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CURSO DE PSICOLOGIA

PSICOLOGIA INFANTIL
PROFESSORA SANDRA PULINO

TDAH
TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO
E HIPERATIVIDADE

DENISE DOS SANTOS


MARCOS DAVI
TELMA PIMENTA

26 DE SETEMBRO, 2023
RESUMO

Dentre os transtornos emergentes nas últimas décadas, o


TDAH, Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade,
destaca-se por suas relevâncias clínica, pedagógica e social.
Manifesta-se tanto em adultos quanto crianças.

Os comprometimentos clínicos que acometem o indivíduo,


entre eles a dificuldade de aprendizagem e as perturbações
motoras, transformam-se estigmas sociais que, facilmente
migram para as esferas mais profundas da psique do
portador. Mas até aqui poderíamos dizer que estigmas
sociais são relacionáveis a todos os transtornos.

Entretanto, o TDAH traz uma condição agravante em relação


aos demais transtornos. A aparente “evidência
comportamental”, as tais “coisas que qualquer um percebe”
têm levado a diagnósticos precoces por parte de
profissionais de saúde, além dos preconceitos de
professores infantis, colegas escolares, amigos, pais e
responsáveis.

Tal situação cria uma sucessão de problemas psicológicos,


tais como o de crianças que assumem a ideia de serem
portadoras de TDAH, quando muitas vezes, não são.
O QUE É TDAH

A sigla significa Transtorno do Déficit de Atenção e


Hiperatividade. Até pouco tempo a literatura especializada
usava a sigla DDA - Distúrbio do Déficit de Atenção.

A reclassificação ou mudança de nome são eventos comuns


e necessários na história de qualquer doença ou transtorno,
frequentemente relacionados a novas descobertas de
sintomas e causas ou, até mesmo, da natureza fisiológica do
transtorno.

O QUE É TRANSTORNO

Literalmente, um transtorno é aquilo que perturba a ordem


regular e comportamental de algo ou de alguém. A definição
é dada como “condição de ordem psicológica e/ou mental
que compromete a vida comum de um indivíduo". Os
transtornos podem ser classificados em mentais,
comportamentais, emocionais e genéticos.

Segundo o Jornal Nexus, “transtorno é um incômodo que


acontece em movimento circular, fazendo com que uma
desordem apareça reincidentemente.”
SINTOMAS

Os sintomas variam bastante de uma criança e de uma situação a outra e


segundo a idade, sexo e contexto em que são avaliados e também variam
de acordo com quem faz a avaliação. Certas crianças, para se protegerem
contra seus sentimentos invasivos de ansiedade difusa, de frustração ou
de revolta, desenvolvem em um contexto relacional bastante conflituoso.

São sintomas característicos a hiperatividade e a falta de atenção,


acompanhados de comportamentos de oposição (crises de cólera,
agressividade) e dificuldades de aprendizagem (atraso intelectual,
bloqueios).

As crianças com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade - TDAH,


distinguem-se de seus pares não tanto pelo que fazem, mas por seus
excessos e por seus comportamentos comprometidos. São agitadas,
impulsivas e hiperativas. Também são desatentas e desorganizadas,
parecendo incapazes de fazer o que se espera delas, mesmo quando
compreendem perfeitamente o que lhes pedem (parecem não ouvir o
que lhes é solicitado), se sentem frustradas com as exigências mais
simples, não por serem desobedientes, mas por não saberem ouvir e se
controlar.
DIAGNÓSTICO

O TDAH é um diagnóstico clínico, fundamentado nos sintomas


comportamentais do DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders).

A AAP, Associação Americana de Psiquiatria (2006), recomenda que os


profissionais façam uso de seus julgamentos clínicos baseados não apenas
nos critérios DSM, mas também acompanhados de conversas com os pais e
professores, buscando conhecer o comportamento da criança em diferentes
contextos. Requer a identificação de comportamentos específicos em
diferentes contextos e faixas etárias.

o ambiente escolar costuma ser revelador da criança com TDAH. Grande parte
dos diagnósticos são feitos a partir das vivências escolares e observações dos
professores.
TRATAMENTO

O tratamento do TDAH requer uma abordagem multidisciplinar. As intervenções são


farmacológicas e psicossociais.

Os tratamentos medicamentosos são frequentemente empregados por serem


julgados seguros e eficazes em curto prazo. O metilfenidrato é o mais utilizado no
Brasil. Conhecido popularmente por Ritalina, é prescrito por psiquiatras. O efeito dura
de 4 a 5 horas e, segundo a prescrição, não causa dependência.

A Ritalina reduz a impulsividade, hiperatividade e desatenção em até 70% dos casos. Os


antidepressivos costumam acompanhar o tratamento farmacológico, visto que os
quadros de comorbidades psiquiátricas são comuns no TDAH, inclusive a depressão.

Os tratamentos psicossociais implicam no treinamento de estratégias para pais e


professores com a finalidade de atender as demandas pontuais e as de médio e longo
prazo. A psicoterapia é uma das alternativas, especialmente quando há desajustes
emocionais e depressão. O acompanhamento individual é um dos tratamentos julgados
indispensáveis no TDAH.

O acompanhamento familiar é essencial. Para isso, escolas e instituições promovem


palestras de esclarecimento e fortalecimento familiar. O conhecimento, por todos, das
questões do TDAH é uma força poderosa para o enfrentamento desse transtorno e
redução dos preconceitos e estigmas sociais.

Alguns profissionais e pensadores da questão do TDAH sustentam que a normalização


do funcionamento da criança só é possível mediante a combinação do tratamento
farmacológico somado ao psicossocial (Klein & Abikoff, 1997).

Embora o passar do tempo traga redução de sintomas e estabilização na fase adulta, é


importante reforçar que nenhum desses tratamentos promove a cura (Berkley, 1998).
CONCLUSÃO

As duas extremidades das nossas vidas - infância e velhice - se caracterizam por níveis
importantes de dependência, quando não totais. São condições muito sensíveis para que
sejam tratadas com a pressa cultural que nos tem cercado. Submeter uma pessoa a um
diagnóstico errado implica numa sentença que não podemos mensurar.

Crianças não dispõem de ferramentas para a adaptação ao seu dispor. São totalmente
dependentes do ambiente, dos ajustes e das ações dos seus cuidadores. Portanto, é
preciso seriedade, capacitação técnica, empenho e consciência para desempenhar a
função de psicólogo infantil. Nenhum diagnóstico infantil nos autoriza a ser apressados.

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