Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESTUDO DE CASO
1. Introdução
Este estudo de caso tem como finalidade analisar e buscar estratégias de
aprendizagem para o caso de um adolescente, que está no ensino médio no curso
técnico em informática integrado de uma Instituição Pública Federal. O mesmo vem
acompanhado por uma psicopedagoga por apresentar dificuldades de aprendizagem.
Fábio, 15 anos, 3º filho de uma família de classe média, é o filho mais novo do
casal, com diferença de alguns anos dos irmãos mais velhos, “diz a mãe que a gravidez
teve um significado especial pois aconteceu logo após a morte de sua mãe” (pg.4).
Relatou que o amamentou até os três anos de idade e teve dificuldades no desmame,
demostrando que a educação dele parece ser marcada pelo apego da mãe e pelos
ideais liberais do casal. Até os seis de idade apresentou enurese noturna, não sendo
preciso qualquer intervenção, acreditando que esta conquista se faz naturalmente. Há
dois anos vem manifestando falhas disciplinares, na qual inclusive foi solicitado a se
ausentar da escola, por condutas indisciplinares em uma rede de ensino. Logo após,
optando então por um ensino técnico, o mesmo fez o processo seletivo e iniciou os
estudos nesta Instituição.
Dois anos atrás fez psicoterapia, sem abordagem psicanalítica. Os pais trazem
questões referente ao comportamento agitado e indisciplinado do filho. Fábio não tem
amigos, não vai e nem recebe visitas de colegas. Os pais não conseguem discriminar
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul
Campus Farroupilha
2. Desenvolvimento
a) Referencial teórico
Transtorno de Déficit de Atenção/hiperatividade (TDAH)
O transtorno de Déficit de atenção/ hiperatividade (TDAH), está agregado a custos
crescentes em estudos em farmacoeconomia com resultados negativos para pacientes e
familiares, os quais podem incluir dificuldades acadêmicas, como reprovações,
afastamento, suspenções e expulsões, ainda é capaz de identificar dificuldades gerais de
relacionamento com as pessoas, como oposição na relação com os pares. Há indícios que
boa parte das crianças e adolescentes com esta doença é capaz de ter poucos amigos
íntimos, expondo absoluta recusa por pares, adiante se comprometer com atitudes de risco,
estes possuem menos vínculos estáveis e maiores indícios de separação na vida adulta.
Acrescenta a uma enorme diversidade de prejuízos desiguais nas faixas etárias com
crianças e adolescentes (Barkley e Murphy, 2008)
Enurese noturna
Enurese noturna constitui em micção involuntária de urina no decorrer do sono, em
crianças do qual o controle vesical já teria que estar normal, “A micção deve ocorrer através
de contração sinérgica e esvaziamento vesical total. Perdas urinárias parciais por causas
tais como malformações ou insuficiência esfincteriana não devem ser enquadradas na
definição.” (Rosito e Oliveira, 2017)
Segundo o autor, o estresse emocional inserido na fase do desenvolvimento
neuropsicomotor é visto como causa estimulador de enurese, no momento em que por
trauma psicológico ou estresse consegue ser provocado somente em um pequeno
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul
Campus Farroupilha
subgrupo de crianças passa se tornar relevante, na maioria dos casos se torna um problema
a ser tratado. Os acontecimentos estressantes no começo da vida da criança, Como abuso
sexual, hiperatividade, dificuldade de aprendizado e questões familiares elevam o risco de
enurese, são capazes de acentuar ou adiantar o fato, mas crianças vulneráveis ao fator
emocional, disfunções psicológicas com diagnósticos psiquiátricos é mais frequentemente
popular na enurese secundária.
“A micção involuntária durante o sono constitui situação normal no primeiro
ano de vida, mas gradativamente aprendemos a controlar o arco reflexo
vesical, de forma a fazê-lo quase inconscientemente, como durante o sono. Até
os quatro anos de idade, praticamente 70% das crianças o faz adequadamente.
A cada ano subsequente, porcentagens significativas adquirem essa
capacidade”. (Rosito e Oliveira, 2017)
que esta geração possui facilidade com o mundo digital. Os autores Weiss e Cruz
(1999), já mostram que o uso de tecnologias pode trazer inúmeras vantagens como:
- Ser mais atrativo e inovador que os materiais tradicionais (quadro e caderno).
- Aumentar a autoestima do aluno, ao estar se desenvolvendo no mundo moderno que
é sinônimo de status social.
- Resposta imediata do computador e possibilidade de pesquisa direto caso haja o erro.
- Estimula o raciocínio lógico e desenvolve o foco do aluno.
Diagnóstico psicopedagógico
Conforme nos últimos tempos vem aumentando a demanda e a procura por uma
entrevista entre a educação, a psicologia clínica e a psicanálise, é gritante a
necessidade na construção das aprendizagens entre a causa, os afetos e o desejo de
se conhecer. Também há uma grande procura de atendimentos clínicos a crianças e
adolescentes com relatos de deficiência na aprendizagem escolar no Brasil, carregando
consigo uma angústia, com medo do fracasso escolar. Tornando-se evidente ainda
mais quando se percebe, que são jovens e que estes têm total disposição e condições
cognitivas e pedagógicas para aprender, mas por muitos motivos desistem, resiste ao
fracasso. Na escuta, pode-se levar como sintomas este não lutar, apesar de poder estar
gritante no seu íntimo, juntamente com os conflitos interiores que ao longo do tempo
vem se alojando nas relações subjetivas inserida na dinâmica familiar contemporânea.
“Bossa (2002) salienta, ainda, o fato de que a escola é, hoje, o lugar privilegiado
de identificação das "anormalidades" infantis no seio da sociedade e que os
especialistas em terapêuticas educativas, muitas vezes, acabam alimentando
as exigências de perfeição com promessas de reparação dos "fracassos" na
criança e na família. Como diz Cordié (1996, p.24), há uma "pressão social que
se exerce sobre todos e que gera, muitas vezes, uma angústia surda que a
criança tem dificuldade em identificar”
“Colello (2001), por sua vez, alerta para o que denomina "ótica
psicopedagógica restrita". Segundo a autora, essa é uma visão ainda muito
presente nas escolas, levando os psicólogos e orientadores educacionais a
centrarem no aluno toda a responsabilidade pelo fracasso na aprendizagem e
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul
Campus Farroupilha
b) Considerações finais
Após inúmeras reflexões é necessário compreender que na docência não existe
fórmula matemática, cada aluno é provido de dificuldades e facilidades singulares,
além de utilizarem métodos diferentes para a construção do conhecimento. É
importante também, utilizar os pontos fortes dos alunos (no caso do Fábio tecnologia
e a música) para desenvolver suas dificuldades, considerando sempre os diferentes
saberes.
Adicionalmente, é imprescindível o acolhimento do docente ao aluno, que
conseguindo ver o aluno em sua totalidade compreende que fatores externos e de
sua vivência pessoal interferem na construção do conhecimento. É importante ter
um olhar empático aos alunos, ao compreender que o processo de sua construção
é longo e contínuo, possuindo diversas interferências e não sendo constituído de
algo linear.
Em suma, a equipe multiprofissional é essencial no acompanhamento do aluno,
pois este deve ser visto como um todo, a complexidade do ser humano vai além de
uma área especifica de trabalho. No estudo de caso apresentado com a junção da
psicopedagoga, psiquiatra e psicóloga foi possível a completude na análise do
Fábio.
Enfim, após as diversas reflexões sobre a importância do olhar atento na
docência cita-se Paulo Freire (1987) no seu livro “Pedagogia do oprimido”: p.79
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre
si, mediatizados pelo mundo”.
Referências bibliográficas
SALLES, Jerusa Fumagalli de; HAASE, Vitor Geraldi; MALLOY-DINIZ, Leandro F.,
Neuropsicologia do desenvolvimento: infância e adolescência / Organizadores, Jerusa
Fumagalli de Salles, Vitor Geraldi Haase, Leandro F. Malloy-Diniz. – Porto Alegre
:Artmed, 2016.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul
Campus Farroupilha