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1.

Introdução
2. TRANSTORNOS DO DESENVOLVIMENTO

O termo “Transtornos d Dosenvolvimento” é uma denominação mais adequada para os


distúrbios do desenvolvimento. Os distúrbios do neurodesenvolvimento são problemas
neurológicos que podem interferir com a aquisição, retenção, ou aplicação de habilidades ou
conjuntos de informações específicos. Eles podem envolver disfunção da atenção, da memória,
da percepção, da linguagem, da solução de problemas ou da interação social. Esses distúrbios
podem ser leves e de fácil controle com intervenções comportamentais e educacionais ou podem
ser mais graves, e as crianças afetadas podem precisar de mais apoio.

Os distúrbios do neurodesenvolvimento incluem:

 Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade;

 Transtornos do espectro autista;

 Dificuldades de aprendizagem, como dislexia e deficiências em outras áreas acadêmicas;

 Síndrome de Rett.

2.1. Transtorno Do Déficit De Atenção Com Hiperatividade (TDAH)

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) consiste em uma capacidade


de concentração ruim e/ou excesso de atividade e impulsividade impróprias para a idade da
criança que interferem no desempenho ou no desenvolvimento. O TDAH é um distúrbio cerebral
presente desde o nascimento ou que se desenvolve logo após o nascimento.

Algumas crianças têm dificuldades principalmente com a atenção prolongada, com a


concentração e com a capacidade de concluir tarefas; algumas crianças são hiperativas e
impulsivas e algumas têm ambos os problemas. Os médicos usam questionários preenchidos
pelos pais e professores assim como observação da criança para realizar o diagnóstico.

Medicamentos psicoestimulantes ou outros tipos de medicamentos, além de ambientes


estruturados, rotinas, um plano de intervenção escolar e modificação das técnicas de educação
dos pais são, com frequência, necessárias. O transtorno do déficit de atenção/hiperatividade
(TDAH) é um distúrbio do neurodesenvolvimento. Embora crianças com TDAH geralmente se
comportem de maneira hiperativa e impulsiva, o TDAH não é um distúrbio de comportamento.

Embora exista considerável controvérsia sobre o número de crianças afetadas, estima-se que
o TDAH afete 5% a 15% das crianças e seja duas vezes mais comum em meninos. Muitas
características do TDAH são notadas antes dos quatro e invariavelmente antes dos 12 anos de
idade, mas podem não interferir significativamente no desempenho acadêmico e social até os
anos escolares intermediários.
O TDAH era chamado anteriormente apenas transtorno do déficit de atenção (TDA). No
entanto, a ocorrência comum de hiperatividade nas crianças afetadas, que é na verdade uma
extensão física do déficit de atenção e impulsividade, levou a uma alteração da terminologia
atual.

Existem três tipos de TDAH:

 Desatento;

 Hiperativo/impulsivo;

 Combinado.

Os sintomas do TDAH vão de leves a graves e podem se tornar exagerados ou se tornar um


problema em certos ambientes, como em casa ou na escola. As restrições da escola e estilos de
vida organizados tornam o TDAH um problema, enquanto que em gerações anteriores os
sintomas podem não ter interferido significativamente no desempenho das crianças porque as
pessoas tinham expectativas diferentes sobre o comportamento infantil normal. Embora alguns
dos sintomas do TDAH possam também ocorrer em crianças sem esse transtorno, eles são mais
frequentes e graves nas crianças com o déficit.

2.1.1. TDAH em adultos

Embora o TDAH seja considerado um transtorno que afeta crianças e sempre tem início na
infância, algumas vezes ele pode não ser reconhecido até a adolescência ou idade adulta. As
diferenças neurológicas continuam na idade adulta e cerca de metade das pessoas continuam a ter
sintomas comportamentais na idade adulta.

Os sintomas em adultos incluem:

 Dificuldade de concentração;

 Dificuldade para completar tarefas (habilidades executivas ruins);

 Inquietação;

 Oscilações do humor;

 Impaciência;

 Dificuldade em manter relacionamentos.

Pode ser ainda mais difícil diagnosticar o TDAH na idade adulta. Os sintomas podem ser
semelhantes àqueles dos transtornos mentais, incluindo os transtornos do humor e os transtornos
da ansiedade. Adultos que praticam o abuso de álcool e de drogas recreativas podem ter sintomas
semelhantes. Para poder diagnosticar o TDAH, o médico pede ao adulto para responder
questionários, mas ele pode também examinar o histórico escolar para confirmar a existência de
um padrão de desatenção ou impulsividade.

Os adultos com TDAH podem se beneficiar dos mesmos tipos de medicamentos estimulantes
que as crianças afetadas. Eles possivelmente precisarão de terapia com o psicólogo para ajudá-
los a melhorar sua habilidade de administrar o tempo e desenvolver outras técnicas para lidar
com os problemas.

2.1.2. Causas de TDAH

O TDAH não tem uma causa única específica, mas fatores genéticos (hereditários) estão com
frequência presentes. Pesquisas indicam ser provável que o TDAH envolva anomalias dos
neurotransmissores (substâncias que transmitem impulsos nervosos no cérebro). Alguns fatores
de risco incluem baixo peso ao nascimento (abaixo de 1.500 g), traumatismo craniano, infecção
cerebral, deficiência de ferro, apneia obstrutiva do sono e exposição a chumbo, assim como
exposição a álcool, tabaco ou cocaína antes do nascimento. O TDAH também está associado a
eventos traumáticos durante a infância, por exemplo, violência, abuso ou negligência.

Algumas pessoas expressaram preocupação quanto à possibilidade de aditivos alimentares e


açúcar poderem causar TDAH. Ainda que algumas crianças pareçam se tornar hiperativas ou
impulsivas após comer alimentos contendo açúcar, estudos confirmaram que as diferenças
cerebrais que causam o TDAH estão presente ao nascimento e que alimentos e fatores ambientais
não causam o transtorno.

2.1.3. Sintomas de TDAH

O TDAH é principalmente um problema da atenção prolongada, da concentração e da


persistência (capacidade de terminar uma tarefa). As crianças afetadas podem ser também
superativas e impulsivas. As crianças em idade pré-escolar com TDAH podem ter problemas
com a comunicação e parecem ter problemas com as interações sociais. À medida que as
crianças atingem a idade escolar, elas podem parecer desatentas. Elas podem se remexer
nervosamente. Elas podem ser impacientes e falar impulsivamente. Durante as últimas etapas da
infância, essas crianças mexem constantemente as pernas e as mãos de forma nervosa, falam
impulsivamente, esquecem coisas com facilidade e podem ser desorganizadas. Elas geralmente
não são agressivas.

2.1.4. Diagnóstico de TDAH

O diagnóstico de TDAH se baseia no número, frequência e gravidade dos sinais. As crianças


devem ter seis ou mais sinais de desatenção ou de hiperatividade e impulsividade (ou seis de
cada grupo para diagnosticar o tipo combinado de TDAH; consulte Sinais de TDAH). Os sinais
devem estar presentes em, pelo menos, dois ambientes separados (normalmente, casa e escola)
para que a reação da criança a problemas específicos em uma situação não seja confundida com
TDAH. A ocorrência dos sinais apenas em casa ou apenas na escola, e em nenhum outro lugar,
não se qualifica como TDAH, porque esses sinais podem ser causados pela situação específica.
Os sinais devem também ser mais pronunciados do que seria esperado para o nível de
desenvolvimento da criança e devem estar presentes por, pelo menos, seis meses. O diagnóstico
é geralmente difícil, pois depende da opinião do observador. Além disso, as crianças que são
principalmente desatentas podem não ser percebidas até o seu desempenho acadêmico ser
afetado de maneira adversa.

Não existem exames de laboratório para o TDAH. Questionários sobre diferentes aspectos do
comportamento e desenvolvimento podem ajudar os médicos e psicólogos a estabelecer um
diagnóstico. Como os distúrbios de aprendizagem são frequentes, muitas crianças são submetidas
a exames psicológicos para determinar se elas têm TDAH e para detectar a presença de um
distúrbio de aprendizagem específico, seja como causa da desatenção ou como um problema
coexistente.

Um exame físico e, às vezes, também são realizados vários exames de sangue e outros para
excluir outros distúrbios.

2.1.5. Prognóstico do TDAH

De forma significativa, a grande maioria das crianças com TDAH se torna adultos produtivos
e pessoas com TDAH parecem se adaptar melhor ao trabalho do que à escola. Contudo, se o
distúrbio não for tratado na infância, o risco de abuso de álcool ou drogas e de suicídio pode
aumentar.

A desatenção das crianças com TDAH geralmente não desaparece com a idade, ainda que as
crianças com hiperatividade tendam a se tornar um tanto menos impulsivas e hiperativas com a
idade. Contudo, a maioria dos adolescentes e dos adultos aprende a se adaptar à sua falta de
atenção. Cerca de um terço das pessoas percebem que elas continuam a se beneficiar do uso de
medicamentos estimulantes.

Outros problemas que podem se manifestar e persistir na adolescência e na idade adulta


incluem baixo rendimento acadêmico, desorganização (conhecidas como habilidades executivas
ruins), baixa autoestima, ansiedade, depressão e dificuldade para aprender comportamentos
sociais apropriados.

2.1.6. Tratamento de TDAH

As crianças são tratadas com terapia comportamental e com medicamentos estimulantes. Os


medicamentos ajudam a aliviar os sintomas e facilitam a participação das crianças na escola e em
outras atividades. A terapia combinada é especialmente benéfica para crianças mais novas. Já nas
crianças em idade pré-escolar, a terapia comportamental pode ser suficiente.

Os medicamentos psicoestimulantes são o tratamento farmacológico mais eficaz.


Metilfenidato e outros medicamentos semelhantes à anfetamina são os psicoestimulantes mais
frequentemente receitados. Eles são igualmente eficazes e têm efeitos colaterais similares.
Diversos preparados de liberação lenta (de ação mais longa) estão disponíveis, além das formas
regulares, e permitem a administração da dose uma vez ao dia, podendo ajudar a evitar o uso
inadequado.

Os efeitos colaterais dos medicamentos psicoestimulantes podem incluir;

 Distúrbios do sono (tais como insônia);

 Supressão do apetite;

 Cefaleias;

 Dor de estômago;

 Frequência cardíaca e pressão arterial elevadas;

 Depressão, tristeza ou ansiedade.

A maioria das crianças não apresenta efeitos colaterais, exceto talvez redução do apetite.
Todos os efeitos colaterais desaparecem quando o medicamento é interrompido. Contudo,
quando tomados em altas dosagens por muito tempo, os estimulantes podem retardar o
crescimento das crianças e esse crescimento retardado pode continuar na idade adulta. Por isso,
os médicos monitoram o peso e a altura. Caso a criança esteja crescendo lentamente ou apresente
efeitos colaterais significativos, é possível que o médico indique tirar “férias terapêuticas”.
Durante as “férias terapêuticas”, os medicamentos estimulantes são interrompidos nos períodos
em que as crianças não precisam estar atentas ou concentradas, por exemplo, durante o fim de
semana ou nas férias de verão. Contudo, algumas crianças têm muita dificuldade em
desempenhar suas atividades mesmo fora da escola e talvez não consigam tolerar as “férias
terapêuticas”.

Diversos outros medicamentos podem ser usados para tratar a falta de atenção e os sintomas
comportamentais. Esses medicamentos incluem:

 Atomoxetina (um medicamento não estimulante para TDAH);

 Alguns medicamentos normalmente usados para hipertensão arterial como a clonidina e


guanfacina;

 Antidepressivos;
 Medicamentos ansiolíticos;

 Às vezes, uma combinação de medicamentos é usada..

2.2. Sindrome de Rett

A síndrome de Rett é um distúrbio raro do neurodesenvolvimento causado por um problema


genético que ocorre quase exclusivamente em meninas e afeta o desenvolvimento após um
período inicial de desenvolvimento normal de seis meses.

A síndrome de Rett é causada por uma mutação genética. Os sintomas incluem um declínio
nas habilidades sociais e da fala após um período inicial de desenvolvimento normal. O
diagnóstico se baseia na observação de um médico do desenvolvimento e do crescimento inicial
da criança e em exames genéticos. O tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar com
foco no controle dos sintomas e apoio educacional. A síndrome de Rett é um distúrbio genético e
de neurodesenvolvimento raro que ocorre quase exclusivamente nas meninas. Meninos são
raramente afetados.

A síndrome de Rett é causada pela mutação de um gene ou genes necessários para o


desenvolvimento do cérebro. Ela prejudica as interações sociais, causa perda das capacidades
linguísticas e movimentos repetitivos das mãos. As meninas com a síndrome de Rett são
geralmente bebês a termo que passaram por uma gestação e parto sem intercorrências. Embora
muitos sintomas se pareçam com os sintomas de um transtorno do espectro autista, incluindo
dificuldade nas habilidades sociais e de comunicação, a síndrome de Rett é um distúrbio
separado.

2.2.1. Sintomas da síndrome de Rett

Meninas com síndrome de Rett parecem se desenvolver normalmente até algum momento
entre 6 e 18 meses de idade. Quando o distúrbio se inicia, o crescimento da cabeça diminui e as
capacidades linguísticas e sociais se deterioram. Caracteristicamente, as meninas manifestam
movimentos repetitivos das mãos, como se as estivessem lavando ou retorcendo. Perdem-se os
movimentos intencionais das mãos, o caminhar é prejudicado e os movimentos do tronco ficam
desajeitados. Podem ocorrer problemas respiratórios. Ocorre o desenvolvimento da deficiência
intelectual e, em geral, ela é grave. Podem ocorrer convulsões e, com o tempo, a mobilidade
pode ser afetada. As crianças podem desenvolver escoliose e, frequentemente, apresentam
problemas cardíacos. Elas podem ter retardo do crescimento e tendem a ter dificuldade em
manter o peso.

Podem ocorrer pequenas melhoras espontâneas na interação social no final da infância e


início da adolescência, mas os problemas de linguagem e comportamento manual persistem.
2.2.2. Diagnóstico da síndrome de Rett

O médico faz o diagnóstico da síndrome de Rett ao observar sintomas durante o crescimento


e o desenvolvimento inicial da criança. É necessária uma avaliação contínua do estado físico e
neurológico da criança. Testes genéticos para o gene mutado e outros genes são feitos para
confirmar o diagnóstico.

2.2.3. Prognóstico da síndrome de Rett

O prognóstico de longo prazo, incluindo a estimativa de tempo de vida, é variável. No


entanto, geralmente as crianças sobrevivem até a idade adulta com o apoio de uma equipe
médica. Muitos fatores, incluindo a eficácia no controle das convulsões, se a pessoa conseguir ou
não manter a capacidade de andar e a nutrição, afetam o prognóstico.

2.2.4. Tratamento da síndrome de Rett

O melhor tratamento para a síndrome de Rett compreende uma abordagem por equipe
médica incluindo fisioterapia, terapia ocupacional e terapia da fala/linguagem. A maioria das
pessoas com síndrome de Rett necessita de cuidados abrangentes e de programas especiais de
educação.

Os médicos podem administrar medicamentos para controlar as convulsões, ajudar a aliviar


problemas respiratórios ou para ajudar com problemas de movimento. Reavaliações médicas
regulares são necessárias para monitorar a progressão de escoliose e para monitorar problemas
cardíacos. Pode ser necessário oferecer suporte nutricional para ajudar crianças afetadas a manter
seu peso.

2.3. Dislexia

A dislexia é um termo geral que descreve distúrbios de leitura, específicos. O diagnóstico é


realizado por meio avaliações intelectuais, educacionais, fala, linguagem e psicológica. O
tratamento é baseado em condutas educacionais, com instruções na habilidade de
reconhecimento e composição da palavra.

A dislexia é um termo específico do transtorno de leitura. Transtornos de aprendizagem


incluem problemas de leitura, matemática, ortografia, expressões escritas ou manuscritas,
compreensão ou uso da linguagem verbal ou não verbal. Nenhuma definição de dislexia é
universalmente aceita, portanto a incidência é indeterminada. Estima-se que 15% das crianças
em escolas públicas recebem instruções especiais para leitura; destas, metade podem ter
dificuldades persistentes de leitura. A dislexia é identificada mais frequentemente em meninos,
mas o sexo não é fator de risco do seu desenvolvimento.
A inabilidade de aprender regras da linguagem impressa é considerada parte da dislexia.
Crianças afetadas podem ter dificuldades de determinar a raiz ou a procedência das palavras e
determinar na palavra qual a sequência das letras.

Problemas de leitura diferentes da dislexia são geralmente causados por inabilidade na


compreensão da palavra ou insuficiência cognitiva. Problemas de percepção visual e movimentos
oculares anormais não são dislexia. Entretanto, estes problemas podem interferir posteriormente
no aprendizado da palavra.

2.3.1. Causas da dislexia

Problemas aurais, em vez de visuais, agora são considerados causas predominantes dos
transtornos de leitura. Problemas de processamento fonológicos causam deficits na
discriminação, combinação, memória e análise dos sons. A dislexia pode afetar a produção e a
compreensão da linguagem escrita que frequentemente é limitada por problemas como memória
auditiva, elaboração da fala e nomeação ou encontro de palavras. Estão frequentemente presentes
debilidades basais na linguagem verbal.

2.3.2. Fisiopatologia da dislexia

A ocorrência da dislexia tende a ser familiar. Crianças com história familiar de dificuldades
de leitura ou aprendizado são tidas como de alto risco. Alterações encontradas no cérebro de
disléxicos fazem os especialistas acre-ditarem que ela resulte predominantemente de
anormalidades congênitas do desenvolvimento neural. Suspeitam-se ainda de lesões que afetam a
integração ou interação de funções cerebrais específicas. A maioria dos pesquisadores
concordam que a dislexia está relacionada com o hemisfério esquerdo e associada a disfunções
de áreas cerebrais responsáveis pela linguagem (área motora da fala de Wernicke) e produção do
som e fala (área motora da fala de Broca) e na interconexão destas áreas via fascículo arqueado.
Disfunções ou defeitos no giro angular, na área occipital medial e no hemisfério direito
produzem problemas de reconhecimento da palavra. Pesquisas sugerem alguma maleabilidade
cerebral em resposta ao treinamento.

Sinais e sintomas da dislexia:

 A dislexia pode manifestar-se como;

 Atraso na aquisição da palavra;

 Dificuldades na articulação da palavra;

 Dificuldades de lembrar os nomes das letras, números e cores;

 Dificuldades em lidar com palavras apesar das habilidades normais para cálculos
matemáticos.
As crianças com problemas de processamento fonológico têm com frequência dificuldades
de diferenciar os sons, o ritmo das palavras, a identificar a posição dos sons nas palavras e a
segmentação da palavra em componentes pronunciáveis. Elas podem reverter a ordem dos sons
na palavra. São considerados como sinais precoces o atraso ou hesitação na escolha ou
substituição das palavras, denominação das letras e desenhos. São ainda comuns as dificuldades
da memória auditiva recente e as do sequenciamento auditivo.

Ao redor de 20% das crianças com dislexia apresentam dificuldades com as exigências
visuais de leitura. Entretanto, algumas crianças confundem letras e palavras com configurações
semelhantes ou têm dificuldade de selecionar ou identificar visualmente grupos ou padrões de
letras (associação som-símbolo). Podem ocorrer reversões ou confusões visuais, mais
frequentemente decorrentes de dificuldades de retenção ou acesso que levam as crianças afetadas
a esquecer ou confundir os nomes das letras e palavras com estrutura semelhante;
subsequentemente d torna-se b, m torna-se w, h torna-se n, foitorna-se viu e aceso torna-se não.
Tais confusões são normais em crianças com < 8 de idade.

Embora a dislexia seja um problema para toda a vida, muitas crianças desenvolvem aptidões
de leitura funcional. Entretanto, outras crianças nunca alcançam alfabetização adequada.

2.3.3. Diagnóstico da dislexia

A maioria das crianças com dislexia não são identificadas até o jardim de infância ou o 1º
grau, quando elas aprendem a desenhar os símbolos. Devem ser avaliadas as crianças com
história de atraso na aquisição ou uso da linguagem, que não aceleram o aprendizado da palavra
até o 1º grau, ou que não conseguem ler em nível esperado para suas habilidades verbais ou
intelectuais, em qualquer grau de escolaridade. O melhor indicador diagnóstico é a inabilidade da
criança em responder às abordagens de leitura tradicional ou típicas, durante o 1º grau, embora
uma ampla variação de habilidades de leitura possa ser vista nesta fase. A demonstração de
problemas de processamento fonológico é essencial para o diagnóstico.

Crianças com suspeita de dislexia devem ser submetidas a avaliações de leitura, fala,
linguagem, audição, função cognitiva e psicológica, para identificar suas firmezas ou debilidades
e seu estilo preferido de aprendizagem. Estas avaliações podem ser solicitadas dos profissionais
da escola, pelo professor ou família da criança, baseadas em Individuals with Disabilities
Education Act (IDEA), uma lei norte-americana primária sobre educação especial. Após a
avaliação, é orientada uma abordagem de instrução mais eficaz.

As avaliações da compreensão da leitura testam o reconhecimento e análise da palavra, a


fluência, a compreensão da leitura, o nível de atenção, de compreensão do vocabulário e
processo de leitura.
As avaliações da fala, linguagem e audição testam a linguagem falada, e deficiências no
processamento dos fonemas (sons elementares) da linguagem falada. Funções da linguagem
receptiva e expressiva também são avaliadas. Testam-se as habilidades cognitivas (p. ex.,
atenção, memória, raciocínio).

A avaliação psicológica aplica-se aos cuidados emocionais que podem exacerbar a inabilidade
de leitura. Deve-se avaliar uma história familiar completo sobre problemas emocionais ou
mentais.

O clínico deve assegurar-se de que a audição e visão da criança sejam normais e, na dúvida,
encaminhar para testes visuais e audiométricos. A avaliação neurológica pode ajudar a encontrar
aspectos secundários (p. ex., imaturidade no desenvolvimento neural, ou anormalidades
neurológicas menores) e afastar outros processos (p. ex., convulsões).

2.3.4. Tratamento da dislexia

O tratamento da dislexia consiste em intervenções educacionais, incluindo instruções diretas


ou indiretas quanto às habilidades de reconhecimento de palavras ou componentes.

Instruções diretas incluem o ensino de habilidades fonéticas específicas separadas de outras


instruções sobre a leitura. Instruções indiretas incluem integração de habilidades fonéticas
incluídas nos programas de leitura. As instruções podem ensinar a leitura da palavra como um
todo ou abordagem da linguagem global, ou seguindo uma hierarquia de habilidades da unidade
fonética, para a palavra e para a sentença. São recomendadas as abordagens multissensoriais, que
incluem o aprendizado da palavra toda e procedimentos de integração visual, auditiva, e
discernimento, para entender o som, a palavra e a sentença.

As instruções de composições de destreza consistem em ensinar à criança a combinar sons


para formar a palavra, segmentos da palavra em partes da palavra e identificar as posições dos
sons nas palavras. As habilidades de composição para compreensão da leitura incluem
identificação da ideia principal, responder perguntas, isolar fatos e detalhes e dedução da leitura.
Muitas crianças se beneficiam com o uso do computador para ajudar a isolar palavras dentro de
textos ou processando a palavra escrita.

Estratégias compensatórias, como o uso de audiobooks e anotações utilizando um gravador


digital, podem ajudar as crianças nas séries do ensino fundamental posterior a dominar o
conteúdo e, o mesmo tempo, continuar a construir habilidades de leitura.

Tratamentos como treinamentos optométrico, perceptuais e de integração auditiva, e


fármacos, não foram aprovados e não são recomendados.

2.4. Transtorno de Espectro Autista


Transtornos do espectro autista são distúrbios do neurodesenvolvimento caracterizado
por deficiente interação e comunicação social, padrões estereotipados e repetitivos de
comportamento e desenvolvimento intelectual irregular, frequentemente com retardo mental. Os
sintomas começam cedo na infância. Na maioria das crianças, a causa é desconhecida, embora
existam evidências de um componente genético; em alguns pacientes, as doenças podem estar
associadas a uma causa médica. O diagnóstico é baseado na história sobre o desenvolvimento e
observação. O tratamento consiste no controle do comportamento e às vezes tratamento
medicamentoso.

Transtornos do espectro autista representam uma gama das diferenças do


neurodesenvolvimento que são consideradas transtornos do desenvolvimento neurológico.

Distúrbios de neurodesenvolvimento são condições neurológicas que aparecem


precocemente na infância, geralmente antes da idade escolar, e afetam o desenvolvimento do
funcionamento pessoal, social, acadêmico e/ou profissional. Normalmente envolvem
dificuldades na aquisição, retenção ou aplicação de habilidades ou conjuntos de informações
específicas. Distúrbios de neurodesenvolvimento podem envolver distúrbios de atenção,
memória, percepção, linguagem, solução de problemas ou interação social. Outros transtornos
neurodesenvolvimentais comuns incluem transtorno de deficit de atenção/hiperatividade,
transtornos de aprendizagem (p. ex., dislexia) e deficiência intelectual.

As estimativas atuais da prevalência de transtornos do espectro do autismo estão no


intervalo de 1/54 nos Estados Unidos, com intervalos semelhantes em outros países. O autismo é
cerca de 4 vezes mais frequente entre meninos. Na última década houve um aumento no
diagnóstico dos transtornos do espectro autista, parcialmente devido às alterações dos critérios
diagnósticos.

2.4.1. Causas Dos Transtornos Do Espectro Do Autismo

A causa específica, na maioria das vezes, dos transtornos do espectro do autismo


permanece elusiva. Entretanto, alguns casos ocorrem com a síndrome da rubéola congênita,
doença de inclusão citomegálica, fenilcetonúria, complexo esclerose tuberosa ou síndrome do X
frágil.

Fortes evidências levam a componentes genéticos. Para pais de uma criança com
transtornos do espectro autista, o risco de ter outro filho com transtorno do espectro do autismo é
cerca de 3 a 10%. O risco é maior (cerca de 7%) se a criança afetada é do sexo feminino e menor
(cerca de 4%) se ela é do sexo masculino. A taxa de concordância em gêmeos monozigóticos do
autismo é elevada. Pesquisas sobre famílias sugeriram várias potenciais áreas de genes alvo,
incluindo aquelas relacionadas aos receptores de neurotransmissores (serotonina e ácido gama-
aminobutírico [GABA]) e controle estrutural do sistema nervoso central (genes HOX). Houve
suspeitas de causas ambientais, mas elas não foram provadas. Há fortes evidências de que
vacinas não causam autismo, e o estudo preliminar que sugeriu essa associação foi
desconsiderado porque seu autor falsificou dados [ver também vacina contra sarampo, caxumba
e rubéola (SCR)].

As diferenças na estrutura e função cerebrais provavelmente formam a base da etiologia


dos transtornos do espectro autista. Identificaram-se diferenças no cerebelo, na tonsila do
cerebelo, no hipocampo, no córtex frontal e nos núcleos do tronco encefálico.

Pesquisas recentes sugerem que a incidência de transtornos do espectro autista é


diretamente proporcional à prematuridade.

2.4.2. Sinais E Sintomas Dos Transtornos Do Espectro Do Autismo

Transtornos do espectro do autismo podem se manifestar durante o primeiro ano de vida,


mas, dependendo da gravidade dos sintomas, o diagnóstico só ser claro na idade escolar.

Duas características principais definem transtornos do espectro do autismo:

 Deficits persistentes na comunicação e interação sociais

 Padrões repetitivos restritos de comportamento, interesses e/ou atividades

Essas duas características devem estar presentes em uma idade jovem (embora possam não ser
reconhecidas naquele momento) e devem ser graves o suficiente para prejudicar
significativamente a capacidade da criança de conviver em casa, na escola ou em outras
situações. As manifestações devem ser mais pronunciadas do que o esperado para o nível de
desenvolvimento da criança e ajustadas às normas nas diferentes culturas.

Exemplos de deficits de comunicação e interação sociais incluem:

 Deficits na reciprocidade social e/ou emocional (p. ex., incapacidade de iniciar ou


responder a interações sociais ou conversas, nenhum compartilhamento de
emoções);

 Deficits de comunicação social não verbal (p. ex., dificuldade de interpretar a


linguagem corporal, gestos e expressões das outras pessoas; redução nas expressões
faciais e gestos e/ou contato visual);

 Deficits no desenvolvimento e na manutenção de relacionamentos (p. ex., estabelecer


amizades, ajustar o comportamento a situações diferentes).

As primeiras manifestações observadas pelos pais podem ser atraso no desenvolvimento


da linguagem, não apontar para coisas de certa distância e falta de interesse pelos pais ou em
brincadeiras típicas.
Exemplos dos padrões, repetitivos e restritos de comportamento, interesses e/ou atividades
incluem:

 Falas ou movimentos estereotipados ou repetitivos (p. ex., agitar as mãos ou estalar os


dedos repetidamente, repetir frases idiossincráticas ou ecolalia, alinhar brinquedos)

 Adesão inflexível a rotinas e/ou rituais (p. ex., sentir aflição extrema em pequenas
mudanças nas refeições ou roupas, ter rituais de saudação estereotipados)

 Interesses muito restritos anormalmente fixos (p. ex., preocupação com aspiradores de
pó, pacientes mais velhos que anotam horários de voos)

 Reação exagerada ou falta de reação a estímulos sensoriais (p. ex., aversão extrema a
cheiros, aromas ou texturas específicas; indiferença aparente à dor ou temperatura)

 Algumas crianças se autoagridem. Cerca de 25% dos afetados têm perda das habilidades
adquiridas anteriormente.

Todas as crianças com um transtorno do espectro autista têm problemas pelo menos alguma
dificuldade com a interação, comportamento e comunicação; entretanto, a gravidade dos
problemas varia significativamente.

Uma das teorias atuais comumente defendida afirma que o problema fundamental do
espectro do transtorno do autismo é a "cegueira mental", ou seja, a inabilidade de imaginar o que
a outra pessoa possa estar pensando. Admite-se que esta dificuldade resulte em interações
anômalas, que, por sua vez, levam ao desenvolvimento anormal da linguagem. Um dos
marcadores mais precoces e sensíveis para o autismo é a inabilidade de uma criança de 1 ano de
idade apontar objetos à distância de maneira comunicativa. A hipótese é de que a criança não
consegue imaginar que outra pessoa entenda o que está sendo indicado; no lugar disto, a criança
indica o desejado objeto apenas pelo toque físico ou usando a mão do adulto como ferramenta.
Pesquisas recentes também sugerem que diferenças no processamento sensorial estão por trás das
diferenças na interação e comunicação sociais presentes em crianças pequenas com transtornos
do espectro do autismo.

Condições comórbidas são comuns, particularmente deficiência intelectual e distúrbios de


aprendizagem. Os dados neurológicos não focais incluem caminhar incoordenado e movimentos
motores estereotipados. As convulsões ocorrem em 20 a 40% destas crianças (particularmente
aquelas com quociente de inteligência QI] < 50).

2.4.3. Diagnóstico Dos Transtornos Do Espectro Autista

O diagnóstico dos transtornos do espectro autista é clínico e baseia-se nos critérios do


Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Quinta Edição (DSM-5), e requer
evidências de comprometimento da interação e comunicação sociais e a presença de ≥ 2
comportamentos ou interesses estereotipados, repetitivos e restritos (como descrito anteriormente
em Sinais e sintomas dos transtornos do espectro do autismo). Embora as manifestações dos
transtornos do espectro do autismo posam variar significativamente em termos da extensão e
gravidade, as categorizações anteriores como síndrome de Asperger, transtorno desintegrativo da
infância e transtorno invasivo do desenvolvimento são agrupadas sob transtornos do espectro do
autismo e não mais são distinguidas.

Testes diagnósticos padrão formais, como o Autism Diagnostic Observation Schedule-


Second Edition (ADOS-2), baseados nos critérios do DSM-5, normalmente são aplicados por
psicólogos ou pediatras especialistas em desenvolvimento e comportamento. Outra ferramenta
comumente usada é a Childhood Autism Rating Scale-Second Edition (CARS2; 3), que também
tem uma versão para testar pessoas com alta funcionalidade. As crianças com transtornos do
especto autista são difíceis de testar e geralmente saem-se melhor nos itens de desempenho do
que nos testes de QI, podendo revelar exemplos de desempenhos próprios da idade, apesar do
retardo na maioria dos demais testes. Entretanto, o diagnóstico confiável dos transtornos do
espectro do autismo está se tornando cada vez mais disponível em idades mais jovens. Um teste
de QI bem aplicado por um examinador experiente pode fornecer prognósticos úteis.

Além dos testes padronizados, recomendam-se exames metabólicos e genéticos para


ajudar a identificar doenças tratáveis ou hereditárias como distúrbios metabólicos hereditárias e
síndrome do X frágil.

2.4.4. Tratamento Dos Transtornos Do Espectro Autista

O tratamento dos transtornos do espectro do autismo é geralmente multidisciplinar, e


estudos recentes mostram benefícios mensuráveis de abordagens baseadas no comportamento
que encorajam a interação e a compreensão da comunicação. Psicólogos e educadores dão ênfase
a uma análise do comportamento e a seguir cruzam as estratégias de orientação comportamental
com os problemas específicos de comportamento da pessoa em casa ou na escola. Ver também
the American Academy of Pediatrics' 2020 clinical report Identification, Evaluation, and
Management of Children with Autism Spectrum Disorder.

A análise comportamental aplicada (ACA) é uma abordagem terapêutica em que as


crianças aprendem habilidades cognitivas, sociais ou comportamentais específicas de maneira
gradual. Pequenas melhorias são reforçadas e progressivamente fomentadas para melhorar,
mudar ou desenvolver comportamentos específicos em crianças com TEA. Esses
comportamentos incluem habilidades sociais, habilidades de linguagem e comunicação, leitura e
habilidades acadêmicas, bem como habilidades aprendidas como habilidades de autocuidado (p.
ex., tomar banho, higiene), habilidades de vida diária, pontualidade e competência profissional.
Também utiliza-se essa terapia para ajudar as crianças a minimizar comportamentos (p. ex.,
agressão) que podem interferir em seu progresso. Adapta-se a terapia de análise comportamental
aplicada para atender às necessidades de cada criança; em geral, a terapia é projetada e
supervisionada por profissionais certificados em análise comportamental. Nos Estados Unidos, a
ACA pode estar disponível como parte de um Plano Educacional Individualizado (IEP) por meio
de escolas e, em alguns estados, é coberta pelo seguro de saúde. O modelo Developmental,
Individual-diferences, Relationship-based (DIR®), também chamado Floortime, é outra
abordagem intensiva baseada no comportamento. O DIR® baseia-se nos interesses e atividades
preferidas da criança para ajudar a construir habilidades de interação social e outras habilidades.
Atualmente, há menos evidências apoiando o DIR/Floortime do que a ACA, mas as duas terapias
podem ser eficazes.

A terapia da fala e linguagem deve começar cedo e utilizar uma variedade de métodos,
incluindo sinais, troca de fotos e dispositivos de comunicação aprimorada como aqueles que
geram fala com base em sinais que a criança seleciona em um tablet ou dispositivo portátil, bem
como fala. Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais planejam e implementam estratégias para
ajudar as crianças a compensarem deficits específicos da função motora e processamento
sensorial.

Tratamento medicamentoso pode ajudar a aliviar os sintomas. Há evidências de que


fármacos antipsicóticos atípicos (p. ex., risperidona, aripiprazol) ajudam a aliviar problemas
comportamentais, como comportamentos ritualísticos, autoprejudiciais e agressivos. Outros
fármacos são às vezes utilizados para controlar sintomas específicos, incluindo inibidores
seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) para comportamentos ritualísticos, estabilizadores
de humor (p. ex., valproato) para comportamentos intempestivos e de autolesão e estimulantes e
outros fármacos para transtorno de deficit de atenção/hiperatividade (TDAH) para desatenção,
impulsividade e hiperatividade.

Intervenções dietéticas, incluindo alguns suplementos vitamínicos e uma dieta livre de glúten
e sem caseína, não são úteis o suficiente para que possam ser recomendadas; mas muitas famílias
optam por usá-las, levando à necessidade de monitorar insuficiências e excessos alimentares.
Outras abordagens de complementação e investigação (p. ex., facilitação na comunicabilidade,
terapia com quelação, treinamento de integração auditiva, terapia com oxigênio hiperbárico) não
mostraram ser eficazes.

3. Transtornos Emocionais

3.1. Depressão

A depressão é um sentimento de tristeza e/ou diminuição do interesse ou prazer em realizar


atividades que se torna um transtorno quando for suficientemente intenso a ponto de afetar o
desempenho de funções. É possível que ele surja depois de uma perda recente ou de outro
acontecimento triste, mas é desproporcional em relação ao acontecimento e se prolonga por mais
tempo do que seria normal.
Fatores hereditários, efeitos colaterais de medicamentos, eventos emocionalmente
angustiantes, alterações dos níveis de hormônios ou outras substâncias no corpo e outros fatores
podem contribuir para a depressão.

A depressão pode fazer com que a pessoa fique triste e sem energia e/ou que perca todo o
interesse e prazer em atividades de que costumava gostar.

O termo depressão costuma ser usado para descrever o humor triste ou desencorajado que
resulta de eventos emocionalmente estressantes, como um desastre natural, uma doença séria ou
a morte de um ente querido. É possível também que a pessoa diga que se sente deprimida em
determinados momentos, como nas festas de fim de ano (tristeza de fim de ano) ou no
aniversário da morte de um ente querido. No entanto, esses sentimentos normalmente não
representam um transtorno. Normalmente, esses sentimentos são temporários e duram dias, não
semanas ou meses, e ocorrem em ondas que tendem a estar relacionadas a pensamentos ou
lembranças do evento perturbador. Além disso, esses sentimentos não interferem
substancialmente com a funcionalidade durante qualquer período de tempo.

Depois da ansiedade, a depressão é o transtorno de saúde mental que ocorre com mais
frequência. Aproximadamente 30% das pessoas que consultam um clínico geral têm sintomas de
depressão, porém, menos de 10% dessas pessoas apresentam depressão grave.

A depressão normalmente surge em meados da adolescência ou ao redor dos 20 ou 30 anos;


no entanto, a depressão pode começar praticamente em qualquer idade, incluindo durante a
infância.

Um episódio de depressão não tratado costuma durar cerca de seis meses, mas, às vezes,
prolonga-se por dois anos ou mais. Os episódios tendem a se repetir diversas vezes ao longo da
vida.

3.1.1. Causas de depressão

A causa exata da depressão não está clara, mas uma série de fatores podem tornar a depressão
mais provável. Os fatores de risco incluem;

 Uma tendência familiar (hereditariedade);

 Eventos emocionalmente angustiantes, especialmente os que envolvem uma perda;

 Ser do sexo feminino, possivelmente envolvendo alterações dos níveis hormonais;

 Certas doenças físicas;

 Efeitos colaterais de certos medicamentos.


A depressão não significa uma fraqueza de caráter e pode não refletir um transtorno de
personalidade, um trauma de infância ou falta de atenção dos pais. A classe social, a origem
étnica e fatores culturais aparentemente não exercem influência sobre a possibilidade de uma
pessoa ter depressão ao longo da vida.

Fatores genéticos contribuem para a depressão em aproximadamente metade das pessoas que a
têm. Por exemplo, a depressão é mais comum em parentes de primeiro grau (especialmente em
um gêmeo idêntico) de pessoas com depressão. Os fatores genéticos podem afetar o
funcionamento de substâncias que ajudam as células nervosas a se comunicarem
(neurotransmissores). Serotonina, dopamina e noradrenalina são neurotransmissores que podem
estar envolvidos na depressão.

As mulheres são mais propensas a apresentarem depressão que os homens, embora as


explicações para esse fato não sejam claras. Entre os fatores físicos, os hormônios são os mais
associados à depressão. Alterações nos níveis hormonais podem causar alterações no humor um
pouco antes da menstruação (como parte da síndrome pré-menstrual), durante a gravidez e
depois do parto. Algumas mulheres ficam deprimidas durante a gravidez ou durante as quatro
primeiras semanas após o parto (melancolia pós-parto ou, se a depressão for mais séria,
depressão pós-parto). A função anormal da tireoide, que ocorre com bastante frequência em
mulheres, pode ser outro fator.

A depressão pode se manifestar em conjunto com um determinado número de doenças


físicas e fatores ou ser causada por eles. Doenças físicas podem ser a causa direta de uma
depressão (como quando uma doença da tireoide afeta os níveis hormonais), ou sua causa
indireta (como quando a artrite reumatoide provoca dor e incapacidade). A depressão resultante
de uma doença física tem, frequentemente, causas diretas e indiretas. Por exemplo, a AIDS pode
causar uma depressão direta, se o vírus da imunodeficiência humana (HIV), que causa a AIDS,
lesionar o cérebro. A AIDS pode causar uma depressão indireta devido a um efeito geral
negativo na vida da pessoa.

Muitas pessoas afirmam que se sentem mais tristes no final do outono e no inverno e
atribuem essa tendência à diminuição das horas de luz natural e às temperaturas mais baixas. No
entanto, em algumas pessoas, essa tristeza é grave o bastante para ser considerada um tipo de
depressão (chamada de transtorno afetivo sazonal).

O uso de alguns medicamentos com receita médica, como alguns betabloqueadores


(usados para tratar hipertensão arterial), pode causar depressão. Por razões desconhecidas, os
corticosteroides provocam depressão com frequência quando o corpo os produz em grandes
quantidades no contexto de um transtorno (como na síndrome de Cushing), mas quando
administrados como um medicamento, eles tendem a causar hipomania (uma forma menos grave
de mania) ou, raramente, mania. Algumas vezes, interromper a administração do medicamento
pode causar depressão temporária.

Vários transtornos de saúde mental podem predispor uma pessoa à depressão. Eles
incluem determinados transtornos de ansiedade, o transtorno por uso de álcool, outros
transtornos por uso de substâncias e a esquizofrenia. Pessoas que já tiveram depressão têm mais
propensão a tê-la novamente.

Eventos emocionalmente angustiantes, como a perda de um ente querido, às vezes podem


desencadear depressão, mas geralmente apenas em pessoas que são predispostas à depressão,
como as que têm pessoas na família com depressão. Contudo, a depressão pode surgir ou piorar
sem nenhum motivo aparente ou significativo.

3.2. Transtorno de Ansiedade

A ansiedade é uma sensação de nervosismo, preocupação ou desconforto, sendo uma


experiência humana normal. Ela também está presente em uma ampla gama de transtornos
psiquiátricos, incluindo o transtorno de ansiedade generalizada, a síndrome do pânico e fobias.
Apesar de essas doenças serem diferentes entre si, todas elas apresentam angústia e disfunção
especificamente relacionadas à ansiedade e ao medo.

Além de ansiedade, muitas vezes a pessoa também tem sintomas físicos, incluindo falta de ar,
tontura, sudorese, batimentos cardíacos rápidos e/ou tremor. Com frequência, os transtornos de
ansiedade modificam de maneira significativa o comportamento diário, incluindo fazer com que
a pessoa evite determinadas coisas e situações. Esses transtornos são diagnosticados com base
em critérios específicos definidos.

A maioria das pessoas pode ser substancialmente beneficiada por tratamentos


medicamentosos, psicoterápicos ou ambos.

A ansiedade é uma reação normal a uma ameaça ou a um estresse psicológico. A ansiedade


normal tem sua raiz no medo e desempenha um importante papel na sobrevivência. Quando uma
pessoa se vê perante uma situação perigosa, a ansiedade desencadeia uma resposta de luta ou
fuga. Com essa resposta, entra em curso uma variedade de alterações físicas, como uma maior
irrigação sanguínea para o coração e para os músculos para proporcionar ao corpo a energia e a
força necessárias para enfrentar situações de risco à vida, como fugir de um animal agressivo ou
enfrentar um agressor.

No entanto, a ansiedade é considerada um transtorno quando:

 Ocorre em momentos indevidos;

 Ocorre com frequência;


 É tão intensa e duradoura que interfere com as atividades normais da pessoa.

Os transtornos de ansiedade são o tipo mais frequente de transtorno de saúde mental e atingem
aproximadamente 15% dos adultos nos Estados Unidos. A ansiedade significativa pode persistir
vários anos e a pessoa com a ansiedade começa a acreditar que isso é normal. Por essa e outras
razões, os transtornos de ansiedade muitas vezes não são diagnosticados ou tratados.

Os transtornos de ansiedade incluem:

 Transtorno de ansiedade generalizada;

 Ataques de pânico e síndrome do pânico;

 Transtornos fóbicos específicos.

A angústia mental que ocorre imediatamente ou logo após vivenciar ou testemunhar um evento
extremamente traumático não é mais classificada como um transtorno de ansiedade. Esses
transtornos são atualmente classificados como transtornos relacionados a trauma e a estresse e
incluem o transtorno de estresse agudo, o transtorno de adaptação e o transtorno de estresse pós-
traumático.

3.2.1. Causas de transtornos de ansiedade

As causas dos transtornos de ansiedade não são completamente conhecidas, mas pode haver o
envolvimento dos seguintes fatores:

 Fatores genéticos (incluindo histórico familiar de transtorno de ansiedade);

 Ambiente (por exemplo, vivenciar um evento traumático ou estresse);

 Constituição psicológica;

 Uma doença física.

Um transtorno de ansiedade pode ser iniciado por estresses causados pelo meio, como o fim
de um relacionamento importante ou a exposição a um desastre com risco à vida.

Um transtorno de ansiedade pode se desenvolver quando situações estressantes provocam


respostas inadequadas, ou quando a pessoa é subjugada pelos acontecimentos. Por exemplo,
algumas pessoas entendem que discursar em público é uma atividade estimulante. Outras, no
entanto, odeiam essa atividade e ficam ansiosas, tendo sintomas como sudorese, medo, aumento
da frequência cardíaca e tremores. Pessoas sujeitas a essas reações podem evitar falar mesmo
diante de um grupo pequeno.
A ansiedade tende a ser hereditária. Os médicos acreditam que algumas dessas tendências
podem ser hereditárias, mas algumas são provavelmente adquiridas pela convivência com
pessoas ansiosas.

A ansiedade também pode ser causada por um problema de saúde geral ou pelo uso ou
interrupção (abstinência) de um medicamento ou droga. Problemas de saúde geral que podem
causar ansiedade incluem:

 Doenças cardíacas, como insuficiência cardíaca e arritmias cardíacas (arritmias);

 Doenças hormonais (endócrinas), como hiperatividade da glândula adrenal


(hiperadrenocorticismo) ou tireoide (hipertireoidismo) ou um tumor com secreção
hormonal denominado feocromocitoma;

 Doenças pulmonares (respiratórias), como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica


(DPOC);

 Mesmo febre pode causar ansiedade.

Pode ocorrer ansiedade em uma pessoa em estado terminal em decorrência de medo da


morte, dores e dificuldades respiratórias (Depressão e ansiedade).

As drogas ou medicamentos que podem desencadear ansiedade incluem os seguintes:

 Álcool;

 Estimulantes (por exemplo, anfetaminas);

 Cafeína;

 Cocaína;

 Muitos medicamentos de venda sob receita médica, como corticosteroides;

 Alguns produtos emagrecedores de venda livre, como os que contêm produtos


fitoterápicos guaraná, cafeína ou ambos.

3.2.2. Sintomas De Transtornos De Ansiedade

A ansiedade pode surgir subitamente, como se fosse uma crise de pânico, ou


gradualmente no decurso de minutos, horas ou dias. A duração da ansiedade pode variar muito,
de alguns segundos a vários anos. Pode haver variação de intensidade, desde uma angústia quase
imperceptível até um ataque de pânico muito grave, durante o qual a pessoa pode sentir falta de
ar, tontura, aumento da frequência cardíaca e agitações (tremor).
Os transtornos de ansiedade podem ser muito angustiantes e interferir na vida da pessoa a
ponto de causar depressão. É possível que a pessoa venha a ter um transtorno por uso de
substâncias. A pessoa com transtornos de ansiedade (exceto no caso de fobias muito específicas,
como o medo de aranha) tem, no mínimo, duas vezes mais propensão a ter depressão que as
pessoas que não têm transtornos de ansiedade. Algumas pessoas com depressão desenvolvem um
transtorno de ansiedade.

3.2.3. Diagnóstico de transtornos de ansiedade

A avaliação do médico, tomando por base critérios específicos, Pode ser complicado decidir
quando a ansiedade é grave o suficiente para ser considerada um transtorno. A capacidade de
uma pessoa de suportar a ansiedade varia e pode ser difícil determinar o que deve ser
considerado como grau anormal de ansiedade. Normalmente, os médicos usam os seguintes
critérios específicos estabelecidos:

 A ansiedade é muito angustiante.

 A ansiedade interfere com o desempenho de atividades.

 A ansiedade é duradoura ou fica voltando.

O médico procura por outros transtornos que podem estar causando a ansiedade, como
depressão ou um distúrbio do sono. O médico também pergunta se a pessoa tem parentes que já
tiveram sintomas semelhantes, porque os transtornos de ansiedade tendem a ser hereditários.

Os médicos também realizam um exame físico. Exames de sangue e outros exames podem
ser feitos para verificar a presença de problemas de saúde que podem causar ansiedade.

3.2.4. Tratamento De Transtornos De Ansiedade

O estabelecimento de um diagnóstico preciso é importante, uma vez que os tratamentos


diferem de acordo com o tipo de transtorno de ansiedade. Além disso, os transtornos de
ansiedade devem ser diferenciados da ansiedade que ocorre em muitos outros transtornos de
saúde mental, que envolvem diferentes abordagens de tratamento.

Se a causa for outro problema de saúde ou um medicamento ou droga, o médico tem por meta
corrigir a causa em vez de tratar os sintomas de ansiedade. A ansiedade deve diminuir depois de
a doença física ser tratada ou após o uso do medicamento ou droga ter sido interrompido por
tempo suficiente para que todos os sintomas de abstinência tenham desaparecido. Se a ansiedade
permanecer, podem ser utilizados medicamentos ansiolíticos ou psicoterapia (como terapia
comportamental).

No caso de pessoas que estão em estado terminal, determinados analgésicos fortes, como a
morfina, podem melhorar tanto a dor como a ansiedade.
Caso um transtorno de ansiedade seja diagnosticado, a farmacoterapia ou psicoterapia (por
exemplo, a terapia comportamental), isoladamente ou combinadas, conseguem melhorar
significativamente a angústia e a disfunção na maioria das pessoas. Os benzodiazepínicos (por
exemplo, o diazepam) costumam ser receitados para tratar a ansiedade aguda. Os
antidepressivos, como os inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRSs), funcionam
tão bem para transtornos de ansiedade quanto para a depressão para muitas pessoas. Os
tratamentos específicos dependem de qual transtorno de ansiedade é diagnosticado.

Todos os transtornos de ansiedade podem ocorrer juntamente com outros problemas


psiquiátricos. Por exemplo, muitas vezes, os transtornos de ansiedade ocorrem juntamente com
um transtorno por uso de álcool. É importante tratar todos esses problemas assim que possível.
Tratar o transtorno por uso de álcool sem tratar a ansiedade provavelmente não será eficaz, uma
vez que é possível que a pessoa esteja consumindo álcool para tratar a ansiedade. Por outro lado,
tratar a ansiedade sem lidar com o transtorno alcoólico possivelmente será uma abordagem
malsucedida, porque mudanças diárias na concentração de álcool no sangue podem causar uma
oscilação nos níveis de ansiedade.

3.3. Transtornos de Humor em Criancas e Adolescentes

O transtorno da desregulação do humor envolve uma irritabilidade persistente e episódios


frequentes de comportamento que está excessivamente fora de controle. Distúrbios físicos,
experiências da vida e hereditariedade podem contribuir para a depressão.

Crianças e adolescentes com depressão podem ficar tristes, desinteressados e letárgicos ou


superativos, agressivos e irritáveis. Crianças com o transtorno disruptivo da desregulação do
humor têm ataques de raiva frequentes e graves e, entre os ataques, elas sentem irritabilidade e
raiva.

Os médicos baseiam o diagnóstico nos sintomas conforme relatados pela criança, pelos pais e
professores e fazem exames para verificar outros distúrbios que possam estar causando os
sintomas. No caso dos adolescentes com depressão, uma combinação de psicoterapia e
antidepressivos é em geral mais eficaz, mas no caso de crianças mais novas, em geral, apenas a
psicoterapia é tentada primeiro.

A tristeza e a infelicidade são emoções humanas comuns, sobretudo em resposta a situações


perturbadoras. Nas crianças e nos adolescentes, tais situações podem incluir a morte de um dos
pais, um divórcio, a mudança de um amigo, dificuldades na adaptação à escola e dificuldade para
fazer amigos. No entanto, os sentimentos de tristeza são às vezes desproporcionais à situação ou
permanecem por mais tempo que o normal. Em tais casos, sobretudo quando os sentimentos
causam dificuldades na vida diária, as crianças podem apresentar depressão. Tal como adultos,
algumas crianças entram em depressão mesmo sem passar por momentos infelizes na vida. Essas
crianças têm maior propensão a ter familiares com transtornos do humor (histórico familiar).
3.3.1. Causas

Os médicos não sabem exatamente o que causa a depressão, mas anomalias químicas no
cérebro provavelmente estão envolvidas. Parte da tendência à depressão é hereditária. Uma
combinação de fatores, incluindo experiências de vida (por exemplo, uma perda em idade jovem,
abuso, lesão, violência doméstica ou ter vivenciado um desastre natural) e uma tendência
genética (vulnerabilidade), parece contribuir.

Às vezes, outro distúrbio, como uma glândula tireoide hipoativa ou transtorno de uso de
substâncias, é parte da causa. Foi observado que alguns adolescentes com depressão persistente
têm uma baixa concentração de ácido fólico (uma vitamina) no líquido que rodeia o cérebro e a
medula espinhal (o líquido cefalorraquidiano).

Durante a pandemia da COVID-19, os sintomas de depressão duplicaram em jovens,


especialmente em adolescentes mais velhos. As consultas de saúde mental para depressão
também aumentaram. Depois de controlar para sexo, idade e sintomas de depressão pré-COVID,
foi observado que os seguintes são preditores de sintomas depressivos da COVID-19 em
crianças:

 Grau de conexão com o cuidador;

 Tempo passado em frente a uma tela.

3.3.2. Sintomas

As crianças normalmente têm sentimentos avassaladores de tristeza, irritabilidade, inutilidade


e culpa. Elas perdem interesse em atividades que normalmente lhes dão prazer, tais como
praticar esportes, assistir televisão, jogar videogames ou brincar com amigos. Elas podem
afirmar estar intensamente entediadas. Muitas dessas crianças também se queixam de problemas
físicos, tais como dor de estômago ou dor de cabeça.

O apetite pode aumentar ou diminuir, o que com frequência leva a alterações consideráveis do
peso. As crianças em fase de crescimento podem não ganhar peso da maneira esperada.

O sono é frequentemente perturbado. As crianças podem ter insônia, dormir demais ou ser
perturbadas por pesadelos frequentes.

As crianças deprimidas frequentemente não têm energia nem são fisicamente ativas. Contudo,
algumas crianças, especialmente as mais novas, apresentam sintomas aparentemente
contraditórios, como hiperatividade e comportamento agressivo. Essas crianças podem parecer
mais irritáveis do que tristes.

Os sintomas normalmente interferem na capacidade de pensar e se concentrar e o trabalho


escolar em geral fica prejudicado. Elas podem perder amigos. A criança pode apresentar ideação
e fantasias suicidas e tentar o suicídio. Mesmo sem tratamento, a criança com transtorno
depressivo maior pode melhorar no prazo de seis a doze meses. Contudo, o transtorno
frequentemente volta a ocorrer, particularmente se o primeiro episódio foi grave ou ocorreu
quando a criança era jovem.
4. Conclusão
5. Referencias Bibliograficas

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