leitura
Ranking das cirurgias plásticas
http://bit.ly/2KoWRag
Anestesia para Cirurgia Plástica: as Verdades Sobre a Importância Deste Procedimento que Nunca Contaram a Você
http://bit.ly/2KoXcK4
Ninfoplastia em estrela: técnica para redução dos pequenos lábios vulvares
DAHER, M. et al. Ninfoplastia em estrela: técnica para redução dos pequenos lábios
vulvares. Rev. bras. cir. plást, v. 30, n. 1, p. 44-50, 2015.
http://bit.ly/2KsM6Un
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Referências
ATLAS DO CORPO HUMANO. v. 3. São Paulo: Ed. Abril, 2009.
DAHER, M.; MUÑIZ, A. R.; DAHER, A; C.; VANZAN, K.; MONTEIRO, G.;
MACIEL, J. et al. Ninfoplastia em estrela: técnica para redução dos pequenos
lábios vulvares. Rev. Bras. Cir. Plást., v. 30, n. 1, p. 44-50. 2015. Disponível em:
<http://www.rbcp.org.br/details/1598/pt-BR> Acesso em: 23 mar. 2019.
SILVA, Marcelle Jacinto da; PAIVA, Antonio Cristian Saraiva; COSTA, Irlena
Maria Malheiros da. A vagina pós-orgânica: intervenções e saberes sobre o corpo
feminino acerca do “embelezamento íntimo”. Horiz. antropol., Porto Alegre, v.
23, n. 47, p. 259-281, Apr. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832017000100259&lng=en&nrm=iso>.
Acesso em: 23 mar. 2019.
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Estética e Cirurgia
Material Teórico
Cirurgias Estéticas Faciais
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Cirurgias Estéticas Faciais
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Conhecer as cirurgias faciais e suas possíveis complicações e atuação estética no pré
e pós-operatório.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Cirurgias Estéticas Faciais
Agora iremos mergulhar nas cirurgias estéticas faciais, que na maioria das vezes
são realizadas para melhorar o contorno facial e minimizar as alterações causadas
pela passagem do tempo. Para isso, é importante deixarmos claras as definições de
cirurgia reparadora e cirurgia estética.
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Figura 1 – Rinoplastia – correção do formato do nariz
Fonte: Adaptado de Getty Images
Importante! Importante!
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UNIDADE Cirurgias Estéticas Faciais
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Figura 4 – Hematoma palpebral
Fonte: Getty Images
O edema é uma complicação esperada, mas já falamos dele nos outros capítulos.
Cirurgias Faciais
• Blefaroplastia: a pele palpebral, o músculo orbicular do olho e a gordura in-
traorbitária são os elementos anatômicos envolvidos na formação do contorno
palpebral, onde, no processo de envelhecimento, ocorre a perda progressiva
da elasticidade da pele e do músculo orbicular. A alteração no músculo orbi-
cular provoca a perda da capacidade de contenção da gordura intraorbitária,
dando origem às bolsas adiposas palpebrais. A correção do excesso de pele
e de músculo, decorrente do processo de envelhecimento palpebral, deve ser
feita de acordo com a participação de cada um desses elementos na deformi-
dade palpebral.
Blefaroplastia é uma palavra de origem grega (blepharos refere-se às pálpebras
e plásticas, é relativo à forma) e trata-se de um método de escolha para restau-
rar a aparência estética das pálpebras e melhorar o campo de visão, visto que
a ptose pode diminuir o campo visual.
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UNIDADE Cirurgias Estéticas Faciais
Explor
Cirurgia Blefaroplastia – Cirurgia plástica das pálpebras: https://youtu.be/c7tcBYQq0L4
Figura 5
Fonte: Adaptado de Getty Images
Figura 6
Fonte: LUCCI, et al. 2006
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Ectrópio ocorre pelo excesso de retirada de tecido da pálpebra inferior.
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UNIDADE Cirurgias Estéticas Faciais
Pode haver fratura ou não do osso nasal, nesse caso as manobras de DLM
devem ser evitadas na região do nariz. O cliente irá para casa com dois curativos
internos, chamados de tampão nasal, o que torna a respiração um pouco diminuí-
da e também gera uma sensação de desconforto. O edema e equimoses são muito
comuns nas regiões palpebrais, sendo a drenagem muito eficaz para diminuição
destes sinais e sintomas, surtindo efeito mesmo na primeira sessão.
Às vezes a única queixa do paciente é a ponta do nariz, nesse caso pode ser
realizada a biolpastia, com preenchimentos, que veremos em outro capítulo.
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Figura 10 – Edema e equimose pós-rinoplastia
Fonte: Getty Images
Importante! Importante!
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UNIDADE Cirurgias Estéticas Faciais
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Explore este conteúdo, que traz de maneira resumida a definição dos principais tratamentos
Explor
Figura 14 – Pós-bichectomia
Fonte: KLÜPPEL, et al.; 2018
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UNIDADE Cirurgias Estéticas Faciais
Aqui o médico mostra várias regiões e por que precisamos de tipos diferentes de preenche-
Explor
dores, para não ocorrer necrose, para o efeito ficar natural e harmônico.
Disponível em: https://youtu.be/svwP0F_OQX8
A toxina botulínica (TB), conhecida pelo seu nome comercial Botox®, é ampla-
mente utilizada em procedimentos estéticos não invasivos. Em 1978, Food and
Drugs Administration (FDA) aprovou a injeção da toxina tipo A em pacientes com
estrabismo que se voluntariavam para o tratamento.
Ela causa fraqueza muscular no local em que foi aplicada, através do bloqueio da
liberação de acetilcolina nos terminais, impedindo a transmissão do impulso nervo-
so à placa motora do músculo.
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Antes e depois da aplicação da toxina botulínica, mostrando a inibição da acetilcolina, res-
Explor
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UNIDADE Cirurgias Estéticas Faciais
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Coleção Netter de Ilustrações Médicas
NETTER, F. H. Coleção Netter de Ilustrações Médicas. Volume 4 – Sistema
Tegumentar. São Paulo: Elsevier, 2014.
Vídeos
Lifting Facial – Cirurgia plástica estética
http://bit.ly/2KwyrvE
Lifting Facial – Cirurgia plástica em 3D – Antes e depois
https://youtu.be/crHekWG9wlg
Leitura
Rinoplastia estético-funcional
DONCATO, L.; GIOVANAZ, F.; DECUSATI, F. L. Rinoplastia estético-funcional.
Arquivos Catarinenses de Medicina, vol. 38, suplemento 01, 2009.
http://bit.ly/2KvH0Xn
20
Referências
ALMEIDA, A. V. V; ALVARY, P. H, A. Bichectomia como procedimento cirúrgico
estético-funcional: um estudo crítico. J Business Techn. 2018; 7(1):3-14. Dispo-
nível em: <http://revistas.faculdadefacit.edu.br/index.php/JNT/article/download/
319/286>. Acesso em: 20 abr. 2019.
FERREIRA, M. Cirurgia plástica estética: avaliação dos resultados. Rev. Soc. Bras.
Cir Plást. São Paulo, v. 15, nº 1, p. 55-66, jan./abr. 2000. Disponível em: <http://
www.alran.com.br/arquivos/artigos/Cirurgia_Plastica_Estetica_-_Avaliacao_dos_
Resultados.pdf>. Acesso em: 19 abr. 2019.
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21
Estética e Cirurgia
Material Teórico
Técnicas Manuais
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Técnicas Manuais
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Aprender as técnicas de drenagem e sua aplicabilidade prática, avaliar os tipos de cicatrizes.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Técnicas Manuais
Esse vídeo é importante para relembrarmos uma das cirurgias corporais, a lipo-
aspiração. Dessa forma, poderemos entender a necessidade da drenagem, pois os
tecidos, principalmente os capilares, são lesados com o movimento da cânula, o que
leva a edema e equimoses.
A DLM será a primeira indicação para todas as cirurgias estéticas vistas aqui,
sempre com o objetivo do alívio da dor, da melhora da circulação venolinfática, da
reestruturação tecidual e aceleração do processo de cicatrização, além de o profissional
realizar recomendações com o intuito de favorecer a recuperação.
8
A DLM reversa foi criada em 1980, ao perceberem presença de edema perici-
catricial após o uso da DLM em sentido fisiológico nas cirurgias plásticas estéticas.
O referido edema ocorre devido ao bloqueio dos vasos linfáticos superficiais nos lo-
cais das incisões, aumentando a tensão nas bordas das cicatrizes, sendo, portanto,
indesejável. Apesar de a expressão “reversa” dar uma falsa impressão de inversão
do fluxo da linfa, esse método procura direcionar tal edema para as vias que se
mantêm íntegras após as incisões cirúrgicas, até a reconstituição dos vasos.
Essas manobras serão vistas na aula prática deste capítulo. A DLM reversa será
realizada nas cirurgias corporais; nas cirurgias faciais, será a realizada a DLM que
você aprendeu em recursos, pois as cicatrizes são mínimas, e caso tenha alguma
que impeça a manobra, sempre direcione para os linfonodos cervicais e supra e
infraclaviculares, pois aí estão localizados em maior quantidade.
Posicionamento: Cada cirurgia tem sua particularidade e, no que diz respeito às faciais, o
Explor
uso do travesseiro se faz necessário quando o cliente solicitar, o que é comum na rinoplastia
por conta da dificuldade de respirar pelo nariz. Em todas elas, é sugerido dispensar o uso de
faixa de cabelo, para evitar compressão cicatricial.
Avaliação Pós-Operatória
Após qualquer procedimento cirúrgico, a primeira sessão de atendimento deverá
ser a anamnese geral, a mesma que você utiliza para os outros atendimentos; e a
avaliação será específica para que possamos ter informações precisas sobre a cirur-
gia e suas possíveis complicações.
9
9
UNIDADE Técnicas Manuais
Tabela 1
FICHA DE AVALIAÇÃO PARA PÓS-OPERATÓRIO
Qual cirurgia você realizou? ____________________________________________
Data da realização da cirurgia: ____/_____/_____
CIRURGIA
Cirurgião Responsável: ______________________________ CRM: _____________
Telefone: ___________________
Retirada do dreno: ( ) Não ( ) Sim Quantos dias de PO ________________
Retirada dos pontos: ( ) Não ( ) Sim Quantos dias de PO ________________
Complicações no PO:
( ) Hematoma ( ) Equimose
( ) Fibrose ( ) Seroma
( ) Dor de 1 a 10 ( ) Edema Intenso
( ) Assimetria
Alguma outra alteração que gostaria de relatar? _________________________________
Estado Cutâneo e ou Aspecto da Pele ( ) Desidratada ( ) Oleosa ( ) Normal ( ) Sensível
Tratamento sugerido_________________________________________________
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
Essa é uma sugestão, você ainda pode colocar a perimetria para acompanhar
a evolução e também o teste do cacifo para avaliar melhor o edema. Além dessa
ficha, em cada atendimento deverá ser realizada a ficha de evolução, descrevendo o
procedimento e como o cliente está evoluindo.
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Importante! Importante!
Cicatrização
A compressão do processo de reparação tecidual é de fundamental importância
para a escolha adequada dos recursos terapêuticos que serão utilizados durante
uma intervenção clínica. No capítulo de eletroterapia, veremos o Laser, Led, Micro-
correntes e Alta Frequência com ênfase em cicatrizes.
Derme
Tecido
subcutâneo
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UNIDADE Técnicas Manuais
A deiscência é uma complicação grave na cicatrização descrita como ruptura da sutura com
Explor
separação das bordas. Pode ser classificada como parcial, com poucos centímetros, ou com-
pletamente aberta, devido ao excesso de tensão na ferida, hematoma, infecção ou patologia
de base como diabetes.
Explor
conectivo para preencher feridas de espessura total. O tecido é saudável quando é brilhante,
vermelho vivo, lustroso e granular com aparência aveludada.
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Tamanho máximo de figura: 146 mm
Tamanho maior
Tamanho médio
Os fibroblastos produzem colágeno, elastina, glicosaminoglicanas entre outras
Tamanho pequeno
substâncias responsáveis pelo remodelamento da ferida. A reepitelização tam-
Tamanho pequenino
bém ocorre nessa fase. Com o amadurecimento do colágeno, a cicatriz tem
sua resistência máxima – quanto mais recente a lesão, menor a capacidade de
resistir a um tensionamento, podendo desencadear hipertrofia da mesma.
• Remodelamento: Tentativa de recuperação da estrutura tecidual normal.
Ocorre maturação dos elementos envolvidos e alterações da MEC. Os fibro-
blastos passam a depositar grande quantidade de colágeno e dá-se início às
contrações da ferida em sentido centrípeto, pela presença de miofibroblastos.
Os miofibroblastos induzem a ferida a se contrair, cessando esse processo
quando as bordas do ferimento se unem por completo. A MEC se reorganiza,
liberando metaloproteinases que irão equilibrar o depósito de colágeno.
Aqui podemos visualizar a cicatrização e assim gravar a necessidade de total atenção para
Explor
esse acontecimento, e entender o que podemos e não podemos fazer para garantir o sucesso
do resultado final. Disponível em: https://youtu.be/sGt9vTMOzyo
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13
UNIDADE Técnicas Manuais
Cicatriz Normal
Cicatriz Alargada
Cicatriz Hipertrófica
Quelóide
Figura 5 – Queloide sai das margens da lesão Figura 6 – Cicatriz hipertrófica, não sai das margens da lesão
Fonte: Getty Images Fonte: Wikimedia Commons
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Explor
Hipertrófica e Queloide. Disponível em: http://bit.ly/2YOZdVp
15
15
UNIDADE Técnicas Manuais
A massagem clássica também é um tipo de técnica que pode ser usada no sentido
de mobilizar estruturas variadas, bem como para aliviar a dor e diminuir o edema,
uma vez que ela produz um aumento do fluxo sanguíneo, melhorando a nutrição
celular e, consequentemente, proporcionando benefícios ao organismo, podendo ser
realizada depois do trigésimo dia de pós-cirúrgico, e com intuito de relaxamento.
A massagem promove relaxamento, pois a pele é formada pelo mesmo tecido embrionário que forma
o SNC: ectoderma. Assim eles têm ligações profundas que garantem ativação hormonal e bem estar.
Podem ser utilizadas de forma suave durante as fases iniciais de cicatrização para
evitar a formação de aderências que comprometam a estética e a função do tecido
envolvido. Cicatrizes antigas e mais aderentes necessitam de manobras mais profun-
das e com maior pressão, que envolvam o pinçamento da pele e proporcionem maior
mobilidade tecidual.
Explor
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Brazilian Journal
Estudo Preliminar Sobre Registros de Deiscência de Ferida Operatória em um
Hospital Universitário.
http://bit.ly/2WwvDq6
Vídeos
Odonto Dicas
Cicatrização por Primeira, Segunda e Terceira Intenção.
https://youtu.be/H1PL23xmSoo
Leitura
Procedimentos de Pós-Operatório de Cirurgias Plásticas Estéticas
A Importância da atuação do tecnólogo em estética na ação conjunta com o cirurgião
plástico, diante das intercorrências em procedimentos de Pós-Operatório de cirurgias
plásticas estéticas.
http://bit.ly/2WuKaTj
Cicatrizes Hipertróficas e Quelóides
http://bit.ly/2YN4IDW
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17
UNIDADE Técnicas Manuais
Referências
BORGES, F. S. SCORZA, F. A. Terapêutica em Estética Conceitos e Técnicas.
Editora Phorte, São Paulo, 2016.
Sites Visitados
<https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/fisioterapia/massagem-
-cicatricial/23730>. Acesso em: 20/04/19.
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Estética e Cirurgia
Material Teórico
Cosméticos Reparadores
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Cosméticos Reparadores
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Conhecer os ativos mais indicados e associações de protocolos no pré e pós-operatório.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Cosméticos Reparadores
Não podemos nos esquecer de que enquanto a cicatriz estiver aberta, o uso des-
tes cosméticos é contraindicado e para nossa segurança e segurança do cliente, o
ideal é sempre esperar a liberação médica.
A barreira íntegra é formada pelo estrato córneo, cuja composição é feita prin-
cipalmente de água e óleo. A parte aquosa é aproximadamente 15%, pois a maior
parte encontra-se na derme. Os corneócitos são células achatadas e envoltas por
proteínas altamente reticuladas e por lipídeos. Já a parte oleosa é formada por
grânulos lamelares, que são vesículas transportadoras de lipídeos da camada supra-
basal para a camada córnea (colesterol, ceramidas e fosfolipídeos), onde se forma
uma bicamada lipídica. Estes lipídeos são referentes a 10% do peso seco do estrato
córneo. Os desmossomas e corneodesmossomas são proteínas especializadas que
geram aderência em tecidos estratificados, e ainda temos os grânulos de querato
hialina, que é a queratina unida por outras proteínas (filagrina) e que forma o NMF.
Existem dois tipos de barreiras que podem trabalhar ou não ao nosso favor: a
barreira hidrolípica, que é nosso hidratante natural, e a barreira proteica, que é um
escudo de proteção.
Portanto, o que faz a pele permanecer saudável, macia, com flexibilidade e elas-
ticidade é o equilíbrio que existe no mecanismo de sua hidratação, na capacidade
8
que o organismo tem de promover a renovação celular nas substâncias que com-
põem a epiderme para um bom funcionamento do mecanismo de hidratação; a
camada córnea deve ser capaz de reter água, de modo que sua taxa de evaporação
sempre se mantenha em um nível normal.
Os tipos são:
• Emolientes: capazes de “preencher as fendas” entre os corneócitos, retendo
água nesta camada, por aumentar a coesão celular;
• Reparadores proteicos: reparam estruturas proteicas dérmicas danificadas ou
estimulam a produção das mesmas;
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UNIDADE Cosméticos Reparadores
• Umectantes: retêm água na camada córnea, seja por atraí-la da derme, seja
por atraí-la do meio externo;
Eles são os que mais atendem às necessidades de reparação, pois tornam a pele
íntegra para uma ótima recuperação e também podem ser aplicados nas cicatrizes,
caso o médico libere.
Cosméticos Reparadores
No processo de recuperação do tecido, algumas classes de cosméticos são
fundamentais. Entre elas, podemos citar os antioxidantes, hidratantes, vitaminas
e fatores de crescimento. Já no pós-tardio, dependendo da cirurgia, podemos ob-
servar flacidez cutânea, como, por exemplo, na lipoaspiração, e também cicatriz
hipercrômica. Nestes casos, ainda podemos recorrer ao auxílio dos cosméticos
firmantes e clareadores.
Ativos antioxidantes – precisamos nos lembrar aqui dos Radicais Livres, que são
moléculas instáveis pelo fato de seus átomos terem um número ímpar de elétrons.
Para que estas moléculas fiquem estáveis, elas reagem com as células que encon-
tram para roubarem o elétron que está faltando, gerando, assim, uma reação em
cadeia, pois ao retirar o elétron da célula, esta se tornará outro radical livre. Esse
processo fica exacerbado em situações de estresse como uma cirurgia. Todo pro-
cesso inflamatório desencadeia um aumento na produção de RLs.
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Vejamos alguns:
• Coenzima Q10: capta os RLs e é estimulante do sistema imunológico. Encon-
trada na sardinha e amendoim;
• Extrato de chá verde: além de antioxidante, também é um anti-inflamatório e
protege a pele contra a ação carcinogênica do UVB;
• Ginkgo biloba: antioxidante, atua no sistema circulatório e no metabolis-
mo celular. Excelente no pós-operatório para acelerar a evolução do edema
e equimose;
• Extrato de semente de uva: antioxidante natural, protege a pele das ações
da radiação solar;
• Idebenona: derivada da Coenzima Q10, tem peso molecular baixo e consegue
atravessar até a derme, neutralizando os RLs.
Quanto mais hidratada antes da cirurgia a pele estiver, melhor será para a realiza-
ção das incisões cirúrgicas, e no pós-operatório mais rápido ocorrerá a recuperação
do tecido. A hidratação também garante a saúde da pele, visto que a pele desidratada
se comporta como uma pele sensível, que apresenta prurido, descamação, vermelhi-
dão e fissuras, que atrapalham no resultado final das intervenções estéticas.
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UNIDADE Cosméticos Reparadores
E para que a pele possa se refazer e se recuperar, ela precisa também de subsí-
dios, pois todo o metabolismo estará acelerado, principalmente nos primeiros 21
dias, em que a fibrinogênese está ocorrendo para reparar o tecido. As vitaminas
são muito importantes nesse processo, pois medeiam várias reações enzimáticas
importantes para a fisiologia celular. Elas possuem ação regenerativa, antioxidantes
e hidratante.
• Vitamina E: antioxidante natural que protege a membrana celular;
• Vitamina C: neutraliza os RLs, ajuda a conservar a vitamina E, estimula a pro-
dução de colágeno e dependendo da concentração, ainda pode clarear a pele;
• Vitamina B3: nicotinamida, realiza a síntese de coenzimas, regula a produção
de lipídios;
• Vitamina B1: tiamina, essencial para o metabolismo celular;
• Vitamina B2: riboflavina, atua nas reações de respiração celular, envolvidas
no metabolismo energético;
• Vitamina B5: pantenol, auxilia nos processos de regeneração epidérmica e
cicatrização;
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Em suma, os fatores de crescimento atuam em vários processos fisiológicos,
destacando-se no processo de cicatrização com consequente reepitelização a partir
da substituição das estruturas desorganizadas do colágeno tipo III e elastina por
moléculas mais resistentes e estruturadas, o que auxilia no processo de reparação,
podendo ser aplicados concomitantemente ao uso de eletroterapia estética.
Para a flacidez tissular, podemos recorrer aos ativos firmantes, que atuam da
seguinte forma: restaurando o colágeno e a elastina, reduzindo a atividade das
metaloproteinases, melhorando a comunicação dermoepidérmica, promovendo
efeito tensor, estimulando o aumento da quantidade de fibroblastos e propiciando
a manutenção da integridade da matriz extracelular. Vejamos aqui alguns destes
ativos utilizados:
• Densiskin: atua na matriz extracelular, estimulando a produção de colágeno,
elastina e glicosaminoglicanas. Auxilia na reestruturação da membrana celular
e tem ação inibidora das metaloproteinases da matriz;
• Rafermine: obtido do extrato hidrolisado da soja, tem a capacidade de forta-
lecer a estrutura molecular da derme, aumentando a firmeza e a tonicidade,
e estimula os fibroblastos a retrair e inibir as metaloproteinases, impedindo a
degradação das fibras de colágeno e elastina;
• Easy lift: tensor instantâneo que forma um filme sobre a pele, deixando-a
mais lisa, diminuindo a profundidade de rugas.
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UNIDADE Cosméticos Reparadores
E um outro cosmético que deve ser utilizado é o Filtro solar, que evitará as hiper-
cromias e também a sensibilização da área, principalmente nas equimoses.
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Figura 4 – Diferença entre a ação dos filtros orgânicos ou químicos e dos filtros inorgânicos ou químicos
Fonte: UFC
Bandagens
Considera-se bandagem o recurso externo flexível para auxílio no corpo hu-
mano, podendo ser dividida em inelástica ou rígida e elástica. As elásticas podem
estirar-se e voltam ao seu tamanho original. As rígidas são as de gesso, esparadra-
po ou micropore, e as elásticas são o taping ou bandagem terapêutica elástica.
A maior parte das aplicações utiliza aplicações com tensões abaixo de 50%. A
colocação é realizada por dois pontos fixos ou âncoras, sem tensão, e zonas tera-
pêuticas que receberão a tensão.
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UNIDADE Cosméticos Reparadores
Explor
• Bandagem no pós-operatório de lipoaspiração para minimizar edema e equimose.
Disponível em: http://bit.ly/2yCU0oE
• Bandagem em cicatriz hipertrófica: http://bit.ly/2yEGxwD
A pressão ocasionada pela bandagem atua como canais que direcionam o ex-
sudato para o ducto linfático mais próximo. A fita é aplicada com a base próxima
ao nódulo linfático a ser dirigido o exsudato, sendo aplicada com um padrão de 0
- 15% de tensão. O mecanismo de bombeamento necessita da contração muscular,
então para que a técnica apresente os benefícios de forma satisfatória, é necessário
que ocorra movimentação livre das articulações.
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Explor
Bandagem funcional para redução do edema: http://bit.ly/2OPNBSa
Curativo de silicone
O curativo de silicone é utilizado para deixar a cicatriz plana e com aspecto na-
tural. Também pode ser indicado para cicatrizes hipertróficas.
Figura 8
Fonte: Divulgação
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UNIDADE Cosméticos Reparadores
Órtese umbilical
A órtese umbilical é utilizada para reposicionamento após abdominoplastia, para
que o umbigo fique o mais próximo do formato anatômico.
Explor
Meias elásticas
O uso de meias elásticas com pressão
graduada é recomendado para os pacien-
tes com história prévia de insuficiência ve-
nosa ou de fenômenos tromboembólicos e
também para profilaxia de tais alterações
circulatórias. Essas meias são largamente
usadas em Cirurgia Geral, Neurocirurgia e
em pacientes internados em Terapia Inten-
siva. O seu uso deve ser prolongado por
alguns dias, principalmente quando a ci-
rurgia envolve membros inferiores, como
no caso das lipoaspirações e implantes de
próteses. Não são um curativo, mas em al-
guns casos o paciente estará com elas no
momento do atendimento, principalmente Figura 9 – Meia elástica para prevenção de trombose
no pós-operatório imediato. Fonte: Divulgação
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Dreno pós-abdominoplastia
O uso do dreno pode ser considerado, por alguns autores, uma das formas de
prevenção de seroma. Mas um grande fator predisponente ao aparecimento do se-
roma é o amplo descolamento do retalho abdominal, que além de gerar uma maior
área descolada para localização de coleções líquidas, desvasculariza sobremaneira
o retalho abdominal, com maior lesão de vasos linfáticos, propiciando a ocorrência
de seromas e necrose.
Cinta
A cinta deverá ser utilizada no pós-operatório
imediato e até no mínimo 60 dias após, ou conforme
orientação médica. Ela diminui o edema por fazer
uma contenção e também auxilia na modelagem, já
que o tecido necessita aderir novamente. Seu uso
também proporciona conforto ao cliente.
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UNIDADE Cosméticos Reparadores
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Hidratação da pele
https://youtu.be/VMK5QVBoAgM
Leitura
Mecanismos de hidratação da pele
http://bit.ly/2M4KuUc
Radicais livres: conceitos, doenças relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo
FERREIRA, A. L. A.; MATSUBARA, L. S. Radicais livres: conceitos, doenças
relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo. Rev. Assoc. Med. Bras., vol. 43,
n. 1, São Paulo, jan./mar. 1997.
http://bit.ly/2M5yKRc
Prevenção e tratamento de esquimose, edema e fibrose no pré, trans e pós-operatório de cirurgias plásticas
CHI, Anny et al. Prevenção e tratamento de esquimose, edema e fibrose no pré, trans
e pós-operatório de cirurgias plásticas. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, vol.
33, n. 3, 2018.
http://bit.ly/2M2Jvnm
20
Referências
AFORNALI, V. I. H. et al. Análise prévia da eficácia da hidratação utilizando
diferentes formulações contendo ácido hialurônico. Disponível em: <https://
tcconline.utp.br/media/tcc/2017/05/ANALISE-PREVIA-DA-EFICACIA-DA-
HIDRATACAO.pdf>. Acesso em: 22 mai. 20119.
COSTA, C. K. et al. Um estudo da pele seca: produtos emulsionados para seu tra-
tamento e busca de sensorial agradável para o uso contínuo. Visão Acadêmica,
Curitiba, v. 5, n. 2, p. 69-78, jul. – dez./2004, ISSN: 1518-5192. Disponível em:
<https://revistas.ufpr.br/academica/article/view/548/457>. Acesso em: 22 mai. 2019.
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21
Estética e Cirurgia
Material Teórico
Eletroterapia Aplicada no Pós-Operatório
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Eletroterapia Aplicada
no Pós-Operatório
• Eletroterapia no Pós-Operatório;
• Ultrassom;
• Radiofrequência;
• Alta Frequência;
• LED e Laser;
• MENS – Microcorrentes.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Quando e como usar a eletroterapia no pré e no pós-operatório.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Eletroterapia Aplicada no Pós-Operatório
Eletroterapia no Pós-Operatório
A eletroterapia é um dos recursos que mais nos ajudará na recuperação do pós-
-operatório, bem como auxiliará em alterações decorrentes das cirurgias, como
fibrose, cicatriz hipertrófica, edema e flacidez.
Nas aulas de eletroterapia, você verá os mecanismos de ação, bem como as dosi-
metrias que serão aplicadas nas alterações estéticas, ou seja, que serão empregadas
no pós-operatório.
Ultrassom
Modalidade terapêutica de onda sonora, de penetração relativamente profunda, com
frequências superiores às detectadas pelo ouvido humano, podendo atingir até 3MHz.
Não existe um consenso nos parâmetros de intensidade, pois são muitos artigos
e autores que atingem resultados com diferentes dosimetrias.
8
modo pulsado e intensidades baixas para acelerar o processo de cicatrização, con-
siderado uma lesão aguda e modo contínuo para fibrose e cicatriz hipertrófica, que
são consideradas lesões crônicas.
Sobre o modo contínuo e o pulsado, podemos dizer que o contínuo produz grande
efeito mecânico e térmico. Já o pulsado opera por ciclos de trabalho, interrompendo,
parcialmente, a emissão de ondas, com amplitude de pulsação entre 16Hz a 100Hz,
ciclo de trabalho que varia de 10% a 50%, tendo pouco efeito térmico e mecânico.
Esse efeito também justifica seu uso preventivo para fibrose e hipertrofia cicatri-
cial no pós-operatório imediato. Também produz micromassagem, promovendo a
circulação dos fluidos, o que justifica seu uso para diminuir o edema e as equimoses.
Pode-se utilizar ativos cosméticos com o US, pois eles terão sua permeação
aumentada devido à fonoforese. A escolha do ativo dependerá do objetivo a ser
alcançado, podendo ser antiedema e reestruturante, entre outros.
O ativo pode ser aplicado junto à aplicação do US, o que torna o processo dis-
pendioso, pois a quantidade para que ocorra o acoplamento é grande, lembrando-
-se de que ele tem de ter base cosmética em gel.
Mas se pode, ainda, utilizar pré-ultrassom, devendo a substância (em gel, líquido
ou serum), ser massageada até total absorção ou, ainda, pós-ultrassom, na qual
o gel de contato deve ser totalmente removido, e o cosmético escolhido deve ser
massageado até total absorção.
MHz: Megahertz;
Explor
Hz: Hertz;
W/cm2: Watts por centímetro quadrado;
US: Ultrassom.
O tempo de aplicação deve ser de 2 minutos por quadrante, mas de acordo com
alguns autores, deve-se dividir a área a ser tratada pela ERA do transdutor (cabe-
çote), ou seja:
Tempo = Área/ERA
Sendo assim, quanto maior o tamanho da ERA, menor será o tempo de apli-
cação. Na maioria dos aparelhos, o fabricante já nos orienta em relação ao tempo
de aplicação, assim como muitos deles já têm os programas pré-estabelecidos para
cada alteração, mas lembrando-se da avaliação de cada paciente.
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UNIDADE Eletroterapia Aplicada no Pós-Operatório
Radiofrequência
É um recurso terapêutico que utiliza ondas eletromagnéticas de alta frequência
para produzir calor em nível cutâneo e subcutâneo. Seu mecanismo de ação, por
meio da vibração das moléculas de água, transforma energia eletromagnética em
energia térmica.
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Diferentes ponteiras de RF
Cada equipamento tem sua especificidade quanto ao meio de acoplamento, que pode
ser gel, glicerina, gel glicerinado ou algum produto que acompanhe o próprio aparelho.
Deve-se sempre ficar atento a esse detalhe que está relacionado ao aquecimento.
Com a elevação da temperatura, o organismo
promove vasodilatação, melhora do trofismo, há
reabsorção do edema, melhora da drenagem ve-
nosa e remoção de catabólitos, entre outros.
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UNIDADE Eletroterapia Aplicada no Pós-Operatório
A maioria dos efeitos adversos da radiofrequência são gerados por erro na pro-
gramação ou na aplicação da técnica:
• Queimaduras no local que podem ser internas, quando causadas pelo eletrodo
ativo e externas quando causadas pelo eletrodo dispersivo;
• Aumento nos casos de fibroses pós-operatórias, quando a temperatura não
é adequada;
• Aumento nos quadros de flacidez, caso a temperatura não seja adequada.
Para evitar os efeitos adversos, é necessário entender qual a temperatura ade-
quada e por quanto tempo essa temperatura deve ser mantida. Portanto, as potên-
cias ideais são as adequadas, e não as elevadas. Outro ponto é manter o espaço de
15 dias entre uma sessão e outra.
Alta Frequência
O gerador de alta frequência é produto de uma corrente alternada de elevada fre-
quência e baixa intensidade, utilizada na estética com tensão aproximada de 30 mil
a 40 mil volts e uma frequência de 150 a 200Khz.
Seus efeitos fisiológicos variam em condições térmicas, aumentando o metabo-
lismo e, com isso, a oxigenação celular e a eliminação de gás carbônico, atuando
como vasodilatador, que estimula a circulação periférica, como bactericida e antis-
séptico pela formação do ozônio.
No contato com o eletrodo, a pele promove um faiscamento que converte o
oxigênio em ozônio, o qual, por sua instabilidade, tem propriedades germicidas.
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O método de aplicação se dá de forma direta ou indireta, não se devendo fazer
uso da técnica em pele umedecida e em material inflamável, lembrando-se, ainda, de
que, na Estética, só faremos procedimentos em feridas fechadas, ou seja, cicatrizadas.
O O3 estimula a produção de citocinas, ativa os linfócitos T, melhora a oxigena-
ção e o metabolismo celular por meio da vasodilatação e produz um aumento da
resposta enzimática antioxidativa, contribuindo, assim, de forma efetiva no trata-
mento de lesões cutâneas causadas por diferentes microrganismos.
As bactérias são os organismos mais sensíveis ao O3, o que garante a sua eficácia
bactericida. Ele atua, primeiramente, sobre a membrana bacteriana e causa a perda
da atividade enzimática celular normal.
A partir daí, ocorre uma mudança na permeabilidade da célula, que leva à morte
da bactéria. Esse processo ocorre associado à lise celular. Essa ação nos auxilia no
processo de cicatrização, para evitar que ocorra um processo inflamatório exacer-
bado ou então um processo infeccioso.
Esses são os eletrodos que compõem o aparelho de AF:
Figura 4
Sobre as técnicas de aplicação, as mais utilizadas no processo de regeneração
tecidual em cicatrizes são as descritas a seguir, lembrando-se de que só devemos
atuar na lesão fechada e com a autorização do médico:
• Fluxação ou Efluviação: esta forma de aplicação promove efeito desconges-
tivo e calmante, diminuindo a hiperemia (vermelhidão);
• Faiscamento direto: aplica-se com o eletrodo um pouco afastado da pele,
provocando faíscas. Nesse método de aplicação, ocorre a formação de Ozônio;
• Faiscamento indireto. essa técnica permite tonificar e estimular as termina-
ções nervosas da pele, além de permitir a permeação de ativos cosméticos.
Aqui, podemos associar ativos antiedema, estimulantes do colágeno e hidra-
tantes, para melhor recuperação tecidual.
Explor
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UNIDADE Eletroterapia Aplicada no Pós-Operatório
LED e Laser
A fototerapia consiste na aplicação de luz com finalidades reparatórias nos tecidos
e apresenta uma função interessante nos tratamentos, tanto estético quanto médico.
Sua principal via de ação é por meio da mitocôndria e da geração de ATP, sendo
essencial ao processo de reparação tecidual, que acontece nas cirurgias estéticas.
Tal reparo tecidual é um estado dinâmico que compreende diferentes processos,
entre eles, inflamação, proliferação celular e síntese de elementos que constituem a
matriz extracelular, como colágeno, elastina e fibras reticulares.
A síntese de colágeno é um processo rápido e harmônico que tem seu início com
a lesão intersticial e se estende até o final da fase de cicatrização, quando ocorre a
remodelação dos tecidos.
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Nesses parâmetros, temos os seguintes efeitos:
• Aumenta a síntese de colágeno, útil para reparo tecidual;
• Aumenta a permeabilidade das membranas celulares com eficiência da bomba
de sódio;
• Aumenta o número de fibroblastos e promove tecido de granulação;
• Aumenta os níveis de prostaglandinas, levando o aumento na ATP celular;
• Ação anti-inflamatória, antiflogística;
• Normalização da bioenergia celular;
• Aumento da atividade enzimática, acelerando a cicatrização;
• Neovascularização, estímulo à microcirculação;
• Ante edematoso (ativa a microcirculação, a vasodilatação de arteríolas, a pro-
liferação celular);
• Ação fibrinolítica (aumento da reabsorção fibrinogênica), ideal para hipertro-
fia cicatricial.
Vale lembrar-se de que o queloide deve sempre ser tratado em conjunto com
o cirurgião, pois as técnicas empregadas na estética são paliativas, e isoladas não
apresentam resultados definitivos.
O arquivo a seguir apresenta uma revisão sobre a dosimetria do LBI. Aplicação do laser de
Explor
Nas terapias fotodinâmicas, temos, ainda, o LED, que também nos auxilia não
só nos processos de regeneração e hidratação, mas age como um coadjuvante nos
tratamentos de cicatrizes hipecrômicas e flacidez tecidual.
O LED (Light Emitting Diodes) é uma fonte de luz que não emite calor, por não
produzir radiação infravermelha e, atualmente, é muito utilizado nos tratamentos
estéticos por sua atuação na modulação celular.
Cada comprimento de onda corresponde a uma cor, e cada cor tem funções
diferentes.
Para estímulo de colágeno e reparação tecidual, devemos utilizar o LED Verme-
lho, cujo papel na reorganização do colágeno está diretamente relacionado à ação
de modulação do fibroblasto, pois estimula a ação do citocromo-C, aumentando
o trabalho da mitocôndria, da cadeia respiratória celular, a troca de nutrientes e a
eliminação de toxinas.
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UNIDADE Eletroterapia Aplicada no Pós-Operatório
MENS – Microcorrentes
A aplicação da microcorrentes no pós-operatório tem efeitos na normalização
do tecido lesado, pois aumenta a circulação sanguínea, o que, por si, já aumenta o
aporte de nutrientes, e facilita o transporte de aminoácidos e síntese de proteínas,
otimizando a permeabilidade de membrana, fatores que somados resultam em um
melhor desempenho funcional da célula, principalmente, por aumentar em 500%
a produção de ATP.
Ocorre uma anormalidade elétrica em tecidos lesados que apresentam uma re-
sistência maior do que tecidos não lesados.
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Isso se deve a uma alteração de cargas que alteram a permeabilidade da mem-
brana celular. Com essa alteração, as funções celulares ficam prejudicadas, e, por
esse motivo, a regulação da bioeletricidade da pele seria o gatilho para iniciar o
processo de normalização.
A microcorrentes trabalha com os benefícios causados tanto por seu polo negati-
vo quanto por seu polo positivo, sendo que cada um exerce uma função importante
no reparo tecidual.
Pode ser aplicada com os eletrodos em esfera, afastando as canetas por 5 se-
gundos ou, então, em placas nas bordas das cicatrizes. Na Literatura, são descritas
muitas dosimetrias, mas as mais aplicadas são:
• Reparação tecidual: 100Hz de frequência e 80uA a 100uA de intensidade;
• Normalização: 100Hz de frequência e 500uA de intensidade – Iniciando
a aplicação;
• Bioinibição: 100Hz de frequência e 750uA de intensidade – Para cicatri-
zes hipertróficas.
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UNIDADE Eletroterapia Aplicada no Pós-Operatório
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Os efeitos da radiofrequência na fibrose no pós-operatório de lipoaspiração
http://bit.ly/2QbsmLf
A alta frequência no estímulo da cicatrização: revisão de literatura
http://bit.ly/2Qcfy7f
Laser de baixa intensidade no processo de cicatrização hipertrófica
http://bit.ly/2AjH342
Avaliação do laser e led no tratamento da hiperpigmentação periorbital evaluation of laser and led in
the treatment of periorbital hyperpigmentation
http://bit.ly/2Am9y0V
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Referências
BORGES, F. S. Dermato Funcional: Modalidades terapêuticas nas disfunções es-
téticas. São Paulo: Phorte, 2006.
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