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TDAH

Aula 6

Universidade São Caetano


Pós Graduação em Neuropsicologia
Módulo: Neuropsicofarmacologia
Dra Adriana Valera
Afinal, TDAH existe? Ou é invenção
da indústria farmacêutica?
Esse transtorno é descrito pelo sistema classificatório
do CID 10 e pelo DSM-V.

https://www.psicoedu.com.br/2016/11/historia-origem-do-tdah.html
TDAH
• É um transtorno neurobiológico com etiologia
multifatorial incluindo fatores genéticos e ambientais.

• Sua prevalência mundial é de cerca de 5,29% em


crianças e adolescentes.

• Além disso, é um dos transtornos mentais da infância e


da adolescência que determina grande procura por
atendimento médico e psicopedagógico.

• O transtorno é, em geral, evidenciado na infância, e


frequentemente acompanha o indivíduo durante a vida
adulta.
TDAH
O TDAH tem três tipos de classificações, o
primeiro é a combinada onde se encontra
critérios tanto de desatenção quanto de
hiperatividade, no segundo predomina a
desatenção, e no terceiro o que predomina é a
hiperatividade.
Diagnóstico

É clinico, porém, é importante que seja


feito o diagnóstico diferencial, pois, cerca
de 60% da população é diagnosticada de
forma errada, ou não tem o diagnostico.
(ABDA, 1999).
TDAH
Para distinguir os subtipos, os
profissionais clínicos tendem a observar
quais são os seis sintomas que persistem
nos seis últimos meses em um nível
inconsistente do desenvolvimento,
trazendo prejuízos nas atividades
sociais desses indivíduos.
Além dos sintomas do transtorno, em mais de 50%
dos casos existem comorbidades, destacando-se
entre elas:

a) transtorno desafiante de oposição (TOD), que se caracteriza por


comportamento desafiador e opositivo (conforme o nome sugere) em relação a
figuras de autoridade;
b) transtorno de conduta (TC), que se caracteriza pelo padrão de
comportamento no qual se desrespeita os direitos básicos dos outros (mentiras,
roubo, crueldade com animais entre outros);
c) abuso de substâncias psicoativas e álcool, em geral o abuso destas
substâncias relacionase com o comprometimento funcional nas áreas
acadêmicas, social e profissional;
Além dos sintomas do transtorno, em mais de 50%
dos casos existem comorbidades, destacando-se
entre elas:
d) transtorno de humor, depressão e transtorno bipolar, sendo que o primeiro caracteriza-se por tristeza,
irritação, perda de interesse por atividades habitualmente prazerosas, fadiga fácil, insônia ou hiperisônia,
enquanto que o transtorno bipolar caracteriza-se pela presença de humor exaltado, euforia alternando-
se com momentos de depressão;
e) transtornos de ansiedade, que se caracterizam por medos ou preocupações excessivas que
comprometem a vida acadêmica, social e familiar;
f) transtornos de tiques que se caracterizam pela realização de movimentos ou sons vocais repentinos,
rápidos, não rítmicos, estereotipados;
g) transtornos de aprendizado, não consideradas aqui as dificuldades primárias decorrentes das próprias
características do TDAH (desatenção e impulsividade) e que erroneamente são designadas como
transtorno de aprendizagem.
Neuroimagem e TDAH

Neste estudo, mais de 3 mil pessoas (pacientes com


TDAH e indivíduos saudáveis) entre 4 e 63 anos, foram
submetidos a exames de neuroimagem estrutural por
Ressonância Magnética.

Em seguida, cada região cerebral foi avaliada através de


um mesmo protocolo padronizado de análise em todos os
diferentes centros, obtendo-se informações específicas,
como o tamanho e volume de cada região. Desse modo,
os pesquisadores puderam comparar cada uma das
estruturas cerebrais de indivíduos com e sem o
transtorno.
 Os resultados revelaram que estruturas como a amígdala cerebral,
acúmbens e hipocampo, responsáveis pela regulação das
emoções, motivação e o chamado sistema de recompensa (que
modifica nosso comportamento através de recompensas) são
menores nos pacientes com TDAH.
 Quando se levou em conta a idade dos pacientes, observou-se
que estas alterações são mais leves em pacientes adultos, o que
sugere que existe uma compensação, ao menos parcial, com o
passar dos anos.
 Esses resultados são a sustentação mais sólida até o momento que
o TDAH é um transtorno relacionado ao atraso na maturação de
regiões cerebrais reguladoras das emoções, pois essas estruturas
estão menos desenvolvidas, principalmente nas crianças.
Dopamina e TDAH
A densidade do transportador
de dopamina foi medida in vivo
em seis pacientes adultos com
TDAH.

O estudo mostrou um aumento


de 70% na densidade do
transportador de dopamina em
pacientes com TDAH em
comparação com controles.
Dopamina e TDAH:
circuito de recompensa
Mecanismo de ação do
Metilfenidato

https://www.slideshare.net/MaryPsol/neurofisiologia-tdah-62017360
Tempo x Efeito
Metilfenidato e TDAH

 A eficácia do uso psicoestimulantes no tratamento do TDAH tem


sido sustentada por dados que indicam melhora no desempenho
em teste de tempo de reação e de atenção concentrada, bem
como no teste clínico da onda P300 (Klorman, 1991; Lousier, McGranth, & Klein, 1996; Sonneville, Njiokikjien
& Bos, 1994; Sykes, Dougkas & Morgentersn, 1972; Van der Meere, Boudewijn, & Stemerdink, 1996).

 A medicação tem sido utilizada nos períodos escolares, sendo


comumente suspensa aos finais de semana e férias. A interrupção
visa amenizar os efeitos colaterais de longo prazo e, em curto
prazo, os efeitos secundários.
Metilfenidato e TDAH

 Entre os efeitos de curto prazo mais frequentes, observa-se a


redução de apetite, anorexia, insônia, ansiedade, irritabilidade,
labilidade emocional, cefaléia e dores abdominais.

 Com menor frequência verificam-se alterações de humor, tiques,


pesadelos e isolamento social (Barkley, McMurray, Edelbrock & Robbins, 1990; Rohde & Mattos, 2003; Wilens &
cols., 2003).

 Com a frequência mais baixa, contudo, envolvendo alta


periculosidade, verificou-se a psicose como efeito do uso do
Metilfenidato (Schteinschnaider & cols., 2000).
TDAH e a escola...

 “No sistema de educação brasileiro não é incomum a presença de


professores em sala de aula diagnosticando de maneira intuitiva os
estudantes que apresentam padrões de comportamentos que
perpassam o TDAH. Essas crianças são fonte de medo e
insegurança por parte dos educadores por não terem uma ampla
visão de desenvolvimento ou de estratégias pedagógicas que
favorecem a aprendizagem daqueles que se mostram diferentes
ou que desafiam uma rotina escolar.”

Retirado de: Psicologia: Teoria e Pesquisa Out-Dez 2010, Vol. 26 n. 4, pp. 717-724 Transtorno do
Déficit de Atenção e Hiperatividade em Crianças: Uma Revisão Interdisciplinar Letícia de Faria
Santos1 Laércia Abreu Vasconcelos Universidade de Brasília
O que vocês acham?
Estudo de caso

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