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“Distraído? Desorganizado?
Frustrado? Vida moderna ou TDA/H
adulto? Muitos adultos vivem com
transtorno de déficit de atenção em
adultos e não o reconhecem. Porque?
Porque geralmente os sintomas são
confundidos com os sinais de uma vida
estressante”
C
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
DSM-5
Características Diagnosticas
A característica essencial do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade é um
padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no
funcionamento ou no desenvolvimento. A desatenção manifesta-se
comportamentalmente no TDAH como divagação em tarefas, falta de persistência,
dificuldade de manter o foco e desorganização - e não constitui conseqüência de desafio
ou falta de compreensão. A hiperatividade refere-se a atividade motora excessiva (como
uma criança que corre por tudo) quando não apropriado ou remexer, batucar ou
conversar em excesso. Nos adultos, a hiperatividade pode se manifestar como
inquietude extrema ou esgotamento dos outros com sua atividade. A impulsividade
refere-se a ações precipitadas que ocorrem no momento sem premeditação e com
elevado potencial para dano à pessoa (p. ex., atravessar uma rua sem olhar). A
impulsividade pode ser reflexo de um desejo de recompensas imediatas ou de
incapacidade de postergar a gratificação. Comportamentos impulsivos podem se
manifestar com intromissão social (p. ex., interromper os outros em excesso) e/ou
tomada de decisões importantes sem considerações acerca das conseqüências no longo
prazo (p. ex., assumir um emprego sem informações adequadas). P. 61
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
1.Desatenção: Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos
seis meses em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e
têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e
acadêmicas/profissionais: (deve apontar 6 sintomas de “a” a “i”)
Determinar o subtipo:
Anos 1920-30 - Conceito de “lesão cerebral mínima” (Strauss e Lehtinen): crianças que apresentavam
comportamentos semelhantes às atingidas pela encefalite mas que não tinham a doença, passaram a
ser consideradas portadoras de um dano cerebral que era apenas presumido (já que tinham o mesmo
comportamento).
1962 - Spastic Society propõe o termo “disfunção cerebral mínima” (DCM): através desse conceito
passou-se a classificar crianças com conduta hiperativa, desatenta, anti-social ou com problemas de
aprendizagem. Tentativa de localizar a causa de seus comportamentos no mal funcionamento ou
“imaturidade” dos seus cérebros.
Alguns autores articulam a expansão do diagnóstico de “DCM” ao choque da contra-cultura nos EUA
dos anos 1960. Era um diagnóstico típico das crianças das classes médias americanas, para as crianças
negras/pobres continuava reservada causalidades mais severas como a privação psicossocial ou o
retardo mental como explicação causal de seus comportamentos inadaptados/indesejáveis (Lima,
64:2005).
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
DCM sofria diversas críticas e foi sendo substituída por outros conceitos que abriam
mão das noções de “lesão” ou “disfunção cerebral”. Esforço de separação entre
distúrbios que envolviam linguagem/aprendizagem dos que envolviam hiper-atividade.
1957 “síndrome do impulso hipercinético”.
1960 “síndrome da criança hiperativa” . Descarta idéia de dano cerebral e lança a idéia
de “hiperatividade fisiológica”.
Diller (1998) rebate que outras culturas “aceleradas” não tem a mesma
prevalência de diagnóstico de TDA/H e nem de uso de Ritalina – Japão como
exemplo. Aponta para uma divisão entre “Culturas consistentes” (comunidade)
x “culturas inconsistentes” (individualismo).
Atualmente tem sido comum que os pais que levam os filhos para avaliação
também saiam com o mesmo diagnóstico.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
Produção mundial do metilfenidato passou de 28.830 kg em 2001 para 70.669 em 2017 (INCB, 2019).
No Brasil, em 2005 foram comercializados cerca de 268 kg de metilfenidato, chegando a 875 kg em
2012. (Lima)
Brasil é o segundo maior consumidor mundial de Ritalina. Aumento de 775% em 10 anos, 2006 a 2016.
O estado de São Paulo: 71.000 caixas em 2000 e 1,147 milhão em 2008. 2013: 2,6 milhões de caixas.
(Silva)
“Conforme levantamento bibliográfico realizado, verifica-se que nas escolas aquilo que nos anos 1960 e
1970 era entendido como um problema relativo a questões emocionais, resultando no
encaminhamento da criança ao psicólogo ou ao psicanalista, a partir dos anos 1980 passa a ser tratado
pelos psicomotricistas e psicopedagogos, e que nos dias de hoje, quando há algum problema, o
psiquiatra e o neurologista é que são comumente procurados” (Silva 23:2016)
A investigação sobre o contexto socio histórico de surgimento e legitimação desse dito transtorno
revela que a aceitação social acerca do TDAH ganhou destaque na década de 1960, quando houve um
grande interesse governamental dos EUA em oferecer respostas às famílias de classe média baixa a
respeito do fracasso escolar de seus filhos (Collares e Moyses, 1996) (Silva, 40:2016)
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
A criança Esperança
A criança como portadora desse futuro e dessa evolução deve também encarnar o ideal
comportamental e moral da geração de adultos que os fantasia. As crianças encarnam exigências
muito profundas e sofrem disso.
A escola e os pais: “Nesse contexto, o sucesso escolar dos filhos refletiria o sucesso dos pais, ao
passo que o fracasso refletiria a incompetência da família.” (Silva, 57:2016)
“Quanto mais inflacionada está a dimensão psicopedagógica, mais fica comprometida a educativa”
(Silva, 61:2016)
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
BIBLIOGRAFIA:
CRUZ, M. G. A., OKAMOTO, M. Y., & FERRAZA, D. D. A. (2016). O caso Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH) e a medicalização da educação: uma análise a partir do relato de pais e professores.
Interface- Comunicação, Saúde, Educação, 20, 703-714.
MEIRA, M. E. M. (2012). Para uma crítica da medicalização na educação. Psicologia Escolar e Educacional, 136-142;
SURJUS, L. T. L. S.; MOYSÉS, M. A. A. (Orgs). Saúde Mental Infanto juvenil: Territórios, políticas e clínicas de
resistência. Santos: Unifesp/ Abrasme, 2019.
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