Você está na página 1de 6

FOLHA DE CORRECÇÃO DO TESTE DESENHO DA FIGURA HUMANA (E.M.

Koppitz)
Desenho: José Mª Pozo Ruiz. E.O.E.P. COSLADA. 2005

Nome e apelidos__________________________________ D. Nascimento_____________ Idade: ____ anos ____meses

Escola: ______________________________ Nível escolar:___________________ Data de aplicação: _____________

Aplicação: “Desenha uma pessoa completa.” O teste é uma forma de comunicação, ao ser a pedido e na presença
do examinador (difere do desenho noutros contextos). A estrutura do desenho está determinada pelo nível de
maturação da criança (itens evolutivos), enquanto que o estilo do desenho reflecte as suas atitudes e preocupações
num momento dado (indicadores emocionais).
Material: Folha de papel A-4, lápis nº 2 e borracha. Não há tempo limite.

1) PONTUAÇÃO DE ITEMS EVOLUTIVOS EM RAPAZES (M) E RAPARIGAS (F) DE 5 A 12 ANOS.

O sistema de pontuação proposto por Koppitz faz estimativa do nível de funcionamento intelectual a partir do DFH, só contam
os itens esperados e excepcionais (casas em branco). Os itens esperados desenhados pelo sujeito não se pontuam, mas cada
omissão de um item esperado para a idade da criança, subtrairá um ponto (-1). Dá-se também um ponto por cada item
excepcional presente no protocolo do sujeito. Além do mais, acrescentam-se 5 pontos para evitar valores negativos.

ITEMS ESPERADOS 5 Anos 6 Anos 7 Anos 8 Anos 9 Anos 10 Anos 11-12 Anos
(Presente = 0, Ausente = -1) M F M F M F M F M F M F M F
Cabeça
Olhos
Nariz
Boca
Corpo
Pernas
Braços
Pés
Braços 2 dimensões
Pernas 2 dimensões
Cabelo (cabeça com chapéu)
Pescoço
Braços para baixo
Braços unidos ombro
Roupa, objectos 2 peças
ITEM EXCEPCIONALES
M F M F M F M F M F M F M F
(pontos: + 1 ou 0)
Joelho
Perfil
Cotovelo
Dois lábios
Fossas nasais
Proporciones
Braço ou ombro
Roupa 4 itens
Pés 2 dimensões
Cinco dedos
Pupilas
Total A + B
Pontuação final: 5 + (A+B) =

Interpretação da pontuação obtida nos itens evolutivos em categorias amplas de CI.:


O quadro mostra a tradução das pontuações nos DFH aos distintos Pontuação DFH sujeito Nível mental funcional
níveis de QI (Koppitz, 1967). Pontuação “de corte”: 3 - 4 1 ou 0 Atrasado
Se o nível mental no DFH é inferior ao QI medido noutros testes, 2 Atrasado ou Limite (60-80)
3 Limite a Normal baixo (70-90)
são crianças que rendem abaixo do seu potencial, possivelmente
4 Normal baixo a Normal (80-110)
por dificuldades de adaptação pessoal e social. Si é melhor no 5 Normal a normal-alto (85-120)
DFH que em testes de QI, pode dever-se a dificuldades específicas 6 Normal a superior (90-130)
de aprendizagem, carências socioculturais ou incapacidades 7 ou 8 Normal alto a superior (>110)
físicas.
Página 1 de 6
2) INDICADORES EMOCIONAIS no D.F.H. (Koppitz)

Não há relação unívoca indicador/traço de personalidade ou conduta: interpreta-se a totalidade do desenho. Os indicadores
sublinhados correlacionam com baixo rendimento escolar, e são significativos ainda que só um este presente. Para o resto, a
presença de dois ou três indicadores sugere a existência de problemas emocionais e relações interpessoais insatisfatórias, mas
não expressa o grau de perturbação da criança. (Marcar com uma cruz os indicadores presentes no protocolo).

INDICADOR QUALITATIVO e DETALHES ESPECIAIS. Associado a um ou vários dos seguintes factores:

□ 1. Integração pobre. (Uma ou mais partes quase não tocam no resto da figura. (Não é válido antes dos 7 anos em rapazes
e dos 6 em raparigas). Instabilidade, impulsividade ou dificuldades de coordenação, personalidade pobremente integrada.
(Atraso da maturação, organicidade e/ou perturbações emocionais)
□ 2. Sombreado de toda ou parte da cara, ou “sardas”,”sarampo”... (não contar o sombreado suave de cara e mãos, como
cor da pele). Altamente significativo: Angustia. Baixa auto-estima. Sombreado parcial reflecte ansiedades específicas
sobre as partes e suas funções (Ex. Boca-linguagem…)
□ 3. Sombreado do corpo e/ou extremidades. (Valido aos 8 anos em meninas e aos 9 anos em meninos). Ansiedade, zonas
de preocupação por alguma actividade real ou fantasiada, mas não é possível diferenciar a causa (braços: roubar,
agressividade, masturbação. Pernas: pelo crescimento físico, as medidas (peso), a sexualidade).
□ 4. Sombreado das mãos e/ou pescoço. (Válido aos 8 anos em meninos e 7 em meninas). Preocupação por actividade real
ou fantasiada com as mãos. Problemas emocionais, timidez ou agressividade, roubo… Pescoço: esforços, controlar
impulsos, mas precário, enquanto a tensão não seja excessiva.
□ 5. Marcada assimetria das extremidades. Frequente em pacientes clínicos, crianças agressivas, disfunções, educação
especial…Reflexa simultaneamente sentimentos de falta de equilíbrio emocional, baixa coordenação masculino-feminino,
torpeza ou inadequação física, confusão na dominância lateral.
□ 6. Inclinação da figura em 15º ou mais. Sugere instabilidade e falta de equilíbrio geral. Sentimento de desequilíbrio
mental e personalidade lábil, instável, que à criança lhe falta uma base firme.
□ 7. Figura pequena (5 cm. ou menos). Extrema insegurança, retracção e depressão. Eu inibido, preocupações com o
ambiente. Retracção que lhe impede funcionar adequadamente em casa ou na escola.
□ 8. Figura grande (23 cm. ou mais). Não é significativo até aos 8 anos, em ambos sexos. Expansividade, imaturidade e
controlos internos deficientes. Grandemente reactiva a sentimentos de inadequação. As figuras grandes e vazias podem
indicar tendências psicopáticas ou organicidade.
□ 9. Transparências. (Não são linhas em braços que atravessam o corpo). Imaturidade (etapa realismo), impulsividade e
conduta actuadora. Ansiedade específica (= sombreado), não é normal em idade escolar. Criança que necessita que lhe
tranquilizem (respeito ao sexual, nascimento, mutilação corporal...)
□ 10. Cabeça pequena. (< 1/10 ou menos da figura). Muito significativo. Sentimentos intensos de desadequação
intelectual.
□ 11. Olhos tortos ou desviados (olhar de lado não pontua). Hostilidade para com os outros, ira e rebeldia (não pode ver o
mundo como os outros, não quer ou não pode ajustar-se aos modos esperados de comportar-se).
□ 12. Um ou mais dentes. Só por isso não é significativo, aparece em crianças bem adaptadas (certo grau de agressividade é
necessário). Mais frequente em crianças agressivas. Nenhuma tímida ou retraída os desenha.

Página 2 de 6
□ 13. Braços curtos (não chegam à cintura) Aparece também em crianças bem adaptadas. Reflecte dificuldades para
envolver-se com o meio e as pessoas. Tendência à retracção e inibição, demasiado “bem-educado”.
□ 14. Braços compridos (chegam aos joelhos). Inclusão agressiva no ambiente, para fora (oposto a retraimento)
□ 15. Braços juntos ao corpo (sem espaço intermédio) Defensivo. Só por si não é clinicamente significativo. Controlo
interno rígido e dificuldade de envolver-se com os outros (falta de flexibilidade, relações interpessoais pobres).
□ 16. Mãos grandes (igual ou maior que a cara). Conduta agressiva e actuadora. Crianças abertamente agressivas e/ou que
roubam
□ 17. Mãos omitidas (braços sem mãos nem dedos. No se pontua mãos detrás ou em bolsos). Sentimentos de inadequação,
ansiedade, ou culpa por não conseguir agir correctamente (roubar, maus resultados, ansiedade de castração
□ 18. Pernas unidas (sem nenhum espaço entre si. Em perfil, só se vê uma perna). Indica sobretudo tensão na criança, e
intenção rígida de controlar os seus próprios impulsos sexuais ou temor a sofrer abusos. Evitação da proximidade ao outro
sexo.
□ 19. Genitais. Sinal de alteração nestas idades (5 a 12). Angustia pelo corpo e controlo pobre dos impulsos.
□ 20. Figura grotesca, não humana, monstro, robot, palhaço, vagabundo, (desenhada intencionalmente). Sentimento de
intensa desadequação e muito baixa auto-estima (desprezo e hostilidade para consigo). Percepcionam-se como diferentes,
estranhos, não integrados nem aceites, os que provocam riso aos outros.
□ 21. Várias figuras. Três ou mais figuras repetidas, não relacionadas (não é desenhar menino e menina, ou a sua família).
Implica perseveração (neurológica). Carência de sentimento de identidade, falta de atenção individual (“ser mais um”)
Não são independentes e precisam ajuda individualizada.
□ 22. Nuvens, chuva, neve, pássaros a voar. Crianças muito ansiosas e com problemas psicossomáticos, auto-agressão.
Criança que se sente ameaçada ou pressionada desde cima, desde o mundo dos pais ou adultos.

OMISIÓN DE ITEMS ESPERADOS. (Imaturidade, problemas emocionais e/ou atraso intelectual).

□ 23. Omissão dos olhos (não se pontuam olhos fechados ou vazios, ou seja, olhos que não vêem). Tem sempre significação
clínica. Crianças isoladas socialmente. Tendem a negar os seus problemas, recusam enfrentar o mundo e escapam na
fantasia. Escasso interesse social por parte da criança.
□ 24. Omissão do nariz. Conduta tímida e retraída, ausência de agressividade manifesta. Falta de iniciativa.
□ 25. Omissão da boca. É sempre clinicamente significativa. Reflecte sentimentos de angústia, insegurança e retracção,
resistência passiva. Incapacidade ou recusa em comunicar-se com os outros. Depressão. Asmáticos.
□ 26. Omissão do corpo. Imaturidade em pré-escolares (etapa do “girino”). Em escolares pode reflectir atraso na
maturidade ou mental, disfunção neurológica, perturbação emocional com aguda ansiedade pelo corpo (podem desenhar
só figuras masculinas ou femininas)
□ 27. Omissão dos braços. (rapazes 6 anos, raparigas aos 5). Ansiedade e culpa por condutas socialmente inaceitáveis que
implicam os braços e as manos (agressividade, roubos)
□ 28. Omissão das pernas. Pouco frequente, Implicações específicas (défices motores, estatura muito baixa...) Reflecte
intensa angustia e insegurança (pernas como suportes demasiado fracos). Dificuldades para estar bem plantados e fazer-se
notar…
□ 29. Omissão dos pés. (rapazes 9 anos, raparigas aos 7) Sentimentos gerais de insegurança e desprotecção de base.

Página 3 de 6
□ 30. Omissão do pescoço. (rapazes 10 anos, raparigas aos 9). Nenhuma criança bem adaptada o omite. Imaturidade,
impulsividade e controlos internos pobres sobre os seus impulsos e as suas acções.

TOTAL INDICADORES EMOCIONAIS:

OUTROS SINAIS, tanto em crianças adaptadas como com problemas (marcar os sinais no DFH da criança).

- Cabeça grande. Preocupação por algum aspecto do funcionamento mental. Ambição, tesão
- Olhos vazios, que não vêem. Emocionalmente imaturos, egocêntricos e dependentes, com vaga percepção do mundo e
pouca curiosidade por explorar as situações, as diferenças e funções corporais, a sexualidade…
- Olhar de soslaio. Aumenta a partir dos 10 anos. Perspicácia e tendências paranóicas, mas também sentimento de
incomodidade no pré-adolescente, interesse em traços faciais e maquilhagem… além do mais implica um bom nível
intelectual.
- Mãos ocultas. Frequente em pré-adolescentes. Se há problemas, aparecem outros indicadores no DFH. Evitação, culpa,
necessidade de controlar impulsos, renuncia a afrontar a situação… É difícil desenhar bem as mãos, evitam-no os
inteligentes e auto-exigentes.
- Figura interrompida pela borda do papel. Interpreta-se segundo a parte seccionada (como ausência de…) e como falta
de controlo (imaturidade ou impulsividade e falta de coordenação e previsão se o desenho sai em várias zonas). Crianças
muito perturbados: seccionam a cabeça ou parte da mesma.
- Linha de base, a erva… necessidade de apoio e pontos de referência, normal nas crianças.
- O sol, a lua. Amor e apoio parental, existência de uma autoridade adulta controladora (positiva ou negativa).
- Líneas fragmentadas. Não é sinal claro de psicopatologia.

3) INTERPRETACÇÃO CLÍNICA DO DFH.

Um desenho pode representar muitas coisas diferentes: expressão de alegria ou raiva, grito de medo ou angustia, pode ser uma
pergunta ou uma exigência, um desejo ou uma fantasia, ou pode estar a dizer algo que a criança viu ou experimentou, etc. É
importante avaliar a intenção da criança ao desenhar (não todos os desenhos têm o mesmo propósito). E.M. Koppitz sugere três
princípios para interpretar o significado das DFH em crianças de 5 a 12 anos:

1) CÓMO desenha a figura e os sinais e símbolos usados, reflecte o conceito e a atitude que a criança tem de si mesmo
(retrato interior).

2) A QUEM desenha, é a pessoa de maior interesse ou importância/preocupação para a criança nesse momento (mas a
maneira de desenhá-la expressa a atitude da criança para si mesmo).

3) QUE diz. Pode expressar uma combinação de atitudes, conflitos e/ou desejos. Se descreve a pessoa que desenhou, a
descrição refere-se a essa pessoa (ele mesmo, a sua mãe, etc.) Se conta uma história espontânea sobre o seu DFH, o
conteúdo expressa um desejo (não ocorre isto se a criança só faz uma descrição ou quando lhe fazem perguntas

Página 4 de 6
específicas, pelo que há que estimular-lhe com perguntas gerais e abertas: ¿quem és, que estás a fazer, que idade tens, que
tipo de pessoa és, que vai acontecer depois…?).

RELATO DA CRIANÇA SOBRE O SEU DFH

Observações sobre a conduta durante a aplicação

4) CONCLUSÕES
4.1. Respeito ao NIVEL MADURATIVO (Hipóteses sobre itens evolutivos e relação com QI noutros testes e
rendimento escolar):

4.2. Hipóteses sobre o conceito actual de si mesmo e atitudes (indicadores emocionais). INTERPRETAÇÃO.

Página 5 de 6
Página 6 de 6

Você também pode gostar