Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BELÉM- PA
JUNHO/ 2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 2
CARACTERIZAÇÃO DO TDAH 4
ESTATÍSTICAS GERAIS 5
ASPECTOS NEURO-GENÉTICO AMBIENTAIS 6
4.1 GENÉTICA RELACIONADA AO TDAH 6
4.2. NEUROBIOLOGIA COM BASE GENÉTICA 7
4.3. INFLUÊNCIA AMBIENTAL 8
ASPECTOS CLÍNICOS 8
5.1. SINTOMAS 8
5.2. DIAGNÓSTICO 9
5.3. TRATAMENTOS 10
5.4. DISCUSSÕES SOBRE O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO 10
CONSIDERAÇÕES FINAIS 12
BIBLIOGRAFIA 13
2
INTRODUÇÃO
1. ASPECTOS HISTÓRICOS
Até hoje ainda é possível observar uma divergência de pontos de vista por conta de
perspectivas teóricas e práticas diagnósticas diferentes, principalmente entre países da Europa
e os Estados Unidos, entretanto o DSM-IV contribui para uma harmonização das práticas
diagnósticas tanto na pesquisa quanto no âmbito clínico (DUMAS,2011).
2. CARACTERIZAÇÃO DO TDAH
Dito isso, para além dos critérios de diagnóstico utilizados no TDAH, ele é
acompanhado de dificuldades que atrapalham o desenvolvimento dos afetados
(Barkley,2003). Tais dificuldades afetam diversos aspectos do funcionamento adaptativo,
como as competências motoras, afetivas e cognitivas. Devido às características neurológicas
do TDAH, as funções executivas, que são relacionadas a capacidade controlar o
comportamento de forma flexível e precisa, nos portadores do Transtorno são prejudicadas
5
nos principais pontos: controle motor, controle das emoções, falar mais que seus pares,
possuir de dificuldade de organizar os pensamento ao falar não espontaneamente, possuir
também dificuldade em organizar tarefas ou resolver problemas, por conta de uma memória
de trabalho limitada, além disso possuem dificuldades de resistir a tentações e de retardar a
gratificação. (Dumas, 2011, p. 242-243)
Análogo a isso, teorias atuais têm sugerido que indivíduos com TDAH
apresentam comprometimento no sistema de recompensa, demonstrando dificuldades em
perseverar e lidar com condições de pouca ou ausência de gratificação (Shimizu, Miranda,
2012), justamente por conta de que possuem um comprometimento no sistema de transporte
da dopamina. (OHLWEILER, 2016). Além disso, em conformidade com BRIDI et al. (2016)
, em algumas pessoas que possuem o transtorno, quando tentam se concentrar, a atividade do
córtex pré-frontal diminui ao invés de aumentar (diferente dos sujeitos do grupo de controle)
(Santos, PT. 2017). Dessa forma surgem muitos sintomas que foram explanados até aqui e que
serão tratados futuramente.
3. ESTATÍSTICAS GERAIS
Sob essa ótica, percebe-se uma alta prevalência relativa do TDAH na infância, pois
diversos fatores, sejam eles ambientais, sejam genéticos, contribuem para isso. Ademais, para
complementar, "Em outro estudo, Faraone e colaboradores (1992) concluíram que 57% das
crianças com TDAH têm pais afetados com o transtorno, com um risco de 15% entre irmãos.
Também confirmaram esta teoria os estudos feitos com gêmeos monozigotos, nos quais se
constatou a concordância de 51%, enquanto em dizigotos a concordância é de 33% com maior
incidência de TDAH em familiares de primeiro grau do indivíduo afetado" (PEPSIC, 2010).
6
5. ASPECTOS CLÍNICOS
5.1. SINTOMAS
aprender, mas apresenta maior dificuldade do que as que não são portadoras do transtorno,
uma vez que há maior dificuldade de concentração. Costumeiramente, considera-se uma
tríade de sintomas do TDAH: inquietude (física e mental), impulsividade e falta de atenção.
Consoante à Silva (2010), o transtorno costuma manifestar-se durante a infância, e
em cerca de 70% dos casos, permanece até a vida adulta. Aponta-se, que o cenário que mais
reconhece sintomas de TDAH nos indivíduos, é o cenário escolar. O aluno que é identificado
com os sintomas recorrentes ao TDAH, normalmente tem um baixo rendimento escolar,
dificuldade de aprendizagem, hiperatividade e falta de atenção. (Silva, 2021, p 34) É
importante pontuar que a questão escolar não diz respeito à dificuldade de aprender,
especificamente, mas à dificuldade de atentar-se a algo por um tempo maior. (Ferreira, 2011).
Nos adultos, os sintomas manifestam-se de forma semelhante, mas aplicados à
realidade de vida em questão. Desorganização, hiperatividade e impaciência são alguns dos
traços marcantes, frisa Silva (2010), mas essas características são somadas ao fato de
iniciarem diversos projetos ao mesmo tempo e abandonarem no meio do caminho,
apresentarem altos e baixos repentinos, impulsividade, esquecerem com frequência de
compromissos importantes.
Lopes, Nascimento e Bandeira (2005) enfatizam ainda que, nos adultos, é comum
que o TDAH seja visto como uma doença camuflada, pois os sintomas são menos claros, mas
levam a problemas afetivos, interpessoais, de comunicação, entre vários outros. É mais fácil
notar os sintomas durante o ensino fundamental, pois é quando a desatenção se mostra mais
incisiva e prejudicial. Na adolescência e vida adulta, os comportamentos hiperativos tendem a
diminuir, dificultando um pouco a percepção da doença.
5.2. DIAGNÓSTICO
5.3. TRATAMENTOS
É válido pontuar, que ao se discorrer sobre o diagnóstico das pessoas com TDAH,
uma questão importante é mencionada, tendo em vista as diversas polêmicas e discursos
relacionados a sua confirmação e credibilidade perante a sociedade civil. Diante disso, seu
questionamento inicial refere-se aos altos casos de crianças e adolescentes sendo
diagnosticados com o transtorno, num período muito curto de consolidação da doença, algo
que foi visualizado principalmente a partir da confirmação da patologia pelo DSM IV, no ano
de 1994. Em decorrência disso, a resolução 370 (Estados Unidos da América, 2004) estimava
que cerca 2.000.000 de infantos juvenis e 8.000.000 adultos estavam diagnosticados com
TDAH.
11
Essa perspectiva, começou a chamar a atenção dos estudiosos desse meio e as pautas
levantadas sobre esses casos serem especialmente dos EUA e estarem submerso a uma cultura
fortemente ocidental, o qual preza por fortes exigências de rendimento e produtividade das
pessoas, prioritariamente nas escolas e no cenário laboral, somados ao interesse das grandes
indústrias com a venda de remédios e prescrições médicas. Tal indagações trouxeram à tona
interesses que partiam de um viés muito mais econômico e financeiro, deixando a parte o real
comprometimento da doença do TDAH e sim no enfoque a uma performance produtiva.
Outro ponto crucial, acerca dos debates e lacunas deixadas pelo campo do TDAH,
estão diretamente posta na forma como os sintomas e a identificação da patologia é
confirmada, o qual é feita por meio de questionários e uma análise clínica aprofundada, o que
chama a atenção por parte dos seus críticos, é o caráter subjetivo referidos aos sintomas, haja
vista que parte de uma pergunta do que é considerado normal ou atípico, uma vez que todos
os seres humanos apresentam as características de inquietude e desorganização nas suas vidas
e, apesar do DSM IV prever a frequência e a intensidade dos aspectos clínicos, a confirmação
do TDAH parte da presença médica e da avaliação por partes dos psiquiatras do que seria algo
fora da curva. ob esse viés, pode-se entender mais precisamente essa relação quando se
analisa o livro do Foucault, O Nascimento da Clínica, o qual transcreve sob a interferência do
discurso médico nos corpos humanos e possui o poder de legitimação sobre o que é
patológico e é considerado normal na sociedade.
Por fim, a ritalina, que é o medicamento que foi e ainda continua sendo amplamente
usado como tratamento do TDAH, segundo a revista The New York Times, de janeiro de
1999, mostrou um aumento de cerca de 700%, desde o início da década, do consumo do
medicamento por parte de crianças americanas, o que leva a discussão acerca do uso
indiscriminado do remédio para o tratamento do TDAH, principalmente em relação aos
infantes, que compreende uma maior vulnerabilidade nessa situação e o grande risco de
dependência química desse medicamento que alguns estudos já mostram.
Tal cenário é preocupante quando inclui o tema do TDAH, dentre os quais todas
essas polêmicas e controvérsias sobre o diagnóstico e o tratamento mostram a carência de
resolução dessas problemáticas pontuadas e prioritariamente a continuação de uma vida mais
digna dos portadores da doença em questão.
12
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA
FERREIRA, Patrícia Villa da Costa. Uma Revisão Teórica sobre o Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Estratégias Educacionais de Atendimento ao Aluno com
TDAH. Revista de Psicologia, Fortaleza, v. 2 n. 2, p. 57-75, jul./dez. 2011
GOLDMAN, L. S., GENEL, M., BEZMAN, R. J., & SLANETZ, P. J. (1998)SILVA, M. A.;
LAPORT, T. J. TDAH em adultos e suas implicações em âmbito acadêmico. Mosaico -
Revista Multidisciplinar de Humanidades, Vassouras, v. 12, n. 2, p. 34- 40, mai./ago. 2021.
Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 1977
GOULARDINS, Juliana. O TDAH é Genético?. Site: Tudo sobre o TDAH, 2022. Disponível
em: O TDAH é genético? – Tudo sobre TDAH.
GUARDIOLA, A., TERRA, A. R., FERREIRA, L. T. C., & LONDERO, R. G. (1999). Uso
de Amitriptilina na Síndrome de Hiperativiade com Déficit de Atenção. Arquivo de
Neuropsiquiatria, 57 (3A), 599-605.
LOPES, Maria da Luz Curado. Inclusão, ensino e aprendizagem do aluno com TDAH.
Brasília: Universidade de Brasília – UnB. Instituto de Psicologia, 2011.
LOPES, Regina Maria Fernandes; DO NASCIMENTO, Roberta Fernandes Lopes;
BANDEIRA, Denise Ruschel. Avaliação do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade
em adultos (TDAH): uma revisão de literatura. Avaliaçao Psicologica: Interamerican
Journal of Psychological Assessment, v. 4, n. 1, p. 65-74, 2005.
MATTOS, P. et. al. Painel brasileiro de especilaistas sobre diagnóstico do transtorno de déficit
de atenção/hiperatividade (TDAH) em adultos. Rev. Psiquiatr., 28 (1), 50-60.
ROHDE L. A., BUSNELLO, E. A., CHACHAMOVICH E., VIEIRA G. M., PINZON V. &
KETZER C. R. (1998). Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: revisando
conhecimentos. Revista ABP-APAL, 20 (4), 166-178
ROTTA, N, T; FILHO, C, A, B; BRIDI, F, R, S, (Org). Neurologia e aprendizagem: Uma
abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2016.
SANTOS, L. F.; VASCONCELOS, L. A. Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade em crianças. Scielo- Brasil, 2010.
SANTOS, PT. O Transtorno Déficit de Atenção e os seus aspectos comportamentais e
neuro-anatomo-fisiológicos: uma narrativa para auxiliar o entendimento ampliado do TDAH.
Rev. Psicologia PT, 2017.
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes inquietas TDAH: desatenção, hiperatividade e
impulsividade. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010
SHIMIZU, V.T; MIRANDA M. C. Processamento sensorial na criança com TDAH: uma
revisão de literatura. Rev. Psicopedagogia, 2012.
SOUZA, I., SERRA, M. A., MATTOS, P., & FRANCO, V. A. (2001). Comorbidade em
crianças e adolescentes com transtorno do déficit de atenção. Arquivo
Neuropsiquiátrico, 59 (2-B), 4001-406.