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Introdução
2. TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO
Síndrome de Rett.
Embora exista considerável controvérsia sobre o número de crianças afetadas, estima-se que
o TDAH afete 5% a 15% das crianças e seja duas vezes mais comum em meninos. Muitas
características do TDAH são notadas antes dos quatro e invariavelmente antes dos 12 anos de
idade, mas podem não interferir significativamente no desempenho acadêmico e social até os
anos escolares intermediários.
O TDAH era chamado anteriormente apenas transtorno do déficit de atenção (TDA). No
entanto, a ocorrência comum de hiperatividade nas crianças afetadas, que é na verdade uma
extensão física do déficit de atenção e impulsividade, levou a uma alteração da terminologia
atual.
Desatento;
Hiperativo/impulsivo;
Combinado.
Embora o TDAH seja considerado um transtorno que afeta crianças e sempre tem início na
infância, algumas vezes ele pode não ser reconhecido até a adolescência ou idade adulta. As
diferenças neurológicas continuam na idade adulta e cerca de metade das pessoas continuam a ter
sintomas comportamentais na idade adulta.
Dificuldade de concentração;
Inquietação;
Oscilações do humor;
Impaciência;
Pode ser ainda mais difícil diagnosticar o TDAH na idade adulta. Os sintomas podem ser
semelhantes àqueles dos transtornos mentais, incluindo os transtornos do humor e os transtornos
da ansiedade. Adultos que praticam o abuso de álcool e de drogas recreativas podem ter sintomas
semelhantes. Para poder diagnosticar o TDAH, o médico pede ao adulto para responder
questionários, mas ele pode também examinar o histórico escolar para confirmar a existência de
um padrão de desatenção ou impulsividade.
Os adultos com TDAH podem se beneficiar dos mesmos tipos de medicamentos estimulantes
que as crianças afetadas. Eles possivelmente precisarão de terapia com o psicólogo para ajudá-
los a melhorar sua habilidade de administrar o tempo e desenvolver outras técnicas para lidar
com os problemas.
O TDAH não tem uma causa única específica, mas fatores genéticos (hereditários) estão com
frequência presentes. Pesquisas indicam ser provável que o TDAH envolva anomalias dos
neurotransmissores (substâncias que transmitem impulsos nervosos no cérebro). Alguns fatores
de risco incluem baixo peso ao nascimento (abaixo de 1.500 g), traumatismo craniano, infecção
cerebral, deficiência de ferro, apneia obstrutiva do sono e exposição a chumbo, assim como
exposição a álcool, tabaco ou cocaína antes do nascimento. O TDAH também está associado a
eventos traumáticos durante a infância, por exemplo, violência, abuso ou negligência.
Não existem exames de laboratório para o TDAH. Questionários sobre diferentes aspectos do
comportamento e desenvolvimento podem ajudar os médicos e psicólogos a estabelecer um
diagnóstico. Como os distúrbios de aprendizagem são frequentes, muitas crianças são submetidas
a exames psicológicos para determinar se elas têm TDAH e para detectar a presença de um
distúrbio de aprendizagem específico, seja como causa da desatenção ou como um problema
coexistente.
Um exame físico e, às vezes, também são realizados vários exames de sangue e outros para
excluir outros distúrbios.
De forma significativa, a grande maioria das crianças com TDAH se torna adultos produtivos
e pessoas com TDAH parecem se adaptar melhor ao trabalho do que à escola. Contudo, se o
distúrbio não for tratado na infância, o risco de abuso de álcool ou drogas e de suicídio pode
aumentar.
A desatenção das crianças com TDAH geralmente não desaparece com a idade, ainda que as
crianças com hiperatividade tendam a se tornar um tanto menos impulsivas e hiperativas com a
idade. Contudo, a maioria dos adolescentes e dos adultos aprende a se adaptar à sua falta de
atenção. Cerca de um terço das pessoas percebem que elas continuam a se beneficiar do uso de
medicamentos estimulantes.
Supressão do apetite;
Cefaleias;
Dor de estômago;
A maioria das crianças não apresenta efeitos colaterais, exceto talvez redução do apetite.
Todos os efeitos colaterais desaparecem quando o medicamento é interrompido. Contudo,
quando tomados em altas dosagens por muito tempo, os estimulantes podem retardar o
crescimento das crianças e esse crescimento retardado pode continuar na idade adulta. Por isso,
os médicos monitoram o peso e a altura. Caso a criança esteja crescendo lentamente ou apresente
efeitos colaterais significativos, é possível que o médico indique tirar “férias terapêuticas”.
Durante as “férias terapêuticas”, os medicamentos estimulantes são interrompidos nos períodos
em que as crianças não precisam estar atentas ou concentradas, por exemplo, durante o fim de
semana ou nas férias de verão. Contudo, algumas crianças têm muita dificuldade em
desempenhar suas atividades mesmo fora da escola e talvez não consigam tolerar as “férias
terapêuticas”.
Diversos outros medicamentos podem ser usados para tratar a falta de atenção e os sintomas
comportamentais. Esses medicamentos incluem:
Antidepressivos;
Medicamentos ansiolíticos;
A síndrome de Rett é causada por uma mutação genética. Os sintomas incluem um declínio
nas habilidades sociais e da fala após um período inicial de desenvolvimento normal. O
diagnóstico se baseia na observação de um médico do desenvolvimento e do crescimento inicial
da criança e em exames genéticos. O tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar com
foco no controle dos sintomas e apoio educacional. A síndrome de Rett é um distúrbio genético e
de neurodesenvolvimento raro que ocorre quase exclusivamente nas meninas. Meninos são
raramente afetados.
Meninas com síndrome de Rett parecem se desenvolver normalmente até algum momento
entre 6 e 18 meses de idade. Quando o distúrbio se inicia, o crescimento da cabeça diminui e as
capacidades linguísticas e sociais se deterioram. Caracteristicamente, as meninas manifestam
movimentos repetitivos das mãos, como se as estivessem lavando ou retorcendo. Perdem-se os
movimentos intencionais das mãos, o caminhar é prejudicado e os movimentos do tronco ficam
desajeitados. Podem ocorrer problemas respiratórios. Ocorre o desenvolvimento da deficiência
intelectual e, em geral, ela é grave. Podem ocorrer convulsões e, com o tempo, a mobilidade
pode ser afetada. As crianças podem desenvolver escoliose e, frequentemente, apresentam
problemas cardíacos. Elas podem ter retardo do crescimento e tendem a ter dificuldade em
manter o peso.
O melhor tratamento para a síndrome de Rett compreende uma abordagem por equipe
médica incluindo fisioterapia, terapia ocupacional e terapia da fala/linguagem. A maioria das
pessoas com síndrome de Rett necessita de cuidados abrangentes e de programas especiais de
educação.
2.3. Dislexia
Problemas aurais, em vez de visuais, agora são considerados causas predominantes dos
transtornos de leitura. Problemas de processamento fonológicos causam deficits na
discriminação, combinação, memória e análise dos sons. A dislexia pode afetar a produção e a
compreensão da linguagem escrita que frequentemente é limitada por problemas como memória
auditiva, elaboração da fala e nomeação ou encontro de palavras. Estão frequentemente presentes
debilidades basais na linguagem verbal.
A ocorrência da dislexia tende a ser familiar. Crianças com história familiar de dificuldades
de leitura ou aprendizado são tidas como de alto risco. Alterações encontradas no cérebro de
disléxicos fazem os especialistas acre-ditarem que ela resulte predominantemente de
anormalidades congênitas do desenvolvimento neural. Suspeitam-se ainda de lesões que afetam a
integração ou interação de funções cerebrais específicas. A maioria dos pesquisadores
concordam que a dislexia está relacionada com o hemisfério esquerdo e associada a disfunções
de áreas cerebrais responsáveis pela linguagem (área motora da fala de Wernicke) e produção do
som e fala (área motora da fala de Broca) e na interconexão destas áreas via fascículo arqueado.
Disfunções ou defeitos no giro angular, na área occipital medial e no hemisfério direito
produzem problemas de reconhecimento da palavra. Pesquisas sugerem alguma maleabilidade
cerebral em resposta ao treinamento.
Dificuldades em lidar com palavras apesar das habilidades normais para cálculos
matemáticos.
As crianças com problemas de processamento fonológico têm com frequência dificuldades
de diferenciar os sons, o ritmo das palavras, a identificar a posição dos sons nas palavras e a
segmentação da palavra em componentes pronunciáveis. Elas podem reverter a ordem dos sons
na palavra. São considerados como sinais precoces o atraso ou hesitação na escolha ou
substituição das palavras, denominação das letras e desenhos. São ainda comuns as dificuldades
da memória auditiva recente e as do sequenciamento auditivo.
Ao redor de 20% das crianças com dislexia apresentam dificuldades com as exigências
visuais de leitura. Entretanto, algumas crianças confundem letras e palavras com configurações
semelhantes ou têm dificuldade de selecionar ou identificar visualmente grupos ou padrões de
letras (associação som-símbolo). Podem ocorrer reversões ou confusões visuais, mais
frequentemente decorrentes de dificuldades de retenção ou acesso que levam as crianças afetadas
a esquecer ou confundir os nomes das letras e palavras com estrutura semelhante;
subsequentemente d torna-se b, m torna-se w, h torna-se n, foitorna-se viu e aceso torna-se não.
Tais confusões são normais em crianças com < 8 de idade.
Embora a dislexia seja um problema para toda a vida, muitas crianças desenvolvem aptidões
de leitura funcional. Entretanto, outras crianças nunca alcançam alfabetização adequada.
A maioria das crianças com dislexia não são identificadas até o jardim de infância ou o 1º
grau, quando elas aprendem a desenhar os símbolos. Devem ser avaliadas as crianças com
história de atraso na aquisição ou uso da linguagem, que não aceleram o aprendizado da palavra
até o 1º grau, ou que não conseguem ler em nível esperado para suas habilidades verbais ou
intelectuais, em qualquer grau de escolaridade. O melhor indicador diagnóstico é a inabilidade da
criança em responder às abordagens de leitura tradicional ou típicas, durante o 1º grau, embora
uma ampla variação de habilidades de leitura possa ser vista nesta fase. A demonstração de
problemas de processamento fonológico é essencial para o diagnóstico.
Crianças com suspeita de dislexia devem ser submetidas a avaliações de leitura, fala,
linguagem, audição, função cognitiva e psicológica, para identificar suas firmezas ou debilidades
e seu estilo preferido de aprendizagem. Estas avaliações podem ser solicitadas dos profissionais
da escola, pelo professor ou família da criança, baseadas em Individuals with Disabilities
Education Act (IDEA), uma lei norte-americana primária sobre educação especial. Após a
avaliação, é orientada uma abordagem de instrução mais eficaz.
A avaliação psicológica aplica-se aos cuidados emocionais que podem exacerbar a inabilidade
de leitura. Deve-se avaliar uma história familiar completo sobre problemas emocionais ou
mentais.
O clínico deve assegurar-se de que a audição e visão da criança sejam normais e, na dúvida,
encaminhar para testes visuais e audiométricos. A avaliação neurológica pode ajudar a encontrar
aspectos secundários (p. ex., imaturidade no desenvolvimento neural, ou anormalidades
neurológicas menores) e afastar outros processos (p. ex., convulsões).
Fortes evidências levam a componentes genéticos. Para pais de uma criança com
transtornos do espectro autista, o risco de ter outro filho com transtorno do espectro do autismo é
cerca de 3 a 10%. O risco é maior (cerca de 7%) se a criança afetada é do sexo feminino e menor
(cerca de 4%) se ela é do sexo masculino. A taxa de concordância em gêmeos monozigóticos do
autismo é elevada. Pesquisas sobre famílias sugeriram várias potenciais áreas de genes alvo,
incluindo aquelas relacionadas aos receptores de neurotransmissores (serotonina e ácido gama-
aminobutírico [GABA]) e controle estrutural do sistema nervoso central (genes HOX). Houve
suspeitas de causas ambientais, mas elas não foram provadas. Há fortes evidências de que
vacinas não causam autismo, e o estudo preliminar que sugeriu essa associação foi
desconsiderado porque seu autor falsificou dados [ver também vacina contra sarampo, caxumba
e rubéola (SCR)].
Essas duas características devem estar presentes em uma idade jovem (embora possam não ser
reconhecidas naquele momento) e devem ser graves o suficiente para prejudicar
significativamente a capacidade da criança de conviver em casa, na escola ou em outras
situações. As manifestações devem ser mais pronunciadas do que o esperado para o nível de
desenvolvimento da criança e ajustadas às normas nas diferentes culturas.
Adesão inflexível a rotinas e/ou rituais (p. ex., sentir aflição extrema em pequenas
mudanças nas refeições ou roupas, ter rituais de saudação estereotipados)
Interesses muito restritos anormalmente fixos (p. ex., preocupação com aspiradores de
pó, pacientes mais velhos que anotam horários de voos)
Reação exagerada ou falta de reação a estímulos sensoriais (p. ex., aversão extrema a
cheiros, aromas ou texturas específicas; indiferença aparente à dor ou temperatura)
Algumas crianças se autoagridem. Cerca de 25% dos afetados têm perda das habilidades
adquiridas anteriormente.
Todas as crianças com um transtorno do espectro autista têm problemas pelo menos alguma
dificuldade com a interação, comportamento e comunicação; entretanto, a gravidade dos
problemas varia significativamente.
Uma das teorias atuais comumente defendida afirma que o problema fundamental do
espectro do transtorno do autismo é a "cegueira mental", ou seja, a inabilidade de imaginar o que
a outra pessoa possa estar pensando. Admite-se que esta dificuldade resulte em interações
anômalas, que, por sua vez, levam ao desenvolvimento anormal da linguagem. Um dos
marcadores mais precoces e sensíveis para o autismo é a inabilidade de uma criança de 1 ano de
idade apontar objetos à distância de maneira comunicativa. A hipótese é de que a criança não
consegue imaginar que outra pessoa entenda o que está sendo indicado; no lugar disto, a criança
indica o desejado objeto apenas pelo toque físico ou usando a mão do adulto como ferramenta.
Pesquisas recentes também sugerem que diferenças no processamento sensorial estão por trás das
diferenças na interação e comunicação sociais presentes em crianças pequenas com transtornos
do espectro do autismo.
A terapia da fala e linguagem deve começar cedo e utilizar uma variedade de métodos,
incluindo sinais, troca de fotos e dispositivos de comunicação aprimorada como aqueles que
geram fala com base em sinais que a criança seleciona em um tablet ou dispositivo portátil, bem
como fala. Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais planejam e implementam estratégias para
ajudar as crianças a compensarem deficits específicos da função motora e processamento
sensorial.
Intervenções dietéticas, incluindo alguns suplementos vitamínicos e uma dieta livre de glúten
e sem caseína, não são úteis o suficiente para que possam ser recomendadas; mas muitas famílias
optam por usá-las, levando à necessidade de monitorar insuficiências e excessos alimentares.
Outras abordagens de complementação e investigação (p. ex., facilitação na comunicabilidade,
terapia com quelação, treinamento de integração auditiva, terapia com oxigênio hiperbárico) não
mostraram ser eficazes.
3. Transtornos Emocionais
3.1. Depressão
A depressão pode fazer com que a pessoa fique triste e sem energia e/ou que perca todo o
interesse e prazer em atividades de que costumava gostar.
O termo depressão costuma ser usado para descrever o humor triste ou desencorajado que
resulta de eventos emocionalmente estressantes, como um desastre natural, uma doença séria ou
a morte de um ente querido. É possível também que a pessoa diga que se sente deprimida em
determinados momentos, como nas festas de fim de ano (tristeza de fim de ano) ou no
aniversário da morte de um ente querido. No entanto, esses sentimentos normalmente não
representam um transtorno. Normalmente, esses sentimentos são temporários e duram dias, não
semanas ou meses, e ocorrem em ondas que tendem a estar relacionadas a pensamentos ou
lembranças do evento perturbador. Além disso, esses sentimentos não interferem
substancialmente com a funcionalidade durante qualquer período de tempo.
Depois da ansiedade, a depressão é o transtorno de saúde mental que ocorre com mais
frequência. Aproximadamente 30% das pessoas que consultam um clínico geral têm sintomas de
depressão, porém, menos de 10% dessas pessoas apresentam depressão grave.
Um episódio de depressão não tratado costuma durar cerca de seis meses, mas, às vezes,
prolonga-se por dois anos ou mais. Os episódios tendem a se repetir diversas vezes ao longo da
vida.
A causa exata da depressão não está clara, mas uma série de fatores podem tornar a depressão
mais provável. Os fatores de risco incluem;
Fatores genéticos contribuem para a depressão em aproximadamente metade das pessoas que a
têm. Por exemplo, a depressão é mais comum em parentes de primeiro grau (especialmente em
um gêmeo idêntico) de pessoas com depressão. Os fatores genéticos podem afetar o
funcionamento de substâncias que ajudam as células nervosas a se comunicarem
(neurotransmissores). Serotonina, dopamina e noradrenalina são neurotransmissores que podem
estar envolvidos na depressão.
Muitas pessoas afirmam que se sentem mais tristes no final do outono e no inverno e
atribuem essa tendência à diminuição das horas de luz natural e às temperaturas mais baixas. No
entanto, em algumas pessoas, essa tristeza é grave o bastante para ser considerada um tipo de
depressão (chamada de transtorno afetivo sazonal).
Vários transtornos de saúde mental podem predispor uma pessoa à depressão. Eles
incluem determinados transtornos de ansiedade, o transtorno por uso de álcool, outros
transtornos por uso de substâncias e a esquizofrenia. Pessoas que já tiveram depressão têm mais
propensão a tê-la novamente.
Além de ansiedade, muitas vezes a pessoa também tem sintomas físicos, incluindo falta de ar,
tontura, sudorese, batimentos cardíacos rápidos e/ou tremor. Com frequência, os transtornos de
ansiedade modificam de maneira significativa o comportamento diário, incluindo fazer com que
a pessoa evite determinadas coisas e situações. Esses transtornos são diagnosticados com base
em critérios específicos definidos.
Os transtornos de ansiedade são o tipo mais frequente de transtorno de saúde mental e atingem
aproximadamente 15% dos adultos nos Estados Unidos. A ansiedade significativa pode persistir
vários anos e a pessoa com a ansiedade começa a acreditar que isso é normal. Por essa e outras
razões, os transtornos de ansiedade muitas vezes não são diagnosticados ou tratados.
A angústia mental que ocorre imediatamente ou logo após vivenciar ou testemunhar um evento
extremamente traumático não é mais classificada como um transtorno de ansiedade. Esses
transtornos são atualmente classificados como transtornos relacionados a trauma e a estresse e
incluem o transtorno de estresse agudo, o transtorno de adaptação e o transtorno de estresse pós-
traumático.
As causas dos transtornos de ansiedade não são completamente conhecidas, mas pode haver o
envolvimento dos seguintes fatores:
Constituição psicológica;
Um transtorno de ansiedade pode ser iniciado por estresses causados pelo meio, como o fim
de um relacionamento importante ou a exposição a um desastre com risco à vida.
A ansiedade também pode ser causada por um problema de saúde geral ou pelo uso ou
interrupção (abstinência) de um medicamento ou droga. Problemas de saúde geral que podem
causar ansiedade incluem:
Álcool;
Cafeína;
Cocaína;
A avaliação do médico, tomando por base critérios específicos, Pode ser complicado decidir
quando a ansiedade é grave o suficiente para ser considerada um transtorno. A capacidade de
uma pessoa de suportar a ansiedade varia e pode ser difícil determinar o que deve ser
considerado como grau anormal de ansiedade. Normalmente, os médicos usam os seguintes
critérios específicos estabelecidos:
O médico procura por outros transtornos que podem estar causando a ansiedade, como
depressão ou um distúrbio do sono. O médico também pergunta se a pessoa tem parentes que já
tiveram sintomas semelhantes, porque os transtornos de ansiedade tendem a ser hereditários.
Os médicos também realizam um exame físico. Exames de sangue e outros exames podem
ser feitos para verificar a presença de problemas de saúde que podem causar ansiedade.
Se a causa for outro problema de saúde ou um medicamento ou droga, o médico tem por meta
corrigir a causa em vez de tratar os sintomas de ansiedade. A ansiedade deve diminuir depois de
a doença física ser tratada ou após o uso do medicamento ou droga ter sido interrompido por
tempo suficiente para que todos os sintomas de abstinência tenham desaparecido. Se a ansiedade
permanecer, podem ser utilizados medicamentos ansiolíticos ou psicoterapia (como terapia
comportamental).
No caso de pessoas que estão em estado terminal, determinados analgésicos fortes, como a
morfina, podem melhorar tanto a dor como a ansiedade.
Caso um transtorno de ansiedade seja diagnosticado, a farmacoterapia ou psicoterapia (por
exemplo, a terapia comportamental), isoladamente ou combinadas, conseguem melhorar
significativamente a angústia e a disfunção na maioria das pessoas. Os benzodiazepínicos (por
exemplo, o diazepam) costumam ser receitados para tratar a ansiedade aguda. Os
antidepressivos, como os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs), funcionam
tão bem para transtornos de ansiedade quanto para a depressão para muitas pessoas. Os
tratamentos específicos dependem de qual transtorno de ansiedade é diagnosticado.
Os médicos baseiam o diagnóstico nos sintomas conforme relatados pela criança, pelos pais e
professores e fazem exames para verificar outros distúrbios que possam estar causando os
sintomas. No caso dos adolescentes com depressão, uma combinação de psicoterapia e
antidepressivos é em geral mais eficaz, mas no caso de crianças mais novas, em geral, apenas a
psicoterapia é tentada primeiro.
Os médicos não sabem exatamente o que causa a depressão, mas anomalias químicas no
cérebro provavelmente estão envolvidas. Parte da tendência à depressão é hereditária. Uma
combinação de fatores, incluindo experiências de vida (por exemplo, uma perda em idade jovem,
abuso, lesão, violência doméstica ou ter vivenciado um desastre natural) e uma tendência
genética (vulnerabilidade), parece contribuir.
Às vezes, outro distúrbio, como uma glândula tireoide hipoativa ou transtorno de uso de
substâncias, é parte da causa. Foi observado que alguns adolescentes com depressão persistente
têm uma baixa concentração de ácido fólico (uma vitamina) no líquido que rodeia o cérebro e a
medula espinhal (o líquido cefalorraquidiano).
3.3.2. Sintomas
O apetite pode aumentar ou diminuir, o que com frequência leva a alterações consideráveis do
peso. As crianças em fase de crescimento podem não ganhar peso da maneira esperada.
O sono é frequentemente perturbado. As crianças podem ter insônia, dormir demais ou ser
perturbadas por pesadelos frequentes.
As crianças deprimidas frequentemente não têm energia nem são fisicamente ativas. Contudo,
algumas crianças, especialmente as mais novas, apresentam sintomas aparentemente
contraditórios, como hiperatividade e comportamento agressivo. Essas crianças podem parecer
mais irritáveis do que tristes.