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Adaptação (2003), Campos, D. (2000). O teste do desenho como instrumento de diagnóstico da personalidade.

Petrópolis: Editora Vozes; Cunha, J. (1993). Psicodiagnóstico-R. Porto Alegre: Artes Médicas; Santos, P., Colaço, N., &
Taborda, J. (1998; 1999). O Desenho Infantil. Lisboa: ULHT
ÍNDICE

O DESENHO COMO PROVA ............................................................................. 3

TESTE DO DESENHO DA FIGURA HUMANA .............................................. 5

1. EVOLUÇÃO DO DESENHO DA FIGURA HUMANA ....................................... 5

2. DESENVOLVIMENTO DO DESENHO EM RELAÇÃO AOS ESTÁGIOS DO

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE PIAGET .............................................. 11

3. DESCRIÇÃO .............................................................................................. 12

4. APLICAÇÃO E COTAÇÃO ......................................................................... 12

5. INTERPRETAÇÃO ...................................................................................... 13

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 15

ANEXOS ................................................................................................................ 16
EVOLUÇÃO DO DESENHO DA FIGURA HUMANA ......................................... 17

GRELHA DE COTAÇÃO ................................................................................. 20

51 ITENS PARA PONTUAÇÃO ...................................................................... 21

AUXILIAR DE COTAÇÃO ...................................................................... 24

TABELA DE AFERIÇÃO DE GOODENOUGH ................................................. 33

CÁLCULO DO QI ......................................................................................... 33

CAMPOS- INTERPRETAÇÃO DE ASPECTOS GERAIS DO DESENHO .............34

CAMPOS- NORMAS PARA INTERPRETAÇÃO DE ASPECTOS GERAIS DO

DESENHO DA FIGURA HUMANA ......................................................... 40

CAMPOS- NORMAS PARA INTERPRETAÇÃO ESPECÍFICA DE CADA PARTE

DA FIGURA HUMANA DESENHADA.............................................................. 43

2
O DESENHO COMO PROVA

Factores Instrumentais: quando o nível do traço é inferior ao das outras provas.


Perturbações na estruturação espacial. Déficit em relação ao esquema corporal.

Factores Intelectuais/Cognitivos: através do desenho da figura humana pode obter-


se um Q.I.

Factores Afectivos: por vezes o nível é semelhante à idade cronológica, mas podem
observar-se sinais de regressão importantes.

------------------------------------------------------------------------

Impulsividade: traço mal controlado, falta de proporção, comportamento negligente.

Ansiedade: traço inseguro ou carregado, conteúdos agressivos ou assustadores.

Dificuldades Relacionais: recusa do todo ou de partes, má posição relativa ou


desproporção dum elemento em relação aos outros.

Traços Psicóticos: empobrecimento do desenho ou indução de atributos sexuais.


Bizarrias ou desorganização. Desvitalização. Retorno a temas arcaicos. Preenchimento

dos espaços brancos com formas esteriotipadas com significado muito pessoal.

Traços Fóbicos: inibição, desenho pequeno, traço pouco nítido, ausência de dinamismo,
conteúdos pobres ou regressivos, fascinação por certos elementos super investidos,

situações de desequilíbrio, quedas, sensibilização ao que está escondido.

Traços Obsessivos: meticulosidade, escrupuloso, detalhes numerosos. Tentativas de


integração num todo. Apagar e recomeçar. Simetria. Exagero nos elementos da parte

3
superior do corpo que podem lembrar dificuldades nas identificações. Escolha de

situações onde há deslocamento da agressividade. Expressão simbólica das defesas.

Castelos invadidos de acessórios tão mortíferos quanto defensivos. A Panóplia dos

justiceiros do Farwest.

Traços Histéricos: valorização de detalhes narcísicos, de adornos no vestuário, de


toda uma mise en scene. Sexualização de elementos neutros.

4
TESTE DO DESENHO DA FIGURA HUMANA -

- FLORENCE GOODENOUGH

1. Evolução do Desenho da Figura Humana

LUQUET, tendo como base as teorias piagetianas, estabeleceu quatro fases para o

desenho infantil.

Na primeira fase do desenho infantil, Fase do Realismo Involuntário/Fortuito

(entre os 2 e os 3 anos), o traço não tem intenção representativa e é desprovido de

significado. A criança interpreta o desenho da maneira que lhe ocorre no momento. À

medida que a criança desenha, vai descobrindo semelhanças entre o seu desenho e os

objectos. Tenta então reproduzir a figura geométrica dos objectos, passando assim à

fase seguinte.

Ao nível da segunda fase, Fase do Realismo Frustrado (entre os 3 e os 4 anos),

dá-se a aprendizagem da reprodução da forma do objecto, a qual, dada a imaturidade

motora e Cognitiva é frustrada. Este fracasso tem tendência a diminuir até que a

criança o consegue reproduzir com sucesso. Nesta fase o desenho é caracterizado pela

sua imperfeição, pela sua incapacidade de síntese (a criança desenha os elementos sem

os englobar num todo), pela dificuldade de relação entre os elementos do objecto a

desenhar, pela reprodução de certos pormenores do objecto (de forma geral, os que não

compreende), por alterações das proporções, inclusões e há desrespeito pela lei da

tangência. À medida que a criança evolui, o desenho também evoluirá, apresentando

maior sucesso de reprodução do objecto, ficando a criança com o seu próprio estilo.

No que diz respeito à terceira fase, Fase do Realismo Intelectual (entre os 4 e

os 12 anos), as coisas são representadas tal como são conhecidas pela criança (em função

daquilo que ela sabe delas, e não daquilo que vê). Deste modo, o desenho vai representar

o objecto com todos os seus elementos constitutivos, mesmo que estes não se vejam. As

principais características do desenho, nesta fase, são: a transparência (representação

simultânea do objecto e do seu conteúdo), o rebatimento (o objecto não é perspectivado,

mas sim rebatido em torno de um eixo central), a planificação (o objecto aparece como

que projectado no solo) e o uso de legenda.


5
Na última fase, Fase do Realismo Visual (a partir dos 12 anos), tal como nos

adultos, as coisas são representadas em função daquilo que a criança vê. As suas

principais particularidades, são: a perspectiva e a opacidade (em oposição à

transparência). A criança já respeita a tangência e remete a representação do objecto a

um único ponto de vista.

A EVOLUÇÃO DO DESENHO DA FIGURA HUMANA na criança obedece a uma sequência

de fases mais ou menos regular.

Assim, as primeiras tentativas de representação da figura humana ocorrem por

volta dos 2/3 anos de idade. Nessa altura, estamos na primeira fase do desenho infantil

de LUQUET (Realismo Fortuito), o desenho não é mais do que uma intenção, é o início do

desenho figurativo em que a criança acompanha o seu traçado (garatuja) de um

comentário verbal.

Logo a seguir a criança começa a utilizar uma forma esteriotipada para desenhar

uma pessoa, a qual é geralmente um círculo. Esta forma parece relacionar-se não só às

aptidões motoras da criança nesta fase, mas também ao facto da cara humana ter uma

forma mais ou menos circular (Fig. 1).

Fig. 1

Posteriormente vão surgindo novos detalhes, como: olhos, nariz, boca, pernas, etc.

No entanto, estes elementos apresentam-se incorrectamente situados e desenhados,

designando-se assim o desenho como "figura humana em peças separadas".


6
Por volta dos 4 anos o desenho da figura humana é designado de "Bonhomme

Têtard", ou seja, o homem girino. Este, é representado por um círculo, ao qual se ligam,

inferiormente, duas linhas verticais representando as pernas. No interior do círculo,

aparecem pontos ou pequenos círculos que pretendem figurar os olhos, o nariz e a boca

(Fig. 2). A seguir surgem os braços, na forma de duas linhas horizontais estando cada

uma delas ligada a cada parte lateral do circulo (Fig. 3).

Fig. 2 Fig. 3

Segundo Prudhommeau, o homem girino pode ser de dois tipos: estático ou

dinâmico. Neste último caso a criança desenha na extremidade de um braço um objecto,

o que indica que já existe uma tentativa de representar o movimento, a acção (Fig. 4).

Homem
Com girinodoestático
o evoluir Fig.detalhes
homem girino, outros 4 Homem girino
vão surgindo: dinâmico
cabelos, mãos, pés,

orelhas, etc.; surgindo depois alguns elementos de vestuário (ex.: botões). Começa então

a surgir uma intenção de representar o tronco e de iniciar a sua diferenciação face à

cabeça (Fig. 5).

7
Fig. 5

Entre os 4 e os 5 anos, o desenho do homem girino tende a desaparecer,

surgindo agora duas ovóides sobrepostas, uma representando a cabeça e outra o tronco.

Os braços e as pernas permanecem representados por linhas, mas desta vez

apresentando-se ligadas à ovóide inferior.

Assim, por volta dos 6 anos é desenhada uma figura humana já com todos os seus

principais elementos: cabeça, tronco e membros (Fig. 6).

Fig. 6

Por volta dos 7 anos os membros deixam de ser uma linha para passarem a ter

duplo contorno. Outra característica, é o facto de já conseguirem dar sexo à figura

humana, quer através do vestuário, quer pelo comprimento do cabelo (Fig. 7).

8
Fig. 7

Sensivelmente, aos 8 anos, na tentativa de representar o pescoço, a criança

desenha um pequeno segmento entre a cabeça e o tronco. Nessa idade, a noção de

movimento já se encontra mais acentuada e a criança desenha a figura humana com

braços em ângulos diferentes face ao objecto que lhe está associado. Assim, se se

tratar de um guarda-chuva, o braço tende a surgir direccionado para cima; se se trata

de um balde, por exemplo, o braço é desenhado para baixo (Fig. 8).

Fig. 8

O desenho de perfil surge primeiramente nos braços e só depois no corpo, pernas

e pés (Fig. 9). O último elemento a ser desenhado de perfil é a cabeça (Fig. 10).

Esta fase corresponde à fase do Realismo Visual de LUQUET. A criança começa a

desenhar simultaneamente de frente e de perfil, sendo esta última usada para

9
representar o movimento, deixando assim de ser necessário o objecto para simular a

figura humana dinâmica, anteriormente referida.

Fig. 9

Fig. 10

10
2. Desenvolvimento do Desenho em relação aos estágios do Desenvolvimento

Cognitivo de PIAGET

Idade
Desenho Cognição
(aproximada)
Resposta reflexa aos estímulos Estágio Sensório-Motor.
0-1 visuais. O lápis é lavado à boca; a A criança age por reflexos.
criança não desenha. Pensa pela actividade motora.
Aos "13 meses" aparece a 1ª
O movimento gradualmente torna-
garatuja: um ziguezague. A criança
se direccionado a um objectivo, à
1-2 observa atentamente o movimento,
medida que o controlo cortical é
deixando a sua marca na
gradualmente estabelecido.
superfície. Desenho cinestésico.
Círculos aparecem e gradualmente A criança começa a funcionar
predominam. Num círculo simbolicamente. A linguagem e
casualmente desenhado, a criança outras formas de comunicação
2-4
vislumbra um objecto. O 1º símbolo simbólica desempenham maior
gráfico é feito, usualmente, entre papel. Egocentrismo. Faz-de-
os 3/4 anos. conta.
Estágio Pré-Operacional (fase
Realismo Intelectual. Desenha um intuitiva). Egocentrismo. Visão
modelo interno e não como é visto subjectiva do mundo. Imaginação.
realmente. Mostra pessoas Fantasia. Curiosidade.
4-7
através das paredes e através do Criatividade. Focaliza em apenas
casco dos barcos. Transparências. uma característica do tempo.
Expressionismo. Subjectivismo. Funciona intuitivamente e não
logicamente.
Realismo Visual. A subjectividade Estágio das Operações
diminui. Desenha o que é Concretas. Pensa logicamente
realmente visível. Não há mais a sobre as coisas. Não mais
técnica do raio-x (transparência). dominado por percepções
7 - 12 As figuras humanas são mais imediatas. Conceito de
realistas, proporcionais. As cores reversibilidade: coisas que eram o
são mais convencionais. Distingue a mesmo permanecem o mesmo, até
direita da esquerda na figura quando a sua aparência possa ter
desenhada. mudado.
Estágio das Operações Formais.
Com o desenvolvimento da Encara a sua produção critica-
faculdade crítica, a maioria perde mente. Apto para considerar
12 - +
o interesse em desenhar. Os hipóteses. Pode pensar sobre
talentosos tendem a perseverar. ideias e não apenas sobre aspectos
concretos de uma situação.

11
3. Descrição

O teste de GOODENOUGH encontra-se indicado para a avaliação do

desenvolvimento e maturidade intelectual. É uma prova não verbal, de rápida aplicação e

fácil aceitação, sendo o tempo de administração variável, de 10 a 15 minutos. A aplicação

é individual ou colectiva. Destina-se a crianças com idades compreendidas entre os 4 e

os 12 anos de idade.

4. Aplicação e Cotação

Para que a criança realize a prova o instrutor entrega uma folha branca A4 e um

lápis de carvão preto, sendo de seguida solicitado o desenho de uma figura humana,

através da consigne: "Nesta folha vais desenhar uma pessoa. Faz o desenho mais bonito

que puderes. Dispõe de todo o tempo que necessitares ". A aplicação da prova deve ser

em ambiente adequado, não interferindo durante a execução da mesma.

O desenho é cotado numa grelha apropriada (ver ANEXO), a qual está dividida em

duas categorias:

 Categoria A - Utilizada quando o desenho não apresenta a forma da figura humana.

Apresenta penas dois itens: garatuja [atribuindo-se 0 (zero) pontos]

e traços controlados (atribuindo-se 1 ponto);

 Categoria B - Utilizada quando estão presentes de forma diferenciada os elementos

do corpo humano, mesmo que de uma forma grosseira.

A pontuação é feita obedecendo aos 51 itens postulados por

FLORENCE GOODENOUGH, onde se pontua com 1 (um) a presença do

item e com 0 (zero) a sua ausência.

Os pontos são somados e o resultado é convertido em idade mental, através da

TABELA DE AFERIÇÃO DE GOODENOUGH (ver ANEXO), apresentando-se depois o resultado

em meses. Finalmente, já com a idade da criança também convertida em meses, aplica-se

a fórmula que vai determinar o Q. I. (ver ANEXO).

12
Os 51 itens para pontuação (ver ANEXO) são analisados segundo uma ordem de

dificuldade crescente, que avaliam as diferentes características: quantidade de

detalhes representados, proporcionalidade, bi-dimensionalidade, opacidade, congruência,

plasticidade, coordenação visuo-motora e perfil.

5. Interpretação

No desenho da figura humana o sujeito projecta a sua imagem/esquema corporal,

os seus impulsos e conflitos, as suas ansiedades e defesas, ou seja, a sua personalidade e

a sua interacção com o exterior.

GROTH-MARNAT em 1984, salienta que "a figura humana é a representação mais

óbvia e consciente do self", isto é, "a pessoa revela como se percebe a si mesma e como

se apresenta aos outros". Afirma ainda que os desenhos da figura humana do próprio

sexo representam sentimentos e atitudes do sujeito em relação a si mesmo, enquanto as

outras pessoas e os do sexo oposto, indicariam como "o sujeito percebe aqueles

indivíduos que desenhou".

Na análise do material produzido, tanto para adultos como para crianças, deve-se

ter em conta:

- a impressão geral do desenho:

- posição da folha,
- colocação do desenho no papel,
- aspectos gráficos,
- tamanho da figura,
- ênfases,
- linha de base,
- omissões,
- e pressão do traçado;

- a estrutura:

- significado da figura desenhada (quem é, idade, ocupação, papel desempenhado),


- a posição na folha,
- a movimentação demonstrada,
- a perspectiva,
- os detalhes internos e externos,
- a sequência do desenho,
13
- a simetria,
- a proporção
- e a presença ou ausência de transparências, sombreado e borrões);

- e o seu conteúdo:

- as partes do corpo,
- o vestuário e seus acessórios
- a nudez

Cada um dos itens acima referidos tem a sua significação, a qual é explicitada por

vários autores, entre os quais CAMPOS (2000; ver ANEXO).

Os vários aspectos que resultam da elaboração do desenho, a impressão geral do

desenho, a estrutura e o conteúdo, devem ser tidos em consideração e analisados

conjuntamente de acordo com uma perspectiva da personalidade.

A interpretação só será, contudo, bem realizada se se tiver sempre presente as

fases de desenvolvimento gráfico-perceptivas, que indicarão como se vai processando o

desenvolvimento afectivo e cognitivo do mesmo. Em suma, este teste não avalia só

factores intelectuais e instrumentais, como permite também uma análise qualitativa

baseada em aspectos projectivos e afectivos.

14
BIBLIOGRAFIA

Campos, D. (2000). O teste do desenho como instrumento de diagnóstico da

personalidade. Petrópolis: Editora Vozes.

Cunha, J. (1993). Psicodiagnóstico-R. Porto Alegre: Artes Médicas.

Santos, P., Colaço, N., & Taborda, J. (1998; 1999). O Desenho Infantil. Lisboa: ULHT.

15
16
EVOLUÇÃO DO DESENHO DA FIGURA HUMANA

IDADE DESENHO

Garatujas
2 anos

3 - 4 anos Bonhomme bizarro

Bonhomme perfil

5 - 7 anos

Pormenores de
vestuário

17
Melhores
8 - 9 anos proporções
corporais

Introdução de
10 - 13 anos
factores sociais

18
19
GRELHA DE COTAÇÃO

Categoria A - Não se reconhece o Homem:

0 - garatuja 1 - traços controlados

Categoria B – Existem:

1 - presença da cabeça 30 - proporção da cabeça


2 - presença das pernas 31 - proporção dos braços
3 - presença dos braços 32 - proporção das pernas
4 - presença do tronco 33 - proporção dos pés
5 - proporção tronco 34 - dupla dimensão br./ pernas
6 - presença de ombros 35 - presença de calcanhar
7 - braços e pernas junto ao tronco 36 - coordenação geral
8 - braços e pernas no lugar certo 37 - coordenação das articulações
9 - presença do pescoço 38 - coordenação da cabeça
10 - contorno do pescoço 39 - coordenação do tronco
11 - presença dos olhos 40 - coordenação de br./ pernas
12 - presença do nariz 41 - coord. das partes da cabeça
13 - presença da boca 42 - presença de orelhas
14 - nariz e boca em 2 dimensões 43 - proporção das orelhas
15 - presença de narinas 44 - detalhe dos olhos
16 - presença de cabelos 45 - presença da pupila
17 - cabelos bem situados 46 - proporção dos olhos
18 - presença de roupa 47 - olhar (no perfil)
19 - presença de 2 peças de roupa 48 - presença de queixo
20 - desenho completo da roupa 49 - relevo do queixo
21 - 4 peças definidas 50 - perfil (egípcio)
22 - fato completo 51 - perfil correcto
23 - presença de dedos
24 - número exacto de dedos
25 - detalhe correcto dos dedos
26 - oposição do polegar
27 - mão distinta do braço
28 - junção dos braços
29 - junção das pernas Total:

20
51 ITENS PARA PONTUAÇÃO:

1. Cabeça. Linha de contorno.

2. Pernas - duas sendo de frente; uma ou duas sendo de perfil.

3. Braços - dois sendo de frente; um ou dois sendo de perfil.

4. Tronco - qualquer indicação.

5. Tronco mais comprido que largo.

6. Ombros - perfeitamente indicados; concavidade.

7. Braços e pernas ligadas ao tronco.

8. Pernas ligadas ao tronco. Braços situados na sua verdadeira posição.

9. Pescoço.

10. Contorno do pescoço como continuação da cabeça ou do trono.

11. Olhos - dois sendo de frente; um ou dois sendo de perfil.

12. Nariz.

13. Boca.

14. Boca e nariz representados em duas dimensões assinalando os lábios.

15. Orifícios do nariz.

16. Cabelos - qualquer indicação.

17. Cabelos não excedendo a circunferência da cabeça. Não devem ser

transparentes. Não bastam uns riscos.

18. Vestuário - basta uma fila de botões ou o chapéu.

19. Duas peças de roupa não transparentes - bastam calças e chapéu.

20. Desenho completo sem transparências - indicação das mangas e das calças.

21. Quatro ou mais peças de roupa perfeitamente indicadas - das seguintes: chapéu,

sapatos, colete, camisa, gravata, cinto, calças, suspensórios.

22. Vestuário completo sem incongruências - classe social definida.

23. Dedos da mão.

21
24. Número exacto de dedos.

25. Dedos com duas dimensões. Mais compridos que largos, formando entre si ângulo

inferior a cento e oitenta graus.

26. Polegar em oposição.

27. Indicação da mão, diferenciada do braço e dos dedos.

28. Articulação dos braços - cotovelo, ombro ou os dois.

29. Articulação das pernas - joelho, quadril ou os dois.

30. Cabeça proporcionada - menos de metade do tronco e mais de um décimo do

mesmo.

31. Braços proporcionados - pouco maiores que o tronco.

32. Pernas proporcionadas - igual ou o dobro do comprimento do tronco.

33. Pés proporcionados e em duas dimensões - mais compridos que altos e menos de

1/3 da perna ou mais de 1/10 da mesma.

34. Braços e pernas com duas dimensões - mão e pé podem ser a 1 dimensão.

35. Tacão - qualquer sinal.

36. Coordenação motora - linhas sem cruzes ou sobreposições.

37. Coordenação motora - progresso sobre o anterior; linhas firmes com

uniões/junções correctas.

38. Coordenação motora - Contorno da cabeça (sem irregularidades intencionais).

39. Coordenação motora - Contorno do tronco (sem irregularidades intencionais).

40. Coordenação motora - Contorno de braços e pernas (a 2 dimensões).

41. Coordenação motora - Face com simetria nas feições.

42. Orelhas - qualquer representação.

43. Orelhas em posição e proporção correctas.

44. Pormenor do olho - pestanas, sobrancelhas ou ambas.

45. Pormenor do olho - pupila.

46. Pormenor do olho - proporção; diâmetro horizontal maior que o vertical.

47. Pormenor do olho - olhar para a frente sendo o desenho de perfil.

22
48. Representação da testa e do queixo.

49. Representação da saliência do queixo.

50. Desenho de perfil sem mais de um erro - Cabeça, tronco e pé em perfil. Erro

aceitável: transparência ou perna de frente ou braços unidos ao ombro.

51. Desenho de perfil correcto - Perfil verdadeiro sem erros nem transparência.

23
Categoria - A
Positivo Negativo

Item Positivos Categoria - B Negativos

24
Positivos Negativos

10

11

25
Positivos Negativos

12

13

14

15

16

17

26
Positivos Negativos

18

19

20

21

22

23

27
Positivos Negativos

24

25

26

27

28

29

28
Positivos Negativos

30

31

32

33

34

35

29
Positivos Negativos

36

37

38

39

40

41

30
Positivos Negativos

42

43

44

45

46

47

31
Positivos Negativos

48

49

50

51

32
TABELA DE AFERIÇÃO DE GOODENOUGH:

ANOS 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
M 0 - 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40
E 3 - 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41
S 6 2 6 10 14 18 22 26 30 34 38 42
E 9 3 7 11 15 19 23 27 31 35 39 -
S

CÁLCULO DO Q. I.:

I.M.
Q.I. = X 100
I.C.

Q. I. - Quociente de inteligência

I. M. - Idade mental (em meses)

I. C. - Idade Cronológica (em meses)

Q. I. Diagnóstico
69 e abaixo Deficiência Mental
70 - 79 Zona Fronteiriça
80 - 89 Normal Lento
90 - 109 Normal
110 - 119 Normal Brilhante
120 - 129 Superior
130 e acima Muito Superior

33
CAMPOS - Interpretação de alguns aspectos gerais do desenho

I. Localização no papel
Indica pessoa ajustada -
No meio da página 1
- crianças mais autodirigidas, autocentradas.
Pessoas mais descontroladas e dependentes.
Desenhos fora do centro da
2 Desenho não levado a grandes extremos da página
página
indica grande segurança.
Pessoas fugindo ao meio. Pode indicar fuga ou
Desenho em um dos cantos 3
desajuste do indivíduo ao ambiente.
No eixo horizontal, desenho Comportamento controlado, desejando satisfazer
mais para a direita do centro 4 as suas necessidades e impulsos, prefere
horizontal satisfações intelectuais, do que as emocionais.
No eixo horizontal, mais para a Comportamento impulsivo, procura satisfação
5
esquerda do centro horizontal imediata das suas necessidades e impulsos.
Lado esquerdo da página 6 Indica inibição ou controle intelectual, introversão.
Extroversão e procura de satisfação imediata.
Lado direito 7 O desenho no canto superior direito é menos grave
que no canto esquerdo.
Desajuste com possibilidade de reagir ao mesmo.
Acha que está lutando muito, seu "goal" é
Na linha vertical, acima do
8 inatingível; tende a procurar satisfação na fantasia,
ponto médio
em vez de na realidade; tende a manter-se alheio e
inacessível.
O indivíduo sente-se inseguro e inadequado, em
depressão, preso à realidade e ao concreto, firme e
Abaixo do ponto médio da sólido.
9
página Criança de escola primária prefere o quadrante de
cima e esquerdo, mas quando atinge o 8º ano
escolar volta gradualmente para o centro.
Abaixo, mas quase no cento 10 Desajuste, debilidade física e fuga.
Fora da margem do papel 11 Debilidade mental ou fraco índice de socialização
Figuras dependuradas nas
margens do papel (como janelas Reflectem necessidade de suporte, medo de acção
12
dependuradas dos bordos das independente, falta de auto-afirmação do sujeito.
paredes)

34
II. Pressão no Desenhar
(também oferece indicações sobre o nível de energia do sujeito)
Baixo nível de energia, repressão e restrições.
NEURÓTICOS MEDROSOS, ESQUIZOFRÉNICOS
CRÓNICOS E CATATÓNICOS exibem pouca pressão,
Pouca pressão, traço leve 1 linhas quase esmaecidas.
Indivíduos deprimidos e com sentimentos de
inadequação preferem traços muito leves, quase
apagados.
PSICOPATAS, CASOS ORGÂNICOS, EPILÉPTICOS E
ENCEFALÍTICOS empregam forte pressão. Foi
Muita pressão, traços fortes -
encontrada variação na pressão entre os mais
Sujeitos extremamente 2
flexíveis, adaptáveis, em contraste com a grande
tensos.
uniformidade de pressão exibida pelos catatónicos
e os débeis mentais.

III. Caracterização do Traço


Medo, insegurança, agressividade sádica,
Forte 1
dissimulação.
Leve normal 2 Bom tonus, equilíbrio emocional e mental.
Dissimulação da agressividade, medo de revelar os
Apagado 3 seus problemas, debilidade física, inibição, timidez
discreta.
Insegurança, dissimulação em que ganha tempo para
Trémulo 4 procurar enfeitar os traços. Doenças cerebrais,
disritmia, esgotamento nervoso.
Pessoa que contorna a situação. Dissimulação do
Recto com interrupções 5
problema. Pessoa agressiva que se controla.
Interrompido, mudando de Dissimulação do carácter. Não aceitação do meio
6
direcção ambiente. Oposição.
Personalidade primitiva, age mais pelo instinto do
Peludo 7
que pela razão. Quase sempre acusa uma disritmia.
Ondulado, dentro do tipo
8 Disritmia. Doença cerebral.
ciclotímico
Em negrito 9 Entrando em conflito.
Pontilhado 10 Dissimulação bem grande, quase em neurose.
Zona de conflito. Quanto maior o recto, maior o
Apagado e retocado 11
conflito.
Sombreado 12 Pessoa sonhadora. Pode ser ainda descuidada,
sádica, mascara os seus conflitos, medo e

35
insegurança. Presa à fase anal. Pouco cuidadosa com
a roupa.
Passado e repassado 13 Conflito na zona em que aparecer: boca, braço, etc.
Apagado, emendado e retocado 14 Zona de conflito e dissimulação.
Uso de muitos traços para o desenho. Insegurança,
sentimento de perda afectiva, imaturidade sexual,
Repetido 15 homossexualidade (principalmente no desenho da
árvore). Agressividade ao problema encontrado.

Traço dentilhado. Pode aparecer nos acessórios e


Recta quebrada 16 não na própria figura. Repressão à agressividade,
com tendência à introspecção.
Tendência à introversão, ao isolamento.
Aparecendo em figura com reforço no contorno e
negrito juntos, indica rejeição à figura humana.
Anguloso 17
Trata-se de conflito grave, encontrado em casos de
crianças violentadas, quando menores, etc. São
problemas gravíssimos.

IV. Simetria do desenho


Falta de simetria 1 Insegurança emocional.
Rigidez. Sistema obsessivo-compulsivo de controle
emocional, e que pode ser expresso por represssão
Simetria bilateral 2
e superintelectualização. Também pode indicar
depressão.

36
V. Detalhes do Desenho
Detalhes inadequados 1 Tendência a retraimento.
Sentimento de vazio e energia reduzida,
Falta de detalhes adequados 2 característica de indivíduos que empregam defesas
pelo retraimento e, às vezes, depressão.
Detalhe excessivo - Compulsivo-obsessivo.
Crianças ou adultos com sentimento de que o mundo
é incerto, imprevisível, ou perigoso, tendem a
procurar defender-se contra o caos externo ou
interno. Criando um mundo rigidamente organizado
e altamente estruturado. Os seus desenhos são
muito exactos. Criam elementos rígidos e
repetidos. Não há nem uma linha fora do lugar, ou
relaxada nos seus desenhos. É tudo posto junto
pela força, sentem que sem pressão tudo se
desagregará.

Obsessivo-compulsivos e esquizofrénicos
incipientes ou orgânicos - Performances muito
perfeitas, executadas com inusual cuidado e
controle indicam um eu muito fraco, medo de se
levarem pelos impulsos, não podendo relaxar a sua
vigilância.
Detalhe excessivo 3
O sentimento de rigidez é o mais frequente
acompanhamento de detalhe excessivo.
Representam uma pessoa com corpo e cabeça bem
erectos, pernas presas uma à outra, num estado de
rígida tensão, mantendo o "self" contra o mundo
exterior. Expressam atitude basicamente
defensiva.

Para estas pessoas, as relações espontâneas com


outras pessoas e o mundo exterior representam
uma grande ameaça. São incapazes de relaxamento
ou comportamento impulsivos. Actuam sempre,
precavidamente, sob pressão do dever.

Esta rigidez defensiva impede a espontaneidade e


auto-afirmação, que permite uma legítima
quantidade de irresponsabilidade, indulgência e
relaxamento nas pessoas.

37
VI. Movimentos nos Desenhos

Quase todos os desenhos sugerem alguma forma de tensão cinestésica, desde a rigidez até
a extrema mobilidade.

Pessoas jovens mostram mais movimentos funcionais ou abortados, produto das suas
fantasias.

Figura sem movimento indica repressão, inibição, repressão aos estímulos interiores. Quanto
menos movimento, mais curto será o caminho para a neurose.

O movimento está associado à inteligência e ao tonus vital.

Indica histerismo latente, excitação. Também pode ser


necessidade de comunicação (se os traços tendem a sair da
Movimento excessivo 1 margem trata-se de aspectos negativos). O indivíduo inquieto,
o homem de acção, produz desenhos que contêm considerável
movimento.
Movimento monótono 2 Pode corresponder a uma apatia.
Movimento hesitante 3 Insegurança, dissimulação, fraco controle sobre as reacções.

VII. Tamanho da Figura

A relação entre o tamanho do desenho e o espaço disponível na folha de papel pode


estabelecer um paralelo com a relação dinâmica entre o sujeito e o seu ambiente, ou entre o
sujeito e as figuras parentais.

O tamanho sugere a forma pela qual o sujeito está reagindo à pressão ambiental.

O tamanho da figura contém, portanto, indicações sobre a auto-estima, auto-expansão, ou


fantasias de auto-superação (aumento da valorização própria).

Entretanto, importa definir o critério para a diferenciação do que se deve considerar como
desenho grande, ou como desenho pequeno, o que se pode fazer pela definição do desenho
considerado como médio.

O desenho médio de uma figura completa é aproximadamente de 7 polegadas de


comprimento, ou dois terços do espaço disponível.

38
Inteligência, com capacidade de abstracção espacial e
Tamanho normal 1
de equilíbrio emocional.
Pode ser caso de inteligência elevada, mas com
problemas emocionais. Pode indicar inibição da
Tamanho diminuto 2 personalidade, desajuste ao meio, repressão à
agressividade, factor somático (caso de desnutrição).
Timidez e sentimento de inferioridade.
Fantasia. Se está bem centrada, pode ser ambições
Tamanho grande 3
que serão alcançadas.
Sentimento de constrição do ambiente, com
concomitante acção supercompensatória, ou fantasia
(uma pessoa pequena que se desenha grande, por
exemplo). Debilidade mental, não tem noção de
tamanho.
Tamanho exageradamente
grande (atingindo quase os 4
Também em outros desenhos, poderá revelar ainda
limites da página)
tendências narcisistas, ou exibicionistas (Narcisismo
ama a si mesmo - egocentrismo).

Desenho muito grande também revela forte


agressividade.

VIII. Uso da Borracha


Uso normal 1 Autocrítica.
Ausência total, quando a 2 Falta de crítica.
borracha está presente
Uso exagerado da borracha 3 Autocrítica já consumada e estruturada. Incerteza,
indecisão e insatisfação consigo mesmo.
Ainda pode indicar dissimulação, falta de controle e
fuga.

IX. Riscar o Papel


Indica dificuldade de adaptação, fraco índice de controle.

39
CAMPOS - Normas para interpretação de aspectos gerais
do desenho da figura humana

I. Proporção entre os desenhos feitos


A proporção entre as figuras humanas desenhadas pode basear-se na idade de cada um.
1
Nesse caso, trata-se de minuciosidade e desejo de perfeição.
A proporção simboliza o valor que o propósito atribui à figura desenhada. Se a mãe é
desenhada em tamanho maior do que os outros membros da família, ela é tomada como
figura dominante, ou a figura que dá mais atenção ao propósito. Pode, também,
2 representar um ideal - o ideal de que a mãe seja a figura desejada.
Uma figura de um irmão maior do que o pai: sentimento de ciúme.
Quando a figura é menor: é sinal de uma compensação, rebeldia, sentimento de menos
valia.

II. Posição da figura desenhada


Quando a figura é do próprio sexo do propósito, significa
Figura de frente 1 aceitação do seu próprio sexo. resolução da fase edipiana. Aceita
o mundo de frente.
Pode ser uma dissimulação, ou um desajuste, ou incapacidade de
Desenho de perfil 2
enfrentar o meio. Indiferença ao meio. Deficiência afectiva.
Corpo de frente e Carácter não bem ajustado aos seus propósitos. Falta de
3
rosto de perfil aprendizagem, de técnica.
Negrito 4 Conflito no desenho.
Dissimulação dos impulsos culposos e inconfessáveis. Pode ser caso
Desenho de costas 5
de ambivalência sexual. Uma esquizotimia.
Figura de pé 6 Significa força, energia, adaptação.
Inibição, submissão, debilidade física, fraca energia para
Figura sentada ou
7 responder aos estímulos externos. Facilidade no campo sexual.
agachada
Ideias suicidas.
Patológico. Pode revelar uma situação de facto, como, por exemplo,
Deitado 8
o propósito tem uma pessoa doente na família.
Solta no espaço. Instabilidade psíquica ou somática. Desvio de
Figura inclinada 9 controle visuomotor. Disritmia cerebral. Problema de perturbação
mental, tumor cerebral, etc. Sofre de enxaquecas.
Comum em crianças de Escola Primária do Rio de Janeiro , devido a
uma situação de facto - promiscuidade no lar, entre os favelados:
Aparecem órgãos Pode ser verificada até aos 7 anos (auto-afirmação, descoberta do
10
sexuais sexo). no adulto - Quando há representação do sexo, pode ser um
problema grave no terreno sexual.
Pode ser uma fantasia de masculinidade.
III. Transparência nas Figuras

40
É natural até aos 5-6 anos, além dessa idade a figura é desenhada sem transparência.

Quando aparecem elementos sexuais através da roupa, irá demonstrar curiosidade sexual.
Também pode tratar-se de uma criança retardada e fronteiriça.

Transparência no adulto 1 É uma resposta a uma prática sexual culposa.

IV. Figuras Cabalísticas

Onde aparece geometrismo, esteriotipia, trata-se de problemas sexuais ou personalidade


esquizóide. Nesses casos, a figura humana é desenhada de forma que não existe na
realidade.

V. Figuras Grotescas
Insensibilidade, baixo nível mental.

VI. Figura não inteira


Censura ao seu próprio corpo. Problema de grande censura
Só a cabeça 1
sexual.
Debilidade mental. Pode ser caso de pessoas que tenham
Cabeça exagerada 2 doentes na família. Pode ser narcisismo ou valorização
exagerada da própria inteligência.
Menos-valia, sentimento de inferioridade. Pouca
Tamanho reduzido 3
inteligência.
Desenho só do busto 4 Censura à área genital.
Faltando um braço, ou uma perna, etc., aparece em débeis
mentais, problema somático, neurose. Pode se censura
Partes omissas 5 relacionada à parte omitida. Aparece também entre
psicóticos e imaturos, que não querem tomar conhecimento
dos problemas do mundo.

41
VII. Sucessão das partes desenhadas
É o mais comum.
Começo pela cabeça 1
Indica a aceitação do desenvolvimento humano.
Elemento de ligação entre as forças afectivas e os impulsos
controladores do corpo.
Começo pelo pescoço 2
Indica pessoa que vive sob controle. Pessoa que policia os
desejos do corpo.
Começo pelo cabelo 3 Problema de virilidade, sexualidade.
Função social - No rosto estão todos os elementos de
inter-relação social. Pessoas que têm preocupação em
Começo pelo rosto 4
agradar em agradar. Necessidade de inter-relação com as
pessoas.
Desenvolvimento bilateral 5 Relaciona-se a pessoas que procuram dissimular.
Pessoas com ambição, desejo de auto-afirmação,
Começo pelos ombros 6 dificuldades gástricas. Fantasia de força, de poder (no
caso de ombros largos).
Indivíduo ambicioso por meios económicos, por
compreensão e por afecto. Conforme a posição dos braços,
verifica-se se o indivíduo está fantasiando as ambições.
Sentimento de culpa, se estão retocados. Desejo de inter-
Começo pelos braços 7
relação. Necessidade de aquisição de bens. Pessoas que
gostariam de ter boa vida social, mas que não o fazem
devido às suas condições financeiras, etc. (Verificar se a
ambição é positiva ou negativa).
Pessoa muito avara, ou muito ambiciosa, ou muita pobreza.
Começo pelas mãos 8 Pode ser um alto sentimento de culpa; uma frustração; ou
uma situação de facto.
Indica desejo de mudanças - Física, profissão, estudo ou
Começo pelas pernas 9
uma fantasia (como nada tem, começa por onde ele quer).
O mesmo da perna.
Começo pelo pé 10
Em geral, indica um problema sexual.
Cabeça desenhada em
11 Sugere a possibilidade de sério distúrbio mental.
último lugar
Começo pelos pés, com Indica pessoa de afectividade primitiva, de sensualidade
12
dedos instintiva, sem controle, e de grande agressividade.

42
CAMPOS - Normas para interpretação específica de cada parte da
figura humana desenhada

I. Cabeça

É a parte do corpo onde se localiza o eu. Há, portanto, ênfase no desenho da cabeça,
excepção dos neurónios, deprimidos ou desadaptados socialmente. A maior parte do
autoconceito do indivíduo está focalizado na cabeça

A cabeça é considerada como o centro do poder intelectual, social e do controle dos impulsos
corporais.

Cabeça grande, em relação ao Ambição, aspirações intelectuais, introspecção, fuga à


1
tamanho do corpo fantasia.
Narcisismo, egocentrismo, exibicionismo. Fantasia
maior do que a capacidade de realização. Sentimento de
menos-valia. Crítica do mundo para o indivíduo.
Cabeça exagerada 2
Debilidade mental, problemas somáticos (dores de
cabeça, por exemplo). Escasso sentido espacial, com
base em defeito intelectual.
Cabeça pequena em relação
3 Sentimento de menos-valia, preocupação, crítica.
ao corpo
Cabeça redonda, circular e
4 Pode ser um caso de paranóide.
pequena
Cabeça geométrica,
5 Problema psicótico.
triangular; quadrada
Cabeça desenhada com muita Pode indicar que o sujeito recorre, habilmente, à
clareza, em contraste com o fantasia, como um estratagema compensatório, ou pode
6
corpo vagamente ter sentimentos de inferioridade, ou vergonha
esquematizado relacionada às funções e partes do corpo.

43
II. Rosto
Pode referir-se a problema psicótico. Toda a vez que
Cabelo, olho, nariz, com um indivíduo deixa o humano, trata-se de um problema
1
ausência de contorno facial psicótico. Dificuldade em ter contacto com o estímulo
exterior.
Pode indicar ausência de relação com o meio. Fuga às
O desenho do rosto sem
2 respostas, aos estímulos exteriores. Imaturidade para
olhos, nariz, boca
não se comunicar com ninguém.
Dificuldade de inter-relação social. Restrição à figura
projectada. A cabeça pode estar bem marcada e o rosto
Contorno reforçado 3 delineado. São, em geral, pessoas fugidias - diante de
problemas fogem. Insegurança, com capacidade de
vencê-los.

III. Olhos
Podem ser representados apenas com um traço - Isto pode
Olhos 1 revelar: autismo, introversão, não aceitação do meio. Pessoa que
fecha os olhos para não ver. Imaturidade afectiva.
Imaturidade afectiva - psicossocial. Egocentrismo. Pode ser
Omissão dos olhos 2 dissimulação de uma atitude imatura para responder a um
estímulo exterior. Pode ser um problema patológico.
Olhos
Podem ser meio imaturo de enfrentar a vida. Aspecto regressivo
representados por 3
na maturidade afectiva.
um ponto
Egocentrismo - Recusa enfrentar a realidade. Podem ter aspecto
de agressividade. Podem ter uma significação particular do
Olhos vazios sem
4 propósito com o facto (sadismo). O mundo está fechado para ele,
pupila
ou percebido muito vagamente, com pequena discriminação e
detalhes.
Desenhados por elemento feminino - Aspirações lamuriosas.
Atitude geral. Agressividade.
Em meninas, ideia de se afirmarem sexualmente, chamar à
Olhos lumuriosos, atenção.
5
bem trabalhados Em pessoas de maior idade, pode estar ligada ao problema da
masturbação.
Por um rapaz, problema de sexualidade inadaptada. Desenho de
homossexual ou ambivalência.
Podem indicar imaturidade para enfrentar problemas. Autismo.
Pessoa que quer fugir ao meio. Pode ser uma situação de facto. A
Olhos fechados 6
pessoa não quer enfrentar o problema e fecha os olhos ao
mesmo.

44
Olhos oblíquos para Depressão - debilidade consciente. Fraco controle diante do
7
baixo meio em que vive.
Na mulher - Desejo de contacto sexual - Masturbação.
Olhos satânicos para
8 Narcisismo - Desejo de afirmação no grupo.
cima
No homem - ambivalência sexual.
Inter-relação social. Conflito, agressividade. Satisfação furtiva.
Olhos em negrito 9
Recusa total do meio.
Retoque nos olhos 10 Pode ser um problema somático ou psíquico.

IV. Sobrancelhas e Pestanas


O traço da pestana com o traço dos olhos em linha recta -
Sobrancelhas e Pestanas 1 personalidade forte, decidida e teimosia. Regressão da
evolução afectiva (fase anal), autoritarismo.
Livre expressão, arrogância, desdém ou dúvida. O paranóico
Sobrancelhas levantadas 2
dá muita ênfase aos olhos.
Sobrancelhas em traços
3 Fina sensibilidade.
finos
Peluda e farta 4 Sensualidade primitiva.

V. Cabelos
Cabelos desordenados 1 Imoralidade sexual.
Indivíduo mais desinibido. Move-se bem no ambiente.
Na mulher (cabelos em
2 Podem significar reacção às formas negativas, se
cascata)
apresentadas nos outros testes. Imaturidade psicossocial.
Cabelos de mulher
3 É comum nas solteironas, segundo MacHover.
agarrados à cabeça (lisos)
Cabelos desenhados com Significam uma pessoa de bom equilíbrio psicossexual, bom
4
cuidado (bem delineado) nível mental.
Pessoas moralistas, que se policiam . Pode ser, ainda, um
exibicionismo ou narcisismo.

Cabelo muito acertado 5


Ênfase em preencher o espaço envolvido, ou no vigor do
sombreado. Virilidade sexual.

Reacção agressiva a algo que o indivíduo não aceitou dentro


Cabelo em escova 6
do grupo.
Sujeição - Policiamento dos impulsos sexuais, dos próprios
Cabelo trançado 7
impulsos.

45
Rapaz que dá à figura
Desordem sexual, imaturidade sexual, narcisista e hostil à
feminina penteado
8 figura feminina. Ênfase no cabelo, sobre o peito com uma
desordenado e ao rapaz
barba - Indicação de pujança viril.
muita ordem
quando se combina com outros enfeites chamativos, feito
Cabelo ondulado, em por meninas, é encontrado entre adolescentes e meninas
9
formas de cachos delinquentes sexuais, ou desejos de chamar a atenção.
Meninas sexualmente precoces.
Quando o cabelo serve
10 Dissimulação de problemas.
para tapar o rosto
Quando coberto pelo
11 Dissimulação sexual.
chapéu
Aspecto fálico - pode responder a uma fantasia do poder
Costeletas 12
sexual.
Sombra vigorosa do
Conflito de virilidade, surgindo em conduta sexualmente
cabelo, com limites mal 13
desviada.
delineados
Sentimento de perda da virilidade. Jovens que estejam com
Cabeleira rala 14
a sexualidade definida.
Rapaz que desenha a
Carácter regressivo ou esquizóide. Sexualidade infantil,
mulher com cabelo bem
15 com vivas fantasias viris. Está a aumentar a sua impotência
delineado e homem com
com o chapéu.
chapéu incongruente
Cabelo grudado em
16 Repressão sexual. Conceitos morais errados, etc.
caracol
Sentimento de debilidade, de impotência. À medida que o
Carecas 17 cabelo diminui maior o problema ou o temor de ficar
careca.
Desejo de afirmação da inteligência. Situação de facto.
Testa grande 18
Problema somático.
Cobertura de problema sexual ou corporal (por exemplo,
testa grande - é comum usar franja). Dependência da
vitalidade sexual e distinção social, do que de sucesso
Franja 19 intelectual. Quando o propósito desenha a figura masculina
e feminina deve-se comparar uma à outra. No caso do sexo
masculino, desenhar as figuras com retoques, etc.,
apresentará problema (repressão à figura feminina).

46
VI. Bigode e Barba
Raramente aparece em desenho de adolescentes e adultos.
Bigode e barba 1
Só aparece em esquizóides, ou esquizofrénicos.
Virilidade evidente. Quando o indivíduo de sexo masculino
Bigode e barba bem desenha o sexo feminino com os caracteres acima, verifica-
2
feitos se um caso de ambivalência sexual, confusão sexual,
conflito com a figura materna autoritária.

VII. Óculos
Necessidade inconsciente. Problema somático. Aspecto de
Colocar óculos 1 ambição. Resposta de cobertura. Dissimulação da
dificuldade em enfrentar o mundo.

VIII. Nariz

Essencialmente, possuidor de simbolismo sexual.


Preocupação com o nariz, indica culpabilidade causada por masturbação.

Relacionada a um temor de castração - mesmo quando


Omissão do nariz 1
desenhado, ou omitido por mulher.
Virilidade. Sexo em grande escala. Desenhado por homem,
Nariz grande 2
pode ser mecanismo de compensação - homens frios.
Nariz grande, em Impotência. Se o desenho apresentar nariz na mulher e no
3
homem velho homem não - representa a figura feminina fálica, dominadora.
Nariz curto, pequeno 4 Temor de castração. Consciência de debilidade sexual.
Nariz com Pode ser uma situação de facto. Sentimento de menos-valia.
5
deformações Projecção da figura de um indivíduo da família. Desvio sexual.
Indivíduo com problema de punição: auto ou heteropunição
Nariz com retoque 6
(por sua conduta sexual desviante).
Indecisão ou inadequação sexual, que também podem ser
Nariz desenhado com
indicadas por uma braguilha grande nas calças, ou gravata.
um corte ou sombra 7
Indica, também, temores de castração, dúvida, indulgência
(vertical)
auto-erótica.
Sombreado, reforçado ou omitido - Conflito sexual.
Nariz visto de frente 8
Imaturidade. Complexo de inferioridade. Homossexualismo.
Nariz chato 9 Primitivismo intelectual, sexual.
Práticas agressivas sexuais. Quanto maior a diminuição,
Nariz afilado 10
maior o problema de castração.
Representação das
11 Fantasia no campo sexual.
narinas

47
Aspecto de forte sexualidade. Agressividade. Indício de
Narinas com asas bem
12 força, teimosia, comando, impulsividade. Desenhadas em
acentuadas
negrito, o problema agrava-se.
Narina
acentuadamente 13 Fantasia do exposto no item anterior.
retocada
Realização sexual. Mecanismo de compensação na mulher.
Nariz arrebitado 14
Uma situação de facto ou problema sexual.

IX. Boca

Refere-se às tendências captativas, como nutrição, satisfação da libido oral, relações sociais
- dar e receber afeição e, mesmo, relações sexuais.

Relaciona-se a uma ambição: desejo de inter-


relação social; necessidade física. Diz-se daquele
Boca grande 1 que "vive para comer". Ambicioso. Pode ser um
problema psicossocial neutro. Conduta sexual
desviante. Acessos de mau humor.
Introversão, ou por deficiência, ou por rejeição do
Boca com um só traço, recto 2
ambiente.
Boca côncava e aliada a grande
3 Dependência, sintomas gástricos.
número de botões
Boca redonda, ou oval, com lábios Agressividade oral. Pode ser conduta sexual
4
grossos desviante.
Boca em linha simples, de perfil,
5 Erotismo oral, nas suas disposições sexuais.
exprimindo grande tensão
Em pessoa psiquicamente imatura, procura
Boca de palhaço 6
simpatia forçada.
Expressões lamuriosas. Em menina, sexualidade
Boca em arco de cupido 7
precoce.
Trata-se de personalidade muito primitiva. Age
Boca projectada, bicuda 8 instintivamente. Agride verbalmente. Pode exibir
desejo de auto-afirmação. Falar agredindo.
Dentes na boca 9 Agressividade oral.
Cachimbo, palito na boca 10 São símbolos de conduta ou traços sexuais.
Agressão oral. Problemas de facto. Inter-relação
Negrito na boca 11
social e sexual.
Negrito no lábio inferior 12 Pessoa que responde à expressão.
Dificilmente aparece, só em esquizóide,
Língua 13 esquizofrénico, ou desvio de conduta sexual; pode
ser um problema de facto.
48
Lábios 14 Acompanham a forma da boca (semelhante à boca).
A partir dos 7 anos, raramente aparece em
normais. Comummente aparece em psicopatas, em
indivíduos disrítmicos, epilépticos, pessoas
Dentes 15
imaturas afectivamente. Situação de facto, ou
problema somático. Pode ser uma forte
agressividade.

X. Orelhas

Sem aparecimento, no desenho, indica passividade, como traço de personalidade do


propósito.

Omissão 1 É comum.
Ênfase na orelha 2 Resistência à autoridade.
Sensibilidade à crítica e desejo de aprovação social.
Orelhas muito
3 Esquizofrenia. Reacções paranóides. Conflitos
grandes
homossexuais.
Orelhas Situação de facto. Complexo de inferioridade. Sexualidade
4
pontiagudas primitiva.

XI. Queixo
Pouco estudado. É um símbolo sexual. Afirmação social,
Queixo 1
teimosia, firmeza, decisão (queixo quadrado).
Prega nasolabial
(em adulto e 2 Desejo de afirmação.
criança)
Queixo fugidio 3 Pessoa com dificuldades sexuais, pessoa fugidia.
Queixo redondo 4 Traço de feminilidade.

49
XII. Pescoço

Constitui uma zona de conflito entre o controle emocional e os impulsos corporais.


Quando encontrado nos desenhos normais, não há nada a se notar.

Aponta um caso perigoso. Dificuldade maior de controle


entre os aspectos intelectuais e os impulsos do corpo.
Omissão 1
Simbolismo - castração. Inferioridade. Regressão.
Dificuldade de coordenação dos impulsos.
Poder físico (como o de atleta). Pode relacionar-se às forças
Pescoço curto e grosso 2
instintivas. Mecanismo de compensação.
Ilusão simbólica de castração. No histérico, suicídio ligado ao
pescoço. Uma linha horizontal, ou um colar separando o
pescoço da cabeça - dificuldade intelectual de controlar os
Protuberância redondo
3 impulsos vitais, a expressão própria, conforme as exigências
na garganta
sociais.
Para o homem - É o torax.
Para a mulher - Da cintura para baixo.
Mecanismo de compensação. Pessoa de controle rígido.
Pescoço fino e comprido 4 Moralismo. Enfeites no pescoço - separa o corpo (impulsos
vitais) da cabeça (controle intelectual racional).
Pescoço recto, negrito, Indica conflito. Não conformação com o contorno corporal,
5
uso de borracha, etc. problema somático (asfixia, laringite, voz estridente).
Perturbação por falta de coordenação dos seus impulsos e
Ênfase no desenho do
6 controle intelectual, certa consciência da bifurcação da sua
pescoço
personalidade. Conflitos decorrentes da força do superego.
Separação do corpo (impulsos físicos) da cabeça, mantendo-
Enfeites no pescoço 7
se graças a controle intelectual racional.

XIII. Ombros
Fantasia psicossexual. Temor à debilidade sexual.
Exagerados ou
1 Mecanismo de compensação. Autocrítica. Impulso de poder
representação apagada
físico.
Geométrico, em linha
2 Débeis mentais e imaturidade psíquica.
recta
Ombros estreitos em
3 Depressão, sentimento de menos-valia, problema somático.
relação ao corpo
Se todos os outros traços comprovarem, poderá ser:
Ombros arredondados 4
homossexualidade, inter-relação sexual, confusão sexual.
Acentuação do mamilo - Compensação - Desejo de força.
Músculos (masculino) 5 Poderá ser ambivalência sexual. Projecção do próprio eu -
Virilidade reprimida.

50
XIV. Costelas
A sua representação no desenho é rara. Dá-se no
Costelas 1
caso de esquizofrenia e indica problema grave.

XV. Braços
Relacionam-se ao desenvolvimento do eu e à sua
adaptação social, ou inter-reacção com o ambiente.
Braços e mãos 1 A extensão, direcção e influência das linhas dos
braços relacionam-se com o grau e espontaneidade
da pessoa no ambiente.
Braços desenhados 2 Inter-relação com o ambiente.
É frequente no caso de rompimento com o mundo
exterior (caso dos psicóticos).

Pessoas com quebra da palavra. Pessoas eróticas.


Oposição ao grupo. Sentimento de menos-valia.
Omissão dos braços 3 Mecanismo de compensação. Esquizofrénicos e
disrítmicos.

Ocasionalmente, os braços podem ser omitidos na


figura feminina, desenhada por rapazes, rejeitados
pelas mães.
Braços rígidos, apertados ao Pessoa esquizóide. Fuga do indivíduo ao meio. Desejo
4
corpo de superar o problema.
Falta de confiança. Insegurança da sua participação
Para trás 5 no meio ambiente. Em conflito por pressões
narcisistas.
Afastados da área genital 6 Sentimento de culpa, podendo ser por masturbação.
Braços em movimento com o
7 Tentativa de vencer a dificuldade frente ao meio.
outro, junto ao corpo
Braços em horizontal e de Aparecem, geralmente, em desenhos simples e
forma mecânica em ângulo 8 regressivos, reflectindo contacto superficial e não
recto com a linha do corpo afectivo.
Um braço para cima e outro
9 Fantasia.
para baixo
Fantasia, no sentido de ambição - Sentimento de
Os braços para cima (rígidos) 10
culpa.
Conflito - Aspecto somático - Dificuldade de
Braços em negrito 11 contacto com o mundo interior. Sentimento de
menos-valia.
Ambição por alguma aquisição ou proeza,
Braços muito longos 12
dependendo do outros traços.
Braços finos 13 Indício de introversão. Não reage aos impulsos

51
interiores, debilidade física ou psíquica.
Braços mais largos que todo o Dificuldades de inter-relação. Fantasia, ambição
14
corpo maior que a capacidade de realização.
Com articulação 15 Preocupação hipocôndrica.
Amputação 16 Sentimento de castração (qualquer dos braços).

XVI. Mãos
Enquadra-se no case de ausência de braços - Falta
Mãos (ausência) 1 de confiança nos contractos sociais, na
produtividade, ou em ambos.
Personalidade deliquente. Pessoas dadas ao furto.
Sentimento de menos-valia. Crítica do grupo ou
Mãos no bolso 2
autocrítica. Punição. Masturbação ou valentia, como
se acariciasse uma pistola.
Mão maior em relação às Ambição em todos os sentidos. Sentimento de
3
outras partes do corpo menos-valia. Problema somático.
Contornos imprecisos da mão 4 Indicam a mesma coisa que a ausência de mãos.
Pessoa usurária (em todos os sentidos). Dificilmente
Mãos fechadas 5 nas relações sociais, repressão, agressividade,
fantasia dessa agressividade.
Mão em bolacha 6 Com problemas de agressividade.
Sentimento de culpa, relacionando-se à
Mão diminuída 7 masturbação, sentimento de menos-valia,
cerceamento e agressividade reprimida.
Mão em garfo 8 Disritmia, psicóticos, imaturidade, débeis mentais.
Em rapazes, indica fortaleza, compensação por
Mão grande 9
debilidade. Reacção contra uso indevido das mãos.
Mão em perfil 10 Grande índice de inteligência.
Mão aberta 11 Necessidade de afecto e inter-relação.
Evasão. Observadas entre meninas que desejam
Mãos atrás 12
atrair e roem unhas.
Mãos cruzadas na zona central 13 Preocupação com prática auto-erótica.

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XVII. Dedos
Em alfinete 1 Agressividade.
Personalidade reprimida, agressividade reprimida,
Quando retocados, apagados 2
impulsividade.
Quando não estão relacionados com debilidade
Dedos em maior número do que
3 mental, pode ser um problema psíquico,
o normal
esquizofrenia, imaturidade psíquica.
Indício de agressão infantil. Geralmente, dedos em
Dedos sem preponderância da
4 uma só linha, com grande pressão e combinados com
mão
outros traços agressivos.
Dedo polegar maior que os
Simbolismo sexual. Práticas desviantes. Problema
outros dedos, retocados ou 5
somático. Mecanismo de compensação.
apagados, em negrito
Situação de facto. Sentimento de menos-valia.
Desejo de afirmação. Mecanismo de compensação.
Dedos longos, finos 6
Poderá ser de pessoa de grande equilíbrio
(fidalguia).
Dedos delineados, vagos 7 Sentimento de culpa, sentimento de menos-valia.
Baixo nível mental. Objectivismo. Cerceamento,
Dedos grossos e curtos 8 agressividade reprimida. Dificuldade de inter-
relação. Situação de facto.
Mais ou menos relacionado com reacção instintiva,
Articulação dos dedos 9
sendo mais instintiva de que intelectual.

XVIII. Unhas
Unhas longas (desenhadas por Pontiagudas: Ambivalência. Confusão sexual.
1
homem, em figura de homem) Sentimento de menos-valia. Situação de facto.

XIX. Anéis nos Dedos


Desenhados por homem (fazer Se o homem é casado e desenha a aliança em
1
associação) negrito, indica conflito
Anéis vistosos (desenhados por Sinal de ambivalência, confusão sexual. Afirmação
2
homem) económica, social.
Desenhados por uma mulher 3 Afirmação no campo social, narcisismo, etc.

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XX. Cintura
Um elemento que marca a parte do tórax com a
Cintura 1 cintura genital, controladora dos impulsos sexuais
e corporais.
Poderá ser uma preocupação ou policiamento ao
Traço marcando a cintura 2
impulso do corpo.
Cinto com fivela 3 Estamos frente a um controle narcisista.

XXI. Pernas

Pernas e pés são fontes de conflitos e dificuldades. A recusa em completar o desenho, além
da cintura, ou usar poucas linhas para completá-lo indica perturbação sexual

Se combinam com braços baixos, juntos ao


Pernas juntas corpo - Introversão, isolamento, aspecto
1
(paralelas e unidas) somático, problema sexual, sentimento de
culpa, dificuldade de carácter social.
Pernas separadas 2 Debilidade. Problema somático.
Debilidade mental ou problema de
compensação. Pode ser necessidade auto-
Pernas longas 3
afirmação social, locomoção, ambição, fuga do
meio ambiente, desajuste ao ambiente.
Desejo de contacto, fuga, sem possibilidade de
Pernas grossas e longas 4
realizar a ambição desejada.
Situação de facto ou problema somático. Em
Pernas curtas 5
negrito: conflito.
Frente ao desajuste, entre a fantasia e a
Pernas em sinal de movimento 6 capacidade de realização. Fantasia de reacção.
Psicopatia.
Pernas arqueadas 7 Situação de facto, está em desajuste.
Recusa em desenhar a zona de
bifurcação das pernas (de frente),
traçando uma linha no meio, para dar 8 Imaturidade psicossexual, nos rapazes.
impressão de calças e os contornos
externos das pernas
Pernas borradas, reforçadas ou com Indicam conflito sexual, porque, na mulher, as
mudanças de linhas (desenhadas por 9 pernas têm significado sexual específico, são a
figura feminina) melhor parte do corpo.
Figura feminina hostil, com pernas
torcidas e com aparência masculina,
10 Narcisismo e imaturidade psicossexual.
desenhadas por rapaz que desenhou
um belo varão

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XXII. Pés

Indicam a segurança geral do indivíduo, em caminhar no meio ambiente

Locomoção, inter-relação, função social, aspecto


Representação 1
sexual.
Calcanhar muito acentuado 2 Problema sexual.
Quando aparecem numa figura vestida, indicam
Dedos dos pés 3
agressividade, quase de natureza patológica.
Pés, calcanhar e dedos 4 Agressividade sexual. Símbolo de castração.
Cerceamento, dificuldade de contacto. Situação
Omissão dos pés ou pernas 5
de facto. Sentimento de menos-valia.
Pés para dentro 6 Ambivalência no comportamento.
Indecisão, ambivalência de comportamento,
Pés, um para um lado e outro para atitudes pessoais. Várias tentativas. Censura à
7
o outro lado figura humana, à figura projectada: dissimulação
de conflito, oposição.

XXIII. Tronco
Arredondado 1 Indica agressividade.
Caixa quadrada com ângulos 2 Indica maior agressividade.
Normal em crianças de pouca idade. Entre adultos,
aparece em doentes com complicações de carácter
Omissão do tronco 3 evolutivo e escleróticas, embora omitam o tronco
na figura masculina e sombreiem-no, na figura
feminina.
Tronco desenhado por duas linhas
paralelas, ininterruptas, da É encontrado entre indivíduos regressivos,
4
cabeça aos pés, formando uma primitivos ou desorganizados.
caixa
Parte inferior do tronco, não
5 Indício de preocupação sexual.
fechada
Indica descontentamento com o corpo que possui.
Também pode indicar compensação pela gordura,
Corpo na figura do próprio sexo ou debilidade física, ou temor de engordar. Ainda
6
do desenhista pode ter associado gordura com indivíduo em
estado adulto, manifestando resistência em
tornar-se adulto.
Pode indicar compensação pela sua altura, abaixo
Tronco bem longo 7
do normal.

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XXIV. Roupas

A roupa teria surgido por necessidade de protecção, pudor e socialização. A indumentária


nasceu da harmonia desses três aspectos e tem o seu aspecto social.

Antes de desenhar, o indivíduo pode vacilar quanto à escolha da roupa, e deve ser anotada
esta vacilação, para ser considerada na interpretação geral das tendências observadas.

Debilidade mental. Imaturidade psicossexual,


Transparência, nas calças, na saia 1
exibicionismo, narcisismo.
Paletó ou blusa, botões
numerosos, sombreados, furos 2 Dependência feminina, gerando conflito.
para os botões
Se desenha com os detalhes do 2º Maior o conflito, maior a dependência. Volta à
3
item e, ainda, com bolsos etapa anterior.
Associa-se com o que está escrito acima. Elemento
Botões no punho da camisa 4
psicótico.
Maior afirmação de dependência, ambivalência
Botões no paletó e paleta 5
sexual.
Lenço no bolso, em linha recta 6 Facilidade sexual.
Lenço no bolso, em ponta 7 Fantasia de virilidade.
Desenhado por homem, com
transparência ou contorno dos 8 Sentimento de culpa, apego à figura materna.
seios
Sombreado nos seios 9 Aspecto de cobertura sexual. Problema somático.

XXV. Colarinho
Pode estar relacionado a aspecto Pode ser problema sexual. Pode ser uma
1
sexual compensação (pescoço longo).
Colarinho muito grande, ou muito Compensação por sentimento de inferioridade.
2
estreito Dificuldade sexual, dificuldade somática.
Decote, desenhado por homem,
Indica uma dificuldade sexual, desejos
em mulher, acentuadamente com 3
inconfessáveis.
enfeite, negrito ou sombreado
Indica mecanismo de compensação (maior pescoço)
ou problema sexual, ou imaturidade. O excesso de
Sendo desenhado por mulher 4 detalhes, desenhado por homem, indica
anormalidade, ambivalência sexual, exibicionismo,
etc.
Na mulher, é mais normal, é aceitável.

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XXVI. Cinto e Calças
Cinto apertado, no homem 1 Estabilidade, força.
Transparência - Aspecto de deficiência mental ou
Calças, no homem 2
narcisismo, exibicionismo, conflito sexual.
Calças com braguilha e riscadas Revela um problema sexual. Pânico sexual, por
3
com muitos traços prática de masturbação. Sinais de insegurança.
Calça quadriculada, com
Caso acima e ainda mais: violentação. Temor de
transparência nas pernas, em 4
castração.
negrito ou sombreado
Desenho de figura feminina, com
trajes masculinos, feito por 5 Será um caso de ambivalência.
menino ou rapaz
Mecanismo de compensação (praia, etc.),
Figura de calção 6
debilidade física ou sexual.

XXVII. Elementos Acessórios


Símbolo com resposta de cobertura sexual.
Meias e luvas 1 Sentimento de culpa. Menos-valia, dissimulação,
fantasia de realização sexual ou prática sexual.
Salto de sapato marcado, alto e Indica problema sexual. Problema de masturbação,
2
em negrito narcisismo com ambivalência sexual.
Protecção - correlação com a casa - Em negrito -
Chapéu 3
Dificuldade de aprendizagem.
Problema do próprio desenhista. Situação de
Jóias e pinturas (jóias
facto. Desejo de afirmação social, afirmação
desenhadas por elemento 4
económica e sexual.
masculino)
Atrair pelos atavios. Pode ser mutilação.
Aspecto sexual (forma cilíndrica) - Ambissexual:
Guarda-chuva 5
fechado - masculino; aberto - feminino.
Cachimbo, rolos, ou diplomas,
6 Simbolismo sexual.
armas na mão, bengala
Cigarro ou cachimbo na boca 7 Ênfase erótico-oral.
Pode ser um simbolismo sexual. Receptiva -
Pastas, bolsas muito retocadas 8
feminina; côncava - masculino.

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XXVIII. Nus
Em rapazes, expressão de uma forte
Nus 1
masculinidade.
Nus, mostrando pouca diferença Indivíduos sexualmente débeis. Confusão ou não
entre as características próprias 2 identificação do seu papel sexual, repressão da
da figura feminina e masculina libido.
Corpo feito em serpente, cabeça de palhaço -
Desenho sem roupa 3
Problema sexual.

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