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Pós Graduação em Terapias Assistidas por Animais

Deficiência e
Saúde Mental
TAA &
Transtorno de Déficit
de Atenção e
Hiperatividade
Novembro 2023
Discente: Cristina Amaral Docente: Teresa Janela Pinto
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) figura proeminentemente no espectro dos
distúrbios do neurodesenvolvimento, suscitando considerável interesse clínico e académico devido à sua
prevalência na infância e, frequentemente, à sua persistência na vida adulta.

Este distúrbio, caracterizado pela presença de sintomas crónicos de desatenção, hiperatividade e


impulsividade, tem um impacto significativo na capacidade de funcionar eficazmente do indivíduo, em várias
esferas da vida.

Os estudos sobre o TDAH têm demonstrado que sua etiologia é multifacetada, abrangendo influências
genéticas, neurobiológicas e ambientais complexas. A manifestação clínica do TDAH é diversificada e pode
variar de um indivíduo para outro, colocando desafios substanciais em termos de diagnóstico e tratamento.
Distúrbios do Neurodesenvolvimento

condições neurológicas que podem perturbar


★ aquisição
★ retenção
★ aplicação de competências ou conhecimentos específicos

Abrangem problemas relacionados à ● atenção ● memória ● percepção ● linguagem

● resolução de problemas ● interações sociais

Esses distúrbios podem variar em gravidade, com alguns sendo facilmente geridos por meio de
intervenções comportamentais e educacionais, enquanto outros podem ser mais graves, exigindo um
suporte mais significativo para as crianças afetadas.
Os Distúrbios do Neurodesenvolvimento incluem
TDAH
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade

Dificuldades em manter a atenção e/ou apresentar níveis de atividade e


impulsividade que não são apropriados para a fase de desenvolvimento da
criança, resultando em impactos negativos no seu rendimento e progresso,
interferindo no desempenho ou no desenvolvimento, podendo persistir na vida
adulta.
3 tipos de TDAH:
- Desatento
- Hiperativo/Impulsivo
- Combinado

Os sintomas do TDAH vão de leves a graves e podem tornar-se exagerados ou tornar-se um problema em certos
ambientes, como em casa ou na escola.
Embora crianças com TDAH geralmente se comportem de maneira hiperativa e impulsiva, o TDAH não é um distúrbio de comportamento.

Nos dias de hoja, as restrições da escola e estilos de vida organizados tornam o TDAH um problema; em gerações anteriores os
sintomas não interferiam tão significativamente no desempenho das crianças porque as pessoas tinham expectativas diferentes
sobre o comportamento infantil normal.

Não obstante exista considerável controvérsia sobre o número de crianças afetadas, estima-se que o TDAH afete 5% a 15% das
crianças e seja duas vezes mais comum em rapazes.

Muitas características do TDAH são notadas antes dos 4 e


invariavelmente antes dos 12 anos de idade, mas podem não
interferir significativamente no desempenho académico e
social até os anos escolares intermediários.
1. **Desatenção:** Dificuldade em prestar atenção a detalhes,
dificuldade em manter o foco em tarefas, esquecimento de atividades
rotineiras e desorganização.
SINTOMAS 2. **Hiperatividade:** Comportamento agitado, inquieto, impulsivo e
dificuldade em permanecer quieto em situações onde se espera que se
fique parado.

3. **Impulsividade:** Tomar decisões precipitadas, interromper os outros, falar em excesso e agir sem considerar as
consequências.

DIAGNÓSTICOmentalClínico; envolve a avaliação de um profissional de saúde


como um psiquiatra, psicólogo ou médico.

Geralmente, os sintomas do TDAH devem estar presentes por um período significativo, afetar
negativamente a vida diária da pessoa e não ser explicados por outros transtornos.
CAUSAS PROGNÓSTICO
Genéticas/Hereditárias O TDAH pode persistir na vida adulta, mas com o tratamento
adequado e estratégias de adaptação, muitos conseguem
gerir esses sintomas e levar vidas produtivas, inclusive
Anomalias dos neurotransmissores
parecem adaptar-se melhor ao trabalho do que à escola.
Contudo, ao persistir na adolescência e na idade adulta, o
Eventos traumáticos Violência
baixo rendimento académico, competências executivas
durante a infância Abuso
Negligência medíocres, baixa autoestima, ansiedade, depressão e
dificuldade para aprender comportamentos sociais
Fatores risco Baixo peso ao nascimento (-1500g); apropriados são observados.
Traumatismo craniano; Realça-se que o TDAH não tem cura, devendo o tratamento ser
Infeção cerebral; personalizado para atender às necessidades individuais, já que
Deficiência de ferro;
se não for tratado na infância, o risco de abuso de álcool ou
Apneia obstrutiva do sono;
drogas e de suicídio pode aumentar.
Exposição ao chumbo, alcool, tabaco, cocaína
antes do nascimento
TDAH na abordagem sobre Deficiência
Direitos
Médico Social Biopsicossocial
Humanos

Este modelo é mais apropriado Frequentemente aplicado na Este modelo leva em consideração Este modelo enfatiza a
quando se considera o TDAH a compreensão e abordagem de uma abordagem holística, inclusão, igualdade de
partir de uma perspectiva questões relacionadas a deficiências, considerando tanto os aspectos oportunidades e
neurobiológica e na abordagem incluindo questões de acessibilidade, biológicos quanto os psicológicos e direitos das pessoas
clínica do tratamento. É útil inclusão e igualdade de direitos. sociais do TDAH. Ele pode ser com TDAH, e a sua
para entender a base Embora o TDAH não seja particularmente adequado para participação plena na
fisiológica do TDAH e para tradicionalmente considerado uma compreender o TDAH de maneira sociedade. É relevante
orientar abordagens deficiência, mas sim um distúrbio do abrangente e integrada, para questões de
medicamentosas. neurodesenvolvimento, elementos do considerando todas as influências. estigma, discriminação
Modelo Social podem ser aplicados e direitos das pessoas
para entender como o ambiente social com TDAH.
influencia a experiência das pessoas
com TDAH.
Direitos
Social Biopsicossocial
Humanos
- **Estigma e Discriminação:** Pessoas com TDAH - **Fatores Biológicos:** São considerados os aspectos - **Inclusão
podem enfrentar estigmatização e discriminação neurobiológicos do TDAH, como desregulações nos Educacional:** O
devido à falta de compreensão do transtorno. O neurotransmissores e na estrutura e funcionamento do cérebro. modelo dos direitos
Modelo Social destaca a importância de combater o Esses fatores são frequentemente explorados na avaliação e humanos destaca a
estigma e promover a aceitação. tratamento médico do TDAH. importância de
garantir que as
- **Acesso a Apoio e Serviços:** O Modelo Social - **Fatores Psicológicos:** Os aspectos psicológicos envolvem as crianças com TDAH
enfatiza o direito das pessoas com deficiências a características individuais, como a personalidade e a capacidade de tenham acesso a uma
acessar serviços de apoio e adaptações razoáveis adaptação, que podem influenciar a forma como uma pessoa lida educação inclusiva
para participar plenamente na sociedade. Isso pode com o TDAH. A terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, é uma que atenda às suas
se aplicar-se à obtenção de acomodações abordagem psicológica frequentemente utilizada no tratamento do necessidades
educacionais ou profissionais para pessoas com TDAH. individuais,
TDAH. promovendo sua
- **Fatores Sociais:** Os aspectos sociais incluem o ambiente em
plena participação na
- **Inclusão Educacional e Profissional:** O Modelo que a pessoa vive, suas interações sociais, o estigma associado ao
sociedade.
Social promove a inclusão de pessoas com TDAH e as oportunidades de educação e emprego. O modelo
deficiências em ambientes educacionais e de biopsicossocial reconhece que o TDAH pode ser afetado positiva ou
trabalho. Isso pode ser relevante para as crianças negativamente pelos fatores sociais e destaca a importância da
com TDAH que precisam de apoio nas escolas e para inclusão e do apoio social.
adultos que procuram oportunidades profissionais.
Neste programa, o modelo perspectivado será o da visão dos direitos

humano, já que se pretende uma inclusão educacional, visto o mesmo

destacar a importância de garantir que as crianças com TDAH tenham

acesso a uma educação inclusiva que atenda às suas necessidades

individuais, promovendo a sua plena participação na sociedade.


É importante reconhecer
que o TDAH é uma
condição médica legítima
que não se deve à Medicamentos
preguiça, má educação ou psicoestimulantes ou
falta de disciplina. O outros tipos de drogas,
diagnóstico e tratamento além de ambientes
precoces podem fazer estruturados, rotinas, um
uma grande diferença na plano de intervenção
vida das pessoas que escolar e modificação das
sofrem com o TDAH, técnicas de educação dos
ajudando-as a alcançar o pais são, com frequência,
seu pleno potencial. necessárias.
Terapias Assistidas por Animais
A TAA é uma abordagem terapêutica que capitaliza o poder da ligação
homem-animal para promover o bem-estar e o desenvolvimento pessoal.

Ela é aplicada numa variedade de configurações e é adaptada para


atender às necessidades específicas de cada indivíduo, com o objetivo de
melhorar a sua qualidade de vida e alcançar metas terapêuticas
específicas.
Existem evidências neurofisiológicas documentadas que suportam o
decréscimo da ansiedade e os benefícios da interação com um animal
para a saúde humana, remetendo-nos para o facto de existir
igualmente uma resposta biológica para a forte ligação do ser
humano aos animais.

Beetz, Julius, Turner e Kotrschal (2012) estudaram os efeitos psicossociais e


psicofisiológicos da interação humano-animal, tendo descrito como efeito o aumento
considerável nos níveis de oxitocina e a diminuição significativa na pressão arterial,
frequência cardíaca e níveis de cortisol.
Friedman et al., 1983; Katcher et al., 1983 - “Os animais são capazes de induzir um estado de
relaxamento imediato, através do simples atrair e manter da nossa atenção.”

McNicholas & Collis, 1995 - “Os animais de companhia são capazes de proporcionar
às pessoas, uma forma de apoio social, que reduz ou amortece o stress.”

Serpell, 1996; Barker et al., 2005; Handlin et al., 2011


- “As interações individuais e de grupo com animais
reduziram os níveis de cortisol dos indivíduos em
contextos terapêuticos e de cuidados de saúde.”

Schuck, et al., 2015 - “Crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
participando de aconselhamento apresentaram sintomatologia reduzidos.”
Atualmente as intervenções assistidas por animais englobam o

contributo participativo de várias áreas de conhecimento, estão

amplamente distribuídas, aplicam-se em múltiplas vertentes e são

disponibilizadas em escolas, hospitais, consultórios, clínicas e

instituições, nomeadamente, como intervenção em indivíduos com

perturbações do domínio cognitivo e motor (Magalhães, 2014).


Pedro, 8 anos (15 de julho de 2015)

Escola Primária Alegria do Saber, 3º ano

Nome dos Pais/Responsáveis: Ana Silva (Mãe) e João Silva (Pai)

Outros Irmãos: Sofia Silva (10 anos, irmã mais velha)

Diagnóstico Médico: TDAH, maio de 2020

Outros Diagnósticos ou Condições Médicas: Nenhum

Histórico Escolar:

Pedro é um aluno na Escola Primária Alegria do Saber, mas enfrenta desafios relacionados à atenção e ao
comportamento.

Apresenta dificuldades em manter o foco nas aulas e frequentemente distrai-se com estímulos externos.

Costuma ser inquieto e impaciente, tendo dificuldade em permanecer sentado durante as aulas.

As notas de Pedro variam, e ele às vezes luta para concluir tarefas e atividades no prazo.

Já recebeu apoio adicional na escola, como tutoria e adaptações no ambiente de aprendizagem.


Histórico Comportamental:
Pedro exibe sintomas típicos de TDAH, incluindo dificuldade de concentração,
impulsividade e hiperatividade.
O seu comportamento em casa e na escola é geralmente cooperativo, mas ele
pode tornar-se desorganizado e esquecido.
Os pais relatam que Pedro tem dificuldade em seguir instruções complexas e
pode agir impulsivamente.
O comportamento de Pedro tende a melhorar em ambientes estruturados e
quando há expectativas claras.

Tratamento Atual:
Pedro está atualmente sob tratamento com um pediatra especializado em TDAH.
Ele recebe medicação prescrita para ajudar no controle dos sintomas.
Os pais também estão à procura de intervenções terapêuticas adicionais, incluindo Terapias Assistidas por Animais (TAA).

Expectativas e Metas:
Os pais esperam que a TAA ajude a melhorar a capacidade do Pedro de focar a atenção e reduzir a hiperatividade.
Eles esperam que o Pedro desenvolva estratégias de autorregulação e ganhe confiança no seu desempenho escolar.
Pedro gostava de se sentir mais calmo e concentrado na escola para que se possa sair melhor nas tarefas a realizar..
Objetivos Gerais
Melhorar a atenção e
Reduzir os sintomas de concentração do Pedro
hiperatividade e
impulsividade do Pedro 01 02 em tarefas escolares e
atividades diárias.

Fomentar a
Melhorar as habilidades
autorregulação
sociais do Pedro e as
suas interações com 03 04 emocional de Pedro e a
capacidade de lidar
os colegas
com a frustração.
PROGRAMA TAA COMPLETO
1. Seleção e treinamento dos AA. É fundamental escolher animais com temperamentos adequados e capacidades específicas,
bem treinados e socializados.
2. Realização de reuniões com os pais e professores do Pedro e com auxiliares de ação educativa da sua escola e outros
intervenientes possíveis, para explicar os procedimentos, objetivos, responder a dúvidas e clarificar expectativas.
3. Realização de uma sessão de interação prévia entre o Pedro, os seus professores e auxiliares, e o AA.
4. Avaliação inicial comportamental padrão dos sintomas da TDAH.
5. Garantir segurança de crianças e animais.
6. Elaboração de cronograma de atividades.
7. Incentivar a discussão, a permitir o partilha de experiências e emoções.
8. Acompanhamento do progresso por observações e feedback dos professores e pais.
9. Devolver informação a todos os envolvidos no processo.
10. Trabalhar o desapego ao longo do programa.
11. Avaliação final dos sintomas de TDAH.
12. Fornecer feedback aos responsáveis.
13. Realizar questionário de avaliação do programa.
Animal TAA: CAMILA - Cadela Golden Retriever de 3 anos Certificação veterinária para a função;
Boletim vacinação atualizado;
Características: Seguro de responsabilidade civil apólice nº xxxxxxx
temperamento sereno e paciente
muito amigável
bem adaptada a interações com crianças e a ambientes escolares, com ruído e agitação
muito bem socializada e dessensibilizada a objetos e pessoas estranhas
treinada em Obediência
sem instinto vigilante ou protetor
de fácil interação e gosto pelo trabalho

Experiência de 1 ano; atuações sem algum sinal de stress.

Papel:
facilitadora no estabelecimento de uma relação segura com as crianças
elemento motivacional
ativadora emocional
obediência a comandos básicos, de acordo com as atividades propostas.

De modo a aferirmos como é que o animal está a reagir ao seu trabalho/sessões, a


Camila realiza ainda avaliações regulares de comportamento e bem-estar, de modo a garantir que se encontra apta
para participar nas sessões de TAA.
Programa TAA

Autocontrole &
Competências Regulação
Meet & Greet Sociais & Empatia Comportamental

1&2 3&4 5&6 7&8 11


9 & 10
& 12

Atenção & Redução da


Concentração Impulsividade e Progressos &
Hiperatividade Conclusão
Sessão 1 Sessão 2 Sessão 3 Sessão 4

Treinador por
Meet & Greet Cuidar da Camila A Camila é muito zen
1 dia

Sessão 5 Sessão 6 Sessão 7 Sessão 8

Do que gosta a
Sherlock Camila Hora do conto Exploração Sensorial
Camila?

Sessão 9 Sessão 10 Sessão 11 Sessão 12

Semáforos Pista de Obstáculos Show de Camila Despedida


Introdução da Camila, numa primeira parte apenas ao Pedro, para
Meet & Greet estabelecimento de rapport com o animal de terapia; numa 2ª parte, também com
a turma. Discussão das expectativas e elaboração das regras de interação.
Meet & Greet
Sessão individual onde o Pedro irá aprender a cuidar e conhecer as necessidades
Cuidar da Camila
da Camila, como escová-la e alimentá-la.

Sessão com grupo turma com atividades de treino de obediência, onde o Pedro e
Treinador por 1 dia colegas assumem o papel de treinadores da Camila, onde trabalham juntos para
Atenção & ensinar ao cão comandos básicos, como sentar, dar a pata, ou rolar.
Concentração
A Camila é muito Sessão individual com exploração da criação de um ambiente calmo com a Camila
zen e prática de exercícios de mindfulness com a presença do animal.

Do que gosta a Sessão individual com atividades que promovem a empatia, como reconhecer as
Competências Camila? necessidades da Camila e responder adequadamente às mesmas.
Sociais &
Empatia Sessão com grupo turma com atividade que incentiva o Pedro a envolver-se em
Sherlock Camila interações significativas com os colegas e que promove as suas competências
sociais.
Atividade em conjunto com a turma, que oferece um ambiente propício para a redução da
Hora do conto impulsividade e hiperatividade do Pedro, incentivando-o a adotar um ritmo mais calmo e
controlado, através da leitura do livro que gostam mais e que trazem de casa.
Redução da
Impulsividade & Sessão individual de exercício de atenção plena, que irá ajudar o Pedro a concentrar-se no
Hiperatividade momento presente, a aumentar a consciência das suas emoções e a regular a
Exploração Sensorial impulsividade, através de uma atividade sensorial, na qual o Pedro deve tocar suavemente
no pêlo da Camila e descrever como ele se sente, ou a observar as expressões faciais do AA
e ouvir seus sons.

Sessão com grupo turma. Exploração de estratégias de autorregulação e identificação de


sinais de hiperatividade, através de um jogo onde cada criança escolhe um "sinal de
Semáforos
Autocontrole & semáforo" pessoal que representará seu nível de energia perante determinado
cenário/situação.
Regulação
Comportamental Sessão individual onde se praticam técnicas de gestão do comportamento, com ênfase no
Pista de obstáculos seguir instruções e manter o foco em tarefas específicas, nomeadamente levar a Camila a
percorrer uma pista de obstáculos através de comando de voz.

Atividade em grupo turma que promove a liderança, a comunicação em grupo e a celebração


Show de Camila das conquistas, com a apresentação do que cada uma das crianças consegue levar a
Progressos & Camila a executar.
Conclusão
Atividade de despedida entre o Pedro e a Camila e onde se discute os resultados sentidos
Despedida
pelo próprio.
Sessão Nº Data Atividade Descrição Objetivo Funções do AA Min

Competências 6 Sherlock Entrada em sala de Desenvolver competências de A Camila vai cumprimentar 5


Sociais & Camila aula; relembrar regras. concentração, paciência e resolução de as crianças e deixa-se
Empatia problemas, importantes para reduzir a afagar.
impulsividade e promover o controle do
comportamento.
Explicação da A Camila irá ladrar alto ou 35
atividade; formação O envolvimento ativo da Camila na baixo, consoante a dupla
das duplas; procura atividade proporciona uma experiência estiver perto ou longe da
das pistas motivadora e emocionalmente positiva pista.
para as crianças, contribuindo para a
Discussão sobre regulação emocional. A Camila irá para o seu 10
concentração, trabalho local seguro e no fim da
em equipe e solução de sessão irá passar outra
problemas durante a vez pelas crianças para se
atividade. Despedida. despedirem.
Preparação: Antes da sessão, a terapeuta prepara a

atividade. Verifica a lista de itens que as crianças

deverão encontrar na sala, escondendo-os,

apontando onde estão numa grelha para não se

esquecer. Estende o tapete da Camila (o seu lugar

seguro), e coloca à sua disposição uma tigela com

água. A Camila já virá com o seu colete vestido e

estará sem trela durante toda a sessão. Os biscoitos

também são colocados à disposição de todos, mas

em local onde a Camila não chegue.


Sessão: Sherlock Camila - Desenvolvimento de Concentração e Habilidades de Solução de Problemas

Objetivo da Sessão: Desenvolver a concentração, as competências de resolução de problemas, o trabalho em equipe e a interação
positiva entre as crianças e o AA.

A Camila desempenha um papel ativo nas tarefas propostas, ajudando as crianças a atingir os objetivos da sessão.

Procedimentos:

1. A terapeuta e a Camila já se encontram na sala quando as crianças são convidadas a entrar. São recebidas calorosamente mas
de maneira calma e tranquila, permitindo que se acostumem com a presença da Camila. Enfatiza-se a importância de tratar o
animal com respeito e gentileza e recordam-se as regras de interação estabelecidas logo na primeira sessão que todos tiveram.

2. De seguida introduz-se a atividade do dia, explicando que terão a oportunidade de se tornarem detetives com a ajuda da
Camila.

3. As crianças são divididas em duplas, e cada par é designado para trabalhar com a Camila em busca de pistas, garantindo que
todos têm a oportunidade de trabalhar com o animal.

4. A terapeuta distribui uma lista de itens para cada dupla. Os itens podem ser cores, formas, palavras ou objetos específicos que
estão escondidos na sala.
5. Colaboração e comunicação: As duplas precisam colaborar e comunicar eficazmente para encontrar todos os itens. Com a ajuda
dos comandos, fornecidos pela terapeuta, de ladrar forte (perto = quente) e de ladrar suave/sussurrar (longe = frio), a Camila irá
orientar as crianças na direção certa.

6. Exploração dos sentimentos: A terapeuta aproveita a oportunidade para explorar os sentimentos das crianças durante a
atividade, incentivando à expressão de emoções e discussões sobre como lidar com desafios.

7. Celebração das conquistas: Quando uma dupla encontra o seu item da lista, há uma celebração para reconhecer a conquista e o
trabalho em equipe. A Camila também recebe um biscoito por cada criança da dupla.

8. A atividade continua até que todas as crianças tenham encontrado o seu item na lista.

9. Feedback e Reflexão: A terapeuta conduz uma breve discussão com as crianças sobre o jogo e pede-lhes que compartilhem o
que aprenderam com a atividade e como se sentiram ao trabalhar com a Camila. Incentiva ainda a expressarem as suas
observações sobre a concentração, trabalho em equipe e solução de problemas durante a atividade.

10. A sessão é terminada com uma conversa de grupo e agradecimentos à Camila pela ajuda como "detetive”, o que irá auxiliar as
crianças a se prepararem para sair da sala, tudo isto sempre num ambiente de transição tranquilo. A Camila irá estar à porta e
irá despedir-se de cada uma delas, com direito a mais um biscoito.
Esta sessão de terapia é projetada para desenvolver
a concentração, promover a cooperação,
comunicação, a interação social, ao mesmo tempo em
que oferece a oportunidade do Pedro e dos seus
colegas aprimorarem as suas competências de
Esta atividade (e consequente
trabalho em equipe e resolução de problemas e claro,
programa de TAA), adaptada de acordo
a interação positiva entre as crianças e o AA. A Camila
com as necessidades do Pedro, seria
desempenha um papel ativo na sessão, torna a
incorporada ao seu plano de
atividade envolvente e terapêutica, ajudando as
tratamento. A presença e interação
crianças a atingir os objetivos da sessão e
com o animal serve como um meio
contribuindo para o progresso do Pedro.
motivador e terapêutico para ajudar o
Pedro a alcançar os objetivos
estabelecidos.
Embora a atividade possa parecer muito estimulante para crianças com o TDAH, a adaptação correta, com o suporte adequado,
pode torná-la benéfica para o Pedro:

1. Foco na Atenção e Concentração: A atividade pode ser usada para direcionar o foco e a atenção das crianças. Cada item na lista
requer concentração para ser encontrado, ajudando o Pedro a praticar sua atenção seletiva.

2. Habilidades de Resolução de Problemas: A atividade incentiva as crianças a trabalharem em equipe para resolver um problema
comum. Pedro irá beneficiar com esta prática de competências de resolução de problemas, pois é importante para crianças com
TDAH conseguirem levar uma atividade até ao fim.

3. Cooperação e Interação Social: A atividade promove interações sociais positivas. Para o Pedro, que tem dificuldade em manter a
atenção em situações sociais, essa atividade oferece uma estrutura e um propósito para a interação, o que pode torná-la menos
stressante.
4. Reforço Positivo: A presença do cão de terapia oferece reforço positivo, já que as crianças trabalham com entusiasmo para
encontrar os itens na sala. Isso pode ser uma motivação adicional para o Pedro, pois ele é recompensado pelas suas
contribuições e esforços.

5. Exercício Físico: O componente de atividade física pode ajudar a liberar a energia em excesso frequentemente associada ao
TDAH. As pausas para movimento podem ser integradas à atividade.

6. Ambiente Inclusivo: A atividade é projetada para ser realizada com os colegas de turma, promovendo a inclusão do Pedro e
proporcionando-lhe a oportunidade de interagir com seus pares.
Espera-se que, após a intervenção, que o Pedro
apresente:
● uma redução nos sintomas de hiperatividade e
impulsividade,
● melhore sua atenção e concentração
● melhore as suas interações sociais com os
colegas.
Os pais do Pedro devem relatar:
● uma melhoria no comportamento e
funcionamento geral de seu filho.
Os professores:
● uma melhoria na finalização das tarefas
solicitadas em sala de aula.
Ter uma sala própria - biblioteca ou outra;

A presença pouco usual do animal, apesar de realizadas


sessões de interação antes do início do programa;

Retirar 1h ao currículo de aprendizagem, embora as sessões


se possam incluir no tempo de apoio ao estudo ou de oferta curricular;

Garantir que da turma da criança com TDAH, só integram as sessões coletivas as que gostam
de animais, acautelando sempre os medos, fobias ou condições médicas e assegurando que
existindo, essas mesmas crianças não se sintam excluídas, colaborando com o corpo docente
de modo a desenvolver/propor atividades;
Ajustar os tópicos das reflexões e discussões ao nível do
desenvolvimento das crianças da turma do Pedro e de acordo
com as necessidades individuais do mesmo;

Clarificar expectativas dos pais do Pedro, dos pais/EE das


crianças da turma do mesmo e dos seus professores;

Ser apenas uma técnica a realizar o acompanhamento do progresso da


criança através de observações, assumir o papel de handler e de terapeuta
e ainda zelar pelo bem estar animal;

Acautelar tempo para as pausas de movimento da criança com TDAH.


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BIBLIOGRAFIA
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McNicholas, J. & Collis, G.M. (1995). The end of a relationship: Coping with pet loss. In I. Robinson (Eds.). The Waltham book of
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Serpell, J. (1996). Evidence for an association between pet behavior and owner attachement levels. Applied Animal Behaviour Science
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