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Perguntas- Resumo

1. O que são Perturbações do Neurodesenvolvimento?


São perturbações que interferem no normal desenvolvimento da criança, manifestando em determinados
estádios. Estas podem afetar uma área específica (especificas) ou diversas áreas desenvolvimentais
(globais), estando associadas a dificuldades no funcionamento do SNC e expressam—se em
comportamentos.
Os sintomas podem evoluir com a idade, contudo, em diversos casos as dificuldades mantêm-se.
2. Explicita conceitos importantes como:
• Atraso no desenvolvimento: atrasos significativos nas etapas, mas na qual a sequência é mantida;
• Desvio ao desenvolvimento: 1 competência surge antes de outra;
• Dissociação do desenvolvimento: a aquisição de competências faz-se de forma diferente ao que
seria esperado entre domínios;
• Regressão do desenvolvimento: perda de competências anteriormente adquiridas.
3. Define Síndrome e fenótipo
A síndrome define-se como um conjunto de sinais e/ou sintomas característicos de uma determinada
perturbação. O fenótipo corresponde a um padrão característico de alterações motoras, cognitivas,
linguísticas e sociais que estão associadas a uma perturbação biológica.

Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção


4. Distingue a classificação da PHDA de acordo com o DSM-4 e o DSM-5

No DSM-4 existe a categoria de perturbações disruptivas do comportamento e défice de atenção, na


qual se insere a PHDA e as Perturbações da Conduta, já no DSM-5, a PHDA está inserida nas
Perturbações do neurodesenvolvimento, separada das Perturbações da Conduta.
5. Define em que consiste a PHDA, qual a sua etiologia e quais os seus critérios de diagnóstico
que

A PHDA é uma perturbação do neurodesenvolvimento que representa uma desadaptação na vida


quotidiana do individuo a nível pessoal, social/escolar e familiar, esta perturbação surge cedo na vida do
mesmo, antes dos 12 anos, e persiste sempre por um período superior a 6 meses.
As características devem estar presentes em vários contextos e as queixas devem ser abrangentes. A PHDA
é de origem multifatorial podendo derivar de fatores genéticos (afeta genes que fazem a síntese e o
transporte da dopamina) e ambientais (pré e perinatais).
Existem cinco critérios de diagnóstico:
a- As características seguintes devem prevalecer há pelo menos 6 meses provocando inadaptação
que é incompatível com o nível de desenvolvimento:
Desatenção (dificuldades em manter atenção, não seguir instruções, dificuldades de organização, distrai-
se com estímulos irrelevantes)
Hiperatividade (Movimentos excessivos das mãos/pés, sai do lugar onde se esperaria que permanecesse
sossegado, dificuldades em participar de atividade de lazer calmas, está frequentemente ativo)
Impulsividade (responde de forma precipitada, dificuldades em esperar pela sua vez, interrompe)
b- Os problemas devem ter começado antes dos 12 anos;
c- Devem estar presentes em 2 ou mais situações do quotidiano;
d- Deve haver sinais claros de um défice clinicamente significativo a nível do funcionamento social,
académico ou ocupacional

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e- Critérios de exclusão: esquizofrenia, distúrbios psicóticos, etc.

6. Define as formas de apresentação da PHDA


Podem ser: forma combinada, se existirem 6 sintomas de cada dimensão; predominantemente desatenta,
se existirem 6 ou + sintomas na dimensão da desatenção e menos que estes na dimensão da
hiperatividade/impulsividade; predominantemente hiperativa/Impulsiva, se existirem 6 ou mais sintomas
nesta categoria ou desatenta restrita, se existirem 6 ou + sintomas de desatenção e menos de 2 na
dimensão da hiperatividade.
7. Caracteriza os diferentes tipos de atenção

A atenção sustentada diz respeito a dificuldades em manter a atenção durante um tempo prolongado; a
atenção dividida consiste numa dificuldade em completar 2 tarefas em simultâneo; a focagem da
atenção caracteriza-se por uma dificuldade em focar a atenção na tarefa pretendida; a atenção seletiva
consiste na dificuldade de inibição de estímulos que não são relevantes para a tarefa. Por último, a
vigilância consiste na prontidão para responder a um estímulo.
8. Explica o fenótipo comportamental da PHDA

No pré-escolar, as crianças demonstram-se irrequietas, agressivas, apresentando comportamentos de


oposição e birras. Posteriormente no início da escola, a irrequietude continua presente, estando
associada a comportamentos de desatenção, dificuldades de aprendizagem e em relacionamentos, o
que pode levar a baixa autoestima, comportamentos disruptivos ou competências sociais pobres.
Nos adolescentes e adolescentes estão presentes a desatenção, desorganização, esquecimento e
comportamentos de oposição e desafio.
Entre 6-10 anos: baixa autoestima, comportamento disruptivo, competências sociais pobres e dificuldades
na aprendizagem
Entre os 10-14 anos: POD, comportamento desafiante e criminal, exclusão social, abuso de substâncias e
baixa motivação

Perturbação do Espectro do Autismo


9. Caracteriza a PEA
A PEA é uma perturbação do neurodesenvolvimento caracterizada por dificuldades na interação social e
comportamentos/interesses restritos, o seu fenótipo é muito heterogéneo estando dependente do grau
de severidade e da associação a outras perturbações.
Para além disto, é frequente que apresentem outras perturbações, tais como, dificuldades intelectuais e
de aprendizagem, défices na regulação de atividade e atenção, problemas de linguagem, perturbações de
coordenação motora, tiques, perturbações do humor.
De acordo com o DSM-4, a PEA era caracterizada por um défice grave e global em 3 áreas de
desenvolvimento (interação social, comunicação e comportamento). Atualmente, no DSM-5 estes grupos de
critérios passaram a 2: défices persistentes na comunicação/interação social e padrões restritivos e
repetitivos de comportamentos, interesses e atividades.
10. Explica o que entendes por Síndrome de Asperger
A síndrome de Asperger era uma perturbação pervasiva do desenvolvimento, presente no DSM-4, que se
apresentava como critérios de inclusão: dificuldades na reciprocidade e interação social associadas a

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comportamentos repetitivos, estereotipados e restritos, devendo apresentar linguagem e cognição
convencionais.
No DSM-5, este diagnóstico é extinto passando a ter a designação de Perturbação do Espectro do
Autismo.
11. Que comorbilidades podem surgir associadas à PEA
Caso sejam detetados défices na área da linguagem, sem afetar a área da cognição não verbal, deverão
ser formulados diagnósticos em comorbilidade com P. Linguagem e PEA. Se existirem défices em ambas
as áreas deverão ser formulados diagnósticos em comorbilidade com a P. Desenvolvimento Intelectual
(+PEA) ou com P. Linguagem.
12. Descreve os critérios de diagnóstico da PEA
A classificação atual de PEA baseia-se na soma de 4 critérios principais:
A- Têm de existir défices na comunicação social e interação em todos os contextos, mais
especificamente
− Défice na reciprocidade sócio-emocional (insucesso na conversação e na partilha de
afetos, abordagem social diferente, dificuldade em tomar iniciativa, dificuldades em
responder a pistas sociais complexas);
− Défice no uso da comunicação não verbal nas interações (alteração do contacto visual
e linguagem corporal, má integração e inexistência de expressão facial, dificuldades em
coordenar a comunicação não verbal com a fala)
− Défice no desenvolvimento e manutenção das relações (dificuldades em ajustar-se ao
contexto, na partilha do jogo simbólico, falta de amigos, brincar com regras muito rígidas).
B- Têm de ter pelo menos 2, destes padrões restritos e repetitivos
comportamentos/interesses/atividades:
− Discurso/Movimentos/Uso de Objetos Repetitivos (estereotipias motoras simples, uso
repetitivo de objetos)
− Aderência excessiva a rotinas, comportamentos ritualizados verbais ou não verbais, resistência
à mudança;
− Interesses fixos e restritos (ligação forte a objetos incomuns, interesses excessivamente
circunscritos)
− Hiper ou Hipo reatividade sensorial ou interesse social invulgar (indiferença à dor, resposta
adversa a sons/texturas)
C- Tem início em idade precoce
D- Limitam ou incapacitam o funcionamento quotidiano

13. Caracteriza os níveis de gravidade da PEA e algumas características dos indivíduos com esta
perturbação
O nível 1 (Apoio Ligeiro) caracteriza-se por existirem défices na comunicação social que causam
disfunções detetáveis (sem apoio), apresentando rrituais/rotinas repetitivos que causam interferência
significativa no funcionamento num ou mais contextos.
O nível 2 (apoio moderado) é marcado por défices nas competências de comunicação e por
dificuldades sociais mais evidentes mesmo com acompanhamento; apresentando rotinas fixas e os
comportamentos repetitivos que são evidentes para um observador causal e interferem com o normal
funcionamento em diferentes contextos.
O nível 3 (Apoio Intensivo) é caracterizado por défices graves nas competências da comunicação e
por limitações na iniciação da interação social e respostas sociais mínimas, apresentando
preocupações/rotinas fixas que interferem significativamente com o funcionamento em todos os
contextos.

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Algumas das características que lhes são associadas para além das já referidas são: défices intelectuais e
linguísticos, problemas na coordenação motora, défice de atenção, problemas de comportamento,
alterações no sono e na alimentaçãi

Perturbação Do Desenvolvimento da Coordenação


14. Distingue Dispraxia de PDC
A dispraxia consiste em dificuldades globais em habilidades de movimento e coordenação em geral,
podendo incluir problemas na linguagem, organização, memória e regulação emocional. A PDC é um
termo de diagnóstico utilizado para designar as dificuldades de desenvolvimento ao nível da
coordenação motora.
15. Explica o que entendes por DAMP
A DAMP (défice de atenção, motricidade e perceção) tem como critérios: défice de atenção, défice de
controlo motor e défice percetivo que afeta a atenção, motricidade, funções executivas, perceção visual e a
escrita,
16. Caracteriza a PDC e os seus critérios de diagnóstico
É perturbação caracterizada por dificuldades ao nível das habilidades motoras que não se devem a
dificuldades intelectuais do desenvolvimento, a défices sensoriais ou a deficiências motoras e/ou
neurológicas. É facilmente reconhecida na idade escolar, e apesar da sua etiologia desconhecida, mas
com impactos significativos no quotidiano das pessoas.
Pode corresponder a uma alteração quantitativa (atrasos significativos na aquisição de competências
motoras) ou qualitativa (desajeitamento, falta de destreza na execução dos movimentos). O perfil de
características é muito heterógeno, mas na maioria dos casos é marcado por uma lentidão na execução
motora, uma menor precisão e maior variabilidade no desempenho intra-individual.
Apresenta 4 critérios:
a. Desempenho motor abaixo dos níveis esperados tendo em conta a sua idade ou
experiência prévia para aquisição das capacidades;
b. Sem intervenção, interferem significativamente no rendimento escolar/atividades
diárias
c. O início dos sintomas pode ocorrer no período inicial de desenvolvimento
d. As dificuldades não são explicadas por outras perturbações ou condições neurológicas

17. Refere quais os impactos e aspetos gerais desta perturbação


Apresentam dificuldades na aprendizagem, principalmente na escrita, e nas relações sociais, que
conduzem a problemas emocionais e comportamentais, baixa autoestima e menor qualidade de vida.
Tendem a ser mais sedentários, e consequentemente, a apresentar mais riscos para a obesidade e a
problemas cardiovasculares.
Estes indivíduos movimentam-se de forma desajeitada e pouco coordenada, entornam coisas com
frequência, têm dificuldade em manter a estabilidade corporal, podem apresentar ainda, dificuldades na
coordenação oculo-manual.
18. De acordo com Geuze quais são os níveis de características da PDC?
Os 3 níveis são:
1. Pobre controlo motor, ao nível do equilíbrio estático e dinâmico;
2. Dificuldades na coordenação sensório motora (dificuldades no planeamento e timming motor, e
na antecipação e controlo do feedback)
3. Dificuldades na aprendizagem motora (em novas aprendizagens, adaptação a mudanças e
processos de automatização).
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19. Quais os sinais de alerta e o prognóstico para a PDC?
O atraso no desenvolvimento psicomotor é um dos maiores sinais de alerta, estando acompanhado de
atraso no desenvolvimento de habilidades motoras e de autonomia (fechar calças, apertar camisas,
atar ténis) e dificuldades na aprendizagem de tarefas motoras típicas da idade, como andar de bicicleta,
chutar bola e saltar a corda. Mesmo quando estas capacidades são adquiridas dentro do tempo esperado,
o movimento de execução é lento e pouco preciso.
A evolução da perturbação é muito variável, sendo notória uma atenuação das manifestações durante a
adolescência, contudo, nesta fase os défices percetivos mantêm-se assim como a coordenação dos
movimentos.
20. Refere as Teorias que explicam a PDC
A Teoria da Perceção refere que a PDC se deve a dificuldades na integração da informação proveniente
dos sentidos; na combinação da informação sensorial para o planeamento e na combinação da informação
dos sistemas sensoriais, resultantes de défices nas capacidades percetivo-visuais.
A Teoria cognitivista refere que a PDC se deve a dificuldades em planear movimentos (dificuldades
no controlo, organização do comportamento) , não adequado o ritmo/tempo do movimento à força
necessária para o executar.
A última teoria refere-se à hipótese de alterações do funcionamento do cerebelo, explicando que esta
perturbação se deve a problemas relacionados com o controlo motor, justificando que existe uma
disfunção ou dano no cerebelo. Na PDC as funções do cerebelo estão afetadas, ao nível da função
comparadora, existe pouca capacidade para correção e adaptação às condições; ao nível da programação
dos movimentos existem dificuldades na antecipação e coordenação dos mesmos e por último os
problemas na regulação do tónus levam a problemas posturais e de equilíbrio.

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