Você está na página 1de 13

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/324918363

Consequências do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) na


idade adulta

Article · May 2018

CITATIONS READS

21 2,942

2 authors, including:

Ricardo Franco de Lima


Universidade São Francisco
75 PUBLICATIONS 437 CITATIONS

SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Executive functions in Brazilian children with Developmental Dyslexia View project

Neuropsychological rehabilitation program in executive functions for students with developmental dyslexia View project

All content following this page was uploaded by Ricardo Franco de Lima on 03 May 2018.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


TDAH nade
ARTIGO revisão
idade adulta

Consequências do transtorno do
déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)
na idade adulta
Carolina Xavier Lima Castro; Ricardo Franco de Lima

RESUMO - Objetivo: Revisar impactos do Transtorno de Déficit de


Atenção e Hiperatividade (TDAH) na idade adulta. Método: Foram rea­
lizadas buscas em bases de dados online (Scielo e Bireme) e site de busca
(Google Acadêmico). Os descritores utilizados foram “transtorno de
déficit de atenção e hiperatividade” and “idade adulta” and “impactos”
or “consequências”. Os critérios de inclusão foram: artigos completos,
publicados em Português, Inglês ou Espanhol. Foram excluídos aqueles que
não responderam à questão da pesquisa. Resultados: Foram encontrados
776 estudos e selecionados 15 para análise. Desses, cinco são artigos de
revisão e dez, empíricos. Os principais impactos evidenciados pelos estudos
foram no desenvolvimento afetivo-emocional, educacional, desempenho
profissional, gestão financeira, relacionamento interpessoal, relacionamento
conjugal e exercício das funções parentais. Conclusão: Adultos com TDAH
possuem impactos negativos e significativos em diferentes aspectos de
seu desenvolvimento e que podem ser mediados pelos déficits nas funções
executivas. O diagnóstico precoce e intervenções adequadas podem
minimizar tais impactos.

UNITERMOS: Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.


Adulto. Impactos na Saúde.

Carolina Xavier Lima Castro – Pedagoga e psicóloga, Correspondência


pós-graduação em psicopedagogia pelo Centro Uni­ Carolina Xavier Lima Castro
ver­sitário Salesiano (UNISAL), Liceu, Campinas, SP, Pós-Graduação em Educação, Centro Universitário Sa­
Brasil. lesiano (UNISAL), Campus Liceu. Rua Baronesa Ge­
Ricardo Franco de Lima – Psicólogo, neuropsicólogo, raldo de Resende, 330 – Guanabara – Campinas, SP,
mes­tre e doutor em Ciências Médicas (FCM/UNICAMP). Brasil – CEP: 13075-270
Professor nos cursos de graduação (Psicologia) e pós-gra­ E-mail: carolinaxlcastro@gmail.com
duação latu-sensu (Educação) do Centro Universitário
Salesiano (UNISAL), Liceu, Campinas, SP, Brasil.

Rev. Psicopedagogia 2018; 35(106): 61-72

61
Castro CXL & Lima RF

INTRODUÇÃO baseia em critérios estabelecidos nos sistemas


O Transtorno de Déficit de Atenção e Hipe­ classificatórios, como o Manual Diagnóstico e
ratividade (TDAH) é uma condição do neurode­ Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) da
senvolvimento caracterizada pela combinação Associação Psiquiátrica Americana2 e a Classifi­
de sintomas de desatenção, hiperatividade e/ou cação de Transtornos Mentais e de Comporta­
impulsividade. Tais sintomas são apresentados mento (CID-10) da Organização Mundial da
de forma frequente e desproporcional em rela­ Saúde1. É recomendado que a avaliação inclua
ção aos sujeitos com a mesma idade, causando a utilização de escalas e entrevistas não apenas
sofrimento ao indivíduo1,2. com o paciente, mas também com familiares e
Estima-se que a prevalência mundial do TDAH professores, conforme a idade13.
seja de aproximadamente 5,3%3. Apesar de ser Segundo o DSM-5, há 18 sintomas principais
um transtorno que costuma surgir na infância, é do TDAH, sendo nove referentes à desatenção
comum que ele persista na idade adulta, ocasio­ e nove, à hiperatividade/impulsividade. Durante
nando prejuízos nas diferentes dimensões do o processo diagnóstico, é necessário que o indiví­
desenvolvimento, principalmente social, acadê­ duo apresente, no mínimo, seis sintomas (para
mico e profissional. É esperado que cerca de 60% adultos o número necessário é cinco) persistentes
de crianças persistam com sintomas significati­ por, pelo menos, seis meses. Além disso, é preciso
vos na idade adulta4. O TDAH é mais frequente que estes sintomas tenham se iniciado antes dos
no sexo masculino, com uma proporção de 2:1 12 anos, causando impactos negativos em, pelo
em crianças e de 1,6:1 nos adultos. Além disso, menos, dois ambientes2.
é mais frequente que mulheres apresentem sin­ De acordo com a frequência dos sintomas, o
tomas de desatenção2. TDAH pode ser distinto em apresentação: (a)
A etiologia do TDAH é multifatorial, uma vez com­­binada; (b) predominantemente desatenta;
que a manifestação de seus sintomas consiste na ou (c) predominantemente hiperativa/impulsiva2.
combinação de fatores: genéticos, ambientais, A atual classificação do DSM sugere ainda a
sociais, culturais, além de alterações na estrutura classificação do transtorno como leve, moderado
e/ou funcionamento cerebral5. Como ocorre com e grave, conforme a quantidade de sintomas pre­
outros transtornos mentais, não é possível des­ sentes e o grau de comprometimento que os mes­
considerar a influência genética, de modo que mos causam no funcionamento do indivíduo2.
o surgimento e a evolução dependerão da ação Para a CID-101, o TDAH tem sintomas simi­
de múltiplos genes entre si e suas respectivas lares aos do DSM-5, porém para o diagnóstico
in­terações com o ambiente6. é necessário que exista comprometimento tanto
Alguns autores identificaram associações sig­ na atenção quanto a presença da hiperativida­
nificativas entre fatores ambientais e a mani­ de (concomitância), evidentes em mais de uma
festação do TDAH em crianças, como: família situação de vida. Além disso, outros critérios
muito numerosa, criminalidade dos pais, classe que diferem do DSM5 são: a necessidade que
social baixa, severo desentendimento familiar, os sintomas tenham surgido antes dos 6 anos e
exposição a fumo e álcool durante a gravidez7,8. o fato de não ser possível realizar o diagnóstico
Outros autores descreveram intercorrências ges­ na presença de depressão e/ou ansiedade. O
tacionais ou neonatais que podem predispor um Quadro 1 sintetiza os principais sintomas men­
indivíduo ao transtorno, como: toxemia, eclamp­ cionados pelos manuais diagnósticos (CID-10 e
sia, tempo de duração do parto, estresse fetal, baixo DSM-5).
peso ao nascer e má saúde materna9. Independentemente da faixa etária, o TDAH
Apesar das alterações biológicas, o diagnóstico ocasiona problemas em diferentes domínios do
de TDAH é essencialmente clínico e interdisci­ desenvolvimento: social, escolar/acadêmico,
plinar10-12. De modo geral, o método clínico se profissional e intrapessoal12-14. De forma geral, o

Rev. Psicopedagogia 2018; 35(106): 61-72

62
TDAH na idade adulta

indivíduo com TDAH pode apresentar desempe­ Por sua vez, os traços de impulsividade podem
nho abaixo do esperado, alcançar escolaridade ser observados em exemplos como a direção
menor, e apresentar maior probabilidade de de­ imprudente no trânsito ou relacionamentos amo­
semprego, insucesso profissional, e problemas rosos de curta duração10. As alterações do sono
de relacionamento interpessoal no trabalho. também são comuns e manifestas por dificuldades
Além disto, tais indivíduos também são mais em manter um horário para dormir, não acordar
suscetíveis a se envolver em acidentes auto­ nos horários previstos e sonolência diurna15.
mobilísticos, violar regras de trânsito e adotar A maior parte das dificuldades supracitadas
práticas sexuais de risco10. podem ser justificadas por déficits em habilida­
Na idade adulta, a hiperatividade pode ser des denominadas Funções Executivas (FE)11,16.
manifesta por excesso de atividades ou trabalho. As FE representam habilidades associadas ao

Quadro 1. Sintomas de TDAH nos manuais diagnósticos internacionais (CID-10)1 e DSM-52.


CID-10 DSM-5
F90 Transtornos Hipercinéticos Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade
• Atenção comprometida: interrompe tarefas Desatenção
prematuramente; deixa tarefas inacabadas; crianças • Dificuldade de prestar atenção em detalhes e erros
mudam frequentemente de uma atividade para por descuido;
outra, parecendo perder o interesse em uma tarefa
porque se distraem com outras;
• Presença de hiperatividade: inquietação excessiva; • Dificuldade em manter a atenção em tarefas lúdicas;
correr, pular ou levantar do lugar quando é
esperado ficarem sentadas; loquacidade excessiva; o
padrão para julgamento dever ser que a atividade é
excessiva no contexto do que é esperado na situação • “Não escutar” quando alguém lhe dirige a palavra;
e por comparação com outros indivíduos da mesma • Dificuldade em seguir instruções de forma completa
idade e quociente intelectual (QI); e finalizar atividades;
• São evidentes em mais de uma situação (Ex.: casa, • Dificuldade para organizar tarefas;
escola, clínica);
• Estes déficits devem ser considerados se forem • Evitar o envolvimento em tarefas que exijam esforço
excessivos para a idade e QI da criança; mental prolongado;
• Aspectos associados não são suficientes ou • Perder coisas;
necessários para o diagnóstico (dificuldades de • Facilmente se distrai por estímulos externos,
aprendizagem, desinibição em relacionamentos, esquecimento de atividades cotidianas.
imprudência);
• As dificuldades devem ter início precoce e longa Hiperatividade/Impulsividade
duração. O diagnóstico pode ser feito na vida • Remexer ou batucar as mãos ou pés ou mesmo se
adulta, respeitando as normas apropriadas do contorcer na cadeira;
desenvolvimento. • Levantar em situações em que o esperado é
permanecer sentado;
• Correr ou subir em objetos em situações
inapropriadas;
• Incapacidade de envolvimento em atividade de lazer
de forma calma;
• Falar demais;
• Responder antes que a pergunta tenha sido
concluída, dificuldade para esperar a vez,
interromper.

Rev. Psicopedagogia 2018; 35(106): 61-72

63
Castro CXL & Lima RF

córtex pré-frontal e suas conexões com outras Por sua vez, o “modelo de aversão à resposta
áreas encefálicas. Tais funções permitem que o tardia” parte do pressuposto de que o TDAH afeta
indivíduo se empenhe, de maneira autônoma, os mecanismos de recompensa. Dessa forma,
em comportamentos orientados a objetivos e en­ os indivíduos com este transtorno evitariam si­
volvem, operacionalmente, processos cognitivos tuações nas quais existe atraso na recompensa,
e metacognitivos, como: planejamento diário; escolhendo recompensas menores, porém ime­
priorização; iniciativa; tomada de decisão; uso diatas, além de se sentiram frustrados quando
de estratégias; resolução de problemas; monito­ precisam esperar pela gratificação20,21.
ramento do próprio desempenho; controle inibi­ Por último, o “modelo de múltiplos caminhos”
tório de pensamentos, emoções e impulsos17,18. explica que mais de um mecanismo neuropsico­
Desta forma, as FE são fundamentais quando lógico pode estar envolvido na compreensão das
o indivíduo precisa adaptar ou flexibilizar seu dificuldades observadas no TDAH. Este modelo
comportamento diante de uma demanda do am­ é dual e enfatiza que os déficits no controle ini­
biente ou lidar com situação nova19. bitório e nos mecanismos de recompensa com­
Existem alguns modelos neurocognitivos põem “tipos” diferentes de TDAH, pelo fato de
ex­plicativos para o TDAH. Um deles é denomi­ serem subsidiados por circuitos cerebrais dis­
nado “modelo híbrido de funções executivas – tintos. Alguns autores referem ainda a percepção
autorregulatório” ou “teoria da autorregulação”. temporal como um terceiro componente, levando
Este modelo considera a presença de um déficit o indivíduo a dificuldades na discriminação de
cognitivo central no controle inibitório, ao invés
intervalos de tempo21,22.
de um déficit atencional. Tal dificuldade envol­
Com base no exposto, o objetivo do presente
veria prejuízo em três processos: (i) inibir uma
trabalho foi revisar as produções científicas
resposta “principal”; (ii) suspender uma resposta
acerca dos impactos do TDAH na idade adulta.
já iniciada e; (iii) controlar as interferências. Para
esse modelo, os déficits em outros domínios são
MÉTODO
secundários à dificuldade no controle inibitório.
Na prática, as funções que dependem da inibição Trata-se de uma revisão narrativa da literatura
comportamental permitem ao indivíduo interna­ elaborada a partir da busca em bases de dados
lizar comportamentos para antecipar possíveis online (Scientific Eletronic Library Online – Scielo
mudanças e suas consequências20,21. e Bireme) e site de busca (Google Acadêmico).
O modelo denominado “cognitivo-energético” Os descritores utilizados foram: “Transtorno de
explica que o processamento das informações Déficit de Atenção e Hiperativi­dade” AND “Adul-
depende da interação de três níveis de funcio­ to” AND “Impactos” OR “Con­sequências”. Para
namento: (i) mecanismos computacionais de as bases de dados inter­na­cionais, foram usados
pro­cessamento; (ii) fatores de estado e; (iii) os mesmos termos em inglês. Foram incluídos
funcionamento executivo. Os mecanismos com­ artigos originais publicados em português, es­
putacionais envolvem outros aspectos que são panhol ou inglês. De acordo com os critérios de
eliciados desde a apresentação do estímulo até seleção, foram excluídos os artigos que: (i) não
a emissão da resposta, como: decodificação da respondiam à questão de pesquisa; (ii) estudos
informação, busca de informação na memória, que abordassem o TDAH em crianças; (iii)
decisão para selecionar a resposta mais adequa­ pesquisas que enfatizassem aspectos biológicos
da e organização motora que está envolvida na do transtorno em detrimento aos impactos do
emissão da resposta que foi escolhida. Assim, a mesmo; (iv) artigos que objetivassem analisar
dificuldade do indivíduo com TDAH se deve ao os efeitos do tratamento medicamentoso; e (v)
déficit em um desses níveis20,21. aqueles que não estavam acessíveis na íntegra.

Rev. Psicopedagogia 2018; 35(106): 61-72

64
TDAH na idade adulta

RESULTADOS E DISCUSSÃO houve relato significativo de dificuldades na


Conforme pode ser observado no Quadro 2, vida familiar (27%), nas relações sociais (46%),
na busca inicial foram encontradas 776 refe­ no manejo do dinheiro (27%) e na organização da
rências. De acordo com os critérios de seleção vida diária (18%). Tais prejuízos permaneceram
estabelecidos, após a leitura do título e resumo, estáveis ao longo dos anos, sendo que 18% dos
foram selecionados 21 artigos para a análise. indivíduos continuaram relatando dificuldades
Ao final da leitura, foram analisados 15 estudos. na vida familiar, 46% nas relações sociais, 18%
O Quadro 3 apresenta a síntese dos artigos no manejo financeiro e 36% na organização da
analisados. vida diária37.
Por mais que a literatura sugira que os sintomas De modo geral, os artigos analisados apon­
do TDAH tendem a diminuir na idade adulta10,17, taram que o TDAH pode causar consequências
aproximadamente 56% dos indivíduos relatam negativas, principalmente no desenvolvimento
sofrer com a hiperatividade e 62%, com a impulsi­ educacional e desempenho profissional32. No
vidade32. Os impactos do TDAH mudam conforme aspecto educacional, apesar de se tratar de adul­
as demandas de cada faixa etária e podem ser tos, muitas dificuldades que eram presentes na
ainda mais significativos na idade adulta. É nesta escola permaneceram. A análise do relato destes
etapa de vida que o indivíduo deve exercer suas indivíduos permite identificar que as experiên­
funções com maior autonomia para planejar, cias vividas na escola contribuíram para que de­
priorizar, monitorar, flexibilizar e avaliar, des­ senvolvessem: baixa autoestima, inibição social
de as situações cotidianas até problemas mais e dificuldade para expressar sentimentos. Por
complexos24,27. outro lado, alguns apontam que essa vivência foi
Em estudo realizado com amostra de gran­ significativa para o aprendizado de estratégias
de amplitude de idade (20 a 56 anos), foram de enfrentamento, desenvolvendo autonomia e
observados níveis diferenciados de angústia tomando mais cuidado com os limites30.
e ansiedade. Os mais jovens buscavam reali­ Em um estudo conduzido no Brasil, foram
zação e estabilidade em vários segmentos de en­­­trevistados 21 indivíduos com TDAH que
vida, como na vida acadêmica, no trabalho e no es­­tavam nos anos finais de escolarização ou já
relacio­na­mento afetivo. Em contrapartida, os mais haviam saído da escola. Os resultados demons­
velhos “lamentavam” mais as perdas ocorridas traram que os participantes relataram que não só
ao longo da vida e apresentavam a estabilidade os pares, mas também os professores os tratavam
no trabalho e na vida familiar como principais de forma inadequada. Diante de alto número de
preocupações28. reprovações, expulsões e transferências compul­
Outra pesquisa comparou os impactos nega­ sórias, bem como problemas de aprendizagem e
tivos em diferentes faixas etárias e situações. Os de comportamento, é possível que o longo perío­do
resultados mostraram que, antes dos 50 anos, no convívio escolar, vivido com sofrimento, tenha

Quadro 2. Artigos identificados nas bases de dados e site de busca.


No de artigos No de artigos No de artigos
Base de dados e site de busca
identificados selecionados analisados
Scielo 10 03 03
BIREME 22 04 03
PubMed 46 07 06
Google Acadêmico 701 07 03
Total 776 21 15

Rev. Psicopedagogia 2018; 35(106): 61-72

65
Castro CXL & Lima RF

Quadro 3. Síntese dos estudos de revisão e empíricos selecionados.


Estudos de revisão
Grevet et al. (2003)23 Propõem nova abordagem psicoeducativa em grupos para
pacientes adultos TDAH.
Mattos & Coutinho (2007)24 Discutem uso de escala para avaliar qualidade de vida de adultos TDAH e a
necessidade de sua validação.
Saboya et al. (2007)25 Discutem a presença e apresentação clínica da disfunção executiva
em indivíduos com TDAH.
Johnston et al. (2012)26 Analisam como o TDAH afeta a capacidade de parentalidade dos adultos.
Harpin (2000) 27
Revisa os impactos do TDAH da infância até a idade adulta.
Estudos empíricos
Da Silva et al. (2006)28 Descrevem variáveis sociodemográficas da população adulta com TDAH.
González-Hernández et al. Descrevem características de adultos com TDAH comparando diferenças entre os
(2007)29 sexos. As queixas de hiperatividade/impulsividade permanecem da vida adulta.
Os sintomas nas mulheres, quando crianças, não são facilmente identificados.
Rangel Júnior & Loos Investigam a percepção dos indivíduos acerca do papel da escola.
(2011)30 O número elevado de reprovações e expulsões, desempenho acadêmico
insatisfatório e rotulações contribuem para a construção de crenças negativas.
Quintero et al. (2011)31 Avaliam a evolução de pacientes que foram diagnosticados na infância.
Presença de histórico de dificuldades escolares e interpessoais.
Há melhor prognóstico quando são tratados.
Brod et al. (2012)32 Descrevem variáveis sociodemográficas da população adulta com TDAH
em sete países. Diferenças culturais são pouco evidentes.
Surman et al. (2013)33 Descrevem características de desregulação emocional em adultos com TDAH.
Michels & Gonçalves Caracterizam o perfil neuropsicológico de um adulto com TDAH.
(2014)34 Resultados sugerem disfunção executiva.
Biscaia & Kelmo (2013)35 Verificam aspectos neuropsicológicos do TDAH que implicam na
qualidade de vida e dinâmica da relação conjugal. Os sintomas de impulsividade,
desatenção e instabilidade de humor afetam a relação.
Ersoy et al. (2015)36 Observam que o impacto do TDAH no casamento é maior,
conforme o tipo de relação do casal (tradicional ou igualitária).
Philipp-Wiegmann et al. Analisam se os impactos nos indivíduos com TDAH são os mesmos em
(2016)37 adultos e idosos. Os resultados apontam que a sintomatologia permanece e os
impactos se alteram de acordo com a demanda de cada etapa da vida.

influenciado negativamente na construção da suas vidas, 35% disseram que não concordariam
identidade30. e 16% eram ambivalentes nas respostas, e os 21%
Apesar de se sentirem diferentes dos outros restantes não conseguiram responder32.
ao longo da vida, os sintomas do TDAH parecem No que concerne ao trabalho, os estudos mos­­­
ser uma parte significativa de suas estruturas de tram que os prejuízos típicos incluem: desem­
personalidade, trazendo qualidades positivas e penho ineficiente; mudanças de emprego fre­
negativas. Em outro estudo, quando questiona­ quentes; faltas; atrasos, erros excessivos; e di­
dos sobre o que achariam se pudessem se “curar” fi­culdades para corresponder às demandas das
do TDAH, 28% dos participantes relataram que atividades27. Além disto, é comum o relato de:
concordariam em ter os sintomas removidos de desorganização; esquecimento; fala impulsiva;

Rev. Psicopedagogia 2018; 35(106): 61-72

66
TDAH na idade adulta

problemas com autoridade; distração; lentidão; Particularmente, no domínio parental são ob­
e dificuldade para iniciar ou priorizar tarefas28,32. servadas dificuldades: de controle dos pais; au­
Outras implicações no contexto do trabalho sência de rotina organizada e de monitoramento;
são: procrastinação, sobretudo quando realizam falha em corresponder às necessidades da crian­
uma tarefa que exige mais atenção e que a re­ ça; e em respostas impulsivas e negativas, como
compensa não será imediata; dificuldade para consequências dos comportamentos dos filhos.
persistir em uma mesma atividade, levando à Os efeitos diretos e negativos das ações parentais
interrupção da mesma e a inicialização de outra, podem ser acompanhados por feedbacks ruins
deixando ambas incompletas; e a labilidade mo­ sobre esta função, acarretando dificuldades no
tivacional, trazendo o desejo de buscar sempre relacionamento tanto com a criança como com o
algo novo25. cônjuge. Em última análise, esta situação pode
Tais dificuldades são identificadas como obs­ ocasionar prejuízos nas crenças de eficácia
táculos para o sucesso no profissional, apesar de parental, desmoralização deste papel, desmoti­
suas capacidades, por vezes, notáveis. Como vação e problemas emocionais26. Os estudos
consequência, indivíduos com TDAH podem também ressaltam que pais com diagnóstico de
receber rótulos de “desleixados” e pouco confi­ TDAH possuem maior probabilidade de terem
áveis no ambiente de trabalho28,32. filhos com o distúrbio. Por sua vez, esta situação
Os desafios vividos por indivíduos com TDAH promove maiores desafios para a intervenção,
vão além do ambiente acadêmico ou de trabalho. sobretudo porque o sucesso dos programas de
Eles também convivem com dificuldades no psicoeducação para pais de crianças com TDAH é
controle de suas finanças, nos relacionamentos influenciado pelos comportamentos dos mesmos.
interpessoais, no exercício de suas funções pa­ Assim, no geral, os pais necessitam de ajuda para
rentais e de cônjuges32. os mesmos comportamentos em que precisam
Quanto à gestão financeira, as características auxiliar seus filhos27.
mais observadas são: gastos impulsivos; uso ex­ Quanto aos relacionamentos conjugais, um
cessivo do cartão de crédito; pouca ou nenhuma estudo turco demonstrou que os papéis sociais
reserva financeira; dificuldades para estabelecer dos gêneros podem atuar como mediadores dos
prioridades e pagar contas13,32. impactos do TDAH no casamento36. Outros traba­
Indivíduos com TDAH relatam problemas nos lhos enfatizam que o diagnóstico pode favorecer
relacionamentos com seus familiares, amigos e a relação, uma vez que a falta de conhecimento
colegas do trabalho. Características pessoais, sobre os sintomas e suas consequências podem
como a irritabilidade, falta de atenção, fala impul­ ser fontes de conflitos. Em determinadas situa­
siva e esquecimento, contribuem para mal-en­ ções, estratégias simples, como compartilhar uma
tendidos nestas interações13. Em uma pesquisa agenda e usar de mediadores externos, podem
realizada com adultos com TDAH, 61% relatou facilitar a realização de tarefas cotidianas23,35.
possuir autorregulação emocional deficiente Com relação às diferenças entre os sexos, os
quando comparados ao grupo controle. Além manuais diagnósticos referem menor prevalên­cia
disto, o grupo com TDAH obteve índices meno­ do TDAH em meninas. Porém, na maior parte das
res nos questionários que avaliavam qualidade pesquisas com adultos, a proporção do trans­torno
de vida e ajuste social, além de maior frequência em mulheres e homens é muito próxima24,28,29,32,36.
de acidentes de trânsito33. Em jovens adultos, Uma possível diferença entre os sexos é geral­
também é comum o relato: de dificuldades para mente atribuída ao “subdiagnóstico” nas me­
se manterem em uma mesma relação; compor­ ninas, provavelmente por fatores psicológicos
tamento sexual de risco; gravidez precoce; e e socioculturais múltiplos, favorecendo que os
fre­quência aumentada de doenças sexualmente sintomas não sejam reconhecidos ou considera­
transmissíveis13,32. dos patológicos29.

Rev. Psicopedagogia 2018; 35(106): 61-72

67
Castro CXL & Lima RF

Da mesma forma, não há consenso se as con­ e tratamento mais complexos32,33. A maior parte
sequências dos sintomas na idade adulta são dos adultos com TDAH tem pelo menos um
semelhantes entre os sexos. Um dos estudos transtorno comórbido e mais da metade pode ter
indicou resultados similares, independentemente até três transtornos psicológicos17. As principais
do sexo28. Porém, outras pesquisas encontraram comorbidades descritas na literatura são: trans­
evidências que as mulheres possuem prejuízos torno desafiador opositor, transtorno de condu­
psicossociais mais graves, relatam mais sintomas ta, dificuldades de aprendizagem (atrasos em
depressivos, ansiosos e de estresse32. Adicional­ leitura, ortografia, matemática, escrita, dentre
mente, elas demonstram sintomas mais severos, outras), transtorno de humor bipolar, transtor­
sobretudo de desatenção36. É possível inferir que no de personalidade antissocial, transtorno de
o “subdiagnóstico” pode privar meninas de trata­ abuso de substâncias psicoativas e transtorno
mento adequado, uma vez que o encaminhamento de tiques17.
e diagnóstico são realizados somente quando os As altas taxas de comorbidades do TDAH
sintomas e impactos são significativos29. podem ampliar o impacto de seus sintomas em
Um outro conjunto de publicações descreveu até 80%, independentemente da cultura17. Em
tendências do adulto com TDAH a apresentar um estudo realizado em sete países, 42% dos
com­­portamentos de risco, como: escolha por ati­ adultos entrevistados descreveram alguma co­
vidades perigosas ou arriscadas; prazer por morbidade. Outro estudo, realizado com idosos,
situações extremas (esportes, desafios ou nas também apontou alta taxa de comorbidades,
pró­prias escolhas profissionais); capacidade al­ principalmente dependência de nicotina, vício
terada para avaliar o risco; abuso de substâncias em álcool, transtorno de humor e de ansiedade37.
psicoativas; comportamento de dirigir carros de Outro estudo mostrou que 52% dos participantes
maneira agressiva e imprudente29,34. Em outro relataram ter desenvolvido depressão em algum
estudo, os indivíduos com TDAH relataram dar momento de suas vidas e necessitaram de tra­
respostas precipitadas antes das perguntas serem tamento especializado29,30.
concluídas, tendo dificuldade em aguardar sua Especificamente, o diagnóstico de TDAH em
vez. Suas decisões, na maioria das vezes, eram indivíduos adultos é um desafio, uma vez que
tomadas de forma impulsiva, o que invariavel­ os sintomas podem ser mimetizados por outros
mente, trazia prejuízo34. transtornos psiquiátricos. Outra dificuldade para
Em situações enfadonhas ou quando desmo­ os clínicos é a obtenção de informações precisas,
tivados, indivíduos com TDAH se queixam de normalmente fornecidas pelo indivíduo que
dificuldades para controlar a atenção e selecio­ possui o transtorno28. Alguns indivíduos podem
nar estímulos relevantes e, consequentemente, se tornar mais conscientes da extensão de suas
são considerados “sonhadores” ou distraídos28. dificuldades somente na idade adulta. É comum
Con­fusão, desorientação e perda do curso do que os indivíduos com TDAH relatem apresentar
pensamento também são queixas que impactam desempenho melhor em algumas tarefas, sendo
na qua­lidade de vida34. incongruente com a observação externa e ava­
Alguns exemplos de prejuízos menos fre­ liações objetivas17. Por este motivo, o processo
quente, porém passíveis de risco, são: condutas de diagnóstico em adultos também deve levar
an­tissociais (mentir, roubar ou brigar); adotar em consideração as informações provenientes
estilo de vida menos saudável (lazer sedentário de múltiplos informantes36,37.
e solitário, excesso de uso de videogames, TV e Quando mais de um transtorno é identificado, é
internet) e sobrepeso17. comum que os pacientes questionem qual quadro
Outra consequência importante do TDAH ao causou o outro. Porém, do ponto de vista clínico,
longo da vida é a sua associação com outros nem sempre há uma resposta para essa pergun­
trans­tornos psiquiátricos, tornando o diagnóstico ta. É possível considerar que as alterações na

Rev. Psicopedagogia 2018; 35(106): 61-72

68
TDAH na idade adulta

estrutura e desenvolvimento do cérebro estejam pesquisa24. Os pacientes tratados corretamente


relacionadas à manifestação do TDAH, e que podem apresentar vantagem qualitativa para a
seus principais sintomas também representem realização de tarefas complexas, como cursar o
fragilidades, facilitando a ocorrência de comor­ ensino superior, por exemplo29.
bidades17. Algumas propostas terapêuticas têm sido
Há consenso na literatura de que a apresen­ sugeridas para indivíduos adultos com TDAH. Um
tação clínica do TDAH é heterogênea34 e possui exemplo é a psicoterapia, que tem como objetivo,
relações com dificuldades nas funções execu­ inicialmente, propiciar ao indivíduo conhecimento
tivas, nomeadas de disfunções executivas23,37. adequado e esclarecimento acerca do transtorno.
Alguns estudos utilizam o modelo da autorregu­ Desta forma, o primeiro passo é auxiliar o indivíduo
lação como teoria unificadora para explicar tais no reconhecimento dos sintomas e dos impactos
disfunções que ocasionam prejuízos adaptativos causados por eles. Posteriormente, é importante
e para corresponder às demandas ao longo da que o processo psicoterapêutico instrumentalize o
vida25,33,34. Apesar de não terem sido enfatizados indivíduo, do ponto de vista estratégico. Dentre os
pelos trabalhos descritos, os modelos cognitivos aspectos que podem constituir alvos terapêuticos,
do TDAH podem auxiliar na explicação dos dé­
se destacam: o autoconceito; as relações conju­
ficits e seus impactos ao longo da vida21.
gais; as dificuldades no trabalho e nas atividades
Um dos estudos descreveu três grandes ca­
acadêmicas23. Apesar da escassez de guias técni­
tegorias de disfunção cognitiva apresentadas
cos que orientam a abordagem dos profissionais
por diferentes modelos: (i) Processos cognitivos
que lidam com adultos com TDAH23, é possível
(memória operacional, planejamento e controle
encontrar algumas recomendações em diretrizes
inibitório); (ii) Déficits de autorregulação; e (iii)
internacionais38,39.
Dificuldades de motivação ou de excitação (res­
posta a incentivos e aversão ao atraso)26. Porém,
os autores afirmam que, em função da heteroge­ CONSIDERAÇÕES FINAIS
neidade do TDAH e a probabilidade de múltiplas O presente trabalho demonstrou que adultos
vias ou disfunções subjacentes, presume-se que com TDAH possuem impactos negativos e sig­
outras disfunções ocorrem concomitantemente, nificativos em diferentes aspectos de seu desen­
como propõem o modelo de múltiplos caminhos26. volvimento: afetivo-emocional; desenvolvimento
Estudos longitudinais com pacientes diag­ educacional; desempenho profissional; gestão
nosticados com TDAH na infância sugerem me­ financeira; relacionamento interpessoal; relacio­
lhor prognóstico quando são submetidos a inter­ namento conjugal e exercício de suas funções
venções corretas, e que minimizam os impactos parentais. Os diferentes impactos podem ser
negativos deste transtorno em seu desenvolvi­ me­­diados por déficits nas funções executivas,
mento31. A título de exemplo, um estudo demons­ uma vez que representam habilidades relacio­
trou que indivíduos que estavam em tratamento nadas com a autonomia e autorregulação. Os
há mais tempo apresentavam pontuações mais estudos enfatizam que o diagnóstico precoce e
altas em escalas de qualidade de vida, quando intervenções adequadas podem minimizar os
comparados àqueles diagnosticados durante a impactos causados pelo TDAH.

Rev. Psicopedagogia 2018; 35(106): 61-72

69
Castro CXL & Lima RF

SUMMARY
The consequences of attention deficit
hyperactivity disorder (ADHD) in adulthood

Objective: The aim of work was to review the Attention Deficit Hy­pe­
ractivity Disorder impacts in adulthood. Methods: We conducted search in
the databases online (Scielo, Bireme and PubMed) and search site (Google
Scholar). The descriptors were “attention deficit hyperactivity disorder” and
“adulthood” and “impacts” or “consequences”. The inclusion criteria were:
full-text articles, published in Portuguese, English or Spanish. The articles
that did not respond the questions research were excluded. Results: In total,
776 studies were found, and 15 studies were selected to analysis (five reviews
and ten empirical studies). The main impacts evidenced by the studies
were affective emotional development, professional performance, financial
management, marital relationship and parental role. Conclusion: Adults
with ADHD have negative and significant impacts on different aspects of
their development and can be mediated by deficits in executive functions.
Early diagnosis and appropriate interventions can minimize the impacts.

KEYWORDS: Attention Deficit Disorder with Hyperactivity. Adult. Im­


pacts on Health.

REFERÊNCIAS atenção e hiperatividade. Rev Bras Psiquiatr.


1. Organização Mundial de Saúde (OMS). Clas­ 2002;24(4):196-201.
sificação de Transtornos Mentais e de Com­ 7. Biederman J, Milberger S, Faraone SV, Kiely
portamento da CID-10: Descrições Clínicas K, Guite J, Mick E, et al. Family-environment
e Diretrizes Diagnósticas. Porto Alegre: Art­ risk factors for attention-deficit hyperactivity
med; 1993. disorder. A test of Rutter’s indicators of adver­
2. Associação Psiquiátrica Americana (APA). sity. Arch Gen Psychiatry. 1995;52(6):464-70.
Manual Estatístico e Diagnóstico dos Trans­ 8. Mick E, Biederman J, Faraone SV, Sayer J,
tornos Mentais, 5a edição - DSM-5. Porto Ale­ Kleinman S. Case-control study of attention-­
gre: Artmed; 2014. deficit hyperactivity disorder and maternal
3. Polanczyk G, de Lima MS, Horta BL, Bieder­ smoking, alcohol use, and drug use during
man J, Rohde LA. The worldwide prevalence pregnancy. J Am Acad Child Adolesc Psychia­
of ADHD: a systematic review and meta­ try. 2002;41(4):378-85.
regression analysis. Am J Psychiatry. 2007; 9. Faraone SV, Biederman J. Neurobiology of
164(6):942-8. attention-deficit/hyperactivity disorder. Biol
4. Wilens TE, Faraone SV, Biederman J. Atten­ Psychiatry. 1998;44(10):951-8.
tion-deficit/hyperactivity disorder in adults. 10. Mattos P, Palmini A, Salgado CA, Segenreich
JAMA. 2004;292(5):619-23. D, Grevet E, Oliveira IR, et al. Painel brasi­leiro
5. Rohde LA, Halpern, R. Transtorno de déficit de especialistas sobre diagnóstico do trans­
de atenção/hiperatividade: atualização. J Pe­ torno de déficit de atenção/hiperatividade
diatr (Rio J). 2004;80(2 Suppl):61-70. (TDAH) em adultos. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul.
6. Roman T, Rohde LA, Hutz MH. Genes de 2006;28(1):50-60.
sus­cetibilidade no transtorno de déficit de 11. Ciasca SM, Rodrigues SD, Salgado CA.

Rev. Psicopedagogia 2018; 35(106): 61-72

70
TDAH na idade adulta

TDAH: Transtorno de Déficit de Atenção e delay-related impairments in attention-defi­


Hiperatividade. Rio de Janeiro: Revinter; cit/hyperactivity disorder. J Am Acad Child
2010. 248 p. Adolesc Psychiatry. 2010;49(4):345-55.
12. Ciasca SM, Rodrigues SD, Azoni CAS, Lima 23. Grevet EH, Abreu PB, Shansis F. Proposta de
RF. Transtornos de Aprendizagem: neuro­ uma abordagem psicoeducacional em gru­
ciência e interdisciplinaridade. São Paulo: pos para pacientes adultos com Transtorno
Book Toy; 2015. 391 p. de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Rev
13. Barkley R, Benton C. Vencendo o transtorno Psiquiatr Rio Gd Sul. 2003;25(3):446-52.
de déficit de atenção/hiperatividade adulto. 24. Mattos P, Coutinho G. Qualidade de vida e
Porto Alegre: Artmed; 2011. 242 p. TDAH. J Bras Psiquiatr. 2007;56(Suppl. 1):50-2.
14. De Luccia DPB. Transtorno de déficit de 25. Saboya E, Saraiva D, Palmini A, Lima P, Cou­
atenção e hiperatividade (TDAH) diagnosti­ tinho G. Disfunção executiva como uma me­
cado na infância: a narrativa do adulto e as dida de funcionalidade em adultos com TDAH.
contribuições da psicanálise [Dissertação]. J Bras Psiquiatr. 2007;56(Suppl 1):30-3.
São Paulo: Instituto de Psicologia, Universi­ 26. Johnston C, Mash EJ, Miller N, Ninowski
dade de São Paulo; 2014. JE. Parenting in adults with attention - defi­
15. Corkum P, Tannock R, Moldofsky H, Hogg-­ cit/hyperactivity disorder (ADHD). Clin Psy­
Johnson S, Humphries T. Actigraphy and pa­ chol Rev. 2012;23(4):215-28.
rental ratings of sleep in children with atten­ 27. Harpin VA. The effect of ADHD on the life of
tion-deficit/hyperactivity disorder (ADHD). an individual, their family, and community
Sleep. 2001;24(3):303-12. from preschool to adult life. Arch Dis Child.
16. Szobot CM, Eizirik M, Cunha RD, Langle­ 2005;90 Suppl. 1:i2-7.
ben D, Rohde LA. Neuroimagem no trans­ 28. da Silva MA, Louza MR, Vallada HP. Atten­
torno de déficit de atenção/hiperatividade. tion deficit hyperactivity disorder (ADHD)
Rev Bras Psiquiatr. 2001;23(Suppl. 1):32-5. in adults: social-demographic profile from a
17. Barkley R. Executive Functions: what they university hospital ADHD outpatient unit in
are, how they work, and why they evolved. São Paulo, Brazil. Arq Neuropsiquiatr. 2006;
New York: The Guilford Press; 1949. 64(3A):563-7.
18. Malloy-Diniz LF, Leite WB, Moraes PHP, Cor­ 29. González-Hernández J, Galdames-Contreras
rea H, Bechara A, Fuentes D. Brazilian Por­ D, Oporto-Segura S, Nervi-Nattero A, von
tuguese version of the Iowa Gambling Task: Bernhardi R. Transtorno por déficit de atención/
transcultural adaptation and discriminant va­ hiperactividad del adulto: estúdio descriptivo
lidity. Rev Bras Psiquiatr. 2008;30(2):144-8. em uma Unidad de Memoria. Rev Neurol.
19. Gazzaniga MS, Ivry RB, Mangun GR. Neu­ 2007;44(9):519-23.
rociência cognitiva: A biologia da mente. 30. Rangel Júnior EB, Loos H. Escola e desen­
Porto Alegre: Artmed; 2006. 767 p. volvimento psicossocial segundo percepções
20. Miguel CS. Estudo comparativo do desempe­ de jovens com TDAH. Paidéia (Ribeirão Preto).
nho cognitivo de portadores adultos do Trans­ 2011;21(50):373-82.
torno de Déficit de Atenção e Hiperatividade 31. Quintero J, Loro M, Jiménez B, García
(TDAH) associado a Transtorno de Déficit de Campos N. Aspectos evolutivos del Trastor­
Substâncias Psicoativas (TUSP) e portadores no por Déficit de Atención e Hiperactividad
adultos de TDAH e sem a presença de TUSP (TDAH): de los factores de riesgo al impacto
[Dissertação]. São Paulo: Faculdade de Me­ socioacadémico y a la comorbilidad. VERTEX
dicina, Universidade de São Paulo; 2014. Rev Argent Psiquiatr. 2011;22:101-8.
21. Wagner F, Rohde LA, Trentini CM. Neuropsi­ 32. Brod M, Pohlman B, Lasser R, Hodgkins P.
cologia do Transtorno de Déficit de Atenção/ Comparison of the burden of illness for adults
Hiperatividade: Modelos Neuropsicológicos with ADHD across seven countries: a qua­
e Resultados de Estudos Empíricos. Psico-USF. li­
tative study. Health Qual Life Outcomes.
2016;21(3):573-82. 2012;10:47.
22. Sonuga-Barke E, Bitsakou P, Thompson M. 33. Surman CB, Biederman J, Spencer T, Miller
Beyond the dual pathway model: Evidence CA, McDermott KM, Faraone SV. Understan­
for the dissociation of timing, inhibitory, and ding deficient emotional self-regulation in

Rev. Psicopedagogia 2018; 35(106): 61-72

71
Castro CXL & Lima RF

adults with attention deficit hyperactivity di­ W, Rösler M. The intraindividual impact
sorder: a controlled study. Atten Defic Hy­pe­ of ADHD on the transition of adulthood to
ract Disord. 2013;5(3):273-81. old age. Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci.
34. Michels M, Gonçalves HA. Funções executi­ 2016;266(4):367-71.
vas em um caso de TDAH adulto: a avaliação 38. Kooij SJ, Bejerot S, Blackwell A, Caci H, Ca­
neuropsicológica auxiliando o diagnóstico e sas-Brugué M, Carpentier PJ, et al. European
o tratamento. Rev Neuropsicol Latino-am. consensus statement on diagnosis and treat­
ment of adult ADHD: The European Network
2014; 6(2):35-41.
Adult ADHD. BMC Psychiatry. 2010;10:67.
35. Biscaia G, Kelmo F. As implicações do TDAH
39. National Institute for Health and Care
na relação conjugal: estudo de caso explana­ Excellence. Attention deficit hyperactivity
tório. Rev Neurociênc. 2013;21(3):396-401. di­
sorder: diagnosis and management. Cli­
36. Ersoy MA, Topçu Ersoy H. Gender-Role Atti­ nical Guideline [Internet]. 2008 [acesso
tudes Mediate the Effects of Adult ADHD on 2017 Jan 5]; 42 telas. Disponível em: https://
Marriage and Relationships. J Atten Disord. www.nice.org.uk/guidance/cg72/resources/
2015. pii: 1087054715618789. [Epub ahead attention-deficit-hyperactivity-disorder-
of print] diagnosis-and-management-975625063621.
37. Philipp-Wiegmann F, Retz-Junginger P, Retz Last updated 2016.

Trabalho realizado no Centro Universitário Salesiano Artigo recebido: 8/1/2018


(UNISAL), Liceu, Campinas, SP, Brasil. Aprovado: 20/1/2018
Trabalho de conclusão do curso de pós-graduação
lato sensu em Psicopedagogia do Centro Universitário
Salesiano (UNISAL), Liceu, Campinas, SP. Brasil.

Rev. Psicopedagogia 2018; 35(106): 61-72

72
View publication stats

Você também pode gostar