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Estágio em Saúde Coletiva V

Violência Infantil
Importância da equipe de saúde bucal

Componentes: Alice Lima


Júlia Barreto
Victória Leão
Wendy Julliet

http://cidadeembudasartes.sp.gov.br/embu/portal/noticia/ver/10613
CONCEITO

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a violência


como o uso intencional de força física ou poder, que pode
ser real ou em forma de ameaça; contra si próprio, contra
outra pessoa, grupos ou comunidades, com possibilidade
de ocasionar lesões, morte, dano psicológico, deficiência
de desenvolvimento ou privação.

https://observatorio3setor.org.br/noticias/criancas-de-ate-6-anos-sao-principais-vitimas-de-violencia-infantil-no-brasil/
Violência infantil . Problema social e de saúde pública em vários
países, inclusive no Brasil.

. Percebida por:
- Mortes, traumas físicos e agravos mentais
. Física decorrentes do ato, comprometimento da qualidade
de vida dos indivíduos.

. Considerada a primeira causa externa responsável


. Sexual pelos óbitos na faixa-etária de 0 a 19 anos.

. Uma prática utilizada sob justificativa de ''educar as


. Psicológica crianças''.

. Acontece por descontrole emocional, dificuldades


. Negligência sociais nas relações com os familiares e com a
criança, ou por culpabilizar a criança pelos seus
problemas.

. Privação

https://pequenoprincipe.org.br/noticia/violencia-infantil-em-um-ano-hospital-atende-mais-de-600-casos/
O Estatuto da Criança e do Adolescente, de 13 de Julho de 1990,
sob a Lei no 8.069, dispõe no seu artigo 5, que “nenhuma criança ou
adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido
na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus
direitos fundamentais”.

As violências contra essa população afetam meninas e meninos e


muitas vezes ocorrem nos espaços doméstico, familiar e escolar, o
que não garante visibilidade na esfera pública e dificulta o acesso aos
serviços de saúde.

Apesar da violência doméstica junto à criança ser frequente em


nosso país, estima-se que apenas 20% das ocorrências sejam
denunciadas, visto que a notificação dos casos a órgãos
competentes é uma prática pouco exercida pelas pessoas.

https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/prevencao-e-remedio-para-combater-a-violencia-infantil-no-ambito-da-familia/
TIPOS E SINAIS

Negligência: Às vezes, a agressão não é visível. Negligência


refere-se ao prejuízo ou risco como resultado de formas
inadequadas de nutrição, vestimenta, higiene e supervisão.
Irritação, medo constante e isolamento, podem ser sinais
fortes de maus-tratos, e os profissionais devem estar atentos a
isso.

Violência Física: lesões em qualquer parte do corpo,


principalmente cabeça e pescoço. As lesões tem fases
diferentes de cicatrização e não se deve demorar para solicitar
ajuda.

- Alguns exemplos: Lesões circulares do pescoço: estrangulamento


- Lesões circulares nos punhos e tornozelos: amarrias
- Hematomas em área protegida por roupa
- Queimaduras em formas de objetos
- Falta de cabelo (devido a puxões)

https://revistaespejo.com/2019/12/01/foro-violencia-sexual-infantil-testimonio-contra-un-animal-en-celo/
Violência psicológica Violência sexual

Isolamento e passividade;
Irritabilidade e agressividade;
Agitação e choro constante;
Isolamento e choro ou tristeza
constante;
Irritação e agressividade;

Medo de ficar sozinho;


Insegurança e infantilidade;

Pavor sem causa identificável;


Obesidade ou desnutrição por
ansiedade;
Falta de vontade de voltar para
casa;
Falta de controle para 'segurar'
O abuso emocional inclui atos que podem conduzir a urina e/ou fezes;
a desordens emocionais em longo prazo, como o
isolamento social, a rejeição, a humilhação e as
Comportamento sexual ou
punições não físicas inadequada.
erotização precoce;
https://noticias.adventistas.org/pt/noticia/infantil/especialista-explica-diferenca-entre-exploracao-violencia-e-abuso-sexual-infantil/
https://elpaisdelosjovenes.com/el-maltrato-psicologico-infantil-podria-tener-las-mismas-consecuencias-que-la-violencia-fisica-y-el-abuso-sexual/

https://eldiario.com/2020/04/23/violencia-infantil-la-cara-mas-cruel-del-confinamiento-en-venezuela/
VIOLÊNCIA SEXUAL
Entre 2011-2017 Avaliação das características
sociodemográficas
40.000

76.716 (92,4%) sexo feminino;


30.000

6.344 (7,6%) sexo masculino;

67,8% faixa etária entre 10 e 14 anos;


20.000

55,5% da raça/cor negra;

10.000 7,1% possuíam alguma deficiência ou


transtorno;

Notificações: Sudeste (32,1%), Norte (21,9%)


0 e Sul (18,8%).
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Maior resultado foi em 2016, com 31.539 mil notificações.


Notificadas no Sinan entre 2011-2017

https://www.eltiempo.com/colombia/medellin/nina-de-4-anos-fue-victima-de-maltrato-y-supuesto-abuso-sexual-en-antioquia-135330|
As notificações no Sinan mostraram um elevado
percentual de caráter crônico de violência sexual, ainda
mais grave entre os adolescentes.

Entretanto, o elevado nível de dados ignorados para essa


variável entre as crianças (35,5%) pode ser um reflexo da
dificuldade de comunicação oral inerente a essa fase do
desenvolvimento. Além disso, os acompanhantes no
atendimento em saúde muitas vezes são os prováveis
autores da violência, ou possuem vínculo de proximidade
com a vítima, fato que dificulta a identificação do histórico
crônico do evento.

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-37135428
COMO IDENTIFICAR

Primeiramente, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o


responsável por estabelecimento de atenção à saúde que deixar de comunicar a
ocorrência de maus-tratos estará sujeito às sanções da Lei, podendo ter como
consequência multa com a pena no valor de 3 a 20 salários de referência.

Os cirurgiões dentistas tem um papel importante na prevenção, detecção e


encaminhamento de casos de maus-tratos, pois alguns estudos demonstram que a
maioria dos ferimentos decorrentes dos maus-tratos infantis envolve a região orofacial:
cabeça, face, boca e pescoço.

https://wallhere.com/pt/wallpaper/980936
É importante:

Realizar uma boa anamnese: Verificar se a história da lesão é condizente com o ferimento;

Descrever as lesões de acordo com região, tamanho e aspecto;

Exame detalhado extra e intraoral


- Boca: laceração de freios labial e lingual, palato mole e duro, gengiva e língua;
- Lábios: machucados no canto da boca, com hematomas, equimoses e cicatrizes;
- Dentes: fraturados, avulsionados e com alteração da cor;
- Dentes com muita necessidade curativa, que provocam dor ou estão em processo infeccioso.
- Abuso sexual: alterações de comportamento, lesões de DST, petéquias e eritemas em palato mole e duro
(Sexo oral forçado).

https://ideasforgood.jp/2018/11/17/happy-med/
Entre as razões pelas quais os cirurgiões-dentistas não relatam o abuso de
crianças, citam-se a falta da confiança no seu diagnóstico de maus-tratos,
desconhecimento sobre o tema, medo de tratar com os pais ou de se envolver,
recusa em acreditar que os pais são negligentes, medo de perder o paciente e
falta de treinamento.

Muitos destes profissionais Embora muitos ferimentos não sejam causados pelos maus-tratos, o cirurgião-
não têm o hábito de denunciar dentista deve suspeitar dos ferimentos traumáticos, observando sempre o
ou registrar casos suspeitos relacionamento “responsável-criança”, bem como mudanças no comportamento
da criança.
de agressão infantil.

Um pai pode trazer uma criança ao dentista para tratar de dentes com mobilidade
ou fraturados, mas pode não procurar um médico para o tratamento de outros
tipos de ferimentos.

https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/denuncias-de-violencia-contra-menores-voltam-a-crescer-no-pais/
Quando da abordagem de vítimas de agressão, as questões devem ser incluídas com naturalidade em meio às questões
do prontuário, para reduzir o desconforto da situação para o profissional e para o seu paciente.

Uma característica importante para o diagnóstico do abuso e da negligência infantil é a discrepância entre os achados
clínicos e a história relatada pelo responsável e pela criança. Assim, quando possível, a criança deve ser questionada
separada dos pais, e posteriormente estes devem ser questionados.

Quando possível, é importante que o registro inclua o período no qual o abuso aconteceu, se ocorreu mais de uma vez e
o número de vezes. As crianças mais novas muitas vezes não conseguem recordar uma data ou um mês específico,
dessa forma, uma linha de tempo contextualizada à vida da criança pode ser criada, como, por exemplo, o seu
aniversário, um feriado ou as férias.

É relevante identificar o instrumento ou mecanismo de injúria.

Os comportamentos da criança e do responsável também devem ser observados. A maioria de pais que acompanham
sua criança ferida ao consultório apresentam-se ansiosos e preocupados sobre a situação da criança.

https://memoria.ebc.com.br/infantil/para-pais/2016/06/cada-hora-5-casos-de-violencia-contra-criancas-sao-registrados-no-pais
Os pais agressores parecem frequentemente retraídos e as crianças indiferentes quando separadas dos pais, ou ainda
agressivas, com desconforto ao contato físico e olhar vigilantes.

A documentação apropriada da criança fisicamente agredida ou negligenciada inclui a descrição do ferimento, fotografias
e radiografias das estruturas envolvidas, sempre que possível.

Também deve ser registrado o mecanismo de agressão. As informações devem ser anexadas ao prontuário odontológico,
incluindo aspectos sobre a posição, aparência, severidade e distribuição dos ferimentos.

Em caso de suspeita de maus-tratos contra a criança, deve-se comunicar ao Conselho Tutelar do município de moradia, o
que pode ser verificado no artigo 13º do Estatuto da Criança e do Adolescente: “Os casos de suspeita ou confirmação de
maus-tratos contra a criança ou o adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva
localidade, sem prejuízo de outras providências legais”. Na falta do Conselho Tutelar, deve-se comunicar ao Juizado da
Infância e da Juventude.

https://www.poder360.com.br/brasil/agressoes-contra-criancas-e-adolescentes-chegam-a-quase-120-mil/
Deixar de notificar o caso suspeito é considerado omissão e
está sujeito à penalidade, como observado no artigo 245 do
Estatuto da Criança e do Adolescente:
Deixar o médico, professor ou responsável por
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar a
autoridade competente os casos de que tenha
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de
maus-tratos contra criança ou adolescente. Pena – multa
de 3 a 20 salários de referência, aplicando-se o dobro em
caso de reincidência.

A estratégia de intervenção nos casos de abuso infantil deve


ser direta e integrada facilmente à prática profissional do
cirurgião-dentista, não devendo ameaçá-lo, nem ao seu
paciente

https://www.arevistadamulher.com.br/faq/27116-odontofobia-saiba-como-lidar-com-criancas-que-tem-medo-de-dentista
REGISTRO DE INFORMAÇÕES
FORMULÁRIO PARA MANIFESTAÇÕES OROFACIAIS DOS MAUS-TRATOS INFANTIL
Centro de Referência Especializado de Assistência
Social (CREAS)

Oferece o Serviço de Enfrentamento à Violência, ao Abuso e


à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, que visa
POLÍTICAS PÚBLICAS assegurar proteção imediata e atendimento psicossocial às
crianças e aos adolescentes vítimas de violência (física,
psicológica, negligência grave), abuso ou exploração sexual
Conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia dos direitos comercial, bem como a seus familiares, oferecendo
sociais, configurando um compromisso público que visa dar conta de
acompanhamento técnico especializado, psicossocial e
determinada demanda, em diversas áreas.
jurídico.

https://www.camara.leg.br/noticias/774074-projeto-cria-lei-henry-para-coibir-violencia-contra-criancas-e-adolescentes/
Estatuto da Criança e Adolescentes –
ECA

Lei nº 8.069/90

Art. 3º. A criança e do adolescente gozam de todos os direitos


fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção
Assim, em suspeita de maus-tratos, o
integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou
cirurgião-dentista tem a obrigação legal de
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de
notificar o caso ao Conselho Tutelar, sem
lhesfacultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
necessidade de apresentar provas, com
social,em condições de liberdade e de dgnidade.
sigilo garantido, sendo sugerido não
interferir pessoalmente na situação.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de
qualquer forma de negligência, discriminação,
exploração,violência, crueldade e opressão, punido na forma da
lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus
direitosfundamentais.
A denúncia também pode ser feita
pelo Disque Denúncia Nacional por
meio do número 100; na Autoridade
Policial e/ou no Ministério Público.

http://mpituporanga.blogspot.com/2013/04/disque-denuncia-disque-100.html

https://drauziovarella.uol.com.br/reportagens/como-reconhecer-e-agir-ao-suspeitar-de-violencia-contra-criancas/
CONSELHOS
ECA define como diretriz fundamental da política de atendimento da
criança e do adolescente a criação dos Conselhos

Conselho Municipal:
. Conselho tutelar
. Ministério Público
. Juizado

Conselho Estadual

Conselho Nacional (CONANDA)

https://modobrincar.rihappy.com.br/crianca-com-medo-como-lidar-com-isso/
Referências

https://www.scielo.br/j/sdeb/a/n5MnrX5mpwHfjyMvrkwZJ3w/?format=pdf&lang=pt

https://portalabol.com.br/rbol/index.php/RBOL/article/view/75/96

http://primeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2016/05/Cartilha_MausTratos_Dentistas_Final-Flares-
Baratto.pdf

https://www.cropr.org.br/index.php/noticias/detalhes/cirurgiao-dentista-pode-identificar-sinais-de-maus-
tratos-em-criancas/398#.ZFmzoKTG8lQ

https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2019/07/2018-024.pdf

https://www.scielo.br/j/csc/a/5LQvscgQpBmcgH3NKZnrhfG/?format=pdf

https://pt.vecteezy.com/fotos-gratis/textura
https://mossorohoje.com.br/noticias/14435-crianca-de-2-anos-e-estrangulada-em-apodi-pais-sao-suspeitos

https://cbn.globoradio.globo.com/default.htm?url=%2Fmedia%2Faudio%2F391695%2Fcrianca-de-7-anos-e-enforcada-por-policial-apos-de.htm&ref=https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/391695/crianca-de-7-
anos-e-enforcada-por-policial-apos-de.htm

https://pt.brusheezy.com/texturas/17506-textura-da-escuridao1

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