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Natália dos Santos Pires
Jacqueline Oliveira da Silva**
* Psicóloga formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2010), Especialista
em Saúde Pública pela Faculdade de Medicina da UFRGS (2011). Atua como psicóloga no município
de Encruzilhada do Sul, RS, desde 2011.
** Assistente social graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo (1983), mestrado em
Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1991) e doutorado em Educação pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1996). Atualmente é professora adjunta do
Departamento de Medicina Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e orientou
esse trabalho.
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2. OBJETIVO E METODOLOGIA
O uso isolado da lista de sintomas sem a atenção aos demais critérios gera
um número exagerado de diagnósticos ou a negligência do mesmo
naqueles com algum nível de remissão do quadro. (COSTA, MAIA FILHO &
GOMES, 2009).
Essa flexibilização que pode existir nos critérios é apresentada por Martins,
Tramontina e Rohde (em ROHDE & MATTOS, 2003) como necessária quando se
falar em diagnóstico em adolescentes, visto que alguns já podem ter desenvolvido
algum grau de ajustamento aos sintomas, priorizando-se, então, o grau de
comprometimento em detrimento ao número de sintomas apresentados.
No que diz respeito ao comprometimento, é necessário também
problematizar quais seriam seus graus e o que os delimitaria. Tendlarz (2008)
lembra dos perigos de que não levemos em conta as subjetividades da criança,
tentando encaixá-la em condutas adequadas – para os adultos. As crianças se
tornam “todas educáveis e medicáveis, em nome da cura do sintoma, sem se levar
em conta a causa e o tratamento singular que convocam” (Tendlarz, 2008).
Caliman (2008) assinala que essa é uma das preocupações do debate
neuroético, em torno da separação entre o que seria uma patologia da atenção ou
uma tentativa de otimizar as capacidades atentivas – requeridas, especialmente, no
espaço escolar, onde se demanda maior desempenho, melhores resultados. A
autora também lembra que todo indivíduo é, em certo grau, desatento, impulsivo,
desorganizado, especialmente se está na faixa etária dos seis anos de idade. O
diagnóstico é realizado com base na diferenciação entre indivíduos normais e
indivíduos com o transtorno; mas a autora questiona como se define cientificamente
essa comparação, visto que até mesmo nos testes que se propõem a auxiliar no
diagnóstico há uma linha divisória extremamente tênue entre pessoas com TDAH ou
sem o transtorno.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
COSTA, C.R.C.M. da, MAIA FILHO, H.S. & M. M da. Avaliação Clínica e