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Ana Rita Milheiriço

Avaliação e Intervenção com Crianças e Jovens


no âmbito do Sistema de Promoção e Proteção e
Tutelar cível
3ª Sessão

Formação-Ação e Acompanhamento Técnico às/os


Psicólogas/os que integram as RAP - Respostas de Apoio
Psicológico para Crianças e Jovens Vítimas de Violência
Doméstica

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Psicológico para Crianças e Jovens Vítimas de Violência Doméstica
Avaliação e Intervenção com Crianças e Jovens no âmbito do Sistema de
Promoção e Proteção e Tutelar cível

Temas a abordar e cronograma das sessões

Sessão 1 Sessão 2 Sessão 3 Sessão 4

1. Enquadramento; 1. Crianças e jovens 1. Intervenção judicial 1. A participação e a


2. Alguns dados sinalizadas à CPCJ no âmbito dos processos Audição da Criança;
estatísticos; 2. Recolha de informação de promoção e 2. O papel do psicólogo
3. Intervenção das e avaliação diagnóstica; proteção/ tutelares no acompanhamento
entidades de primeira Medidas de promoção e cíveis; de crianças - audição
linha, em situações de proteção; 2. Papel dos CAFAP - para memória futura/
violência; 3. Partilha de (Boas) ponto de encontro testemunha em
4. Sinalizações à CPCJ; práticas, dúvidas e familiar processo crime;
4. Partilha de (Boas) discussão de casos 3. Partilha de (Boas) 3. Partilha de (Boas)
práticas, dúvidas e práticas, dúvidas e práticas, dúvidas e
discussão de casos discussão de casos discussão de casos
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Ordem de trabalhos

- Exercício prático – O papel do Psicólogo (RAP; CAFAP; INML; ATT; CPCJ; Escolas)

- Conflito
- Interparental; Violência; Abuso/ Negligência
- Parentalidade;
- Crianças Expostas ao Conflito e Violência Interparental: Evidência do Risco ou crenças Sociais

- Processos Judiciais
- Alegações de Violência

- Centro de Aconselhamento Parental e Formação Parental -CAFAP


- Enquadramento legal
- Observação da interação
- Parentalidade positiva e impacto do conflito no bem estar das crianças e jovens;

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Intervenção
Judicial

Processo de
Processo
Processo Crime Promoção e
Tutelar Cível
Proteção

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Atividade prática

O papel do Psicólogo…
- da RAP
https://pt.piliapp.com/random/wheel/ - da Escola
- do CAFAP
- na Equipa de assessoria técnica aos Tribunais
- do INML
- na CPCJ

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Conflito

Interparental
Violência
Abuso/Negligência
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• Do conflito o que conhecemos é a sua
dimensão externa.

• Porém para os profissionais que trabalham na


dimensão da gestão de conflitos, será facilitador e
determinante na abordagem a fazer percebermos
o que está na génese da sua latência, assim como
conhecemos qual a representação social e cultural
que os diversos atores do conflito fazem da sua
aceitação.

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Conflitos no processo de rutura…

• Os conflitos potenciadores da dissolução do casal e das emoções e


perceções que aí se desencadeiam.

• Apesar da separação e/ou divórcio serem entendidos como processos


muitos dolorosos que uma pessoa, casal e família podem vivenciar, os
mesmos são igualmente analisados como um fator que poderá alavancar
o desenvolvimento de todos os atores do sistema familiar.

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Conflitos no processo de rutura…

• Os conflitos decorrentes da situação de divórcio colocam,


frequentemente, os progenitores em posições antagónicas no que
respeita ao exercício da parentalidade, comprometendo, muitas vezes, o
superior interesse dos filhos.

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Conflitos Interparentais
• O conflito interparental, frequente em processos de separação e ao período que
antecede a rutura conjugal, é indicado na literatura como um dos fatores de
stresse mais significativos ((Amato, 2001) e negativos para a criança (Sani &
Cardoso, 2013);

• No contexto da situação de crise que afeta o sistema familiar, a separação conjugal


(Moura & Matos, 2008), conjugada com níveis elevados de conflito interparental
está associada a trajetórias de desenvolvimento desadaptativo;

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Conflitos Interparentais

• A investigação mais recente tem demonstrado que o conflito entre os pais é a principal
dimensão relacionada com a má adaptação dos filhos à separação conjugal (Buchanan
& Heiges ,2001) e que as crianças que apresentam piores níveis de adaptação são
aquelas cujos pais estão envolvidos durante longos períodos de tempo em disputas
judiciais sobre a regulação da função parental. (Johnston, 1994)

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Conflitos Interparentais
• A influência do conflito interparental no exercício do papel parental
ocorre por via da diminuição da disponibilidade psicológica e da
qualidade da responsividade na interação com os filhos (Mota & Matos,
2013).

• A intervenção com o objetivo de reduzir os níveis de conflito e contribuir


para a obtenção de consensos, irá favorecer perceções positivas, por
parte da criança/jovem, sobre o modo como os pais são capazes de
ultrapassar divergências, bem como aumentar a disponibilidade dos
adultos para a relação com os filhos.

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Crianças expostas ao conflito e violência interparental:
Evidência do risco e Crenças Sociais

As crianças são naturalmente muito bem cuidadas pelos pais, dada a natureza instintiva
e protetora do exercício do papel parental, designadamente pelas mães.

A evidência de situações de vitimação direta e/ou indireta de crianças no contexto da

família, com sérias consequências ao nível do desenvolvimento equilibrado da criança,

revelam a enorme dissonância entre o que podem ser as representações sociais sobre a

infância vivida de muitas crianças.


( Sani & Almeida, 2011)
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Crianças expostas ao conflito e violência interparental:
Evidência do risco e Crenças Sociais

As crianças de tenra idade, tendem a não sofrer impacto quando expostas ao conflito e violência

interparental, porque não compreendem o conteúdo das discussões.

A realidade é que uma criança de tenra idade pode não compreender o conteúdo das
discussões, mas é sensível às emoções, sente a pouca disponibilidade dos pais para a
satisfação das suas necessidades básicas, representando o seu meio como um contexto
inseguro e os seus pais como pouco disponíveis e capazes para a proteger.

( Sani & Almeida, 2011)


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Crianças expostas ao conflito e violência interparental:
Evidência do risco e Crenças Sociais

Podendo a criança não se constituir uma vítima direta da violência perpetrada no seu contexto
doméstico, o facto de observar os conflitos entre os pais, duas figuras importantes na vinculação
e num contexto essencial para o seu desenvolvimento, faz desta também uma vítima ( Sani, 2011)

Seja por observação direta das agressões, ou por observação das consequências das mesmas,
crianças expostas à violência podem exibir níveis elevados de reatividade emocional, ameaça e
culpa pela ocorrência dos conflitos ( Sani & Almeida, 2011).

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Em Portugal a legislação prevê…

- Pena de prisão para agressor e penas assessórias como inibição do exercício das
responsabilidades parentais

- A Proteção das Crianças e Jovens.

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Artigo 152.º Versão Atualizada na Lei n.º 94/2021, de 21 de Dezembro
Violência doméstica
1 - Quem, de modo reiterado ou não, infligir maus tratos físicos ou psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade, ofensas sexuais ou impedir o acesso ou fruição aos
recursos económicos e patrimoniais próprios ou comuns:
(…)
e) A menor que seja seu descendente ou de uma das pessoas referidas nas alíneas a), b) e c), ainda que com ele não coabite;
é punido com pena de prisão de um a cinco anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
2 - No caso previsto no número anterior, se o agente:
a) Praticar o facto contra menor, na presença de menor, no domicílio comum ou no domicílio da vítima; ou
b) Difundir através da Internet ou de outros meios de difusão pública generalizada, dados pessoais, designadamente imagem ou som, relativos à intimidade da vida privada de uma
das vítimas sem o seu consentimento;
é punido com pena de prisão de dois a cinco anos.
3 - Se dos factos previstos no n.º 1 resultar:
a) Ofensa à integridade física grave, o agente é punido com pena de prisão de dois a oito anos;
Artigo 152.º
Violência doméstica
b) A morte, o agente é punido com pena de prisão de três a dez anos.
4 - Nos casos previstos nos números anteriores, incluindo aqueles em que couber pena mais grave por força de outra disposição legal, podem ser aplicadas ao arguido as penas
acessórias de proibição de contacto com a vítima e de proibição de uso e porte de armas, pelo período de seis meses a cinco anos, e de obrigação de frequência de
programas específicos de prevenção da violência doméstica.
5 - A pena acessória de proibição de contacto com a vítima deve incluir o afastamento da residência ou do local de trabalho desta e o seu cumprimento deve ser fiscalizado por
meios técnicos de controlo à distância.
6 - Quem for condenado por crime previsto no presente artigo pode, atenta a concreta gravidade do facto e a sua conexão com a função exercida pelo agente, ser inibido do
exercício de responsabilidades parentais, da tutela ou do exercício de medidas relativas a maior acompanhado por um período de 1 a 10 anos.

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Violência Doméstica- Crianças e Jovens – Lei 147/99 de 1 de setembro
Art. 3º Legitimidade de Intervenção (cont.)

1 - A intervenção para promoção dos direitos e proteção da criança e do jovem em perigo tem lugar quando:

- os pais, o representante legal ou quem tenha a guarda de facto ponham em perigo a sua segurança, saúde, formação,
educação ou desenvolvimento, ou quando esse perigo resulte de ação ou omissão de terceiros ou da própria criança ou
do jovem a que aqueles não se oponham de modo adequado a removê-lo.
2 - Considera-se que a criança ou o jovem está em perigo quando, designadamente, se encontra numa das seguintes
situações:
a) Está abandonada ou vive entregue a si própria;
b) Sofre maus tratos físicos ou psíquicos ou é vítima de abusos sexuais;
c) Não recebe os cuidados ou a afeição adequados à sua idade e situação pessoal;
(…)
f) Está sujeita, de forma direta ou indireta, a comportamentos que afetem gravemente a sua segurança ou o seu
equilíbrio emocional;
g) Assume comportamentos ou se entrega a atividades ou consumos que afetem gravemente a sua saúde, segurança,
formação, educação ou desenvolvimento sem que os pais, o representante legal ou quem tenha a guarda de facto se
lhes oponham de modo adequado a remover essa situação.
(…)

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• Mais longos e difíceis de regulação das responsabilidades parentais têm um impacto
negativo na relação dos progenitores após o divórcio e no desempenho parental de
cada um, refletindo-se numa menor qualidade de vida e no bem-estar dos seus filhos
(Ahrons, 2007; Baum, 2003; Gould & Martindade, 2007; Jaffe et al., 2003);

• Especificidades do abuso e negligência intrafamiliar de crianças/adolescentes e da


violência na intimidade (Abuso físico; Psicológico; Sexual; Negligência; exposição à
violência interparental);

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• Podem constituir uma oportunidade para o agressor prolongar o
contexto de violência/Conflito, e um pretexto para a manutenção do
controlo através da intimidação e do assédio, utilizando os filhos (Bala et al., 2001,
2007);

• O adulto que exerce a violência na relação de casal, tende a ser


controlador, manipulador e apresenta maior probabilidade de ser
violento ou negligente com os filhos ( Bancroft, 2002; Jaffe et al. 2003);

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• Os agressores intrafamiliares também podem ser hábeis em negar,
minimizar, culpar a vítima, podendo apresentar-se como pessoas
sensíveis, calmas, projetando uma imagem parental adequada e
competente (Bow & Boxer, 2003; Conner, 2009; Jaffe et al., 2003; Kelly & Johnson, 2008);

• Alegações de violência e/ou negligência em contexto de regulação do


exercício das responsabilidades parentais;

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, em contexto de RERP

Quando a disputa parental envolve alegações de violência (entre parceiros íntimos),


abuso (físico, psicológico, sexual) ou negligência, pode atingir níveis elevados de
conflito, intensificando a tensão emocional, a angústia e a preocupação dos
intervenientes.

(Austin & Drozd, 2013; Bala, Mitnick,Trocmé & Houston, 2007, etc, citados por Alberto, Fonseca & Baptista, 2018, pág. 153)

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, em contexto de RERP

• Relação temporal entre as vivências ou suspeitas de violência ou abuso


e as alegações no âmbito da Regulação do Exercício das
Responsabilidades Parentais, destacam-se duas possibilidades:

• As suspeitas/vivências existiam antes da separação, mas só são reveladas


posteriormente.

• As suspeitas/vivências surgem após a separação e no âmbito da Regulação do


exercício das responsabilidades parentais.

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As suspeitas/vivências existiam antes da separação,
mas só são reveladas posteriormente …
a) Nesse caso, a separação/divórcio pode surgir como resultado e como
tentativa de resolução da violência e uma oportunidade para proteger as
vítimas (Filhos e adultos);

a) As vítimas não revelam a situação antes da separação por medo de


amplificação da violência ou como tentativa de salvaguarda do núcleo
familiar;

a) No que respeita ao abuso sexual, a criança vítima fez a revelação quando os


pais se separam, tendo um espaço em que a sua segurança é mantida,
rejeitando o contacto com o pai/mãe abusivo (ou familiar paterno/materno
abusivo); ( Bala, et al, 2001, 2007; Conner, 2009; Jaffe, et. Al, 2014; Stahl, 1999; thoennes & Tjaden, 1990; Trocmé & Bala, 2005
citados por Alberto, Fonseca & Baptista, 2018, pág.154)

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As suspeitas/vivências surgem após a separação e no âmbito da
Regulação do exercício das responsabilidades parentais.

• Neste caso as alegações são concomitantes com as vivências/suspeitas de


violência/abuso ou negligência que podem resultar do mau ajustamento
dos adultos à separação marital como, por exemplo, o abuso sexual da
criança (Bala, et.al, 2001, 2007; Conner, 2009; Jaffe et. Al, 2014; Stahl, 1999).

• Alguns autores (Bala et. Al 2001; 2007; Derdeyn, et.al 1994 e Friedrich, 2005) referem que, os
agressores sexuais de crianças não são necessariamente “pedófilos” e o
aumento de fatores de risco no período de pós-divórcio pode potenciar
tais abusos, os quais não ocorreriam antes.

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, em contexto de RERP
• Para além da relação temporal, existe a questão das evidências relativas às
alegações que surgem…

A. Podem revelar-se fundadas, ou seja, fazer-se prova de que se traduzem numa


realidade;

B. Podem ser tidas como infundadas por razões distintas, tais como:

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• S/ evidências físicas;

• Envoltas na questão do segredo, dificultando o acesso a testemunhas;

• S/ sintomatologia nas vítimas, problemas de comportamento ou


dificuldades escolares, o que pode induzir em erro (Assumir que a situação
alegada afinal não existe; ou concluir-se erroneamente que não existe
abuso, o que não é real);

• Falta de consistência no relato das vítimas e, por vezes, sujeitos a


influências externas e tomadas de decisão pessoais ao longo do processo.

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Como por exemplo:

• Descrições de rotinas como o banho, questões e comportamentos de curiosidade


infantil sobre a sexualidade que podem ser percebidos como indicadores de abuso
sexual;

• Cansaço ou alteração de padrão de sono ou de alimentação da criança pode ser


atribuído a negligência do outro pai/mãe;

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• Alguns autores ( Bala et. al, 2007; Ceci & Bruck, 1998; Saywitz & Camparo, 1998) referem que o
consolidar de um padrão de questionamento do filho por parte do
pai/mãe com quem a criança reside sobre as rotinas e práticas em
casa do outro progenitor, podendo existir por essa via um processo
de enviesamento das verbalizações e descrições, passando as
crianças a acreditar que o outro progenitor fez algo inadequado,
acabando por descrever situações não ocorridas;

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• Por zanga direcionada ao(s) progenitor(es) com iniciativa no divórcio;
• Como estratégia de retaliação e de afastamento de companheiros atuais
dos pais (Bala et al. 2007; Derdeyn et al. 1994; Geffener, 2009);

• Outros motivos podem estar subjacentes aos comportamentos de rejeição


de um dos pais, por parte dos filhos, tais como:
• Ao longo do desenvolvimento da criança existir períodos de maior proximidade
afetiva com um dos pais;
• Situações de abuso de que são vítimas, sem revelação, manifestando rejeição em
estar com o progenitor em causa;
• Perceção dos problemas de parentalidade;

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• Particularmente, quando não têm formação especializada na área da
violência, correndo o risco de fazer interpretações erróneas de
verbalizações e de comportamentos e serem os investigadores de
alegações que não correspondem à realidade ( Bala et. Al, 2007; Gould & Martindale, 2007, citados
por Alberto, Fonseca & Baptista, 2018)

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Importa avaliar…
1) Laços emocionais existentes entre a criança e os pais, irmãos ou
outros elementos do agregado familiar;
2) Capacidade dos pais para promoverem um ambiente seguro, com
satisfação das necessidades básicas da criança;
3) Capacidade para satisfazer as necessidades físicas e emocionais da
criança;
4) Saúde física e emocional da criança;
5) Situações de violência doméstica comprovada;

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Existem várias situações em que…

• As próprias vítimas reconhecem a necessidade dos contactos entre o agressor e a crianças são
essenciais, porque estas perguntam insistentemente pelo pai, tem saudades e vive em sofrimento a
sua ausência. Quando tal acontece, são estabelecidos contactos, devendo ser acautelado que a vítima
e o agressor não de encontrem (CAFAP´s).

• Noutras situações a convivência do progenitor com o filho pode comprometer o bem-estar e


segurança da criança. A qual recusa estar com o progenitor por questões de insegurança porque
também ela foi vítima.

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Centro de Aconselhamento Parental e
Formação Parental -CAFAP

Enquadramento legal
Observação da interação
Situações de Violência Doméstica

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• Face ao aumento de separações conflituosas e situações de negligência, abandono e
risco que dificultam a preservação dos vínculos entre a criança e o progenitor com
quem não reside, no resto da Europa, a partir de 1980, vários países desenvolveram a
intervenção em denominados “Espaços de Encontro” “Pontos de Encontro Familiar”
ou “Espaços Família”;

• Na procura de formas alternativas de superação de conflitos em espaços estruturados


para garantir uma abordagem das questões no sentido de promover dinâmicas
familiares que contrariem padrões de interação disruptivos, tais espaços têm vindo a
assumir cada vez maior relevância;

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Lei n.º 61/2008 de 31 de outubro …

não alterou a terminologia, mantendo a expressão “ direito de visita” para o progenitor não residente,
representando tal expressão uma dimensão contraditória com a partilha da parentalidade.

O enquadramento jurídico que orienta tal “ direito de visita” encontra-se consagrado no artigo 1906.º, 5)
e 7), que refere:

«O Tribunal determinará a residência do filho e os direitos de visita de acordo com o interesse deste,
tendo em atenção todas as circunstâncias relevantes, designadamente o eventual acordo dos pais e a
disponibilidade manifestada por cada um deles para promover relações habituais do filho com o outro»

«O Tribunal decidirá sempre de harmonia com o interesse do menor, incluindo o de manter uma relação
de grande proximidade com os dois progenitores, promovendo e aceitando acordos ou tomando
decisões que favoreçam amplas oportunidades de contacto com ambos e de partilha de responsabilidades
entre eles».

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Tem-se entendido serem fundamentais três,

os elementos que influenciam o Juiz na determinação do conteúdo do direito de visita:

- as conveniências do pai guardião (designadamente a necessidade de que o direito de visita não

perturbe a unidade e estabilidade da educação da criança);

- o interesse do titular do direito de visita;

- o interesse da criança na manutenção daquela relação.

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A nova lei vem responsabilizar criminalmente o incumprimento do Regime de Convivência.

Assim o art. 249º, n.º 1, al. C) do Código Penal, refere:

«Quem, de um modo repetido e injustificado não cumprir o regime estabelecido para a convivência do
menor na regulação das responsabilidades parentais, ao recusar, atrasar ou dificultar significativamente a
sua entrega ou acolhimento, é punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 140
dias»

Tal procedimento depende de queixa e deve consubstanciar uma recusa, atraso ou dificuldade na
entrega ou acolhimento.

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Lei n.º 24/2017 de 24 de maio, veio introduzir alterações ao n.º 4
do artigo 200.º do Código Processo Penal que passa a ter a
seguinte redação:

“A medida ou medidas de coação que impliquem a restrição de contacto entre progenitores são

imediatamente comunicadas ao representante do Ministério Público que exerce funções no tribunal

competente, para efeitos de instauração, com caráter de urgência, do respetivo processo de regulação ou

alteração da regulação do exercício das responsabilidades parentais”.

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No que dizem respeito a procedimentos a ter em consideração quando está em causa a regulação das
responsabilidades parentais, no âmbito de crimes de violência doméstica e de outras formas de violência em
contexto familiar, a referida Lei introduz o artigo 1906.º- A no Código Civil que observa que:

• o exercício em comum das responsabilidades parentais pode ser julgado contrário aos interesses da
criança/jovem se for decretada medida de coação ou aplicada pena acessória de proibição de contacto entre
progenitores

Ou

• se estiverem em grave risco os direitos e a segurança de vítimas de violência doméstica e de outras


formas de violência em contexto familiar, como maus tratos ou abuso sexual de crianças.

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No ano de 2013 foi publicada a Portaria n. º 139, de 2 de abril,
Que definiu e regulamentou a intervenção e apoio especializado à família e às crianças em
situação de risco psicossocial.

Centros de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental- CAFAP passaram a assumir especial relevância no
diagnóstico, prevenção e reparação de situações de risco psicossocial, bem como na promoção de uma
parentalidade positiva, tendo em conta a realidade social em que se perspetiva a sua intervenção.

Assim, os CAFAP passaram a desenvolver uma intervenção especializada dirigida às famílias com crianças e
jovens, com vista à valorização das suas competências parentais, pessoais e sociais, tendo em conta o
desenvolvimento integral das crianças e jovens no seio familiar.

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São assim objetivos dos CAFAP, plasmados na :

a) Prevenir situações de risco e de perigo através da promoção do exercício de uma parentalidade positiva;
b) Avaliar as dinâmicas de risco e proteção das famílias e as possibilidades de mudança;
c) Desenvolver competências parentais, pessoais e sociais que permitam a melhoria do desempenho da
função parental;
d) Capacitar as famílias promovendo e reforçando dinâmicas relacionais de qualidade e rotinas quotidianas;
e) Potenciar a melhoria das interações familiares;
f) Atenuar a influência de fatores de risco nas famílias, prevenindo situações de separação das crianças e
jovens do seu meio natural de vida;
g) Aumentar a capacidade de resiliência familiar e individual;
h) Favorecer a reintegração da criança ou do jovem em meio familiar;
i) Reforçar a qualidade das relações da família com a comunidade;

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Os CAFAP integram as seguintes modalidades:

a) Preservação familiar:

• Visa prevenir a retirada da criança ou do jovem do seu meio natural de vida.

b) Reunificação familiar;

• Visa o regresso da criança ou do jovem ao seu meio familiar, designadamente nos casos de

acolhimento em instituição ou em família de acolhimento, através de uma intervenção focalizada e

intensiva que pode decorrer em espaço domiciliário e ou comunitário.

c) Ponto de encontro familiar.

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Ponto de encontro familiar, visa …

- A manutenção ou o restabelecimento dos vínculos familiares, nos casos de interrupção ou


perturbação grave da convivência familiar, designadamente em situação de conflito parental e de
separação conjugal, mediante uma atuação que:

- Proporcione encontros familiares em condições adequadas, de segurança e bem-estar, para as


crianças ou jovens;

- Promova e facilite um clima de consenso e responsabilidade, através de um trabalho psicopedagógico


e social, conducente a uma mínima intervenção judicial.

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Ponto de encontro familiar, constitui-se um recurso nas situações…
• Alta conflitualidade parental, que dificulta a preservação dos vínculos com o progenitor não residente;
• Vulnerabilidades ao nível do exercício das competências parentais;
• Problemática de saúde mental ou aditiva;
• Possibilidade se situação de risco ou mau trato físico ou psicológico
• Oposição aos convívios do progenitor residente;
• Oposição aos convívios da criança;
• Necessidade de lugar ajustado para a concretização do convívio (ausência de habitação, distância das
residências, afastamento em casa abrigo da progenitora e crianças);

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Ponto de encontro familiar, funciona como…
Um espaço transitório, com duração e com regras de funcionamento definidas,
orientado pelos seguintes princípios e objetivos:

• Proporcionar um quadro acolhedor e securizante para a criança e o conjunto dos intervenientes;


• Garantir o envolvimento dos participantes por via da formalização de um contrato: decisão de um juiz,
regras de funcionamento do espaço;
• Promover uma comunicação que vise reconhecer mútua e pessoalmente as competências parentais de
ambos os pais (trabalho sobre a aquisição da identidade do outro pai);
• Proporcionar aos pais e filhos um espaço para reconstruir vínculos, uma forma de proximidade relacional
que ficou suspensa com a conflitualidade existente;
• Proporcionar um apoio diferenciado ao nível das competências parentais e comunicacionais;
• Abrir a reflexão para outras vias de organização dos períodos de convívio.

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Os convívios supervisionados podem estruturar-se em volta dos
seguintes objetivos:

a) Preservar os vínculos familiares;


b) Promover a reestruturação dos vínculos familiares;
c) Observar a relação pai-criança;
d) Analisar as competências parentais no sentido de dispor de dimensões que possibilitem
sustentar propostas sobre a manutenção dos vínculos paterno-filiais;
e) Promover o desenvolvimento das competências parentais;
f) Preservar os vínculos com a fratria e ascendentes;

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Convívios Convívios
supervisionados vigiados

Convívios
supervisionados Convívios com
fora do Espaço entrega judicial
Família / PEF

Convívios com
supervisão
aquando das
transições
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Interação estruturada e securizante entre a criança e uma
pessoa significativa, na presença de uma terceira pessoa, que
ocorre enquanto a situação não possa evoluir para formas
mais usuais de convívio.
Convívios As situações de pedido desta modalidade de convívio
supervisionados resultam da existência de indicadores que possam constituir
risco/perigo para a integridade física e psicológica da criança
no convívio com um ou ambos progenitores, existência de
receio de sequestro ou rapto civil ou ainda de suspeitas de
abusos à integridade física e psicológica da criança.

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(denominados tutelados em Espanha) em que, para além da
dimensão técnica existe uma função de controlo, de vigilância
Convívios
vigiados com o objetivo de, sobretudo, acautelar a ausência de
comportamentos de risco/perigo para a criança, por parte do
progenitor implicado;

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Convívios com transições supervisionadas como
supervisionados forma de ajustamento progressivo à autonomização
fora do Espaço
Família / PEF dos convívios;

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Em que a intervenção do ISS, I.P tem por finalidade contribuir
para que tal entrega tenha o menor efeito traumático possível.
Convívios com O pedido de acompanhamento de entrega pode englobar o
entrega judicial
convívio/visita vigiada; nestas situações, a finalidade da
intervenção deve visar também o objetivo acima referido.

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entre os dois espaços familiares (fins de semana,
Convívios com períodos de férias, regime de residência partilhada) no
supervisão
aquando das sentido de minimizar a exposição à conflitualidade dos
transições
progenitores;

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Condicionalismos das referidas modalidades de convívio, no
exercício da parentalidade:

- Pode condicionar a estruturação dos vínculos;


- Artificialidade do quadro
- Cristalização temporal
- Dimensão coerciva
- Dimensão restritiva e negativa do exercício da parentalidade;

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Podem ser considerados indicadores positivos:

✓ A regularidade na comparência e investimento relacional dos convívios (lanche, cuidados,


plasticidade nas atividades desenvolvidas) a relação de confiança, e sem reservas, existente entre a
criança e o progenitor não residente;
✓ Os progenitores que se dirigem juntos aos profissionais para procurar alternativas;
✓ Os progenitores que interagem no final ao início dos convívios;
✓ Os progenitores que se ajustam e chegam a um compromisso sobre os convívios, manifestam
satisfação e contentamento pelo envolvimento do outro progenitor;
✓ Quando a criança circula no espaço junto do pai com quem não reside de forma espontânea e fala
com o outro progenitor do que fez e o outro aceita sem se sentir ameaçado.

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Os indicadores negativos mais comuns são:

✓ Quando a criança é agressiva, pesarosa ou demonstra reservas ao estabelecer a relação com o


progenitor não residente;
✓ O progenitor residente cria bloqueios ou assume uma postura de evitamento no iniciar ou
desenrolar do processo;
✓ Quando se observam tensões entre os pais e dificuldades em se descentrar dos conflitos pessoais;
✓ Quando se observa rigidez dos padrões de interação e dificuldades em centrar a comunicação nas
necessidades dos filhos;

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Os indicadores negativos mais comuns são (Cont.):

✓ Quando recusam ou assumem uma postura de passividade e não conseguem apresentar


alternativas aos convívios supervisionados;
✓ Quando os pais contornam as regras de funcionamento ou acordos expressos no quadro de
intervenção;
✓ ·Situações que colocam a criança numa posição de insegurança: alcoolismo, verbalizações
desajustadas, incongruentes, ausências e atrasos consecutivos do pai não residente, problemas de
foro da saúde mental.

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Não envolva os
filhos nos seus
Desacordos!!!

Fonte: Manual de Formação. Parentalidade Positiva. Intervenção em Ponto de Encontro Familiar, 2017

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A criança, enquanto foco da intervenção…

tem por objetivo interromper uma dinâmica em que a criança é a vítima mais frágil, porque o conflito acaba por
absorver a disponibilidade emocional de ambos os progenitores, acabando tal dinâmica por monopolizar mais atenção,
mais tempo e recursos, inclusive financeiros que para o próprio filho.

Dois pressupostos básicos:

• A criança tem o direito de gostar de ambos os progenitores e de manter de forma securizante, os vínculos
com ambos;

• A criança tem o direito de ficar informada das decisões judiciais que lhe dizem respeito.

Cabe aos pais tal responsabilidade. A criança encontra-se envolvida em conflitos de lealdade, no penoso
dilema de poder estar com um progenitor que está em guerra com ao outro. Tal situação pode provocar uma
ansiedade, impeditiva de qualquer perspetiva de contacto. As investigações nesta área referem que mais de
que o divórcio, é a manutenção do conflito entre os pais que representa um risco para a saúde mental dos
filhos. (Hetherington, 1999)

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Fonte: Manual de Formação. Parentalidade Positiva. Intervenção em Ponto de Encontro Familiar, 2017

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Hughes, R., Jr. (2005). Os efeitos do divórcio nas crianças:. Urbana, IL de Illinois Extensão

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Hughes, R., Jr. (2005). Os efeitos do divórcio nas crianças:. Urbana, IL de Illinois Extensão

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Hughes, R., Jr. (2005). Os efeitos do divórcio nas crianças:. Urbana, IL de Illinois Extensão
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Hughes, R., Jr. (2005). Os efeitos do divórcio nas crianças:. Urbana, IL de Illinois Extensão
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Hughes, R., Jr. (2005). Os efeitos do divórcio nas crianças:. Urbana, IL de Illinois Extensão

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Fim…

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