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3º Teste Anatomia

Identificar vias aéreas, em ordem descendente até aos bronquíolos terminais.

Fazem parte das vias aéreas as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios
principais, os brônquios secundários ou lobares, brônquios terciários ou segmentares, que se
dividem em brônquios de calibre cada vez mais reduzido e vão dar origem aos bronquíolos
terminais que se continuam pelos bronquíolos respiratórios.

Distinguir funcionalmente zona condutora e zona de trocas.

Zona condutora: corresponde às vias aéreas e a principal função consiste em possibilitar a


passagem do ar inspirado desde a atmosfera até à zona de trocas gasosas e de conduzir o ar
expirado no sentido inverso. As vias aéreas desempenham um papel fundamental na
climatização (aquecimento e humedecimento) e purificação do ar inspirado.
Zona de trocas: inclui os bronquíolos terminais, o ducto alveolar e os alvéolos. Tem como função
possibilitar a passagem do oxigénio dos alvéolos para o sangue e do dióxido de carbono do
sangue para os alvéolos.

Distinguir as vias aéreas superiores das inferiores.

Fazem parte das vias aéreas superiores as fossas nasais, a boca, a faringe e a laringe.
As vias aéreas inferiores iniciam-se na traqueia e continuam-se pela árvore brônquica.

Identificar as funções das vias aéreas.

A principal função das vias aéreas é a de possibilitar a passagem do ar inspirado desde a


atmosfera até à zona de trocas gasosas e a de conduzir o ar expirado no sentido inverso.
Desempenham ainda funções de purificação, humedecimento e aquecimento do ar inspirado,
estando também associadas à produção de sons.

Identificar as três porções da faringe.

A faringe divide-se em três regiões: orofaringe (porção da faringe que se relaciona com a
cavidade bucal); nasofaringe (associada à cavidade nasal); laringofaringe (relacionada com a
laringe e o esófago).

Descrever a constituição geral da laringe.

A laringe é formada por um conjunto de 9 cartilagens, 3 pares e 3 ímpares. As cartilagens


encontram-se unidas entre si por membranas, ligamentos e músculos, sendo todas formadas por
cartilagem hialina, à excepção da epiglote (cartilagem elástica). Os músculos ao nível da laringe
podem dividir-se em extrínsecos e intrínsecos. Os extrínsecos são responsáveis pelos
movimentos ascendente e descendente da laringe. Os intrínsecos são responsáveis pela abertura
e encerramento da epiglote, assim como pela regulação da tensão das cordas vocais.

Identificar as três cartilagens ímpares da laringe.

As três cartilagens ímpares da laringe são a epiglote, a tiróide e o cricóide.

Descrever a estrutura geral da traqueia.

Ana Luísa Veiga Segura, turma 3

A traqueia é um tubo flexível formado por aros cartilagíneos, em forma de “C”, incompletos
posteriormente, que se estende desde o nível da C5 até D5.

Descrever genericamente a árvore brônquica e as suas subdivisões.

A traqueia divide-se em dois tubos de menor calibre ao nível do mediastino, os brônquios


principais direito e esquerdo. Estes penetram nos pulmões e dividem-se em tubos de calibre
menor, os brônquios secundários ou lobares (três à direita e dois à esquerda). Estes dividem-se
ainda, dando lugar aos brônquios terciários ou segmentares, que, por sua vez, se dividem em
brônquios de calibre sucessivamente mais reduzido. No final da árvore brônquica, encontram-se
os bronquíolos terminais, que se continuam pelos bronquíolos respiratórios.

Descrever os mecanismos associados às funções de limpeza e de climatização.

As vias aéreas desempenham um papel fundamental na climatização (aquecimento e


humedecimento) e purificação do ar inspirado. A climatização do ar inspirado é conseguida,
essencialmente, pelo contacto do ar com a mucosa das fossas nasais que apresenta uma elevada
irrigação sanguínea superficial. As fossas nasais contribuem também na purificação do ar
inspirado. Os pêlos das narinas filtram as grandes partículas contidas no ar que inspiramos,
permitindo a sua fixação às paredes das fossas nasais com auxílio do muco nasal. A remoção das
partículas para o exterior é feita pela faringe através do movimento dos cílios vibráteis existentes
nas paredes das vias aéreas.

Descrever a estrutura da membrana respiratória: surfactante, parede alveolar, espaço


intersticial e parede capilar.

Chama-se membrana respiratória ao conjunto das paredes alveolar e capilar e respectivas


membranas basais, separadas por um fluido intersticial. A membrana define a fronteira das trocas
gasosas: do lado alveolar da membrana respiratória encontra-se ar e do lado capilar, encontra-se
o sangue. A membrana é composta por: surfactante (diminui a tensão no alvéolo), parede
alveolar, espaço intersticial e parede capilar.

Descrever a morfologia e relações anatómicas dos pulmões: face externa, face interna e
base.

Os pulmões são órgãos pares que ocupam toda a cavidade torácica com excepção da zona do
mediastino, ocupada pelo coração, os grandes vasos e o esófago. Os dois pulmões juntos
apresentam a forma de um cone, cuja base assenta no diafragma e o vértice se situa
imediatamente abaixo das clavículas. A face interna delimita o mediastino. Os dois pulmões
diferem quanto à forma. O pulmão esquerdo é mais pequeno que o direito, apresentando uma
pequena chanfradura na face interna que lhe permite acomodar-se à morfologia do coração. O
pulmão direito apresenta-se subdividido em três lobos pulmonares (superior, médio e inferior),
enquanto o pulmão esquerdo apresenta-se apenas dividido em dois lobos (superior e inferior).

Conhecer a organização geral das pleuras: folheto visceral, cavidade pleural e folheto
parietal.

Cada um dos pulmões é envolvido por uma fina membrana serosa, a pleura, que é constituída
por um folheto visceral, que cobre a face externa dos pulmões e um folheto parietal, aderente à
grelha costal e face superior do diafragma. Entre estes dois folhetos existe a cavidade pleural,
totalmente preenchida pelo fluido pleural.

Identificar e diferenciar espaço morto anatómico e funcional.

Ana Luísa Veiga Segura, turma 3

O espaço morto representa a quantidade de ar que, em cada ciclo respiratório, não participa nas
trocas gasosas. O espaço morto anatómico é o volume de ar contido nas vias aéreas e o espaço
morto funcional é o volume de ar contido nos alvéolos não funcionais.

Distinguir ventilação pulmonar e alveolar.

A ventilação alveolar corresponde à ventilação pulmonar subtraída da ventilação do espaço


morto.

Enunciar as duas fases da respiração.

A respiração divide-se em duas fases: inspiração e expiração, que se apresentam alternadamente.


Na inspiração o ar entra nos pulmões, atravessando todas as estruturas da zona condutora do
aparelho respiratório e na expiração é expulso para o exterior.

Descrever genericamente a participação das articulações do tórax nos movimentos


respiratórios.

As articulações costo-vertebrais, condro-esternais e costo-condrais participam na inspiração


(movimento ascendente) e expiração (movimento descendente).

Identificar a fascia endotorácica como estrutura de ligação entre a grelha costal e as


pleuras.

A fascia endotorácica é a estrutura que faz a ligação entre a grelha costal e as pleuras.

Distinguir respiração eupneica e respiração forçada.

Na respiração eupneica não há intervenção dos músculos expiradores e na respiração forçada há


contracção dos músculos expiradores.

Identificar os músculos envolvidos na inspiração eupneica: diafragma, intercostais e


escalenos.

Na inspiração eupneica tem principal acção o diafragma, sendo de distinguir também a acção
dos escalenos e ainda dos intercostais externos.

Identificar os músculos envolvidos na inspiração forçada: diafragma, intercostais,


escalenos, esternocleidomastoideo, pequeno e grande peitorais, pequeno e grande dentados.

Na inspiração forçada, as acções do diafragma, intercostais externos e escalenos são


potencializadas pelo esternocleidomastoideo, pequeno e grande peitorais e pequeno e grande
dentados (todos os músculos que intervêm na respiração eupneica, intervêm na respiração
forçada).

Enumerar os factores que justificam o carácter passivo da expiração eupneica: elasticidade


do parênquima pulmonar e tensão superficial alveolar.

A expiração eupneica é um fenómeno passivo, pois é desencadeado a partir do relaxamento dos


músculos inspiradores. No entanto, as forças responsáveis pela expiração são a força retráctil
elástica do parênquima pulmonar e a tensão superficial alveolar.

Ana Luísa Veiga Segura, turma 3

Enumerar os factores que impedem o colapso pulmonar: surfactante e pressão negativa


intrapleural.

Os pulmões encontram-se separados da grelha costal pela cavidade pleural, totalmente


preenchida pelo líquido pleural. Este líquido cria uma tensão superficial que dificulta a
separação dos dois folhetos pleurais entre si. Assim, os pulmões são mantidos em contacto com
o tórax. O líquido pleural contribui ainda para a manutenção de uma pressão intrapleural sempre
abaixo da pressão atmosférica (760 mmHg). Sendo assim, em, repouso, a acção da força de
retracção elástica do parênquima pulmonar tende a afastar os pulmões do contacto com a grelha
costal (pressão de 757 mmHg). Na inspiração, o aumento do volume torácico e a expansão
pulmonar, por um lado, e a acção da força de retracção elástica do pulmão, por outro, criam ao
nível dos folhetos pleurais a tendência para o seu afastamento, reduzindo a pressão para 755
mmHg. O surfactante é um líquido composto por moléculas fosfolipídicas que reduzem a tensão
superficial interface ar/líquido. Por outro lado, o surfactante dá estabilidade aos alvéolos.

Identificar os músculos envolvidos na expiração forçada: músculos da parede antero-


lateral do abdómen.

Os músculos que intervêm na expiração forçada são os intercostais internos e os músculos da


parede antero-lateral do abdómen (recto do abdómen, grande oblíquo, pequeno oblíquo e
transverso do abdómen).

Descrever sequencialmente os eventos mecânicos de um ciclo respiratório.

A ventilação pulmonar é uma função cíclica, constituída por duas fases, inspiração e expiração,
que se apresentam, no tempo, de forma alternada. Na inspiração o ar entra nos pulmões,
atravessando todas as estruturas da zona condutora do aparelho respiratório e na expiração é
expulso para o exterior. O movimento de ar entre o exterior e o interior dos pulmões é produzido
por diferenças de pressão (gradiente de pressão). Sempre que a pressão do ar no exterior (pressão
atmosférica) é superior à pressão do ar no interior (pressão intrapulmonar), o ar entra nos
pulmões e a fase de inspiração acontece. Pelo contrário, sempre que a pressão intrapulmonar é
superior à pressão atmosférica, inicia-se a expiração e o ar é expelido dos pulmões em direcção
ao exterior.

Descrever cada uma das fases da respiração quanto às variações no volume pulmonar e
pressão intrapulmonar.

Inspiração eupneica: aumento dos volumes torácico e pulmonar e redução da pressão


intrapulmonar cerca de 3 mmHg abaixo da pressão atmosférica (757 mmHg);
Expiração eupneica: redução dos volumes torácico e pulmonar e aumento da pressão
intrapulmonar cerca de 3 mmHg acima da pressão atmosférica (763 mmHg).

Enumerar, definir e quantificar volumes e capacidades respiratórias: volume corrente,


volume de reserva inspiratória, volume de reserva expiratória, volume residual,
capacidade vital, capacidade pulmonar total, capacidade inspiratória e capacidade residual
funcional.

Volume corrente: quantidade de ar que se desloca entre o interior e o exterior dos pulmões no
decurso de um ciclo respiratório, durante a respiração eupneica (500 ml);

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Volume de reserva inspiratória: quantidade de ar que, após uma inspiração eupneica, é ainda
possível fazer deslocar para o interior dos pulmões, através de uma inspiração forçada (3100
ml);
Volume de reserva expiratória: quantidade de ar que, após uma expiração eupneica, é ainda
possível fazer deslocar para o exterior dos pulmões, através de uma expiração forçada (1200 ml);
Volume residual: quantidade de ar que permanece no interior dos pulmões depois de uma
expiração forçada máxima (1200 ml);
Capacidade vital: quantidade máxima de ar que pode ser expirado forçadamente, após uma
inspiração forçada. Calcula-se pela fórmula CV=VC+VRI+VRE (4800 ml);
Capacidade pulmonar total: quantidade máxima de ar que pode ser contida no interior dos
pulmões, após uma inspiração forçada. Calcula-se pela fórmula CPT=VC+VRI+VRE+VR (6000
ml);
Capacidade inspiratória: quantidade máxima de ar que pode ser inspirado forçadamente após
uma expiração eupneica. Calcula-se pela fórmula CI=VC+VRI (3600 ml);
Capacidade residual funcional: quantidade de ar que permanece nos pulmões após uma
expiração eupneica. Resulta do equilíbrio entre a força retráctil elástica do pulmão e a tendência
da caixa torácica para a expansão. Calcula-se pela fórmula CRV=VRE+VR (2400 ml).

Definir o volume respiratório minuto com base no produto do volume corrente pela
frequência respiratória.

O volume respiratório minuto ou débito ventilatório refere-se à quantidade de ar que, em cada


minuto, é deslocado entre o interior e o exterior dos pulmões. Calcula-se pelo produto do volume
corrente com a frequência respiratória.

Identificar a espirometria como método de avaliação de volumes e capacidades.

A espirometria é o método de medida e registo dos volumes de ar que entram e saem dos
pulmões durante a ventilação, os volumes pulmonares.

Saber determinar a capacidade vital e os volumes de reserva (inspiratório e expiratório)


através do espirómetro.

Após uma inspiração forçada, realiza-se uma expiração também forçada, para o tubo do
espirómetro. O valor alcançado corresponde à capacidade vital.
Após uma inspiração e uma expiração eupneicas, realizar uma expiração forçada para o tubo do
espirómetro. O valor alcançado corresponde ao volume de reserva expiratória.
O volume de reserva inspiratório é calculado através da fórmula: VRI= CV-VC-VRE

Diferenciar e justificar a composição do ar alveolar e do ar atmosférico.

O ar alveolar contém maior percentagem de CO2 e menor percentagem de O2. O ar atmosférico


tem maior percentagem de O2 e menor percentagem de CO2.

Definir o conceito de hematose.

Designa-se por hematose a troca de gases respiratórios (O2 e CO2) ao nível dos pulmões.

Definir o conceito de pressão parcial de um gás numa mistura.

Pressão parcial de um gás numa mistura: pressão exercida por cada gás numa mistura, que
equivale à percentagem do volume total que cada um dos gases ocupa na mistura.

Enumerar os factores que condicionam a taxa de difusão dos gases respiratórios


(hematose): gradiente de pressão, solubilidade, área de trocas e espessura da membrana.

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Gradiente de pressão: o gradiente de pressão parcial estabelece-se ao nível da membrana


respiratória entre o ar alveolar e o sangue dos capilares pulmonares. A PO2 no sangue, antes de
contactar com a membrana respiratória é de 40 mmHg para cerca de 100 mmHg no ar alveolar.
O gradiente de pressão de 60 mmHg permite a difusão rápida do O2 do ar alveolar para o sangue
da rede sanguínea pulmonar. Simultaneamente, o CO2 faz o movimento contrário, ou seja, do
sangue para o espaço alveolar. A PCO2 no sangue venoso que chega aos capilares pulmonares é
de aproximadamente 45 mmHg, contra os 40 mmHg existentes no ar alveolar. O reduzido
gradiente de PCO2 (5 mmHg) permite, no entanto, que a quantidade de CO2 que atravessa a
membrana respiratória seja idêntica à quantidade de O2 que se difunde dos alvéolos para o
sangue. Isto acontece porque o coeficiente de difusão do CO2 é cerca de 20 vezes superior ao de
O2.
Espessura da membrana: a membrana respiratória tem uma espessura de aproximadamente 5
mm. Mas, em algumas patologias respiratórias, este valor pode apresentar-se aumentado, o que
tem consequências negativas na eficácia das trocas gasosas ao nível dos pulmões, uma vez que o
índice de difusão dos gases respiratórios diminui sempre que a espessura da membrana
respiratória aumenta.
Área de trocas: a superfície alveolar total no sujeito normal é muito elevada (145 m²). Contudo,
somente cerca de metade é coberta pelos capilares pulmonares, o que reduz para cerca de 72 m2
a área disponível para as trocas gasosas. Num determinado período de tempo, a quantidade de
gás que é possível trocar entre os alvéolos e os capilares pulmonares é tanto maior quanto maior
for a superfície da membrana respiratória.
Solubilidade: o CO2 tem um coeficiente de difusão na água (plasma) 20 vezes superior ao
coeficiente do O2. Isto significa que a difusão do CO2 através da membrana respiratória é mais
rápida que a de O2. Qualquer alteração da membrana tem maiores consequências no movimento
de O2 para o sangue do que na difusão de CO2 para os alvéolos.

Descrever as trocas gasosas entre os alvéolos e o sangue e entre o sangue e os tecidos.

O O2 passa dos alvéolos para o sangue e o CO2 passa do sangue para os alvéolos. Nos tecidos, o
O2 passa do sangue para os tecidos e o CO2 passa dos tecidos para o sangue.

Enumerar as formas de transporte de oxigénio no sangue: dissolvido no plasma e ligado à


hemoglobina.

O oxigénio é transportado no sangue de duas formas: em combinação com a hemoglobina, no


interior dos eritrócitos, formando a oxihemoglobina; dissolvido no plasma sanguíneo.

Descrever o comportamento cooperativo da hemoglobina com base na estrutura


quaternária da molécula.

A combinação do O2 com a hemoglobina é um processo reversível. Nos pulmões, o O2 liga-se à


hemoglobina para formar a oxihemoglobina (HbO2), num processo designado por reacção de
associação. Nesta reacção, as quatro cadeias de polipeptídeos da molécula da hemoglobina
cooperam entre si de tal modo que, a ligação à primeira molécula de O2 facilita a ligação à
molécula seguinte. Este efeito é crescente para cada uma das moléculas de O2, pelo que a união
da quarta molécula de O2 é extremamente facilitada.

Conhece os factores que condicionam a afinidade/dissociação do oxigénio à molécula de


hemoglobina: pO2, pH e temperatura.

A quantidade de O2 que se liga à hemoglobina está altamente relacionada com a pressão parcial
de O2 do sangue. Quando a PO2 é elevada, a reacção de associação é facilitada e a de
dissociação é inibida. Para valores de PO2 acima dos 70 mmHg, praticamente toda a
hemoglobina fica saturada. Nos pulmões, em que a PO2 do ar alveolar é 104 mmHg, quase todas
as moléculas de hemoglobina reduzida, existentes no sangue venoso que chega aos pulmões, são
convertidas em oxihemoglobina. Assim, o sangue sai dos pulmões com uma PO2 de 100 mmHg
e com uma percentagem de hemoglobina saturada de 97%. Nos capilares sistémicos, a reduzida

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PO2 dos tecidos facilita a reacção de dissociação e inibe a de associação, o que promove a
libertação do O2 que se encontra ligado à hemoglobina para as células. O sangue venoso que
abandona os tecidos possui uma PO2 de 40 mmHg e uma percentagem de oxihemoglobina de
75%.
Para um pH baixo (ácido), a afinidade da hemoglobina tende a reduzir-se, enquanto que para um
pH alto (alcalino), a afinidade aumenta. O pH baixo é resultado do aumento da concentração de
iões hidrogénio no sangue. A ligação destes iões com a hemoglobina, provoca a redução da
capacidade da hemoglobina para se ligar com o O2, o que faz com que as moléculas de O2
sejam libertas para os tecidos. Por outro lado, o pH é sensível à concentração de CO2 no sangue:
valores elevados da concentração de CO2 no sangue, tendem a baixar o pH. Assim, aumenta a
quantidade de O2 distribuída aos tecidos.
Temperaturas elevadas tendem a reduzir a afinidade da hemoglobina, enquanto que temperaturas
baixas aumentam a afinidade da hemoglobina. Assim, sempre que a temperatura do sangue
aumenta, a quantidade de O2 que é colocada à disposição dos tecidos também aumenta. O
aumento da temperatura associado à quebra do pH sanguíneo, condiciona uma diminuição da
afinidade da hemoglobina, o que permite o aumento do aporte de O2 aos músculos em
actividade.

Enumerar as formas de transporte de CO2 no sangue: dissolvido no plasma, sob a forma


de bicarbonato e ligado à hemoglobina.

O transporte de CO2 é feito de três formas: dissolvido no plasma; ligado à hemoglobina,


formando a carbaminohemoblogina; no plasma, sob a forma de ião bicarbonato (HCO3 - ).

Descrever a participação do aparelho respiratório na regulação ácido-base.

A concentração do ião H+ no sangue está particularmente associada à concentração plasmática de


CO2. Por sua vez a PCO2 depende em muito das condições em que ocorre a ventilação:
variações na frequência e amplitude da ventilação podem produzir estados de acidose ou
alcalose respiratória do sangue. Sempre que a ventilação é insuficiente (hipoventilação), o CO2
acumula-se no sangue, a PCO2 aumenta, devido ao aumento da produção de ácido carbónico, e o
pH do sangue baixa - acidose respiratória.

CO2 + H2O H2CO3 HCO3 + H +

Pelo contrário, quando a ventilação aumenta (hiperventilação), a quantidade de CO2 eliminada


pelos pulmões aumenta. A PCO2 no sangue arterial diminui, assim como a produção de ácido
carbónico, e o pH do sangue aumenta - alcalose respiratória.

H + + HCO3 - H2CO3 CO2 + H2O

A introdução de ajustamentos ventilatórios pode ser utilizada como mecanismo regulador do


equilíbrio ácido-base: estados de acidose induzem hiperventilação, enquanto que estados de
alcalose desencadeiam hipoventilação.

Caracterizar o modelo funcional de regulação da respiração.

É necessário ajustar a ventilação às necessidades metabólicas do organismo, de forma a serem


mantidos os níveis adequados de PO2, PCO2 e pH no sangue. O modelo funcional de regulação
da respiração faz-se através de dois processos – regulação automática (ritmo base) e regulação
voluntária.

Localizar genericamente o centro respiratório.

O centro respiratório localiza-se na região do bulbo raquidiano e da protuberância anelar, assim


como em alguns segmentos medulares.

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Identificar e caracterizar funcionalmente as três áreas do centro respiratório: ritmicidade


bulbar, apnêustica, pneumotáxica.

Área da ritmicidade bulbar: localiza-se na porção bulbar da formação reticulada, sendo


responsável pela manutenção do ritmo básico da respiração (alternância inspiração-expiração).
Área apnêustica: localizada na protuberância anelar. Reforça a função da área da ritmicidade
bulbar, no sentido de assegurar ritmos respiratórios regulares e rítmicos. Prolonga a inspiração.
Área pneumotáxica: localiza-se na protuberância anelar. Reforça a função da área da ritmicidade
bulbar, no sentido de assegurar ritmos respiratórios regulares e rítmicos. Exerce uma influência
inibitória sobre a área apnêustica. Provoca inspirações curtas e superficiais.

Explicar o funcionamento da área de ritmicidade bulbar na respiração eupneica e na


respiração forçada.

A área da ritmicidade bulbar é constituída por neurónios que se despolarizam na inspiração


(neurónios I) e por neurónios que desencadeiam potenciais de acção na expiração (neurónios E).
Os neurónios I funcionam em circuito oscilante que se activa e desactiva de forma espontânea e
autónoma. Os impulsos nervosos gerados pelos neurónios I são enviados para os segmentos
medulares, onde estimulam os motoneurónios responsáveis pela actividade dos músculos
difragma e intercostais, dando início à inspiração. Os neurónios E permanecem inactivos durante
a respiração eupneica. Contudo, a activação dos neurónios E, inibe a actividade dos neurónios I,
o que inibe a inspiração.
Quando os neurónios I são activados, o impulso nervoso gerado é enviado em duas direcções:
para os segmentos medulares responsáveis pela activação dos músculos respiratórios e para a
área pneumotáxica. Uma vez activada, a área pneumotáxica inibe a acção da área apnêustica e
dos neurónios I, o que dá início à expiração, por inibição da inspiração. No momento seguinte, a
inibição dos neurónios I reduz a estimulação da área pneumotáxica, assim como a actividade
inibitória desta área sobre a área apnêustica e a actividade espontânea dos neurónios I acontece
de novo, dando início a novo ciclo respiratório.

Identificar os principais receptores envolvidos na regulação da respiração:


mecanorreceptores pulmonares, receptores dos músculos respiratórios, quimiorreceptores
periféricos e centrais e receptores articulares dos membros.

Os principais receptores envolvidos na regulação da respiração são os receptores pulmonares, os


receptores musculares (músculos respiratórios), receptores da temperatura ou da dor,
proprioceptivos articulares e quimiorreceptores periféricos e centrais.

Distinguir os quimiorreceptores periféricos e centrais quanto à localização e sensibilidade à


pressão parcial de CO2.

Os quimiorrecpetores periféricos localizam-se nos seios aórtico e carotídeo e os


quimiorreceptores centrais localizam-se no centro respiratório. Os quimiorreceptores centrais
não detectam alterações da PCO2 no sangue, dado que não estão em contacto directo com a rede
sanguínea. No entanto, quando a PCO2 aumenta no sangue, a correspondente descida do pH é
detectada pelos quimiorreceptores centrais. Já os quimiorreceptores periféricos estão em
contacto directo com o sangue, detectando facilmente alterações na PCO2.

Identificar a pressão parcial de CO2 como o principal estímulo para a regulação da


respiração.

A concentração de CO2 (PCO2) no sangue arterial constitui o principal estímulo susceptível de


introduzir alterações na amplitude e frequência da ventilação. Em condições normais, a PCO2 é
mantida perto dos 40 mmHg no sangue arterial. Sempre que a actividade metabólica das células
aumenta, a PCO2 aumenta, o que produz um aumento da frequência e amplitude da ventilação.
Desta forma, a eliminação de CO2 pelos pulmões processa-se mais rapidamente, o que promove

Ana Luísa Veiga Segura, turma 3

a redução da PCO2 no sangue. Pelo contrário, a diminuição da PCO2 no sangue induz o


abrandamento da ventilação, de forma a permitir a acumulação de CO2 no sangue e fazer subir a
PCO2 para valores normais.
Quando a PCO2 no sangue aumenta, há uma quebra no pH, que é detectada pelos
quimiorreceptores centrais, que informam o centro de controlo automático da respiração, desta
alteração. Este envia uma resposta excitatória aos músculos respiratórios que faz aumentar a
amplitude e a frequência da ventilação (hiperventilação). A quantidade de CO2 eliminada pelos
pulmões aumenta e a PCO2 no sangue arterial desce.
Quando a PCO2 no sangue arterial desce o pH aumenta e a resposta do centro respiratório é no
sentido de redução da amplitude e frequência ventilatórias, o que tende a provocar a acumulação
de CO2 e o aumento da PCO2 no sangue arterial.

Descrever o reflexo de Hering-Breuer.

Este reflexo diz que, sempre que os pulmões se expandem em demasia (hiper-insuflação) os
mecanorreceptores pulmonares são activados, enviando impulsos que reforçam a actividade da
área pneumotáxica, inibindo a actividade dos neurónios I e a inspiração. Nos humanos, este
reflexo só ocorre quando o volume corrente atinge valores na ordem de 1 litro (valor normal 0,5
litros).

Descrever genericamente a regulação voluntária da respiração.

A amplitude e frequência da respiração podem ser alterados voluntariamente, com base em


estímulos vindos do córtex cerebral. Estes estímulos exercem uma acção sobre os motoneurónios
responsáveis pela activação dos músculos respiratórios. No entanto, o controlo voluntário da
respiração é limitado. Sempre que a PCO2 no sangue atinge valores críticos, a respiração escapa
ao controlo voluntário e passa a ser regulada pelo sistema de controlo automático.

Explicar os processo subjacentes ao aumento do volume respiratório minuto.

O aumento do volume respiratório minuto é uma adaptação respiratória ao esforço. Há dois


processos subjacentes a esse aumento. Através da estimulação do centro respiratório/córtex
motor/proprioceptivos articulares dos membros/ PCO2 (ajustes na ventilação). Por outro lado, o
SNSimpático e as catecolaminas provocam dilatação brônquica, passando a haver menor
resistência ao fluxo de ar.

Explicar os processos subjacentes ao aumento da hematose: 1) aumento da área de trocas


por vasodilatação capilar e abertura de capilares; 2) aumento do gradiente de pressão.

Factores que condicionam a hematose (explicado atrás).

Definir o conceito de VO2 máximo.

VO2 máximo diz respeito ao consumo máximo de O2. Este valor representa a máxima
capacidade do organismo em produzir ATP com recurso ao O2. Do ponto de vista do treino,
representa a capacidade do sujeito em manter um esforço intenso durante, pelo menos, 4/5
minutos. VO2 máximo diz respeito à capacidade máxima aeróbia.

Enumerar os factores respiratórios, cardiovasculares e musculares que condicionam o VO2


máximo.

Gases Repouso Esforço


O2 21 ml/min 63 ml/min
CO2 400 ml/min 1200 ml/min

Ana Luísa Veiga Segura, turma 3

Factores respiratórios: ventilação, hematose (aumento da área de trocas devido ao aumento do


número de alvéolos funcionais; aumento da velocidade de difusão) e solubilidade:

Factores cardiovasculares: transporte O2 (aumenta a circulação devido ao aumento do débito, da


pressão e do retorno venoso; diminui a afinidade hemoglobina/O2, devido à diminuição do pH
(acidose) e ao aumento da temperatura).
Factores musculares: utilização do O2 pela fibra muscular.

Identificar os órgãos constituintes do aparelho urinário.

O aparelho urinário é constituído por dois rins e pelas vias urinárias (dois ureteres e a uretra).

Descrever a forma e a localização do rim na cavidade abdominal.

Os rins apresentam a forma de um “feijão” achatado no sentido antero-posterior e estão


localizados de cada lado da coluna vertebral num espaço delimitado pela fascia renal, atrás da
cavidade retroperitoneal. Normalmente o rim direito localiza-se mais abaixo do que o rim
esquerdo, devido à existência do fígado.

Distinguir a estrutura interior do rim: parênquima (córtex e medula) e pelve renal.

O rim apresenta uma área central ou interna escurecida, a medula e uma periférica pálida, o
córtex. Existe uma cavidade localizada no bordo interno do rim – seio renal – que contém uma
porção colectora em forma de saco chamada pélvis renal.

Identificar as pirâmides de Malpighi.

A zona medular é formada por 10 a 18 estruturas cónicas, as pirâmides de Malpighi, cujas bases
contactam com a zona cortical e os vértices fazem saliência nos cálices renais, que recebem a
designação de papilas.

Identificar as divisões da pelve renal: bacinete, grandes e pequenos cálices.

Descrever o nefrónio: corpúsculo de Malpighi (glomérulo e cápsula de Bowman) e tubo


urinífero.

A unidade funcional dos rins é o nefrónio. Cada nefrónio é formado por uma parte dilatada, o
corpúsculo renal ou corpúsculo de Malpighi, e um sistema tubular. Todos os corpúsculos de
Malpighi estão localizados no córtex renal, bem como parte do sistema tubular (túbulos
contornados proximal e distal).
O corpúsculo de Malpighi tem uma forma aproximadamente esférica. Nele entra uma arteríola
aferente e sai uma arteríola eferente. Este corpúsculo é constituído por uma formação central, o
glomérulo de Malpighi e por um invólucro central, a cápsula de Bowman.
O sistema tubular é constituído por um conjunto de tubos urinários: tubo contornado proximal ou
de 1ª ordem; ansa de Henle; tubo contornado distal ou de 2ª ordem; ducto colector.

Enumerar e distinguir as três etapas de formação da urina: filtração glomerular,


reabsorção tubular e secreção.

Filtração glomerular

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Ana Luísa Veiga Segura, turma 3

Passa-se ao nível do glomérulo. Resulta das diferenças de pressão hidrostática e oncótica


existentes entre o lúmen do capilar e a cápsula do nefrónio. O glomérulo comporta-se como uma
membrana semipermeável, permitindo que o filtrado do plasma, livre de proteínas, passe através
da cápsula glomerular. O filtrado glomerular é o líquido filtrado através da membrana
glomerular para a cápsula de Bowman.
A composição do filtrado glomerular é semelhante à do plasma sanguíneo, embora não possua
glóbulos vermelhos e possua menos proteínas. O filtrado glomerular tem um ph de,
aproximadamente, 7.4.
Resumidamente, é a passagem de substâncias do sangue para o tubo urinífero (não só
substâncias tóxicas, mas também algumas substâncias que são necessárias ao organismo).

Reabsorção tubular

O filtrado glomerular entra no tubo urinífero seguindo o seguinte trajecto: tubo proximal, ansa
de Henle, tubo distal e tubo colector, drenando de seguida para os cálices até chegar ao bacinete.
Ao longo deste percurso ocorre reabsorção ou secreção de certas substâncias. O líquido que
chega ao bacinete é o resultado final de todos estes processos e destina-se a ser excretado, a
urina. A formação da urina e a sua composição final é condicionada muito mais pela reabsorção
do que pela secreção tubular.
De forma genérica, mais de 99% da água filtrada no glomérulo, é reabsorvida nos tubos. Por
outro lado, existem alguns componentes como a glicose e certos aminoácidos, que são
reabsorvidos praticamente na totalidade, de forma a não serem excretados com a urina. Em
síntese pode-se dizer que nos tubos ocorrem processos antagónicos mas complementares,
reabsorção e secreção tubulares, que em conjunto têm a função de separar as substâncias que
devem ser conservadas pelo organismo das que devem ser excretadas.
Resumidamente, a reabsorção ocorre principalmente ao nível do tubo contornado proximal e da
porção descendente da ansa de Henle. As substâncias filtradas que interessam ao organismo,
essencialmente glicose e água, regressam ao sangue.

Secreção

Ocorre ao nível do tubo contornado distal. É uma espécie de “2ª filtração”, em que há passagem
de substâncias (essencialmente sais, como o NaCl) do fluido corporal para os órgãos excretores.

Descrever o processo de filtração glomerular.

A filtração glomerular consiste na produção de um ultra-filtrado do plasma (a membrana impede


a entrada das moléculas de maior dimensão – proteínas plasmáticas). Explicado atrás.

Definir filtrado glomerular, pressão efectiva de filtração, e taxa de filtração glomerular.

O filtrado glomerular é o líquido filtrado através da membrana glomerular para a cápsula de


Bowman.
Entende-se por pressão efectiva de filtração a pressão que obriga o líquido a sair através da
membrana glomerular (10 mmHg). PEF=PGlomerular-(POncótica+PCBowman)
Entende-se por taxa de filtração glomerular o volume total do filtrado glomerular formado por
unidade de tempo em todos os nefrónios de ambos os rins. A taxa de filtração glomerular é de
aproximadamente 180 L/dia.

Explicitar de que modo as alterações de diâmetro das arteríolas aferente e eferente


influenciam a taxa de filtração.

A constrição da arteríola aferente diminui o volume de sangue que passa pelo glomérulo,
reduzindo a pressão glomerular e a intensidade de filtração. Pelo contrário, se a arteríola aferente
sofre dilatação, aumenta a pressão glomerular, com o inevitável aumento da taxa de filtração
glomerular.
A constrição da arteríola eferente dificulta a saída de sangue dos glomérulos, aumentando a
pressão glomerular, logo a quantidade de filtração. Quanto maior for essa constrição, mais lenta

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será a circulação de sangue pelo glomérulo, o que leva a que o plasma permaneça muito tempo
no glomérulo.

Identificar a função geral do rim: depuradora.

Com a formação e eliminação da urina o sistema urinário promove a depuração de resíduos


metabólicos fixos, inúteis ou mesmo prejudiciais ao organismo e ainda substâncias que se
encontram em quantidades excessivas, mesmo sendo úteis (faz-se através da filtração glomerular
e reabsorção e secreção tubulares).

Enumerar as funções de regulação do rim: do equilíbrio hídrico e electrolítico, da pressão


arterial e eritroformadora.

O rim apresenta como funções reguladoras: regulação do equilíbrio ácido-base; regulação do


equilíbrio hídrico e electrolítico; regulação da pressão arterial. A estas funções, juntam-se as
funções depuradora e eritroformadora.

Explicar a participação do rim no processo de formação de eritrócitos em situação de


hipóxia.

A produção de elementos figurados do sangue na medula óssea vermelha (eritropoiese), está


dependente da activação da eritropoietina. Esta substância é produzida em grandes quantidades
pelos rins, em resposta à hipóxia (PO2 menor do que o normal). Também é produzida em
pequenas quantidades no fígado. Quando se verifica hipóxia nos diferentes tecidos, dá-se um
aumento da taxa de produção da eritropoietina e esta, por sua vez, vai influenciar a formação de
glóbulos vermelhos na medula óssea.
A situação de hipóxia é detectada pelos quimiorreceptores; o rim liberta eritropoietina para o
sangue que, por sua vez, vai estimular a eritropoiese na medula óssea; aumenta o número de
eritrócitos e a PO2.

Identificar os processos renais que permitem regular o pH: taxa de excreção de


hidrogeniões e formação de substâncias tampão (HCO3 -).

O rim participa na regulação do pH sanguíneo através de três mecanismos básicos: a reabsorção


de bicarbonato, a acidificação dos sais tampões de fosfato e a secreção de amónia. O pH é
regulado pela taxa de excreção de hidrogeniões e pela formação de substâncias tampão como o
HCO3-.

Explicar os efeitos da hormona antidiurética (ADH) na regulação do equilíbrio hídrico.

A hormona antidiurética (ADH) encarrega-se de regular a excreção de H2O. Esta hormona


aumenta a permeabilidade da totalidade do tubo contornado distal e do ducto colector à H2O, o
que irá provocar o aumento da reabsorção facultativa da H2O, o que implica a formação de uma
urina mais concentrada. De uma forma geral, a ADH aumenta a concentração do líquido
corporal.

Descrever o papel do hipotálamo no controlo da libertação da ADH pela hipófise posterior.

A regulação da concentração de urina é condicionada pela hormona antidiurética, produzida pelo


hipotálamo e armazenada na hipófise posterior. Quando a perda de líquidos excede a ingestão, os
osmorreceptores existentes no hipotálamo respondem ao aumento da pressão osmótica, com a
libertação de ADH pela neurohipófise.

Explicar os efeitos da hormona aldosterona na regulação do equilíbrio hídrico.

Os mineralocorticóides produzidos nas glândulas supra-renais, particularmente a aldosterona,


desempenham um papel importante na regulação dos volumes sanguíneo e urinário. A

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aldosterona aumenta a reabsorção tubular ao nível do tubo distal, o que provoca um aumento da
reabsorção de água. A libertação de aldosterona é desencadeada pelo mecanismo renina-
angiotensina. Após a formação de angiotensina II, esta estimula a libertação de aldosterona (que
é secretada no córtex supra-renal e que vai actuar ao nível do tubo contornado distal), que, por
sua vez, provoca um aumento da reabsorção de Na+ e da excreção de K+.

Distinguir os conceitos de reabsorção obrigatória e facultativa da água.

O termo “reabsorção obrigatória da água” significa a reabsorção de água determinada pelos


gradientes de pressão osmótica, que ocorrem no tubo proximal.
A “reabsorção facultativa da água” é variável e resulta da acção da ADH nos tubos distais e
ductos colectores.

Enumerar os mecanismos renais que permitem regular a pressão arterial: mecanismo


renina-angiotensina implicado na regulação da PA a médio prazo.

A diminuição da pressão arterial é detectada pelo aparelho justaglomerular, provocando a síntese


da enzima renina. Esta, actua sobre o angiotensinogénio, transformando-o em angiotensina I,
que, por sua vez, é convertida em angiotensina II. Esta promove uma vasoconstrição.
Simultaneamente, a angiotensina II é o estímulo mais importante na produção de aldosterona
pelo córtex supra-renal.

Explicar como o aparelho justagolmerular participa na regulação da pressão arterial.

As células justaglomerulares existentes nas arterílolas aferentes do glomérulo, actuam como


receptores de pressão. Assim, quando se dá uma diminuição do volume sanguíneo circulante, por
hemorragia, ocorre uma redução da pressão da arteríola aferente. As células justaglomerulares
libertam, então, quantidades aumentadas de renina para a circulação renal, conduzindo a
formação da angiotensina II.

Descrever os mecanismos reguladores da pressão arterial a longo prazo – regulação do


volume de líquidos corporais através das hormonas ADH, aldosterona e natriurética.

ADH: aumenta a permeabilidade do tubo distal e do ducto colector à H2O, o que implica a
reabsorção facultativa da água, o que provoca produção de urina mais concentrada.
Aldosterona: aumenta a reabsorção de Na+ (conservação de sal e água no organismo) e a
excreção de K+.
Péptido natriurético auricular: diminui a reabsorção de Na+ (excreção de sal e água do
organismo).

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