Você está na página 1de 13

Cotação Desenho da Figura Humana – Koppitz

Tabela A: Itens esperados


Quadrados com fundo branco: itens esperados (presentes = 0; ausentes = -1).
Quadrados com fundo verde: itens não esperados (presentes = 1; ausentes = 0)

Tabela A

11-12
Itens esperados 5 anos 6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos anos

(Presente = 0; Ausente =
M F M F M F M F M F M F M F
-1)

Cabeça

Olhos

Nariz

Boca

Corpo

Pernas

Braços

Pés

Braços 2 dimensões

Pernas 2 dimensões.

Cabelo/cabeça com
chapéu

Pescoço

Braços para baixo

Braços ligados ao ombro

Roupa (2 peças)

TOTAL A:

(* M – sexo masculino; ** F – sexo feminino)


Tabela B: Itens extraordinários
Quadrados com fundo branco: itens esperados (não se pontuam).
Quadrados com fundo verde: itens não esperados (presentes = +1; ausentes = 0)

Tabela B

B - Itens 11-12
5 anos 6 anos 7 anos 8 anos 9 anos 10 anos
extraordinários anos

(Pontos: +1 ou 0) M F M F M F M F M F M F M F

Joelho

Perfil

Cotovelo

Dois lábios

Fossas nasais

Proporções

Roupa (4 peças)

Pés 2 dimensões

Cinco dedos

Pupilas

TOTAL B:
PONTUAÇÃO FINAL:
(A+B) + 5 =

(* M – sexo masculino; ** F – sexo feminino)

Instruções
1º- Utilizar a coluna correspondente à idade e sexo da criança a avaliar;
2º- Pontuar os diferentes elementos de acordo com as indicações de cada tabela;
3º- A pontuação só pode ser -1, 0, ou -1.
4º- Somar as pontuações totais da tabela A + B e somar 5.
5º- Confrontar a pontuação obtida com o quadro de resultados seguinte:
Pontuação Nível de capacidade mental (I.C.)
1 ou 0 Sérios problemas emocionais
2 Borderline (60-80)
3 Normal baixo (70-90)
4 Normal baixo a Normal (80-110)
5 Normal a normal-alto (85-120)
6 Normal superior (90-130)
7 ou 8 Normal alto a superior (>110)

Indicadores emocionais do DFH


1) Indicadores gerais

Dificuldade manifesta em agrupar adequadamente


as diferentes partes do desenho. O desenho tem um
ou mais elementos separados (isolados do resto do
desenho). É muito frequente em crianças mais
jovens ou imaturas. Não é válido em antes dos 7
anos - sexo masculino - e 6 – sexo feminino. A partir
Integração pobre das partes destas idades este indicador manifesta-se em
pacientes clínicos, agressivos e alunos com
dificuldades académicas. Não surge em alunos bem
adaptados e com bom desempenho académico. É,
então, um indicador de imaturidade (especialmente
em crianças mais velhas), má coordenação e
impulsividade.
Indicador de ansiedade e angústia. O grau de
sombreamento correlaciona-se com a intensidade
de angústia da criança. Não obstante, é comum em
crianças mais novas assim, nesta população, não é
indicador de psicopatologia.

• Sombreamento da cara: atípico em qualquer


faixa etária constituindo, portanto, um
indicador emocional válido para todas as
crianças dos 5 aos 12 anos, quando presente
no desenho. Um sombreamento muito denso,
ao ponto de cobrir os traços faciais,
encontra-se associado a crianças com
problemas de comportamento, agressividade
ou seriamente perturbadas. Um
sombreamento parcial (i.e. afeta somente
uma parte da cara) reflete ansiedade
específica a um dos elementos que foram
sombreados ou às suas funções.
Sombreamento

• Sombreamento do corpo e/ou


extremidades: comum no sexo feminino até
aos 7 anos e no sexo masculino até aos 8.
Não é, portanto, um indicador válido até aos
8 ou 9 anos, respetivamente. O
sombreamento do corpo indica ansiedade em
relação ao mesmo - áreas de preocupação
por alguma atividade real ou fantasiada.

• Sombreamento das mãos e/ou pescoço: não


é válido antes dos 8 anos – sexo masculino – e
dos 7 anos – sexo feminino. Preocupação
com alguma atividade real ou fantasiada
associada às mãos -problemas emocionais,
timidez, agressividade, ou mesmo, roubo.
Muito presente em crianças agressivas, com lesão/
ões cerebrais ou que frequentam o ensino especial.
Não se encontra presente em crianças tímidas e
Assimetria das extremidades com um bom desempenho académico. Em alguns
caos, pode dever-se a uma falta de destreza
motora, escassa coordenação visuomotora ou a
problemas de lateralidade.
A sua presença é significativamente superior na
população clínica, em alunos que frequentam o
ensino especial ou com diversos problemas de
aprendizagem. Surge tanto em crianças tímidas,
Inclinação da figura em 15 ou c om o n a q u e l a s q u e a p r e s e n t a m c on d u t a s
mais graus disruptivas, não sendo boa discriminadora destes
dois grupos. É, essencialmente, um indicador de
instabilidade e de falta de equilíbrio, em geral.
Associa-se a um sistema nervoso instável e a uma
personalidade lábil.

Manifesta-se maioritariamente na população


clínica, em alunos que frequentam o ensino
especial e em crianças tímidas, na população geral.
Esta caraterística é rara em crianças agressivas,

Figura pequena violentas, com problemas de conduta. Trata-se de


um indicador emocional que expressa insegurança,
retraimento e, por vezes, depressão. Em geral, as
figuras pequenas traduzem inadequação, inibição e
preocupação com as relações com o ambiente
externo.
Ocorre, frequentemente, em crianças mais novas.
Não adquire significância clínica até aos 8 anos, em
ambos os sexos. As figuras grandes associam-se a
Figura grande (superior a
23cm) condutas expansivas, de tipo impulsivo, com
reduzido autocontrolo e, também, imaturidade. Em
crianças mais velhas e em adultos pode traduzir
traços narcísicos e ideações paranóides.
Destacam-se dois tipos de transparências:

• Crianças que desenham primeiro um esquema


base da pessoa – a forma de esqueleto – e
posteriormente a vestem;
• Crianças desenham a figura e depois centram-se
numa parte concreta para efetuar a
transparência (ex: desenhar o estômago, órgãos
Transparências
sexuais, etc).

O segundo tipo de transparência é semelhante ao


sombreamento. Indica ansiedade e preocupação por
esta região em particular do corpo.
As transparências surgem com maior frequência em
crianças imaturas, impulsivas e com condutas
disruptivas. Indicam angústia, conflito ou medo
acentuado.

2) Indicadores específicos

Mais frequente na população clínica do que na


Cabeça pequena população em geral. Relaciona-se com sentimentos
intensos de inadequação intelectual.
Manifestam-se com maior frequência em crianças
Olhos cruzados com hostilidade face aos outros e, no desenho,
interpreta-se como reflexo da sua ira e rebeldia.
Esta caraterística encontra-se em todos os grupos,
à exceção das crianças tímidas. Não é um sinal
sério de psicopatologia, no entanto, surge
maioritariamente em crianças manifestamente
Dentes agressivas. A presença dos dentes, por si só, não
pode ser tida como um sintoma inequívoco de
perturbação emocional, por conseguinte, esta deve
apenas ser valorizada em associação à presença de
outros indicadores no desenho.
Reflete uma tendência ao retraimento, com
dificuldades em abrir-se ao exterior e às outras
pessoas. Ainda que surja com maior frequência na
Braços curtos (sem cintura)
população clínica, encontra-se presente em
crianças adaptadas, mas retraídas, fechadas em si
mesmas, ou que inibem os seus impulsos.
Ocorre com maior frequência em crianças

agressivas, comparativamente, a crianças bem

adaptadas. Não ocorre em crianças tímidas. Este


Braços longos (alcançam os
indicador associa-se a uma relação agressiva com o
joelhos)
ambiente e à conexão ao outro, em estreita

oposição ao retraimento associado aos braços

curtos.
Refletem um controlo interno bastante rígido e uma
Braços junto ao corpo dificuldade de conexão com o outro. Tendência à
introversão.
Encontram-se maioritariamente em crianças com
necessidades educativas especiais e naqueles que
se mostram abertamente agressivos. Não se
Mãos grandes encontram associadas a crianças tímidas. Revelam
uma conduta compensadora de sentimentos de
inadequação e/ou dificuldade em estabelecer
contacto com o outro.
Ocorre com maior frequência em população clínica,
com lesões cerebrais e em alunos de ensino
especial. Assume, também, uma maior tendência
Mãos segmentadas
em crianças tímidas, em comparação, a crianças
(sem braços ou dedos)
agressivas. Reflete sentimentos de inadequação ou
de culpa por não agir corretamente ou por ser
incapaz de o fazer.
Encontra-se maioritariamente na população clínica
e em crianças com perturbações psicossomáticas.
Pode interpretar-se como um sinal de tensão na
Pernas juntas criança e de alguma rigidez no controlo dos seus
impulsos sexuais ou medo em sofrer um ataque
deste tipo. Algumas raparigas abusadas apresentam
esta caraterística nos seus desenhos.
O desenho de monstros ou de figuras grotescas não
se encontra associado a nenhum tipo de conduta
específico, ainda que reflita sentimentos de intensa
inadequação e um autoconceito pobre. As crianças
Figuras grotescas que desenham palhaços ou vagabundos podem
(bruxas, palhaços, etc) autoconsiderar-se como indivíduos ridículos, que
não são aceites pelos outros. A aparição destas
figuras pode ser parcialmente explicada por
vivências recentes de uma criança (ex: visitar um
circo), a criança representa aquilo que a preocupa.
Mais frequente em crianças com baixo desempenho
Mais que duas figuras
académico e em crianças com necessidades
representadas
educativas especiais.
Mais frequentes em pacientes clínicos e em alunos mal
adaptados. As nuvens encontram-se com mais
frequência em crianças muito ansiosas e com doenças
psicossomáticas. Surgem em crianças que não são
agressivas para com os outros e que dirigem a agressão
para si mesmas.

3) Indicadores por omissão de elementos corporais

Associado a uma conduta tímida e


retraída, com ausência de agressividade
Omissão do nariz
manifesta. Reflete, também, um escasso
interesse social.
A omissão deste traço é sempre
clinicamente significativa. Reflete
angústia, insegurança, retraimento e
Omissão da boca resistência passiva. Este indicador
emocional revela ou a incapacidade do
sujeito ou mesmo a sua recusa em
comunicar com o outro.
Surge maioritariamente em alunos com
necessidades educativas especiais, com
problemas de aprendizagem ou com
lesões cerebrais. A omissão do corpo é
habitual em crianças muito jovens, não
Omissão do corpo obstante pode ser um sinal de
psicopatologia em período escolar. A este
último caso, associam-se fatores de
imaturidade, atraso ou dano neurológico
ou, eventualmente, alguma perturbação
emocional.
A omissão dos braços reflete ansiedade e
culpa por condutas sociais inaceitáveis
que envolvam os braços ou as mãos.
Omissão dos braços
Pode, também, associar-se a depressão e
repressão do sujeito e do mundo dos
objetos.
A sua ausência é extremamente rara.
Trata-se de um dos primeiros elementos
que as crianças em idade pré-escolar
reproduzem. Tendem a surgir na
sequência evolutiva do desenho, depois
Omissão das pernas da cabeça e dos olhos e antes que da
reprodução do corpo e dos braços.
Portanto, a sua ausência nunca é
acidental, refletindo conflitos nesta área
ou um transtorno emocional com intensa
angústia e insegurança.
Este indicador não é significativo até aos
7 anos – sexo feminino – e aos 9 – sexo
masculino. Não se encontra associado a
Omissão dos pés nenhum tipo específico de conduta ou
sintoma, no entanto, reflete um
sentimento geral de insegurança e
desamparo.
Não é válido até aos 9 anos – sexo feminino –
e 10 – sexo masculino. A partir destas idades
surge maioritariamente em pacientes
clínicos, com lesões cerebrais e em crianças
Omissão do pescoço
com condutas disruptivas. Nenhuma das
crianças bem adaptadas ou com
perturbações psicossomáticas omitiram este
traço da figura humana.
4) Indicadores emocionais não validados

Pode adquirir diferentes interpretações.


A cabeça grande é comum nos desenhos
das crianças mais novas. A partir da
Cabeça grande etapa escolar associa-se a um esforço
intelectual, imaturidade, agressão,
enxaqueca ou preocupação com o
desempenho escolar.
São comuns em crianças mais novas mas,
por outro lado, são associados a
Olhos vazios ou olhos que não veem sentimentos de culpa, perceção fraca do
mundo, imaturidade emocional,
egocentrismo e dependência.
Surge como um indício de tendências
paranóides. A sua frequência aumenta
com a idade (10, 11, 12 anos) na
população clínica e normal. Outras
Olhar soslaio interpretações sugerem timidez e medo
face ao mundo exterior. A análise deste
indicador deve interpretada no contexto
da globalidade do desenho, mais do que
como traço independente.
Associam-se a dificuldades no contato
com o outro, evasão, sentimentos de
culpa, necessidade de controlar a
agressão e recusa em lidar com
determinadas situações (passividade).
Algumas crianças, perante a dificuldade
em desenhar as mãos, ocultam-nas por
Mãos ocultas detrás do corpo, cobrindo-as com outro
objeto ou colocando-as nos bolsos. Tais
opções não podem ser consideradas como
patológicas, pelo contrário, revela um
bom julgamento. Este indicador deve ser
interpretado com base na presença de
outros indicadores emocionais validados
(e.g. sombreamento, dentes, etc).
Associada à necessidade de apoio,
insegurança ou necessidade de um ponto
de referência. Estas hipóteses não são
certas pois, as crianças vivem num
mundo de “grandes” e dominantes (i.e.
em função da sua idade e tamanho) e é
Linha de base ou chão normal que necessitem de apoios. As
linhas de base encontram-se em
diferentes idades tanto em crianças
como em adultos e não pode considerar-
se um indicador clinicamente
significativo de perturbação emocional.
Associados ao amor, apoio parental e com
a existência de uma autoridade adulta
controladora, ainda que estas duas
Sol ou lua atitudes parentais não se excluam
mutuamente. É mais frequente em
crianças bem adaptadas que na
população clínica.

Associadas ao medo, insegurança,


sentimentos de inadequação, ansiedade,
obstinação e negativismo. O incremento
Linhas fragmentadas ou “quebradas” regular de linhas fragmentadas aumenta
com a idade. Os pré-adolescentes
tendem a ser inseguros e ansiosos e isso
reflete-se no uso de tracejados nos seus
desenhos.

Você também pode gostar