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Petrópolis: Editora Vozes; Cunha, J. (1993). Psicodiagnóstico-R. Porto Alegre: Artes Médicas; Santos, P., Colaço, N., &
Taborda, J. (1998; 1999). O Desenho Infantil. Lisboa: ULHT
ÍNDICE
3. DESCRIÇÃO .............................................................................................. 12
5. INTERPRETAÇÃO ...................................................................................... 13
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 15
ANEXOS ................................................................................................................ 16
EVOLUÇÃO DO DESENHO DA FIGURA HUMANA ......................................... 17
CÁLCULO DO QI ......................................................................................... 33
2
O DESENHO COMO PROVA
Factores Afectivos: por vezes o nível é semelhante à idade cronológica, mas podem
observar-se sinais de regressão importantes.
------------------------------------------------------------------------
dos espaços brancos com formas esteriotipadas com significado muito pessoal.
Traços Fóbicos: inibição, desenho pequeno, traço pouco nítido, ausência de dinamismo,
conteúdos pobres ou regressivos, fascinação por certos elementos super investidos,
3
superior do corpo que podem lembrar dificuldades nas identificações. Escolha de
justiceiros do Farwest.
4
TESTE DO DESENHO DA FIGURA HUMANA -
- FLORENCE GOODENOUGH
LUQUET, tendo como base as teorias piagetianas, estabeleceu quatro fases para o
desenho infantil.
medida que a criança desenha, vai descobrindo semelhanças entre o seu desenho e os
objectos. Tenta então reproduzir a figura geométrica dos objectos, passando assim à
fase seguinte.
motora e Cognitiva é frustrada. Este fracasso tem tendência a diminuir até que a
criança o consegue reproduzir com sucesso. Nesta fase o desenho é caracterizado pela
sua imperfeição, pela sua incapacidade de síntese (a criança desenha os elementos sem
desenhar, pela reprodução de certos pormenores do objecto (de forma geral, os que não
maior sucesso de reprodução do objecto, ficando a criança com o seu próprio estilo.
os 12 anos), as coisas são representadas tal como são conhecidas pela criança (em função
daquilo que ela sabe delas, e não daquilo que vê). Deste modo, o desenho vai representar
o objecto com todos os seus elementos constitutivos, mesmo que estes não se vejam. As
mas sim rebatido em torno de um eixo central), a planificação (o objecto aparece como
adultos, as coisas são representadas em função daquilo que a criança vê. As suas
volta dos 2/3 anos de idade. Nessa altura, estamos na primeira fase do desenho infantil
de LUQUET (Realismo Fortuito), o desenho não é mais do que uma intenção, é o início do
comentário verbal.
Logo a seguir a criança começa a utilizar uma forma esteriotipada para desenhar
uma pessoa, a qual é geralmente um círculo. Esta forma parece relacionar-se não só às
aptidões motoras da criança nesta fase, mas também ao facto da cara humana ter uma
Fig. 1
Posteriormente vão surgindo novos detalhes, como: olhos, nariz, boca, pernas, etc.
Têtard", ou seja, o homem girino. Este, é representado por um círculo, ao qual se ligam,
aparecem pontos ou pequenos círculos que pretendem figurar os olhos, o nariz e a boca
(Fig. 2). A seguir surgem os braços, na forma de duas linhas horizontais estando cada
Fig. 2 Fig. 3
o que indica que já existe uma tentativa de representar o movimento, a acção (Fig. 4).
Homem
Com girinodoestático
o evoluir Fig.detalhes
homem girino, outros 4 Homem girino
vão surgindo: dinâmico
cabelos, mãos, pés,
orelhas, etc.; surgindo depois alguns elementos de vestuário (ex.: botões). Começa então
7
Fig. 5
surgindo agora duas ovóides sobrepostas, uma representando a cabeça e outra o tronco.
Assim, por volta dos 6 anos é desenhada uma figura humana já com todos os seus
Fig. 6
Por volta dos 7 anos os membros deixam de ser uma linha para passarem a ter
humana, quer através do vestuário, quer pelo comprimento do cabelo (Fig. 7).
8
Fig. 7
braços em ângulos diferentes face ao objecto que lhe está associado. Assim, se se
Fig. 8
e pés (Fig. 9). O último elemento a ser desenhado de perfil é a cabeça (Fig. 10).
9
representar o movimento, deixando assim de ser necessário o objecto para simular a
Fig. 9
Fig. 10
10
2. Desenvolvimento do Desenho em relação aos estágios do Desenvolvimento
Cognitivo de PIAGET
Idade
Desenho Cognição
(aproximada)
Resposta reflexa aos estímulos Estágio Sensório-Motor.
0-1 visuais. O lápis é lavado à boca; a A criança age por reflexos.
criança não desenha. Pensa pela actividade motora.
Aos "13 meses" aparece a 1ª
O movimento gradualmente torna-
garatuja: um ziguezague. A criança
se direccionado a um objectivo, à
1-2 observa atentamente o movimento,
medida que o controlo cortical é
deixando a sua marca na
gradualmente estabelecido.
superfície. Desenho cinestésico.
Círculos aparecem e gradualmente A criança começa a funcionar
predominam. Num círculo simbolicamente. A linguagem e
casualmente desenhado, a criança outras formas de comunicação
2-4
vislumbra um objecto. O 1º símbolo simbólica desempenham maior
gráfico é feito, usualmente, entre papel. Egocentrismo. Faz-de-
os 3/4 anos. conta.
Estágio Pré-Operacional (fase
Realismo Intelectual. Desenha um intuitiva). Egocentrismo. Visão
modelo interno e não como é visto subjectiva do mundo. Imaginação.
realmente. Mostra pessoas Fantasia. Curiosidade.
4-7
através das paredes e através do Criatividade. Focaliza em apenas
casco dos barcos. Transparências. uma característica do tempo.
Expressionismo. Subjectivismo. Funciona intuitivamente e não
logicamente.
Realismo Visual. A subjectividade Estágio das Operações
diminui. Desenha o que é Concretas. Pensa logicamente
realmente visível. Não há mais a sobre as coisas. Não mais
técnica do raio-x (transparência). dominado por percepções
7 - 12 As figuras humanas são mais imediatas. Conceito de
realistas, proporcionais. As cores reversibilidade: coisas que eram o
são mais convencionais. Distingue a mesmo permanecem o mesmo, até
direita da esquerda na figura quando a sua aparência possa ter
desenhada. mudado.
Estágio das Operações Formais.
Com o desenvolvimento da Encara a sua produção critica-
faculdade crítica, a maioria perde mente. Apto para considerar
12 - +
o interesse em desenhar. Os hipóteses. Pode pensar sobre
talentosos tendem a perseverar. ideias e não apenas sobre aspectos
concretos de uma situação.
11
3. Descrição
os 12 anos de idade.
4. Aplicação e Cotação
Para que a criança realize a prova o instrutor entrega uma folha branca A4 e um
lápis de carvão preto, sendo de seguida solicitado o desenho de uma figura humana,
através da consigne: "Nesta folha vais desenhar uma pessoa. Faz o desenho mais bonito
que puderes. Dispõe de todo o tempo que necessitares ". A aplicação da prova deve ser
O desenho é cotado numa grelha apropriada (ver ANEXO), a qual está dividida em
duas categorias:
12
Os 51 itens para pontuação (ver ANEXO) são analisados segundo uma ordem de
5. Interpretação
óbvia e consciente do self", isto é, "a pessoa revela como se percebe a si mesma e como
se apresenta aos outros". Afirma ainda que os desenhos da figura humana do próprio
outras pessoas e os do sexo oposto, indicariam como "o sujeito percebe aqueles
Na análise do material produzido, tanto para adultos como para crianças, deve-se
ter em conta:
- posição da folha,
- colocação do desenho no papel,
- aspectos gráficos,
- tamanho da figura,
- ênfases,
- linha de base,
- omissões,
- e pressão do traçado;
- a estrutura:
- e o seu conteúdo:
- as partes do corpo,
- o vestuário e seus acessórios
- a nudez
Cada um dos itens acima referidos tem a sua significação, a qual é explicitada por
14
BIBLIOGRAFIA
Santos, P., Colaço, N., & Taborda, J. (1998; 1999). O Desenho Infantil. Lisboa: ULHT.
15
16
EVOLUÇÃO DO DESENHO DA FIGURA HUMANA
IDADE DESENHO
Garatujas
2 anos
Bonhomme perfil
5 - 7 anos
Pormenores de
vestuário
17
Melhores
8 - 9 anos proporções
corporais
Introdução de
10 - 13 anos
factores sociais
18
19
GRELHA DE COTAÇÃO
Categoria B – Existem:
20
51 ITENS PARA PONTUAÇÃO:
9. Pescoço.
12. Nariz.
13. Boca.
20. Desenho completo sem transparências - indicação das mangas e das calças.
21. Quatro ou mais peças de roupa perfeitamente indicadas - das seguintes: chapéu,
21
24. Número exacto de dedos.
25. Dedos com duas dimensões. Mais compridos que largos, formando entre si ângulo
mesmo.
33. Pés proporcionados e em duas dimensões - mais compridos que altos e menos de
34. Braços e pernas com duas dimensões - mão e pé podem ser a 1 dimensão.
uniões/junções correctas.
22
48. Representação da testa e do queixo.
50. Desenho de perfil sem mais de um erro - Cabeça, tronco e pé em perfil. Erro
51. Desenho de perfil correcto - Perfil verdadeiro sem erros nem transparência.
23
Categoria - A
Positivo Negativo
24
Positivos Negativos
10
11
25
Positivos Negativos
12
13
14
15
16
17
26
Positivos Negativos
18
19
20
21
22
23
27
Positivos Negativos
24
25
26
27
28
29
28
Positivos Negativos
30
31
32
33
34
35
29
Positivos Negativos
36
37
38
39
40
41
30
Positivos Negativos
42
43
44
45
46
47
31
Positivos Negativos
48
49
50
51
32
TABELA DE AFERIÇÃO DE GOODENOUGH:
ANOS 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
M 0 - 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40
E 3 - 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41
S 6 2 6 10 14 18 22 26 30 34 38 42
E 9 3 7 11 15 19 23 27 31 35 39 -
S
CÁLCULO DO Q. I.:
I.M.
Q.I. = X 100
I.C.
Q. I. - Quociente de inteligência
Q. I. Diagnóstico
69 e abaixo Deficiência Mental
70 - 79 Zona Fronteiriça
80 - 89 Normal Lento
90 - 109 Normal
110 - 119 Normal Brilhante
120 - 129 Superior
130 e acima Muito Superior
33
CAMPOS - Interpretação de alguns aspectos gerais do desenho
I. Localização no papel
Indica pessoa ajustada -
No meio da página 1
- crianças mais autodirigidas, autocentradas.
Pessoas mais descontroladas e dependentes.
Desenhos fora do centro da
2 Desenho não levado a grandes extremos da página
página
indica grande segurança.
Pessoas fugindo ao meio. Pode indicar fuga ou
Desenho em um dos cantos 3
desajuste do indivíduo ao ambiente.
No eixo horizontal, desenho Comportamento controlado, desejando satisfazer
mais para a direita do centro 4 as suas necessidades e impulsos, prefere
horizontal satisfações intelectuais, do que as emocionais.
No eixo horizontal, mais para a Comportamento impulsivo, procura satisfação
5
esquerda do centro horizontal imediata das suas necessidades e impulsos.
Lado esquerdo da página 6 Indica inibição ou controle intelectual, introversão.
Extroversão e procura de satisfação imediata.
Lado direito 7 O desenho no canto superior direito é menos grave
que no canto esquerdo.
Desajuste com possibilidade de reagir ao mesmo.
Acha que está lutando muito, seu "goal" é
Na linha vertical, acima do
8 inatingível; tende a procurar satisfação na fantasia,
ponto médio
em vez de na realidade; tende a manter-se alheio e
inacessível.
O indivíduo sente-se inseguro e inadequado, em
depressão, preso à realidade e ao concreto, firme e
Abaixo do ponto médio da sólido.
9
página Criança de escola primária prefere o quadrante de
cima e esquerdo, mas quando atinge o 8º ano
escolar volta gradualmente para o centro.
Abaixo, mas quase no cento 10 Desajuste, debilidade física e fuga.
Fora da margem do papel 11 Debilidade mental ou fraco índice de socialização
Figuras dependuradas nas
margens do papel (como janelas Reflectem necessidade de suporte, medo de acção
12
dependuradas dos bordos das independente, falta de auto-afirmação do sujeito.
paredes)
34
II. Pressão no Desenhar
(também oferece indicações sobre o nível de energia do sujeito)
Baixo nível de energia, repressão e restrições.
NEURÓTICOS MEDROSOS, ESQUIZOFRÉNICOS
CRÓNICOS E CATATÓNICOS exibem pouca pressão,
Pouca pressão, traço leve 1 linhas quase esmaecidas.
Indivíduos deprimidos e com sentimentos de
inadequação preferem traços muito leves, quase
apagados.
PSICOPATAS, CASOS ORGÂNICOS, EPILÉPTICOS E
ENCEFALÍTICOS empregam forte pressão. Foi
Muita pressão, traços fortes -
encontrada variação na pressão entre os mais
Sujeitos extremamente 2
flexíveis, adaptáveis, em contraste com a grande
tensos.
uniformidade de pressão exibida pelos catatónicos
e os débeis mentais.
35
insegurança. Presa à fase anal. Pouco cuidadosa com
a roupa.
Passado e repassado 13 Conflito na zona em que aparecer: boca, braço, etc.
Apagado, emendado e retocado 14 Zona de conflito e dissimulação.
Uso de muitos traços para o desenho. Insegurança,
sentimento de perda afectiva, imaturidade sexual,
Repetido 15 homossexualidade (principalmente no desenho da
árvore). Agressividade ao problema encontrado.
36
V. Detalhes do Desenho
Detalhes inadequados 1 Tendência a retraimento.
Sentimento de vazio e energia reduzida,
Falta de detalhes adequados 2 característica de indivíduos que empregam defesas
pelo retraimento e, às vezes, depressão.
Detalhe excessivo - Compulsivo-obsessivo.
Crianças ou adultos com sentimento de que o mundo
é incerto, imprevisível, ou perigoso, tendem a
procurar defender-se contra o caos externo ou
interno. Criando um mundo rigidamente organizado
e altamente estruturado. Os seus desenhos são
muito exactos. Criam elementos rígidos e
repetidos. Não há nem uma linha fora do lugar, ou
relaxada nos seus desenhos. É tudo posto junto
pela força, sentem que sem pressão tudo se
desagregará.
Obsessivo-compulsivos e esquizofrénicos
incipientes ou orgânicos - Performances muito
perfeitas, executadas com inusual cuidado e
controle indicam um eu muito fraco, medo de se
levarem pelos impulsos, não podendo relaxar a sua
vigilância.
Detalhe excessivo 3
O sentimento de rigidez é o mais frequente
acompanhamento de detalhe excessivo.
Representam uma pessoa com corpo e cabeça bem
erectos, pernas presas uma à outra, num estado de
rígida tensão, mantendo o "self" contra o mundo
exterior. Expressam atitude basicamente
defensiva.
37
VI. Movimentos nos Desenhos
Quase todos os desenhos sugerem alguma forma de tensão cinestésica, desde a rigidez até
a extrema mobilidade.
Pessoas jovens mostram mais movimentos funcionais ou abortados, produto das suas
fantasias.
Figura sem movimento indica repressão, inibição, repressão aos estímulos interiores. Quanto
menos movimento, mais curto será o caminho para a neurose.
O tamanho sugere a forma pela qual o sujeito está reagindo à pressão ambiental.
Entretanto, importa definir o critério para a diferenciação do que se deve considerar como
desenho grande, ou como desenho pequeno, o que se pode fazer pela definição do desenho
considerado como médio.
38
Inteligência, com capacidade de abstracção espacial e
Tamanho normal 1
de equilíbrio emocional.
Pode ser caso de inteligência elevada, mas com
problemas emocionais. Pode indicar inibição da
Tamanho diminuto 2 personalidade, desajuste ao meio, repressão à
agressividade, factor somático (caso de desnutrição).
Timidez e sentimento de inferioridade.
Fantasia. Se está bem centrada, pode ser ambições
Tamanho grande 3
que serão alcançadas.
Sentimento de constrição do ambiente, com
concomitante acção supercompensatória, ou fantasia
(uma pessoa pequena que se desenha grande, por
exemplo). Debilidade mental, não tem noção de
tamanho.
Tamanho exageradamente
grande (atingindo quase os 4
Também em outros desenhos, poderá revelar ainda
limites da página)
tendências narcisistas, ou exibicionistas (Narcisismo
ama a si mesmo - egocentrismo).
39
CAMPOS - Normas para interpretação de aspectos gerais
do desenho da figura humana
40
É natural até aos 5-6 anos, além dessa idade a figura é desenhada sem transparência.
Quando aparecem elementos sexuais através da roupa, irá demonstrar curiosidade sexual.
Também pode tratar-se de uma criança retardada e fronteiriça.
V. Figuras Grotescas
Insensibilidade, baixo nível mental.
41
VII. Sucessão das partes desenhadas
É o mais comum.
Começo pela cabeça 1
Indica a aceitação do desenvolvimento humano.
Elemento de ligação entre as forças afectivas e os impulsos
controladores do corpo.
Começo pelo pescoço 2
Indica pessoa que vive sob controle. Pessoa que policia os
desejos do corpo.
Começo pelo cabelo 3 Problema de virilidade, sexualidade.
Função social - No rosto estão todos os elementos de
inter-relação social. Pessoas que têm preocupação em
Começo pelo rosto 4
agradar em agradar. Necessidade de inter-relação com as
pessoas.
Desenvolvimento bilateral 5 Relaciona-se a pessoas que procuram dissimular.
Pessoas com ambição, desejo de auto-afirmação,
Começo pelos ombros 6 dificuldades gástricas. Fantasia de força, de poder (no
caso de ombros largos).
Indivíduo ambicioso por meios económicos, por
compreensão e por afecto. Conforme a posição dos braços,
verifica-se se o indivíduo está fantasiando as ambições.
Sentimento de culpa, se estão retocados. Desejo de inter-
Começo pelos braços 7
relação. Necessidade de aquisição de bens. Pessoas que
gostariam de ter boa vida social, mas que não o fazem
devido às suas condições financeiras, etc. (Verificar se a
ambição é positiva ou negativa).
Pessoa muito avara, ou muito ambiciosa, ou muita pobreza.
Começo pelas mãos 8 Pode ser um alto sentimento de culpa; uma frustração; ou
uma situação de facto.
Indica desejo de mudanças - Física, profissão, estudo ou
Começo pelas pernas 9
uma fantasia (como nada tem, começa por onde ele quer).
O mesmo da perna.
Começo pelo pé 10
Em geral, indica um problema sexual.
Cabeça desenhada em
11 Sugere a possibilidade de sério distúrbio mental.
último lugar
Começo pelos pés, com Indica pessoa de afectividade primitiva, de sensualidade
12
dedos instintiva, sem controle, e de grande agressividade.
42
CAMPOS - Normas para interpretação específica de cada parte da
figura humana desenhada
I. Cabeça
É a parte do corpo onde se localiza o eu. Há, portanto, ênfase no desenho da cabeça,
excepção dos neurónios, deprimidos ou desadaptados socialmente. A maior parte do
autoconceito do indivíduo está focalizado na cabeça
A cabeça é considerada como o centro do poder intelectual, social e do controle dos impulsos
corporais.
43
II. Rosto
Pode referir-se a problema psicótico. Toda a vez que
Cabelo, olho, nariz, com um indivíduo deixa o humano, trata-se de um problema
1
ausência de contorno facial psicótico. Dificuldade em ter contacto com o estímulo
exterior.
Pode indicar ausência de relação com o meio. Fuga às
O desenho do rosto sem
2 respostas, aos estímulos exteriores. Imaturidade para
olhos, nariz, boca
não se comunicar com ninguém.
Dificuldade de inter-relação social. Restrição à figura
projectada. A cabeça pode estar bem marcada e o rosto
Contorno reforçado 3 delineado. São, em geral, pessoas fugidias - diante de
problemas fogem. Insegurança, com capacidade de
vencê-los.
III. Olhos
Podem ser representados apenas com um traço - Isto pode
Olhos 1 revelar: autismo, introversão, não aceitação do meio. Pessoa que
fecha os olhos para não ver. Imaturidade afectiva.
Imaturidade afectiva - psicossocial. Egocentrismo. Pode ser
Omissão dos olhos 2 dissimulação de uma atitude imatura para responder a um
estímulo exterior. Pode ser um problema patológico.
Olhos
Podem ser meio imaturo de enfrentar a vida. Aspecto regressivo
representados por 3
na maturidade afectiva.
um ponto
Egocentrismo - Recusa enfrentar a realidade. Podem ter aspecto
de agressividade. Podem ter uma significação particular do
Olhos vazios sem
4 propósito com o facto (sadismo). O mundo está fechado para ele,
pupila
ou percebido muito vagamente, com pequena discriminação e
detalhes.
Desenhados por elemento feminino - Aspirações lamuriosas.
Atitude geral. Agressividade.
Em meninas, ideia de se afirmarem sexualmente, chamar à
Olhos lumuriosos, atenção.
5
bem trabalhados Em pessoas de maior idade, pode estar ligada ao problema da
masturbação.
Por um rapaz, problema de sexualidade inadaptada. Desenho de
homossexual ou ambivalência.
Podem indicar imaturidade para enfrentar problemas. Autismo.
Pessoa que quer fugir ao meio. Pode ser uma situação de facto. A
Olhos fechados 6
pessoa não quer enfrentar o problema e fecha os olhos ao
mesmo.
44
Olhos oblíquos para Depressão - debilidade consciente. Fraco controle diante do
7
baixo meio em que vive.
Na mulher - Desejo de contacto sexual - Masturbação.
Olhos satânicos para
8 Narcisismo - Desejo de afirmação no grupo.
cima
No homem - ambivalência sexual.
Inter-relação social. Conflito, agressividade. Satisfação furtiva.
Olhos em negrito 9
Recusa total do meio.
Retoque nos olhos 10 Pode ser um problema somático ou psíquico.
V. Cabelos
Cabelos desordenados 1 Imoralidade sexual.
Indivíduo mais desinibido. Move-se bem no ambiente.
Na mulher (cabelos em
2 Podem significar reacção às formas negativas, se
cascata)
apresentadas nos outros testes. Imaturidade psicossocial.
Cabelos de mulher
3 É comum nas solteironas, segundo MacHover.
agarrados à cabeça (lisos)
Cabelos desenhados com Significam uma pessoa de bom equilíbrio psicossexual, bom
4
cuidado (bem delineado) nível mental.
Pessoas moralistas, que se policiam . Pode ser, ainda, um
exibicionismo ou narcisismo.
45
Rapaz que dá à figura
Desordem sexual, imaturidade sexual, narcisista e hostil à
feminina penteado
8 figura feminina. Ênfase no cabelo, sobre o peito com uma
desordenado e ao rapaz
barba - Indicação de pujança viril.
muita ordem
quando se combina com outros enfeites chamativos, feito
Cabelo ondulado, em por meninas, é encontrado entre adolescentes e meninas
9
formas de cachos delinquentes sexuais, ou desejos de chamar a atenção.
Meninas sexualmente precoces.
Quando o cabelo serve
10 Dissimulação de problemas.
para tapar o rosto
Quando coberto pelo
11 Dissimulação sexual.
chapéu
Aspecto fálico - pode responder a uma fantasia do poder
Costeletas 12
sexual.
Sombra vigorosa do
Conflito de virilidade, surgindo em conduta sexualmente
cabelo, com limites mal 13
desviada.
delineados
Sentimento de perda da virilidade. Jovens que estejam com
Cabeleira rala 14
a sexualidade definida.
Rapaz que desenha a
Carácter regressivo ou esquizóide. Sexualidade infantil,
mulher com cabelo bem
15 com vivas fantasias viris. Está a aumentar a sua impotência
delineado e homem com
com o chapéu.
chapéu incongruente
Cabelo grudado em
16 Repressão sexual. Conceitos morais errados, etc.
caracol
Sentimento de debilidade, de impotência. À medida que o
Carecas 17 cabelo diminui maior o problema ou o temor de ficar
careca.
Desejo de afirmação da inteligência. Situação de facto.
Testa grande 18
Problema somático.
Cobertura de problema sexual ou corporal (por exemplo,
testa grande - é comum usar franja). Dependência da
vitalidade sexual e distinção social, do que de sucesso
Franja 19 intelectual. Quando o propósito desenha a figura masculina
e feminina deve-se comparar uma à outra. No caso do sexo
masculino, desenhar as figuras com retoques, etc.,
apresentará problema (repressão à figura feminina).
46
VI. Bigode e Barba
Raramente aparece em desenho de adolescentes e adultos.
Bigode e barba 1
Só aparece em esquizóides, ou esquizofrénicos.
Virilidade evidente. Quando o indivíduo de sexo masculino
Bigode e barba bem desenha o sexo feminino com os caracteres acima, verifica-
2
feitos se um caso de ambivalência sexual, confusão sexual,
conflito com a figura materna autoritária.
VII. Óculos
Necessidade inconsciente. Problema somático. Aspecto de
Colocar óculos 1 ambição. Resposta de cobertura. Dissimulação da
dificuldade em enfrentar o mundo.
VIII. Nariz
47
Aspecto de forte sexualidade. Agressividade. Indício de
Narinas com asas bem
12 força, teimosia, comando, impulsividade. Desenhadas em
acentuadas
negrito, o problema agrava-se.
Narina
acentuadamente 13 Fantasia do exposto no item anterior.
retocada
Realização sexual. Mecanismo de compensação na mulher.
Nariz arrebitado 14
Uma situação de facto ou problema sexual.
IX. Boca
Refere-se às tendências captativas, como nutrição, satisfação da libido oral, relações sociais
- dar e receber afeição e, mesmo, relações sexuais.
X. Orelhas
Omissão 1 É comum.
Ênfase na orelha 2 Resistência à autoridade.
Sensibilidade à crítica e desejo de aprovação social.
Orelhas muito
3 Esquizofrenia. Reacções paranóides. Conflitos
grandes
homossexuais.
Orelhas Situação de facto. Complexo de inferioridade. Sexualidade
4
pontiagudas primitiva.
XI. Queixo
Pouco estudado. É um símbolo sexual. Afirmação social,
Queixo 1
teimosia, firmeza, decisão (queixo quadrado).
Prega nasolabial
(em adulto e 2 Desejo de afirmação.
criança)
Queixo fugidio 3 Pessoa com dificuldades sexuais, pessoa fugidia.
Queixo redondo 4 Traço de feminilidade.
49
XII. Pescoço
XIII. Ombros
Fantasia psicossexual. Temor à debilidade sexual.
Exagerados ou
1 Mecanismo de compensação. Autocrítica. Impulso de poder
representação apagada
físico.
Geométrico, em linha
2 Débeis mentais e imaturidade psíquica.
recta
Ombros estreitos em
3 Depressão, sentimento de menos-valia, problema somático.
relação ao corpo
Se todos os outros traços comprovarem, poderá ser:
Ombros arredondados 4
homossexualidade, inter-relação sexual, confusão sexual.
Acentuação do mamilo - Compensação - Desejo de força.
Músculos (masculino) 5 Poderá ser ambivalência sexual. Projecção do próprio eu -
Virilidade reprimida.
50
XIV. Costelas
A sua representação no desenho é rara. Dá-se no
Costelas 1
caso de esquizofrenia e indica problema grave.
XV. Braços
Relacionam-se ao desenvolvimento do eu e à sua
adaptação social, ou inter-reacção com o ambiente.
Braços e mãos 1 A extensão, direcção e influência das linhas dos
braços relacionam-se com o grau e espontaneidade
da pessoa no ambiente.
Braços desenhados 2 Inter-relação com o ambiente.
É frequente no caso de rompimento com o mundo
exterior (caso dos psicóticos).
51
interiores, debilidade física ou psíquica.
Braços mais largos que todo o Dificuldades de inter-relação. Fantasia, ambição
14
corpo maior que a capacidade de realização.
Com articulação 15 Preocupação hipocôndrica.
Amputação 16 Sentimento de castração (qualquer dos braços).
XVI. Mãos
Enquadra-se no case de ausência de braços - Falta
Mãos (ausência) 1 de confiança nos contractos sociais, na
produtividade, ou em ambos.
Personalidade deliquente. Pessoas dadas ao furto.
Sentimento de menos-valia. Crítica do grupo ou
Mãos no bolso 2
autocrítica. Punição. Masturbação ou valentia, como
se acariciasse uma pistola.
Mão maior em relação às Ambição em todos os sentidos. Sentimento de
3
outras partes do corpo menos-valia. Problema somático.
Contornos imprecisos da mão 4 Indicam a mesma coisa que a ausência de mãos.
Pessoa usurária (em todos os sentidos). Dificilmente
Mãos fechadas 5 nas relações sociais, repressão, agressividade,
fantasia dessa agressividade.
Mão em bolacha 6 Com problemas de agressividade.
Sentimento de culpa, relacionando-se à
Mão diminuída 7 masturbação, sentimento de menos-valia,
cerceamento e agressividade reprimida.
Mão em garfo 8 Disritmia, psicóticos, imaturidade, débeis mentais.
Em rapazes, indica fortaleza, compensação por
Mão grande 9
debilidade. Reacção contra uso indevido das mãos.
Mão em perfil 10 Grande índice de inteligência.
Mão aberta 11 Necessidade de afecto e inter-relação.
Evasão. Observadas entre meninas que desejam
Mãos atrás 12
atrair e roem unhas.
Mãos cruzadas na zona central 13 Preocupação com prática auto-erótica.
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XVII. Dedos
Em alfinete 1 Agressividade.
Personalidade reprimida, agressividade reprimida,
Quando retocados, apagados 2
impulsividade.
Quando não estão relacionados com debilidade
Dedos em maior número do que
3 mental, pode ser um problema psíquico,
o normal
esquizofrenia, imaturidade psíquica.
Indício de agressão infantil. Geralmente, dedos em
Dedos sem preponderância da
4 uma só linha, com grande pressão e combinados com
mão
outros traços agressivos.
Dedo polegar maior que os
Simbolismo sexual. Práticas desviantes. Problema
outros dedos, retocados ou 5
somático. Mecanismo de compensação.
apagados, em negrito
Situação de facto. Sentimento de menos-valia.
Desejo de afirmação. Mecanismo de compensação.
Dedos longos, finos 6
Poderá ser de pessoa de grande equilíbrio
(fidalguia).
Dedos delineados, vagos 7 Sentimento de culpa, sentimento de menos-valia.
Baixo nível mental. Objectivismo. Cerceamento,
Dedos grossos e curtos 8 agressividade reprimida. Dificuldade de inter-
relação. Situação de facto.
Mais ou menos relacionado com reacção instintiva,
Articulação dos dedos 9
sendo mais instintiva de que intelectual.
XVIII. Unhas
Unhas longas (desenhadas por Pontiagudas: Ambivalência. Confusão sexual.
1
homem, em figura de homem) Sentimento de menos-valia. Situação de facto.
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XX. Cintura
Um elemento que marca a parte do tórax com a
Cintura 1 cintura genital, controladora dos impulsos sexuais
e corporais.
Poderá ser uma preocupação ou policiamento ao
Traço marcando a cintura 2
impulso do corpo.
Cinto com fivela 3 Estamos frente a um controle narcisista.
XXI. Pernas
Pernas e pés são fontes de conflitos e dificuldades. A recusa em completar o desenho, além
da cintura, ou usar poucas linhas para completá-lo indica perturbação sexual
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XXII. Pés
XXIII. Tronco
Arredondado 1 Indica agressividade.
Caixa quadrada com ângulos 2 Indica maior agressividade.
Normal em crianças de pouca idade. Entre adultos,
aparece em doentes com complicações de carácter
Omissão do tronco 3 evolutivo e escleróticas, embora omitam o tronco
na figura masculina e sombreiem-no, na figura
feminina.
Tronco desenhado por duas linhas
paralelas, ininterruptas, da É encontrado entre indivíduos regressivos,
4
cabeça aos pés, formando uma primitivos ou desorganizados.
caixa
Parte inferior do tronco, não
5 Indício de preocupação sexual.
fechada
Indica descontentamento com o corpo que possui.
Também pode indicar compensação pela gordura,
Corpo na figura do próprio sexo ou debilidade física, ou temor de engordar. Ainda
6
do desenhista pode ter associado gordura com indivíduo em
estado adulto, manifestando resistência em
tornar-se adulto.
Pode indicar compensação pela sua altura, abaixo
Tronco bem longo 7
do normal.
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XXIV. Roupas
Antes de desenhar, o indivíduo pode vacilar quanto à escolha da roupa, e deve ser anotada
esta vacilação, para ser considerada na interpretação geral das tendências observadas.
XXV. Colarinho
Pode estar relacionado a aspecto Pode ser problema sexual. Pode ser uma
1
sexual compensação (pescoço longo).
Colarinho muito grande, ou muito Compensação por sentimento de inferioridade.
2
estreito Dificuldade sexual, dificuldade somática.
Decote, desenhado por homem,
Indica uma dificuldade sexual, desejos
em mulher, acentuadamente com 3
inconfessáveis.
enfeite, negrito ou sombreado
Indica mecanismo de compensação (maior pescoço)
ou problema sexual, ou imaturidade. O excesso de
Sendo desenhado por mulher 4 detalhes, desenhado por homem, indica
anormalidade, ambivalência sexual, exibicionismo,
etc.
Na mulher, é mais normal, é aceitável.
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XXVI. Cinto e Calças
Cinto apertado, no homem 1 Estabilidade, força.
Transparência - Aspecto de deficiência mental ou
Calças, no homem 2
narcisismo, exibicionismo, conflito sexual.
Calças com braguilha e riscadas Revela um problema sexual. Pânico sexual, por
3
com muitos traços prática de masturbação. Sinais de insegurança.
Calça quadriculada, com
Caso acima e ainda mais: violentação. Temor de
transparência nas pernas, em 4
castração.
negrito ou sombreado
Desenho de figura feminina, com
trajes masculinos, feito por 5 Será um caso de ambivalência.
menino ou rapaz
Mecanismo de compensação (praia, etc.),
Figura de calção 6
debilidade física ou sexual.
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XXVIII. Nus
Em rapazes, expressão de uma forte
Nus 1
masculinidade.
Nus, mostrando pouca diferença Indivíduos sexualmente débeis. Confusão ou não
entre as características próprias 2 identificação do seu papel sexual, repressão da
da figura feminina e masculina libido.
Corpo feito em serpente, cabeça de palhaço -
Desenho sem roupa 3
Problema sexual.
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